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NÃO PODE FALTAR ESTRUTURAÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DA GESTÃO DA QUALIDADE E SEGURANÇA DO PACIENTE Emanuel Nunes Imprimir CONVITE AO ESTUDO Olá! Você está avançando cada vez mais na temática sobre gestão, qualidade e segurança do paciente, e aqui aprofundaremos alguns novos conceitos. Uma das coisas mais comuns quando chegamos a um novo local de trabalho é observar de forma instintiva como aquele lugar funciona e pensar em algum tipo de mudança, porém nem sempre as ideias são de fato necessárias ou aceitas. O motivo não é por não serem boas, mas por não haver uma estratégia de Fonte: Shutterstock. Deseja ouvir este material? Áudio disponível no material digital. 0 Ve r an ot aç õe s implementação delas. Desse modo, nesta seção, você aprenderá como detectar oportunidades de melhoria e implantar mudanças necessárias de forma assertiva, para, assim, alcançar o resultado esperado pelo serviço de saúde. É fundamental que você assimile os conceitos e as aplicações que discutiremos no decorrer desta seção, a fim de que possa realizar mudanças quando necessário no seu trabalho. Cada vez mais, o mercado de trabalho busca se destacar pela qualidade dos serviços prestados, e você precisa se preparar para esta realidade e correspondê-la efetivamente. Para tanto, aprofundaremos como conhecer os processos, mapeando-os; como implantar as melhorias; e, sobretudo, como auditar e controlar o andamento dessas mudanças. Aproveite e pratique no seu ambiente de trabalho. PRATICAR PARA APRENDER Nesta seção, você está convidado a descobrir métodos para conhecer como funciona a operação, os fluxos e tudo aquilo que interfere no processo de trabalho de uma organização de saúde. Conhecer é o princípio essencial da mudança de melhoria da qualidade, uma vez que, se você compreende como tudo acontece, fica mais claro onde se deve atuar e onde estão as fragilidades que precisam ser trabalhadas. Da etapa de conhecimento até a implantação de melhorias, há um caminho metodológico a seguir, e aprofundaremos isso nesta seção. Aproveite, pois você poderá gerar grandes mudanças no seu ambiente de trabalho a partir do conhecimento que adquirirá nesta seção. O sonho de todo profissional de saúde é atuar em um ambiente onde tudo fosse perfeitamente organizado, onde cada processo fosse infalível e que tudo corresse como o previsto. Isso não é impossível, mas é preciso muito trabalho para nos aproximarmos desta utopia. Para contextualizarmos esta seção, junto às 0 Ve r an ot aç õe s possíveis situações da prática profissional, adentraremos ao cotidiano de um consultor de uma empresa especializada em assessoria em gestão da qualidade para serviços de saúde. Dessa forma, imagine-se no lugar desse consultor. Você foi chamado para prestar uma assessoria de qualidade para um serviço de saúde que fornece vacinas que não são oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O gestor repassou a informação de que está com muitas perdas, pois vacinas estão sendo desprezadas devido ao vencimento e por estarem estragadas pela temperatura inadequada do refrigerador. No seu ímpeto de mudança, certamente, já deve ter pensado em uma solução, mas ela será assertiva? Qual caminho você pode seguir para resolver esse problema com as vacinas? Você busca por melhorias e mudanças? Quando você estuda e se prepara, você é a própria mudança, pois transformará os outros pelo exemplo. CONCEITO-CHAVE MAPEAMENTO DE PROCESSO EM SAÚDE Como realizar uma mudança em um processo que não conhecemos? Até pode acontecer uma mudança, e não uma melhoria necessariamente. Então, antes de pensar em melhorar alguma coisa, é preciso conhecer em profundidade, pois só assim haverá a possibilidade de visualizar as falhas ou lacunas a serem preenchidas por melhores processos. Então, por onde devemos começar? Podemos começar pelo mapeamento de processo. O que isso significa? Mapeamento de processo é o método de conhecer o funcionamento da organização, ver de forma clara cada etapa dos processos e os fluxos e, assim, identificar as falhas, os problemas ou os fatores que impedem o bom desempenho de uma atividade ou de um serviço. Por exemplo, é bem comum o retrabalho, algo que não foi bem feito precisa ser refeito, isso gera custo e tempo e pode impactar nos resultados. O grande objetivo é identificar as falhas e melhorar os processos, pensando num melhor resultado e na satisfação total dos clientes. Vamos ver como se mapeia um processo? Existem muitas possibilidades, 0 Ve r an ot aç õe s mas qual é a melhor? É aquela que ajuda a alcançar o seu objetivo e atende às suas necessidades. Desse modo, deixaremos aqui algumas sugestões. Pode-se mapear o processo utilizando os seguintes métodos: 1. Entrevista com os colaboradores, a fim de compreender como eles entendem o processo. 2. Aplicação de questionários para identificar informações relevantes para a compressão do processo. 3. Promoção de reuniões com as equipes, com o objetivo de entender os processos. 4. Observar diretamente a operação de cada atividade e coletar dados e evidências. 5. Estudo dos arquivos, dos sistemas e das documentações existentes sobre os processos. Vale ressaltar que não há método mais eficaz que outro, isso depende do quanto os dados refletem a realidade do seu serviço. As perguntas colocadas na Figura 2.1 ajudarão a entender o que deve ser observado no processo e a perceber as oportunidades de melhoria. O que importa, na verdade, é verificar se o que você coletou ajudará a gerar mudanças no processo. REFLITA Você já teve aquela sensação de que a solução pensada para um determinado problema parece não ter conexão, como se a possível solução fora idealizada por alguém que desconhecia a situação? Imagine uma organização que tenha uma estrutura hierárquica vertical, na qual a alta gestão desconhece a realidade do que ocorre no operacional de sua organização. Será que é possível mapear os processos, descobrir os verdadeiros problemas e encontrar soluções assertivas? Figura 2.1 | O que deve ser identificado no mapeamento de um processo 0 Ve r an ot aç õe s Fonte: elaborada pelo autor. ETAPAS DE IMPLEMENTAÇÃO DO PROCESSO DE QUALIDADE EM SAÚDE Você observou que a última pergunta da Figura 2.1 refere-se à oportunidade de melhoria? Todo o mapeamento se desenvolve para chegar à resposta desta questão: o que podemos melhorar neste processo? É justamente aqui que pode ocorrer o grande equívoco. E que erro seria este? Basicamente, tentar mudar os processos sozinho, munido de empolgação e ansiedade. Lembre-se desta advertência: toda mudança de melhoria, para ser sustentável, precisa ser implantada em conjunto, com a participação de todos que atuam direta ou indiretamente naquele processo. Após identificar a oportunidade de melhoria, é necessário colocar em prática a mudança desejada. Para tanto, usaremos a metodologia de melhoria da qualidade proposta pelo Institute for Healthcare Improvement (IHI) (2011). Para entender melhor este método de mudança de melhoria, dividiremos em algumas etapas. Primeira etapa: Consiste em responder a três perguntas fundamentais: 0 Ve r an ot aç õe s O que estamos tentando realizar? Como saber se a mudança resultou em melhoria? Qual mudança pode resultar em melhoria? Segunda etapa: Consiste na aplicação do ciclo Plan-Do-Check-Act (PDCA), também conhecido como ciclo da melhoria contínua de Deming. O ciclo PDCA significa: Plan = planejar; Do = fazer; Check = verificar; Act = agir, padronizar ou corrigir. A finalidade do ciclo é operacionalizar o processo de trabalho e permitir visualizar resultados tangíveis das intervenções de melhoria. A fase “planejar” consiste nas ações que serão realizadas para o alcance do objetivo. Serve, basicamente, para definir o que se pretende fazer. Para tanto, utilizamos estas cinco perguntas para o planejamento: O quê? Quem? Quando? Onde? Quais dados coletar? Na fase “fazer” do ciclo, propõe-se a realização de testesem escala menor, ou seja, implementar o plano de ação, segundo o planejamento realizado na fase anterior. Na fase “verificar”, almeja-se a análise dos dados e a verificação dos resultados obtidos. E, por fim, na fase “agir”, espera-se o refinamento das mudanças, tendo como norte o que foi apreendido na fase de teste. Na Figura 2.2, você verá um resumo dessas etapas do processo de melhoria da qualidade. 0 Ve r an ot aç õe s Perceba que o método adotado é o mais amplamente utilizado na área da saúde. Ele é claro e objetivo, basta seguir os passos para conseguir realizá-lo. ASSIMILE Para que haja mudança e melhoria em uma organização de saúde, é necessário, primeiramente, conhecer onde estão as falhas ou lacunas nos processos. Para isso, utilizamos a ferramenta de mapeamento de processo. Uma vez munido desses dados, é hora de escutar e compartilhar com a equipe, para compreender qual é a visão dela dos dados que você levantou. Pode-se aproveitar para esclarecer para todos que a ideia não é achar problemas, mas resolvê-los, e que a participação do time é essencial, inclusive para reportar falhas não identificadas no mapeamento. E não esqueça: um mapeamento minucioso trará dados fidedignos, e isso é fundamental para entender o funcionamento do processo e melhorá-lo. Figura 2.2 | Ciclo de melhoria, segundo IHI (2011) Fonte: elaborada pelo autor. 0 Ve r an ot aç õe s AUDITORIA DOS PROCESSOS DE QUALIDADE E SEGURANÇA DO PACIENTE Imagine se toda mudança de melhoria da qualidade implantada fosse seguida por todos e que houvesse o resultado esperado de acordo com o planejamento? Seria incrível, não é mesmo? Mas, isso não acontece? Nem sempre, pois o ser humano tem a tendência de acomodar-se com o passar do tempo e deixar de realizar o que foi determinado se não houver algum tipo de estímulo, que pode ser de qualquer ordem. No nosso contexto, utilizaremos a auditoria, que também pode ser interpretada como supervisão do processo, porque ela tem mais significado quando pensamos em mudança de melhoria. Auditoria tem a conotação de identificar “furos” no processo implementado para refinar as ações e manter o processo novo sustentável. Já supervisão é algo mais rígido, inflexível e não focado no refinamento necessariamente, além de ter mais enfoque na cobrança de que as etapas do processo sejam seguidas rigorosamente. Desse modo, a auditoria faz muito mais sentido, pois buscamos a consciência do colaborador em realizar aquilo por ser importante, e não porque existe alguém supervisionando. A auditoria de processos pode ser feita de muitas formas. Destacaremos as principais: Prospectiva: acompanhamento do processo por meio da observação direta. A principal vantagem é que você identifica a falha em tempo real e consegue propor ações de melhoria imediatamente, enquanto a desvantagem é que, se não for feita de forma adequada, pode constranger o colaborador ou induzi-lo a fazer certo só no momento da auditoria. Retrospectiva: análise de documentos, arquivos e prontuários. A vantagem desse método é que não envolve pessoas, e sim o que está registrado. Por outro lado, a desvantagem é que, se não houver registros, a auditoria não tem bons resultados. 0 Ve r an ot aç õe s Em suma, a auditoria deve ser uma ferramenta de refinamento contínuo dos processos, visto que ela faz parte de um ciclo de melhoria, conforme a Figura 2.3. EXEMPLIFICANDO Com relação à auditoria de processos, não tem como dizer qual método é o melhor, o que você pode levar em consideração é o seguinte questionamento: o que quero com essa auditoria? Saber se o processo novo está acontecendo conforme o previsto. Sendo assim, você escolherá qual método atende melhor a essa necessidade. Vale ressaltar que pode ser feito por amostragem também. Não é possível acompanhar todos os processos, mas uma amostra sim. Por exemplo, um determinado período do dia, da jornada, da escala, enfim, seja qual for o modelo que você escolher, não esqueça: o objetivo da auditoria não é cobrança pura e simples, é identificar novas oportunidades de melhoria naquele processo. Figura 2.3 | Ciclo de melhoria de processos Fonte: elaborada pelo autor. Chegamos ao fim desta seção. Desejamos que você faça muitas melhorias por onde passar, não somente munido pela vontade de mudança mas também instrumentalizado com técnica e estratégia. Na Figura 2.3, há um resumo especial 0 Ve r an ot aç õe s para você não esquecer por onde se inicia uma mudança de melhoria. Agora é com você! FAÇA A VALER A PENA Questão 1 O grande objetivo do mapeamento de processo é identificar as falhas e melhorar os processos, pensando num melhor resultado e na satisfação total dos clientes. Pode-se mapear o processo utilizando os seguintes métodos: I. Entrevista somente com os gestores, a fim de compreender como eles entendem o processo. II. Promoção de reuniões com as equipes de líderes, com o objetivo de entender os processos. III. Observar diretamente a operação de cada atividade e coletar dados e evidências. IV. Estudo dos arquivos, dos sistemas e das documentações existentes sobre os processos. Considerando o contexto apresentado, é correto o que se afirma em: a. I, apenas. b. I e II, apenas. c. II e III, apenas. d. III e IV, apenas. e. II, III e IV, apenas. Questão 2 O ciclo PDCA significa: Plan = planejar; Do = fazer; Check = verificar; Act = agir, padronizar ou corrigir. A finalidade do ciclo é operacionalizar o processo de trabalho e permitir visualizar resultados tangíveis das intervenções de melhoria. 0 Ve r an ot aç õe s A partir dele, conseguimos responder a cinco perguntas: o quê? Quem? Quando? Onde? Quais dados coletar? Em qual etapa do ciclo de PDCA utilizamos as cinco perguntas citadas no texto- base? a. Plan = planejar. b. Do = fazer. c. Check = verificar. d. Act = agir. e. Agree = aceitar. Questão 3 Além de implementar um processo de mudança para melhoria da qualidade, é necessário também o acompanhamento sistemático do processo, para verificar se o que foi implementado está acontecendo e se precisa de algum refinamento. A _______________ de processos pode ser feita de muitas formas, por exemplo: 1. ______________, que é o acompanhamento do processo por meio da observação direta; 2. ______________, que é a análise de documentos, arquivos e prontuários. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas: a. melhoria; processo; mudança. b. auditoria; prospectiva; retrospectiva. c. mudança; melhoria; processo. d. análise; antes; depois. e. auditoria; retrospectiva; prospectiva. REFERÊNCIAS 0 Ve r an ot aç õe s BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Documento de referência para o Programa Nacional de Segurança do Paciente. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: https://bit.ly/3pvp163. Acesso em: 10 set. 2020. FRANKEL, A.; HARADEN, C.; FEDERICO, F.; LENOCI-EDWARDS, J. A Framework for Safe, Reliable and Effective Care. White Paper. Cambridge, MA: Institute for Healthcare Improvement and Safe & Reliable Healthcare, 2017. Disponível em: https://bit.ly/3atA2QR. Acesso em: 5 nov. 2020. INSTITUTE FOR HEALTHCARE IMPROVEMENT. How to improve. Cambridge, MA: IHI, 2016a. Disponível em: https://bit.ly/3pCoMWZ. Acesso em: 9 nov. 2020. INSTITUTE FOR HEALTHCARE IMPROVEMENT. Plan-Do-Study-Act (PDSA) worksheet. Cambridge, MA: IHI, 2016b. Disponível em: https://bit.ly/3pAv61a. Acesso em: 9 nov. 2020. 0 Ve r an ot aç õe s https://bit.ly/3pvp163 https://bit.ly/3atA2QR https://bit.ly/3pCoMWZ https://bit.ly/3pAv61a FOCO NO MERCADO DE TRABALHO ESTRUTURAÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DA GESTÃO DA QUALIDADE E SEGURANÇA DO PACIENTE Emanuel Nunes Imprimir SEM MEDO DE ERRAR Ao ser chamado para prestar assessoria de qualidade para um serviço de vacinas, você se depara com o seguinte problema: perdas de vacina por vencimento ou por falha na temperatura do refrigerador.Qual caminho seguir? Fonte: Shutterstock. Deseja ouvir este material? Áudio disponível no material digital. 0 Ve r an ot aç õe s Poderia propor que haja um melhor rodízio entre os lotes de vacinas e comprar um novo refrigerador, mas será que este é o problema real? Será mesmo o problema primário, ou é a consequência de processos mal definidos ou seguidos? Desse modo, o primeiro caminho seria conhecer os processos a partir do mapeamento deles. Para isso, você poderia escolher o melhor método; depois, seguir as etapas de mudanças de melhorias até a sua implantação e refinamento. Agora é com você, pois, a partir do que discutimos, você tem plenas condições de propor algo. AVANÇANDO NA PRÁTICA MUDANÇA SEM MELHORIA EFETIVA NO PROCESSO Como você viu no decorrer da seção, a mudança de melhoria tem um caminho metodológico a seguir para ter mais possibilidade de se chegar ao resultado que almejamos. Para compreendermos melhor esse contexto e correlacionarmos com a sua prática profissional, imagine-se no papel de um profissional de saúde recém-chegado em uma importante organização de saúde e que busca por melhoria contínua da qualidade. Na primeira reunião que você participa, são apresentados os resultados do último semestre, assim como são reportadas as mudanças implantadas que não refletiram em melhoria. O responsável pela reunião passa todos os dados e pede que você o ajude na busca de uma solução. Você questiona como é o acompanhamento dos processos de mudança, e recebe a seguinte resposta: visualizamos a mudança pelos resultados dos indicadores ao fim do mês. Esta é uma forma assertiva de acompanhar os processos de mudanças de melhoria? O que você pode propor para que a mudança gere melhoria? RESOLUÇÃO Na presente situação, o que chama atenção é o fato de a organização ter disposição para as mudanças de melhoria, mas não gerar o resultado esperado. Existem algumas abordagens que você poderia optar, por exemplo, 0 Ve r an ot aç õe s questionar se o mapeamento foi realizado corretamente e se a solução proposta tem consonância com o problema. Outra possibilidade seria propor que se faça uma auditoria dos processos para acompanhamento, pois pode ser que eles estejam corretos, mas não aconteçam devido à ausência de gerenciamento. 0 Ve r an ot aç õe s NÃO PODE FALTAR PADRONIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA MULTIPROFISSIONAL Emanuel Nunes Imprimir PRATICAR PARA APRENDER Olá, profissional de saúde em formação! Iniciaremos mais uma seção. Você está indo muito bem e logo aplicará tudo isso no seu dia a dia e fará diferença no mercado de trabalho. Imaginou desenvolver soluções para os problemas no trabalho e, assim, melhorar a assistência, os fluxos e os resultados? É exatamente isso que você está aprendendo e, nesta seção, mergulharemos ainda mais e compreenderemos a relação entre qualidade e padronização da assistência. Fonte: Shutterstock. Deseja ouvir este material? Áudio disponível no material digital. 0 Ve r an ot aç õe s A qualidade e a padronização são indissociáveis. Não é possível ter qualidade sem padronização, pois a padronização confere qualidade necessariamente. Para contextualizar esta questão, imaginaremos que você trabalha em uma organização de saúde que está passando pelo processo de acreditação hospitalar. Hoje, o seu setor recebeu a primeira visita da Organização Nacional de Acreditação Hospitalar (ONA), e foi solicitado a você desenvolver um protocolo para melhoria da assistência dos pacientes que são admitidos no pronto-socorro (PS). Você realiza uma reunião com a equipe e recebe muitas ideias de protocolos interessantes, por exemplo: protocolo de reanimação cardiopulmonar (RCP), atendimento ao paciente politraumatizado, entre muitas outras indicações de todo o time multiprofissional. Você, porém, precisa refletir: o protocolo é para melhorar a assistência do paciente no PS? O que é preciso fazer antes de criar um protocolo? A equipe fez sugestões interessantes, mas elas refletem a realidade do seu PS? O profissional de saúde faz diferença quando pensa além, busca soluções para os problemas e não se acomoda. Continue, pois você está no caminho para ser um profissional desse nível, só depende de você. CONCEITO-CHAVE DESENVOLVIMENTO E IMPLANTAÇÃO DE PROTOCOLOS E PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRONIZADO (POP) Não tem como pensar em qualidade em saúde se não considerarmos a padronização dos processos. Vamos compreender melhor o que significa na prática essa padronização. Você tem ideia de quantos restaurantes da rede McDonald’s existem em todo o mundo? Existem, aproximadamente, 36.899 mil unidades em todo o mundo; no Brasil, 2,5 mil. Você deve estar pensando: qual é a relação entre isso e a nossa disciplina? Já parou para pensar que, se você for a qualquer unidade de uma grande rede de restaurantes de sanduíches, por 0 Ve r an ot aç õe s exemplo, o lanche servido é o mesmo, no mesmo tempo, com os mesmos ingredientes, sabores e aspectos? Como isso é possível? Isso se deve à padronização. Uma vez que se padroniza um serviço, um procedimento ou um fluxo de um serviço, ele acontece ciclicamente, reduzindo drasticamente a ocorrência de incidentes, aumentando a eficiência e, por conseguinte, atingindo melhores resultados. Será que podemos ter esse nível de eficiência na área da saúde? Sim, mas temos muitos desafios, por isso, discutir esse tema é tão importante, pois você fará parte da geração que ajudará neste processo de melhoria contínua dos serviços de saúde. A ideia de padronizar é relativamente nova. Ela surgiu em 1946, no Japão, com a Total Quality Control (TQC) e, posteriormente, em 1947, criou-se a International Organization for Standardization (ISO), em Genebra, Suíça, a qual, desde então, é precursora de todas as normas ISO da indústria. Um ponto curioso é que ISO deriva do grego isos, que significa “igual”. No Brasil, a ISO é representada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Na área da saúde também existem normas? Sim, e muitas, mas a maioria tem caráter e foco na orientação, e não propriamente na padronização. Temos como exemplo a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 50, de 2002, que estabelece critérios e padronizações para se construir um serviço de saúde, bem como seu espaço e sua estrutura mínima. Se você entrar em um hospital que tem mais de 30 anos, perceberá inúmeras reformas, pois, antes de 2002, cada um construía conforme sua vontade, sem ter uma padronização específica. Em outras palavras, a indústria está anos-luz na nossa frente no quesito padronização dos processos e eficiência. Outro exemplo muito interessante de padronização é a aviação, sobre a qual usaremos vários exemplos no decorrer do nosso estudo. Para começar, você sabia que tudo o que o piloto, o copiloto e os comissários realizam em um voo é rigorosamente padronizado? Por esse motivo, é tão seguro voar, mesmo contra 0 Ve r an ot aç õe s as leis da física. Desde a entrada na aeronave, o taxiamento, a decolagem, o voo de cruzeiro e o pouso, existe um protocolo, um checklist para todas as ocasiões possíveis, até mesmo para as intercorrências. EXEMPLIFICANDO Imagine a seguinte situação: uma criança chega no pronto-socorro infantil (PSI) com desconforto respiratório e febril. Recebe o diagnóstico de pneumonia (PNM) pelo plantonista da manhã, que inicia com o antibiótico ampicilina. Contudo, no plantão da tarde, o outro médico não gostou do antibiótico escolhido, suspendeu a medicação e prescreveu amicacina. A falta de padronização da conduta gera diversos prejuízos, tanto para o paciente quanto para o serviço como um todo. A padronização não é só importante, mas necessária. Você ainda tem dúvidas da importância da padronização? E na área da saúde, os procedimentos são padronizados? Nem sempre. Na maioria dos casos, cada profissional e equipe realizam o mesmo procedimento de forma diferente, e isso é um risco enorme para o aumento de incidentes. Noentanto, o Procedimento Operacional Padronizado (POP) e os protocolos causaram mudanças significativas na área da saúde, tornando-se uma importante ferramenta para melhoria da qualidade e segurança do paciente. Desse modo, aprenderemos como se estruturam esses importantes documentos, mas, antes, compreenderemos alguns pontos. Tanto o POP quanto os protocolos devem ser um “manual de instruções” para o profissional de saúde, a fim de ele ser direcionado a realizar um procedimento adequadamente, respeitando todas as etapas do processo. Contudo, você costuma ler o manual de instruções dos eletrônicos que adquire? Possivelmente, não. E o motivo, geralmente, é porque ele é enorme, tem letras pequenas e não é nada atraente. Com isso, você já tem a primeira lição sobre POP e protocolos: eles devem ser claros, objetivos e, se possível, atraentes. 0 Ve r an ot aç õe s Para conseguir alcançar esses critérios, podemos usar fluxogramas e cores distintas. Sem sombra de dúvidas, o maior benefício dos protocolos e do POP é aquele proveniente da padronização da assistência. Veja os requisitos fundamentais para elaboração de um POP ou protocolo no Quadro 2.1 e no Quadro 2.2. ESTRUTURA DE UM POP O POP ajuda na padronização dos procedimentos, dos fluxos e das atividades do serviço de saúde. Por exemplo, um POP de punção venosa periférica é um documento que direciona o profissional a realizar o passo a passo do procedimento e que tem como finalidade a padronização. Todo e qualquer procedimento, fluxo ou atividade, seja qual for a área, pode e deve criar um POP. Todos os serviços de saúde são obrigados, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a terem um manual de normas e rotinas, ou um manual de boas práticas. O POP é o documento que compõe este manual. Vale ressaltar que ele deve corresponder à realidade do serviço, sendo claro, objetivo e aplicável. Desse modo, é interessante que não tenha mais de duas páginas, pois não precisa ser longo, e sim preciso. Quadro 2.1 | Componentes para a construção de um POP COMPONENTES CARACTERÍSTICAS OBSERVAÇÕES NOME DO DOCUMENTO É a denominação do procedimento que contém no POP. Precisa ser claro e objetivo. OBJETIVO Para que se destina o documento? Para que ele servirá? Se o POP não tem um objetivo claro, não deve ser criado, pois será inútil. 0 Ve r an ot aç õe s COMPONENTES CARACTERÍSTICAS OBSERVAÇÕES REFERÊNCIA Existe alguma referência que embase o POP? Se sim, deve-se inserir no documento; se não, justifica-se em que está se embasando para fazer o POP. DEFINIÇÕES Há a presença de terminologias e siglas que não são comuns a todos? É muito importante definir os termos e as siglas, para facilitar a compreensão do documento. EXECUTOR Quem realizará o procedimento? Quem é o profissional? É necessário que haja um responsável por aquele processo, caso contrário, ele se perderá e ninguém fará. PROCEDIMENTO Como deve ser realizada a tarefa? Quais são os passos e as etapas? É o coração do POP, a parte mais importante, na qual os profissionais serão orientados sobre como realizar o procedimento. DISTRIBUIÇÃO Quais setores receberão e executarão o POP? Vale ressaltar aqui que o POP deve ser específico para cada setor ou unidade. ELABORADOR Quem elaborou o POP? Deve constar o nome do profissional, o conselho de classe e a data da elaboração. 0 Ve r an ot aç õe s COMPONENTES CARACTERÍSTICAS OBSERVAÇÕES ELABORADOR DA VERSÃO Quem elaborou a versão POP? Deve constar o nome do profissional, o conselho de classe e a data da elaboração da versão. Lembre-se de que o POP se atualizará conforme a necessidade. AUTORIZAÇÃO Precisa de autorização? Deve constar o nome do profissional, o conselho de classe e a data da autorização do POP. APROVAÇÃO Quem aprovou o POP? Deve constar o nome do profissional, o conselho de classe e a data da aprovação. Quem é a autoridade? Responsável técnico. Fonte: elaborado pelo autor. REFLITA Tanto o protocolo quanto o POP devem ser desenvolvidos em um contexto de coparticipação de todos os membros da equipe. Dificilmente, um novo processo funcionará se ele for criado por alguém que não conhece a realidade do serviço e, por conseguinte, não saberá suas falhas e lacunas. Sendo assim, recorra ao conhecimento da sua equipe, pois ela sabe o que acontece e onde pode melhorar, sem contar que ficará motivada a realizar a mudança proposta, já que participou da elaboração. 0 Ve r an ot aç õe s ESTRUTURA DE UM PROTOCOLO O protocolo é como se fosse um POP mais elaborado e completo. Ele é utilizado para guiar o profissional de saúde na realização de um procedimento complexo ou em um atendimento específico, por exemplo: para realizar a classificação de risco ou gravidade de um paciente no PS, utiliza-se um protocolo denominado “Protocolo de Manchester”, o qual classifica os pacientes por gravidade através de cores e, assim, o paciente mais grave é atendido mais rapidamente. Quadro 2.2 | Componentes para construção de um protocolo COMPONENTES CARACTERÍSTICAS OBSERVAÇÕES ORIGEM Em qual instituição ou serviço será criado o protocolo? Deve ser específico e direcionado. OBJETIVO A que se destina o protocolo? Qual será sua função? Um protocolo sem objetivo também não deve ser criado, pois não será útil. GRUPO DE DESENVOLVIMENTO Quem serão os profissionais que desenvolverão o protocolo? É importante que sejam especialistas e atuem na área do protocolo. CONFLITO DE INTERESSE Local destinado aos criadores do protocolo. Deixar claro que o protocolo não tem cunho comercial, religioso ou qualquer outro. O protocolo visa apenas à padronização do procedimento. 0 Ve r an ot aç õe s COMPONENTES CARACTERÍSTICAS OBSERVAÇÕES EVIDÊNCIAS Colocar as evidências científicas que embasam as ações do protocolo. Na ausência de evidência, deve-se realizar uma revisão sistemática da literatura. REVISÃO Revisão interna e externa do protocolo. É interessante que outros profissionais especialistas façam a revisão do protocolo. FLUXOGRAMA Trata-se da representação esquemática do protocolo. É de suma importância, pois facilita o entendimento do protocolo. INDICADOR DE RESULTADO Como serão mensurados os resultados do protocolo? Definir indicadores para representarem os resultados do protocolo. VALIDAÇÃO Validação interna e externa. É importante fazer uma fase de pré-teste para refinar o protocolo e, depois, realizar a validação com a equipe criadora e com outra equipe que não participou da elaboração. LIMITAÇÕES Existe evidência científica forte que embase o protocolo? Se não houver, isso é uma limitação. 0 Ve r an ot aç õe s Fonte: elaborado pelo autor. ASSIMILE Para a implementação de qualquer documento que ajude na padronização, é de suma importância que se conheça o perfil epidemiológico, os processos, a equipe de trabalho e o que se pretende alcançar. Não há como dar certo se não consideramos tudo isso. O perfil epidemiológico mostrará o tipo de atendimento mais frequente no serviço; ver os processos permitirá enxergar as oportunidades de melhorias; por fim, conhecer a equipe dará parâmetros para uma estratégia mais assertiva de implementação da padronização. Figura 2.4 | Requisitos fundamentais para construção de um POP ou protocolo Fonte: elaborada pelo autor. Tanto o POP quanto o protocolo precisam ser ferramentas de esclarecimentos, e não fatores que podem confundir ou gerar discussões. Por isso, devem ser elaborados com critério, com a participação da equipe que executará o procedimento, pois ela sabe melhor do que ninguém o que funcionará e o que não funcionará. Veja os exemplos a seguir de um POP e de um protocolo em fluxograma. 0 Ve r an ot aç õe s 1. Exemplo de um POP. Logotipo ou logomarca da organização de saúde Procedimento Operacional Padronizado Nº 01 Data: 6/11/2020 Página: 1 Liberação de vagas na UTI Neonatal NeonatologiaOBJETIVO: Padronização do processo de liberação de vagas para os leitos neonatais. REFERÊNCIAS: Rotina da unidade. DEFINIÇÕES: Padronização do processo de liberação de vagas para os leitos neonatais. PAGO – Pronto-socorro da ginecologia. CROSS – Regulação de vagas do município. C.O – Centro obstétrico. RN – Recém-nascido. EXECUTOR: Equipe multiprofissional. PROCEDIMENTO: 1. Enfermeiro: realizar censo diário da unidade e manter o sistema CROSS atualizado. 2. PAGO: recebe gestante de alto risco. 0 Ve r an ot aç õe s 3. Em casos não urgentes, as gestantes são encaminhadas para a Enfermaria de Alojamento Conjunto. 4. Em caso de urgência, a gestante é encaminhada para o C.O, e o obstetra comunica o neonatologista. 5. Neonatologista e obstetra discutem o caso e programam o nascimento. 6. Enfermagem da UTI Neonatal prepara o leito para receber o RN. 7. RN é admitido na UTI Neonatal. NOTA: em caso de ocupação acima da capacidade instalada na UTI Neonatal, além do censo, o enfermeiro ligará para o PAGO, para este informar a situação. O PAGO informará o SAMU sobre o fato. A UTI Neonatal deverá sempre manter um leito para urgência. DISTRIBUIÇÃO: UTI NEONATAL Elaborado: Emanuel Nunes COREN: 111111 Data: 6/11/2020 Autorizado: Eliane F. Cruz COREN: 222222 Data: 11/11/2020 Aprovado: Eliane F. Cruz – Diretora do Serviço de Qualidade Data: 10/11/2020 2. EXEMPLO DE PROTOCOLO Figura 2.5 | Protocolo em fluxograma 0 Ve r an ot aç õe s Fonte: acervo do autor. Esperamos que você tenha percebido, nesta seção, a grande importância do POP e dos protocolos, pois se faz necessário padronizar procedimentos para que se possa tentar garantir a segurança e a qualidade do atendimento ao paciente. FAÇA A VALER A PENA Questão 1 A padronização dos processos é algo relativamente novo na sociedade moderna, porém ela tem se mostrado importante, pois impacta em melhores resultados, visto que reduz o retrabalho e melhora a eficiência operacional. Na área da saúde, além da melhoria da qualidade, qual é o principal objetivo da padronização dos processos? a. Engessar os processos. b. Reduzir o risco e a quantidade de incidentes. c. Inibir a tomada de decisão. d. Melhorar o trabalho dos líderes e. Melhorar os resultados financeiros. 0 Ve r an ot aç õe s Questão 2 Todos os serviços de saúde são obrigados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a terem um manual de normas e rotinas. Atualmente, esse manual está sendo substituído pelo POP, justamente por este ser mais claro e objetivo. O POP possui uma estrutura completa, mas existem três pontos fundamentais, são eles: ____________, ______________ e _____________, os quais são essenciais para um POP bem desenvolvido. Analise a alternativa que completa as lacunas: a. nome do documento; introdução; referências. b. referências; validação; autorização c. objetivo; procedimento; executor. d. definições; executor; objetivos. e. nota; discussão; perfil epidemiológico. Questão 3 O POP e o protocolo são ferramentas indispensáveis para que um serviço de saúde tenha fluidez de processos, eficiência e melhores resultados. É importante que o profissional de saúde compreenda onde pode utilizar cada um, a fim de alcançar o resultado desejado. Tanto o POP quanto o protocolo realizam padronização, mas qual é a indicação de cada um deles? Assinale a alternativa correta: a. O POP é usado para patologia, e o protocolo, para procedimentos. b. O protocolo e o POP têm a mesma função. c. O POP é para a equipe operacional, e o protocolo, para a equipe assistencial. d. O protocolo garante a padronização das condutas frente a uma patologia, e o POP padroniza procedimentos, atividades ou fluxos. e. O POP assegura a padronização das condutas frente a uma doença, e o protocolo padroniza procedimentos, atividades ou fluxos. 0 Ve r an ot aç õe s REFERÊNCIAS BARBOSA, C. M.; MAURO, M. F. Z.; CRISTÓVÃO, S. A. B; MANGIONE, J. A. A importância dos procedimentos operacionais padrão (POPs) para os centros de pesquisa clínica. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 57, n. 2, p. 134-135, 2011. Disponível em: https://bit.ly/3rUC3LY. Acesso em: 9 nov. 2020. BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Documento de referência para o Programa Nacional de Segurança do Paciente. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: https://bit.ly/2Zoi4c6. Acesso em: 10 set. 2020. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução – RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Brasília, DF: Anvisa, [2020]. Acesso em: 21 dez. 2020. OLIVEIRA, D. A. L. Práticas clínicas baseadas em evidências. São Paulo: UNIFESP, 2010. Disponível em: https://bit.ly/2NiN5fb. Acesso em: 5 nov. 2020. PIMENTA, C. A. M.; LOPES, C. T.; AMORIM, A. F.; NISHI, F. A.; SHIMODA, G. T.; JENSEN, R. Guia para construção de protocolos assistenciais enfermagem. São Paulo: Coren-SP, 2015. Disponível em: https://portal.coren- sp.gov.br/sites/default/files/Protocolo-web.pdf. Acesso em: 6 nov. 2020. RIBEIRO, R. C. Diretrizes clínicas: como avaliar a qualidade? Rev. Bras. Clin. Med., v. 8, n. 4, p. 350-5, 2010. Disponivel em: https://bit.ly/3qH6wN6. Acesso em: 5 nov. 2020. SILVA, C. S. S. L.; KOOPMANS, F. F.; DAHER, D. V. O Diagnóstico Situacional como ferramenta para o planejamento de ações na Atenção Primária à Saúde. Revista Pró-UniverSUS, v. 7, n. 2, p. 30-33, 2016. Acesso em: 3 nov. 2020. 0 Ve r an ot aç õe s https://bit.ly/3rUC3LY https://bit.ly/2Zoi4c6 https://bit.ly/2NiN5fb https://bit.ly/3qH6wN6 FOCO NO MERCADO DE TRABALHO PADRONIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA MULTIPROFISSIONAL Emanuel Nunes Imprimir SEM MEDO DE ERRAR Uma das coisas mais marcantes é ver um protocolo funcionado e refletindo nos resultados esperados, mas, para ser assertivo, é necessário seguir um passo importante antes de criar um protocolo assistencial. Você precisa desenvolver um protocolo no PS. Qual caminho você seguirá? Fazer uma reunião é Fonte: Shutterstock. Deseja ouvir este material? Áudio disponível no material digital. 0 Ve r an ot aç õe s fundamental, porém é necessário também pensar na utilidade do documento, por exemplo: você acata a ideia da equipe e faz um protocolo de parada cardiorrespiratória (PCR), mas você não tem casos que exijam PCR, então para que serve este protocolo? Desse modo, uma estratégia interessante é realizar um levantamento do perfil epidemiológico da unidade, ou seja, conhecer a prevalência dos seus pacientes. Quem mais você atende? Uma vez que sabe a prevalência, você pode fazer o primeiro protocolo para o tipo de atendimento que mais realiza e, depois, evolui para outros. Você já sabe o perfil dos pacientes do seu serviço? Descubra! AVANÇANDO NA PRÁTICA ENFRENTANDO A RESISTÊNCIA À MUDANÇA E A BAIXA ADESÃO AO POP A padronização dos processos tem sido uma ferramenta muito importante para o melhoramento da qualidade, porém possui diversos desafios em sua elaboração, como resistência a mudanças por parte da equipe. Para contextualizar essa situação, você estará no papel de um profissional de saúde que foi escolhido por sua liderança para implementar um POP. O objetivo desse documento é padronizar um procedimento da sua área que envolve a maior parte da sua equipe. Você já sabe o que deve ser feito e como deve ser implantado o POP, mas como você pode melhorar a adesão da sua equipe e reduzir a resistência à mudança? 0 Ve r an ot aç õe s RESOLUÇÃO Estruturar um POP não é tão difícil, mas implantá-lo é um grande desafio, então, como melhorar a adesão e reduzir a resistência? Uma boa estratégia seria incluir a equipe no processo de elaboração do documento, uma vez que o colaborador se sente parte ativa do processo e corresponsável,e isso aumentará a adesão. Existem, porém, outras possibilidades, por exemplo, mapear os processos. O importante é que faça sentido para sua realidade. 0 Ve r an ot aç õe s NÃO PODE FALTAR PROTOCOLOS CLÍNICOS MULTIPROFISSIONAIS Emanuel Nunes Imprimir PRATICAR PARA APRENDER Caro aluno, na seção anterior, aprofundamos a questão da padronização, bem como sua importância e seu impacto na qualidade e segurança do paciente. Nesta seção, caminharemos para outro aspecto do protocolo: o protocolo clínico. E por que isso é importante? Imagine o seguinte cenário: existem milhões de universidades no mundo, certo? Cada uma possui uma estrutura e um método de ensino específicos. Algumas têm enfoque prático, outras são mais teóricas e, ainda, existem aquelas que focam na carreira acadêmica. Seja qual for a sistemática de ensino, todos os profissionais se encontrarão no grande mar Fonte: Shutterstock. Deseja ouvir este material? Áudio disponível no material digital. 0 Ve r an ot aç õe s chamado de mercado de trabalho. Cada um veio por um rio diferente e todos desembocaram no mesmo lugar. Existem muitas coisas boas nessa diversidade, pois são realidades diversas, contudo, quando pensamos em realizar uma consulta clínica ou um atendimento, podem existir conflitos, porque existe uma diferença na abordagem do aprendizado, que é natural. No entanto, isso precisa ser refinado no mercado de trabalho, para melhorar a qualidade e a harmonia da equipe multiprofissional. Para tanto, aprenderemos sobre a importância do protocolo clínico, tanto para o paciente quanto para a instituição de saúde. Os protocolos clínicos são ferramentas que permitem a padronização das condutas nas patologias ou condições do paciente/cliente. Eles apresentam benefícios inegáveis para os pacientes, profissionais de saúde e instituições de saúde. Para contextualizar este cenário, você se colocará no papel de um gestor da qualidade em um serviço de saúde, que foi solicitado para ajudar a equipe multiprofissional de um setor de internação a implementar um protocolo clínico. Ao participar da reunião, você recebe os seguintes questionamentos: por onde podemos começar? Por qual condição ou doença devemos iniciar? Munido dessas questões, como você poderia respondê-las para a equipe? Lembre-se de que aprender a trabalhar em equipe é essencial para o sucesso profissional. CONCEITO-CHAVE FUNDAMENTOS DO PROTOCOLO CLÍNICO Você consegue imaginar trabalhar em um local onde as condutas clínicas e o atendimento ao paciente/cliente não sejam padronizados, e que cada profissional faz uma intervenção diferente sem ter consonância com o colega de outra área da saúde? Essa é a realidade de muitos serviços de saúde no Brasil e no mundo. Muitos são os prejuízos dessas intervenções não padronizadas, por exemplo, o paciente/cliente não tem uma constância no tratamento, pois cada profissional 0 Ve r an ot aç õe s muda a conduta de acordo com a sua vontade, o que é nocivo para quem está sendo atendido. Existem também outros aspectos, como aumento dos custos. Um exemplo é o caso da troca de antibióticos de um paciente em tratamento sem um fundamento. Essa medicação não usada está aberta e será desprezada, isso gera desperdício e, consequentemente, aumento dos custos hospitalares. Sendo assim, faz muito sentido que as condutas sejam padronizadas. Perceba que padronizar não significa “engessar” e tirar a autonomia do profissional, pelo contrário, o protocolo clínico tem como premissa direcionar o profissional para uma conduta assertiva, mas não substitui o raciocínio clínico e a expertise profissional. Como podemos diferenciar um protocolo clínico de um protocolo e de um Procedimento Operacional Padronizado (POP)? Primeiro, é preciso entender que todos eles buscam o mesmo objetivo: a padronização. A diferença está no aspecto dessa padronização, visto que cada documento tem um enfoque específico, mas que, ao fim, se encontram, pois todos eles ajudam na melhoria da qualidade e segurança do paciente. Vale ressaltar que o entendimento pode variar de acordo com a organização de saúde, por exemplo, pode ser que haja somente POP e protocolo, e não se utilize a denominação de protocolo clínico, mas aqui colocaremos alguns pontos de diferença, conforme você verá no Quadro 2.3 e na Figura 2.6. Quadro 2.3 | Características dos documentos de padronização em saúde Tipo de documento Objetivos POP Visa à padronização de um procedimento, fluxo ou atividade. Protocolo Visa à padronização de um procedimento mais complexo ou atendimento. 0 Ve r an ot aç õe s Tipo de documento Objetivos Protocolo clínico Visa à padronização da conduta clínica frente a uma doença ou condição. Fonte: elaborado pelo autor. Figura 2.6 | Relação entre POP, protocolo e protocolo clínico Fonte: elaborada pelo autor. ASSIMILE Dentro de qualquer serviço de saúde, existe minimamente um fluxo de atendimento, no qual o paciente/cliente precisa seguir durante um atendimento. Por exemplo, em um pronto-socorro, o paciente/cliente passa por uma classificação de risco pelo enfermeiro e, após, é avaliado pelo médico ou por outros membros da equipe multiprofissional. Sendo assim, não faz muito sentido ter um protocolo clínico somente com as condutas médicas, porque isso garante a padronização entre os médicos, mas e os demais profissionais? Para tanto, é necessário que as condutas multiprofissionais estejam no protocolo clínico, pois, desse modo, há uma padronização de todo o processo de atendimento, o que gera harmonização das condutas, melhor comunicação entre a equipe e, por conseguinte, qualidade. 0 Ve r an ot aç õe s DESENVOLVIMENTO E IMPLANTAÇÃO DE PROTOCOLOS CLÍNICOS O protocolo clínico tem como objetivo normatizar e padronizar a conduta clínica de uma doença ou condição. Neste documento, constam as ações para condução do tratamento, da reabilitação, enfim, do manejo da doença ou condição. A princípio era um documento médico, no qual havia somente as condutas médicas, porém isso tem evoluído, tanto que, agora, devem constar também as ações de todos os profissionais envolvidos no contexto assistencial, afinal não é só o médico que atende o paciente. A organização de saúde deve fornecer uma estrutura que viabilize o desenvolvimento, a distribuição, a implantação e o gerenciamento de protocolos clínicos. O protocolo clínico tem como objetivos e princípios: Dar apoio à conduta clínica de determinada doença ou condição. Ajudar na organização do trabalho. Descrever as responsabilidades das ações e dos membros da equipe multiprofissional. Melhorar a qualidade, efetividade e eficiência da atenção à saúde. Não ser “engessado”, mas flexível. Ser um guia para tomada de decisão, aprendizagem e educação. Melhorar a comunicação em todos os âmbitos. Ter a ética como base. Deve ser desenvolvido pela equipe multiprofissional. Deve conter todos os setores e equipes que atuam naquele setor. Contar com a colaboração de instituições formadoras, como conselho de classe, sociedades e consensos. Deixar claro os objetivos, a metodologia e quem será beneficiado com o protocolo clínico. 0 Ve r an ot aç õe s Conter evidências científicas que sustentem a abordagem/conduta. Esclarecer como o protocolo será validado interna e externamente. Não se pode implementar um protocolo sem que haja uma real necessidade. Aliás, um dos principais erros é a implementação de um protocolo que não condiz com a realidade do serviço de saúde e que, portanto, não se aplica e não tem o resultado esperado. Antes de iniciar o protocolo clínico, é necessário responder a algumas perguntas importantes, pois o planejamento é essencial para a assertividade do documento. 1. Qual será a doença ou condição? 2. Qual será a equipe multiprofissional responsável pelo protocolo? 3. Em qual contexto (situação) será aplicado o protocolo? 4. Como será a busca de evidências científicas para embasar o protocolo? 5. Comoserá formalizado o protocolo? 6. Como será validado? 7. Como será revisado? 8. Como será distribuído? 9. Como será acompanhado e gerenciado? REFLITA Imagine que a sua equipe empreendeu tempo e trabalho para desenvolver um protocolo clínico de atendimento ao paciente com lombalgia (dor na região lombar). Após alguns meses, você percebe que nenhum paciente foi admitido com o diagnóstico de lombalgia. É provável que os desenvolvedores do protocolo não consideraram o perfil de pacientes atendidos no serviço e, assim, o documento foi bem feito, mas 0 Ve r an ot aç õe s não se aplica. Faz sentido ter um protocolo que não se aplica? Antes de fazer um protocolo, é necessário conhecer o perfil de atendimento do serviço. Qual será a importância disso neste contexto? Quadro 2.4 | Elementos de um protocolo clínico Componentes Características 1. Introdução Definir de forma objetiva a condição ou doença. 2. Elegibilidade Quais pacientes serão incluídos/atendidos. 3. Critérios de exclusão Critérios clínicos que excluam o paciente do protocolo. 4. Marcadores Paramentos mensuráveis para avaliar o protocolo. Por exemplo, exames laboratoriais. 5. Metas e indicadores de qualidade Critério pré-determinados para analisar a eficiência do protocolo, por exemplo, tempo de atendimento. 6. Plano terapêutico Definir as etapas do atendimento de forma geral. 7. Projeto terapêutico Descrever o planejamento diário da assistência. 8. Conduta Passo a passo da equipe multiprofissional para atendimento. 0 Ve r an ot aç õe s 9. Medidas profiláticas Medidas específicas, por exemplo, paciente deve ficar em repouso antes do procedimento. 10. Consentimento informado Quando aplicável, deve conter o Termo de Consentimento. 11. Medidas de orientação ao paciente Orientação multiprofissional para alta do paciente, para que ele possa realizar cuidados em domicílio. 12. Algoritmo/Fluxograma Representação sequencial do protocolo. 13. Referências bibliográficas Bibliografia, guidelines e diretrizes utilizadas na elaboração do protocolo. 14. Distribuição Quais setores utilizaram o protocolo? 15. Responsáveis pela elaboração, validação e aprovação. Deve conter nome completo, função, conselho profissional e data. Fonte: elaborado pelo autor. IMPACTOS DO PROTOCOLO CLÍNICO PARA O PACIENTE E A INSTITUIÇÃO Os protocolos clínicos são as ferramentas mais importantes para gestão da qualidade e segurança do paciente, uma vez que você padroniza a assistência ao paciente/cliente e assegura um determinado padrão de qualidade, que pode ser mensurado e melhorado continuamente. Os benefícios do protocolo clínico podem ser classificados considerando o paciente/cliente, o profissional de saúde e a organização de saúde. Paciente/Cliente: recebe um atendimento padronizado e embasado nas melhores evidências científicas. O tratamento segue um processo, de início, 0 Ve r an ot aç õe s meio e fim, com metas e objetivos claros. Profissional de saúde: tem em suas mãos diretrizes claras e objetivas sobre como conduzir o tratamento ou a reabilitação de uma condição ou doença. Organização de saúde: com as condutas padronizadas, tem à sua disposição indicadores de qualidade, que são analisados e ajudam na tomada de decisão em diversos âmbitos da gestão em saúde. EXEMPLIFICANDO O protocolo clínico é um guia completo de atenção a uma determinada condição ou doença, que fornece ao profissional de saúde o caminho a seguir para conduzir o processo de tratamento ou a reabilitação do paciente/cliente. Vale ressaltar que não se deve confundir o protocolo com a massificação das condutas. Por exemplo, apesar de as doenças terem o mesmo mecanismo basicamente, a sua apresentação é peculiar em cada paciente. Desse modo, o protocolo direciona a conduta, mas a assistência é individual e personalizada, já que cada paciente tem suas próprias necessidades. OPORTUNIDADES E DESAFIOS DOS PROTOCOLOS PARA A EQUIPE MULTIPROFISSIONAL Existem muitos desafios na implementação dos protocolos, por exemplo, a própria resistência do profissional em segui-los e a disposição em descrever e angariar recursos para que eles sejam desenvolvidos e implementados. É necessário que haja um entendimento da importância e dos benefícios do protocolo, assim como uma crença nele, caso contrário, não surtirá os resultados esperados. Outro aspecto que descredibiliza o protocolo ocorre quando se implementa um documento que não foi desenvolvido na instituição, que não “conversa” com o serviço e não corresponde à realidade. Quem seguirá um protocolo assim? 0 Ve r an ot aç õe s Por outro lado, a ausência de padronização nos serviços de saúde é uma oportunidade para implementação dos protocolos clínicos, mas é preciso ter muita atenção. Com qual protocolo iniciaremos? Essa pergunta é muito importante, pois deve-se iniciar pela condição ou patologia mais prevalente em seu serviço. Imagine que na sua organização você percebeu que o perfil epidemiológico é composto por pacientes/clientes acometidos pelo Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). Essa é a primeira informação, então você já se sabe por onde iniciar e qual será o primeiro protocolo a ser implantado. Figura 2.7 | Exemplo de algoritmo Nota: DEA: Desfibrilador automático; RCP: Ressuscitação cardiopulmonar; SBV: Suporte Básico de Vida. PCR: Parada cardiorrespiratória. Fonte: American Heart Association (2020, p. 10). Nesta seção, vimos que o protocolo clínico pode ser desenvolvido e implementado em todas as áreas da saúde, e o seu sucesso dependerá do planejamento e da capacitação das equipes quanto aos protocolos e ao sistemático acompanhamento. Aquilo que hoje traz questionamentos (por exemplo, como será que isso pode ser melhorado?) pode virar um protocolo. Use e abuse desta grande ferramenta de melhoria da qualidade. 0 Ve r an ot aç õe s FAÇA A VALER A PENA Questão 1 Os protocolos clínicos são as ferramentas mais importantes na gestão da qualidade e segurança do paciente. Uma vez que você padroniza a assistência ao paciente/cliente, assegura-se também um determinado padrão de qualidade, que pode ser mensurado e melhorado continuamente. Os benefícios do protocolo clínico podem ser classificados considerando o ______________, o _______________ e o _________________. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas: a. serviço; problema; solução. b. processo; entrada; saída. c. paciente; profissional; serviço de saúde. d. hospital; família; equipe. e. médico; enfermeiro; outros profissionais. Questão 2 O protocolo clínico tem como objetivos e princípios: I. Dar apoio à conduta clínica de determinada doença ou condição. II. Ajudar na organização do trabalho. III. Descrever as responsabilidades das ações e dos membros da equipe multiprofissional. IV. Tirar a autonomia do profissional, pois ele pode errar, e o protocolo é perfeito. Considerando o contexto apresentado e a avaliação das afirmativas, é correto o que se afirma em: a. I, apenas. b. I e II, apenas. 0 Ve r an ot aç õe s c. I, II e III, apenas. d. II, III e IV, apenas. e. I, II, III e IV. Questão 3 O protocolo clínico visa direcionar e trazer segurança para o profissional de saúde na tomada de decisão frente a uma condição ou doença. Para que um protocolo clínico tenha credibilidade, é fundamental que ele possua as _______________, pois elas trazem as _____________ que embasam o ______________. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas: a. referências; evidências; protocolo clínico. b. introdução; justificativa; objetivos. c. método; equipe; serviço. d. profissional; paciente; hospital. e. projeto; plano; conduta. REFERÊNCIAS AMERICAN HEART ASSOCIATION. Destaques das diretrizes de RCP e ACE de 2020 da American Heart Association. Dallas, TX: American Heart Association, 2020. Disponível em: https://bit.ly/3bgbbiB. Acesso em: 22 dez. 2020. BRASIL. Ministério da Saúde.Fundação Oswaldo Cruz. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Documento de referência para o Programa Nacional de Segurança do Paciente. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: https://bit.ly/37pKiaX. Acesso em: 10 set. 2020. 0 Ve r an ot aç õe s https://bit.ly/3bgbbiB https://bit.ly/37pKiaX BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde. Guia de elaboração de protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas: delimitação do escopo. 2. ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2019. Disponível em: https://bit.ly/3atbszw. Acesso em: 10 nov. 2020. PIMENTA, C. A. M.; LOPES. C. T.; AMORIM, A. F.; NISHI, F. A.; SHIMODA, G. T.; JENSEN, R. Guia para construção de protocolos assistenciais enfermagem. São Paulo: Coren-SP, 2015. Disponível em: https://bit.ly/3ub0rem. Acesso em: 6 nov. 2020. 0 Ve r an ot aç õe s https://bit.ly/3atbszw https://bit.ly/3ub0rem FOCO NO MERCADO DE TRABALHO PROTOCOLOS CLÍNICOS MULTIPROFISSIONAIS Emanuel Nunes Imprimir SEM MEDO DE ERRAR Na condição de um gestor que foi convidado para contribuir com a equipe multiprofissional na definição de um protocolo clínico em uma unidade de internação, durante a reunião foram direcionados a você alguns importantes Fonte: Shutterstock. Deseja ouvir este material? Áudio disponível no material digital. 0 Ve r an ot aç õe s questionamentos: por onde podemos começar? Por qual condição ou doença devemos iniciar? Como responder a essas duas questões? Um caminho interessante seria solicitar à equipe qual é o conhecimento dela sobre o tipo de pacientes que mais atende. Ela sabe? Isso está claro? Se estiver, é assertivo iniciar o protocolo pela condição ou doença mais prevalente no setor. Caso contrário, sugere-se o levantamento do perfil epidemiológico da unidade e, depois da análise, conhecer a prevalência e pensar no protocolo. AVANÇANDO NA PRÁTICA “COPIAR E COLAR” DE PROTOCOLOS CLÍNICOS Os protocolos clínicos devem refletir a realidade do serviço para alcance de seu objetivo. Neste contexto, imagine-se no lugar de um profissional de saúde com experiência em protocolos, o qual foi convidado por outro serviço de saúde para validar os protocolos recém-desenvolvidos. Em sua primeira análise, percebe que o protocolo em questão parece não refletir a realidade daquele serviço. Você questiona os desenvolvedores, e eles respondem que, na verdade, copiaram um protocolo que viram em um congresso recentemente, um documento que foi traduzido de uma instituição do Canadá. Diante do exposto, quais orientações você forneceria a esta organização? RESOLUÇÃO Ao ser convidado por um serviço de saúde para validar os protocolos clínicos, você observou que o protocolo em questão parece não se aplicar naquele serviço. Ao questionar, você recebe a devolutiva de que o protocolo foi traduzido para o português apenas. O que fazer? Como ajudar esta organização? 0 Ve r an ot aç õe s Valeria a pena retomar com eles, de modo construtivo e educativo, os objetivos do protocolo clínico, bem como sua aplicabilidade e seus resultados. Outra possibilidade seria se colocar à disposição para contribuir no planejamento de um protocolo que corresponda à instituição e ajude a melhorar a assistência dela, tendo como pontapé inicial o levantamento do perfil epidemiológico. Conhecer para melhorar. 0 Ve r an ot aç õe s
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