Prévia do material em texto
Capítulo 5 Espectrometria no Infravermelho INTRODUÇÃO Região do Infravermelho 3,8 x 1014 Hz 1,2 x 1014 Hz 6,0 x 1012 Hz 3,0 x 1011 Hz 0,78 m 2,5 m 50 m 1000 m (780 nm) (5 x 105 nm) 14000 cm-1 4000 cm-1 200 cm-1 10 cm-1 INFRAVERMELHO PRÓXIMO (NIR) INFRAVERMELHO MÉDIO (MID) INFRAVERMELHO AFASTADO (FAR-IR) região mais utilizada nos métodos analíticos P0 P (a)Transmitância (T) (b) Absorbância (A) Espectrometria de absorção molecular no IV Lei de Beer A = b C Espectros de absorção molecular – IV médio Espectro de absorção no IV de filme de poliestireno Aplicações da espectroscopia no IV médio Análises quantitativas e qualitativas Análises qualitativas identificação de compostos orgânicos espectros no IV médio complexos numerosos máximos e mínimos na maior parte dos compostos orgânicos espectros podem ser considerados a sua “impressão digital” identificação qualitativa mais precisa e com aplicação mais ampla que UV/VIS Análises quantitativas elevada seletividade do método determinação da concentração de uma dada espécie presente numa mistura complexa com poucos ou nenhuma etapa preliminar de separação Análises por CG/IV espectroscopia no IV acoplada à cromatografia gasosa Cromatografia gasosa separação dos componentes de uma mistura Espectroscopia IV identificação de cada componente Absorção da radiação no infravermelho Radiação IV não é suficientemente energética para provocar as transições eletrônicas observadas com a radiação UV/VIS absorção restrita a espécies moleculares para as quais existam diferenças de energia entre os níveis vibracionais e rotacionais apenas transições vibracionais e rotacionais Além disso absorção radiação IV alteração no momento de dipolo da molécula associado aos movimentos vibracionais e/ou rotacionais da mesma Ex: 1) H Cl molécula polar momento de dipolo: diferença de carga dos átomos + distância interatômica Como a molécula vibra flutuação regular no momento de dipolo Se a frequência da radiação for idêntica à frequência de vibração da molécula absorção da radiação transferência de energia para a molécula alteração da amplitude de vibração molecular alteração no momento de dipolo + - 2) O2, N2 ou Cl2 distribuição homogênea de carga mesmo com vibração e rotação dos átomos não apresentam dipolo moléculas apolares não absorvem radiação infravermelha Transições rotacionais puras Envolvem energia muito baixa radiação > 100 m ou < 100 cm-1 (IV afastado) Níveis rotacionais quantizados Espectros de absorção gases região IV afastado linhas discretas bem definidas líquidos/sólidos colisões intermoleculares e interações causam alargamento das linhas espectro contínuo de linhas alargadas Transições Vibracionais + Rotacionais Radiação IV médio fótons têm energia para promover transições vibracionais e rotacionais (ambas quantizadas) maior parte das moléculas Efoton = Evibracional + Erotacional Espectros de absorção gases série de linhas espaçadas próximas existência de vários níveis rotacionais para cada nível vibracional sólidos e líquidos rotação molecular altamente restrita espectro contínuo com picos ligeiramente alargados Resumindo: Condições para absorção da radiação IV Energia da radiação (E = h) deve coincidir com a diferença de energia entre os estados vibracionais excitado e fundamental da molécula frequência da radiação é idêntica à frequência de vibração molecular A molécula deve apresentar momento de dipolo como consequência de seus movimentos vibracionais ou rotacionais Vibrações Moleculares Existem dois tipos de vibrações moleculares: estiramento ou deformação axial Envolve alterações na distância entre os átomos ligantes ao longo da ligação. Corresponde ao movimento rítmico ao longo do eixo da ligação de modo que a distância interatômica aumente e diminua alternadamente. Simétrica Assimétrica deformações angulares Correspondem a variações nos ângulos de ligação, seja internamente ao grupo de átomos seja deste grupo de átomos em relação à molécula com um todo (movimentos dos átomos fora do eixo de ligação Vibrações de deformação angular Simétrica fora do plano Assimétrica no plano Simétrica no plano Assimétrica fora do plano Balanço Sacudida Torção Tesoura Modelo mecânico das vibrações de estiramento Aproximação: modelo mecânico de duas massas conectadas por mola F = - K y (1) sendo: F = força restauradora K = constante de força da mola Energia potencial (E) dE = - F dy (2) Substituindo (1) em (2) dE = K y dy (3) Integrando entre a posição de equilíbrio (y = 0) e y (4) Diagrama de energia potencial de um oscilador harmônico O movimento da massa em função do tempo pode ser deduzido da 2a lei de Newton: F = m.a (5) (6) Combinando-se as equações (1), (5) e (6) (7) Solução: y = A.cos (20t + b) (8) Da equação (7) tem-se: (9) (10) Como equação (10) = equação (9) (11) sendo: 0 = freqüência do oscilador mecânico A equação (11) pode ser modificada para descrever o comportamento de um sistema com duas massas: massa reduzida (12) Problema: De acordo com o modelo a energia pode assumir qualquer valor que satisfaça à equação Porém os níveis vibracionais são quantizados só assumem determinados valores de energia Falha no modelo Tratamento quântico das vibrações Modelo oscilador harmônico considerando o caráter quantizado das vibrações: sendo: v = número quântico vibracional v = 0, 1, 2, 3, .......... Combinando-se as equações (12) e (13), tem-se: (13) (14) apenas certos valores discretos de energia podem estar associados à vibração quantizada Transição vibracional (E) Regras de seleção teoria quântica só ocorrem as transições nas quais o número quântico vibracional varia de uma unidade v = 1 Níveis vibracionais igualmente espaçados um único pico de absorção é observado para uma dada vibração molecular Energia vibracional v = 0 v = 1 v = 2 v = 3 v = 4 v = 5 Diagrama de energia e os níveis vibracionais Ex: Transição v = 0 v = 1 Transição v = 1 v = 2 E = h 0 E = h 0 Transição v = 2 v = 3 Transição v = 3 v = 4 E = h 0 E = h 0 Quaisquer que sejam os níveis vibracionais envolvidos a energia envolvida na transição é a mesma é também idêntica à energia prevista pelo modelo da mecânica clássica para a energia de vibração de duas massas fixas por uma mola Em termos do número de onda ( ) _ Em termos do número de onda () sendo: [] = cm-1 [K] = N/m ou dina/cm [c] = m/s ou cm/s [] = kg ou g OBS: Ligações simples K 3,0 x 102 – 8,0 x 102 N/m (5,0 x 102 N/m) Ligações duplas K 1,0 x 103 N/m Ligações triplas K 1,5 x 103 N/m Exercício: Calcular o número de onda aproximado para os seguintes estiramentos: (a) C – H (b) F – H sendo: = número de onda (cm-1) c = velocidade da luz (cm/s) = 3,0 x 1010 cm/s K = constante de força da ligação (dina/cm) m1, m2 = massa dos átomos 1 e 2, respectivamente (g) estiramento C – H mC = 19,8 x 10-24 g e mH = 1,64 x 10-24 g OBS: Na prática observa-se bandas associadas ao estiramento C – H na faixa de 3300-2850 cm-1 desvios podem ser associados a fenômenos não considerados na fórmula interações entre os átomos de C e o resto da molécula e o tipo de hibridização do C (b) estiramento F - H mF = 31,2 x 10-24 g F - H < C - H na realidade F - H = 4138 cm-1 e C - H = 3050 cm-1 a constante de força (K) da ligação F - H é maior do que a da C – H quanto maior a diferença entre a eletronegatividade do par de átomos, maior a constante de força da ligação _ _ _ _ K = 9,479 x 105 dina/cm A posição da banda no espectro pode ser usada para calcular a constante de força da ligação. Assim, para aligação H - F Tratamento mecânica clássica ou mecânica quântica oscilador harmônico energia potencial do oscilador varia periodicamente com a variação na distância entre as massas não descreve bem a vibração molecular: quando os dois átomos se aproximam repulsão coulômbica entre os núcleos força que age na mesma direção da força restauradora E aumenta mais rapidamente que o previsto pelo modelo do oscilador harmônico quando a distância interatômica se aproxima daquela onde ocorre a dissociação dos átomos decréscimo da força restauradora decréscimo de E mais rapidamente que o previsto pelo modelo do oscilador harmônico Oscilador anarmônico Oscilador anarmônico Diagrama de energia potencial do oscilador anarmônico OBS: Para números quânticos (v) elevados E torna-se menor regra de seleção não é obtida rigorosamente transições com v = 2 ou 3 são observadas sobretons Sobretons picos que aparecem a frequências duas a três vezes maiores que a frequência da vibração fundamental (pouco intensos) Os espectros vibracionais podem se complicar devido à possibilidade de interações entre as diferentes vibrações da molécula picos a frequências iguais à soma ou à diferença entre as frequências das vibrações fundamentais Estimativa do número de vibrações fundamentais Graus de liberdade de uma molécula = graus de liberdade de seus átomos individualmente Cada átomo 3 graus de liberdade x, y, z Molécula 3 N graus de liberdade Movimentos da molécula: translação perda de três graus de liberdade rotação perda de até três graus de liberdade vibrações dos átomos uns em relação aos outros Número de vibrações fundamentais da molécula 3 N – 6 Molécula linear 3N - 5 Espectros de absorção no IV de moléculas poliatômicas Aumento do número de bandas de absorção no espectro no IV das moléculas com o aumento do número de átomos Número de vibrações fundamentais 3 N – 6 (valor teórico nem sempre é observado) Fatores que tendem a reduzir o número de vibrações fundamentais simetria da molécula é tal que uma dada vibração não altera o seu momento de dipolo as energias de duas ou mais vibrações são idênticas ou quase idênticas intensidade de absorção é muito baixa para ser detectada o comprimento de onda da radiação corresponde a dada vibração está fora da faixa de detecção do instrumento Ex: 1) CO2 molécula linear com três átomos 3 N graus de liberdade rotação: - 2 G. L. translação: - 3 G. L. número de vibrações fundamentais = 3 N – 5 (2) estiramento assimétrico ( = 2350 cm-1) (3) deformação angular simétrica no plano ( = 667 cm-1) (4) deformação angular simétrica no plano ( = 667 cm-1) (1) estiramento simétrico Na prática 2 bandas de absorção 2350 cm-1 e 667 cm-1 (1) é inativa no IV não altera o momento de dipolo da molécula (3) e (4) são idênticas movimentos de deformação possíveis nos planos em torno do eixo de ligação 39 2) H2O molécula angular com 3 átomos 3 N graus de liberdade rotação – 3 G.L. translação – 3 G. L. número de vibrações fundamentais = 3N – 6 (1) estiramento simétrico ( = 3650 cm-1) (3) deformação angular no plano ( = 1596 cm-1) (2) estiramento assimétrico (=3760cm-1) Fatores que tendem a alterar as frequências de vibração fundamentais Interações entre as vibrações acoplamentos vibracionais acoplamento entre vibrações de estiramento existe átomo comum às duas vibrações acoplamento entre vibrações de deformação existência de ligação comum entre os átomos que vibram acoplamento entre estiramento e deformação ligação que vibra forma um dos lados do ângulo que se deforma pouca ou nenhuma interação é observada entre grupos separados por duas ou mais ligações acoplamento requer que as vibrações sejam da mesma classe de simetria OBS: Estiramentos ocorrem a maiores do que as deformações. Estiramentos simétricos e assimétricos geralmente ocorrem a próximos. O acoplamento das vibrações é fenômeno comum posição do pico de absorção correspondente a dado grupo funcional varia um pouco. Ex: estiramento C - O - metanol CH3 - O - H = 1034 cm-1 - etanol CH3 – CH2 - O - H = 1053 cm-1 - butanol-2 CH3 - CH2 – C(OH)H - CH3 = 1105 cm-1 Estas variações resultam do acoplamento do estiramento C - O com o estiramento C - C vizinho ou com as vibrações C – H INSTRUMENTOS PARA MEDIDAS DE ABSORÇÃO MOLECULAR NO INFRAVERMELHO Três tipos básicos de instrumentos para medidas de absorção de radiação IV : espectrofotômetros dispersivos (monocromador reticular) uso em análises qualitativas espectrômetros multiplex (interferométricos - uso de transformada de Fourier) uso em análises quantitativas e qualitativas fotômetros não dispersivos determinação quantitativa de espécies orgânicas presentes na atmosfera Componentes básicos: Fonte Amostra Disp. Sel. de Detector Proc. e Leitura Fontes: Características: estabilidade fornecer espectro contínuo na região de trabalho potência suficiente para ser detectada Espectrofotômetros dispersivos e fotômetros Fontes de IV sólidos inertes aquecidos eletricamente a temperaturas entre 1500 – 2000 K Curvas de radiação do corpo negro Filamento de Nernst (IV médio) Óxidos de terras raras (Th, Ce) moldados em um cilindro de = 1 a 2 mm e L = 20 mm Máximo de energia = 1,4 m (1400 nm) Fonte incandescente (1200 K- 2200 K) Fragilidade mecânica Necessita de aquecimento prévio para se tornar condutor Resistência decresce com aumento da temperatura dispositivo para limitar a corrente Distribuição espectral da energia de um filamento de Nernst operando a 2200 K Globar (IV médio e afastado) Fonte incandescente (1300 K – 1500 K) Bastão de carbeto de silício = 5 mm e L = 50 mm Distribuição espectral de energia semelhante à do filamento de Nernst Máxima intensidade de energia 1,8 –2,0 m Refrigeração contínua com água corrente evitar arco voltaico Coeficiente de resistência positivo Intensidade de radiação é comparável à do filamento de Nernst Hélice de Ni-Cr (IV médio) Fio espiral de Ni-Cr aquecido por corrente elétrica Fonte incandescente (1100 K) Intensidade menor que Globar ou filamento de Nernst, mas é mais durável Lâmpada de arco de mercúrio (IV afastado > 50 m) Tubo de quartzo contendo vapor de Hg a p > 1 atm Passagem de corrente elétrica através do vapor forma uma fonte interna de plasma radiação contínua na região IV afastado Lâmpada de filamento de W (IV próximo) Fonte adequada para IV próximo 4000 – 12800 cm-1 (2,5 a 0,78 m) Laser de CO2 sintonizável Fonte para monitoramento de poluentes no ar atmosférico e para determinação de espécies em soluções aquosas Espectro de banda entre 900 e 1100 cm-1 constituído por linhas ( 100) muito próximas Útil para determinação quantitativa de butadieno, amoníaco, benzeno, etanol, dióxido de nitrogênio e tricloroetileno Potência em cada linha é muito maior que a das fontes incandescentes Detectores Radiação IV detectores três tipos: térmicos espectrofotômetros dispersivos e fotômetros piroelétricos espectrofotômetros dispersivos, fotômetros e espectrômetros interferométricos fotocondutores espectrômetros interferométricos Térmicos Radiação IV é absorvida por um pequeno corpo negro e a variação de temperatura resultante é medida Capacidade térmica do material deve ser a menor possível para detectar a variação de temperatura ( 10-3 K) Características: resposta depende do efeito de aquecimento da radiação usados em ampla faixa de detectores encapsulados e abrigados de radiação térmica produzida por objetos na vizinhança evitar ruídos térmicos a radiação é modulada para minimizar sinais estranhos Termopar Par bimetálico cujas extremidades são soldadas (ex: Bi e Sb) junção dos dois metais geração de mV proporcional a T entre eles Junção é enegrecida (melhorar a capacidade de absorver calor) e selada numa câmara sob vácuo com janela transparente à radiação IV Bom detector responder a diferençasde temperaturas na faixa de 10-6 K Detector mais utilizado no IV médio Tempo de resposta : 40 ms Bolômetro Tipo de termômetro de resistência construído por tiras de metal (Pt ou Ni) ou por material semicondutor (ex: Si ou Ge) apresentam grande variação na resistência com a temperatura Menos utilizados que termopares Faixa de 2000 a 25 m (5 – 400cm-1) detetor ideal bolômetro de Ge operando a 1,5 K (necessidade de resfriamento com He líquido) Detector piroelétrico (DTGS) Pastilha de material piroelétrico, que é um isolante (dielétrico) com propriedades térmicas e elétricas especiais (sulfato de triglicina - (NH2CH2COOH)3.H2SO4, usualmente deuterado) Cristal de sulfato de triglicina montado entre dois eletrodos paralelos, um deles transparente à radiação IV capacitor dependente de T radiação IV incide no cristal alteração na distribuição de cargas no cristal detectada como corrente no circuito externo Magnitude da corrente é proporcional à área do cristal e à taxa de polarização com a temperatura Tempo de resposta muito rápido uso nos espectrofotômetros interferométricos Mais sensível que o termopar Fotocondutores Consistem num filme de material semicondutor (PbS, PbTe, PbSe, InSb) com espessura de 0,1 m depositado numa placa de vidro não condutora e selado sob vácuo num invólucro para proteção do semicondutor Baseiam-se no efeito fotocondutor interno em consequência da transição de um elétron de uma banda de valência (não-condutora) para uma banda de condução decréscimo da resistência elétrica do semicondutor Montagem detector em série com fonte de alimentação e resistência queda de voltagem na resistência medir a potência do feixe de IV IV próximo (1 a 3 m) PbS (operado a T ambiente) IV médio/afastado HgTe/CdTe (resfriados com N2 líquido (minimizar ruído térmico) - MCT Mais rápidos (tempo de resposta < 10 s) e mais sensíveis que detectores térmicos e piroelétricos usados em espectrofotômetros interferométricos e em CG-IV Espectrômetros por Transformada de Fourier Inicialmente: caros ( > U$ 100000) volumosos ajustes mecânicos freqüentes uso limitado atualmente mais baratos ( U$ 25000 - 30000 ) compactos manutenção fácil substituindo gradativamente os instrumentos dispersivos Espectrômetro FTIR Instrumentos analíticos multiplex Dispositivos de canal único no qual todos os elementos do sinal são observados simultaneamente Não possuem dispositivo para seleção de (filtros ou monocromadores) Fazem uso da transformada de Fourier para decodificar o sinal INSTRUMENTOS POR TRANSFORMADA DE FOURIER Vantagens da espectroscopia por transformada de Fourier equipamentos têm menos componentes óticos e não possuem fendas para atenuar a radiação potência da radiação que alcança o detetor é maior que nos instrumentos dispersivos assim como a relação sinal/ruído Vantagem Jacquinot elevada exatidão e precisão na determinação dos (ou ) possibilidade de calcular a média dos sinais melhora a relação sinal/ruído todas as frequências da fonte alcançam o detector simultaneamente redução do tempo para aquisição do espectro Vantagem multiplex Espectroscopia no domínio tempo X domínio de frequências Representação de espectros nos domínios tempo (a, b) e frequência (c, d, e) Representação de espectros no domínio tempo para uma fonte policromática Domínio tempo e domínio frequência mesmas informações convertidos um no outro: P(t) = k [cos(21t) + cos (22t)] k = constante; t = tempo Obtenção de espectros no domínio tempo ( P = f(t) ) Espectroscopia ótica radiações com alta frequência (1011 – 1015 Hz) não existem transdutores que respondam a variações de potência de radiações com frequências tão elevadas Necessidade de “modular” o sinal: sinal de alta frequência sinal de frequência mensurável sem distorcer a dependência original de P = f(t) Interferômetro de Michelson Representação esquemática do interferômetro de Michelson iluminado com radiação monocromática Movimentação de um dos espelhos flutuação da potência que alcança o detector: posição = 0 (M = F) posição = posição = (M – F = ) interferência destrutiva máxima P=0 interferência construtiva máxima P é máxima recombinação dos feixes “em fase” interferência construtiva máxima P é máxima Definindo: = retardação = 2 (M-F) diferença entre o percurso dos feixes divididos P(t) vs interferograma ( frequência() << frequência() ) sendo: vM = velocidade de movimentação do espelho (cm/s) = tempo para espelho percorrer /2 cm (1 ciclo) (s) f = freqüência de oscilação do sinal no detector (s-1) Relação entre a frequência da fonte () e a do interferograma (f) como: vM = constante f Ex: vM = 1,5 cm/s f = 10-10 f <<< Transformação dos interferogramas em espectros radiação monocromática onde: P() = potência no domínio tempo B() = termo proporcional à potência no domínio sendo: então: mas: = 2 vM t assim: _ 71 Radiação formada por dois comprimentos de onda diferentes Para espectro contínuo obtenção de B() transformada de Fourier Espectroscopia por Transformada de Fourier aquisição do interferograma espectro P() vs (P() vs ) cálculos matemáticos complexos (computadores) Espectros do background, da amostra e da amostra corrigido Componentes dos espectrômetros por transformada de Fourier (FTIR) Componentes básicos Fonte Interferô-metro Amostra Detector Aquisição de dados Interferômetro de Michelson mecanismo para movimentação do espelho velocidade de movimentação do espelho constante posição do espelho conhecida exatamente a cada instante IV longínquo parafuso micrométrico acionado por motor IV médio/próximo mecanismo mais sofisticado modelos com três interferômetros fonte de IV luz branca determinação exata do ponto zero de retardação laser (He/Ne) obtenção dos interferogramas a intervalos de aquisição precisamente espaçados interferômetro triplo elevada precisão na determinação das frequências espectrais importante quando se calcula a média das várias varreduras espectrais Interferômetro triplo para espectrômetros FTIR Sinais no domínio tempo para os três interferômetros presentes num espectrômetro FTIR modelos com interferômetro único (equipamentos atuais) feixe laser paralelo ao feixe IV = 0 calculado pelo interferograma do feixe IV Representação esquemática de espectrômetro FTIR com interferômetro único Representação esquemática de espectrômetro FTIR com interferômetro único Divisor de feixe dividir o feixe 50% transmitido 50% refletido IV afastado filme de Mylar entre duas placas de sólido com baixo índice de refração IV médio filme de Si ou Ge depositado sobre CsI, CsBr, NaCl ou KBr IV próximo filme de Fe2O3 depositado sobre CaF2 Fontes e transdutores Fontes as mesmas dos instrumentos dispersivos Detectores Detector piroelétrico sulfato de triglicina IV médio Detector fotocondutor maior sensibilidade resposta mais rápida Cd/Hg Te (MCT) ou InSb refrigerados com N2 líquido Características dos espectrômetros por transformada de Fourier Feixe simples Operação: obtenção do interferograma do material de referência (branco) média de 20 a 30 aquisições tratamento de dados armazenados como espectro de referência obtenção do interferograma da amostra média de 20 a 30 aquisições relação entre os dados espectrais da amostra e da referência espectro de absorção OBS: Equipamentos modernos fontes e detectores estáveis espectro de referência medido ocasionalmente Preço: equipamentos simples U$ 25000 – 30000 (7800 – 350 cm-1) equipamentos sofisticados U$ 150000 (25000 – 10 cm-1) fontes, detectores e divisores de feixe intercambiáveis resolução instrumentos comerciais 8– 0,01 cm-1 Vantagens sobre os instrumentos dispersivos IV médio FTIR maior sensiblidade melhor relação sinal ruído rapidez na aquisição dos espectros resolução elevada ( < 0,1 cm-1) determinação dos com maior precisão e exatidão sistema ótico quantidade de energia que atravessa o instrumento 10 a 100 x maior não tem problema de radiação estranha não tem limitações a aplicação em determinações quantitativas Aplicações do instrumento Trabalhos em que elevada resolução é necessária (misturas gasosas) Amostras com absorbâncias elevadas Substâncias com bandas de absorção fracas espécies quimicamente adsorvidas em catalisadores Análises que requerem rápida determinação do espectro estudos cinéticos, detecção de efluentes cromatográficos Obtenção de espectros de reflexão Estudos por emissão de RIV Instrumentos não dispersivos Fotômetros de filtro análise quantitativa de substâncias orgânicas na atmosfera Fotômetro infravermelho portátil para análise de gases fonte hélice de Ni-Cr detector piroelétrico seleção do de trabalho filtros de interferência intercambiáveis (3000–750 cm-1) amostra introduzida por bombeamento percurso da radiação 0,50 m 20 m (espelhos no compartimento da amostra) aplicação: análise de acrilonitrila, hidrocarbonetos clorados, CO, fosgênio e HCN Fotômetros sem filtro monitoração de um único componente em correntes gasosas Referência gás que não absorve radiação Detector célula sensora com dois compartimentos preenchidos com o gás em análise Fotômetro no IV não dispersivo para monitorar CO Instrumento automático para análise quantitativa Fotômetro automático para análise quantitativa no IV Seleção de filtros três placas espelhadas parcialmente transparentes separadas por camada de dielétrico em forma de cunha transmitido varia com a espessura da cunha Controlado por computador programado para medir absorbância de mistura de vários componentes em vários e depois computar a concentração de cada componente _ _ _ image1.wmf l = n 1 oleObject1.bin image2.wmf 100 x P P (%) T 0 = image3.wmf P P log ) T log( P P log A 0 0 = - = - = oleObject2.bin oleObject3.bin image4.jpeg image5.gif image6.gif image7.gif image8.gif image9.gif image10.gif image11.png image12.jpeg image13.wmf ò ò = E 0 y 0 dy y K dE image14.wmf 2 y K 2 1 E = oleObject4.bin oleObject5.bin image15.wmf 2 y K 2 1 E = image16.png oleObject6.bin image17.wmf 2 2 dt y d a = image18.wmf y . K dt y d . m 2 2 - = oleObject7.bin oleObject8.bin image19.wmf y 4 ) t 2 cos( . A 4 dt y d 2 0 2 0 2 0 2 2 2 n p - = pn n p - = image20.wmf y m K dt y d 2 2 - = image21.wmf 2 0 2 4 m K n p = image22.wmf m K 2 1 0 p = n image23.wmf \ oleObject13.bin oleObject9.bin oleObject10.bin oleObject11.bin oleObject12.bin image24.wmf 2 1 2 1 0 m . m ) m m ( K 2 1 K 2 1 + p = m p = n image25.wmf ) m m ( m . m 2 1 2 1 + = m oleObject14.bin oleObject15.bin oleObject16.bin image26.wmf m p ÷ ø ö ç è æ + = n K 2 1 . 2 1 v image27.wmf 0 2 1 v n ÷ ø ö ç è æ + = n oleObject17.bin oleObject18.bin image28.wmf 0 . h . 2 1 v h E n ÷ ø ö ç è æ + = n = oleObject19.bin image29.png image30.wmf 0 0 h 2 1 E n = image31.wmf 0 1 h 2 3 E n = image32.wmf 0 1 h 2 3 E n = image33.wmf 0 2 h 2 5 E n = image34.wmf 0 4 h 2 9 E n = image35.wmf 0 3 h 2 7 E n = image36.wmf 0 2 h 2 5 E n = image37.wmf 0 3 h 2 7 E n = oleObject24.bin oleObject25.bin oleObject26.bin oleObject27.bin oleObject20.bin oleObject21.bin oleObject22.bin oleObject23.bin image38.wmf foton 0 E K 2 h h E = m p = n = D image39.wmf m p = n = n K 2 1 0 foton image40.wmf 2 1 2 1 m . m ) m m ( K c 2 1 K c 2 1 + p = m p = n oleObject28.bin oleObject29.bin oleObject30.bin image41.wmf 2 1 2 1 12 2 1 2 1 m . m ) m m ( K 10 x 3 , 5 m . m ) m m ( K c 2 1 K c 2 1 + = + p = m p = n - oleObject31.bin image42.wmf 2 1 2 1 m . m ) m m ( K c 2 1 + p = n oleObject32.bin image43.wmf ) 10 x 8 , 19 x 10 x 64 , 1 ( 10 x ) 64 , 1 8 , 19 ( 10 x 0 , 5 ) 10 x 0 , 3 ( 2 1 24 24 24 5 10 - - - + p = n image44.wmf m) 3,28 ( cm 3050 cm 10 x 05 , 3 1 -1 3 m = l = = n - oleObject33.bin oleObject34.bin image45.wmf 1 - 24 24 24 5 10 cm 3010 ) 10 x 2 , 31 x 10 x 64 , 1 ( 10 x ) 64 , 1 2 , 31 ( 10 x 0 , 5 ) 10 x 3 ( 2 1 = + p = n - - - oleObject35.bin image46.wmf 24 24 24 10 10 x 2 , 31 x 10 x 64 , 1 10 x ) 64 , 1 2 , 31 ( K ) 10 x 3 ( 2 1 4138 - - - + p = oleObject36.bin image47.jpeg image48.jpeg image49.jpeg image50.jpeg image51.jpeg image52.gif image53.jpeg image54.jpeg image55.jpeg image56.gif image57.jpeg image58.jpeg image59.jpeg image60.jpeg image61.jpeg image62.jpeg image63.wmf 4 l image64.wmf ÷ ø ö ç è æ l = - 2 F M image65.wmf 2 l oleObject37.bin oleObject38.bin oleObject39.bin image66.wmf 2 x v M l = t image67.wmf l = t = M v 2 1 f image68.wmf ν v 2 f M = oleObject40.bin oleObject41.bin oleObject42.bin image69.wmf l = M v 2 f image70.wmf n = l c image71.wmf c v 2 f M n = image72.wmf n = 10 10 x 3 5 , 1 x 2 f image73.wmf \ oleObject47.bin oleObject43.bin oleObject44.bin oleObject45.bin oleObject46.bin image74.wmf ν v 2 f M = image75.wmf t f π 2 cos ) ν ( B ) δ ( P = image76.wmf t ν v π 4 cos ) ν ( B ) δ ( P M = image77.wmf ν δ π 2 cos ) ν ( B ) δ ( P = oleObject51.bin oleObject48.bin oleObject49.bin oleObject50.bin image78.wmf ν d . ) ν πδ cos(2 ) ν ( B ) δ ( P ò = ¥ + ¥ - image79.wmf ) ν δ π cos(2 ) ν B( ) ν δ π 2 cos( ) ν ( B ) δ ( P 2 2 1 1 + = image80.wmf d ò n pd d = n ¥ + ¥ - d . ) cos(2 ) ( B ) ( B oleObject52.bin oleObject53.bin oleObject54.bin image81.jpeg image82.jpeg image83.jpeg image84.jpeg image85.jpeg image86.jpeg image87.jpeg image88.jpeg image89.gif image90.jpeg image91.png image92.jpeg