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Ação de Repetição de Indébito - Contribuições Previdenciárias Acima do Teto

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA ___ VARA FEDERAL DE XXX (CIDADE) DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE XXX (ESTADO)
ou se o pedido for menor que 60 salários-mínimos: EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA ___ VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE XXX (CIDADE) DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE XXX (ESTADO)
NOME DO CLIENTE, brasileiro, regularmente inscrito no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, portador de RG nº XXXXXXXXXXX, residente e domiciliado na Rua XXXXXXXXXX, nº XXXX, Bairro XXXXXX, Cidade/ESTADO, CEP: XX.XXX-XXX, enredereço eletrônico XXXXXXX OU NOME DA EMPRESA, pessoa jurídica de direito privado, regularmente inscrita no CNPJ sob o nº. XX.XXX.XXX/XXXX-XX, com sede na Rua XXXXXXXXXX, Nº. XXXXXXX, Bairro XXXXXX, Cidade/ESTADO, CEP: XX.XXX-XXX, vem, à respeitosa presença de Vossa Excelência, por meio de seus advogados (instrumento de mandato acostado), com endereço eletrônico XXXXXXXX, propor
AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO
em face de UNIÃO FEDERAL - FAZENDA NACIONAL, pessoa jurídica de Direito Público interno, inscrita no CNPJ sob o n° 00.394.460/0230-01, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
I. BREVE SÍNTESE FÁTICA
O autor se graduou ______ em XX/XX/XXXX, e, desde então, vem prestando seus serviços a mais de uma empresa. Conforme extrato de suas contribuições previdenciárias anexo, atualmente, o autor presta serviço, como contribuinte individual, para a XXX, bem como para a XXX.
Considerando que a responsabilidade pelas contribuições previdenciárias do prestador de serviço é da empresa contratante, nos termos do art. 30, inciso I, alínea “a”, as empresas para as quais o autor exerce suas atividades vem fazendo isso mensalmente.
Ocorre que, nas duas empresas, a remuneração do autor é em valor alto, de modo que, somando-se as contribuições, ultrapassa, e muito, o teto previdenciário.
Assim, tendo em vista a impossibilidade de enriquecimento ilícito pelo erário, o autor realizou protocolo administrativo junto à Receita Federal, a fim de fosse realizada a restituição dos valores contribuídos acima do limite, conforme protocolo anexo.
O seu requerimento, contudo, restou indeferido, não havendo, para ele, outra escolha que não fosse o ajuizamento da presente demanda, a fim de que lhe seja restituído o que é seu por direito, consoante se passa a demonstrar.
II. DO TETO PREVIDENCIÁRIO E DA POSSIBILIDADE DE RESTITUIÇÃO
A legislação previdenciária prevê, no art. 29, § 2°, da Lei n° 8.213/91, que “o valor do salário-de-benefício não será inferior ao de um salário mínimo, nem superior ao limite máximo do salário de contribuição na data de início do benefício”.
Desta feita, diante da impossibilidade de percepção de benefício superior ao limite máximo do salário de contribuição, não pode o Erário se beneficiar de contribuição que supere este limite, pois isso prejudicaria o segurado, que estaria contribuindo em valor superior ao que pode vir a perceber.
O art. 28, § 5°, da Lei n° 8.212/91 foi o responsável por elencar o primeiro limite do salário de contribuição, sendo que este valor vem sendo atualizado desde então. Veja-se:
§ 5º O limite máximo do salário-de-contribuição é de Cr$ 170.000,00 (cento e setenta mil cruzeiros), reajustado a partir da data da entrada em vigor desta Lei, na mesma época e com os mesmos índices que os do reajustamento dos benefícios de prestação continuada da Previdência Social.
Atualmente, o limite do salário de contribuição e, portanto, da Renda Mensal Inicial, a qual poderá o segurado vir a receber, é de R$ 7.507,49, conforme a Portaria Interministerial MPS/MF n° 26, de 10 de janeiro de 2023.
Verifica-se no Extrato de Contribuições Previdenciárias – CNIS anexo, que as empresas XXX e XXX vem recolhendo sobre salários de R$ XXX e R$ XXX, respectivamente, ou seja, somando o valor de ambas as remunerações o salário de contribuição do autor ultrapassa R$ XXX. 
Além do CNIS, o autor ainda apresenta cópias das GFIP’s das empresas, nas quais se comprova, de maneira indubitável, que o desconto previdenciário, em ambas, supera o teto previdenciário.
Esse fato, ainda, vem ocorrendo desde XX/XX/XXXX, quando ele passou a prestar serviço para a empresa XXX. Nesse sentido, há mais de 05 (cinco) anos, o autor vem realizando sua contribuição acima do limite máximo, restando em grande prejuízo, uma vez que ele jamais poderá perceber benefício superior ao limite estabelecido.
Deste modo, requer-se a restituição dos valores pagos a maior, mês a mês, atualizados e corrigidos, conforme tabela anexa, relativa a todos os anos nos quais a soma de suas contribuições resulta em valor acima do teto, ressalva a prescrição quinquenal.
Frisa-se que a jurisprudência é uníssona no sentido da possibilidade dessa restituição:
EMENTA: TRIBUTÁRIO. PROCEDIMENTO COMUM. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. RECOLHIMENTOS, TETO DO RGPS, RESTITUIÇÃO. A Lei de Custeio (L 8.212/1991) estabelece um teto de contribuição, face às limitações do sistema previdenciário, o qual prevê um valor máximo para pagamento dos benefícios por ele mantidos. Havendo recolhimento de contribuição previdenciária acima do teto estabelecido nos termos do § 5º do art. 28 da Lei 8.212/1991, impõe-se a restituição do excedente. Precedentes desta Corte. (TRF4, AC 5000776-47.2017.4.04.7217, PRIMEIRA TURMA, Relator MARCELO DE NARDI, juntado aos autos em 20/07/2022) – Grifo nosso.
Assim, reconhecida a ocorrência de indébito tributário, faz jus o autor à restituição dos tributos recolhidos a maior, nos cinco anos anteriores ao ajuizamento desta demanda, inclusive com atualização pela taxa SELIC, nos termos do art. 39, §4°, da Lei n° 9.250/95.
III. DOS PEDIDOS
Por todo exposto, a Autora requer:
a) em atenção ao inc. VII do art. 319 c/c inc. II do §4º do art. 334, ambos do CPC, a Autora opta pela não realização da audiência de conciliação ou de mediação, uma vez que, tratando-se de demanda ajuizada em face da Fazenda Pública, o presente litígio versa sobre direito indisponível de caráter público e, portanto, não admite autocomposição;
b) a citação da Ré na figura do seu representante legal para, querendo, apresentar contestação dentro do prazo legal;
c) em sede de sentença, a integral procedência da ação para que:
c.1) seja reconhecido o direito da Autora à repetição de indébito tributário em uma única parcela, referentes aos últimos 5 anos e as vencidas no curso do referido processo, atualizados pela taxa SELIC a partir da data do pagamento (Súmula nº 162 do STJ), nos termos do art. 39, §4°, da Lei n° 9.250/95;
c.2) a Ré seja condenada ao ônus de sucumbência, nos termos do art. 85, §§ 2º e 3º, do CPC;
d) por fim, a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, nos termos do art. 369 do CPC, em especial prova documental.
Atribui-se ao valor da causa a importância de R$ XXXX
Nestes termos,
Pede deferimento.
[Cidade], [Sigla do Estado], XX de XXXX de 2023.
ADVOGADO
OAB

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