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Gestão, Qualidade e Segurança do Paciente_CW

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Gestão, Qualidade e Segurança do Paciente 
Contexto histórico da segurança do paciente e principais definições
Unidade 1 – Seção 1
Seja qual for a sua área, a qualidade e a segurança de todos os processos envolvidos na sua ocupação estão diretamente ligadas ao sucesso – ou não – de suas intervenções com seu cliente ou serviço prestado. Então, para prepará-lo para a prática, nesta webaula, apresentaremos os principais conceitos e definições que permeiam a gestão da qualidade e a segurança do paciente. 
Taxonomia em segurança do paciente – Organização Mundial de Saúde (OMS)
Em 2005, a OMS lançou a Classificação Internacional de Segurança do Paciente (ICPS). Essa classificação permite a uniformidade de conceitos, a qual assegura que os profissionais tenham uma comunicação mais assertiva sobre cada terminologia e consigam aplicá-la em seu cotidiano.
Classificação Internacional de Segurança do Paciente (ICPS)
	
	Segurança do paciente
	Reduzir os riscos de danos desnecessários ao paciente/cliente.
	Dano
	Comprometimento da estrutura ou função do corpo humano, seja de ordem física, social ou psicológica.
	Risco
	Probabilidade de um incidente acontecer.
	Incidente
	Evento ou situação que poderia ou resultou em dano desnecessário ao paciente.
	Circunstância notificável
	Incidente com potencial para causar dano ao paciente/cliente.
	Near miss
	É um “quase erro”, incidente que foi observado, mas não atingiu o paciente/cliente.
	Incidente sem dano
	Incidente que atingiu o paciente/cliente, mas não foi capaz de causar dano.
	Evento adverso
	Incidente que resultou em dano ao paciente/cliente. Pode ser um dano temporário, permanente ou até mesmo o óbito.
Fonte: Brasil (2014, p. 7).
Hierarquia dos incidentes 
Existe uma gradação nos incidentes, e isso possibilita a criação de processos que minimizem os riscos e melhorem continuamente a qualidade do seu trabalho e atendimento ao paciente/cliente. Observe, a seguir, a hierarquia dos incidentes.
Exemplo
É fundamental que você compreenda a gradação dos incidentes, pois um evento adverso acontece, geralmente, devido a uma série de fatores que foram negligenciados ao longo do tempo. Imagine a seguinte situação: 
· Paciente está em uma cama, e as grades dela estão quebradas (circunstância notificável), mas ninguém percebeu ou deu a devida importância.
· Profissional chega ao leito do paciente quando ele ia cair e consegue ajudá-lo, e a queda não ocorre (near miss)
· Paciente escorrega e vai ao chão, mas não apresenta nenhum dano (incidente sem dano).
· Por fim, em nova ocasião, o paciente cai e bate a cabeça, tem perda da consciência e hemorragia (evento adverso). 
Se no primeiro incidente houvesse a notificação, a troca de cama do paciente e o encaminhamento da cama danificada para a manutenção, o evento adverso não aconteceria.
Políticas públicas de segurança do paciente
Em 1999, o Institute of Medicine (IOM) lançou o primeiro estudo sobre a temática “segurança do paciente”. Na ocasião, o estudo, denominado Errar é humano: construindo um sistema de saúde mais seguro, foi impactante no mundo todo, pois evidenciou que morriam, aproximadamente, 98 mil pessoas por ano devido a erros médicos. (Como você percebeu, não usamos mais o termo “erro médico”, e sim incidentes.) Este estudo pioneiro inspirou iniciativas globais. Em 2004, a OMS lançou a campanha Aliança mundial pela segurança do paciente e, a partir deste ponto, a noção de que a necessidade de uma assistência segura era universal. 
E no Brasil? A iniciativa mais importante foi a Portaria nº 529, de 1º de abril de 2013, a qual estabeleceu o Programa Nacional de Segurança do Paciente, um marco para o país, pois regulamentou e tornou compulsório que as instituições de saúde tenham uma política de segurança interna para melhoria da qualidade e segurança do paciente/cliente. Vale ressaltar que as políticas públicas são essenciais, mas é necessário que haja uma cultura de segurança em toda a instituição de saúde e que todos os colaboradores sejam capacitados para evitar incidentes.
Para fixar
A segurança do paciente/cliente significa a redução dos riscos de danos desnecessários. É muito importante salientar que, apesar de todos os sentimentos e ideias que se tem sobre o profissional de saúde, por exemplo, são pessoas que gostam de cuidar de outras pessoas, que salvam vidas, são anjos, entre outros adjetivos, ele não é isento de riscos. Lembrar disso é importante no cuidado para reduzir, especialmente, os danos desnecessários. Por exemplo: ao realizar um determinado procedimento ou ação de acordo com a sua profissão, existe um risco inerente, o qual, muitas vezes, se configura como um dano necessário para que aquela ação aconteça. Sendo assim, você, um futuro profissional de saúde, deverá sempre se lembrar desse conceito e pensar em melhorias para evitar os danos desnecessários.
Com os conteúdos apresentados, espera-se que você tenha compreendido a importância de reduzir os incidentes e assegurar a qualidade do seu trabalho. Continue seus estudos para se aprimorar nessa temática.
A segurança do paciente como questão estratégica no Brasil e no mundo
Unidade 1 – Seção 2
Nesta webaula, conheceremos as principais recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o melhoramento contínuo da qualidade e segurança do paciente no mundo. São iniciativas baseadas em estudos epidemiológicos que mensuraram a incidência e prevalência de incidentes e, a partir dessa constatação, ficou claro onde está o maior problema e o que devemos resolver de forma prioritária. Aproveite o conteúdo e lembre-se: aplique-o em sua área de atuação. 
Desafio global de saúde
Dentre as ações de fomento à segurança do paciente, a mais importante foi a Aliança Mundial pela Segurança do Paciente, que a OMS publicou em 2004, em diversas línguas, tornando-a acessível globalmente em forma de Desafio global para segurança do paciente. Até o momento, já foram divulgados três desafios, com temáticas específicas, tendo como base os principais problemas da segurança do paciente no mundo, conhecidos a partir de estudos epidemiológicos. A seguir, saiba mais sobre esses desafios.
1º Desafio global (2005/2006): “Cuidado limpo é um cuidado seguro”
Você sabia que, ao realizar um cuidado de saúde, podemos também causar infecção no nosso paciente/cliente? Durante muito tempo, isso foi chamado de infecção hospitalar, mas era um termo muito genérico e com foco apenas em hospitais. A partir do conhecimento das causas dessas infecções, originou-se um novo termo, denominado Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS), que se deve ao fato de que existe o risco de infecção durante um procedimento ou intervenção de saúde. Onde estão esses riscos? Eles estão embutidos em todos os aspectos, desde a não higiene correta da mão até o uso incorreto de dispositivos médico-hospitalares, seja na inserção ou manutenção deles. Então, o 1º Desafio global tem o objetivo de reduzir os índices de IRAS em todo o mundo, a partir de práticas mais seguras de assistência à saúde.
2º Desafio global (2007/2008): “Cirurgia segura salva vidas”
Milhões de pessoas no mundo passaram ou passarão por um procedimento cirúrgico em algum momento da vida. Provavelmente, você conhece alguém que necessitou desta modalidade de tratamento. Você consegue imaginar os riscos desta intervenção? São muitos, desde uma cirurgia em local errado, na pessoa errada ou até mesmo desnecessária. Para evitar incidentes dessa natureza, bem como as suas consequências, esse 2º Desafio alerta para a necessidade de ações para redução deste problema.
3º Desafio global (2017): “Segurança na utilização dos medicamentos”
Outra problemática no mundo é a segurança no uso de medicamentos nas instituições de saúde. São inúmeros riscos, os quais vão desde a prescrição, dispensação e administração, por exemplo, administração de medicação e dose erradas no paciente/cliente. O incidente com medicação pode ser potencialmente grave e causar um evento adverso, que pode culminar em óbito. Por isso, o 3º Desafio global foi disseminadoem todo o mundo, a fim de que se realizem processos mais seguros que reduzam os incidentes desse tipo.
Saiba mais
Apesar de os medicamentos serem amplamente disponíveis e sabermos do seu benefício para a saúde, deve-se atentar ao fato de se tratar de substâncias químicas consideradas estranhas ao organismo humano, com potencial inerente para desenvolver toxicidade, visto que alguns medicamentos podem ser deletérios ao sistema renal ou hepático, dependendo de algumas caraterísticas. Portanto, a segurança na utilização de medicamentos deve ser uma preocupação constante dos serviços de saúde. São necessários processos bem desenhados, os quais garantam segurança em todas as etapas da cadeia medicamentosa, desde a prescrição até a administração no paciente/cliente.
Metas nacionais e internacionais para segurança do paciente
A meta de todos os serviços de saúde, nacionais ou internacionais, é reduzir os incidentes e assegurar a qualidade da assistência à saúde, tornando-a cada vez mais segura, para profissionais e pacientes/clientes. 
A meta de todos os serviços de saúde, nacionais ou internacionais, é reduzir os incidentes e assegurar a qualidade da assistência à saúde, tornando-a cada vez mais segura, para profissionais e pacientes/clientes. 
· Desafio global.
· Paciente/cliente atuando na SP.
· Fomento à pesquisa na área de SP.
· Classificação das terminologias da SP.
· Divulgação da aprendizagem, educação, conhecimento e soluções sobre SP.
· Aplicação dos 5S de boas práticas em SP.
· Tecnologia segura para SP.
· Erradicação da infecção associada ao dispositivo intravenoso.
· Implementação de checklist para os serviços de saúde.
· Premiação para os serviços de saúde com bons resultados em SP.
A fim de concluir esta leitura, é importante que você saiba que o paciente/cliente tem direito a uma assistência de qualidade e segura, na qual ele tenha as suas necessidades atendidas plenamente e livre de incidentes. Para a garantia da qualidade, não é preciso pensar de um modo mercadológico, no qual existe uma relação de oferta, produtos e venda. Na verdade, a qualidade e segurança devem ser algo intrínseco de qualquer serviço de saúde.
Qualidade e segurança do paciente e a equipe multiprofissional
Unidade 1 – Seção 3
Nesta webaula, o objetivo principal é compreender os componentes para formação da cultura de qualidade e segurança do paciente e o impacto dos processos bem definidos e desenhados na organização de saúde. Além disso, entenderemos o que é acreditação.
Cultura da qualidade e segurança do paciente
Os serviços de saúde devem ser organizados e estruturados em uma perspectiva de que o profissional de saúde pode errar, e isso não é nenhum demérito, pelo contrário, é libertador, pois, quando se tem essa visão, há também disposição para melhores práticas e cuidados mais seguros. Portanto, a cultura da qualidade e segurança do paciente acontece quando:
· Profissionais e líderes preocupam-se em manter a sua própria segurança, da sua equipe, dos pacientes e dos acompanhantes.
· A organização empenha-se em garantir a segurança, mitigando e resolvendo os problemas e disseminando a cultura da qualidade acima de outras metas, como a financeira.
· Existe aprendizado após um incidente, e isso promove mudanças.
· Há uma estrutura organizada e recursos para manutenção da qualidade e segurança do paciente.
Os principais elementos que compõem a cultura de qualidade e segurança estão destacados na figura a seguir. 
Elementos da cultura de qualidade e segurança do paciente (SP)
Governança clínica e equipes de alta performance
Temos governança clínica quando o serviço de saúde busca um atendimento de excelência para seus pacientes/clientes através de processos bem definidos, implementados e gerenciados, por meio da redução de desperdícios e otimização dos recursos. Uma de suas principais funções é a integração multidisciplinar de todos os processos com enfoque no paciente/cliente. E o que significa um processo? É o método para se realizar um procedimento, uma operação. Todo processo tem uma entrada, o processo em si e, por fim, uma saída. 
O sucesso da governança clínica está também na ideia de não haver uma hierarquia vertical, na qual a alta gestão delega as ações sem qualquer conexão com a área operacional. De outro modo, existe uma hierarquia, mas ela se apresenta de modo horizontal, ou seja, todos os colaboradores podem e devem participar das mudanças de melhoria da instituição, todos são considerados coparticipantes. Em suma, não existe governança clínica sem colaboração e integração de todo o time de gestores, líderes, colaboradores e pacientes.
Acreditação dos serviços de saúde
O reconhecimento de uma instituição de saúde com relação à qualidade de assistência e segurança do paciente pode ser mensurado e ranqueado, gerando inúmeros benefícios e tendo como principal beneficiário o paciente/cliente. A acreditação é justamente dizer que aquele serviço é de qualidade, que possui um mínimo de processos validados, protocolos e padronização, o que garante a segurança e qualidade do serviço prestado. As acreditações são oferecidas por organizações que conferem o selo de qualidade aos serviços de saúde que conseguem comprovar os seus padrões de gestão e assistência.
Saiba mais
Embora nos venha à cabeça a acreditação com enfoque na área hospitalar, vale ressaltar que esse é um reconhecimento para qualquer nível de atenção à saúde, seja primário, secundário ou terciário. Sendo assim, todo serviço disposto a garantir a sua qualidade e segurança poderá ser reconhecido com um selo de acreditação e viver uma nova história.
Com o conteúdo apresentado, esperamos que tenha ficado claro o impacto da cultura na qualidade e segurança dos serviços de saúde, a importância dos processos e o papel das acreditações nas organizações de saúde. Continue buscando novos conhecimentos para se aprofundar nessa temática.
Gestão, Qualidade e Segurança do Paciente
Estruturação para implantação da gestão da qualidade e segurança do paciente
Unidade 2 – Seção 1
Nesta webaula, destacaremos o mapeamento de processo e o ciclo de mudança de melhoria.
Mapeamento de processo
O mapeamento de processo tem por objetivo conhecer os processos, as falhas e as oportunidades de melhoria. Pode-se mapear o processo utilizando os seguintes métodos:
· Entrevista com os colaboradores, a fim de compreender como eles entendem o processo.
· Aplicação de questionários para identificar informações relevantes para compressão do processo.
· Promoção de reuniões com as equipes, com o objetivo de entender os processos.
· Observar diretamente a operação de cada atividade e coletar dados e evidências.
· Estudo dos arquivos, dos sistemas e das documentações existentes sobre os processos.
Mapeamento do processo
Apesar de a padronização ser algo óbvio à primeira vista, para a área da saúde ainda é um desafio. Na indústria em geral, é algo inerente, que faz parte da gênese do trabalho, enquanto, na área da saúde, é inovador. Em suma, a padronização na área da saúde é essencial, pois melhora a qualidade, reduz custos e ajuda a evitar incidentes, mas faz-se necessário uma advertência: todo processo de padronização implantado precisa ser acompanhado, auditado e refinado continuamente. Um processo “esquecido” deixa de ser um processo, porque não vai funcionar corretamente.
Padronização da assistência multiprofissional
Unidade 2 – Seção 2
Nesta webaula, compreenderemos a importância da padronização e construa um Procedimento Operacional Padronizado (POP) baseando-se na sua realidade de atuação.
Procedimento Operacional Padronizado (POP)
O POP é utilizado para padronizar um procedimento, uma atividade ou um fluxo. Isso garante a uniformidade dos processos, reduz o risco de incidentes e melhora a qualidade da assistência.
Componentes para a construção de um POP
	Componentes
	Características
	Observações
	Nome do documento
	É a denominação do procedimento que contém no POP.
	Precisa ser claro e objetivo.
	Objetivo
	Para que se destina o documento? Para que ele servirá?
	Se o POP nãotem um objetivo claro, não deve ser criado, pois será inútil.
	Referência
	Existe alguma referência que embase o POP?
	Se sim, deve-se inserir no documento; se não, justifica-se em que está se embasando para fazer o POP.
	Definições
	Há a presença de terminologias e siglas que não são comuns a todos?
	É muito importante definir os termos e as siglas, para facilitar a compreensão do documento.
	Executor
	Quem realizará o procedimento? Quem é o profissional?
	É necessário que haja um responsável por aquele processo, caso contrário, se perderá e ninguém fará.
	Procedimento
	Como deve ser realizada a tarefa? Quais são os passos e as etapas?
	É o coração do POP, a parte mais importante, na qual os profissionais serão orientados sobre como realizar o procedimento.
	Distribuição
	Quais setores receberão e executarão o POP?
	Vale ressaltar aqui que o POP deve ser específico para cada setor ou unidade.
	Elaborador
	Quem elaborou o POP?
	Deve constar o nome do profissional, o conselho de classe e a data da elaboração.
	Elaborador da versão
	Quem elaborou a versão POP?
	Deve constar o nome do profissional, o conselho de classe e a data da elaboração da versão. Lembre-se de que o POP se atualizará conforme a necessidade.
	Autorização
	Precisa de autorização?
	Deve constar o nome do profissional, o conselho de classe e a data da autorização do POP.
	Aprovação
	Quem aprovou o POP?
	Deve constar o nome do profissional, o conselho de classe e a data da aprovação. Quem é a autoridade? Responsável técnico.
O POP não tem restrições de utilização, somente alguns cuidados:
· Deve fazer sentido para a equipe. 
· Deve ser fruto de apontamentos da própria equipe.
· Deve ser claro e objetivo.
· Deve ser acompanhado.
· Deve ser refinado sempre que necessário.
· É um documento simples de desenvolver, que tem benefícios essenciais para a qualidade, sendo a padronização o maior deles.
Protocolos clínicos multiprofissionais
Unidade 2 – Seção 3
Nesta webaula, compreenderemos a importância da implementação do protocolo clínico.
Protocolo clínico
O protocolo clínico tem como objetivo normatizar e padronizar a conduta clínica de uma doença ou condição em uma visão multiprofissional. Ele tem como objetivos e princípios:
· Dar apoio à conduta clínica de determinada doença ou condição.
· Ajudar na organização do trabalho.
· Descrever as responsabilidades das ações e dos membros da equipe multiprofissional.
· Melhorar a qualidade, efetividade e eficiência da atenção à saúde.
· Não ser “engessado”, mas flexível.
· Ser um guia para tomada de decisão, aprendizagem e educação.
· Melhorar a comunicação em todos os âmbitos.
· Ter a ética como base.
· Deve ser desenvolvido pela equipe multiprofissional.
· Deve conter todos os setores e equipes que atuam naquele setor.
· Contar com a colaboração de instituições formadoras, como conselho de classe, sociedades e consensos.
· Deixar claro os objetivos, a metodologia e quem será beneficiado com o protocolo clínico.
· Conter evidências científicas que sustentem a abordagem/conduta.
· Esclarecer como o protocolo será validado interna e externamente.
Elementos de um protocolo clínico
	Componentes
	Características
	Introdução
	Definir a condição ou doença de forma objetiva.
	Elegibilidade
	Quais pacientes serão incluídos/atendidos.
	Critérios de exclusão
	Critérios clínicos que excluam o paciente do protocolo.
	Marcadores
	Paramentos mensuráveis para avaliar o protocolo. Por exemplo, exames laboratoriais.
	Metas e indicadores de qualidade
	Critérios pré-determinados para analisar a eficiência do protocolo. Por exemplo, tempo de atendimento.
	Plano terapêutico
	Definir as etapas do atendimento de forma geral.
	Projeto terapêutico
	Descrever o planejamento diário da assistência.
	Conduta
	Passo a passo da equipe multiprofissional para atendimento.
	Medida profiláticas
	Medidas específicas. Por exemplo, paciente deve ficar em repouso antes do procedimento.
	Consentimento informado
	Quando aplicável, deve conter o Termo de Consentimento.
	Medidas de orientação ao paciente
	Orientação multiprofissional para alta do paciente, para que ele possa realizar cuidados em domicílio.
	Algoritmo/Fluxograma
	Representação sequencial do protocolo.
	Referências bibliográficas
	Bibliografia, guidelines e diretrizes utilizadas na elaboração do protocolo.
	Distribuição
	Quais setores utilizaram o protocolo?
	Responsáveis pela elaboração, validação e aprovação
	Deve conter nome completo, função, conselho profissional e data.
Fonte: elaborado pelo autor.
Impactos do protocolo clínico para o paciente e a instituição
Os protocolos clínicos são as ferramentas mais importantes na gestão da qualidade e segurança do paciente, uma vez que você padroniza a assistência ao paciente/cliente e assegura um determinado padrão de qualidade, que pode ser mensurado e melhorado continuamente. Os benefícios do protocolo clínico podem ser classificados considerando o paciente/cliente, o profissional de saúde e a organização de saúde.
Paciente/cliente
Recebe um atendimento padronizado e embasado nas melhores evidências científicas. O tratamento segue um processo, de início, meio e fim, com metas e objetivos claros.
Profissional de saúde
Organização de saúde
Para finalizar esta webaula, cabe destacar que o protocolo clínico visa direcionar e trazer segurança para o profissional de saúde na tomada de decisão frente a uma condição ou doença. Contudo, ele não substitui a experiência do profissional, pelo contrário, contribui para a assertividade dele durante as condutas. Desse modo, é necessário compreender que o protocolo não tem como objetivo tirar a autonomia do profissional de saúde, mas ajudá-lo na tomada de decisão.
Gestão, Qualidade e Segurança do Paciente 
Gerenciamento de protocolo e qualificação da assistência em saúde
Unidade 3 – Seção 1
Nesta webaula vamos destacar a operação da linha de cuidado e seus benefícios para o serviço de saúde e para o paciente. 
Linha de cuidado
Para se implantar a linha de cuidado, iniciamos com o mapeamento do processo, pois é possível, a partir deste ponto, desenhá-la. 
Linha de cuidado pode ser conceituada como sendo uma representação dos fluxos assistenciais que serão utilizados para assegurar uma assistência de qualidade ao paciente/cliente. 
Outro ponto de extrema importância é que estamos falando de um plano de assistência multiprofissional estruturado e que auxilia na implementação de protocolos e diretrizes clínicas em cada etapa ou setor em que a linha de cuidado foi estruturada. Vale lembrar que em cada setor existem processos próprios que se interconectam com os demais e dão continuidade ao fluxo. 
Na figura a seguir, temos um exemplo de como pode ser realizada a linha de cuidado no caso da gestante de baixo risco.
Exemplo de linha de cuidado – Atenção materna e neonatal de baixo risco
 
Saiba mais
A linha de cuidado é de suma importância, pois ajuda também na agilidade da assistência. Uma vez que o paciente de risco é identificado de acordo com um determinado protocolo, ele segue um fluxo de atendimento contínuo e pensado para que tenha todas as condições de recuperação. De modo geral, a linha de cuidado auxilia em muitos macroprocessos da organização de saúde, mas, particularmente, é de vital interesse na assistência, porque melhora a qualidade dela e a segurança do paciente.
Práticas recomendadas para a segurança do paciente nos serviços de saúde
Unidade 3 – Seção 2
Nesta webaula vamos enfatizar a necessidade da identificação como parte essencial da segurança do paciente.
Identificação do paciente
É de suma importância que o paciente seja identificado no momento da sua admissão. A forma mais adotada mundialmente é a pulseira de identificação, pois é simples, efetiva e de baixo custo, no entanto existem pulseiras com código de barras e tecnologias para rastreamento. Seja qual for, o importante é garantir o seu propósito primordial: assegurar a correta identificação do paciente/cliente e evitar uma infinidade de incidentes. 
Paciente/cliente envolvido com a suaprópria segurança
Vale ressaltar que a identificação é o primeiro passo para envolver o paciente no processo de segurança. Ele precisa saber o porquê de ser identificado e ser orientado que o colaborador, antes de fazer qualquer procedimento, deve perguntar o seu nome e conferir a identificação da pulseira. O paciente/cliente precisa ser inserido no processo de forma ativa, pois ele também é responsável pela sua segurança. Empodere-o e esclareça-o sempre sobre isso.
A identificação do paciente precisa ser feita já na sua admissão e, por todo o tempo em que ele permanecer no hospital, é preciso que se mantenha adequadamente identificado com a pulseira de identificação, pois ela é segura e eficaz. Todo profissional de saúde deve confirmar o nome do paciente/cliente e conferir a identificação na pulseira. A correta identificação não se trata apenas de um processo, mas de algo muito maior, pois melhora a comunicação entre os profissionais e os pacientes e evita a ocorrência de incidentes. Outro ponto que não podemos deixar de fora é a identificação do profissional de saúde, o qual deve portar o crachá com nome e foto visível. O paciente precisa ter segurança e saber quem é o profissional que está cuidando dele. 
Pulseira de identificação
 
A identificação como segurança de todos os processos
A partir de agora, ampliaremos a aplicação da identificação no âmbito dos serviços de saúde não só para as pessoas que estão neste ambiente mas também em todos os outros. A seguir, há uma ideia geral de como o processo de identificação é integrado e interconectado. Os processos, as medicações, a nutrição, os exames, enfim, tudo precisa de identificação, isso evita incidentes, organiza o serviço e facilita a comunicação.
Fluxo básico de identificação em serviço de saúde
.
Saiba mais
A identificação do paciente, dos dispositivos e dos processos é importante e determinante para a segurança do paciente, mas não pode, de modo algum, depender da boa vontade do profissional, e sim estar condicionada a um protocolo, o qual o profissional precisa seguir rigorosamente, pois a segurança do paciente depende da eficiência dessa prática.
Scores e análise dos desfechos clínicos
Unidade 3 – Seção 3
Nesta webaula vamos ver a importância do uso dos scores nos serviços de saúde.
Você sabe o que significa score e para que serve? 
Etimologicamente, significa a marcação e classificação de pontos de um determinado jogo, mas usamos o score para muitas finalidades no serviço de saúde.
Será que todos os pacientes/clientes são iguais? As condições de doença têm o mesmo comportamento em todas as pessoas? A resposta é não. 
Então, como podemos melhorar o atendimento? 
Uma das possibilidades é a classificação dos pacientes/clientes por scores em diferentes momentos e situações. Imagine que você está em uma unidade de terapia intensiva adulta (UTIA). Quem é o paciente mais grave da UTIA? Sem um score, você usará parâmetros subjetivos e que, muitas vezes, não correspondem à realidade. 
Veremos como isso funciona. 
Suporemos que nós queremos saber quais são as necessidades de cuidados dos pacientes internados na UTIA, para isso podemos utilizar um score de complexidade, que avaliará dados clínicos dos pacientes e os classificará em três categorias: cuidados mínimos, intermediários e intensivos. 
De acordo com as condições do paciente/cliente, são atribuídas pontuações no score e, quanto maior a pontuação, maior a complexidade e necessidade do paciente. 
Existe uma série de scores disponíveis, porém o importante aqui não é o score em si, mas, sim, a sua aplicação e relevância na melhoria da qualidade e segurança do paciente. 
Vamos a um exemplo, no qual utilizamos apenas um critério de análise. Vale lembrar que cada score tem seu próprio critério de análise. 
Exemplo de score de complexidade
	Terapia nutricional
	Score
	Via oral sem auxílio
	0
	Via oral com auxílio
	1
	Sonda gástrica/nasoenteral
	2
	Gastrostomia
	3
Fonte: elaborado pela autora.
Observe, no quadro, o exemplo da terapia nutricional, no qual existe uma gradação do score da menor para a maior complexidade. Em um score de complexidade, podemos analisar muitos parâmetros diferentes, por exemplo, se paciente está acamado ou não, se o banho será realizado no leito ou não, se ele tem lesões, curativos, dispositivos, enfim, todos esses dados, bem analisados e interpretados, serão muitos úteis para a gestão do cuidado. 
Seja qual for a sua área, entender essa dinâmica te ajudará a melhorar o seu processo de trabalho e a tornar a sua gestão mais eficiente.
Fluxo de score de complexidade
Fonte: elaborada pela autora
Como o profissional de saúde e o serviço podem usar os dados obtidos pelo score de complexidade? 
O desafio não é aplicar o score, e sim interpretá-lo e usar os seus dados na melhoria do serviço como um todo. 
Vamos a um exemplo prático:
Estamos em um serviço de saúde e notamos que estão faltando equipamentos, como monitores multiparâmetros e ventiladores mecânicos. Como fazer a solicitação para os gestores e ter um embasamento para isso?
Não é possível convencer alguém sem dados objetivos e bem fundamentados. Pensaremos em duas situações distintas: na primeira, você simplesmente diz ao seu gestor: “Preciso de mais monitores multiparâmetros e ventiladores”; na segunda, você fala: “Nós precisamos de novos equipamentos, pois nossa complexidade aumentou 75% nos últimos seis meses e no nosso perfil de paciente predominam as doenças respiratórias, sendo que 85% deles são classificados como cuidados intensivos”. 
Qual abordagem terá mais sucesso na aquisição dos equipamentos? Lembre-se esteja sempre embasado em dados antes de realizar uma solicitação de recursos para o seu serviço.
Saiba mais
Independentemente da sua área de atuação, você se deparará com algum tipo de score. Hoje, na área da saúde, ele é muito difundido, e tem um motivo para isso: ajudar a entender melhor os processos fisiopáticos, a complexidade dos pacientes e a predição de mortalidade. Vale ressaltar que os benefícios do score não estão em sua aplicação, mas, sim, no que é feito com os seus resultados.
Gestão, Qualidade e Segurança do Paciente
Eventos adversos
Unidade 4 – Seção 1
Nesta webaula, abordaremos sobre a epidemiologia dos eventos adversos no Brasil e no mundo. Veremos também a importância de se conhecer os dados do serviço em que se atua, para poder propor mudanças de melhoria.
Epidemiologia dos eventos adversos (EA) no Brasil e no mundo
A epidemiologia é uma ciência fundamental para a saúde pública, pois, por meio de dados quantitativos, pode-se conhecer a ocorrência de doenças ou condições em uma determinada população e, assim, traçar estratégia para minimizá-las, evitá-las e controlá-las. No caso dos eventos adversos, estima-se que uma em cada dez internações resulta em eventos adversos. Nos EUA, são a terceira causa de morte; no Reino Unido, um EA é notificado a cada 35 segundos; na Austrália, mais de 33.000 mortes são causadas por EA evitáveis; no Brasil, estudos pioneiros demonstraram uma taxa 7,6% de EA. 
É explícito que os eventos adversos são um problema de saúde pública e precisam ser compreendidos pela sociedade, pelos profissionais de saúde e pelos serviços de saúde, bem como traçar estratégias para evitar a ocorrência. A epidemiologia pode ser aplicada no seu cotidiano de trabalho, por exemplo: qual é a taxa de eventos adversos no meu serviço? Como posso calcular e chegar a algum resultado? Para isso, usamos a fórmula descrita a seguir:
Vamos a um exemplo prático? No seu serviço, você atende idosos, e 100% deles têm o risco de queda. Em um dado hipotético, no último trimestre, você atendeu 76 idosos em seu serviço e, durante os atendimentos, houve a ocorrência de cinco quedas, que resultaram em lesões leves nos seus pacientes. Qual é a sua taxa de evento adverso?
Na situação hipotética, a taxa de eventos adversos no seu serviço no trimestre foi de 6,5, ou seja, a cada 100 idosos atendidos, 6,5 apresentaram queda. É um dado alarmante, que reflete fragilidade nos processos do serviçoe impacta negativamente na qualidade da assistência. De posse desses dados, você pode implementar ações de melhoria para reduzir esses eventos adversos. Observe que a epidemiologia, neste caso, forneceu dois dados importantes: o primeiro é o de evento adverso, e o segundo é relativo à comparação que você poderá fazer após implementar as melhorias e demonstrar de forma clara e objetiva a melhoria real do seu serviço e atendimento.
Principais EA nos serviços de saúde no Brasil
	Tipos de serviço
	Número de incidentes
	Percentual (%)
	Hospital
	50.735
	94
	Serviço exclusivo de urgência / emergência
	1.274
	2,3
	Ambulatório
	525
	0,9
	Outros
	350
	0,6
	Serviços ou instituições de saúde mental
	282
	0,5
	Centro de saúde / Unidade básica de saúde
	249
	0,4
	Serviços de hemodiálise
	224
	0,4
	Clínicas
	199
	0,3
	Radiologia
	67
	0,1
	Laboratório de análises clínicas 
	52
	0,09
	Farmácia
	34
	0,06
	Hemocentro ou agência transfusional
	4
	0,007
	Medicina nuclear
	2
	0,003
Fonte: ANVISA (BRASIL, 2016, p.8).
Rastreamento de eventos adversos no serviço de saúde
Como eu posso rastrear os eventos adversos no meu serviço de saúde? Existem duas possibilidades: retrospectiva, através de análise de prontuários por exemplo; ou prospectiva, por meio de auditorias clínicas no serviço. Sobretudo, é necessário ter uma boa estratégia de notificação dos eventos adversos. Uma ferramenta interessante que ajuda na busca de eventos adversos em prontuários é o trigger tool (ou gatilhos), que são elementos encontrados nos registros e que podem sinalizar um evento adverso. Por exemplo: ao ler os registros, você observa que consta uma determinada lesão, isso é um gatilho para aprofundar a investigação no prontuário e determinar se é ou não um evento adverso.
Impacto e consequências dos EA
Indicadores de qualidade e ferramentas da gestão
Unidade 4 – Seção 2
Nesta webaula, compreenderemos mais afundo o universo da gestão por indicadores. Além disso, veremos o que é e como de se desenvolve, aplica e analisa um indicador de qualidade em saúde.
Indicador de saúde
Para entender o que significa indicador, podemos iniciar a partir do próprio termo. Se você observar, concluirá que ele tem por objetivo indicar alguma coisa, demonstrar de algum modo, revelar algo. É exatamente isto que um indicador de qualidade faz: permite-nos ver um cenário numericamente, e isso nos dá a condição de mensurar a qualidade do nosso serviço, atividade ou procedimento, tornando tangível a presença ou a ausência de qualidade. Seja qual for a sua área de atuação, só será possível medir a qualidade através dos indicadores. 
Para desenvolvê-los, é necessário conhecer bem o seu serviço, atividade ou procedimento e ter uma ideia clara do que se espera com eles. É muito importante essa reflexão, pois corre-se o risco de coletar um oceano de dados e de nada adiantar, pois nada mostram, são apenas números. 
Passos para criação de indicadores
Itens de controle
O indicador de qualidade mostra a evolução de um cenário e nos fornece dados objetivos do desempenho. Por outro lado, existem também os itens de controle, por exemplo: a minha equipe não está entregando os relatórios no prazo estipulado, então pode-se usar esses dados para cobrança dela, mas isso não é um indicador. Não confunda indicador com itens de controle, pois aquele é muito mais impactante, visto que não é focado nos prazos e no controle, mas, sim, na qualidade do processo como um todo.
Desafios da gestão de indicadores
A gestão de indicadores traz consigo inúmeros desafios, contudo o maior deles é o próprio ser humano, o qual, muitas vezes, pode ser resistente às mudanças e, portanto, ser uma barreira para que se possa pensar e agir de modo diferente. Nesta questão, é essencial o papel da liderança para mostrar que os indicadores não serão mais trabalho, e sim fonte das futuras mudanças, inclusive para melhoria do trabalho. Veremos, no quadro a seguir, três exemplos de desafios que você poderá encontrar na implantação da gestão por indicadores.
Exemplos de desafios na gestão de indicadores
	Desafios
	Características
	O que pode ser feito?
	Resistência à mudança
	A equipe pode entender como “mais trabalho” e não aderir o processo, ou achar que será exposta de algum modo.
	Você, como líder, deve manter um ambiente no qual os colaboradores participem das decisões. Uma vez que eles compreendam a importância do indicador e fazem parte disso, terão adesão.
	Dados incompletos
	Falha na estratégia de coleta de dados. O método precisar ser claro e objetivo.
	O líder deve definir, junto à equipe, quem será o dono do processo e como será o método de coleta.
	Fragilidade na interpretação dos dados
	Compreender somente o número bruto. Olhar apenas pelo aspecto negativo e considerar apenas os dados “bons” para o momento.
	O indicador não é um número apenas; ele é uma representação numérica do cenário e precisa ser analisado de forma ampla, considerando todos os pontos possíveis e de forma contínua, para, assim, poder ver a sua evolução gradativa.
Fonte: elaborada pelo autor.
Uma prática muito comum nos serviços de saúde é implantar indicadores de outras realidades no serviço. Isso nem sempre funciona, pois, muitas vezes, não corresponde ao universo do serviço. Desse modo, os indicadores seguem a mesma lógica do Procedimento Operacional Padrão (POP) e dos protocolos. É preciso olhar e conhecer a sua realidade para atender às suas necessidades específicas.
Notificação, mitigação, investigação e análise de eventos adversos (EA)
Unidade 4 – Seção 3
Nesta webaula, compreenderemos as tratativas do incidente, desde a notificação até a conclusão da sua causa raiz.
Notificação
O sistema adotado de notificação precisa ser independente, confidencial e não punitivo e ser visto como uma oportunidade de melhoria, sempre focado na solução dos problemas. É importante essa reflexão, pois é comum o foco no problema, e assim não tem como enxergar as soluções. O processo de notificação deve conter as informações necessárias para que se dê prosseguimento à investigação do incidente até chegar à sua causa raiz. 
As informações básicas são:
· Informações do paciente/cliente: idade, sexo, etc..
· Temporalidade do incidente: linha do tempo do incidente, quando aconteceu.
· Local onde ocorreu incidente: unidade ou setor.
· Quais são os agentes envolvidos: fatores que contribuíram; possíveis causas e mitigação.
· Classificação do incidente: tipo de incidente.
· Resultados do incidente: quais foram as consequências do incidente.
· Ações resultantes do incidente: o que pode ser feito como plano de ação.
· Notificador: como foi feita a coleta dos dados.
Observe que são informações essenciais, as quais serão o ponto de partida para a investigação do incidente, e que qualquer profissional pode fazer a notificação. Dentro deste contexto, é importante que haja também um fluxo de encaminhamento dessas notificações para um local que poderá seguir com os procedimentos posteriores. Existem serviços que têm um departamento de qualidade, e os gestores fazem esse controle. O importante é que o processo funcione e traga dados para a melhoria do serviço.
Mitigação
O evento adverso é um tipo de incidente que causa inúmeros danos ao paciente, e isso reflete no profissional e no serviço de saúde. Não tem como voltar no tempo e reverter um EA, mas podemos diminuir as suas consequências, ou seja, podemos mitigar os seus resultados para tentar ao menos reduzir os danos ao paciente/cliente. Então, mitigação é a atitude tomada imediatamente após a ocorrência de um evento adverso. 
Vamos a um exemplo prático. Imagine o seguinte cenário: um idoso de 75 anos caiu de seu leito ao virar-se na cama, a qual estava com as grades abaixadas. Como poderíamos mitigar esse incidente? Podemos realizar um exame físico rápido em busca de lesões ou sangramentos, encaminhar o paciente para a radiografia ou tomografia, caso necessário, e dar todo o suporte a ele. Atente-se ao fato de que é preciso ação imediata. O foco é o nosso paciente/cliente e, depois que eleestiver estabilizado, partiremos para a investigação do EA.
Investigação e análise de EA
Para investigação do EA, o documento base para início do processo é o relatório da notificação, no qual estão as informações necessárias para compreender o incidente de forma geral, inclusive considerar todos os fatores contribuintes. Quais são os principais fatores contribuintes? Estão relacionados ao(s): 
Recursos humanos
Comportamento, comunicação e desempenho da equipe.
Sistema ou ambiente de trabalho
Externos
Paciente
Uma investigação de incidente que não considera os fatores contribuintes é incompleta e não cumpre seu papel, que é descobrir a causa raiz.
Fluxo de análise para investigação do EA
Fonte: Brasil (2017, p. 35).
De modo geral, após a notificação, faz-se a análise do incidente e busca-se um plano de ação para evitar que ele ocorra novamente. Para analisar um incidente também utilizamos algumas estratégias com o uso de algumas ferramentas importantes, como o diagrama Ishikawa, conhecido também como “espinha de peixe” ou causa-efeito. Esse diagrama ajuda os investigadores a verem todos os fatores contribuintes que culminaram no incidente. 
Diagrama de Ishikawa
Fonte: Brasil (2017, p. 39).
Desde 2013, com a publicação da Portaria nº 529, que implementa o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), recomenda-se que todos os serviços de saúde tenham uma política de segurança do paciente, e isso inclui um sistema efetivo de notificação e análise dos incidentes. Os hospitais acreditados já têm isso como premissa.

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