Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

DIREITO TRIBUTÁRIO 
 2º Bimestre
RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA
Obrigação Tributária: relação entre o sujeito passivo e o sujeito ativo.
A HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA
 Denomina-se hipótese de incidência o momento abstrato escolhido pelo legislador em que um fato da vida real dará ensejo ao fenômeno jurídico tributário. Exemplos: circular mercadorias; transmitir bens; prestar serviços etc. 
O FATO GERADOR
 O fato gerador é a materialização da hipótese de incidência. Em outras palavras, é o momento em que o que foi previsto na lei tributária (hipótese de incidência) realmente ocorre no mundo real.
O fato gerador é o que define a natureza do tributo (imposto, taxa e contribuição de melhoria), e não a denominação dada ao tributo, que é irrelevante, conforme art. 4.º, I, do CTN.
 Cabe destacar o fato de que, ao definir a lei que será aplicada, o fato gerador corrobora o princípio da irretroatividade tributária, previsto na alínea a do inc. III do art. 150 da CF.
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
        I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
        II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.
A destinação não influencia, na medida em que a pessoa pode tratar, por exemplo alguma cobrança como taxa, sendo que se trata de um imposto!
SUBSUNÇÃO LEGAL – requisitos 
· Temporal: momento em que ocorre o fato gerador
· Espacial: local em que ocorre o fato gerador
· Material: descrição do cerne da hipótese de incidência
· Quantificativo: base de cálculo e alíquota.
Ex.: lançamento se baseia nesses 5 requisitos; não é anormal encontrarmos erros, principalmente no quesito temporal, como nas hipóteses de prescrição.
Princípio pecunia non olet: Não importa, para a ocorrência de um fator gerador, a natureza dos atos praticados nem de seus efeitos, de forma que, atos nulos ou ilícitos podem ser tributados, conforme o art. 118 do CTN.
Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:
     I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;
     II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.
Independentemente de o fato ser ilícito ou não, ocorre o fato gerador.
Em relação ao aspecto temporal, consoante o disposto no art. 116 do CTN, o fator gerador é considerado ocorrido quando:
· Em situações de FATO, no momento em que se verifica a materialidade necessária para que se produza os efeitos dela decorrente. Ex.: II - FG ocorre quando a mercadoria entra no território nacional; ICMS – FG ocorre com a circulação da mercadoria (momento em que ela sair da loja0
· Em situações JURÍDICAS, no momento em que a situação esteja constituída definitivamente, conforme o direito aplicável. Ex.: comprei um imóvel, não me torno automaticamente o proprietário, sendo necessário a realização do registro; aqui ocorre o fato gerar do ITBI (transferência de imóveis) e do ITCMD (causa mortis)
Art. 116... Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária
· Evasão: trata-se da fuga de rendimentos da tributação, ou seja, quando a pessoa deixa de declarar impostos (sonegação de impostos).
· Elisão: trata-se do planejamento tributário, ou seja, a oportunidade legal que autoriza o contribuinte a pagar um valor inferior
· Elusão: trata-se da própria menção do parágrafo único, ou seja, desconsideração dos atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária
Ex. de elusão: avô deixa herança para os netos que abrem uma empresa com seus bens, e na hipótese da empresa se dissolver, o avo sai com dinheiro e os netos com os bens. 
No caso de negócios jurídicos condicionais, conforme dispõe o art. 117 do CTN, considera-se OCORRIDO o fator gerador quando:
· Havendo uma condição suspensiva, desde o momento de seu implemento. Ex.: o fato gerador depende de uma condição para que ocorra definitivamente – quando eu dou um imóvel como condição para que minha filha se case – ocorre o fato gerador do ITCMD 
· Havendo uma condição resolutória, desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio jurídico.
· OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA A obrigação tributária é resultante do fato gerador ou, em outras palavras, da concretização do paradigma legal previsto abstratamente na hipótese de incidência tributária. Pode ser analisada a partir de quatro elementos formadores: sujeito ativo, passivo e objeto da causa!
· Sujeito Ativo: aquele que vai ser o credor, ou seja, aquele ente federativo se divide em: 
· - Sujeito ativo direto: Entidades tributantes que detêm o poder de legislar em matéria tributária (União, Estados, Municípios e DF)
· - Sujeito ativo indireto: entidades parafiscais (CRM, CRC, CROSP etc.), os quais detêm o poder arrecadatório e fiscalizatório (capacidade tributária ativa).
· Sujeito passivo - A sujeição passiva é matéria adstrita ao polo passivo da relação jurídico-tributária. Refere-se, pois, ao lado devedor da relação intersubjetiva tributária, representado pelos entes destinatários da invasão patrimonial na retirada compulsória de valores, a título de tributos (e, ainda, multas). Ex.; proprietário 
· Sujeito passivo direto: é o contribuinte, que possui relação pessoal e direta com o fator gerador (art. 121, parágrafo único, I, do CTN). Exemplo: o proprietário do bem imóvel é contribuinte do IPTU; 
· Sujeito passivo indireto: é o responsável, na condição de terceiro, escolhido por lei para o pagamento do tributo, sem que tenha relação com o fator gerador (art. 121, parágrafo único, II, do CTN).
 Exemplos: os pais são os responsáveis tributários relativamente ao tributo devido pelo filho menor; o adquirente do bem imóvel (ou móvel) é o responsável tributário relativamente ao tributo devido pelo alienante; o administrador da sociedade é responsável tributário relativamente ao tributo devido pela pessoa jurídica.
OBS: Vejam que o art. 123 do CTN não permite que contratos particulares sejam utilizados perante o Fisco para a modificação do sujeito passivo.
EX.: O IPTU sempre será pago pelo proprietário do imóvel, e não do locatário, dessa forma, caso o locatário não pague o imposto devido, será o proprietário executado, não podendo utilizar o contrato de locação para mudar o sujeito passivo. 
Capacidade tributária
 A capacidade tributária em questão trata da capacidade jurídico-tributária, e implica a aptidão do titular de direitos para a composição do polo passivo da relação jurídica que engloba a cobrança do tributo.
Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:
 I - da capacidade civil das pessoas naturais; na hipótese de ser menor de idade, ou tiver uma incapacidade provisória ou permanente, ele será notificado e executado.
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios; ex.: advogado suspenso na OAB, será tributado da mesma maneira, podendo responder por seus bens esmo que não esteja trabalhando. 
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional. Ex.: quando abro uma empresa sem inscrição e sem CNPJ, estarei praticando atos de comércio, e mesmo que não esteja exercendo regularmente, será tributado da mesma maneira 
17/10/2023
Legislação tributária 
Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicasa eles pertinentes.
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
        I - A instituição de tributos, ou a sua extinção; princípio do paralelismo das formas, ou seja, se é necessária uma lei para criar, também será necessária uma lei para extingui-lo. 
        II - A majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
        III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
        IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
        V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;
        VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.
 § 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.
Para a majoração de tributo, dentro da tabela com os valores utilizados, não é necessária uma lei para tal ato, não ofendendo dessa forma o princípio da legalidade 
Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha. Para que não sofram a bitributação, são aplicados os tratados e convenções internacionais, em negócios jurídicos que envolvam o povo brasileiro.
Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei.
O poder público pode expedir decretos para regularizar as leis, todavia não pode ultrapassar limites que a disciplinam, sob pena de ilegalidade. 
O que são as normas complementares?!
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos:
        I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; ex. o secretario da fazenda expede uma portaria regulamentando determinado dispositivo, trata-se de um ato complementar a lei.
        II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; No âmbito federal ocorrem os julgamentos administrativo, onde são feitas as cobranças aos contribuintes por um auto de infração. Nesses casos serão proferidas decisões, a qual o órgão competente atribui eficácia. 
        III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
        IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Existem conselhos – Confaz (conselho fazendário) que deliberam sobre as isenções, reduções de base de cálculo, entre outras, justamente como objetivo de apaziguar a guerra fiscal. 
 Vigência da legislação tributária no tempo
No que diz respeito à vigência no tempo, ficam mantidas as disposições legais que delineiam a vigência das normas jurídicas em geral.
Significa dizer que se aplica à legislação tributária a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, ou seja, o instrumento normativo que estabelece as regras de vigência das leis em geral. E sua regra informa que “salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada” (art. 1.º, caput, da LINDB).
A lei tributária deve atentar não somente aquilo que está descrito na lei, mas saber aplicar os princípios da anterioridade e noventena, para saber o momento exato que a lei existe, possui validade e eficácia.
Sabe-se que toda lei que criar ou majorar tributos terá sua eficácia submetida ao princípio da anterioridade, salvo as exceções constitucionalmente previstas (art. 150, § 1.º, da CF).
 Isso significa dizer que os gravames somente poderão ser cobrados a partir do 1.º dia do ano seguinte ao da publicação da lei (art. 150, III, b, da CF), além de respeitar o princípio da anterioridade nonagesimal (art. 150, III, c, da CF), o que representa um diferimento ou adiamento (isto é, postergação) da eficácia do tributo.
· Validade: só é válida quando for publicada.
· Eficácia: após o prazo de vacatio legis, bem como a observação dos princípios da anterioridade e noventena.
VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA NO ESPAÇO – art. 102 
Toda regra jurídica é criada para viger em dado território: as leis de um país só valem dentro daquela nação; as leis estaduais só têm aplicação no território daquele Estado; as leis municipais só são aplicáveis dentro do respectivo território municipal.
Espacialmente, a legislação tributária está submetida ao princípio da territorialidade. Logo, a legislação tributária vale, em princípio, nos limites do território da pessoa jurídica que edita a norma.
Estudar a retroatividade da lei – art. 106
A aplicação da nova lei tributária aos fatos pendentes
De acordo com o art. 105 do CTN, a legislação nova aplica-se aos fatos geradores pendentes, ou seja, fatos que se principiam na vigência de uma legislação e se completam na vigência de outra legislação
Ex.: declaração do imposto de renda, os fatos pendentes e não concluídos só são levados ao conhecimento da autoridade tributária no ano seguinte. Assim, se houver alguma mudança na lei durante esse período, ela influenciará na pendencia 
Interpretação da legislação: 
O legislador não tem condições de alcançar todas as brechas existentes, assim a lei tributária define como ocorre o preenchimento de lacunas, pela seguinte ordem:
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
    I - a analogia;
   II - os princípios gerais de direito tributário;
    III - os princípios gerais de direito público;
    IV - a eqüidade.
Analogia: aplicação da lei em situações semelhantes. Todavia: 
 § 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. Ex.: transporte de peixe semelhante ao bacalhau, sofreu a tributação do bacalhau em determinação do fiscal. Todavia, não havia alíquota para aquela espécie de peixe, não podendo ser tributado!!!
 § 2º O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.
DIREITO CIVIL X TRIBUTÁRIO
 Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários.
 Também chamado de dialogo das fontes, o direito tributário pode buscar definições em outros âmbitos, como o direito civil, sem que isso altere a própria legislação tributária.
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias.
Não compete ao direito tributário modificar as definições buscadas em outros ramos do direito. 
*** Ex.: desconsideração da personalidade jurídica. 
INTERPRETAÇÃO LITERAL
Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:
  I - suspensão ou exclusão do crédito tributário;
    II - outorga de isenção;
 III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
Ex.: pessoas com deficiência, que eram motoristas detinham isenção tributária. Todavia, a lei não fazia distinção entre os deficientes, muito embora, a maioria dos deficientes não conseguissem tirar CNH. Assim, o objetivo da lei em facilitar o transporte para as pessoas deficientes acabou por dificultar o acesso a isenção. 
	
INTERPRETAÇÃO BENIGNA
 Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe cominapenalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto:
        I - à capitulação legal do fato;
        II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;
        III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
        IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.
MATRIZ DE INCIDÊNCIA
Fato Gerador: hipótese de incidência e fato tributário
Critérios: material, pessoal, espacial, pessoal e quantitativo
 
CRITÉRIO SUBJETIVO:
 Qual o ente (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) está apto a instituir e cobrar o tributo – SUJEITO ATIVO (SA) - 
Quem será cobrado, em outras palavras, quem será o SUJEITO PASSIVO (SP) da relação jurídico tributária que atenderá esse consequente normativo – pode ser contribuinte (quando deu a ocorrência ao fato que pode ser cobrado ex.: proprietário do imóvel pagar o IPTU) ou responsável (aquele que não tem relação direta com o FG, mas respondem pelos tributos- ex.: pais pelos filhos menores – responsabilidade subsidiária)
Ex.: é impossível a notificação de pessoa morta, só são possíveis a notificação e a execução das pessoas que possuam capacidade civil
Também é necessário que o sujeito notificado seja realmente o devedor de determinado tributo.
CRITÉRIO TEMPORAL:
 Em síntese é o momento em que ocorre o FG. Verifica as hipóteses de decadência ou da prescrição 
 Ex: no mundo do ITBI é no momento da Transmissão Onerosa de Bens Móveis e dos Direitos a eles relativos. 
Ex.; se for identificado errado ou se ocorreu a prescrição, não há como sobrer a tributação. 
CRITÉRIO MATERIAL: 
Qual a situação abstrata (Hipótese de Incidência - HI) definida em lei deve ocorrer no mundo real para que nasça a Obrigação Tributária (OT) com a ocorrência do Fato Gerador (FG). 
Ex: no mundo do ICMS o FG é a circulação de mercadorias e de serviços de transporte intermunicipais e interestaduais e a prestação onerosa de serviços de comunicação.
CRITÉRIO ESPACIAL: 
Qual é o local onde o imposto será devido. Em outras palavras, qual o Ente (Estados, Distrito Federal e Municípios) será o Sujeito Ativo que terá direito ao tributo.
 Ex: no mundo do ISS, a regra geral é que seja devido no estabelecimento do prestador ou, na falta desse, no domicílio do prestador salvo as exceções expressas nos incisos do art. 3º da lei 116/03.
Influencia mais nas relações de impostos municipais. 
CRITÉRIO QUANTITATIVO:
 Traduz-se na quantidade de dinheiro que o Sujeito Passivo deverá entregar ao Ente em virtude da ocorrência do FG. Esse “quantum” é obtido através da Base de Cálculo (BC) e da Alíquota.
 Ex: No caso do IPTU imaginemos que temos um imóvel avaliado a R$ 100.000,00 (BC) na planta genérica de valores e que sua alíquota seja de 1%. Nesse caso teremos um “quantum” de tributo a ser recolhido no valor de R$ 1.000,00
- É necessário identificar a alíquota, para realizar a cobrança no valor correto. Assim se mudar o tamanho ou a quantidade do produto, influenciará no seu respectivo valor. 
 20/10/2023
LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO
LANÇAMENTO
modalidades:
· Misto ou por declaração
· De ofício ou direto
· Por homologação ou auto lançamento
Ato praticado de forma vinculada ao administrativo para que o credito tributário se torne uma obrigação tributária. É necessário observar se possui os 5 requisitos.
Define o art. 142 do CTN que o lançamento é procedimento de exigibilidade do tributo, mostrando-se como atividade administrativa plenamente vinculada. Sendo assim, o lançamento rechaça a discricionariedade em seu processo de formação.
Ademais, o lançamento, por ser vinculado, exige a feição escrita, não se admitindo o “lançamento verbal”. 
Atividade plenamente vinculada: somente o funcionário da fazenda que pode efetuar o lançamento 
Contudo, o lançamento não é ato auto executório. Assim, o contribuinte pode desviar-se do pagamento do tributo e discuti-lo administrativa ou judicialmente, não podendo ser alvo implacável de atos auto executáveis de coerção, que o pressionem a efetuar o recolhimento do gravame.
- é necessário fazer a notificação, para que tenha o direito de se defender dentro do prazo de 30 dias. 
Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a presumir a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, arbitrar a matéria tributável, calcular o montante do tributo que entende devido, indicar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível
Lançamento possui que natureza jurídica? O lançamento retroage e verifica se são preenchidos os 5 elementos necessários para constituir a obrigação tributária 
O lançamento é ato administrativo vinculado, não auto executório e privativo do Fisco, podendo haver, em seu processamento, uma participação maior ou menor do contribuinte no ato de lançar. 
De acordo com o CTN, são previstas as seguintes espécies de lançamento, em virtude da intensidade dessa participação do contribuinte: (a diferença consiste na participação do sujeito passivo)
Lançamento direto, de ofício ou ex ofício (art. 149, I);
É aquele lançamento realizado pela autoridade fiscal que, dispondo de dados suficientes em seus registros para efetuar a cobrança da exação, constitui o crédito tributário dispensando o auxílio do contribuinte
O lançamento direto ou de ofício é procedimento constitutivo do crédito de iniciativa da Administração.
Ex.: IPTU e IPVA. Para cobrar esses tributos a fazenda já possui todos os dados necessários, podendo fazer tudo de forma direta, não é necessária a participação do contribuinte. (sei o seu endereço)
Lançamento misto ou por declaração (art. 147);
Nessa espécie, o Fisco constitui o crédito tributário a partir de informações fornecidas pelo contribuinte por meio de declaração, sem as quais o lançamento ficaria prejudicado.
O lançamento misto é um procedimento constitutivo do crédito de iniciativa da Administração.
Ex.: ITCMD. Como que o estado constitui esse credito? Como eu sei quem morreu? É necessária uma participação do contribuinte, a partir da elaboração de uma declaração pelos familiares, que comprove essa situação para que o fisco possa proceder ao lançamento.
Ex.: contêiner – necessita de uma declaração de importação, informando quais os produtos para que o valor do lançamento recaia sobre os produtos. 
Se o contribuinte não participar do procedimento, não há meios viáveis de realizar o lançamento.
Lançamento por homologação ou autolançamento (art. 150).
Nessa espécie, o Fisco constitui o crédito tributário a partir de informações fornecidas pelo contribuinte por meio de declaração, sem as quais o lançamento ficaria prejudicado.
O lançamento misto é um procedimento constitutivo do crédito de iniciativa da Administração.
Exemplos: ICMS, IR, IPI, PIS, COFINS, CSLL, entre tantos outros tributos, representando o maior volume de arrecadação
Se o fisco comprovar a sua relação de documentos, o lançamento é feito pela fazenda conforme o valor que você declarou. Ela não é obrigada a fazer o lançamento por homologação 
Malha: dados que não estão correspondendo. Assim, se existe dúvida sobre determinada informação, a mesma cairá na malha. Trata-se de um mecanismo que auxilia a fazenda no momento de realizar o lançamento.
A DECADÊNCIA
A decadência, no Direito Tributário, refere-se ao decaimento (ou perecimento) do estatal direito de constituição do crédito tributário pelo lançamento. Sua ocorrência prevê a extinção do crédito tributário (art. 156, V, do CTN).
O Fisco tende a proceder ao lançamento com o intuito de prevenir--se contra a decadência, ainda que o crédito esteja com a exigibilidade suspensa.
Trata-se da perda do direito da fazenda de constituir o credito tributário, aqui o elemento temporal impede que eu chegue ao credito tributário e efetue o lançamento. 
Ex.: decorreu mais de 6 anos da ocorrência do FG.
 Mas como o credito tributário pode ser extinto, sendo que o fato gerador não pode ser constituído? Trata-se de uma formade o contribuinte se defender caso a fazenda venha a cobra-lo. 
Aquele que constitui o credito tributário pode errar de diversas maneiras, então se por acaso o prazo de decadência estiver ultrapassado e o credito tributário for constituído de alguma forma, o contribuinte pode se defender por meio da redação do 156, V, do CTN.
Fato G – (LANÇAMENTO) – CT – obrigação tributária – notificação. 
A decadência no CTN
O CTN apresenta dois dispositivos que devem ser analisados quando do estudo da decadência: art. 173, I, e art. 150, § 4.º
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.
...
 § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
O art. 150, § 4.º, do CTN prevê o marco inicial como a data do fato gerador. Importante é frisar que o transcurso in albis do quinquênio decadencial, sem que haja conferência expressa, provocará a homologação tácita do lançamento, perdendo o Fisco o direito de lançar, de modo suplementar, uma eventual diferença. A aplicação do art. 150, § 4.º, do CTN deverá ser ressalvada nas seguintes situações: o prazo de 5 anos é contado da data do FG! 
· Se a lei não fixar outro prazo para a homologação, o que só poderá fazê-lo para menos, conforme posição unânime da doutrina; 
· se houver prova da ocorrência de dolo, fraude ou simulação, caso em que será aplicado o art. 173, I, do CTN.
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados:
        I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;
      II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Ex.; errou o número do CNPJ, assim, começará a contar novamente o prazo de 05 anos a partir da referida decisão 
Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. Ex.: se ocorrer uma antecipação, é possível contar o prazo a partir dessa data. 
Aplicação exclusiva do art. 173, I, do CTN: quando não há o pagamento do tributo, não há homologação a ser realizada, pois falta objeto ao lançamento por homologação. 
Após o trânsito em julgado da decisão que anular o lançamento originário, o prazo de decadência de cinco anos é reaberto para que se faça novo lançamento.
 É o que se depreende do inc. II do art. 173 do CTN.
 A doutrina majoritária tem entendido que tal decisão pode ser administrativa ou judicial.
A DECADÊNCIA E A MEDIDA PREPARATÓRIA DE LANÇAMENTO
O parágrafo único do art. 173 do CTN prevê uma antecipação do termo inicial do prazo decadencial, ou seja, o dies a quo é deslocado, antecipadamente, do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado para a data da medida preparatória do lançamento. Caso o prazo decadencial já tenha sido iniciado por força do inc. I do art. 173, não será possível aplicar o dispositivo, provocando alteração no prazo decadencial já iniciado.
(1 exercício.) a Fazenda Pública expede notificação ao contribuinte, datada de 10 de outubro de 2006, para apresentar documentos relacionados a determinado imóvel, por não constar de seus arquivos o lançamento do Imposto Predial Territorial Urbano – IPTU, referentes aos exercícios de 2004, 2005 e 2006.
Com esses fatos colocados, indaga-se: quais as conseqüências da referida notificação no que se refere ao prazo de decadência?
2) quanto aos fatos geradores do imposto referentes aos exercícios de 2004 e 2005, os prazos decadenciais tiveram seus inícios em 1º de janeiro de 2005 e 1º de janeiro de 2006, respectivamente (CTN, art. 173, I), não sofrendo nenhuma interferência da notificação. Pode assim o Fisco utilizar-se de seu direito de constituir, pelo lançamento de ofício, os respectivos créditos tributários devidos, até o dia 31 de dezembro de 2009 e 31 de dezembro de 2010, sob pena, então, de o seu direito ser alcançado pela decadência;
- os dois primeiros prazos já estavam correm, mas o prazo de 2006 começaria a correr em 01 de janeiro de 2007 
(3) no que se refere, entretanto, ao fato gerador do IPTU do exercício de 2006, se a Fazenda Pública não tivesse se manifestado em 10/10/2006, data da notificação, o prazo decadencial somente teria começado em 1º de janeiro de 2007 (CTN, art. 173, I). Todavia, com base no que dispõe o mencionado parágrafo único do art. 173, o dies a quo da decadência é antecipado para o dia 10 de outubro de 2006, podendo o Fisco constituir o crédito tributário devido até o dia 10 de outubro de 2011, sob pena de ser extinto pela decadência.
O fato de fazenda antecipar ao dia 10 de outro de 2006 (medida preparatória) o fisco poderia contar o prazo a partir daí e não em 01 de janeiro de 2007.
A DECADÊNCIA E A LEI COMPLEMENTAR
O art. 146, III, b, da CF dispõe que “cabe à lei complementar estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários (...)
De acordo com o art. 45 da Lei n.º 8.212/1991, o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 10 (dez) anos, contados:
 I – do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído.
 II – da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado
Essa lei ordinária tratava da prescrição e da decadência, mesmo ofendendo o disposto na constituição 
Em 2008, o STF, seguindo o entendimento do STJ, sacramentou a posição majoritária da doutrina, editando a Súmula Vinculante 8, com o seguinte teor: “São inconstitucionais o parágrafo único do art. 5.º do Dec.- lei n.º 1.569/1977 e os arts. 45 e 46 da Lei n.º 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário.
PRESCRIÇÃO
 CRÉDITO TRIBUTÁRIO
A prescrição tributária é o fato jurídico que implica a perda do direito de ajuizamento da ação de execução fiscal. Insere-se a prescrição no bojo do direito processual. Verificada a sua ocorrência, nula será a ação executiva (art. 803, I, do CPC/2015), e extinto estará o crédito tributário (art. 156, V, do CTN).
O prazo para a contagem do quinquênio prescricional tem início no momento da constituição definitiva do crédito tributário, conforme reza o art. 174 do CTN.
 Em outras palavras, pode-se dizer que o termo a quo decorre do momento em que o crédito tributário se torna indiscutível, ou seja, quando não se admitir qualquer recurso administrativo a seu respeito.
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva.
A interrupção da prescrição
O art. 174, parágrafo único, I a IV, do CTN trata das causas de interrupção de prescrição.
Art. 174. Parágrafo único. A prescrição se interrompe:
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; Com esta nova redação, o Fisco tornou-se mais protegido, uma vez que será verificada a interrupção com o simples despacho, independentemente da citação efetivada
II - pelo protesto judicial;
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor.
O protesto judicial é tratado no inc. II. Tal procedimento especial e cautelar, no que se refereao crédito tributário, somente se verifica adequado se o Fisco estiver impossibilitado de ajuizar a execução fiscal, na iminência de restar configurada a prescrição.
O inc. III deixa transparecer uma menção aos atos que se traduziriam na intenção de receber o pagamento do tributo.
O inc. IV traz a única hipótese de interrupção da prescrição decorrente de ação do próprio devedor, bem como de interrupção extrajudicial. Exemplos: requerimento reconhecendo o débito e pedindo compensação; declaração escrita; pedido de parcelamento do débito. 
A PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE
O tema da prescrição intercorrente encontra respaldo no § 4.º do art. 40 da Lei n.º 6.830/1980.
Caso não seja localizado o devedor ou não sejam encontrados bens suficientes para garantir o juízo, haverá a suspensão do curso da execução, pelo período máximo de um ano (§ 2.º do art. 40). Se a situação persistir, ao término do período, os autos serão encaminhados ao arquivo, devendo lá permanecer pelo período de prescrição (5 anos).
Súmula 314 do STJ: “Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo de prescrição quinquenal intercorrente”.
Suspensão do Crédito Tributário
O CTN, em seu art. 151, enumera os seguintes casos de suspensão da exigibilidade do crédito tributário:
I – Moratória;
II – Depósito do montante integral;
III – Reclamações e recursos administrativos;
IV – Concessão de liminar em mandado de segurança ou em
cautelar;
 V – Concessão de tutela antecipada em outras ações;
 VI– Parcelamento.
MO = MOratória
DE = DEpósito do montante integral
RE = REclamações e REcursos administrativos
CO = COncessão de liminar em mandado de segurança e COncessão
de tutela antecipada em outras ações
PA = Parcelamento
MORATÓRIA
A moratória é a dilatação legal do prazo de pagamento e é regulada pelo CTN em seus arts. 152 a 155, diferentemente do que ocorre com as demais causas suspensivas, cujo tratamento é inexistente.
O art. 152 do CTN confere à moratória duas formas de concessão: a moratória geral e a moratória individual.
Na forma geral, a moratória é concedida por lei, sem a necessidade da participação da autoridade administrativa. 
 
Autonômica ou autônoma: concedida pelo detentor da competência tributária. Exemplo: moratória do IPI pela União;
Heterônoma: concedida pela União quanto a tributos de competência dos Estados, Distrito Federal e Municípios. Nesta modalidade, a União deve, simultaneamente, conceder a moratória a seus tributos e às obrigações de direito privado. Curiosamente, o CTN permite, no campo da moratória, o que a Constituição Federal veda, no campo das isenções. Relembre-se o princípio constitucional da vedação das isenções heterônomas, constante do inc. III do art. 151 da CF.
 
Art. 153. A lei que conceda moratória em caráter geral ou autorize sua concessão em caráter individual especificará, sem prejuízo de outros requisitos:
        I - o prazo de duração do favor;
        II - as condições da concessão do favor em caráter individual;
        III - sendo caso:
        a) os tributos a que se aplica;
        b) o número de prestações e seus vencimentos, dentro do prazo a que se refere o inciso I, podendo atribuir a fixação de uns e de outros à autoridade administrativa, para cada caso de concessão em caráter individual;
        c) as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso de concessão em caráter individual.
Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora:
        I - com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele;
        II - sem imposição de penalidade, nos demais casos.
 DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL
O instituto do depósito é mais comumente utilizado na via judicial, não o sendo, na via administrativa.
Vale observar que o contribuinte pode lançar mão do depósito integral mesmo nos casos em que já tenha obtido a suspensão do crédito tributário por outras formas, objetivando, em tal situação, livrar-se da incidência de juros, se o crédito voltar a ser exigível.
 RECLAMAÇÕES E RECURSOS ADMINISTRATIVOS
A suspensão da exigibilidade do crédito tributário pode se dar pela via administrativa.
As reclamações e os recursos administrativos representam, em geral, o
primeiro passo antes da via judicial, trazendo a vantagem de não imporem ao litigante a incidência das custas judiciais
CONCESSÃO DE LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA
A liminar em mandado de segurança sempre existiu como causa suspensiva da exigibilidade do crédito tributário.
Subsistem duas causas suspensivas da exigibilidade do crédito tributário, oriundas de ordens emanadas do Poder Judiciário, quais sejam:
· a concessão de medida liminar em mandado de segurança;
· a concessão de tutela, em outras espécies de ação.
PARCELAMENTO
O parcelamento se caracteriza pelo ato do contribuinte, após requerimento à autoridade administrativa, de conduzir recursos de forma não integral ao Fisco. 
Exclusão de Crédito Tributário
 
Art. 175. Excluem o crédito tributário:
I - a isenção;
II - a anistia.
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela conseqüente.
Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração.
        Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares.
Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva:
I - às taxas e às contribuições de melhoria;
II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão.
         
Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104.  
      
  Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para sua concessão.
        § 1º Tratando-se de tributo lançado por período certo de tempo, o despacho referido neste artigo será renovado antes da expiração de cada período, cessando automaticamente os seus efeitos a partir do primeiro dia do período para o qual o interessado deixar de promover a continuidade do reconhecimento da isenção.
        § 2º O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155.
AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO
A ação de repetição de indébito serve para que o contribuinte requisite a devolução de valores pagos indevidamente a título de tributação ou a título de aplicação de penalidades. Desta forma, podem ser tributos, multas ou acréscimos com correção monetária e juros recolhidos de forma indevida.
A fundamento deste tipo de ação se encontra no CTN, nos arts. 165 a 169. Vejamos o art. 165 do Código Tributário Nacional:
Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos:
I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido;
II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável,no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento;
III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória.
Possível verificar que as normas aqui são relativas a direito material, ou seja, a quando o contribuinte pode promover essa ação, não se regulamentando o procedimento dela. Assim, aqui também se trata de ação imprópria, vez que não existe procedimento específico descrito na legislação processual tributária.
A sentença neste tipo de ação tem natureza de tutela jurisdicional condenatória, vez que o poder público é condenado a devolver os valores recolhidos indevidamente pela sentença. Contudo, ressalte-se que esta decisão é composta por duas partes, uma declaratória e outra condenatória. Primeiramente, é declarado que o pagamento foi indevido, e depois surge a condenação da devolução destes valores.
A ação de repetição de indébito permite a compensação, ou seja, pode ser ajuizada não para pedir valores de volta, mas para declarar que o pagamento foi indevido e pedir compensação com outras dívidas que são, de fato, corretas.
A legitimidade ativa, ou seja, a prerrogativa de quem pode ajuizar a ação, nos casos de retenção de tributo pertence ao agente retentor ou do agente retido. Explicando-se melhor, por exemplo, no caso do imposto de renda retido na fonte, temos duas figuras:
1. empregador, que retém os valores do empregado para pagar o imposto, possuindo legitimidade para discutir a relação jurídico-tributária (agente retentor)
2. empregado, que tem parte de seu pagamento retido pelo empregador, ou seja, tem legitimidade para pleitear a repetição de indébito, pois é ele quem sofre o ônus econômico da exação.
Nas dadas hipóteses, possível perceber que somente o empregado poderá ajuizar a ação de repetição de indébito, cabendo ao empregador simplesmente discutir a relação jurídico-tributária em juízo, ainda que ele seja responsável pelo recolhimento. Assim, fala-se, nestas situações, em fracionamento legitimatio ad causam.
AÇÃO DECLÁRATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DA RELAÇÃO JURÍDICO-TRIBUTÁRIA
a) Desnecessidade de exaurimento da esfera administrativa: 
· Art. 38, § único da Lei n. 6.830/80: 
“A propositura, pelo contribuinte, da ação prevista neste artigo importa em renúncia ao poder de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso acaso interposto.”
b) Não pode ser condicionada ao depósito prévio do valor do débito:
· SV 28: 
“É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário.”
Origem: é um instituto jurídico que emerge da necessidade que o contribuinte tem de declarar a inexistência de uma relação jurídico tributária entre ele e o Fisco
· Ajuizamento da ação pós lançamento: Ausência de condição da ação falta de interesse de agir?
· Pós lançamento: Cabimento de ação anulatória.
CONDIÇOES PARA O AJUIZAMENTO DA AÇÃO:
a) Legitimidade e interesse de agir
Art. 17 do CPC: “ Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade”
· LEGITIMIDADE: Os titulares da relação jurídica deduzida em juízo, pouco importando:
1) Que haja responsabilidade de terceiro;
2) Quem seja a entidade federativa competente para legislar sobre o tributo, se, em relação a ele, houve delegação de capacidade tributária ativa a outra. 
· INTERESSE DE AGIR:
· Art. 19 e 20 do CPC: 
“19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração:
I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica;”
Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito.”
· STJ: A ação declaratória “exige para sua propositura, que haja incerteza objetiva e jurídica, isto é, relativa a direitos e obrigações já existentes e atuais e não apenas possíveis” (Resp 72.417/RJ).
SUJEIÇÃO À PRESCRIÇÃO? 
R: Depende. Atenção: irrelevância do nome dado pela parte autora.
1) Ação “declaratória” de nulidade de lançamento (objetivo- desconstituir);
2) Ação “declaratória” do direito de compensar determinado valor. 
· STJ: “Ação declaratória pura é imprescritível, mas, quando também há pretensão condenatória, restituição do indevido, sujeita-se ao fenômeno da prescrição” (Resp. 750.620/ES)
· “Ação Declaratória com carga constitutiva como é o caso da constitutiva negativa, está sujeita à prescrição” (Resp. 748966/RJ
A PRESCRIÇÃO DA AÇÃO DECLARATÓRIA É QUINQUENAL – 5 ANOS!
EXECUÇÃO:
STJ – ação de declaração possui eficácia executiva!!
A doutrina passou a entender que, quando a sentença, mesmo a declaratória, trouxer a definição integral da norma jurídica individualizada, inexiste razão lógica para, antes da execução, ajuizar-se nova ação com o objetivo de mais uma vez certificar o provimento. EREsp 709.266/RS.”
Enunciado n. 461 do STJ: “O contribuinte pode optar por receber, por meio de precatório ou por compensação, o indébito tributário certificado por sentença declaratória transitada em julgado”
Efeitos da Ação Declaratória:
1- Suspensão da Exigibilidade do Crédito
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
I - moratória;
II - o depósito do seu montante integral;
· Exercido: 
 Via Administrativa ( visa evitar os encargos), OU 				 
Via Judicial (além de afastar a responsabilidade do contribuinte pelos encargos moratórios (inclusive relativos à multa), o depósito suspende a exigibilidade do crédito, que não poderá ser cobrado pela Fazenda. 
· Enunciado n. 112 do STJ: “ O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro.”
· O depósito impede ou suspende a exigibilidade do crédito, mas não impede a
possibilidade de sua constituição pelo lançamento.
· Ação anulatória de lançamento tributário
É proposta após o lançamento tributário e visa anular o crédito tributário. O contribuinte pode solicitar a revisão ou extinção do lançamento por vícios formais ou materiais.
· Ação declaratória
É proposta antes do lançamento tributário e visa demonstrar que não existe uma relação jurídica entre o Estado e o cidadão. 
Corretas as afirmações:
II. O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. V
III. O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido. V
IV. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários. V 
V - Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará em primeiro lugar, os princípios gerais de direito tributário F
O ChatGPT disse:
ChatGPT
A afirmação está errada porque, de acordo com o artigo 108 do Código Tributário Nacional (CTN), na ausência de disposição expressa na legislação tributária, a autoridade competente deve aplicar primeiro a analogia, seguida dos princípios gerais de direito tributário, os princípios gerais de direito público e, por fim, a equidade.
I. A obrigação tributária é principal ou acessória.
II. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado em caso de dúvida quanto à capitulação legal do fato.
III. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
IV. Interpreta-se restritivamente a legislação tributária que disponha sobre outorga de isenção. F
Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sôbre:
I - suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II - outorga de isenção;
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
 Material
Espacial
Temporal
Subjetivo
Quantitativo
image1.png

Mais conteúdos dessa disciplina