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Correspondência entre objetivos, conteúdo e método
Didática – José Carlos Libâneo - 1994
Os objetivos
Antecipam resultados e processos esperados do trabalho conjunto do professor e dos alunos, expressando conhecimentos, habilidades e hábitos;
A prática educacional se orienta, necessariamente, para alcançar determinados objetivos, por meio de uma ação intencional e sistemática.
Os objetivos
Não há prática educativa sem objetivos;
A elaboração dos objetivos pressupõe, da parte do professor, uma avaliação crítica das referências que utiliza, balizada pelas suas opções em face dos determinantes sócio-políticos da prática educativa;
Dividem-se em dois níveis: gerais e específicos.
Os conteúdos de ensino
São o conjunto de conhecimentos, habilidades, hábitos, modos valorativos e atitudinais de atuação social, organizados pedagógica e didaticamente, tendo em vista a assimilação ativa e aplicação pelos alunos na sua vida prática.
Os Conteúdos englobam:
	CONCEITOS	IDÉIAS
	FATOS	PROCESSOS
	PRINCÍPIOS E LEIS CIENTÍFICAS	REGRAS
	HABILIDADES	MÉTODOS DE COMPREENSÃO E APLICAÇÃO
	HÁBITOS DE ESTUDO, TRABALHO E DE CONVIVÊNCIA SOCIAL	VALORES
	CONVICÇÕES 	ATITUDES
Os conteúdos retratam a experiência social da humanidade;
São dinamizados pela articulação objetivos-conteúdos-métodos;
Na escola, o conhecimento do mundo objetivo expresso no saber científico se transforma em conteúdos de ensino;
Na escolha dos conteúdos deve-se considerar não somente a herança cultural mas também a experiência vivida no presente pelos alunos.
 O Professor precisa saber o que escolher, a sequência dos conhecimentos, e como coordenar a sua disciplina com as demais.
Para selecionar conteúdos o professor se utiliza
Programação oficial ???
Conteúdos básicos das ciências
Prática de vida dos alunos
Princípios para seleção dos conteúdos
Relevância social do conteúdo
Contemporaneidade do conteúdo
Adequação às possibilidades sócio-cognoscitivas do aluno
Método de ensino
É a utilização intencional de um conjunto de ações, passos, condições externas e procedimentos;
São as ações pelas quais se organizam as atividades de ensino e dos alunos para atingir objetivos do trabalho docente em relação a um conteúdo específico.
	OBJETIVOS	CONTEÚDOS	METODOLOGIA	AVALIAÇÃO
	Estimular a superação de limites pessoais
Criar um ambiente favorável à exploração e ampliação das capacidades e habilidades
Utilizar as brincadeiras populares como instrumento de resgate da ludicidade e como meio para a melhoria e ampliação do repertório motor
Utilizar o registro nas aulas de Educação Física	Jogos de pega (cultura popular)
Jogos de desafio motor	Levantamento do conhecimento prévio do grupo sobre jogos de pega
Registro dos jogos de pega listados
Vivência dos jogos listados
Atividades de desafio motor:
Estafetas;
Corridas com obstáculos	Auto-avaliação;
Relatórios;
Fichas de acompanhamento com observáveis.
EDUCAÇÃO FÍSICA 2º ano UNIDADE I
Plano de Unidade – 2007
A função social da escola
“ ... A escola, campo específico de educação, não é um elemento estranho à sociedade humana, um elemento separado, mas “uma instituição social, um órgão feliz e vivo, no conjunto das instituições necessárias à vida, o lugar onde vivem a criança, a adolescencia e a mocidade, de conformidade com os interesses e as alegrias profundas de sua natureza (...) Dessa concepção positiva da escola, como uma instituição social, limitada na sua acção educativa, pela pluralidade e diversidade das forças que concorrem ao movimento das sociedades, resulta a necessidade de reorganizal-a, como um organismo malleavel e vivo, apparelhado de um systema de instituições susceptiveis de lhe alargar os limites e o raio de acção (...) Cada escola, seja qual fôr o seu gráo, dos jardins às universidades, deve, pois reunir em torno de si as famílias dos alumnos, estimulando as iniciativas dos paes em favor da educação; constituindo sociedades de ex-alumnos que mantenham relação constante com as escolas; utilizando, em seu proveito, os valiosos e multiplos elementos materiais e espirituaes da collectividade e despertando e desenvolvendo o poder de iniciativa e o espirito de cooperação social entre os paes, os professores, a imprensa e todas as demais instituições directamente interessadas na obra da educação . “
 Trechos extraídos do manifesto dos Pioneiros da Educação Nova 
 “Seres humanos vão à escola com vários objetivos. Mas a existência da escola cumpre um objetivo antropológico muito importante: garantir a continuidade da espécie, socializando para as novas gerações as aquisições e invenções resultantes do desenvolvimento cultural da humanidade.”
LIMA, 2007
 
 “A relação da criança com o adulto na escola é uma relação específica, porque o professor não é, simplesmente, mais um adulto com quem a criança interage – ele é um adulto com a tarefa específica de utilizar o tempo de interação com o aluno para promover seu processo de humanização... A humanização se refere, assim, ao desenvolvimento cultural da espécie.”
LIMA, 2007
 “A escola é um espaço de ampliação da experiência humana, devendo, para tanto, não se limitar às experiências cotidianas da criança e trazendo, necessariamente, conhecimentos novos, metodologias e as áreas de conhecimento contemporâneas.”
LIMA, 2007
 
“O que ensinamos, como ensinamos, com que ordem, seqüência, lógicas e em que tempos e espaços são os condicionantes de nossa docência, realizamos como profissionais ou limitam-nos e escravizam-nos a cargas horárias, a duplicar turnos, a trabalhar com centenas de alunos por semana. Sermos fiéis ao currículo, às competências que prioriza, às precedências e hierarquias e a toda essa engrenagem montada em nosso trabalho tem estreita relação com os conteúdos privilegiados e selecionados, sobretudo, com as lógicas em que estão organizados no currículo”.
ARROYO, 2007
 “Preocupa-nos que tantos alunos tenham problemas de aprendizagem. Talvez muitos desses problemas sejam de aprendizagem nas lógicas temporais e nos recortes em que organizamos os conhecimentos nos currículos. Mas dado que essas lógicas e ordenamentos temporais se tornaram intocáveis, resulta mais fácil atribuir os problemas à falta de inteligência dos alunos e a seus ritmos lentos de aprendizagem. Medimos os educandos pela aprendizagem dos conteúdos curriculares.”
ARROYO, 2007
 “Há novas sensibilidades nas escolas e na docência em relação aos educandos. Não há como ignorá-los. Interrogam-nos sobre o que ensinamos, como ensinamos, sobre a organização escolar e curricular. À medida que as sensibilidades se voltam para os sujeitos da ação educativa, para nossas identidades e saberes docentes e, sobretudo, para nosso trabalho, e à medida que temos outro olhar sobre os educandos, torna-se obrigatório ter outra visão sobre a prática escolar, os currículos, os tempos e seu ordenamento.”
ARROYO, 2007
 “Esta pode ser uma outra porta de entrada para repensar e reinventar os currículos; explorar as novas sensibilidades dos docentes para com os educandos. Como os vemos, como nos obrigam a vê-los, terminará obrigando-nos a repensar o que ensinar, o que aprender e em que lógicas.”
ARROYO, 2007
 “Os educandos nunca foram esquecidos nas propostas curriculares, a questão é com que olhar foram e são vistos. Desse olhar dependerá a lógica estruturante do ordenamento curricular. Ainda que resistamos a aceitá-lo, o que projetamos para os alunos no futuro e como os vemos no presente têm sido a motivação mais determinante na organização dos saberes escolares. O currículo parte de protótipos de alunos, estrutura-se em função desses protótipos e os reproduz e legitima”.
ARROYO, 2007
 “O currículo vem conformando os sujeitos da ação educativa – docentes e alunos. Conforma suas vidas, produz identidades escolares: quem será o aluno bem sucedido, o fracassado, o aprovado, o reprovado, o lento, o desacelerado, o especial. Crianças, adolescentes, jovens ou adultos que chegam àsescolas carregam imagens sociais com que os currículos, as escolas e a docência trabalham, reforçam-nas ou a elas se contrapõem. Chegam com identidades de classe, raça, etnia, gênero, território, campo, cidade, periferia... e sobre essas imagens construímos as imagens de alunos, definimos funções para cada escola e priorizamos ou secundarizamos conhecimentos, habilidades e competências”. ARROYO, 2007
 “Se continuarmos vendo os educandos desde a educação infantil e, sobretudo, no Ensino Médio e nas séries finais do Ensino Fundamental como recursos humanos a serem carimbados para o mercado segmentado e seletivo, seremos levados a privilegiar e selecionar as habilidades e competências segundo a mesma lógica segmentada, hierarquizada e seletiva. O ordenamento dos conteúdos por séries, níveis, disciplinas, gradeado e precedente, por lógicas de mérito e sucesso nada mais é do que a tradução curricular dessa lógica do mercado e da visão mercantilizada que nós fazemos dos educandos”. ARROYO, 2007
 “Equacionar o conhecimento, as competências e o currículo no referente do direito de todo ser humano, particularmente das novas gerações à produção cultural da humanidade, nos levará a um currículo mais rico, mais plural”.
ARROYO, 2007
 “As escolas não conseguem ver os educandos como iguais perante os saberes e a capacidade de aprendê-los. Essa visão marcada pela desigualdade dos alunos perante o conhecimento é uma marca da cultura escolar. Classificar é uma rotina desde a hora de enturmar, agrupar até a hora de aprovar, reprovar. Hierarquizar os desiguais é inerente à cultura escolar e docente e condiciona as lógicas em que tudo se estrutura nas escolas. Sobretudo, o ordenamento dos conhecimentos, da avaliação, dos tempos e espaços, das didáticas. Do currículo”. 
 ARROYO, 2007
 
 “Tudo nas escolas é pensado para esse padrão de normalidade ou de aluno desejado: os conteúdos e seu ordenamento, as provas, os tempos e ritmos de aprendizagem. Aluno padrão a partir do qual serão avaliados os “outros” alunos”.
 ARROYO, 2007

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