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Pedido de localização e penhora de criptomoedas custodiadas por empresas internacionais

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Pedido de localização e penhora de criptomoedas custodiadas por empresas internacionais
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA __________________.
Processo n. º ___________________________
NOME DO EXEQUENTE, já qualificado nos autos, vem, respeitosamente, à presença de V. Exª., por intermédio do(a) seu(ua) advogado(a) ao final subscrito(a), requerer que seja efetuada a busca e penhora de criptomoedas do(a) executado(a) custodiada por empresa internacional, no valor atualizado da dívida de R$ XX,XX (valor por extenso), conforme cálculo em anexo.
Inicialmente, vale consignar que criptomoedas são moedas digitais descentralizadas, ou seja, que não são controladas por algum órgão ou país em específico. Elas são criadas em uma rede blockchain, que é responsável por armazenar com segurança os mais diversos tipos de informações.
Atualmente, existe um mercado de troca altamente aquecido envolvendo as criptomoedas.
O número de investidores brasileiros em criptomoedas - tendo o bitcoin como protagonista - já encosta em 1,4 milhão, mais do que o dobro do número de CPFs cadastrados na bolsa brasileira, a B3, hoje na casa de 620 mil.
Apenas no ano de 2021, os brasileiros negociaram R$ 103,5 bilhões de reais em criptomoedas (fonte: https://economia.ig.com.br/2022-01-10/brasileiros-negociaram-r--103-5-bi-em-criptomoedas-em-2021.html).
Não obstante, tendo em vista que as criptomoedas possuem valor econômico, elas são passíveis de serem penhoradas e em ordem preferencial, conforme dispõe o artigo 835, inciso I, do CPC, pois devem ser equiparadas ao dinheiro (moeda virtual).
No caso em apreço, já foram efetuadas diligências para a busca e penhora de bens para assegurar o cumprimento da obrigação executadas nestes autos. Porém, todas resultaram infrutíferas, inclusive a consulta ao SISBAJUD.
No caso das criptomoedas, a Receita Federal editou a Instrução Normativa 1.888/2019, que obriga as exchanges - as famosas corretoras responsáveis pela intermediação de compra e venda de criptomoedas - a fornecerem informações sobre as operações realizadas pelos brasileiros, que envolvam todo tipo de criptoativo.
O problema é que o executado pode possuir criptomoeda custodiada em uma corretora internacional. Aliás, as principais corretoras de criptomoedas do mundo estão sediadas fora do Brasil. Mas é possível a qualquer brasileiro, de posse de um telefone de aparelho celular, em poucos minutos, abrir uma conta em qualquer corretora internacional e através dela movimentar qualquer quantia em criptoativos.
No caso dos autos, já foi realizada a busca de criptomoedas de propriedade do executado junto à corretoras nacionais. Todavia, não se obteve êxito (INDICAR A PÁGINA QUE MOSTRE ISSO, CASO ISSO TENHA SIDO FEITO EM SEU PROCESSO).
Então, faz-se necessário consultar corretoras que são sediadas em outro países, com o intuito de descobrir se o devedor mantém junto a elas uma carteira de ativos digitais.
Embora tal pedido não seja o mais comum, atualmente, nossa sociedade vive uma era de constante mudança. O mundo cada vez mais interconectado e transformador exige que a justiça acompanhe tais transições e modernidades, a fim de que toda sociedade ganhe com a melhora na produção e na satisfação das demandas judiciais.
Ademais, não é justo que o executado goze de tais valores, uma vez que se tratam de moedas digitais, que serão a ele disponibilizado, enquanto a presente ação de execução se arrasta por XX anos, prejudicando não só o exequente, mas também o próprio Poder Judiciário, que já se encontra assoberbado de processos judiciais em trâmite, de forma que o deferimento da penhora pleiteada conferirá efetividade à execução.
Por fim, cabe esclarecer que o requerimento, caso deferido, não causará ofensa aos direitos do executado, visto que este poderá defender eventual impenhorabilidade por meio de embargos ou impugnação.
Assim, o(a) autor(a) não vê outra alternativa, a não ser requerer a V. Exª. que instale a cooperação jurídica internacional para a busca e penhora das criptomoedas que estejam registradas junto às corretoras internacionais em nome da parte executada. Outrossim, a prestação jurisdicional deve ir além do SISBAJUD, alcançando o que, inevitavelmente, a ferramenta implementada pelo CNJ não alcança pelos meios eletrônicos, como é o caso dessas corretoras acima relacionadas, que o sistema do Poder Judiciário não alcança referidas instituições internacionais.
Ante o exposto, requer o(a) autor(a) que seja iniciada a cooperação internacional, expedindo-se a competente Carta Rogatória para que sejam procedidos os atos constritivos de busca e penhora de criptomoedas do(a) executado(a) em poder de Instituição Internacional, no valor encontrado e até o limite de R$ XX,XX (valor por extenso), que ora se executa nestes autos.
Lista-se abaixo as corretoras de criptomoedas internacionais e suas respectivas sedes, para que possa ser instaurado o mecanismo de cooperação internacional, mediante carta rogatória:
1. AQUI VOCÊ DEVE LISTAR AS CORRETORAS DAS QUAIS VISA OBTER RESPOSTA, COM O ENDEREÇO ATUALIZADO (facilmente retirado do site de cada uma delas na internet).
Termos em que pede e se aguarda o deferimento.

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