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CAPÍTULO V]Il 168 organização curricular propriamente dita e a organizaçáo pedal tà?t"*aiau,tca. Pela importância desse item no proieto peda' !ã!i.o-.,rr,'i.ular, será dàtalhado à parte em tópico específico' Aualiaçao do Projeto A avaliação será processual'somativa' incluindo a coleta de dados, a análise dos resultados, a redefinição permanente de objetivos e meios. A avaliação deverá fomecer os dados necessários para intervirnosentidodeconigiracoerência(relaçáoentre o projeto e o problema), a eíiciência (gestâo e adminis- tráçao dos recursos e meios) e eficácia (relaçáo entre a ação e os resuitados)' (Carvalho e Diogo' 1994' p' 66) A proposta curricular - a orgaÍrização e o desenvolvimento do currículo O currículo constitui o elemento nuclear do projeto pedagógico, é ele que viabiliza o processo de ensino e apÍen' ãir;;; Dentro ào *u,.o teórico adotado neste livro' a prãr1tr^ curricular define-se como projeção do projeto pedàgogico, ou seja, o currículo é um desdobramento neces- ra.io ao projeto pedagógico, materializando intençÓes e orientaçoes previstas .rã ptoltto em objetivos e cooteúdos' Nesse sentido, a proposta curricular é a orientaçáo prática da ação de acordo .o* ,,* plano mais amplÔ' é um níve1 do planejamento entre o projeto pedagÓgico e a aÇáo prática' il;uán,; projeçáo do p,oitto pedagógico' o currículo deflne o 4ue ensinar, o paTd que ensinar, o co117o ensinar e as formas de'ãvaliaçao, .* ..tr.it, colaboração com a didatica' Antes das sugestõe§ sobre o que deve conter a proposta d. o.gunir"ção curiicular, apÍesentamos algumas idéias sobre o conceito de currículo' Líüi*rl , fri,*y:*" úi;g'''/f',"' o'i,<,- t Ju':(c" *^*: íl Yi*-**,f'7['f ,"í,;-,Jr. a. ' ', 'C/rr*ili'-!''"8 [''"''!'"'- ,.f";' {/,,t,, ír,,,;"í ü,,',,!* ,r "tlr* f tn-', | !4-'í ,-''u*'f*Lu'.'" '' t i t{''clÁfl't' €_ -ü**t €_ O termo currículo possui vários sentidos. E,Trylggll caÍrente, significa "ato de correr, percur§o" (do verbo latino cúrrere : correr). Quando elaboramos tm curriculum uitae, apresentamoi nossa "carreira da vida", no§so "percurso de ujdr'.í No linguajar comum ainda predomina a idéia de currículo como o conjunto das disciplinas que o aluno déve percoÍÍer, ou seja, o plano de estudos ou a grade curricular, a ii*-d" obter uma titulação, um diploma. Significados mais ,*gliudot do termo surgem no início do século XX, ldentjficando quase §empre o conjunto de saberes e/ou "xp..ié.t.ir. que alunos precisam adquirir e/ou vivenciar em funçao de sua íormação. Desde o início dos anos 70, os estudos sobre curriculo tiveralrr um desenvolvimento consideráve1, especialmente na lnglaterra e nos Estados Unidos, originando- se daí novas tendências teóricas que, superando as anteriores concepçoes positivistas, introduzirà referências de cunho crítico para a investigação do currículo. Algumas dessas teorias ,ror*.r** contribuiçÕes decisivas para a compreensão do papei ideológico e político do currÍculo, por tentarem esclarecer a seguinte tese de Basil Bernstein: CAP1TULO VIII A maneira pela qual uma sociedade seleciona, classifica, distribui, transmite e avalia os saberes educacionais destinados ao ensino reflete a distribuiçáo do poder em seu interior e a maneira pela qual §e encontrâ aí assegurado o controle social dos comportamentos individuais. (apud Pedra, 199?, p- 50) Errrifir*rção expressa, de fato, intençÓes e práticas sociais que estão por detrás dos currÍculos. lsso, todavia, nâo nos impede de compreendê'los como seleção de saberes e experiências, acompanhados de sua comunicação na escola, seleçáo essa feita a partir do que a sociedade julga necessário ser incorporado pelos alunos. Ou seja, se é verdade que o currÍculo quase sempre expressa interesses dos grupos sociais 170 CAPITULO VIII com mais poder econômico, social, político, com o que as escolas acabam por conformar'se, é verdade, também, que pode concretizar objetivos e práticas que representam interesses sociais e polÍticos dos segmentos majoritários mais excluÍdos e mais explorados da sociedade. Consideradas essas questoes, propomos ficar com duas definlçoes bem pontuais que são, também, complementares: O currÍculo é a tepresentaçáo da cuitura no cotidiano escolar [...], o modo pelo qual se seLecionam, classificam, distribuem e avaiiam conhecimentos no espaço das instituiçÕes escolares. [...] u- modo pelo qual a cultura é representada e reproduzida no cotidiano das instituições escolares. (Pedra, 199?, p. 38) O currículo é a iigação entre â cultura e a sociedade exterior à escola e à educação; entre o conhecimento e cultura herdados e a aprendizagem dos alunos; entre a teoria (idéias, suposiçÕes e aspiraçÕes) e a prática possível, dadas determinadas condições. (Gimeno Sacristán, 1989, P.27) A primeira definiçao destaca a idéia de que o currÍculo se sustenta em representaÇóes sociais presentes na cultura na qual se dão a teoria e a prática do currículo. Representações, aqui, entendidas como idéias, conhecimentos, modos de agil, que devem ser reproduzidos e produzidos para §e assegurar o funcionamento de um tipo de sociedade. A segunda mostÍa que o currícuio é a concretizaçáo do posicionamento da escola em face da cultura produzida pela sociedade. Existe ensino porque existe uma cultura, e o currícu1o é a seleçáo e organização dessa cultura. Para Gimeno, o papel social da escoia se realiza por meio do currículo. Ou seja, o currículo representa a seleçâo e organização da cultura. Quando os professores e a equipe escolar plarrejam o currículo, eles realizam uma escoiha para responder a e§tas indagações: CAPÍTULO VIII o que nos§os alunos precisam aprender, para que aprender, em funçâo de que aprender? Há aí uma espécie de dialogo com a sociedade e entre a própria equipe de professores,-sobre o_g11e*É relevante que os alunos aprendam em função de suas "õ.riid"d"s pessoais e das necessidades e exigências de inte-iesses em jogo na sociedade..--- Em síntese, o currículo reflete intenções (objetivos) e ações (conhecimentos, procedimentos, valores, formas de gestãó, de avaliaçáo etc.), tornadas reaiidade pelo trabalho dos professores e sob determinadas condiçÕes providas pela organização escolar, tendo em vista a meihor qualidade do processo de ensino e aprendizagem (Carvalho e Diogo, 1994). Níveis de currículo: currículo formal, currículo real, currículo oculto Os estudos sobre currÍculo realizados a partir das décadas L960-1970 destacam a existência nas escolas de vários níveis de-àurricirlo: formal, real, oculto. A distinção entre esses vários níveis de currÍculo serve para mostrar que o que os alunos aprendem na escola ou o que deixam de aprender depende de muitos fatores e náo apenas das disciplinas previstas na grade curricular. Explicitamos, a seguir, as características desses vários nÍveis Cunículo formal - refere-se ao currícu1o estabelecido pelqs sistemas de ensino ou instituiçáo educacional. É o currículo legal expresso em diretrizes curriculares, objetivos e conteúdos das áreas ou disciplinas de estudo. O currículo formal ou oficial é aquele conjunto de diretrizes normativas prescritas institucionalmente, como, por exemplo, os Parâmetros Curriculares Nacionais divulgados pelo Ministério da Educação, as propostas curriculares dos estados e municípios. t7t i ::l ! i i 4 1 a { ! : : I : a ! : 1 l l : ! : : ; i 2 q : Ê : l : CAPÍTULO V1II dIt T I i q : I e I : r i I ! I : I : l I t I I , i: I : i 4, t EI i ; I j : i ! i : l I : l i 1 : t72 Currículoreal_êocurrÍculoque,defato,acontecena ,1" a" àrrt^ em decorrência de um projeto pedagógico e dos' ;ilt de ensino' É a execução de um plano'-é a-efetivação ã;;;;t ,h"ejado, mesmo que ne§se caminho do planejar e do executar aconteçaÍn mudanças' intervenção da prÓpria .xp..iencia dos p'ofl'sores' decorrentes do seus vaiores' .rJ*"t, tt*nificaàos' É o currículo que sai da prática dos orofessores, da percepção e do uso que-os professores fazem il..',i..,-1;Jttl,"r, .ttt* comoo que fica na percepção dos alunos. Alguns autore§ chamam de currículo expenenciado essas ,.r..rtà., a"s alunos que resultam de sua::Ti.i" :":,,":t: ,."dá ensinado ou vivenciado' Freqüentemente' o que e ;;1r"."* aprendido, compreendido e retido pelos alunos não .ot.rporra. ao que os professores ensinam ou crêem estar ensinando. Currículooculto_essadenominaçáorefere-seàquelas influências qr. "fttu* "p""di'ugem dos-alunos e o üabalho dos professo..u p'outtiàtt' d"-t*periência cultural' dos valores e significado" o"iao' ptl*s pe'so^s de seu meio social e vivenciados na própria eicola, ou seia, das práticas e experiências .o*p"litilttdas na escola e na sala de aula' o currículo oculto ;;;t; tudo o qu: os alunos aprendem pela convivência espontânea em meio às várias práticas' atitude§, comportamentos, gestos' peÍcepÇÓes' que vigoram no meio social e t";i;' ó J"rt"rá está "oculto" porque ele náo é prescrito, t'áo apaÍec€ no planejamento' embora se constitua como importante fator de aprendizagem' Essesvários,".,,iaouaparecemdealgumaformana prática escolat,. t''""'Jo-" entte si' Frimeiramente' é razoável i*po, q.9. o currículo tem §empre uma dimensão extema' ou ,.ir, .i. segue uma seqüência que comeÇa quase sempre na "li"i, ,"riiã" . ua*ni'ttativa áo sistema escolar' passa pelas ;i"*r:, túificados, valores' comportamentos existentes na -.." -" -'..*.''..--".: CAPÍTULO VIII cultura, é rerrabalhado pelos professores, até chegar aos alunos' irro ,ig.rifi." que ele está impregnado de influências sociais' ..ã"ãtt.tt, ioliti.u,, que precisam ser detectadas pelos p.of.rro."., inclusive para que compreendam que essas i.,flrr-et.i", Iimitam o poder de intervenção da escola'^'i'=- Em segundo l,rga., o currículo é submetido a transfor- *uç0.. pelol profesrÀ.", " alunos (currículo real)' de forma ;;;i. ir.tto iod. expressar a-autonomia da escola' o desejo ão. prof.r.ores-e da equipe escolar, os objetivos dos integrantes ã*-.r.otr, quanto diferentes interpretaçÓes' ênfases e' até' ãlrto.ç0", d. conteúdo, em relação às. ciências que dáo origem i.-*"ietirt escolares. O currículo real obriga a escola a consi- derar a cuitura proposta pelo currículo formal e as situaçÕes de fato vividas na escola e nas salas de aula. E por essa razáo ;;;;rt insistido na consideração da culpurá áá êscola - ;;;; ;rg^"izacional - como importanie elemento curricular' poi, e ,ro*a-Uito dessa cultura que observamos a linguagem ào, p.of.rrores, as atinrde§ que tomam em relaçâo às diíerenças i.,aiuia,r^it dos ^lurros, o modo como os alunos se relacionam .rrir. .j,-.*^s atitudes nas brincadeiras e jogos' a higiene e limpeza nás dependências da escola, etc' Em terceiro lugar, o currÍculo repre§enta' à primeira vista, o conjunto das aprendizagens que os alunos precisam i.rter,ralirár, d" fo.-a intencional e programada mas' de fato' há aprendizagen§ consumadas {ora do previsto formalmente i.,rrrí"uto oÃ1to; desejadas ou náo pelos- agentes escolares (dir"çao, professores, alunos...)' O que significa que o currículo escolar j conhecimentos, procedimentos, valores' atitudes' hábitos, etc. - expressa certo recorte da cultura de um povo' que acaba por incorporar outros aspectos como a cultura das mídias, a cultura social, a cultura dos alunos' Em resumo, a constÍuçáo.e a elaboraçáo da proPosta curricular implicam compreender que o curriculo é mais do que os conteúàos escoiares insc,itos nas disciplinas' O currículo CAPITULO VI1It74 é o conjunto dos vários tipos de aprendizagens, aquelas exigidas peio processo de escolarização, mas também aqueles valores, comportamentos, atitudes que se adquirem nas vivências cotidianas na comunidade, na interaçáo entre professores, alunos, funcionários, nos jogos e no recreio e outras àtividades concretas que acontecem na escola que denomi- namos ora currículo real ora currículo oculto' Concepçóes de organização curricular Apresentamos, sinteticamente, algumas concepções mais conheciàas de organização curricular que expressam formas de concretizaçâo das intençoes pedagógicas' 1. Currículo tradicional O curriculo tadicional é o mais utilizado e suas caracrerísticas mais visíveis são conhecidas: organização do conhecimento por disciplinas compartimentalizadas, caráter livresco e verbalista, ensino meraÍrlente transmissivo, centrado no professor e na matéria, escola como responsável pelo ajustamento social dos aiunos sem preocupaçâo com uma visão .ri,i., da sociedade. O papel do aluno,'na maior parte das correntes pedagógicas tradicionais, é o de armazenador de informaçoes. Importam mais freqüentemente os produtos da aprendizagem, náo os processos, razáo pela qual a avaliaçâo sàmativa tem grande peso. O professor é o detentor da autoridade intelectual e moral (mesmo que náo as tenha)' o aluno um receptoÍ de conhecimentos' Os alunos sáo tidos quase sempre como imaturos, incapazes de refazerem seu próprio p...rr.ro de aprendizagem. lgnoram-se as diferenças indlviduais. O currículo é reduzido a um conjunto de disciplinas e de conteúdos a serem "passados" aos alunos' organizados numa "grade curricular"' CAPÍTULO VIII 2. Currículo racional'tecnológico (tecnicista) ' É o currículo proposto para a transmissão de conteúdos e desenvolvimento de habilidades a serviço do sistema de produçáo. Parte-se de um currículo previamente prescrito por especialistas que, a partir de critérios cientificos e técnicos, formulam objetivos e conteúdos, padrões de desempenho, habilidades considerados úteis e desejados pela sociedade. Metodologicamente, caracteriza'se pela introduçáo de técnicas mais refinadas de transmissão, incluindo, hoje, os computa- dores, as mídias. Diferentemente do cunho acadêmico do currícu1o tradicional, o currículo racional-tecnológico se firma na racionalidade técnica e instrumental, visando a desenvolver habilidades e destrezas para formar o técnico. Definido por especialistas, o currículo racional-tecnoló- gico náo precisa ser discutido e elaborado pelos agentes diretos envolvidos com o ensino e aprendizagem, os proíessores. A escola náo discute sobre "o que ensinar", e1a cuida apena§ do "como", isto é, busca de maior eficiência em funçáo dos produtos da aprendizagem, com o menor custo. Bsa coÍrente tem sido denominada, também, tecnicismo educacional, identificando ensino com métodos e tecnologia educativa, iiberado de qualquer consideração em torno dê finaiidades, valores, etc. Atualmente, uma derivaçáo dessa concepção é o currículo por competêncías, em que a organização curricular re§últí de ôblêtivos ásientàãos em habilidades e destrezas a serem dominádas pÀlos alunos .lo p.r.rrro de formação. A crítiõà ciue sê faz a esse tipo de currículo é a sua definiçao muito estreita dç competência, apenas restrita ao saber'fazer, sem acentuar os saberes, as atitudes e os processos cognitivosl 3. Currículo escolanoqtista (ou progressiuista) O enfoque escolanovista coincide quase sempre com a idéia de currÍculo centrado no aluno e no provimento de r75 CAPITULO VIII experiências de aprendizagem como forma de ligar a escola com a vida e adaptar os alunos ao meio. Daí a ênfase nas necessidades e interesses dos alunos, na atividade, no ritmo de cada um. I professor é o facilitador da aprendizagem, o conteúdo vem das experiências dos alunos. Identificado com as idéias de John Dewey, esse modelo de currÍculo compreende a educaçáo como um processo interno de desenvolvimento, de contínua adequação ao meio, colocando os conteúdos escolares como instrumentos para o desenvolvimento de procéssos mentais, não como verdades estabelecidas. Por isso, os conteúdos são subordinados às necessidades e interesses dos alunos no seu processo de adaptaçáo ao meio, valoriza-se bastante a atividade de pesquisa do aluno e o clima psicológico e social da escola e da sala de au1a. 4. Currículo construtic)ista No Brasil, o currÍculo construtivista está diretamente associado à influência de Jean Piaget e seguidores. Umas das idéias-chavedo consrrutivismo é a crenÇa no papel ativo do sujeito no processo de aprendizagem e, portanto, no desenvol- vimento dos processos de aprendizagem ativa, derivando-se daÍ conseqüências para a organização curricuiar. O currículo 'deve prever atividades que correspondam ao nÍvel de desenvolvimento intelectual dos alunos e organizar situaçóes que estimulem suas capacidades cognitivas e sociais, de modo a possibilitar a construçáo pessoal dos conhecimentos. O professor tem o papel justamente de organizador e facilitador da aprendizagem visando a assegurar a interação do aluno com os obletos de conhecimento. Nas concepções firndamentadas em Piaget, recai um peso maior na aprendizagem subordinada ao processo de desenvolvimento cognitivo, valorizando mais a construção do conhecimento pelo próprio aluno do que a influência da cultura e do professor. : : : : t77 CAPiTULO VIIIltl 1a AS to o I1 le ), )s e ), § l ) Atualmente, o construtivi'smo tem influenciado as .hr;drr-;tt"t*' i* tog"içao (9nt1e 1Ias a.neurofisiologia' a lineúística, , t"*'otiet'Jã' ' it'ttligencia artificial)' que alguns ::t";';,*am de tttotogt'iti'iào' seu objetivo é buscar :.;;;";;J;1os e referências para *11-t:1. na investigação sobre os processos psicolÓgicos e a cogniçáo' A partir da '":i;;;J1,ttt", d" ito'iu ã' to*t"'itação e da cibernética (ciência do, .o*p,rr*oJ."J, *.r"rn duas versÓes: a) psicologia cosnitiva, que estuda diretamente : t:11:t'"*ento inteli- s.it. d. sujeitos humanos; b) ciência cognitiva, que leva ao ã*rr"*o as analogias entre mente e computador' considerando este como algo mais d;;;.,ma simples ferramenta conceitual' Uma das prlncipáis diferenças. entre,os vários constru' tivismos diz respeito "o p^ptt da cultura' dos conhecimentos il;#;J ào'p'oft"ot' o q"t '"*t'e' em última instância' ao papei do tt'si"l rr' ô*"at".g^11 Nesse sentido' desenvolve'se entre nós um interacionismo'de orientação histórico'social, cujas bases teÓricas se apÓiam no psicólogo russo Vigotsky' Nessa orientaçáo' a aprendizagem resulta da iniêiação sujeito-obiJt;' "t* à 'ea3 do suieito sobre o meio il;t-'"i*;;r. *tai^àu, atribuindo-se.peso significativo à cultura e às relaçÕe'-sàti"ls' A atividade do sujeito supõe a açáo entre sujeitos, no sentido de uma relação do sujeito com o outro, com seus ;;;;' Mais especificamente' as funções ;;;;tJ s,rp"'io"' " (linguagem'. atençáo voiuntária' memória' abstração, n.,t"nr'o,"ócidade de comparar' diferenciar etc.) sáo "ç0.' it'ttt'iu1i"àtt de algo so-cialmente ::^1t:t::,t:: ;;,i* pà,tt do' educadores que rrabalham com essa poslÇao a conhece como sociointeracionismo' justamente porque destaca o papel dt;;;'^;;;o e' p*t'l'' a origem social das funções mentais t"n*;;;t' bt* to*o do outro' da cultura' do professor, d"' ;;it; isso 'ignifita admitir um papel essencial do tt'ito iu p'o*o'ão do desenvolvimento cognitivo e social dos alunás' Por isso' essa posição é também CAPITULO VIII den'orninada diretamente concepção sociocultural ou sócio-histórica, associada ao currÍculo sociocrítico. 5. Currículo sociocrítico (ou histórico-social) . A abordagem sociocrítica possui várias correntes, às vezes divergentes entre si, algumas dão mais ênfase às qu.riu., polÍticas do processo de íormaçáo, outras corocam , ,.ruç* pedagógica como mediaçâo da formação porÍtica. N.rr" segundo caso, a educaçâo cobre a f,r.,çao d. t.^.rr*i..ao cultural mas também é responsável pela ajuda ,o "1rro .,odesenvolvimento de suas próprias capacidade, d. "p...rd", .na sua inserção crÍtica e participativa na sociedade em função da formaçáo da cidadania. As abordagens críticas convergem na concepçâo de ensino como compreensâo da realidade para transformá_la, visando à ôonstruçáo de novas reiaçÕes sociai.s, de modo aeliminar as mazelas sociais existentes como a pobreza, aviolência,,o desemprego, a destruição do meio ambiente, enfim, as desigualdades sociais e econômicas. Em razão disso, considera especialmente os efeitos do currículo ocuito e docontexto da açáo educativa nos processos de ensino e aprendizagem, inclusive paru subm.ier os conteúdos a uma anáiise ideológica e polÍtica. Metodologicamenre, adere à idéia da aprendizagem como corutrução do i-uleito, da'compreensão do conhecimento como ligado a prática e à soiução de problemas. Junto com os requisitos de se ajudar ;;j;;"-; adquirir autonomia de pensamento, destaca-se a importância da responsabiiidade social e da busca do inreresse coletivo. Algumas correnres da abord.agem crítica defendem il i*; de currículo mais informal, centrado .r, u"to.ização de elementos casuais, fortuitos, da convivência social .r" .r.olr, minimizando ou até recusando um currÍculo formal. Entendemos que essa concepçâo de currÍculo é insuficiente CAPÍTULO VIX DaÍa atingir os objetivos emancipatÓrios que a escola busca' il;;r ".o.r..itor, a teoria e os conteúdos culturais ]iãr,ir^aos, dificilmente os aiunos estaÍáo aptos a analisar a reahdade e formular estratégias de atuaçáo' 6. Currículo integrado ou globalizado O movimento por um modelo de currículo integrado tem chegado até nÓs por meio de autores espanhÓis flones àr"r.*u, Hernandez, entre outros), destacando a globalizaçâo ár, ,pr..tdiragens e a interdisciplinaridade' O termo globalí' zaçdo estâ assoclado a características da estrutura cognitiva e ,ià,,"^ dos alunos que acentuam uma maneira própria d^e ,i.LU"l, significados e construir e integrar conhecimentos' O ,.r*o i^i.rdisciplinaridade acentua a inter-relação entre conhecimentos, superando a sepa-raÇão e falta de comunicaçâo ..r,.. ,, dir.lpli.ra, escolares' São duas as idéias norteadoras á.rr. *oa.to curricular: a) buscar a integraçâo de conheci- mentos e experiências que facilitem uma compreensão mais ,.n.*iu" . .ríti., da iealidade; b) ressaltar' ao lado dos conteúdos culturais, o dominio dos processos necessários ao acesso aos conhecimentos e, simultaneamente, a compreensáo J. .o*o se produzem, se elaboram e se transformam esses conhecimentos, ou seja, o aprender a aprender (Torres Santomé, 1989)' ?ara se chegar a esses objetivos, o currículo globaiizado articula várias práticas educativas que possaÍn conüibuir para os processos àe ensino e aprendizagem' superando os reducionismos psicológicos, epistemológicos ou sociológicos' Na prática .ú.,r1.r, àdo,*-tà o currículo experiencial' pelo qrrrl " .r.o1^ toma-se um espaço de reconstruçáo' pelos alunos' das experiências e conhecimentos próprios de sua comunidade' *edirrrt. o método de projetos' Com essa orientação' pretende-se que, no currículo em açáo, se preste atenção a 180 CAPÍTULO VIII tudo o que acontece na escola e nas aulas, inclusive naquiloque náo foi previsto pelos professores, no currículo oculro nas várias experiências de aprendizagem tipo biblior..ã,;;, vídeos, laboratórios. Jncorpora-se, "tr*bá*, nesse modeio, o. valor da atividade.do práprio sujeito n, apr"ndiragem, a' ligação dos 'conteúdos culturais conl a r"didàde, , ,í*.r"cultural dos alunos, a seleção d. .*p..1á.r.1* d. rpr..rJiruà verdadeiramente interessantes, a importância dos processos mentais na aprendizagem (observação, comunicaçao, análise,sÍntese, classificação,. tomada de dàcisoes, comparaçáo, etc.),a interdisciplinaridade. A ênfase aos processos náo significaminimizar a importância dos .o.,."i,or, ar, ,.ori"-., -JàI conteúdos culturais. 7. Currículo comc ,,produç:ã.o cultural,, sociol0gia crÍtica da educaçâo também acentua o5fatores sociais e culturais na construçâo do conh..U";;r;; lidando com temas como culturr, la.oiogl", currícuio oculto,linguagem, poder, multiculturalismo ú;;.,." e Siiva, 1994).os autores dessa orientação opÕem-se às chamadas teorias doconsenso, especialmente o firncionalismo estruturl, ,ao pouaosimpáticos ao &tado e às formas de planejamento estatal edefendem que os conflitos, u. air.o.áÀ.,.i"r, ,ão condiçôespara a mudança social. A teoria curricular crítica questiona como são construÍdos.os saberesescolares, propoe analisar osaber particular de cada agrupamenro a.}r""r, p;;".rr; saber expressa certas maneiras de agir, de sentir, falar e ver omundo. ou seja, são essas práticas discursivas que constroem os sujeitos em relaçáo com as questões do poder. A, 0".;;;;;a serem feitas num contexto de aprendiragem seriam do tiposeguinte: como é que o discurso se relacionã com a construção e a subjugação da humanidade? Como se ,.l"cio.rrm conheci- mento e poder? euais sâo as reiações de classe, etnia, gênero, CAPÍTULO VIiI oue fazem com que o currículo seja o que é e que produza os .f.irot que produz? (Moreira e Silva, 1994)' A cuitüra é vista como teÍreno de produção cultural e de política culturai. Na visão da sociologia crítica náo há uma ..rti"r, unitária, homogênea; a cultura é um terreno conflitante ã.,a. r. enfrentam diferentes concepções de vida social' O Ir'r.ri..l.to, nesse sentido, não tem a veÍ com a organização de matérias cujo conteúdo deve ser absorvido, mas a um teÍreno de luta e'contestação, em que se criará e produzirá cultura' Xo *Ut,o, ainda, da esfera cultural, destaca-se o tema da diversidade cultural e da diÍerença, em que se inscrevem novos movimentos sociais e novos sujeitos sociais que úrmam sua identidade: crianças, mulheres, negros, homossexuais e outros' Quando se pensa um currículo, é preciso começar captando ã "slgniflcaçôes" que esses sujeitos fazem de si mesmos e dos ouoor" atravàs da experiência compartilhada de vivências. Na prática, o discurso da diferença e da pluralidade constitui o i"*" do multiculturalismo, de uma educaçáo e um currículo multicultural. Na esfera dos sistemas de ensino, leva a polÍticas de integraçáo de minorias sociais, étnicas e culturais âo pro- ."sso dã eicolarização. Na esfera da escola e do currÍculo, ao acolhimento da diversidade, das diferenças, à diversificação da cultura escolar, a um currículo multicultural' Está claro que se propõe uma transiçáo da ênÍase no social para'o cultu- o1. É É.m ilustrativa a declaração de Giroux (1994, p' I45' 146): [...] é imperioso que se criem métodos de análise que não paftam do pressuposto de que as experiências vividas podem ser automaticâmente inferidas a partir de àeterminaçÕes estruturais' [...] Uma poiÍtica cultural Íequer o desenvolvimento de uma pedagogia atenta às histórias, aos sonhos e às experiências que os alunos trazem à escola. [...] começando por essas formas subjetivas, os educadores poderão desenvolver uma linguagem e um CAPiTULO conjunto de práticas que confirmem, acolham e desúem formas contraditórias de capital cultural. Bsa perspectiva da sociologia crítica denuncia o papelda escola como reprodução da ãstrutura sociai, sustenta aimportância da ação dos sujeitos e as possibilidades d" ;;currÍculo critico centrado na cultura dts oprimidos. Entre-tanto, nâo parece facilitar muito as coisas para os professores. Na verdade, o viés socioiógico fa, desvincul". à tr*burio docente de preocupaçóes mais pontuais com questões deaprendizagem, desenvoivimento, processos cognitivos. Aocriticar a psicologia comportamental e a cognitiva por estarem demasiadamente voltadas para questôe, *ai., imediatas e mais metodológicas descuidando da ênfase na analise dr, ,.1;;:; de poder, da ideoiogia, da curtura, a sociorogia crítica também descarta os aportes da didática e da psicologr" .ro processo de ensino e aprendizagem. É certo qu. o .u..í."to j ..prfo J" produçâo de cultura, é luta. Mr. ,rao vejo como dispensar as mediaçoes cognitivas, o desenvolvim.ntá d.e processos cogn! tivos internos, progresso na leitura crítica da reahdade prãpi ciado pelo conhecimento científico. Ao se perguntar sobre como_fortalecer o poder dos estudantes, nâo se põem aÍ exigên_ cias- de natureza cognitiva? A mediação dos proíessores náo implica operaçôes cognitivas, pro..rro, cognitivos intemos?i4 Como é que a escola e o conhecimento ai,irm, d;r;;;;ü.r- a autonomia dos sujeitos senão por processos mediadores que implicam a ajuda cognitiva às estraiégias de pensamento do alunol 14. A esse respeito, Candau (2000) vem tazendo importantes contribuições, nosentido de incorporar no campo investigativo da dld'atlca novos remâs como ocotidimo, a interculruralidad., a diferençã, , *l;;;:.;; ;;;;;;;;, .rã;sem desvinculá-los de seus contextos pldagógico-didá,1.ã. V"., especialmente,o Livro Reínuentar a escolz (Vozes), e ,;-,"r;;;;;;;;or-i,o. ot,i*o, Endipes. CAPÍTULO Além disso, não fica suficientemente esclarecido nessa proposta a forma pela qual os professores transformam as ànálises dos fundamentos §ociais e culturais do currículo em práticas de sala de aula nas suas matérias. Eu sei que os p.oí.sot.t precisam compreender as formas pelas quais o conhecimento escolar se constitui e em que grau a§ relaçÕes sociais na sala de aula estâo impregnadas de relaçôes de poder. Mas, daí, como se realiza o trabalho efetivo de ensino? Qual e a contribuição desses autores sobre as condiçoes de provimento de melhores situaçôes de aprendizagens, de recursos eficazes de promoçáo de aprendizagens mais sólidas e duradouras pelos alunos? (Cf. Libaneo, 1997). Tipos de currículo Os tipos ou modelos de currículo decorrem das concep' ções e posicionamentos teÓricos sobre conhecimento e ensino, o papel da educação e do ensino na sociedade e para os indivÍduos, o que se busca com o currículo, a relação do currí- culo com a prática. Dessa forma, o formato do currículo tradicional corresponde melhor à idéia de plano de. estudos, isto é, um conjunto de disciplinas a serem estudadas pelos alunos ao longo das sérles escolares. O currÍculo tecnici§ta gera um formato de currículo baseado na tecnologia de elaboração e de aplicaçáo de programas curriculares: como selecionar e organizar objetivos e experiências de aprendi' zagem, quais técnicas devem seÍ utilizadas pelos professores, quais materiais de ensino e instrumentos de avaliação são mais eficazes. O currículo numa perspectiva cognitiva acentua o desenvolvimento das capacidades cognitivas, das estratégias de aprendizagem, acenluando mais o "como" do que o "o quê", ou seja, as disciplinas aparecem apenas como valor instrumental para a aprendizagem das habilidades cognitivas. O currículo sociocrítico, como também, o integrado, atribuem 184 CAPITULO VIII importância à prática, tanto no sentido de a prática ser a referência para a elaboração e desenvolvimento curricular como no sentido de entender a prática curricular como um processo de investigação. O conhecimento dessas concepçoes contribui para a elaboraçâo da proposta curricular, .ro ..ltrrrro, no exercÍcio prático de tomada de decisões, imporra distinguir para decidir entre currículos fechados e currÍcuros abertos. NÀs currículos fechados tem-se o currículo por disciplinas isoiadas, irlr..lio numa grade curricular. Geralmente os objetivos e conteúdos são prescritos, as escolas e os proíessores limitam-se a segui- los, sem autonomia para tomar decisÕes, ou seja, náo seconsideram os saberes e competências profissionais dos proíessores. Os currículos abirtos preoóupam-se com aintegração entre as disciplinas, têm mais flexibrlidade na definiçao de objetivos e competências, os conteúdos pod.* ser organizados em áreas e temas geradores. a .lrbo.rção . o desenvolvimento curricular contam com a participação dos professores, respeitando-se sua autonomia, seus saberes de experiência e saberes profissionais (Carvalho e Diogo, 1994). Enúe as características assinaladas nos currículls abertos está a interdisciplinaridade, que atualmente e um dos mais importantes elementos do formato de currÍculo que corres- ponde melhor a uma proposta curricuiar de cunho cognitivo e social. Interdisciplinaridade é um procedimenro de ãrgani- zação da escola e do ensino que Íár.or..e a integração de ap.rendizagens e de saberes e a busca de saberes ã,"1. prr" lidar com questôes e problemas da realidad.e (levar o utu.ro , confronrar-se com a realidade, como cidadão). O resultado prático da interdisciplinaridade é o estabelecimento de liga- çôesde complementaridade entre as matérias .s.orrr.s, ãe modo que os conhecimentosi procedimentos e atitudes sejam integrados na estrutura menral do aiuno. Alguns p.i.r.iiio, da interdisciplinaridade são: 185 CÂPÍTULO VIII .Tercomoreferênciaosujeitoqueaprendeesuarelaçáo com o saber' r Suscitar e garantir processos integradores e a apro- -;;; d" Lb*' àq"^"'o produtos cognitivos dos ;i;;. (implica a organização de saberes sob o ponto de vista curricular' áidatito e pedagÓgico)' . Estabelecer ligações entre teoria e prática' . Estabelecer ligaçÔes eotre pontos de vista distintos "...." de um obleto de conhecimento' .Fazet o caminho entre a especializaçáo disciplinar e a iotegração inteÍdisciplinar e vice-versa' Nguns princípios orieatadores da proposta curricular Se a organizaçáo curricular expressa os objetivos e esúat;; a.-"ç* áo p'ojtt" pedagÔgico-curricular' torrâ- se relevante considerar àgt'* prilcípio1 na construçáo de uro ;;"J; t cunho sociocritico' Os tÔpicos que apresentaroos náo cobrem o coniunto dos fatores e exigências de um ."*tl"it sensivel àos ptoblemas da,nossa época''apena§ indicam aigumas idéias a serem corrsideraoas' 1 - A escalatizaçã.o bdsica obngatória.tem um significado educatiuo, político ' 'àcial' implicando o direito de ndos' em condiçoes ig*ais d'e oportunida"d'es' 4o dcesso aos bens culünais' ao desenuolvimen o ao' 'op'oaaodes indivíduais e sociais' à farmaçõo da cidadania, a ,onqíi"o-a' airniaoae humana e da l'iberdtde intelectual e Polínca' Esse princípio se baseia na crença-do n"9* di.."1lt1:1: ,"., o;;t';t^, ã a""t'volvimento da tazã'o crÍtica pelo exercício da racionaii"dã", " *att"tta-da qualidade de vida' o desenvol'ri*."to-J"-subletividade e sensibilidade' a CAPÍTULO VIII -.-- I I a: a j j a l: i i: : : r l : a a : tj l : : : : a t85 .Tercomoreferênciaosujeitoqueaprendeesuarelação com o saber' o Suscitar e garantir Processos integradores e a apro' - ntàiã. at Lbttt' tt'qt'^t"o produtos cognitivos dos ãiu.tt, (impiica a organização de saberes sob o ponto de vi.sta curricular' didático e pedagógico)' . Estabelecer iigações entre teoria e prática' o Estabelecer ligaçoes entre pontos de vista distintos acerca de um obleto de conhecimento' eFazerocaminhoenüeaespecializaçáodisciplinarea integraçâo interdisciplinar e vice-versa' Nguns princípios orientadores da proposta curricular Se a organização curricular expressa os objetivos e estratõlal d. ""çao áo pto;tto pedagÓgico-curricutar' toÍna' se relevante considerar ig,rrrt princípios na construÇão de um ""-t""f" a. cunho sociocritico' Os tÓpicos que apresentamos náocobremoconjuntodosfatoreseexigênciasdeum ..rrt."f, sensível aos problemas da, nossa época' apenas indicam algumas idéias a serem conslderaoas' 1 - A escol^arizaçao básica obigatoria- rcm um significado educatiuo, político ' 'à'iat, implicando o direito de todos' em "rr"áiiu* i*rais de opottuniàadei' ao acesso dos bens cultttrais' ao desenotaluimento das captacidades inàiqiduais e sociais' à formação da cidadania, a ,onqui'io-ao airn;aoae humana e da libetdade intelectual e Políaca' Esse princípio se baseia na crença do poder da educação ,"r, ;;;i.ir, à at""toiui*"t'to- da razáo crítica peio exercício da racionalàãe, a melho'ia da qualidade de vida' o desenvolvi*..tto-J" subl etlvidade e sensibilidade' a 186 CAPÍTULO VIII compreensão e a solidariedade entre os seres humanos, ainserçâo no trabalho e .na vida ,;.iui. Evidentemenre, aeducação nâo atua sozinha, "i" ";";;dicionada por umamultiplicidade de íatores como os econômicos e poiÍticos. Mas,sem dúvida, ela pode gera, melhoã^L"o,ru.s de vida e derealização humana tanto para os indivÍduos quanto para oconjunto da sociedade ,".rào,.po.,r.rro,^r.r* caminho para aigualdade e a inclusão social. Aprenà". , .utr*u, a ciência, aarte por meio de um ensino que íorme sujeitos pensantes ecríticos náo é nada muito mais do qr. u sempre proclamadaformaç,âo geral que, ao mesmo t"*po que possibilita aintemalização de um conteúdo signiflcativo e útil, proporcionatambém as ferramentas mentais para iidar praticamente comos conceitos nas situaçôes concretas da uld" ..ridi;;;, ;;trabaiho e do exercÍcio da cidadan,ulir." rareía deve serconcretizada nas escolas e_ nas salas á" ,utr, pondo-se emprática o lema: uma escolaridad.e igual p*o ,u1rrto, àiferentes emuma escola comum (Gimeno, zooó1. Á" *lr*o ,.*oo que sepropicia uma cultura geral comum, b;:;-r. incorporar nocurrÍculo os inreresses à. todos "r;i;;;"_ sua diversidadetanto no âmbito osicológico quanto .ro ^*1,,o sociai ecultural. YqqrLLU rru 2 - A escolarizaçao obigatóia requer criteriosa seleção deconteúdos e adoçào de ad.equaias irorrrii"irà.uógicas, conforme Nao ha de se alimentar-ilusões, as escolas têm umaresponsabilidade concreta e real: p.opi.l", a assimilação e areconstruÇão dos conteúdo. .r.olr.", ., po. meio deles, osprocessos de desenvolvimenro dr, ;p;:iã;des cognitivas eoperativas. Esse é um dever d. ;u.tifr-rociai. O rermo"conteúdos" refere-se aos conhe'cimentos sistematizad.os,selecionados das bases d", .ie.r.iu, ;;; modos de açãoacumulados pela experiência social dl humanidade e i8? CAPÍTUI O VIII organizados para serem en§inados na escola; às habilidades e iiAi*i," t,"'ulados aos conhecimentos' incluindo métodos e ;i".d4;;,r-1:H:ilf iã'."il.: j"rJ::ll';"':.::í'j:; conuicções e uaLores' eo #;;;;; o -"t'do' A1ém disso' supõe'se uma pedagogia diferenciada em que''" p*tt1 da. dlverslficaçáo de metodo- 1^aiq< c nrocedimen'ot, t"d^ aluno sinta-se vaiorizado e i::;I#';;1"^''"ii'i'"idade' em. quaisquer situações de ;;;'.;àÀ.* e de convivência social' 3 'O currículo escollrrelesenta o cíuzdmento de culturos' constituíndo-se nw* espaÇo d., iíntr,, em que. a cultura elaborada se articula com os r:onh"i^i:n"s e experiências concretas dos alunos uiuidas l7o seu'*,:1o ''o'iot' com a cultura dos meios de i'í*àrrrrir, da cifude e de suas prá'ticas sociais' Os objetivos de formação cultural e de desenvolvimento curricuiar precisam considerar hoje a nova configuraçáo econômica e política t-" "o"^t realidades sociais e culturais do mundo .o.ra.*ro.à.o. Isso significa propiciar aos alunos conhecimen,o, t t*pãÀcias diversificadas' integrando no .;tt*i;; ,"'itd"it de culturas que perpassa a escola: a cultura científica, " .uú" ac^demlta explessa no Ôurrículo' "-.,rli*" social, * .rrlL, dos alunos, a cultura das midias, a cultura da escola 1o'g""i'u"iot'al)' Tram-se- de compreender a Ja"h ;; l"g"; it 'it''"" entre a cultura forrnal' siste' matizad'a, . " t'it*' t*ft'l"ttti"a" que acontece na família' na rua, na cidade, nas mídias e ouüos corr[extos cultwais' o ;;;01i." ror^,iu' coletivamente formas pedagÓgico- áidatl.ui de assegurar essa articulaçáo' 4 - O processo de ensino e aprend'izagem deqetd estar cenfi&do no ensino ao Ar*á*, a pensai e do aprender a aprender' tend.o como teferência d' interndl'izdçAo e Íeconstruçao àos conteúÀ'os cuhurais. 188 CAPITULO VIII Há um razoávei consenso hoje em torno de proposiçôes sociointeracionisras: o papel ativo do sujeito "" "p...ràirrg..escolar, a aprendizagem interdisciplinai, o desenvolvi*";;; de competências do pensar, a inrerligaçáo das várias ;i;;;, que perpâssam a escola, erc. Uma pedagogia do pensar é aquela que ajuda o aluno a transformar-se num sujeito pensant;, de modo que aprenda a utilizar seu potencial de pensamento pelos meios cognitivos de construção e reconstruçao d. .orr..itor, habilidades, arirudes, valores. Trara-se dL ir.ru.rti. ,.ruÀ, combinação bem-sucedida da assimilação consciente e ativa desses conreúdos com o desenvolvimento de ."p".ldrd"l cognitivas e afetivas pelos alunos, visando à formaçao de estru- turas próprias de pensamento, ol-l seja, instrumentos concei_ tuais de apreensão dos objetos de conhecimento, mediante a conduçáo pedagógica do professor que disporá de práticas de ensino intencionais e sistemáricas de promovero ,,ensinar a aprender a pensar". 5 - A organiTaçao e deseno.toluimento do currículo implica a inserçã.o da educaçao moral - compreensã"o e cLarificaçao de )abres e o"titudes. A equipe escolar precisa incluir na deíiniçâo e na discussão pública da proposta curricular a educaçao p"., o, valores, mediante formulação expiícita d. .o.rt.,ido, . competências e de formas metodológicas que suscitem nas salas de aula o "pensar" sobre vdo.À e páticas *o.*i., ô currículo em ação, quanto ao tema da dimensâo moral do ensino, significa pôr em prática não apenas as corÍrpetências do pensar sobre valores, nas várias disciplinas, mas ilvando a escola, os professores, os alunos a prati;á-los em contextos e situaçôes concretas. Nesse sentido, há de se considerar formas criativas de lidar com os temas transversais propostos nos Parâmetros curriculares Nacionais. Mas o trabarho -* valores[iga,se, também, com â cultura da escola. CAPÍTULO VIII 189 Certamente, a todo momento, a escola, os professores, o ambiente passam valores, como parte do chamado currÍculo oculto. Mas é justamente por isso que o grupo de professores e especialistas de uma escola precisa explicitar princÍpios norteadores para a vida prática decorrentes de um consenso mÍnimo, â partir da busca de sentidos de sua própria experiência e da cuitura organizacional que vivenciam na escola. Não se trata, obviamente, de inculcar valores, de doutrinaçáo política ou religiosa, mas de propiciar aos alunos estÍatégias e procedimentos de pensar sobre valores e critérios orientadores sobre modos de decidir e agir. (Libâneo, 2000, p. 45) 6 - As transformações em curso nd. esfera econômica, cultural e educacional estdo reque'endo um uínculo mais estreito entre os saheres propiciados pela escola e as capl.cidades e competências iúerna.lizd"dds pelos alunos que expÍessdm a relaÇdo entÍe conhecimento e açAo. A associação entre os conteúdos de ensino e os objetivos e competências corresponde à exigência atual de atribuição de sentido aos saberes escolares, para além da mera instrumentaçáo dos conteúdos da perspectiva tecnicista que reduz as aprendizagens ao "saber Íàzet", isto é, dominar regras de atuação, técnicas, habilidades para resolver problemas práticos e imediatos. Trata-se aqui de articuiar a seleçáo de conteúdos com objetivo§ e competências exigíveis como resultados do processo de ensino e aprendizagem, ou mais precisamente, cuidar para que os conhecimentos e modos de ação contribuam para a internaiização de determinadas capacidades e competências. 7 - É preciso que ds escolds experimentem formas de superdçdo do crurículo pluridisciplinar, favorecendo a integrdção interdisciplinar, d partiÍ do especificida-de d"as disciplinas. CAP1TULO VIII O currÍculo pluridisciplinar é aquele em que as disci- piinas encontram.se justapostas e isoladas entre si. Há de se pensar numa estrutura curricular em que os vários campos do conhecimento se aÍticulem num todo orgânico e se integrem, horizontal e verticalmente. Uma vez formulados os objetivos do projeto pedagógico.curricular e as capacidades e compe' tências desejadas, definem-se os objetivos e conteúdos da disciplina e as possibilidades de articulaçáo com as demais disciplinas de uma mesma série de modo a atender os objerivos, capacidades e competências definidos pelo conjunto dos professores. A interdisciplinaridade como forma de compreen' são do processo de construção do conhecimento é ao mesmo tempo umd atitude - dialogo entre vários especialistas, perrnuta de experiências e conhecimentos, produção conjunta de conhecimentos; umú forma de organiTação administratiua e pedagógica - elaboração coletiva do projeto pedagÓgico e participaÇão na gestão da escola; uma prática curricular - construçáo conjunta de uma proposta curricular baseada na integraçáo entre as disciplinas e envolvimento em projetos comuns de desenvolvimento do currículo' B - A escoln. uoltada pdrt umd sociedade que inclua todos precisa considerar a diuersidade culunal e as diferenças, de modo a repÍesentaÍ rutm currículo comum os interesses de todos os alunos. O provimento da cultura escolar aos alunos e a cons- tituiçâo de um espaço democrático na organizaçáo escolar devem incluir a interculturalidade: o respeito e valorização da diversidade cultural e das diferentes origens sociais dos alunos, o combate ao racismo e a outros tipos de discriminaçáo e preconceito. O currículo intercultural é o que, a partir de uma base comum de cultura geral para todos, acolhe a diversidade e a experiência particular dos diferente§ grupo§ de alunos e que propicia, na escola e dentro das salas de aula, 191 CAPÍTULO VIII um espaço de diáiogo e comunicação entre grupos soclals il;.;;t. Um dos mais relevantes objetivos democráticos no ]"rt* t"t, {azet da escola um lugar em que todos os alunos ;;;rr* experimentar sua própria forma de realizaçáo e sucesso' 9 - A qualidade social do currículo se expressd no prooimento do, ,ondiçau pedagÓ§co'diüticas que assegurom melhor qualidaàe ln rrro'e oprratiua dns experiências de aprendizagem' O êxito da escola, especialmente da escola pública' dep.r-rde não apenas do exercÍcio da democracia nas escolas' ãr"g..rao participativa, da introdução de inovações técnicas irri-irtt.r*..rt., d, qualidade cognit-iva e operativa das ,rr..tdlr"g..ts, propiciada a todqs os alunos em condiçÓes á;. É ã, ,^1" de aula que podemos realizar' como profes- ,""ã, , ;*rtça social em maté;ia de educação' É pot meio da i]i[;õ .rrlt,rrul - de sótidos conhecimentos e capacidades ."g"tit""t fortemente desenvoividas - que os filhos das .rãrart médias e pobres da populaçáo podem pafiicipar de ,rrn, uid^ mais digna e mais coúpleta, com maior capacidade operativa (saber fazer, saber agir) e maior participaÇão democrática. A cultura hoje náo passa somente pelo ier' escÍever e fazer contas. Passa pelo conhecimento teóÍico'pÍático' conhecimento e uso de novos insmrmentos de produção e comunicação eÍrtre os homens' E preciso dar instrução' sim, mas como instrumento concreto de conhecimento' de capacidade operativa, produtiva' e de capacidade cognoscitiva. (Manacorda, 1986, p' 60) Portanto, a qualidade social da escola se manifesta na garantia da qualidaàe cognitiva e operativa das aprendizagens f,rr, , p.od.rlao de saberes, para o que se mobilizam o currí- .rr1o, , g"staoe o desenvolvimento profissional dos professores' CAPiTULO VIiI192 I0 - O cuÍrículo escoLdr àeue propiciar no processo educatiuo a aTticulaçao enffe as dimensoes cognitiila, social e afetiua da aprendizagem. Essas dimensÕes estão presente§ no comportamento dos sujeitos que aprendem, mas no desenvolvimento do currículo e das práiicas de ensino é preciso especial atenção para o fato d. qrr" os alunos são sujeitos concretos, condicionados por culturas particulares da sua origem social, portadores de saberes decorrentes de suas experiências vividas. lsso impiica conhecer e compreender motivaÇões, interesses, necessidades de alunos diferentes entre si, ajudá'los na capacidade de comunicação com o mundo do outro, ter sensibilidade para situar a relaçáo docente no contexto fisico, sociai e cultural' lmplica, também' mobilizar procedimentos, técnica§, meios, de tornar as experiências de saia de aula mais agradáveis, mais prazerosas, que possibilitem aos professores conversar mais com alunos' i.i*á-lo, falar, expor seus sentimentos, seus desejos' de forma organizada. A busca da articulaçáo entre o cognitivo' o social e ã afeti,ro possibilita compreender o papel da escola e da equipe docente em ajudar os alunos a construirem sua ,r'rt1.tl,rid"d. como pessoas humanas e como sujeitos portado' res de uma identidade cultural e pertencentes à humanidade' 11 - É necessário um incessante inq)estimento no desenuolvimento pessodl e profissional dos professores' seja propiciando'se, na" escold, um clima de trabalho recepttuo' seja promouendo ações de formação continuada' A busca de condiÇÕes de exercicio da profissáo apoata paÍa a necessidade deas escoias asseguraÍem um ambiente de trabalho em que as pessoas sé sintam bem e que possam cÍescer pessoal . profirsionrlmente. A elaboração e desenvolvimento ào currÍcuio é um exercício de reflexâo coletiva sobre a prá- CAPÍTULO VIII dos :u1o fato por reres ecer lnos ação ação lém, II AS osas, Inos, Srma ocial eda r sua tado- dade. no seja seja ponta rte de .rescer rento a prá' rica, o que implica a reordenação de formas de organização ]i";;-n. na direçáo de relações sociais interativas e solidárias' Mas náo basta a participaçáo' A par disso' é indispensávei que o ãt"t''oi"i*ento do curriculo esteja vinculado 'o dt'"t'uof imento profissional dos professores' i#;;-da cultura " dx çl§ncia' .'ll11t* dá o que náo tem. Professor que não se cultiva' que náo está seguro ao merros no campo de conhecimento em que -se especializa e na ;";;.il'* u; :: ::jâ: ::f,'§i[ã# :T:.?il:]! Jil: se admite estarmos vl! mais se requer um conhecimento que interprete' elabore e critique todas as *oá"tia'at' de informaçáo que afetam o rabalho do professor. Para isso, é preciso que na organizaçáo da escola e no processo de elaboração curricular se invista em ^i0., a. formaçáo continuada' 12 - As escolas precisam' tumbém' cultiuar os dr^orr*iro, e solidáriis de trabalho' conuiuência e decisões. processos tomada de A educação escolar pode conuibuir para a democracia .rao "p..t". pela formaçáo do cidadáo crÍtico e participativo' mas também poÍ ser eia prOpria um lugar onde se pÕe em il;t;^;Jrot^ do q." " "oou-'-l::.objetivos: desen' volvimento da autonomia de pensamento' iniciaciva' tiderança' participaçáo nas decisóes' O ideal de um currícuio que visa à I*r"ir** intelecual e política das pessoas é propiciar a todos condiçÕes iguais de exercicio da cidadania' Para isso' precisa prover oporrunidades em que os alunos possam exercer a democracia mediante formas Je participaçáo' capacitação para tomar iniciativas, discussão 'lbt:*. de pontos de vista' ;;..;t"t organizados de tomada de decisões' CAPITULO VM O processo de elaboração da proposta curricular No projeto pedagógico-curricular são formulados, de forma mais abrangente, os objetivos gerais, expressando intençÕes e expectativas sobre a formação dos alunos. A proporr, curricuiar, propriamente dita, concretiza essal grandes linhas em objetivos, competências, conteúdos, métodos e formas organizativas do ensino, por áreas curriculares ou disciplinas, tendo em vista os resultados da aprendizagem. A elaboração da proposta curricular supÕe dois momentos articulados enlre si: a proposta curricular formulada pela escola e os planos de ensino dos professores. A proposw ctnriculm d.a. escoln implica decisões coniuntas dos professores, para o que se requer: 1. Conhecimento e análise crítica das orientaçÔes normativas do sistema nacional de ensino e das diretrizes estaduais ou municipais ODB e norÍnas legais regionais), para definir a proposta curricular da escola: qual modelo curricular adotar? Quais objetivos e conteúdos? Quais os critérios de seleção e organização dos conteúdos? 2. Explicitaçáo dos princípios norteadores de formaçáo expressando expectativas em relação à formação esperada (perfil) dos alunos, considerado o contexto socioculrural. 3. Formulação de objetivo§ e competências gerais por séries, consideradas as várias áreas ê/ou disciplinas, contemplando as dimensões dos conteúdos: conhecimentos/ conceitos, habilidades/procedi.mentos e atitudes/valores. 4. Seleção e organizaçáo das disciplina§ que irão compor o currículo e de outras atividades curriculares, incluindo decisôes como: . Definiçáo de temas comuns a serem tratados por diferentes disciplinas, atraYés de plojetos, bem como de atividades curriculares complementares. CAPiTULO VII1 Ce lo A e§ e )u :s :S ta 1r Le . Escolha de metodologias e procedimentos compatívels .o* o. objetivos e com a proposta curricular' . Definiçáo de formas e propostas de disciplinas que envolvam assuntos para os alunos' sistemáticas comuns de avaliação dos normas de funcionamento, atitudes' sejam consensuais. trabalho entre as mais significativos . Definiçáo de alunos. . Definição de práticas, que 5. Explicitaçáo de formas de participaçáo dos ahinos no ptrrl.jl*..,io do tunículo e nas instârncias de organi'zaçáo e ;;;;;, incluindo a inserção deles nos processos de tomada de decisáo. 6. Concepções e procedimentos de-avaiiação da escola' do .rrr"i.rto, dà, ptoft*ores e da aprendizagem dos alunos' Tais "intençóes" devem seÍ expressas' de preferência' em linhas gerais, de modo que os professores possam tomar decisoes mais pontuai' t* "'"' próprias disciplinas e no âmbito das séries. Convém, ainda, considerar que é sumamente i*p....indirel que a elaboração do currículo leve em conta ;il;r; .orr.r"," de cada t"o1"' da cultura organizacional' il'.;iil;^ local. A legislação e as orientações oficiais são ürrá^., mas as .r.o1"' precisam desenvolvet uma interaçáo .r?,r." com os dispositivos normativos' Trata'se de promover " r.n""r. crítica sobre esses dispositivos' cotejando-os com or-.orri"*ao. particulaÍe§ "* q'à sáo aplicados' de modo a conferir sua reievância diante de necessidades e demandas .o.r'.r.,", da escola e aos significados' expectativas e ,.rrit*"rrro, compartilhados pelo grupo social que constiui a escola. CAPÍTULO VII1 196 Os planos de ensino sáo eiaborados pelos professores' em consonância com a proposta curricular da escola' Algumas recomendaçóes: 1. O plano de ensino conteúdos, as competências, gico, a avaliação. 4.O dentro da articulação currículo. compreende os objetivos, os o desenvolvimento metodolÓ- 2. O plano deve conter uma justificativa do papel da disciplina no curriculo de formação geral, expiicitaçáo das interfaces com outra§ disciplinas, compatibilizaçâo com a proposta curricular da escola e os objetivos terminais por série' 3. Cada disciplina define seus objetivos' conteúdos (conceituais, procedimentais, atitudinais),.competências em relaçao "o. tbl"tiros e conteúdos e desenvolvimento metodoiógico (condiçÕes para a aprendizagem ocorrer: aÇÕes p.a"goglÃ-aidáticas, métodos, recursos didáticos)' procedi' mentos de avaliação. planejamento curricular coletivo deve assegurar' à.r.epçao e formato de currículo escolhidos' a verticai e horizontal entre as áreas/disciplina do Em relaçáo aos objetivos e competências' fazem-se ,r.a.r*t", algumas observaçôes' Os professores estão. sendo ,ofrçi,rao. a Irabalhar com mais um termo do vocabulário pedagógico, as competênaas. Ainda não se tem muita clateza .obrJ o *odo de inserçáo das competências na elaboraçáo da proposta curricular e dos planos de ensino, há quem critique irr. ,.r*o e sua utilizaçáo "" escolas pela sua semelhança .;; .t chamados "objetivos comportaÍIentais"' adotados no Brasil com base na teoria behaviorista aplicada ao ensino, teotia ;; 0". recebeu a denomina çâo tecnicismo educacional' A crítica refere-se a um excesso de quantificação na deíiniçao e CAPÍTULO VIII : ij n ! i I = É : i 1i :i ! 1 ! a : j : l ij :l i I : r : : : : ] i a I : : : r97 detalhamento de objetivos operacionais, em função de certa ;;;" pela objetividade e eficiência'""""--floi. náo há mais lugar para a quanrificaçáo de objetivos a. ".ttná, mas objetivos continuam sendo imprescindíveis' ôoroue o processo pedagÓgico-didático que movimenta o Irru""f" i*pht' inrencionalidade' Sendo o ensino uma ;:;ã intencional e supondo-se que os professores precisam ;;;, t. seus objetivos estão sendo atingidos' é preciso que explicitem o que esperam conseguir da aprendizagem dos ;iJ."r. os objeilvos esclarecem o que se pretende fazer' consti' tuindo-se em guia para a ação da escola e da equipe de profes- r"rlt E lustaáente aqui que aparecem as competências' Há uírio, ,..rriao, d. .o*p"tência e o mais conhecido está ligado a uma visáo economitista segundo a qual a busca da produti-vidade econômica requer pessoas competentes, isto é, pe§soas tecnicamente eficientes. O sentido que assumimos aqui é outro: .o*p"terr.i* reíere-se à mobilizaçáo de recursos cognitivos ã;;;t;t, procedimentos, técnicas, atitudes) para enfrentar ,i,*"r.çr r.f.r".rt., a conhecimentos aprendidos (Perrênoud' 2000). Ou seja, a questão aqui é a da relação slgnificativa e ãr.*ittr'q". o ,irr.,o estabelece com o§ conteúdos' Segundo Pefrenoud, é falso o dilema sobre se é mais importante a ,q"iriçá" ãi conhecimentos ou o desenvolvimento de compe- ,i.retrr, porque as competências estão apoiadas em conheci- mentôs e numa variedáde de outros recursos cognitivos' As compêtências, portanto, utihzam, integram ou mobilizam conhecimentos, ou seja, ter competência é saber mobiiizar recursos cognitivos diante de um problema' um dilema' uma atividade prática. Compreendidas nesses teÍmos' as compe- tências sáo compativeis com uma teoria sociointeracionista em que o ensino impulsiona as capacidades cognitivas dos "lrr.,ás de modo , *otilir* formas de apropriação e utilização de conteúdos; r98 CAPÍTULO VIII Nesse sentido, formular competências a serem dominadas pelos alunos no final de uma série ou ciclo escoiar náo é muito diÍerente de definir obj etivos em termos de práticas observáveis. Todavia, diferentemente dos antigos "objetivos comportamentais'1, as competências expressam metas claras comunicáveis aos estudantesr representam uma transferência de conhecimentos e uma capacidade para lidar com situações compiexas ou náo previstas. No plano de ensino, pode-se entender que os objetivos de ensino referem'se a uma explicitação mais geral daquela fórmula conhecida dos professores: "O aluno deverá ser capaz de..."; as competências, por sua vez, referem-se ao detalhamento de açóes, habilidades, modos de fazer, ern relaçáo aos conhecimentos teóricos e práticos correspondentes. O papel dos Parâmetros Curriculares Nacionais Para a definlçao de objetivos, conteúdos e desenvolvi- mento metodológico, será útil a consulta aos Pardmetros Curriculmes Nacionaís, formulado pela Secretaria de Educação Fundamental do MEC. Os PCNs foram elaborados para íornecer uma orientaçáo geral e coerente do currículo, em ambito nacional, visando à melhoria da qualidade de ensino. Em alguns lugares, também a Secretaria Estadual da Educação (ou municipal) dispÕe de uma proposta curricular para o sistema de ensino, como referencial para a organizaçáo curricular das escolas. Há boas razões que justificam-a-proposição.de ori@- ções curriculares para o sistema de ensino. A escolariu?çáo obrigatória é um requisito indispensável do processo de democratização da sociedade e a escola convencional o lugar próprio para proporcionar as bases de cultura geral extensiva a todos os brasileiros. Esse é o princÍpio que justifica o dever social e ético do governo em oferecer subsídios para um CÀPÍTULO VIII currículo básico comum e propiciar os suporte§ financeiros' li.,*.;,'.:,:.::.^:t,.?;J,:i'i:L,:.?::l1füJ,:.":::'j* da demanda Por escol :;r:;;á ben"ficio pá'" t democratização do acesso e oermanência tt^ t"o'^' tonsideradas a heterogeneidade social : ;i;"rrl . as disparidades econômicas do pais, bem como as :";à'tt*t d" apt"ndi'agem das crianças e iovens que §e ;il;,;* desiguais tott?ot*t cada contexto social' Obviamente, t'ã" considerando que os PCNs são' de farc, pardmeÚÍos, i§to é' oferecem orientações pedagógicas e curriculares gerais, enquanto subsidios aos professores para refletirem e tomarem ie.iro"., em nível local, sobre objetivos e conteúdos, formas *ttodologrcas de atuação docente' Além disso, náo se pode "ttá""t"o"e tais subsídios curriculares sejam suficie,t"' p"'" Jtu"' o tti"tl de qualidade da educaçáo escolar. Uma coisa é o que propÕe o. documento' outÍa sáo as ;;;^t l. ^p*"ai'agem na sala de aula que precisam ser consideradas e* "taüo a ouffos fa-t11es como o salário' a carreira docente, as condiçoes de uabalho' o reconhecimento social da Profissáo de Professor' Os PCNs ,ão, po'is, uma referência' um ponto de partida' n*" i*;;;.t' *til"r* objetivos e conteúdos com a cultura ãrr.r.ot"r-. das salas de aula envolvendo tudo o que um ã..oã."t. geral como esse náo pode-nem deve prever: a diversidade regional, ^^'- d*t'ot' do ptofetsot' a dinâmica das ;;;;;;;;.,"-,"1" de a"1*' o Curriculo oculto' a adequaçáo local de conteúdos, o-'igttfi"^do-social dos conteúdos' as ,rãtf.^i dé avaliaçao, ot"dt""uolvimentos metodológicos' etc. C-úe, portanto, "o' 'i'tt*u' de ensino' aos coordenadores pédagógicos, orientadores educacionais e responsáveis por sistemas d. fo.*"ção continuada' uma multipltttdi*:-1," -tarefas que complementam a proposta currlcular' rlrlrrar' §abemos que é na escola que se criam os espaÇos de diálogo e comunicação ".r*. gr"pás sociais diversos, o qus pode ser za0 CAPITULO VIII perFeitamente contemplado no projeto pedagógico-curricular da escola. Todavia, a defesa da adequação do currículo às realida- des regionais e locais não nos l.r" , ..d portulam currículos exclusivos ar. "r.olrr,t: LTHff'ã: 1Tcurrícuio básico nacional. Tais currícuios levariam, de fato, auma atitude discriminadora, já que estariam sonegando aosalunos aqueles conteúdos . i.,.,.rl*..rtàs corrceituais maisuniversais, necessários para melhor compreende. o *urrJo .a sociedade e a potencializar suas íormas de atuação na reali-dade. Se poderia ser legÍtimo o *g.,*..,ro d. qu. " .";;;i;oficial não contempla os aspecros da cultura local ia ou" oãos sujeitos reais que dão signiíicados aos conteúdos, tâ*Ueã se poderia dizer que estarÍamos diante de uma d"rigu"ld"d. de oporrunidades quando as criança, ,rãã ,a* acesso a umconhecimento mais sistematizado e mais científico. Fica difícil pensat_se num currículo local deixando todaa iniciativa à comunidade escolar num momento em que oensino fundamental roma-se crucial na capacidad. a" ,p.É.rá..e do provimento dos insrrumentos básic;s a. p"rrr*..io. -- Os PCNs e a organização curricular Os Parâmetros Curriculares Nacionais definem aorganizaçâo curricular considerando a especificidra. a* ar.",e disciplinas dentro de um todo integraáo " u organização daescolaridade por ciclos. A organização do conhecimento .r"oir. em áreas, osrespectivos conteúdos e o úatarnento transversal de quesiOessociais constituem os elementos básicos d, o.ga.riraçao liT"1*, iotegrando conhecimentos de diferentes disciplinas. L_.,12 o documento: A concepção da área evidencia a natureza dos conteúdos tratados, definindo claramente o corpo de conhecimentos -Àpí-rulo vlll e o obieto de aprendizagt*' f^::^t1tt:do aos alunos a constÍuçáo at 'Jp*t""'^çÕes sobr-e^ o^que estudam' Essa caracterização à"'ít" é impoÍtante também parâ que os professores Ã; '" situar dentro de um conjunto deíinido " tã"t"it"uiizado de conhecimentos que pretendam o;t"":t ;il' ^p'""d*' condição necessár ia ou'u n'ot"oJt""" t*"u*i^tamentos que auxiliem as àP"ttdi'ugtttt com sucesso' os temas ffansveÍsais referem-se ^ :T"':rt :ff:":rÍ:. ,.* ,tà'tau ão' 'i"tot e com as quais se ve' no seu dia-a'dia' Sao apresentado' 'omo:-'.triJTil::ilil; uià1^0a., meio ambiente' orienraçáo sext cukural. Em algumas ;;i;' l' '"Ti:1:T sociais já vinham send.o traradas em Lstudos Sociais' Ensino Religioso e ourras discipiinas ttpttititlil-os PCNs adotam o tratamento transveÍsal, "* """'['-r'i^ "*^ o":t::::: De acordo com o documento, o' "*'Í'"ltt'*tt^i' sáo assim definidosl ["'] um conjunto de temas que apaÍecem Eansversalizados nas áteas i'"ilil;'""j" e" o:T::Í^"ri.iTi?ilii; il obietivos' os conteúdos e as orlen cada área' ;" ü;;;'-á; toda a escolaridade obrigatÓria' A Úansversaiidade pressupÓe' por:alto' um tÍatamento intesrado das áreas tT*"'"itt"cta no âmbito da organizaçáo da elcola do' uulo"'*""Íb;iüã; "* '"i' de aula' lmplica' também, ^d"pt'çõ"'""t""*t-t*-rocais' Por exemplo' ao se tratar da educaçáo t*bittt'ui' §eráo contemplados conteúdos e vivênciast""f"t*t''"t"i*tà'a* locais' oor exemplo' nos seringais d, A*a'on'i"";;;t;út;ia das grandes cidades' A organizaçao tm cicioi é urna tentativa de superar a s e gme ntaç á. "*'^' :';;^,;!ii- C ;':':^'::#: :;J:i*: ; ililiilifl ,â'"::"'"#l'3^"'-"1"i':l'-t*á-""'i"1o*o loneo de u* pt'iJà dt tt*po maior' respeitando-se os ;i.:;";; ;ú;" de aPrendizagem dos alunos' fiil iiiil iiiilti t: iilE iÉi t; til t! ii{ !! .i;i i ! Iii li *!l I Ali ' trii r *!i I êÊÊ I !!!! i *-: I &:i \ 202 capÍruro Vrtr Os Parâmetros Curriculares Nacionais estão organizados em ciclos de dois anos. O primeiro ciclo se refere às prime;;ll e segunda séries; o segundo ciclo, às terceira e quarta séries; eassim subseqüentemente para as outras quatro séries. O documento alerta que a estruturação por ciclos não contempla os principais problemas da escoraridade no ensino fund*..,tui como a ruprura entre a quruta e quinta séries, inÍcio tardio da escolarizaçâo, entre ouüos, Trata-se de uma dm po.riu"i, estratégias de intervenção na problemática educacional do paÍs, necessitando de ações cautelosas fiara sua adoção.
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