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GESTÃO DE PESSOAS Suely Santos Motta Remuneração Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Comparar as vantagens e desvantagens dos modelos novo e antigo de remuneração. Identificar as novas formas de remuneração. Explicar o que é gestão de desempenho e a sua real finalidade. Introdução A remuneração como contrapartida ao trabalho realizado pelas pessoas nas empresas passou por inúmeras transformações ao longo do tempo, acompanhando as atualizações econômicas desde o modo de produção até a continuada mudança paradigmática que permeia a nossa condição humana, passando pela sociedade feudal até a capitalista. A relação entre o que as pessoas fazem — sabem fazer e entregam — e a forma como as empresas interpretam essa entrega compreende a valorização das pes- soas, dentre outros, por meio de políticas remuneratórias desenvolvidas pela gestão de pessoas organizacional. Nesse contexto, diferentes tipos de remuneração resultam de uma ampla rede de elementos que estão associados à remuneração nas organizações, desde o neoliberalismo, em sentido mais amplo, até o engajamento de colaboradores, individu- almente. O debate de gestão de pessoas, nesse sentido, deve abranger questões importantes, como as assimetrias de gênero no escopo do de- sempenho e da remuneração no ambiente organizacional, por exemplo. Neste capítulo, você vai estudar a remuneração, relacionando-a aos demais processos de gestão de pessoas; os diferentes tipos de remune- ração (da fixa à variável); bem como vai aprender a identificar relações entre desempenho e igualdade de gênero no escopo do debate sobre remuneração nas empresas contemporâneas. Remuneração e gestão de pessoas A valorização de pessoas, como contrapartida da atividade realizada no trabalho, pode ser vinculada a um conjunto de fatores, tais como perfor- mance, resultados, tipo de tarefa, nível de formação, questões culturais, políticas e econômicas, cargo, período histórico, modo de produção. Junto a isso, existem diferentes maneiras de recompensar as pessoas, que variam desde o feedback positivo e negativo, com o fortalecimento de vínculos interpessoais por meio da comunicação autêntica, até novas oportunidades de cargos e funções na organização então vinculadas ao reconhecimento da performance por meio da autonomia para novas experiências. Ademais, sob o escopo da sociedade capitalista, a valorização ocorre por meio da contrapartida fi nanceira (em dinheiro) — indispensável para a subsistência e o consumo da força de trabalho. É importante ressaltar, no entanto, que essas relações aparentemente recí- procas entre entrega e reconhecimento, prestação de serviço e pagamento — em que determinada quantidade de trabalho corresponde a uma determinada quantidade de dinheiro (SILVA; VASCONCELOS, 2011) — nem sempre foi da maneira como a concebemos hoje. Historicamente, o trabalho passou por inúmeras transformações, desde a escravidão — quando a força de trabalho era completamente explorada pelo proprietário dos meios de produção — até a sociedade assalariada. Tais reflexões são importantes para a gestão de pessoas na prática organizacional, pois a compreensão da dinâmica da remuneração abrange não somente a sua integração com os demais processos internos de gestão de pessoas — como seleção, desenvolvimento de pessoas, retenção —, mas, também, a regulação orquestrada pelo neoliberalismo (ANDRADE, 2019; GERBAUDO, 2016). Remuneração2 O neoliberalismo, em síntese, sob o escopo das ciências sociais, pode ser compre- endido a partir de duas principais perspectivas. A primeira está relacionada com um modelo de mercado: “[...] a promoção não apenas da expansão dos mercados per se, mas do modelo de mercado, com a difusão da concorrência, da forma empresa e de técnicas econômicas de avaliação e ranque- amento para esferas da vida fora do mercado” (ANDRADE, 2019, p. 111). A segunda, por sua vez, remete à política de classe, com foco na “[...] expansão da renovação dos mercados globais, da privatização, da financeirização, dos modelos de gestão e de exploração do trabalho, expandindo as áreas e intensificando as formas de acumulação capitalista” (ANDRADE, 2019, p. 112). Saiba mais sobre o tema a partir da leitura do artigo intitulado Neoliberalismo, desenvolvido pelo pesquisador Daniel Pereira Andrade, que aborda a questão do neoliberalismo a partir das reformas neoliberais diante da crise econômica de 2008 (ANDRADE, 2019). A gestão de pessoas no ambiente organizacional, crescentemente, exige a mobilização do que acontece “lá fora”, pois a dinâmica de movimentação dos mercados, sociedade, economia, não somente orienta as tomadas de decisão do negócio, mas também caracteriza o ambiente em que ocorre o desenvolvi- mento biopsicossocial dos colaboradores dessas organizações. É também nesse ambiente que o colaborador consome bens e produtos para a satisfação de suas necessidades — assim como é onde cria novas necessidades, que podem ser alinhadas ao seu poder de compra, então, pautado pela remuneração. Dessa maneira, é fundamental que o colaborador de gestão de pessoas acom- panhe a fluidez dessas informações e a influência do contexto macroestrutural (DUTRA; DUTRA; DUTRA, 2017), com vistas a estabelecer diálogo entre o dentro e o fora da organização, buscando contemplar essas relações circulares nas políticas de gestão intraorganizacionais. No dia a dia das empresas, a rele- vância de o profissional de gestão de pessoas (ou líder) observar essas questões mais amplas pode ser ilustrada, por exemplo, pelas negociações intrínsecas à remuneração. Nesses casos, imagine que um gestor de pessoas, sucintamente, justifica que elementos x de uma remuneração são justos porque são praticados 3Remuneração pelo viés neoliberal de mercado, pela lei da oferta e da procura, em comparação à média do mercado (PECORA; MENEZES FILHO, 2014), sem aprofundar essas questões. Essa informação, se não for devidamente construída e interpretada no escopo da cultura organizacional, junto ao interlocutor do debate, poderá reverberar negativamente em outras práticas de gestão, como desenvolvimento e engajamento no trabalho, por exemplo, dada a pluralidade de circunstâncias presentes em um fenômeno amplo que tende a ter os seus significados esvaziados no escopo da negociação local na empresa. A partir do exposto, é possível que você questione: a remuneração não diz respeito somente ao dinheiro que o colaborador recebe pela execução de suas atividades? O que significa dizer que a remuneração é pautada pela lei da oferta e da procura? Salário e remuneração são a mesma coisa? Para responder essas questões, partiremos da definição de remuneração, que você confere a seguir. O que é remuneração? A palavra remuneração tem origem latina, na palavra remuneratio (o prefi xo re remete à reciprocidade, enquanto o radical muneror diz respeito à compensação) (CUNHA, 2019). Assim, a ideia de remuneração associada à valorização de pessoas no contexto de trabalho das organizações implica compensação e diz respeito à contrapartida ofertada pelas organizações para a entrega da atividade. Dessa maneira, tal compensação é mais ampla do que o salário (DUTRA; DUTRA; DUTRA, 2017). Enquanto a remuneração é o conjunto das diferentes maneiras mobilizadas pela organização para proceder à contrapartida do trabalho realizado, o salário representa uma das formas de remuneração. A ciência da administração, mais especificamente, a gestão de pessoas, ao longo do tempo, tratou a remuneração de diferentes maneiras, de acordo com o período histórico e a constante atualização de atravessamentos. Com relação a isso, observe, no Quadro 1, a seguir, os principais debates sobre remuneração entre o período de 1890 e 1990 e em diante. Remuneração4 Fonte: Adaptado de Dutra, Dutra e Dutra (2017); Hipólito e Dutra (2013); Fischer (2002). Período Principais aspectos 1890 a 1920 Consolidaçãoda administração científica. Teórico: Taylor (1982) propôs incentivo individual ao trabalhador, na adoção de sistemas de pagamento de acordo com o desempenho. Em busca de máxima eficiência, Taylor sugeriu que a remuneração estivesse alinhada ao desempenho do trabalhador. Problema dos salários: crítica do autor à recompensa pelo dia do trabalho ou produção. 1920 a 1950 Elton Mayo, escola de relações humanas. Crescente rigidez nos parâmetros de gestão. Formalização, burocratização, departamentalização e excesso de impessoalidade. Remuneração: pautada pela estrutura de cargos. Críticas: visão fragmentada do processo de trabalho. 1950 a 1970 Transformações tecnológicas, internacionalização das organizações e busca de uma moeda global. Remuneração: neste período, ocorreu aumento da complexidade remuneratória, ainda baseada em cargos, mas com crescente valorização de pessoas, carreira e status. 1970 a 1980 Movimento para a flexibilização das estruturas a partir do debate acerca do formalismo. Remuneração: centrada na pessoa, acréscimo de contribuições. 1980 a 1990 Globalização: Japão e Hong Kong, Cingapura, Coreia do Sul e Taiwan emergem como novos players do mercado. Gestão de pessoas: a sobrevivência das organizações está alinhada à abertura continuada à aprendizagem, a mudanças e adaptações, ao desenvolvimento humano. Meritocracia. 1990 em diante Tecnologia, internet, informação. Recompensa: transcende a contrapartida monetária. Quadro 1. Remuneração e evolução da gestão de pessoas Complementarmente, é importante que você compreenda que a remuneração é pautada pela lei da oferta e da procura, ou seja, a lógica da oferta e da procura pauta recompensas mais baixas ou elevadas. Dito de outra maneira, quanto maior a oferta de profissionais para uma determinada vaga, a tendência é a de que a 5Remuneração contrapartida remuneratória ao trabalho seja desvalorizada (DUTRA; DUTRA; DUTRA, 2017). O fenômeno da demissão em massa de uma determinada categoria profissional ilustra o movimento que tende a romper com o possível equilíbrio entre a oferta e a procura no mercado de trabalho, na medida em que esses profissionais passem, ao mesmo tempo, a buscar reinserção. A crescente crise do mercado editorial e a falência de diferentes jornais, revistas impressas e editoras (RIGHETTI; QUADROS, 2009), especialmente após o advento da internet e da utilização da tecnologia em larga escala, com a consequente utilização de notebooks e tablets para a leitura on-line, aqueceu o movimento em curso no cenário brasileiro desde os anos 2000: a demissão em massa de jornalistas brasileiros. Desde então, ano após ano, o crescente fechamento de emissoras de rádio e de jornais ampliou sobremaneira o número de demissões. Somente no ano de 2016, conforme a Associação Brasileira de Imprensa (MEIRELLES, 2017), foram demitidos mais de 1200 jornalistas no país. Disso decorre que, com a ampliação do número de jornalistas no mercado de trabalho, o aumento da oferta pode implicar não somente desvalorização remuneratória, mas também influenciar a dinâmica de captação e seleção e de valorização de parte desses profissionais por outras empresas. Dessa maneira, podemos inferir que a remuneração pode ser analisada integrada aos processos de gestão de pessoas internos à organização, como captação e seleção, valorização, treinamento e desenvolvimento, carreira, gestão do desempenho, bem como sob a perspectiva mais ampliada acerca dos desdobramentos do sistema de gestão de pessoas de uma organização nos processos de outra organização diretamente. Nessa senda, a gestão de carreira pelo indivíduo está associada à busca pela conciliação com as possibilidades organizacionais de crescimento e, somada à necessidade crescente de valorização do colaborador na medida em que se desenvolve, acumula experiências e fortalece seu espaço político na organização. Essa descrição possibilita vincular a remuneração à trajetória de carreira no escopo de análise dos sistemas integrados de gestão de pessoas. Por fim, a remuneração pode ser analisada tanto em integração com os demais processos de gestão de pessoas, como mencionado, quanto com de- mais instâncias organizacionais, como a área jurídica de uma empresa sob orientação da legislação que a orienta, a lei brasileira que regulamenta as relações individuais e coletivas de trabalho, a Consolidação das Leis do Tra- balho (CLT) e as demais atualizações legais nesse sentido (BRASIL, 1943), conforme mostra o Quadro 2. Remuneração6 Fonte: Adaptado de Brasil (1943; 2017). Remuneração “Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber” (BRASIL, 1943, Art. 157), as gratificações legais e as comissões, além dos adicionais devidos decorrentes da prestação de serviços como horas extras, adicional noturno, insalubridade, periculosidade, dentre outros. Integra a remuneração Não integra a remuneração Verbas que integram base de cálculo para 13º salário, férias, rescisões: horas extras; adicional noturno; adicional de periculosidade; adicional de insalubridade; descanso semanal remunerado; comissões; gratificação; quebra-caixa (manuseio de dinheiro na empresa); gorjetas. Esta alteração ocorreu a partir da Reforma Trabalhista brasileira, Lei nº. 13.467 (BRASIL, 2017): abonos; prêmios; ajuda de custos (qualquer valor); abonos habituais salário in natura — vantagem habitual concedida ao empregado (aluguel de casa, escola de filhos, outros); diárias para viagem, ainda que excedam a 50% (cinquenta por cento) do salário recebido pelo empregado. Salário O salário compreende a “importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador” (BRASIL, 1943, Art. 157, § 1º). Em outras palavras, o salário é a contraprestação devida ao empregado, então pautada e regulamentada no contrato de trabalho, o qual estabelece vínculo, relações de trabalho entre empregado e empregador. Quadro 2. Salário e remuneração na legislação trabalhista brasileira Assim, as práticas de gestão de pessoas relacionadas à organização do sistema remuneratório são orientadas por um conjunto de questões políticas, econômicas, sociais, legais e, a partir disso, as empresas (empregadores) podem escolher diferentes tipos de remuneração para seus empregados. É o que veremos a seguir. 7Remuneração As diferentes formas de se remunerar Na presente seção do capítulo, trataremos das diferentes formas de remune- ração. Comecemos recuperando maneiras diversas com que as pessoas, de forma geral, compreendem a contrapartida ofertada em reciprocidade a uma entrega ou conclusão de uma demanda, ação prevista. Você lembra de quando ainda era criança, adolescente e de seu primeiro contato com o dinheiro? Provavelmente, em algum momento, você poder ter recebido uma mesada dos seus pais, em dinheiro, por ter cumprido uma tarefa previamente acordada, como arrumar seu quarto, ter um bom desempenho na escola, dentre outros eventos que, não raro, integram as relações interpessoais no âmbito da família. Seguindo nesse exemplo, podemos, hipoteticamente, imaginar que qualquer outra família poderá acordar, entre pais e fi lhos, outras tarefas com outros tipos de remuneração, dependendo da cultura, do poder de compra, da percepção de mundo dos pais, da forma como estabelecem essas relações, do número de irmãos, da situação econômica dos pais, e assim por diante. O que pode ser coincidente entre as escolhas remuneratórias dos pais, nas diferentes famílias, é o atendimento ao gosto de uma criança (BOURDIEU, 1983): mesmo que consideremos os interesses singulares da criança, a contrapartida atenderá, de modo geral, as necessidades de consumo lúdicas. Isso signifi ca que, inde- pendentemente do valor do brinquedoou da mesada, provavelmente os pais não oferecerão como recompensa a um fi lho de seis anos, a título de exemplo, um dicionário de fi losofi a ou uma máquina de lavar louças. Analogamente às escolhas familiares para a recompensa das atividades infantis, o sistema de remuneração de uma empresa pode ser organizado de diferentes maneiras, a partir de alinhamentos com cultura, metas, tipo e tamanho da empresa, complexidade do trabalho, e por aí vai. Os objetivos de um sistema de remuneração, de modo geral, podem ser identificados da seguinte forma para Dutra, Dutra e Dutra (2017). Competir no mercado de trabalho: empresas que ofertam remunerações pouco atrativas, desatualizadas, terão menos força para atrair talentos no mercado de trabalho. Recompensar os colaboradores pelo desempenho acima da média: as variações a partir do salário fixo para as altas performances pode ter desdobramentos positivos recíprocos tanto para a empresa quanto para o colaborador (a empresa continua contando com performances para o alcance de resultados mais significativos e o colaborador sente-se valorizado pelo seu empenho e engajamento). Remuneração8 Aumentar o compromisso: da mesma forma, os colaboradores podem estabelecer um vínculo consistente com a realização de suas atividades e entrega, na medida em que o sistema remuneratório interage com essa responsabilidade (varia de acordo com sua entrega), bem como reforçar a parceria e a confiança entre líderes, gestores, colaboradores, stakeholders. Alcançar justiça e equidade: tanto na prática organizacional quanto na literatura acadêmica sobre remuneração, os termos justiça e equidade são, muitas vezes, tratados como sinônimos. A ideia constante neste objetivo diz respeito às pluralidades que integram as atividades organi- zacionais, relacionadas ao volume e à complexidade da tarefa, à entrega e, em continuidade, à maneira pela qual a empresa responde a essas questões (incluindo a remuneração). Logo, este objetivo pode ser alinhado à reciprocidade das trocas sociais que ocorrem no processo de trabalho. Fomentar processos de melhoria e inovação: para garantir vantagem competitiva, as empresas buscam, constantemente, inovação em várias direções do negócio; logo, por meio da remuneração, poderão reter talentos e colaboradores que auxiliem nesse processo. Atender os preceitos legais: a legislação trabalhista brasileira postula um conjunto de direitos e obrigações para as trocas realizadas entre colaboradores e empresas (BRASIL, 1943). Para atender os objetivos mencionados, as empresas podem optar por dife- rentes maneiras de remunerar seus colaboradores (DUTRA; DUTRA; DUTRA, 2017). Assim, tendo em vista essas diferenças, considera-se que as remunerações podem ser do tipo direta (fixa ou variável) ou indireta (fixa ou variável). Remuneração fixa Para Dutra, Dutra e Dutra (2017), é por meio da remuneração fi xa que as pessoas interpretam sua posição em uma organização (relativa), bem como estabelecem relação com o mercado de trabalho. A remuneração fi xa, uma vez que as pessoas realizam atividades de complexidades diversas, com responsabilidades diferentes, é a principal maneira de diferenciar pessoas na organização. Além disso, a remuneração fi xa tende a aumentar (é difícil reduzir quantitativamente a remuneração fi xa) e, na medida em que essa remuneração aumenta, as demais formas de remuneração também acompanham. Em atenção à equidade interna e externa, a remuneração fixa baseada nos desenhos de cargos da organização observa tanto a importância dos cargos 9Remuneração internamente quanto a dinâmica do mercado para os diferentes cargos, isto é, a média entre o valores pagos pelas empresas. A coleta de dados para a descrição dos cargos ocorre internamente por meio da utilização de um conjunto de técnicas de análise de dados (questionários, entrevistas, obser- vação, entre outros). Dentre os elementos analisados para a descrição dos cargos, de forma geral, podemos elencar: tarefa, responsabilidade, execução, objetivo e frequência da tarefa (FISCHER, 2002; HIPÓLITO; DUTRA, 2013). Dessa maneira, o mapeamento das competências organizacionais passa a orientar o desenho de cargos e o conjunto de conhecimentos, habi- lidades e atitudes que cada exercício de cargo deve contemplar, para além da descrição baseada tão somente nas competências do colaborador que ocupa determinado cargo. Aqui, é importante que a descrição seja realizada para o cargo, com foco nas necessidades organizacionais, e não somente no que o ocupante do cargo realiza momentaneamente (BITENCOURT; AZEVEDO; FROEHLICH, 2013). A remuneração fixa pode ser, ainda, direta — a remuneração básica, por exemplo, o salário base — e indireta, a remuneração social, ilustrada pelos benefícios sociais. As desvantagens da remuneração fixa baseada nos desenhos dos cargos pode ser alinhada ao fato de que continuadamente as atividades que realizamos em uma organização atualizam-se e a remune- ração, prevista no desenho do cargo (alinhada a este), torna-se obsoleta com frequência. Remuneração variável A remuneração variável, por sua vez, também pode ser direta, como a participação em lucros e resultados (PLR) e as comissões; e indireta, as premiações especiais vinculadas a prêmios e a viagens (FISCHER, 2002; HIPÓLITO; DUTRA, 2013). A remuneração variável “[...] ou plano de incentivos é parcial ou totalmente defi nida em função do atendimento de objetivos organizacionais, grupais e/ou individuais previamente determi- nados” (DUTRA; DUTRA; DUTRA, 2017, p. 233). A principal premissa da remuneração variável, dessa maneira, é a dependência que a organização tem da performance de seus colaboradores (MARTOCCHIO, 2011); por essa razão, a remuneração variável fundamenta-se na ideia de que as pessoas entregam resultados diferentes e de que necessitam ser individualmente recompensadas por diferentes entregas. Para a perspectiva da gestão de pessoas, a ideia aqui contemplada é a de que esse tipo de remuneração pode ser mais justo, ao levar em conta seus Remuneração10 resultados (individuais ou coletivos), o que pode manter os sujeitos enga- jados e motivados. Para além disso, Hipólito e Dutra (2013) defendem que os principais elementos que alavancam a adoção da remuneração variável pelas empresas contemporâneas podem ser assim resumidos: abertura do mercado globalizado, crescente complexidade dos negócios e das tarefas, questionamentos sobre o modelo tradicional de gestão de pessoas (quando o valor que os profissionais agregam à organização nem sempre pode ser traduzido pelo desenho dos cargos e pelo mapeamento de competências técnicas e comportamentais), avanços em processos, sistemas de informação e formas de controle organizacional (relacionadas à gestão do desempenho) (DUTRA; DUTRA; DUTRA, 2017). Com a remuneração variável, dessa forma, as organizações podem prio- rizar a melhoria contínua, a partir da gestão da massa salarial: “[...] a gestão adequada da remuneração variável a transforma em um processo remunera- tório autofinanciado, ou seja, os recursos para o pagamento da remuneração variável advêm de ganhos adicionais obtidos pela organização” (DUTRA; DUTRA; DUTRA, 2017, p. 234). No dia a dia da empresa de prestação de serviços X, a maneira de recompensar os diferentes esforços dos colaboradores segue a classificação da remuneração variável com foco na distribuição. Logo, a remuneração dos colaboradores da empresa varia em (DUTRA; DUTRA; DUTRA, 2017): Participação nas vendas: a remuneração, nestes casos, é apresentada como forma de comissão na participação das vendas de seus serviços (poderá ser alcançada, também, por meio de prêmios a resultados conquistados). Participação nos resultados: quando metas previamente acordadas entre colabo- radores e organização são atingidas. Tais resultados, ao mensurarem a capacidade instalada, desdobram-se em diferentes parâmetros remuneratórios. Participaçãonos lucros: tanto quanto a participação nos resultados, a participa- ção nos lucros também é acordada previamente e diz respeito à parcela do lucro alcançado pela organização. Participação acionária: a remuneração é a distribuição de ações da organização a partir do que foi mensurado como resultado (longo prazo). 11Remuneração Pelo exposto, resumidamente, a remuneração pode ser variável — longo prazo (participação acionária), curto prazo (participação nos lucros e resul- tados, comissionamento de vendas) — ou fixa — indireta, como benefícios (assistência médica, seguro de vida, auxílio transporte, alimentação, dentre outros), ou direta, como salário “valor dos profissionais para a organização, considerando-se política salarial, mercado de trabalho, legislação, condições financeiras da organização/ setor de atividades”, e de outros tipos, como recompensas alternativas indiretas: “acesso a programas de desenvolvimento, participação em congressos e eventos” (HIPOLITO, 2002, p. 93). Relações entre remuneração, desempenho e gênero A ação de remunerar colaboradores no contexto do desempenho humano envolve um conjunto de elementos que interagem reciprocamente para essa avaliação tanto dentro quanto fora da organização. De modo ampliado, desem- penho pode ser compreendido como a execução relacionada ao cumprimento de atividade, acordo, planejamento — diz respeito à ação. Marras (2011, p. 165) defi ne que o desempenho humano nas organizações se refere ao “ato ou efeito de cumprir ou executar determinada missão ou meta previamente traçada”. Disso decorre que as organizações, a partir da avaliação geral de desempenho de seus colaboradores, podem criar referenciais e médias para comparar, individualmente, performances e entregas. Logo, a remuneração a partir da avaliação, da gestão do desempenho, por exemplo, exige que a organização estabeleça, internamente, critérios para acompanhar e mensurar as diferentes performances de seus colaboradores, de modo a orientar os sistemas remuneratórios escolhidos (HIPÓLITO; DUTRA, 2013). Na esteira dessa prática, o desempenho humano nas organizações estabelece relações com diferentes práticas de gestão de pessoas, ao pautar decisões sobre oportunidades de carreira (promoções), remuneração (variável) e tipo de demanda em complexidade de execução. Diante disso, a questão de a remuneração acompanhar o esforço de cada colaborador para realizar a entrega pode influenciar a motivação e o engajamento dos colaboradores a curto e longo prazo na organização contemporânea. Remuneração12 Embora a remuneração variável, por exemplo, atenda os esforços do colaborador, na medida em que apresenta contrapartida alinhada ao que ele entrega, é importante considerar que o engajamento é um elemento teórico da psicologia positiva que, mais recentemente, a partir dos anos 2000, passou a ser utilizado no debate da psicologia organizacional. O surgimento da psicologia positiva nos anos 1997/1998, quando, no México, Mar- tin Seligman, Raymond Fowler e Mihaily Csikszentmihaly estiveram reunidos com o objetivo de organizar o movimento conhecido como psicologia positiva (SELIGMAN; CSIKSZENTMIHALYI, 2000), pode ser associado à premissa principal de voltar os interesses da psicologia para as forças e virtudes humanas, além de suas disfuncionalidades tão somente. No dia a dia organizacional, não necessariamente a prática remuneratória isolada poderá promover e manter colaboradores engajados ao longo do tempo, pois o engajamento no trabalho, conforme compreendido sob a abordagem da psicologia positiva, é um conceito complexo ligado ao estado mental positivo do indivíduo — o que significa que a mobilização externa poderá ocorrer por meio de suporte social, o que nem sempre poderá ser representado pela recompensa financeira. Desse modo, nem sempre, a longo prazo, a remuneração variável manterá profissionais engajados para desempenhos acima da média. Junto a políticas remuneratórias, é importante que a organização, em associação, na contramão de acepções reducionistas da psicologia positiva para o campo prático, possa desenvolver políticas para análise, intervenção e mensuração não somente da contrapartida direta da remuneração, mas de elementos como felicidade subjetiva e bem-estar no trabalho, satisfação de vida, autoestima, entre outros, também relacionados ao engajamento no trabalho e às performances observadas no ambiente organizacional (HUTZ, 2014). Complementarmente, para ilustrar tal questão, podemos trazer à cena do presente debate que, mesmo sob a lógica operacional da remuneração variável pelo desempenho do colaborador, outros elementos podem pautar assimetrias na questão salarial, independentemente da entrega realizada pelos colaborado- res. Assim, a performance ou a excelência de performance — a entrega que atende ou supera o referencial de desempenho estabelecido previamente entre organização e colaboradores — nem sempre será justamente remunerada pela organização, especialmente porque a rede de relações que opera a dinâmica da remuneração no contexto organizacional, mesmo que analisada sob o escopo do desempenho individual, também é atravessada pelas questões históricas e sociais que definem diferenças entre, por exemplo, classes, raças e gêneros. É de forma sutil que as assimetrias que legitimam e cristalizam diferenças são reproduzidas no ambiente organizacional contemporâneo, mesmo com ações 13Remuneração e políticas de gestão de pessoas voltadas para o debate acerca do tema. Dentre os exemplos mencionados, vamos compreender de que forma a questão de gênero ainda pode, ou não, influenciar diferenças salariais — mesmo quando sob a perspectiva da remuneração por desempenho. Remuneração e gênero Marta, a jogadora brasileira de futebol feminino seis vezes eleita a melhor do mundo, tem um número de gols pela seleção feminina brasileira de futebol que já superou a marca do maior jogador brasileiro da história, Pelé. Enquanto Pelé soma 95 gols com a camisa da seleção, Marta já soma 117 gols com a camisa verde-amarela. No entanto, a contrapartida remuneratória desses desempenhos não é igual para jogadores dos diferentes gêneros por diferentes razões. O futebol masculino é mais popular do que o feminino, pois, há algum tempo, essa era considerada uma atividade a ser desenvolvida apenas por homens. Assim, a inserção tardia das mulheres em diferentes postos acarreta menos interesse de empresas em patrociná-las de modo igual ao gênero masculino. O salário da jogadora Marta, que apresenta desempenho superior ao dos jogadores da seleção masculina, por exemplo, não chega a 1% do salário pago ao jogador Neymar, destaque da seleção masculina de futebol após a geração do pentacampeonato (PAINS; COSTA, 2019). Tal assimetria remuneratória como contrapartida ao desempenho de ho- mens e mulheres também pode ser observada nas organizações, em diferentes posições técnicas e de gestão. Nesse contexto, Gomes e Souza (2018, p. 1) ampliam o debate ao realizarem estudo com vistas a analisar as assimetrias salariais de gênero, com foco nas regiões Sul e Nordeste do Brasil, “[...] segundo a admissão no emprego formal e setores da atividade econômica”. Em termos teóricos, Gomes e Souza (2018, p. 5) explicam que as diferenças de salário de trabalhadores podem ser orquestradas “pelas diferenças de atribu- tos produtivos, pela segmentação dos postos de trabalho e pela discriminação econômica e estatística”. Mais pormenorizadamente, no Brasil, a questão da diferença de gênero, analisada sob o enfoque da remuneração, foi tema de diferentes estudos que, dentre outros, refletem sobre temas que você pode ver a seguir, de acordo com o seu respectivo ano (GOMES; SOUZA, 2018, p. 6). 1999: “[...] as mulheres brasileiras sofrem discriminação; contudo, as jovens menos instruídas e residentes em regiões mais pobres do País foram menos atingidas pela desigualdade salarial naquele ano” (MAIA; LIRA, 2002). Remuneração14 2002 a 2009: Souza (2011) observou, ao analisar a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) para o período, que as mulheres não brancas são o grupo mais discriminado no Brasil. 2002 a 2011: Cugini et al. (2014), ao analisarem a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) para o período, identificaram que “[...] houve aumento da participação da mulher no mercado de trabalho e que, apesar de uma redução das diferenças de salários entre homem e mulher, houve também aumento da discriminação contra as mulheres”. 2012: Fiuza-Moura (2015), no estudo das diferenças salariais na indús- tria brasileira por sexo, cor e intensidade tecnológica, ao analisarem a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2012, cons- tataram “[...] elevado grau de discriminação salarial entre os gêneros, principalmente em relação às mulheres não brancas, sendo menor quando observados segmentos mais intensivos em tecnologia”. Partindo disso, após realização de estudo nas regiões Nordeste e Sul do país, as desigualdades salariais e a discriminação de gênero, sugerem os autores, são menores em regiões menos desenvolvidas economicamente no país, e “[...] o fato de o indivíduo ser homem e de cor branca resultou em maiores retornos na comparação com as mulheres e não brancos, independentemente da região ou setor econômico” (GOMES; SOUZA, 2018, p. 26). Assim, de forma geral, a assimetria salarial é mais significativa entre os homens brancos e as mulheres negras, e a discriminação de gênero é mais comumente observada nos cargos com salários mais elevados. Ainda na região Sul, os resultados da pesquisa sinalizaram a discriminação de rendimentos nos setores de comércio e de serviços, somada à discriminação das mulheres nos setores da indústria e da agricultura, tanto para inserção quanto na remuneração. Por fim, o estudo mencionado (GOMES; SOUZA, 2018), que trata do tema da assimetria salarial entre homens e mulheres no contexto brasileiro, ilustra a multiplicidade de elementos sociais, históricos, regionais, culturais, econômicos, relacionados ao setor, à atividade e ao nível de formação que estruturalmente influenciam a avaliação de desempenho individual e coletivo, pela organização, para a determinação de salários flexíveis. A questão da desigualdade salarial de gênero, conforme apresentamos, reacende a im- portância de avaliarmos a tomada de decisão, em gestão de pessoas, a partir do que acontece dentro e fora da organização, observando a ampla rede de significados que impactam nas decisões para as políticas remuneratórias em uma determinada empresa. 15Remuneração O Movimento Empresarial pelo Desenvolvimento Econômico da Mulher foi criado no ano de 2011, a partir de uma iniciativa da empresa multinacional Walmart. Empresas como Bombril, Cargill, Coca-Cola, DelRio, Diageo, Johnson&Johnson, Natura, Nestlé, PepsiCo, Santander, Unilever aparecem como fundadoras do Movimento. Tal movimento se apresenta como uma “associação independente sem fins lucrativos, formada por meio da união entre organizações protagonistas do cenário empresarial brasileiro, comprometidas em promover a equidade de gênero e o aumento da par- ticipação feminina no ambiente corporativo, nas comunidades e na cadeia de valor” (MOVIMENTO MULHER 360, 2019, documento on-line). Ao acessar o link a seguir, você terá acesso aos números relacionados às diferenças remuneratórias entre os gêneros e às principais políticas desenvolvidas por grandes empresas brasileiras e multinacionais nesse sentido. https://qrgo.page.link/gG416 ANDRADE, D. P. Neoliberalismo: crise econômica, crise de representatividade demo- crática e reforço de governamentalidade. Novos estudos CEBRAP, São Paulo, v. 38, n. 1, p. 109–135, abr. 2019. 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