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PROFESSORA Dra. Naline Cristina Favatto Quando identificar o ícone QR-CODE, utilize o aplicativo Unic- esumar Experience para ter acesso aos conteúdos online. O download do aplicativo está disponível nas plataformas: Acesse o seu livro também disponível na versão digital. Google Play App Store Educação Física Inclusiva 2 NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação Cep 87050-900 - Maringá - Paraná - Brasil www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi. NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Cursos Híbridos Fabricio Ricardo Lazilha Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de Design Educacional Paula R. dos Santos Ferreira Head de Graduação Marcia de Souza Head de Metodologias Ativas Thuinie M.Vilela Daros Head de Recursos Digitais e Multimídia Fernanda S. de Oliveira Mello Gerência de Planejamento Jislaine C. da Silva Gerência de Design Educacional Guilherme G. Leal Clauman Gerência de Tecnologia Educacional Marcio A. Wecker Gerência de Produção Digital e Recursos Educacionais Digitais Diogo R. Garcia Supervisora de Produção Digital Daniele Correia Supervisora de Design Educacional e Curadoria Indiara Beltrame Coordenador(a) de Conteúdo Mara Cecília Rafael Lopes, Projeto Gráfico José Jhonny Coelho, Editoração Lavígnia da Silva Santos, Designer Educacional Amanda Peçanha, Revisão Textual Cintia Prezoto, Ilustração Geison Ferreira da Silva, Eduardo Aparecido Alves, Fotos Shutterstock. U58 Universidade Cesumar - UniCesumar. Educação Física Inclusiva. Naline Cristina Favatto. - Indaial, SC: Arqué, 2022. Reimpresso em 2023. 136 p. : il. ISBN papel 978-85-459-2182-0 ISBN digital 978-85-459-2153-0 “Graduação em Educação Física - EaD”. 1. Educação Física 2. Inclusiva. 4. Naline Cristina Favatto. I. Título. CDD - 796.04 Impresso por: Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722. Núcleo de Educação a Distância. Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a). 02511251 https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/17299 Minha História Meu curriculo Dra. Naline Cristina Favatto Olá, querido(a)! Neste espaço, quero compartilhar com você um pouco mais da minha história profissional. Após finalizar a graduação em Educação Física, minha primeira oportunidade de trabalho foi como professora em uma escola de educação especial e a partir daí meus laços com a área nunca mais foram desfeitos. Como qualquer professor iniciante, senti receio de não atender as necessidades dos meus alunos, mas com o tempo e muita dedicação aos estudos comecei a observar o avanço de cada um deles em minhas aulas. Após alguns anos lecionando em escolas especializadas e em escolas regu- lares em turmas com alunos com deficiência, ingressei como professora no ensino superior, na Unicesumar! Aqui continuei atuando com a disciplina de Educação Física Inclusiva para o curso de graduação em Educação Física EAD. Além disso, conciliar meus cursos de mestrado e doutorado durante esses anos contribuiu muito para uma aprendizagem efetiva no campo da formação de professores de Educação Física. Associado a toda essa rotina de trabalho e estudos, gosto de praticar atividade física, viajar, assistir a documentários e ler livros voltados ao autoconheci- mento. Além disso, amo compartilhar momentos junto à minha família e, se possível, tomando sempre um bom café! Link lattes: http://lattes.cnpq.br/5241937170211496 Provocações Iniciais Educação Física Inclusiva Você está iniciando esta disciplina, e acredito que muitas pessoas tenham curiosi- dade a respeito desse conteúdo, e você pode ser uma delas! Talvez, você já tenha tido algum contato com pessoas com deficiência, seja na escola, no trabalho ou na família, e se indagou sobre como elas realizam as atividades de Educação Física! Ou sua curiosidade acerca deste conteúdo tenha sido motivada ao assistir aos Jogos Paralímpicos! O que é a Educação Física Inclusiva, afinal? Atividades esportivas adaptadas? Estimulação motora? Socialização entre os alunos? A proposta desta disciplina é apresentar a você um cenário amplo a respeito da pessoa com deficiência e as diferentes formas de desenvolver atividades adaptadas, a fim de lhe dar subsídios para o entendimento de como este sujeito aprende e se desenvolve nas aulas de Educação Física. Esse desenvolvimento transcende o físico, pois leva ao desenvolvimento afetivo, social e intelectual. A disciplina de Educação Física Inclusiva oferece a você, futuro(a) profissio- nal da Educação Física, compreender todo o processo histórico que perpassa a deficiência, desde a exclusão social até a inclusão e a acessibilidade da pessoa com deficiência nos diversos ambientes. Aprender sobre os tipos de deficiências mais comuns, sejam elas de origem pré, peri e pós-natal e partir disso traçar estratégias de ensino por meio de abordagens que facilitarão a execução de suas aulas. Enfim, todo este conhecimento proporcionará a você maior habilidade e compreensão de como desenvolver diferentes tipos de atividades de forma inclusiva e adaptada para pessoas com deficiência. Você perceberá que esta disciplina tem o propósito de lhe auxiliar a com- preender o sujeito que aprende, para que, assim, tenha mais segurança na escolha da melhor estratégia de ensino que utilizará. Iniciamos a estruturação desse material caminhando por questões históricas até chegar ao cenário atual acerca da pessoa com deficiência. Logo em seguida, abordamos ques- tões sobre a acessibilidade da pessoa com deficiência, transitando sempre nos campos educacionais e sociais. Isto posto, realizamos uma prazerosa imersão sobre as características das deficiências mais comuns de ordem motora, intelectual, visual e auditiva e, a partir disso, colocamos todas as nossas atenções nas atividades adaptadas e as melhores abordagens para sua utilização. Por fim, dedicamos um momento exclusivo para conhecer todos os esportes Paralímpicos de verão e de inverno. Na prática, esse conhecimento possibilita para você, futuro(a) profissional da Educação Física, um diferencial, pois passa a conhecer e entender o processo de aprendizagem sobre o olhar da inclusão, indo além das práticas rotineiras pautadas em atividades que nunca foram modificadas ou repensadas de forma inclusiva. Você, futuro(a) profissional, compreenderá que para cada tipo de deficiência existe uma abordagem que se adequa às suas características e, assim, promove as suas potencialidades, ou seja, o aluno pode aprender de maneiras diferentes e cabe a você buscar a melhor estratégia para possibilitar o acesso a essas experiências. sumário UNIDADE I 10 A DEFICIÊNCIA AO LONGO DA HISTÓRIA UNIDADE II 28 ACESSIBILIDADE E OS TIPOS DE DEFICIÊNCIAS UNIDADE III 54 EDUCAÇÃO FÍSICA INCLUSIVA E A DEFICIÊNCIA MOTORA UNIDADE IV 82 EDUCAÇÃO FÍSICA INCLUSIVA E A DEFICIÊNCIA VISUAL E INTELECTUAL UNIDADE V 102 ESPORTES PARALÍMPICOS Dra. Naline Cristina Favatto Oportunidades de aprendizagem Nesta unidade, teremos a oportunidade de aprender sobre a história da pessoa com deficiência, assim como refletir sobre todo este contexto em que ela se encontra inserida desde a Idade Média até os dias atuais. A partir dessa contextualização, será possível conceber o processo de inclusão da pessoa com deficiência por meio das principais leis e decretos que a ampara e compreender a necessidade de políticas públicas que amparem essas pessoas em todos os âmbitos de sua vida. A DEFICIÊNCIA AO LONGO DA HISTÓRIA unidade I 10 Provavelmente você já deve ter lido ou ouvido falarsobre as dificuldades que as pessoas com deficiência enfrentam, assim como todo o misticismo e o preconceito que elas passaram desde a antiguidade até os dias atuais. Pois bem, imagine que você nasceu na Idade Média com alguma deficiência e que por este motivo sua vida seria ceifada, porque, de acordo com as crenças daquela sociedade, você era fruto de um pecado. Ou mais, imagine que você deu à luz a uma criança com deficiência e todos à sua volta te julgam, pois crianças com deficiência só nasciam em lares cujos pais haviam cometido um grave pecado, e Deus os castigava com a vinda de um filho com deficiência. Já imaginou ser chamado de monstruosidade, defeituoso, débil mental, entre outros termos pejorativos, porque você nasceu com algum tipo de deficiência? Essas reflexões iniciais são de extrema importância, pois você, futuro profissional de Educação Física, precisa compreender toda essa caminhada histórica pela qual a pessoa com deficiência perpassou, para que possa dar significado e visibilidade em sua prática profissional. Dentro dessa temática, proponho que você questione aos seus pais, avós ou pessoas mais velhas que você, como amigos ou conhecidos, como as pessoas com deficiência eram tratadas antigamente. Você também pode procurar em livros e vídeos sobre o assunto. Reflita sobre toda essa riqueza de informações que você encontrará e, por alguns minutos, se coloque no lugar delas e tente compreender todas as suas necessidades educacionais e sociais que não foram atendidas naquele período. 11 EDUCAÇÃO FÍSICA Neste breve exercício de compreender como essas pessoas viviam neste período, acredito que você deve ter recebido muitas informações que lhe causaram espanto, assim como um grande desconforto ao se colocar no lugar deles, não é mesmo? Então, agora, é a hora de você colocar, em seu Diário de Bordo, todas essas informações e sensações que você experienciou durante a execução desta tarefa! A partir dessas discussões te convido agora a fazer uma imersão rica e cheia de muitas informações impor- tantes além várias curiosidades! Por meio de uma perspectiva histórica, os autores Kirk e Gallagher (1987), Mendes (1995) e Sassaki (1997) delinearam quatro importantes fases acerca do desenvolvimento do atendimento à pessoa com deficiência. Essas fases nos trazem uma riqueza de informações que se inicia na Idade Média desde a compreensão da existência da pessoa com deficiência e se finda nas Políticas Educacionais mais atuais voltadas à Educação Especial no Brasil. 12 1ª FASE: A primeira fase, datada na Idade Média, destaca-se como o período mais complexo para a pessoa com deficiência. Nesta fase, devido às crenças religiosas, as pessoas acreditavam que o nascimento de uma pessoa com deficiência estava ligado ao pecado. Isso mesmo, aquela sociedade acredita que se uma criança deficiente nascia era certamente porque seus pais haviam come- tido um grave pecado e como um castigo divino este casal dava à luz a uma criança com deficiência. Sobre este período, Adams, Bell e Griffin (2007) destacam que a deficiência era vista como atuação de maus espíritos e do demônio, sob o comando das bruxas, e também resultado da ira celeste e castigo de Deus. Nesta fase, essa criança era entendida como cas- tigo, não somente aos olhos da família, mas por toda a sociedade. Toda esta crença e misticismo acerca da deficiência fazia com que os próprios pais escon- dessem da sociedade seus filhos com deficiência e, em casos mais extremos, eram mortos, pois dentro desse contexto, ao expor um filho deficiente para a sociedade, mostravam-se também os pecados que estavam associados a elas. De acordo com Sullivan (2001), na Grécia, por volta de 480 a.C., as crianças, ao nascer, eram examinadas e, quando apresentavam alguma deficiência, eram atiradas de um cume de 2400 m de altitude por não estarem dentro do padrão físico adequado. E no que concerne aos que receberam corpo mal organizado, deixa-os morrer [...]. Quanto às crianças doentes e as que sofreram qualquer deformidade, serão levadas, como convém, a pa- radeiro desconhecido e secreto (PLATÃO apud SILVA, 1987, p. 124). O desprezo com que a criança com deficiência era tratada, também pode ser observado no discurso de Sêneca (4 a.C.- 65 d.C, p. 46): Não se sente ira contra um membro gangrenado que se manda amputar; não o cortamos por ressen- timento, pois, trata-se de um rigor salutar. Matam-se cães quando estão com raiva; exterminam-se touros bravios; cortam-se as cabeças das ovelhas enfermas para que as demais não sejam contaminadas; mata- mos os fetos e os recém-nascidos monstruosos; se nascerem defeituosos e monstruosos afogamo-los; não devido ao ódio, mas à razão, para distinguirmos as coisas inúteis das saudáveis. 13 EDUCAÇÃO FÍSICA Para ilustrar essa fase, utilizamos a Figura 1, que sin- tetiza que este período foi fortemente marcado pela exclusão de Pessoas com Deficiência. que apresentavam deficiências (ZAVAREZE, 2009). O termo “depósito” soa bastante ofensivo, mas foi assim denominado popularmente, uma vez que não tinha objetivo algum de estimular essas pessoas, mas apenas recebê-las. Dessa maneira, é importante que você, aluno(a) entenda que até este período não ha- via nenhuma preocupação com o desenvolvimento intelectual, motor e social dessas pessoas. Para ilustrar essa fase, utilizamos a Figura 2, que sintetiza o período de segregação que foi fortemente marcado pela separação entre grupos que possuíam deficiência e grupos sem deficiência. Descrição da Imagem na imagem, observa-se uma ilustração composta por um círculo fechado apenas com pessoas sem defi- ciência ocupando o mesmo espaço. Fora deste círculo, observa- -se pessoas com deficiência sozinhas e excluídas do grupo com pessoas sem deficiência. Figura 1 - Exclusão das Pessoas com Deficiência Fonte: Paraná (2019). 2ª FASE: A segunda fase dessa análise histórica, comumente conhecida pela fase de segregação da pessoa com deficiência, caracterizou-se pela institucionalização de pessoas com deficiências, a partir do século XVIII e permaneceu até meados do século XIX no Brasil. Nesse momento, a deficiência passou a ser institu- cionalizada, mas isso não significa que elas recebiam atendimento educacional especializado, certo? Essas instituições residenciais recebiam essas crianças e jovens e eram chamadas de “depósitos” de pessoas Descrição da Imagem Na imagem “Segregação das Pessoas com Deficiência” observa-se uma ilustração composta por dois círculos de tom verde. O círculo do lado esquerdo é o maior, e ali estão apenas as pessoas sem deficiência, já no círculo do lado direito, que é o menor, encontram-se as pessoas com deficiência. Figura 2 - Segregação das Pessoas com Deficiência Fonte: Paraná (2019). Outra curiosidade desagradável por volta deste pe- ríodo, especificamente entre os séculos XVII, XVIII e XIX foi a apresentação de pessoas com deficiência em circos e em praças públicas. Perceba que essa realidade, até os dias de hoje, não está tão distante de nós. Nos dias de hoje ainda é possível encontrar a apresentação de anões, pessoas com gigantismo 14 para o circo ou, até mesmo, os colocavam em exposição em praças públicas motivados pelo interesse financeiro. ou alguma característica tida como “diferente” para a sociedade em alguns circos. A Figura 3 ilustra exatamente a realidade dos circos nesse período; nela, podemos identificar pessoas com nanismo, microcefalia, extremamente magras, mulheres com barba, entre outros. Observe que o preconceito não estava somente ligado a pessoas que apresentam deficiência, mas também naquelas que fugiam do padrão de normalidade instituído na época. Em alguns momentos, parece até que estamos falando dos dias atuais, não é mesmo? Descrição da Imagem Na imagem, podemos observar uma foto- grafia em preto e branco que aparece nove integrantes do filme Freaks, de Tod Browning. Dentre eles, dois possuem nanismo,quatro possuem microcefalia, um rapaz e uma mulher de grande estatura e uma mulher barbada. Figura 3 - Equipe de filmagem de “Freaks, de Tod Browning”, retratava o trabalho de diversas pessoas que apresentavam deficiências em circos / Fonte: Tendimag (2014, on-line). Descrição da Imagem na imagem, temos a fotografia em cor sépia de uma menina sentada em uma cadeira, A menina possui quatro pernas, sendo duas maiores (sendo essas as duas de fora) e duas menores (sendo essas as duas de dentro, ficando entre as duas maiores), ela veste uma meia listrada até a altura do joelho e com uma bota de cor escura e uma blusa escura comprida nos braços. Figura 4 - Myrtle se tornou famosa por ter quatro pernas e co- meçou a se apresentar no circo aos 13 anos de idade Fonte: Wikipedia (2018, on-line). 3ª FASE: A terceira fase é marcada, já no final do século XIX e meados do século XX, pelo desenvolvimento de escolas especializadas e turmas especiais em escolas públicas, visando oferecer à pessoa com deficiên- cia uma educação à parte. Dentro desse contexto, é importante ressaltar que, nesta fase, foram criadas escolas especializadas e salas especiais dentro de es- colas regulares. A primeira escola especializada, no Nesse período, a exposição dessas pessoas ocorria em praças públicas, sendo motivo de estranheza e zombaria de toda a sociedade. Muitos pais vendiam seus filhos 15 EDUCAÇÃO FÍSICA Brasil, foi fundada na cidade do Rio de Janeiro, no final de 1854, tendo como foco pessoas com deficiên- cia visual, nomeada, na época, como “Instituto dos Meninos Cegos”. Atualmente é chamado de “Instituto Benjamin Constant Botelho de Magalhães”. Após esse período, diversas outras escolas especializadas para o atendimento de deficientes físicos, visuais e intelectuais foram criadas em todo Brasil, sendo algumas delas a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), assim como centro e escolas de atendimento especializado para pessoas com de- ficiências motoras e intelectuais. Para ilustrar essa fase, utilizamos a Figura 5, que sintetiza esse período que foi marcado pela criação de escolas especializadas e salas especiais dentro de escolas regulares. Essa fase, certamente, foi o primeiro passo para a valorização e luta pela igualdade de direitos no âmbito educacional voltado à pessoa com deficiência. A criação de escolas que pudessem atender, de manei- ra específica, essas crianças, não somente com fins assistencialistas, mas no sentido de educá-las e estimulá-las em sua apren- dizagem, foi de fato um grande marco histórico. 4ª FASE Na quarta fase, no final do século XX, por volta da década de 70, observa-se um movimento de integração social dos indivíduos que apresentavam deficiência, ou seja, a fase da tão esperada inclusão de alunos com deficiência dentro de turmas regulares. Neste período, o objetivo era inseri-los em ambientes escolares, o mais próximo possível daqueles oferecidos a pessoas que não apresentavam deficiên- cias. Zavareze (2009) menciona que, nesse momento, o intuito passou a ser educar essas pessoas com deficiência em sua capacidade máxima de aprendizagem. É importante destacar que essa é a fase atual em que nos encontramos, observe como ainda se faz muito presente a luta pela va- lorização e inclusão de crianças e jovens com deficiência em nosso cotidiano. Para ilustrar essa fase, utilizamos a Fi- gura 6, que sintetiza nosso período atual, em que alunos com deficiência estudam na mesma sala de alunos que não pos- suem deficiência. Descrição da Imagem Na imagem “Institucionalização de salas e escolas Especializadas”, observa-se a ilustração de dois círculos, sendo que o círculo menor de cor verde se encontra dentro do círculo maior de cor azul. No círculo grande estão as pessoas sem deficiência, já dentro do círculo pequeno encontram-se as pessoas com deficiência. Figura 5 - Institucionalização de salas e escolas Especializadas Fonte: Paraná (2019). 16 Essa distinção em fases é importante para que você possa compreender e contextualizar historicamente a deficiência, diante disso, nossas discussões irão se debruçar na quarta fase, considerando que, esta per- meia as principais políticas educacionais voltadas à pessoa com deficiência que você, futuro profissional da Educação Física, precisa conhecer, seja na área da licenciatura ou no bacharelado! Durante o século XX, a Educação Especial foi se constituindo na Educação Brasileira. A Lei de Dire- trizes e Bases da Educação Nacional nº 4.024/61, art. 88, promulgada em 1961, destaca que “a educação de excepcionais, deve, no que fôr possível, enquadrar-se no sistema geral de educação, a fim de integrá-los na comunidade” (BRASIL, 1961, on-line). Essa lei é compreendida como um dos primeiros passos para o atendimento da pessoa com deficiência no Brasil de forma inclusiva. Dez anos depois, em 1971, a Lei Educacional nº 5.692/71, art. 9º, explana que “os alunos que apre- sentem deficiências físicas ou mentais, os que se encontrem em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula e os superdotados deverão re- ceber tratamento especial, de acordo com as normas fixadas pelos competentes Conselhos de Educação” (BRASIL, 1971, on-line). Nesse momento, observa- -se algumas especificações das deficiências, assim como de crianças superdotadas, sobre a relevância de um atendimento especializado. Contudo, apesar do acesso ao ensino regular, não é organizado um atendimento especializado que considere as singu- laridades de aprendizagem de estudantes com super- dotação (MEC/SEESP, 2007). Em 1973, foi criada, pelo Ministério da Educação, o Centro Nacional de Educação Especial — CENESP, responsável pela gerência da educação especial no Brasil, que, sob o respaldo integracionista, ocasionou ações educacionais voltadas às pessoas com defi- ciência e superdotação, porém ainda apresentavam características assistenciais e iniciativas isoladas do Estado (MEC/SEESP, 2007). Em 1978, foi publicada a Portaria Interministe- rial nº 186/78, cujo objetivo consistia na ampliação de oportunidades de atendimento especializado, de Descrição da Imagem na imagem “Inclusão de Pessoa com Defi- ciência”, observa-se a ilustração de um círculo azul, onde, dentro dele, estão pessoas com deficiência e pessoas sem deficiência ocupando o mesmo espaço. Figura 6: Inclusão de Pessoa com Deficiência Fonte: Paraná (2019). No dia 21 de setembro, comemora-se o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. É dia de reconhecer, reafirmar e refletir sobre as políticas e ferramentas para a inclusão das pessoas com deficiência. 17 EDUCAÇÃO FÍSICA natureza médico-psicossocial e educacional para excepcionais, com o intuito de promover sua inte- gração social (BRASIL, 1978). De acordo com a re- ferida portaria, o direcionamento de alunos para o atendimento especializado deveria ser feito por meio de um diagnóstico, compreendendo a avaliação das condições físicas, mentais, psicossociais e educacio- nais do excepcional (BRASIL, 1978). Um marco importante para a Educação Inclusiva e a Educação Especializada se deu por meio da Cons- tituição Federal de 1988. Em seu artigo 206, inciso I, estabelece a “igualdade de condições de acesso e per- manência na escola” como um dos princípios para o ensino, assim como o Art. 208, Inciso III, garante como dever do Estado o atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino. Novamente, observamos o amparo da Lei a qual estimula o atendimento desses alunos de ma- neira a incluí-los na rede regular de ensino, e não somente em escolas especializadas. Em meio às lutas pela garantia à educação, em 1990, a Unesco estabelece “A Declaração Mundial de Educação para Todos”, que teve por objetivo garantir a Satisfação das Necessidades Básicas de Aprendiza- gem para todas as crianças, adolescentes e adultos. Os Artigos 3 a 7 desta Declaração contemplam: Universalizar o acesso à educaçãoe promover a equidade; Concentrar a atenção na aprendizagem; Ampliar os meios e o raio de ação da educação bá- sica; Propiciar um ambiente adequado à aprendiza- gem; Fortalecer alianças (BRASIL, 1990, on-line). De maneira específica para as pessoas com deficiên- cia, o Art. 3 enfatiza que As necessidades básicas de aprendizagem das pes- soas portadoras de deficiências requerem atenção especial. É preciso tomar medidas que garantam a igualdade de acesso à educação aos portadores de todo e qualquer tipo de deficiência, como parte in- tegrante do sistema educativo, pautado nos cuidados básicos e atividades de desenvolvimento infantil, direcionadas especialmente às crianças pobres, de- sassistidas e portadoras de deficiências (BRASIL, 1990, on-line). Outro momento histórico para o processo de estru- turação de políticas educacionais se deu por meio da Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais, representada por noventa e dois países e vinte e cinco organizações internacionais, ocorri- da no ano de 1994, em Salamanca, na Espanha. Tal conferência ficou Mundialmente conhecida como “Declaração de Salamanca” sobre Princípios, Políti- cas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais, a qual estabeleceu que todas as crianças e jovens com necessidades educativas especiais de- veriam ter acesso às escolas regulares, e, além disso, enfatiza que as escolas devem adequar-se por meio de uma pedagogia centrada na criança, capaz de ir ao encontro destas necessidades. A Declaração de Salamanca reconheceu a necessidade e a urgência de garantir a educação dessas crianças no quadro do sistema regular de educação (BRASIL, 1994). Pautada nessa reflexão, a orientação inclusiva, por meio da inserção dessas crianças em escolas regula- res, constitui-se uma das ferramentas mais capazes para combater as atitudes discriminatórias, criando comunidades abertas e solidárias, construindo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação para to- dos. Dessa forma, os governos deverão: 18 Conceder a maior prioridade, através das medidas de política e através das medidas orçamentais, ao desenvolvimento dos respectivos sistemas educati- vos, de modo a que possam incluir todas as crianças, independentemente das diferenças ou dificuldades individuais. Adotar como matéria de lei ou como política o princípio da educação inclusiva, admitin- do todas as crianças nas escolas regulares, a não ser que haja razões que obriguem a proceder de outro modo. Desenvolver projetos demonstrativos e enco- rajar o intercâmbio com países que têm experiência de escolas inclusivas, estabelecer mecanismos de planejamento, supervisão e avaliação educacional para crianças e adultos com necessidades educativas especiais, de modo descentralizado e participativo. Encorajar e facilitar a participação dos pais, comu- nidades e organizações de pessoas com deficiência no planeamento e na tomada de decisões sobre os serviços na área das necessidades educativas espe- ciais. Investir um maior esforço na identificação e nas estratégias de intervenção precoce, assim como nos aspectos vocacionais da educação inclusiva. Ga- rantir que, no contexto de uma mudança sistémica, os programas de formação de professores, tanto a nível inicial como em-serviço, incluam as respos- tas às necessidades educativas especiais nas escolas inclusivas (BRASIL, 1994, p. 38). A Declaração de Salamanca é reconhecida até os dias atuais como uma das conferências mais importantes realizadas em benefício da pessoa com deficiência no contexto educacional, incentivando não somente a in- clusão, mas também o investimento dos países para a ampliação do acesso à educação inclusiva. Pela primei- ra vez, também observamos a preocupação em formar professores capacitados para o atendimento dessas crianças e adolescentes, fato que ainda não havia sido destacado como prioridade em nossos estudos. Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Edu- cação Nacional nº 9.394, vigente até os dias atuais, apresenta, no Art. 59, que “os sistemas de ensi- no assegurarão aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação”: I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas ne- cessidades; II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a con- clusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacita- dos para a integração desses educandos nas classes comuns; IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em socieda- de, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho com- petitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora; V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular (BRASIL, 1996, on-line). A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) presume, quando preciso, os serviços de atendimento especializado, na escola regular, para atender às necessidades da clientela de educação especial. Especifica, também, que o atendimento educacional desses alunos será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das suas condições específicas, não for possível a sua integração em classes comuns dentro do ensino regular (BRASIL, 1996). Ainda assim, Souza e Prieto (2007) mencionam que esse direito não vem sendo assegurado, pois, nos dias atuais, a presença de um professor auxiliar para o melhor acompanhamento do aluno no ensino regular é ofertada apenas a uma parcela deles. 19 EDUCAÇÃO FÍSICA Entre os anos de 2009 e 2010, podemos ob- servar mais uma vitória no campo da educação especializada a partir da criação de Salas de Re- cursos Multifuncionais. Essas salas apresentam características diferenciadas das demais salas do ensino regular, sendo uma grande ferramenta de ensino para alunos incluídos: o Programa disponibiliza às escolas públicas de ensino regular, conjunto de equipamentos de in- formática, mobiliários, materiais pedagógicos e de acessibilidade para a organização do espaço de aten- dimento educacional especializado. Cabe ao sistema de ensino, a seguinte contrapartida: disponibilização de espaço físico para implantação dos equipamen- tos, mobiliários e materiais didáticos e pedagógicos de acessibilidade, bem como, do professor para atuar no AEE (MEC, 2010, s.p.). As salas de recursos multifuncionais são separadas de acordo com a deficiência que o aluno apresenta ou superdotação. Os Estados se organizam e nomeiam essas salas na educação básica de formas diferen- ciadas, no entanto, veja, a seguir, a organização das salas de atendimento educacional especializado do Estado do Paraná (PARANÁ, 2010). Sala de Recursos Multifuncionais Tipo II e/ou o Centro de Atendimento Educacional Especializado (AEE) na Área da De�ciência Visual – CAEDV para alunos que apresentam: • Cegos • Baixa visão • Outros acometimentos visuais Sala de Recursos Multifuncional Tipo I atendimento educacional especializado (AEE), de natureza pedagógica para alunos que apresentam: • De�ciência Intelectual • De�ciência física neuromotora • Transtornos globais do desenvolvimento • Transtornos funcionais especí�cos Atendimento Educacional Especializado (AEE) para Surdos • Atendimento Educacional • Especializado em Libras • Atendimento Educacional Especializado para o ensino da Libras • Atendimento Educacional Especializado para o ensino da Língua Portuguesa Atendimento para alunos com Altas Habilidades/Superdotação:Espaço organizado com materiais didático-pedagógicos, equipamentos e pro�ssionais especializados onde é ofertado o atendimento educacional especializado (AEE) que visa atender às necessidades educacionais dos alunos superdotados na Rede Pública de Ensino. Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar (Sareh): Atendimento educacional aos alunos que estão impossibilitados de frequentar a escola devido à internação hospitalar ou tratamento de saúde domiciliar. Figura 7 - Recursos Didáticos / Fonte: adaptada de Paraná (2010). 20 A discussão acerca da inclusão de alunos com defi- ciência na educação básica, assim como a matrícula desses alunos em escolas especializadas é extensa, posto que a falta de investimentos na educação bá- sica com profissionais capacitados ao atendimen- to especializado destes alunos levam muitos pais a matricularem seus filhos em escolas especializadas. De fato, muitas escolas especializadas possuem um papel primordial para o atendimento educacional de qualidade voltado às necessidades básicas de apren- dizagem desses alunos, principalmente quando estes apresentam deficiência intelectual moderada a seve- ra. Um exemplo dessas escolas são as Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) que pres- tam atendimento educacional especializado para este público com profissionais da área da educação e da saúde, como fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudió- logos, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais. Sem dúvida alguma a relevância de escolas especiali- zadas para muitos alunos é fundamental e de extrema importância para nossa sociedade. As discussões e reflexões acerca das diversas temáti- cas que envolvem a pessoa com deficiência sempre se farão presentes, por isso é de fundamental impor- tância retomar fatos históricos para que possamos compreender como chegamos até aqui. Em nossas leituras anteriores, pudemos evidenciar que filósofos da antiguidade, como Sêneca, referem-se à pessoa com deficiência como “monstruosidade”. O con- ceito de monstruosidade atribuído às crianças com deformidades físicas perdurou até o século XX na literatura anatômica, no entanto, essa nomenclatura vem sendo substituída, a fim de caracterizar as defi- ciências e respeitar essas pessoas. Nessa perspectiva, a chamada monstruosidade não se referia apenas às pessoas com características muito diferentes, mas também àquelas deficiências que poderiam resultar em dificuldades severas para que conseguissem rea- lizar as tarefas ao longo de suas vidas (SILVA, 2006). Em relação a essa temática, farei uso da análise de Sassaki (2002) sobre nomenclaturas utilizadas ao referenciar as pessoas com deficiência. O autor des- taca que o termo inválido e/ou incapacitado pode ser encontrado em diversas Leis e Decretos nacionais e internacionais até os anos de 1960. Entre os anos de 1960 a 1980, o termo “defeituoso” foi difundido em diversos países. Uma característica deste período se dá pela nomenclatura do centro de reabilitação e inte- gração AACD, que, ao ser fundada no final da década de 50, recebeu o nome de “Associação de Assistência à Criança Defeituosa” na qual modificou-se anos depois e passou a ser chamada de “Associação de Assistência à Criança Deficiente” como é conhecida nos dias atuais. Nesse período, também observou-se o termo “excep- cional”, com o surgimento das primeiras unidades da APAE “Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais”. Vale destacar que esse termo ainda é utilizado em todo país pela existência dessas instituições. A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) nasceu em 1954, no Rio de Janeiro. A APAE é uma organização social cujo objetivo é promover a atenção integral à pessoa com deficiência intelectual e múltipla. A Rede APAE se destaca por seu pioneirismo e capilaridade. Atualmente, existem 2.172 APAEs e entidades filiadas, coordenadas por 24 Federações Esta- duais, abrangendo todos os estados brasileiros para atender cerca de 250.000 pessoas com deficiência intelectual e múltipla diariamente. Fonte: adaptado de APAE Brasil ([2022], on-line). 21 EDUCAÇÃO FÍSICA A partir do ano de 1981, a Organização das Nações Unidas passou a utilizar o termo “pessoa deficiente”. Momento em que, pela primeira vez, o substantivo “deficiente” passou a ser utilizado como adjetivo, sen- do-lhe acrescentado o substantivo “pessoa”. Contudo, o termo “pessoa deficiente” foi contestado por líderes alegando que ele apontava que a pessoa inteira é de- ficiente, o que, para eles, era inconcebível e o termo “pessoas portadoras de deficiência” começou a ser utilizado e perdurou até os anos de 1993. Sassaki (2002) retrata que o termo “portar uma deficiência” passou a ser um valor agregado à pes- soa. Nessa perspectiva, compreende-se a deficiência como um detalhe da pessoa. O termo foi adotado nas Constituições federal e estadual e em todas as leis e políticas pertinentes ao campo das deficiências. Con- tudo, será que esse termo está correto? Alguns críti- cos questionam o significado de portador, uma vez que se pode portar e deixar de portar, por exemplo, um objeto como uma caneta. Quando pensamos em uma deficiência, a questão de poder portar e deixar de portá-la não é possível acontecer. Dando continuidade a essa reflexão, o autor re- vela que termos como “pessoas com necessidades especiais”, “crianças especiais”, “alunos especiais”, “pa- cientes especiais” começaram a ser utilizados a partir de 1990 e são utilizados até hoje. Contudo, a PEC 25/2017 aprovou, em primeiro turno, a padronização da nomenclatura correta adotando o termo “pessoa com deficiência”. Esse termo já havia se destacado nos anos de 1990 e se difundiu com a Declaração de Salamanca, manifestando-se até os dias atuais. Sendo assim, é de fundamental importância que você, futu- ro profissional da Educação Física, aprenda e passe a utilizar o termo “pessoa com deficiência” para nossos próximos estudos! OLHAR CONCEITUAL A Pessoa com De�ciência e suas nomenclaturas Idade média Monstruosidade 1930 Débeis mentais 1960 a 1980 Defeituoso (AACD) Excepcional 1981 Pessoa de�ciente 1990 Pessoas com necessidades especiais Até 1993 Pessoa Portadora de De�ciência Atualmente Pessoa com de�ciência 22 Por meio desse resgate histórico, pude- mos observar que mesmo com a pas- sagem de décadas, o capacitismo ainda é muito presente na atualidade. Para Oliveira e Da Silva (2021), o capacitis- mo é o preconceito e a discriminação para com as pessoas com deficiência ao considerá-las incapacitadas, inferiores, inúteis, incapazes de trabalhar, apren- der, se relacionar, cuidar, sentir desejo e serem desejadas. Essa percepção é fomentada sempre que acreditamos e verbalizamos, mesmo que sem cons- ciência que as limitações do deficiente é um empecilho determinante para a independência. O Comitê Paralímpico Brasileiro (2021) destaca que a repro- dução desse posicionamento precon- ceituoso interfere na vida das pessoas com deficiência, contrariando o prin- cípio da equidade, reforçando atos de discriminação, opressão ou abuso da pessoa com deficiência. Contudo, outra face do capacitismo, contrária e igual- mente incômoda, é considerar as pes- soas com deficiência como inferiores ou como heróis apenas pela sua condição, desprezando as qualidades e competên- cias individuais de cada um, limitando o indivíduo somente a sua deficiência. O termo capacitismo ganhou notoriedade a partir da década de 80 por meio dos movimen- tos pelos direitos das pessoas com deficiência nos Estados Unidos. No Brasil, não há registro do termo na legislação. No entanto, a Lei n.º 13.146, de 6 de julho de 2015, que define o Estatuto da Pessoa com Deficiência, prevê, em seu artigo 4º, que “toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação” (CPB, 2021). Fonte: Comitê Paralímpico Brasieliro (2021). Capacitismo O Capacitismo está presentena fala e no pensamento de muitas pessoas, sem que percebam, de fato, seu real significado. Vamos conversar mais sobre esta importante temática? https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/10298 23 EDUCAÇÃO FÍSICA Título: Inclusão Escolar. O Que É? Por Quê? Como Fazer? Autor: Maria Teresa Eglér Mantoan Editora: Summus Editorial Sinopse: dividido em três capítulos, o livro reúne as ideias da autora sobre o ensinar e o aprender. Nele, ela compartilha o que viveu em sua caminhada educacional, dialogando com o leitor sobre problemas, questões e dúvidas que carrega no dia a dia de trabalho. “As transformações da escola dependem de um compromisso coletivo de professores, gestores, pais e da sociedade em geral. É difícil o dia a dia da sala de aula. Esse desafio que enfrentamos tem limite – o da crise educacional que vivemos, tanto pessoal como coletivamente, deste ofício que exercemos”, complementa. Estatuto da Pessoa com Deficiência O Estatuto da Pessoa com Deficiência é a denominação da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, Lei Nacional nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Esta lei tem por objetivo assegurar e promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais da pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania. Considerando que todas as pes- soas têm os mesmos direitos, tendo ela deficiência ou não, o Estatuto visa eliminar as barreiras e garantir direitos iguais à educação, saúde, cultura e lazer e tantos outros âmbitos da vida da pessoa com deficiência (BRASIL, 2015). De maneira específica no campo do esporte e do lazer, o Estatuto também assegura a igualdade de oportunidades com as demais pessoas, sendo-lhe garantido o acesso (Art. 42). Sendo dever do poder público promover os recursos adequados para essa efetivação e assegurar “a participação da pessoa com deficiência em jogos e atividades recreativas, esportivas, de lazer, culturais e artísticas, inclusive no sistema escolar, em igualdade de condições com as demais pessoas” (Art. 43, I-III). 24 Neste vídeo podemos observar os pesquisadores Rodrigo Mendes e Maria Tereza Montoan debatendo sobre Educação Inclusiva. Para acessar, use seu leitor de QR Code. Título: Extraordinário Ano: 2017 Sinopse: Auggie Pullman (Jacob Tremblay) é um garoto que nasceu com uma deformação facial, o que fez com que passasse por 27 cirurgias plásticas. Aos 10 anos, ele pela primeira vez frequenta uma escola regular, como qualquer outra criança. Lá, precisa lidar com a sensação constante de ser sempre observado e avaliado por todos à sua volta. Frente a todo este cenário de conhecimento exposto, você, aluno(a), ao ingressar em seus estágios, trabalharia esses conteúdos de que maneira? Acredita ser importante contextualizar os alunos sobre as questões históricas e Políticas que permearam a vida da pessoa com deficiência, antes de iniciar as atividades práticas? Como você faria isso? Vamos tentar? 25 mapa mental Nesta unidade, iniciamos nossas discussões com uma imersão muito importante acerca da Educação Inclusiva. Para sintetizar o contexto político, social e educacional da pessoa com deficiência ao longo da história, complete o Mapa Mental a seguir. 1° Fase Idade média 2° Fase Séc. XVIII e início do sec. a XIX 3° Fase Final do Séc. XIX e início do Séc. XX 4° Fase Final do Séc. XX até os dias atuais Exclusão social e educacional da pessoa com deficiência. Eram escondidas por suas famílias, vendidas ao circo ou mortas. Pessoas com deficiência segregadas em instituições residenciais sem atendimento educacional Pessoas com deficiência estudando em escolas especializadas ou em salas “especiais” em escolas regulares Pessoas com deficiência estudando na mesma sala que alunos sem deficiência O preconceito e discriminação para com as pessoas com deficiência: apresenta duas vertentes Esta fase deu origem a dois grandes problemas que perduram até os dias atuais: Temos inadeuqados para se referir à pessoa com deficiência “Monstruosidade”, “Defeituoso”, “Incapacitado”, “Pessoas com Necessidades Especiais”, “Portadores de Deficiênciais” ... Até chegar ao termos mais adequados: 26 meu espaço UNIDADE II Oportunidades de aprendizagem Teremos, nesta unidade, a chance de compreender o conceito sobre acessibilidade e as diversas questões que a envolve tanto dentro da escola como na sociedade de maneira geral. Posteriormente, faremos uma imersão a respeito dos principais tipos de deficiência de origem congênita ou adquirida. A partir desse estudo, será possível entender as principais patologias de ordem motora, intelectual, visual e auditiva para uma futura prática profissional planejada voltada ao estímulo dessa população. ACESSIBILIDADE E OS TIPOS DE DEFICIÊNCIAS unidade II 30 Acredito que você já tenha presenciado pessoas com deficiência com dificuldades em se deslocar entre as ruas e calçadas ou para pegar o ônibus. Pois bem, imagine que você apresenta deficiência mo- tora, especificamente um mau funcionamento ou paralisia dos membros inferiores, mas não existem rampas nas calçadas para você se deslocar de for- ma independente! Ou que você precisa atravessar a rua, mas como apresenta deficiência visual não consegue saber se o sinal está verde ou vermelho? Ou, imagine que seu filho com deficiência acabou de entrar na escola, mas ela não apresenta a aces- sibilidade necessária para recebê-lo e ofertar um atendimento educacional de qualidade? Pressuponho que essas primeiras indagações te- nham lhe causado reflexões importantes a respeito da acessibilidade, e não poderia ser diferente! Ela é primordial para todos nós, pois nos é de direito con- dições básicas para ir e vir, trabalhar, estudar, praticar atividade física, e privar o ser humano dessas ações é uma transgressão. A partir dessa temática, convido você a experien- ciar, por algumas horas, como é apresentar uma defi- ciência e deslocar-se pelas ruas de sua cidade. Se pos- sível, utilize uma cadeira de rodas ou uma venda em seus olhos e tente caminhar pelas calçadas, atravessar as ruas, passar pela faixa de pedestre, e claro, tudo isso sem a ajuda de outras pessoas, ou seja, de forma autônoma. Para complementar sua atividade, você pode procurar por pessoas que apresentam algum tipo de deficiência e perguntar quais as dificuldades que ela já enfrentou ou, ainda, enfrenta em seu dia a dia. Você também pode procurar essas dificuldades em relatos disponíveis na internet. 31 EDUCAÇÃO FÍSICA I – condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunica- ção e informação, por pessoa portadora de deficiência ou mobilidade reduzida (BRA- SIL, 2004, on-line). Neste breve exercício de empatia, acredito que você deve ter vivenciado um misto de sentimentos, assim como um grande desconforto ao se colocar no lugar deles, não é mesmo? Nesta experiência, você achou que sua cidade ou bairro é de fato acessível? Então, agora, é a hora de você colocar em seu Diário de Bordo todas essas informações e sensações que você experienciou durante a execução desta tarefa! Em nossa primeira unidade, pudemos observar pontos relevantes para a estruturação de políticas educacionais para alunos que apresentam deficiências. Nesse mo- mento, veremos as questões que permeiam a acessibili- dade de crianças e adolescentes tanto no ensino regular quanto na educação especial. O Decreto nº 5.296/04 conceitua a acessibilidade em seu 8º artigo como: 32 É fato que a inclusão e a diversidade cada vez mais vêm ganhando destaque no mundo, por isso, os sím- bolos referentes a esses assuntos são bastante utiliza- dos. Um dos mais importantes que você deve conhe- cer é o Símbolo Universal da Acessibilidade, que foi criado pelo Departamento de Informação Públicas da Organizaçãodas Nações Unidas (ONU) nomeado de “A Acessibilidade”, em inglês “The Accessibility”. A criação deste símbolo teve o intuito de aumentar a conscientização sobre o universo da pessoa com deficiência, é uma “figura simétrica conectada por quatro pontos a um círculo, representando a har- monia entre o ser humano e a sociedade, e com os braços abertos, simbolizando a inclusão de pessoas com todas as habilidades, em todos os lugares”. Conforme Ribeiro (2011), as principais leis que trataram a acessibilidade foram: a Lei nº 4767/98, que indica normas gerais e critérios básicos para a acessibilidade das pessoas com deficiência; a Lei nº 10.098, que incluiu a adequação de instalações e equipamentos esportivos; a NBR 9050 (2004), a qual trata da acessibilidade física e de comunicação; e o Decreto nº 5.296/04, que regulamentou as Leis nº 10.048/00 e nº 10.098/00, estabelecendo normas gerais e critérios para a promoção da acessibilidade às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzi- da. Essas leis foram estruturadas e ampliadas para atender às necessidades da pessoa com deficiência, não somente no ambiente escolar, mas nos diversos ambientes públicos e privados de nossa sociedade. Nessa perspectiva, convido você a refletir sobre esse assunto! O que significa acessibilidade para você? Tornar apenas o espaço físico e o material didático da escola adequados ao aluno? É o que vamos discutir! A escola precisa ser e estar acessível a esses alunos, ou seja, precisa atender às diversas necessidades que as crianças e jovens com deficiência apresentarão no decorrer de sua formação escolar e acadêmica. No entanto, para isso, precisamos compreender as ca- racterísticas específicas das deficiências para, assim, entendermos suas reais necessidades. Por exemplo, quando nos referimos à acessibilidade arquitetônica, a necessidade de um usuário de cadeiras de rodas será diferente da necessidade arquitetônica de um aluno deficiente visual. Da mesma forma que a aces- sibilidade metodológica e pedagógica de alunos com deficiência auditiva será diferente de alunos deficien- tes visuais. Perceba que não é tão simples assim, e que apenas rampas e pisos táteis não são suficientes para tornar a escola, de fato, acessível. Descrição da Imagem figura simétrica conectada por quatro pon- tos a um círculo, representando a harmonia entre o ser humano e a sociedade, e com os braços abertos, simbolizando a inclusão de pessoas com todas as habilidades, em todos os lugares. Figura 1 - Símbolo para a acessibilidade Fonte: Organização das Nações Unidas ONU (2018) 33 EDUCAÇÃO FÍSICA De maneira específica, Dischinger e Machado (2006) apresentam dimensões que possibilitam a compreensão de acessibilidade. • Acessibilidade arquitetônica, sem barreiras ambientais físicas em todos os recintos internos e externos da escola e nos transportes coletivos. • Acessibilidade comunicacional, sem barrei- ras na comunicação interpessoal (face-face, língua de sinais, linguagem corporal, lingua- gem gestual etc.), na comunicação escrita e na comunicação virtual (acessibilidade digital). • Acessibilidade metodológica, sem barreiras nos métodos e técnicas de estudo (adapta- ções curriculares, aulas baseadas nas inte- ligências múltiplas, uso de todos os estilos de aprendizagem, participação de todos, de cada aluno, novo conceito de avaliação de aprendizagem, novo conceito de educação, novo conceito de didática), de ação comuni- tária (metodologia social, cultural, artística etc. baseada em participação ativa) e de edu- cação dos filhos (novos métodos e técnicas nas relações familiares etc.). • Acessibilidade instrumental, sem barreiras nos instrumentos e utensílios de estudo (lá- pis, caneta, régua, teclado do computador, materiais pedagógicos), de atividade da vida diária..., esporte e recreação (dispositivos que atendam às limitações sensoriais, físicas e mentais etc.). • Acessibilidade programática, sem barreiras invisíveis embutidas em políticas públicas, em regulamentos e normas de um modo geral. • Acessibilidade atitudinal, por meio de pro- gramas e práticas de sensibilização e de conscientização das pessoas em geral e da convivência na diversidade humana, resul- tando em quebra de preconceito, estigmas, estereótipos e discriminações. Dentro desse contexto, é importante nos conscienti- zarmos que as adaptações arquitetônicas que a escola deve apresentar são fundamentais para que os alunos com deficiência possam se locomover e realizar suas ações cotidianas de maneira independente. O aluno com deficiência visual ou deficiência motora preci- sará de adaptações iniciando pela calçada da escola, em todo o prédio escolar, salas de aula, biblioteca, refeitório, corredor, pátio, quadra esportiva, banheiro, parques, entre outros diversos espaços que compõem o ambiente escolar. A identificação de barreiras como escadas inapropriadas, postes e cadeiras em lugares indevidos poderão atrapalhar a locomoção desses alunos de maneira independente. Sob essa perspec- tiva, as barreiras são compreendidas como qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de movimento, a circulação com seguran- ça e a possibilidade de pessoas se comunicarem ou terem acesso à informação (BRASIL, 2004). Atualmente, as escolas ou centros esportivos que você conhece ou frequenta são, de fato, acessíveis? Que tipo de barreiras você pode identificar nelas? 34 Por meio de um olhar específico, considerando as necessidades básicas de cada deficiência, alunos com deficiência motora precisam de adaptações diversas, no entanto, as mais importantes são banheiros adap- tados e rampas acessíveis em todos os ambientes de acesso da escola, assim como ônibus adaptado para seu transporte. É necessário adaptar as carteiras para que a cadeira de rodas dos alunos se encaixe nelas e, quando possível, adaptar pequenas órteses que possibilitem a escrita desses alunos. Já os alunos com deficiência visual precisam de ade- quações físicas, como a existência de piso tátil em toda a instituição de ensino.Descrição da Imagem na imagem consta uma rampa acessível para pessoas com deficiências motora adentrarem o estabelecimento. Figura 2 - Rampa acessível Descrição da Imagem a imagem apresenta uma fotografia de uma criança de cadeira de rodas utilizando um ônibus adaptado. O ônibus é de cor amarela e está com a porta aberta, onde se tem uma espécie de elevador, local esse em que a cadeira de rodas está em cima. Atrás da cadeira observa-se uma pessoa e ela está com uma mão na cadeira e a outra segurando o controle utilizado para a movimentação deste elevador. Figura 3 - Ônibus adaptado 35 EDUCAÇÃO FÍSICA Além das barreiras físicas, podemos encontrar outras dificuldades no meio deste percurso, como barreiras metodológicas. Dessa forma são necessá- rias adaptações nos materiais, como cadeira, car- teira, lápis, computadores, ou seja, todo o material pedagógico utilizado pelos alunos. Por exemplo, o aluno com deficiência visual poderá fazer uso de uma máquina de escrever em baile que facilitará seu processo de aprendizagem. Materiais online também deverão estar acessíveis a eles por meio de programas específicos e descrição de toda e qualquer imagem que o professor faça uso em suas aulas. Nesse sentido, o aprendizado do braile desde a infância e a utilização de recursos tecnológicos, como leitores de tela, são de fundamental impor- tância para o processo de aprendizagem desses alunos. Além disso, o aluno deficiente visual ou baixa visão deverá frequentar em contraturno a sala de apoio Multifuncional tipo II. Descrição da Imagem a imagem é uma ilustração de uma pessoa utilizando os pisos táteis com destaque em cor amarela. A figura mostra as pernas de uma pessoa, sua bengala e os piso táteis. A bengala está em cima do piso tátil chamado de piso de alerta, que são os pisos com bolinhas. Os pés da pessoa estão ao lado da faixa contendo o pisotátil direcional. Figura 4 - Piso Tátil Descrição da Imagem Na imagem consta a ilustração de um alfabeto em braille. Ele é apresentado em quatro colunas, onde, de cima para baixo, na primeira coluna, temos de A-J, a segunda de K-T, a terceira de U-Z e mais alguns sinais de pontuação, sendo eles, ponto final, ponto de exclamação, ponto de interrogação e vírgula, na quarta e última coluna tem-se os números começando em 1 indo até o 9 e finalizando com o número 0. Figura 5 - Alfabeto Braille 36 O leitor de tela funciona por meio do sintetizador de voz, dispositivo que transforma em som os caracteres que chegam até ele encaminhado pelo leitor de tela. Os alunos com deficiência auditiva precisarão, acima de tudo, de um professor intérprete, para que ele tenha acesso a todo conteúdo falado, assim como ocorre em nossas aulas ao vivo. Nesse sentido, o aprendizado de libras desde a infância e a utilização de recursos tecno- lógicos são importantes para o processo de aprendiza- gem e comunicação desses alunos. O aluno deficiente auditivo deverá frequentar em contraturno a sala de atendimento educacional especializado para surdos. Descrição da Imagem na imagem consta dois indivíduos senta- dos, com um fone no ouvido, ambos possuem deficiência auditiva, estão fazendo uso do leitor de tela. Figura 6 - Leitor de Tela / Fonte: Ajidevi ([2022], on-line). Descrição da Imagem na imagem, temos uma fotografia que mostra parte de um teclado para deficientes visuais. Na imagem, temos parte do teclado, onde, na parte superior, temos as teclas de um teclado comum, observa-se também a parte dos numerais. Abaixo das teclas tem-se a parte do braile, onde estão os dedos de um indivíduo, tocando-a. Figura 7 - Máquina de Escrever Descrição da Imagem a imagem mostra uma fotografia de uma sala de aula. Observa-se os braços de uma pessoa conversando com uma aluna por meio da linguagem de sinais (libras). A aluna está sentada em uma cadeira, com uma carteira apoiando um estojo preto e branco e folhas em branco de um caderno. A menina usa máscara e, ao fundo, tem-se um menino escrevendo, também utilizando máscara. Figura 8 - Língua de Sinais Quando a deficiência envolver a dificuldade de apren- dizagem, as adaptações metodológicas deverão ser rea- lizadas rotineiramente, para assegurar, de fato, a acessi- bilidade à educação, de preferência, no ensino regular. É garantido por lei que o aluno seja acompanhado por um professor auxiliar, sempre que necessário, contudo, essa não é a realidade de nosso país. 37 EDUCAÇÃO FÍSICA Assim como na deficiência intelec- tual, o aluno com Superdotação deverá ser estimulado na educação regular, fa- zendo uso de salas de recursos multifun- cionais e outras metodologias que pro- piciem o estímulo de sua aprendizagem. Esses alunos apresentam uma capacidade de retenção de conteúdo e informação maior, quando comparado aos demais, por isso a importância de estimular con- tinuamente essa habilidade nata. Todas essas adequações para a aces- sibilidade arquitetônica e metodológica são apenas algumas, das diversas especi- ficações que as escolas públicas e privadas deverão apresentar para o atendimento de qualidade. Além dessas barreiras arqui- tetônicas e metodológicas, também po- demos destacar as barreiras atitudinais. Van Munster e Almeida (2008) ressaltam que essas barreiras se aproveitam da de- sinformação e do desconhecimento e se fortalecem com o preconceito. Tais bar- reiras são projetadas a partir da sociedade em direção à pessoa com deficiência, ou partem da própria pessoa com deficiên- cia em relação a si mesma. Lembram-se da importância de deixá-los sentirem-se parte integrante da sala de aula! É importante que você, futuro profissional da Edu- cação Física, compreenda que pessoas com deficiên- cia apresentam comprometimento em determinado aspecto, mas também grande capacidade de ação e comunicação em outros. Por esse fato, é primordial deixar para trás alguns comportamentos que vitimi- zam ou inferiorizam o aluno/pessoa. Evite usar pala- vras/frases como “coitado”, “ele não consegue”, “ele não entende”, assim como oriente os demais alunos sobre a melhor forma de dirigir-se e comunicar-se com eles. Veja, se queremos incluir nosso aluno dentro da escola, precisamos estimular o contato deles com os demais alunos, sem diferenciação, pois essa é a forma que o deficiente quer ser tratado na escola e na sociedade. Estimular a amizade e cooperação entre esses alunos fará que, no futuro, sejam adultos conscientes, solícitos e que, acima de tudo, não sejam preconceituosos. Van Munster e Almeida (2008) elencam al- gumas barreiras atitudinais considerando os seguintes comportamentos: ridicularizar ou zombar do desempenho do outro; sentir pena ou autopiedade; não conceder uma chance; sentir receio de se aproximar; sentir vergonha de estar por perto; desistir antes de tentar; negar ou não aproveitar as oportunidades. 38 OLHAR CONCEITUAL FORMAS DE SE DIRIGIR E SE COMUNICAR COM ALUNOS COM DEFICIÊNCIA: De�ciência visual - Evite as expressões “olha aqui”, “veja isso”; - Observe o nível de independência do aluno e sempre que necessário ofereça auxílio. De�ciência intelectual - Identi�que o nível de comprometimento intelectual, para utilizar a melhor forma de comunicação e auxílio; De�ciência motora - Observe o nível de independência do aluno e se necessário ofereça auxílio; De�ciência auditiva - A gesticulação é importante na comunicação, mas cuidado com os exageros; - Ao comunicar-se sempre se posicione de frente com o de�ciente auditivo mantendo contato visual. - Não mascar chiclete para não atrapalhar a interpretação do de�ciente auditivo. Para todas as de�ciências - Não fale alto; - Chame-os sempre pelo nome; - Não dirija-se de maneira infantilizada ou vitimizada. 39 EDUCAÇÃO FÍSICA De acordo com a Organização Mundial da Saúde (ONU) (2011), estima-se que 10% da população mundial viva com, ao menos, uma deficiência (cer- ca de 700 milhões de pessoas). De maneira especí- fica no Brasil, segundo o último censo realizado no ano de 2010, 45 milhões de brasileiros apresentam alguma deficiência visual, auditiva ou física, mais precisamente, quase 25% da população. Dentre eles, atualmente, existem cerca de 174.886 alunos com deficiência matriculados na Educação Especial e 698.768 matriculados em classes comuns (EDU, [2022], on-line). Diante desses dados, serão apre- sentadas, a seguir, as características das principais deficiências que acarretam prejuízos intelectuais, visuais, auditivos e motores. Uma análise mais recente, realizada em 2013, pela Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), em parceria pelo IBGE e Ministério da Saúde, identificou que 6,2% da po- pulação brasileira possui algum tipo de deficiência, seja ela física, intelectual, auditiva ou visual. Nesta pesquisa, observou-se que o maior percentual foi o de pessoas com deficiência visual, sendo sua maioria pessoas com 60 anos de idade ou mais. Além disso, verificou-se que uma parcela significativa dessas pessoas a limitação da visão dificultava muito ou impossibilitava realizar ativi- dades habituais, trabalhar, ir à escola ou brincar. Assim, de acordo com a PNS (2013), a deficiência visual ocorre em 3,0% da população brasileira. A PNS (2013) destacou que as pessoas com deficiên- cia física representavam 1,3%, sendo que 46,8% dessas pessoas tinham um grau intenso ou muito intenso de limitações. Já a deficiência auditiva pode ser identificada em 1,1% da população, sendo que 0,8% dos brasileiros tinha algum tipo de deficiência intelectual. Outra questão de grande importância foi que a PNS (2013) identificou que a prevalência de defi- ciência intelectual, física ou auditiva é bem maior em pessoas com baixa escolaridade (fundamental in- completo ou sem qualquer instrução formal) quando comparado a grupos com maior escolaridade. DEFICIÊNCIA INTELECTUAL (DI) De acordo com a Associação Americana de Defi-ciência Intelectual e Desenvolvimento (AAIDD), a DI é caracterizada pela limitação significativa tan- to no funcionamento intelectual quanto no com- portamento adaptativo expresso em habilidades conceituais, sociais e práticas. A AAIDD conceitua a deficiência intelectual em um funcionamento in- telectual inferior à média, que está associado a li- mitações em pelo menos duas áreas de habilidades, por exemplo: comunicação, autocuidado, vida no lar, adaptação social, saúde e segurança, funções acadêmicas, lazer e trabalho. Por meio dessas in- vestigações, podemos observar que as dificuldades em se socializar, locomover-se e comunicar-se, di- ficuldades em realizar as atividades de vida diária Acessibilidade A acessibilidade possibilita a transposição de barreiras para a efetiva participação de pessoas nos vários âm- bitos da vida social. Vamos conversar mais sobre essa importante temática? https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/10298 40 de maneira independente, exercer uma profissão, entre outras questões, poderão estar presentes nas pessoas com deficiência intelectual. A deficiência intelectual se apresenta em níveis, sendo eles: leve, moderado, severo e profundo. Ke e Liu (2015) descrevem quatro níveis de gravidade de acordo com a gravidade do atraso no funcio- namento intelectual, déficits na função adaptati- va social e de QI (quociente de inteligência). O QI é um indicador derivado de vários testes que procuram medir habilidades gerais ou específicas como leitura, aritmética, vocabulário, memória, conhecimentos gerais, visual, verbal, raciocínio abstrato etc. Vejamos, no quadro a seguir, os ní- veis de deficiência intelectual e suas respectivas características: Leve São capazes de se comunicar e aprender habilidades básicas. Sua capacidade de usar conceitos abs- tratos, analisar e sintetizar é prejudicada, mas podem adquirir habilidades de leitura e informática. Eles podem realizar trabalho doméstico, cuidar de si e fazer trabalho não qualificado ou semiqualificado. Moderado Sua capacidade de aprender e pensar logicamente é prejudicada, mas são capazes de se comuni- car e cuidar de si mesmos com algum apoio. Com supervisão, eles podem realizar trabalhos não qualificados ou semiqualificados. Severo Seu desenvolvimento nos primeiros anos é distintamente atrasado. Apresenta dificuldade em pro- nunciar palavras e tem um vocabulário muito limitado. Por meio de considerável prática e tempo, eles podem ganhar habilidades básicas de autoajuda, mas ainda precisam de apoio na escola, em casa e na comunidade. Profundo Não podem cuidar de si mesmos e não têm linguagem. Sua capacidade de expressar emoções é limitada e pouco compreendida. Convulsões, deficiências físicas e expectativa de vida reduzida são comuns. Quadro 1 - Níveis de Deficiência Intelectual / Fonte: Adams e Oliver (2011) e Ke e Liu (2015). Contudo, é importante sabermos que o termo QI (quociente de inteligência) não é mais utilizado, subs- tituído pelo termo Avaliações das diferentes inteli- gências e habilidades. Atualmente, aplicam-se testes mais específicos, levando-se em conta não apenas suas habilidades intelectuais, mas também o histórico de cada um, suas preferências, habilidades, compe- tências entre outras características (KE; LIU, 2015). De Acordo com a AAIDD (2010) e com Luckasson (2002), a avaliação da deficiência intelectual deve considerar as seguintes dimensões: • Habilidades intelectuais: essa dimensão passa a não ser mais única na avaliação da deficiência intelectual, e faz uso de diversos testes para sua análise. • Comportamento adaptativo: está relaciona- do aos aspectos acadêmicos, conceituais e de comunicação, necessários para autonomia e competência social do sujeito. Limitações nessa área podem dificultar o convívio no dia a dia. • Participação, interações e papéis sociais: re- fere-se às interações sociais que o sujeito estabe- lece, bem como sua participação na sociedade. • Saúde: identificação das síndromes e pato- logias, assim como sua etiologia, a fim de re- ceber o tratamento necessário. • Contexto: a dimensão está relacionada às condições em que o indivíduo vive, sua qua- lidade de vida, e as relações estabelecidas com o ambiente dos quais ele participa. 41 EDUCAÇÃO FÍSICA Sobre essa temática, diversas síndromes levam a pre- juízos intelectuais; dentre tantas, abordaremos, a seguir, a síndrome de down, a síndrome de rett e a síndrome de West, por se tratarem das síndromes mais comuns identificadas nas escolas de educação especial e na rede regular de ensino. Além delas, também estudaremos a epilepsia, a microcefalia, a hidrocefalia, o autismo e a paralisia cerebral, deficiências na qual vale destacar que o prejuízo intelectual pode ou não ocorrer. Síndrome de Down A síndrome de Down foi identificada por John Lang- don Down. O pesquisador foi o primeiro a descobrir as características genéticas geradoras da síndrome. Como relata Pueschel (1993), a síndrome de Down é causada pela presença de três cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células de um indivíduo. Isso ocorre na hora da concepção de uma criança. As pessoas com síndrome de Down, ou trissomia do cromossomo 21, têm 47 cromossomos em suas célu- las, em vez de 46, como a maior parte da população. As características físicas de pessoas com síndrome de down são olhos puxados, marcas nas mãos e se- paração grande entre os dedos do pé. Além do atra- so no desenvolvimento, outros problemas de saúde podem ocorrer na pessoa com síndrome de Down, como, por exemplo: hipotonia (100%); problemas de audição (50 a 70%); problemas de visão (15 a 50%); cardiopatia congênita (40%); distúrbios da tireoide (15%); problemas neurológicos (5 a 10%); alterações na coluna cervical (1 a 10%); obesidade e envelhe- cimento precoce (COOLEY; GRAHAM; 1991). Sua etiologia é de ordem pré-natal/congênita, sendo a idade materna avançada um dos fatores que acarre- tam tal desordem genética. Transtorno do Espectro Autista (TEA) A Associação Americana de Psiquiatria (2013) de- fine o autismo como uma condição caracterizada pelo desenvolvimento acentuadamente anormal e prejudicado nas interações sociais, nas modalidades de comunicação e no comportamento. A Associação de Amigos do Autista relata que o autismo é carac- terizado por déficits na comunicação e na interação social, além de comportamentos repetitivos e áreas restritas de interesse. Essas características começam a ser identificadas nas crianças antes dos 3 anos de idade e atingem 0,6% da população, sendo quatro vezes mais comuns em meninos do que em meninas. As características do autismo variam de acordo com o desenvolvimento cognitivo. Podemos obser- var o autismo associado à deficiência intelectual grave, sem o desenvolvimento da linguagem, com padrões repetitivos de comportamento e déficit im- portante na interação social. Nesses casos, nota-se que as crianças realizam diversas ações de maneira contínua e repetitiva, como tomar banho, vestir-se, Descrição da Imagem na imagem constam 23 pares de cromos- somos. Contudo, no par 21, existem três cromossomos em vez de dois, o que caracteriza a Síndrome de Down. Figura 9 - Caracterização da Síndrome de Down 42 despir-se e, até mesmo, mutilar-se. Muitas delas, ao serem contrariadas, irão se morder, dar tapas em si mesmo, gritar, entre outros comportamentos repe- titivos ou agressivos, em que se faz necessária inter- venção imediata do professor. Contudo, também se identifica o autismo cha- mado de Síndrome de Asperger, sem deficiência intelectual, sem atraso significativo na linguagem, com interação social peculiar e sem movimentos repetitivos tão evidentes. Essas pessoas apresentam capacidade intelectual normal ou acima da média e maior capacidade de interação com outras pessoas. A origem do autismo ainda é muito questionada. Com o decorrer dos anos e o avanço das pesquisas, vários fatores foram elencados, como: fatores pré- -natais/ congênita, derivada das condições gené- ticas (MECCA et al., 2011), alterações neuronais (KOOTEN et al., 2008; WANG et al., 2009), trans- locações cromossômicas (TARELHO; ASSUMP- ÇÃO, 2007) e anormalidades cerebrais (BOLTON; GRIFFITHS; PICKLES, 2002). E fatores pós-natais / adquirida devido a perturbações profundas na relação da criança com o meio em que se encontra inserido (HALL; NICHOLSON; ADILOF, 2006; VOLK et al., 2013) e causas psicoafetivas (RABEL- LO, 2004; CAMPANÁRIO, PINTO, 2011). A pesquisa mais recente, datada do ano de 2018, discorda que a prevalência do autismo es- teja associada às relações que a criança estabelece com a mãe e com o meio. Ao utilizar os chamados “minicérebros”, pesquisadores afirmam que sua origem está ligada ao DNA da criança. Contudo, apesar dos diversos estudos realizados, a etiologia do autismo ainda é indefinida. Síndrome do Cromossomo X Frágil A síndrome do X frágil é causada pela mutação do gene localizado no cromossomo X. É a causa mais frequente de atraso intelectual herdado, com uma incidência es- timada de 1 caso a cada 4.000 homens e 1 caso a cada 6.000 em mulheres (CORNISH; LEVITAS; SUDHA- TER, 2007). Além da deficiência intelectual, a síndrome do X frágil apresenta características mais perceptíveis em homens, como: face alongada, orelhas grandes, pés planos, flacidez ligamentar, baixo contato visual, dis- túrbios de linguagem, entre outros (BOY et al., 2001). Tais características são mais perceptíveis em ho- mens, uma vez que as mulheres apresentam dois cro- mossomos X e, neste caso, apenas um deles sofreu mutação, e por isso apresentam sintomas mais leves”. Dessa forma, apesar de meninas apresentarem sin- tomas parecidos, possuem sinais menos aparentes e refletem basicamente a dificuldade na aprendizagem, ansiedade, impulsividade, dificuldades nas relações sociais e fobias. Sua etiologia é de ordem pré-natal/ congênita, sendo uma desordem de herança genética. NORMAL SÍTIOFRÁGIL Descrição da Imagem na imagem consta um menino com algu- mas das características da Síndrome do X Frágil, como face alon- gada e orelhas grandes. Ao lado está o cromossomo X que sofreu mutação em sua extremidade, ocasionando a Síndrome do X Frágil. Figura 10 - Síndrome do X frágil / Fonte: Barbato (2020, on-line). 43 EDUCAÇÃO FÍSICA Síndrome de Rett A síndrome de Rett foi descrita, pela primeira vez, pelo pediatra Andreas Rett, em 1966, que fez um es- tudo com 31 meninas que desenvolveram um quadro de regressão mental, caracterizado por deterioração neuromotora, características peculiares e hiperamo- nemia A criança nasce aparentemente sem nenhum problema, no entanto, a partir do primeiro e segun- do ano de vida, passa-se a observar regressões em habilidades que já haviam se desenvolvido. Perda de habilidades manuais voluntárias e do envolvimento social, desenvolvimento das linguagens expressiva ou receptiva severamente prejudicada, instabilidade res- piratória, ranger de dentes, padrões anormais de sono, espasmos, rigidez e distonias. Com o passar dos anos, essa regressão gera uma grande debilitação, tornando a criança ou jovem totalmente dependente em todas as atividades de vida diária (PAZETO et al., 2013). Sua origem também se caracteriza como pré-natal / congênita, por se tratar de uma disfunção genética. Síndrome de West A Síndrome de West foi descrita, pela primeira vez, por William James West, em 1841. De acordo com Kamiyama, Yoshinaga e Tonholo-Silva (1993), essa síndrome se caracteriza por crises epilépticas as- sociadas a atraso mental. Assim, um dos sinais da Síndrome de West é a epilepsia, ocorrendo, geral- mente, entre o terceiro e oitavo mês de vida da criança. Os pesquisadores Sanvito (1997) e Pereira Filho et al. (2004) apontam que sua origem está relacionada a fatores pré-natais, perinatais e pós- -natais devido a disfunções orgânicas do cérebro. Hidrocefalia A hidrocefalia é caracterizada pela alteração da produ- ção, do fluxo ou da absorção do líquido cefalorraqui- diano, o que gera um volume anormal desse material dentro da cavidade intracraniana. O termo hidrocefa- lia deriva do grego “água na cabeça”, que compreende o excesso de líquido cefalorraquidiano (NETTINA, 2003). Sua origem está relacionada a fatores pré-natais / congênita, como: exposição à radiação, má-nutrição materna, cistos benignos, tumores congênitos, ano- malias vasculares, anomalias esqueléticas e infecção uterina (toxoplasmose, citomegalovírus, estafilococo, sífilis, varíola, caxumba, varicela, poliomielite, hepatite infecciosa, vírus da gripe, encefalite e adenovírus). E também a fatores pós-natais / adquiridas, como: me- ningite, traumatismo e hemorragia subaracnoidea. Microcefalia A microcefalia é caracterizada pelo crescimento in- suficiente do cérebro de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Ela é identificada quando, por vezes, observamos bebês e crianças com a cabeça me- nor em relação ao restante da estrutura corporal. No Brasil, em 2016, descobriu-se que o número elevado de crianças que nasceram com microcefalia estava associado ao Zika vírus. As mães foram picadas pelo mosquito durante a gestação, ocasionando danos irreversíveis aos bebês. Crianças com microcefalia precisam ser estimuladas desde o nascimento, por fisioterapeutas, fonoaudiólogas, terapeutas ocupacio- nais, entre outros, pois podem desenvolver convul- sões e sofrer problemas físicos ou de aprendizagem à medida que crescem. Sua origem está relacionada a fatores pré-natais/congênitas, como: malformações 44 e infecções uterinas derivadas da toxoplasmose ru- béola, herpes, sífilis e citomegalovírus, exposição da mãe a metais químicos, como o arsénico e o mercú- rio, além do uso de bebida alcoólica e tabaco. A má nutrição da mãe durante a gestação e o Zika vírus também são fatores relacionados à microcefalia. ção de tarefas diárias (ISRAEL; BERTOLDI, 2012). Segundo Mauerberg de Castro (2005), a deficiência motora é compreendida como toda alteração física no corpo humano, resultante de algum problema or- topédico, neurológico ou de má formação congênita. O Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999, em seu Art. 4º, considera a deficiência física como: I - deficiência física - alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monopa- resia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, tripa- resia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, mem- bros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções (BRASIL, 1999, on-line). Essas lesões são caracterizadas por Mattos (2008) como: Microcefalia Cabeça de tamanho normal DEFICIÊNCIA MOTORA Compreendida pelo comprometimento das possibi- lidades de movimentação corporal ou manutenção da coordenação motora e do equilíbrio para realiza- Tipo de lesão Nível de comprometimento Monoplegia Comprometimento de um único segmento corporal. Paraplegia Comprometimento dos membros inferiores. Hemiplegia Comprometimento de um dos lados do corpo (membros superior e inferior). Tetraplegia Comprometimento dos membros inferiores e tronco. Quadriplegia Comprometimento total, envolvendo paralisia da face, tronco e os quatro membros. Conforme Machado e Haertel (2014), a medula espinal é uma massa cilíndrica de tecido nervoso. As vértebras são unidas por vários ligamentos e entre uma e outra existe um disco cartilaginoso semelhante a um anel, cuja função é reduzir o impacto. Para que você possa compreender o nível da lesão e, consequentemente, o comprometimento motor ocasionado, observe a figura: 45 EDUCAÇÃO FÍSICA A coluna vertebral é composta por 33 vértebras. Como consta no quadro a seguir, quanto mais alto o nível da lesão maior área corporal comprometida: Coluna Vertebral Vértebras CervicaisVértebras Torácicas Vértebras Lombares Vértebras Sacrais Vértebra Coccígea Descrição da Imagem na imagem consta uma ilustração colorida da coluna vertebral, onde, do lado esquerdo da imagem, temos a visualização lateral e do lado direito a visualização de costas. De cima para baixo, temos as 7 vértebras cervicais pintadas de verde, as 12 vértebras torácicas pintadas de laranja, as 5 vértebras lombares pintadas de rosa, as 5 vértebras sacrais fundidas pintadas de azul e 4 vértebras Coccígea fundidas pintadas de roxo. Figura 11 - Coluna Vertebral 46 Número de Vértebras Nome das Vértebras Nível de Comprometimento Motor 7 Vértebras Cervicais C1, C2, C3, C4, C5, C6, C7 Comprometimento dos membros superiores, tronco e membros inferiores. Com possibilidade de movimentação restrita de braços, caso a lesão tenha ocorrido nas últimas vértebras cervicais. 12 Vértebras Torácicas T1, T2, T3, T4, T5, T6, T7, T8, T9, T10, T11 ou T12 Comprometimento do tronco e membros inferiores. 5 Vértebras Lombares L1, L2, L3, L4, L5 Comprometimento dos membros inferiores. 5 Vértebras Sacrais Soldadas formando o osso sacro Comprometimento leve dos membros inferiores. 4 Vértebras Coccígeas Soldadas formando o cóccix Sem comprometimentos. Quadro 2 - Associação entre a localização das vértebras e o nível de comprometimento motor / Fonte: adaptado Machado e Haertel (2014). Pesquisas indicam que a deficiência motora é maior em pessoas do sexo masculino e pode ocorrer por lesão traumática e não traumática. A lesão traumática tem origem pós-natal e é compreendida por 80% das causas de deficiência motora, provocadas por acidente automobilísticos, acidentes de trabalho, ar- mas de fogo, mergulho em águas rasas e quedas. Já as lesões não traumáticas estão relacionadas a fatores pré-natais e perinatais e correspondem a somente 20% das causas, estão relacionadas a problemas antes e durante o nascimento, acidente vascular cerebral, infecções, tumores, entre outros (LIANZA, 2001). Como consequência, o indivíduo com Deficiência motora apresenta comprometimentos em seu desen- volvimento, bem como limitações para a realização de tarefas motoras (BENTO, 2004). Paralisia Cerebral A paralisia cerebral, também conhecida como ence- falopatia crônica não progressiva, é compreendida como uma lesão ou anomalia no desenvolvimento durante a vida fetal ou nos primeiros anos de vida (ISRAEL; BERTOLDI, 2012). Caracteriza-se pelo comprometimento do sistema locomotor por causas não traumáticas. A criança com paralisia cerebral pode apresentar também problemas cognitivos, vi- suais e auditivos. Contudo, é importante que você compreenda que muitas pessoas com paralisia cere- bral poderão apresentar o cognitivo preservado, ou seja, não apresentam dificuldades de aprendizagem. De maneira geral, as pessoas com paralisia cerebral apresentam baixo tônus muscular, o que leva a difi- culdades em manter o controle postural, déficit da coordenação motora e baixo reflexo. Sua origem está relacionada a fatores pré-na- tais/congênitas, como: infecções maternas duran- te o primeiro e o segundo trimestre da gravidez, como rubéola, citomegalovírus e toxoplasmose (REDDIHOUGH; COLLINS 2003); medicações específicas, má formação, fatores genéticos, abu- so de álcool e drogas ilícitas e traumatismos ab- dominais severos (WONG; SEOW; YEO, 2004); assim como as gestações múltiplas (SANKAR; MUNDKU, 2005). Fatores Perinatais, como: falta de oxigenação durante o parto e prematuridade. 47 EDUCAÇÃO FÍSICA Nascimentos prematuros são um fator de risco para paralisia cerebral e representa, atualmente, 25% de todos os casos de PC (HAGBERG et al., 2001; ANCEL et al., 2006). E por fatores pós-na- tais, como: quedas, afogamento, febre alta, me- ningite entre outros (ISRAEL; BERTOLDI, 2012). Além disso, a idade avançada da mãe e reprodu- ção assistida também são fatores que contribuem para danos cerebrais (NELSON; CHANG, 2008; HVIDTJORN et al., 2006). A melhoria na saúde materna, no cuidado perinatal e na prevenção de acidentes durante a gravidez são fatores que po- derão prevenir a paralisia cerebral (WESTBOM; HAGGLUND; NORDMARK, 2007). Epilepsia: A epilepsia é caracterizada por crises convulsivas (crises epilépticas), em que ocorre a repetição de duas ou mais crises não provocadas. A convulsão é a descarga anor- mal, excessiva, sincrônica, de neurônios que se situam no córtex cerebral. Essa atividade é intermitente e, ge- ralmente, autolimitada, na qual pode durar segundos a poucos minutos. De acordo com Bate e Gardner (1999), quando essas crises ocorrem de maneira recorrente ou prolongada, caracteriza-se como estado epilético. Isso quer dizer que, para ser caracterizado como epilepsia, essas crises ocorrerão de maneira frequente, o que faz preciso o uso contínuo de medicação. O controle dessas crises por meio de medicamentos é extremamente necessário, pois quanto mais tempo ela durar, maiores poderão ser os danos neurológicos. O termo “não provocada” indica que a crise não foi causada por traumatismo cranioencefálico, febre ou doença con- comitante (JAGTAP; MAUSKAR; NAIK, 2013). Dentro dessa perspectiva, as crises convulsivas provocadas são aquelas que acontecem na presença de estímulo defini- do, recorrendo, apenas, se a causa aguda permanece, não caracterizando epilepsia. Sua origem está relacionada a fatores pré-natais e perinatais ocasionados por traumas e por fatores pós-natais/adquiridas, como: infecções, neurocisticercose, uso excessivo de álcool e drogas e traumatismo craniano. DEFICIÊNCIA VISUAL A deficiência visual pode ser classificada em dois níveis, designados de cegueira e baixa visão. De acordo com Baumel e Castro (2003), a cegueira é a perda total ou perda residual da visão. O indivíduo cego, apesar de captar luzes em alguns casos, não é capaz de utilizá-la para realizar movimentos e se orientar pela visão. Por outro lado, a baixa visão ou visão subnormal se carac- teriza pela existência de resíduo visual, que permite o indivíduo ler impressos a tinta, desde que utilize equi- pamentos especiais e apresenta dificuldade em realizar tarefas visuais, mesmo com a prescrição de lentes cor- retivas. De acordo com Van Munster e Almeida (2008), as principais causas da cegueira estão relacionadas a fatores pré-natais/Congênita, como: albinismo, reti- noblastoma, retinose pigmentar e fatores pós-natais/ Adquirida, como: catarata, descolamento de retina, toxoplasmose, diabetes, rubéola, traumatismo ocular e petinopatia da prematuridade. 48 ção da Portaria Interministerial nº 186, de 10/03/78 (MEC/SEESP, 1995), considera-se «parcialmente surdo» e «surdo» os indivíduos que apresentam, respectivamente, surdez leve ou moderada e surdez severa ou profunda. No quadro a seguir, podemos observar os níveis de comprometimento auditivo: DEFICIÊNCIA AUDITIVA A Deficiência Auditiva é caracterizada pela perda da percepção normal ao estímulo sonoro. Existem vários tipos de deficiência auditiva, classificados de acordo com o grau de perda da audição. Para Mar- chesi (1996), essa perda é avaliada pela intensidade do som, medida em decibéis. Com base na classifica- Parcialmente surdo / Surdez leve Perda auditiva de até 40 decibéis. Essa perda não impede a aquisição normal da linguagem. Parcialmente surdo / Surdez moderada Perda auditiva está entre 40 e 70 decibéis. Esses limites se encon- tram no nível da percepção da palavra; é frequente o atraso de lingua- gem e as alterações articulatórias, havendo, em alguns casos, proble- mas linguísticos mais graves. Surdo / surdez severa A perda auditiva está entre 70 e 90 decibéis. Este tipo de perda per- mite que o indivíduo apenas perceba sons fortes e conhecidos, po- dendo atingir a idade de quatro ou cinco anos sem aprender a falar. Surdo / surdez profunda A perda auditiva é superior a 90 decibéis. Essa perda impede que o indivíduo perceba e identifique a voz humana, impossibilitando-o de adquirira linguagem oral. Conforme Almeida (2008), a deficiência auditiva pode ser classificada, ainda, de acordo com o período de desenvolvimento em que se manifestou no indiví- duo. Dentro desse contexto, encontram-se as pessoas que nasceram surdas e as que, por algum motivo, ficaram surdas com o decorrer dos anos. Surdez pré-linguística: refere-se a indivíduos que nasceram surdos ou que perderam a audição antes de terem desenvolvido a fala e a linguagem. Surdez pós-linguística: refere-se a indivíduos que perderam a audição após o período de desenvolvi- mento da fala e da linguagem. Sua origem está rela- cionada a fatores pré-natais de ordem genética ou congênita e a fatores pós-natais/adquirida, de ordem infecciosa, ocupacional, tóxica, traumática, envelhe- cimento e temporária. 49 EDUCAÇÃO FÍSICA TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH) De acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatística de Doenças Mentais da Sociedade Americana de Psiquiatria, conhecido como DSM-IV, o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um distúrbio neurobiológico, que aparece na infân- cia e acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Transtorno este também conhecido como DDAH (Distúrbio do Déficit de Atenção e Hiperatividade), caracterizado por sintomas de inquietude, desaten- ção e impulsividade. A Organização Mundial da Saúde estima que 5 – 7% da população mundial tenham TDAH, apresen- tando comprometimento na aprendizagem e por con- sequência do problema na inclusão social. O TDAH gera impactos comportamentais, intelectuais, sociais e emocionais, pois promove dificuldades, como contro- le de impulsos, concentração, memória, organização, planejamento e autonomia. Ressalta Benczick (2000) que a criança com TDAH sempre se comportará sem destreza motora, porque não concentra suficiente atenção no controle de seus movimentos. ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO: Altas Habilidades/Superdotação: a Política Nacional de Educação Especial (1994) define como superdo- tados ou altas habilidades as pessoas que apresentam notável desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos: capacidade intelec- tual geral; aptidão acadêmica específica; pensamento criativo ou produtivo; capacidade de liderança; ta- lento especial para artes e capacidade psicomotora, tanto de maneira isolada quanto combinada. Dos aspectos mencionados acima, destacam-se: 50 Tipo Intelectual: apresenta flexibilidade e fluência de pensamento, compreensão e memória elevada, capacidade de pensamento abstrato para fazer associações, produção ideativa, rapidez do pensamento, capacidade de resolver e lidar com problemas. Tipo Acadêmico: aptidão acadêmica específica, atenção, concentração, rapidez de aprendizagem, boa me- mória, gosto e motivação pelas disciplinas acadêmicas de seu interesse; habilidade para avaliar, sintetizar e organizar o conhecimento. Tipo Criativo: relaciona-se às seguintes características: originalidade, imaginação, capacidade para resol- ver problemas de forma diferente e inovadora, sensibilidade para as situações ambientais, sentimento de desafio diante da desordem de fatos; facilidade de autoexpressão, fluência e flexibilidade. Tipo Social: revela capacidade de liderança e caracteriza-se por demonstrar sensibilidade interpessoal, atitude cooperativa, sociabilidade expressiva, capacidade para resolver situações sociais complexas, habi- lidade de trato com pessoas diversas e grupos para estabelecer relações sociais, alto poder de persuasão e de influência no grupo. Tipo Talento Especial: pode-se destacar tanto na área das artes plásticas, musicais, como dra- máticas, literárias ou cênicas, evidenciando habilidades especiais para essas atividades. Tipo Psicomotor: destaca-se por apresentar habilidade e interesse pelas atividades psicomotoras, evidenciando grande desempenho em velocidade, agilidade de movimentos, força, resistência, controle e coordenação motora. Observaram como a superdotação não está ligada somente à capacidade de realizar cálculos difíceis e reter grande quantidade de informação sobre diversos assuntos? As grandes habilidades relacionadas à arte, à músi- ca, à destreza de movimentos e à interação social também são compreendidas atualmente como superdotação. Título: Manual de Acessibilidade Espacial para Escolas: o direito à escola acessível Autor: Marta Dischinger, Vera Helena Moro Bins Ely e Monna Michelle Faleiros da Cunha Borges Editora: Argis Sinopse: esse manual faz parte de uma série de ações que visam tornar a inclusão, na rede pública de ensino brasileira, uma realidade. Garantir o direito à educação para todos significa reconhecer e valorizar as diferenças, sem discriminação de etnia, credo, situação social ou das pessoas com deficiência. O objetivo central deste manual é, justa- mente, fornecer conhecimentos básicos e instrumentos de avaliação que permitam identificar as dificuldades encontradas por alunos com deficiência no uso dos espaços e equipamentos escolares. 51 EDUCAÇÃO FÍSICA Título: Colegas Ano: 2013 Sinopse: os jovens Stallone, Aninha e Márcio viviam juntos em um instituto para por- tadores da síndrome de Down. Um dia eles decidem fugir para se aventurar e realizar o sonho individual de cada um, envolvendo-se em muitas aventuras e confusões. Neste vídeo, você poderá acompanhar o documentário sobre a síndrome do transtorno do espectro autista realizado pelo Dr. Dráuzio Varella. Para acessar, use seu leitor de QR Code. Neste vídeo, você poderá compreender melhor a síndrome de Down realizada pelo Movimento Down. Para acessar, use seu leitor de QR Code. Neste vídeo, você poderá acompanhar um documentário sobre acessibilidade e Inclusão: O que as escolas precisam mudar? Para acessar, use seu leitor de QR Code. 52 Frente ao conteúdo exposto nesta unidade, você se sentirá seguro para estagiar em uma escola es- pecializada ou na rede regular de ensino? Acredita ser importante aprender sobre as características das principais deficiências antes de iniciar seus estágios ou ingressar no mercado de trabalho? Assim, mu- nidos de todo esse conhecimento, qual o primeiro passo você daria ao iniciar seu trabalho em escolas que apresentam alunos com deficiência? O que você faria? Vamos tentar? 53 mapa mental Muitos foram os termos e definições abordados nesta unidade. Todos eles permeiam a inclusão em seus diferentes aspectos. Para sintetizar os conceitos e termos apresentados neste conteúdo, complete o Mapa Mental com os tipos de acessibilidade e definições dos quatro tipos de deficiência existentes. Tipo de Acessibilidade Definições Sem barreiras ambientais físiscas na escola e nos transportes coletivos Programas e práticas de sensibilização e de conscientização Sem barreiras na comunicação interpessoal Sem barreiras nos métodos e técnicas de estudo Sem barreiras nos instrumentos e utensílios de estudo Sem barreiras invisíveis embutidas em políticas públicas, regulamentos e normas Tipo de De�ciência Deficiência Visual Deficiência Intelectual Deficiência Motora Deficiência Auditiva Definições Dra. Naline Cristina Favatto Oportunidades de aprendizagem Nesta unidade, teremos a possibilidade de aprofundarmos nossos estudos no campo da Educação Física e Inclusiva Adaptada. A partir dessa contextualização, será possível conceber as principais metodologias e técnicas para elaboração de seu planejamento com alunos com deficiência dentro ou fora do contexto escolar. E, por fim, faremos uma imersão nas diversas possibilidades de adaptar atividades para alunos com deficiência motora em seus diferentes níveis de comprometimento. EDUCAÇÃO FÍSICA INCLUSIVA E A DEFICIÊNCIA MOTORA unidade III 56 cia da adaptação dos diversos tipos de atividade física! Promover a participação de crianças, jovens e adultos nas variadas práticas corporais é, de fato, uma ação primordial e fundamental ao futuro pro- fissional de Educação Física.Com base nesses pressupostos, convido você a relembrar seus tempos de escola e recordar como eram suas aulas de Educação Física. Seu professor promovia a participação de todos os alunos, indepen- dentemente de sua aptidão ou limitação física? Você se recorda se tinha alunos com deficiência e se eles ficavam de lado ou participavam de todas as aulas? Nesta breve reflexão, acredito que você deve ter relembrado alguns episódios importantes, assim como as posturas adotadas por estes professores e Pressuponho que você conheça ou conviva com pes- soas que apresentam algum tipo de deficiência, seja ela intelectual, física, visual ou auditiva. Pois bem, imagine que você é uma criança com deficiência, mas que seu professor de Educação Física não realiza nenhuma adaptação que torne possível a sua parti- cipação nas aulas! Ou que você tem o grande desejo de praticar algum esporte, mas sabe que nenhuma escola de treinamento costuma adaptar as ativida- des para a participação de crianças com deficiência. Ou, imagine ser o seu filho passando por essas duas situações, sem ter a chance de se socializar a partir da prática de atividade física. Acredito que essas primeiras indagações tenham levado a intensas reflexões a respeito da importân- 57 EDUCAÇÃO FÍSICA do comportamento que essas crianças apresentavam quando eram incluídas ou não nas atividades. Então, agora, é a hora de você colocar, em seu Diário de Bordo, todas essas informações e percepções que você re- lembrou durante a execução desta tarefa! Em nossa primeira unidade, discutimos os direi- tos conquistados pelos alunos com deficiência em estudar em escolas regulares, receber o apoio de professores especializados e estar inseridos em um ambiente acessível e adaptado para suas necessidades educacionais diárias. Agora, iremos tratar com maior especificidade sobre a inclusão desses alunos nas aulas de Educação Física. A escola e os espaços de iniciação e práticas espor- tivas e de lazer devem se preparar para receber todos os alunos, pois cada ser é único e, por isso, se tornam especiais. Dessa forma, a escola se torna um lugar ideal para respeitar as diferenças (SOLER, 2005). In- cluir não é uma ação fácil, pois exigirá de você, futuro profissional, o estudo e reflexão sobre como construir sua aula de maneira que nenhum aluno seja excluído. A Educação Física apresenta um potencial imenso de inclusão e socialização, e você, futuro profissional, têm o dever de tornar essas aulas e/ou práticas um meio de conexão entre os alunos, de aceitação às di- ferenças e de conceber essa ação inclusiva como algo rotineiro nas aulas de Educação Física. 58 A Educação Física contribui para o desenvolvi- mento afetivo, social e intelectual de alunos com deficiência, uma vez que o incentivo à inclusão torna a autoestima e a autoconfiança mais eviden- te e, consequentemente, diminui as desigualdades (VENTURINI et al., 2010). Para Winnick (2004), a inclusão nas aulas de educação física propicia um ambiente favorável para a estimulação e motiva- ção dos alunos. Oferece oportunidades para que os alunos com deficiência desenvolvam habilidades sociais e lúdicas adequadas à faixa etária, possi- bilitando as relações de amizade entre alunos que apresentam ou não deficiência. A Inclusão nas aulas de educação física é compreen- dida como a participação de todos com respeito às suas limitações, sendo o professor capaz de promover auto- nomia e ênfase no potencial de cada aluno (SEABRA JUNIOR, 2006). Entenda que a inclusão não se trata ape- nas de adaptações, mas do acesso ao conhecimento que a disciplina de Educação Física oferta a todos os alunos. Sassaki (1997) define a inclusão como um processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais, pessoas com necessidades educacionais especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis na sociedade. Os princípios da Inclusão baseados pelo autor são: Princípios da Inclusão Aceitação das diferenças Valorização do individuo Conviver com a diversidade Aprender através da cooperação Descrição da Imagem: na imagem consta um quadro com quatro setas, sendo uma em cada lateral. No meio dele tem-se escrito “Princípios da Inclusão” e cada uma das setas indicam em que é baseado, desta forma, a seta de cima indica “Aceitação das diferenças”, a seta do lado esquerdo “Valorização do indivíduo”, a seta do lado direito “Conviver com a diversidade” e a seta de baixo “Aprender através da cooperação”. Figura 1 - Princípios da inclusão / Fonte: Sassaki (1997, p. 87). Se a visão de inclusão já é considerada difícil para as demais disciplinas escolares, o que diria a Educação Física que tem por essência o movimento? Para que possamos incluir nossos alunos com deficiência, pre- cisamos pensar nas possibilidades de adaptação das atividades e, para isso, não é preciso descaracterizá-las. Você, futuro professor, deverá se questionar: para aplicar essa atividade, basta adaptar algumas regras? Além das regras, também precisarei alterar os materiais utilizados? Ao modificar ambas, a atividade perderá seu objetivo? Nesse momento, muitas dúvidas emergem, mas o que deve ficar claro é que as aulas de Educação 59 EDUCAÇÃO FÍSICA Física não devem ser a reprodução de um treina- mento esportivo. Certamente você apresentará aos seus alunos regras, características, fundamentos entre outras questões de determinado esporte, contudo, elas poderão ser trabalhadas de diferentes formas! Durante a caminhada profissional, você irá se deparar com alunos com deficiência inseguros em participar das aulas de educação física e, por muitas vezes, desinteressados com a prática. É necessário levar em consideração alguns pontos, como a frus- tração com as aulas de educação física em anos ante- riores, a superproteção dos pais em entender que as aulas práticas poderão agravar o estado de saúde de seus filhos e o próprio sentimento de inferioridade que esses alunos apresentam. Além disso, precisamos desconstruir essa ima- gem de profissional, que não incentiva a partici- pação de alunos com deficiência em suas aulas de educação física, e que deixam esses alunos “senta- dos” enquanto toda a turma se diverte e aprende. Toda essa reflexão é a prova de que você, futuro professor, tem o poder de transformar a realidade desses alunos por meio de suas aulas. É importante mencionar que a escola é um dos primeiros espa- ços de socialização das crianças com deficiência e se este trabalho for realizado de forma correta os alunos terão mais chances e motivação de man- ter-se fisicamente ativos na vida adulta. A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ADAPTADA Dentro das aulas de Educação Física, encontramos a Educação Física Adaptada, que tem por objetivo possibilitar a participação de alunos com deficiência nas diversas atividades promovidas pelo professor. Dentro dessa perspectiva, Cidade e Freitas (2002, p. 27) enfatizam que: A Educação Física Adaptada é uma área da educação física que tem como objeto de estudo a motricidade humana para as pessoas com ne- cessidades educacionais especiais, adequando metodologias de ensino para o atendimento às características de cada aluno com deficiência, respeitando suas diferenças individuais. Os autores acrescentam que a educação física adaptada para alunos com deficiência não se diferencia em seus conteúdos, mas concebe técnicas, métodos e formas de organização que podem ser empregadas. Dentro desse contexto, não existe uma receita pronta para aplicar nas aulas, mas um grande processo de estudo e planejamen- to por parte do professor. Para Sherrill (1998), o processo de adaptação deve ser contínuo, dinâmico e bidirecional, quer dizer, recíproco, sofrendo influência das variáveis: ambiente temporal e físico; equipamentos e materiais; ambiente psicossocial; de aprendizagem; instrução e informação e, por fim, as tarefas a serem realizadas. O professor de Educação Física deverá, sempreque necessário adaptar regras, materiais, espaços e a sua metodologia, com o intuito de possibilitar que todos compreendam as atividades e participem ati- vamente independente das dificuldades que possam apresentar. Ademais, o professor deverá auxiliar o aluno somente quando realmente precisar de ajuda (SOLER, 2005; ROUSE, 2010). O professor deve tratar todos os alunos de forma igualitária, não superprotegendo e su- bestimando o aluno com deficiência (SOLER, 2005; ROUSE, 2010). 60 OLHAR CONCEITUAL 1. Assegurar a participação do aluno com de�ciência nas atividades, mesmo que seja necessária assistência física. A diminuição desse apoio pode ocorrer, se possível, na medida em que o aluno vai se adaptando com a atividade. 2. Estimular o aluno com de�ciência a participar das decisões relativas às variáveis de adaptação. Dentro desse contexto, é preciso considerar a aceitação ou não das atividades e modi�cações por parte do interessado. 3. Evitar a aplicação de atividades adaptadas que acentuam a aparência ou percepção das diferenças em suas aulas. 4. Proporcionar opções de escolha entre as variáveis de adaptação para os alunos com de�ciência. 5. Permitir que o aluno com de�ciência selecione o tipo de equipamento, as modi�cações de regras ou alterações no ambiente mais adequadas às suas necessidades. 6. Oferecer a mesma variedade de jogos, esportes e atividades recreativas às crianças que apresentam ou não de�ciência. 7. Incentivar a prática de atividades coletivas e comunitárias sempre que possível. 61 EDUCAÇÃO FÍSICA Para auxiliar os profissionais de Educação Física que atuam no contexto inclusivo, os autores Soler (2005) e Rouser (2010) recomendam vários tipos de auxí- lio aos alunos, como auxílio físico, verbal e gestual. Para Lieberman (2002), o uso de algumas abordagens para a melhor compreensão da tarefa a ser realizada pelo aluno com deficiência poderá garantir maior autonomia. Além disso, em determinadas situações, pode-se combinar mais de uma técnica de instrução ou utilizá-la de forma individual, sendo elas: Orientação verbal: explicar de forma clara e objetiva verbalmente o que se espera que o aluno desenvolva em relação à atividade proposta. Demonstração: expor, de maneira exemplificada, por meio de ações demonstrativas ou utilização de modelos, o que se espera que o aluno desenvolva em relação à atividade proposta. Assistência física: oferecer auxílio físico ou guiar o movimento do aluno, para que ele apreenda o mo- vimento. Descrição da Imagem a fotografia mostra quatro meninos vestidos com trajes de jogar bola (camisa azul numerada, calção branco, meião até o joelho listrado de azul e branco, e chuteira). Na frente desses meninos está um homem adulto que aparece de lateral vestindo agasalho preto e tênis, suas mãos estão levemente levantadas, uma na altura da cintura (direita) e outra na altura do peito (esquerda), já sua boca está levemente aberta. Ao fundo da imagem, nota-se uma arqui- bancada vazia e eles estão em pé sob um gramado. Figura 2 -Orientação Verbal Descrição da Imagem a fotografia mostra seis crianças ves- tidas com camisetas vermelhas, shorts escruto e tênis. Essas crianças estão com as pernas abertas, a mão esquerda na cintura e a mão direita sob a cabeça, pois o braço direito está levantado. No canto esquerdo da imagem está uma pessoa adulta de costas, com cabelo loiro amarrado, vestindo cami- seta e shorts azul marinho. Essa pessoa está de frente para as crianças e faz o mesmo movimento que elas. Figura 3 - Demonstração Descrição da Imagem a imagem mostra uma fotografia de uma criança do sexo masculino andando sob uma trave de ginástica. A mão esquerda da criança segura a mão de uma pessoa adulta, essa que aparece somente do ombro pra baixo. Ao fundo, nota-se equipamentos de ginástica. Figura 4 - Assistência Física 62 Possibilidades de atividades para alunos com maior comprometimento motor, pautado em estímulos individuais: Atividade 1 Objetivo: estimular a coordenação dinâmica geral e lateralidade. Material: espuma de colchão, fita adesiva, velcro, EVA, peças de encaixe, bolas de tênis de quadra. Organização do espaço e da turma: a atividade requer pouco espaço, pode ser realizada tanto dentro quanto fora da sala de aula. Desenvolvimento: o aluno, fazendo uso de sua carteira adaptada, realizará atividades de encaixe e de retirar e colocar objetos em determinados lugares. Além dessas adequações, os materiais deverão ser con- feccionados respeitando as características dos alunos. Brailling: orientar o aluno por meio do tato a per- ceber a execução de um movimento ou habilidade realizado pelo professor ou por um colega. Descrição da Imagem a imagem mostra a fotografia de duas meninas adolescentes. Uma das meninas está na frente e com os olhos vendados. Atrás dela, a segunda menina, aparece de óculos e sem venda, segurando com a mão esquerda o ombro direito da outra menina. As duas usam camiseta branca com um emblema na frente. Figura 5 - Brailling / Fonte: a autora. A EDUCAÇÃO FÍSICA E A DEFICIÊNCIA MOTORA Conforme discutimos na unidade anterior, a defi- ciência motora pode ser compreendida em níveis de comprometimento; nela, destacamos a deficiên- cia motora leve, moderada e severa. Essa distinção se faz importante para que você possa desenvolver atividades com diferentes graus de complexidade em suas aulas de Educação Física. Dessa forma, convido você para uma imersão nas atividades adaptadas e uma extensa reflexão sobre as diversas possibilidades de aplicação pedagógica para alunos com deficiência motora em seus variados níveis de comprometimen- to físico, em centros de reabilitação, escolas especia- lizadas, assim como na rede regular de ensino. Descrição da Imagem a fotografia mostra um aluno com de- ficiência motora sentado sobre sua cadeira com uma carteira branca à frente. Ele está realizando uma atividade de colocar e retirar cones em pontos fixos. Esses cones estão em cima de sua mesa adaptada. Figura 6 - Atividades manuais / Fonte: a autora. Variações: com espumas de colchão ou com bolas de tênis de mesa e quadra, você poderá solicitar para que o aluno segure o objeto com uma das mãos e a 63 EDUCAÇÃO FÍSICA leve para diferentes partes do corpo e que troque o objeto de uma mão para outra. na imagem a seguir, o material está inclinado, mas cada aluno apresentará uma característica específica de movimentação. Descrição da Imagem a fotografia mostra um aluno com deficiên- cia motora, sentado em uma cadeira adaptada, com um pedaço de espuma na mão esquerda. Figura 7 - Manipulação de objetos / Fonte: a autora. Variações: com bolas maiores, você poderá pedir que seu aluno a segure forte com as duas mãos e que a lance. Sob essa perspectiva, você poderá colocar à frente dele um arco, um balde ou qualquer objeto que simula uma cesta, ou um alvo específico para que ele realize esses arremessos. Variações: solicite ao aluno que realize algumas atividades de vida diária, como tirar o tênis, luva e ca- saco de maneira independente. Lembre-se sempre de respeitar o tempo do aluno, quanto maior o compro- metimento motor mais lentos serão os movimentos. Atividade 2 Objetivo: Estimular a coordenação motora fina Materiais: EVA e velcro Organização do espaço e da turma: sala de aula. Desenvolvimento: após a confecção e o ensino do jogo da velha, solicitar que o aluno inicie o jogo. O material deverá estar disposto de forma que o aluno consiga manusear as peças. Como podemos observar Variações: jogos como xadrez e dominó também poderão ser adaptados facilmente para esses alu- nos. A disposição do material também se dará de acordo com as possibilidades dos alunos de manusear as peças. Variações: outras atividades manuais como o chamado “movimento de pinça” são relevantes. Você poderá sugerir, ao seu aluno, que ele manu- seie pequenos objetos, como legos e massinha de modelar ou até mesmobrincar de pega-varetas. Solicite ao aluno que faça bolinhas de papel e que realize pequenos recortes. Esses exercícios pare- cem simples, mas exigem do aluno grande controle muscular e concentração. O contato com diferentes texturas e pintura também são fundamentais para a estimulação motora fina de seu aluno. Descrição da Imagem a fotografia mostra os braços de uma pessoa com deficiência motora e ela está com uma carteira adap- tada à frente, uma das mãos encontra um isopor com velcro que possui o jogo da velha. Figura 8 - Jogos de mesa / Fonte: a autora. 64 Para a estimulação da coordenação motora gros- sa, fortalecimento muscular e flexibilidade, sugere-se: Atividade 3 Objetivo: Estimular a coordenação dinâmica geral e o fortalecimento muscular. Materiais: tatame, tablado ou colchonete. Organização do espaço e da turma: sala de aula. Sempre que possível, retire seu aluno da cadeira de rodas, pois esse poderá ser um dos poucos momentos que ele será retirado dela. Ao iniciar a aula, deixe que seu aluno reconheça o espaço ao seu modo, somente depois inicie a atividade. Desenvolvimento: colocar o aluno deitado e esti- mular movimentos básicos, como levar objetos para o lado, para frente e para trás. Para deixar a atividade mais complexa, solicite que o aluno sustente a posi- ção por alguns segundos e, posteriormente, relaxar. Variações: rolar com e sem apoio e o en- gatinhar, independentemente da idade do aluno. Deixar a criança em decúbito ventral e estimular a levantar a cabeça. Ao desenvolver essas habilidades, coloque obstáculos ou objetos para o aluno tocar e alcançar. Essas atividades promovem o fortalecimento muscular dos membros superiores. Contudo, é preciso verificar se a escola oferece o espaço adequado, para que o aluno não venha a se machucar. Nesse caso, recomenda-se realizar a ati- vidade em salas com tatames ou material emborrachado. Variações: a utilização de pesos leves para o ganho de força muscular também é importante, e deve ser realizada respeitando as individualidades de cada aluno. Atividade 4 Objetivo: Estimular a coordenação di- nâmica geral e a flexibilidade. Materiais: tatame, colchonete ou tablado. Organização do espaço e da turma: sala de aula. Desenvolvimento: alongamentos de todos os segmentos corporais, para es- timular a flexibilidade de seu aluno. Você poderá inserir nessa atividade um elemento especial, como a música. Para atividades de alongamento e relaxamen- to, coloque músicas mais calmas que não tirem a concentração de seu aluno nas atividades que serão desenvolvidas. Descrição da Imagem a fotografia mostra uma menina com de- ficiência deitada sob um tablado. Ao seu lado tem um homem sentado. Nota-se que a menina está com os braços levantados e segura uma bola pequena com as mãos, o homem auxilia no movimento. Figura 9 - Coordenação dinâmica / Fonte: a autora. 65 EDUCAÇÃO FÍSICA Atividade 5 Objetivo: Estimular a coordenação dinâmica geral e o equilíbrio. Materiais: tatame Organização do espaço e da turma: sala de aula, pátio ou quadra. Desenvolvimento: a caminhada ou marcha orientada com o apoio do professor é fundamental para o desenvolvimento motor dessas crianças. É importante lembrar que não são todas as crianças que recebem estímulo e atenção necessária de seus familiares. O simples ato de caminhar com seu alu- no poderá significar um dos poucos momentos de estímulo e descontração de seu aluno. Descrição da Imagem a fotografia mostra uma criança deitada no chão e uma mulher adulta auxiliando na realização de movimentos de alongamento corporal. Figura 10 - Alongamento Descrição da Imagem a fotografia mostra uma criança em pé utilizando um equipamento que pega o tranco e as pernas. Uma mulher adulta está ao seu lado segurando sua mão auxiliando a criança na caminhada. Figura 11 - Marcha 66 Variações: Inserir alguns obstáculos que exigirão do aluno maior ação motora. Atividade 6 Objetivo: Desenvolver aulas adaptadas para o ensino de Jogos e Esportes. Material: bolas e objetos de auxílio. Organização do espaço e da turma: em um espaço de uma quadra de futsal, pátio ou gramado. Desenvolvimento: a bocha é um jogo muito ade- quado a se aplicar na escola para alunos com defi- ciência motora. Em nossa quinta unidade, trabalha- remos a bocha e suas adaptações de forma específica. Os alunos irão lançar a bola, com os pés, as mãos ou a cabeça, fazendo ou não uso de materiais que auxiliarão na prática. Material: dardo, peso, disco. Organização do espaço e da turma: gramado ou areia. Desenvolvimento: realizar arremessos e lança- mentos do atletismo sentado. Descrição da Imagem a fotografia mostra dois cadeirantes, sen- do uma mulher ao fundo e um homem um pouco mais a frente. Na frente de suas cadeiras de rodas tem-se números que são utilizados por atletas e eles estão em uma quadra de esporte. O homem segura uma bola de bocha de cor escura na mão esquerda. Figura 12 - Bocha Paralímpica / Fonte: Flickr (2021, on-line). Atividade 7 Objetivo: Estimular a coordenação dinâmica geral por meio do atletismo. Descrição da Imagem a fotografia mostra uma pessoa com de- ficiência do sexo masculino sentado sob uma cadeira realizando o movimento de lançamento de dardo. A cadeira está sob um gramado e, ao fundo, nota-se algumas árvores. Figura 13 - Lançamento de Dardo / Fonte: a autora. Descrição da Imagem a fotografia mostra uma pessoa com defi- ciência motora sentada sob uma cadeira realizando o movimento de lançamento de disco. A cadeira está sob um gramado e ao fundo nota-se algumas árvores. Figura 14 - Arremesso de Disco / Fonte: a autora. 67 EDUCAÇÃO FÍSICA Variações: propor diferentes formas de correr, com braços para cima, para trás, com e sem cadeira de rodas, em duplas, com e sem apoio. Após discutirmos sobre os estímulos que pode- mos ofertar para a melhora da coordenação e con- trole motor desenvolvida de maneira individual com os alunos, agora, voltaremos o nosso olhar às atividades coletivas. Contudo, antes de darmos início a esta temática, segue algumas dicas impor- tantes para que sua aula seja ainda mais segura, consciente e prazerosa: Descrição da Imagem a fotografia mostra quatro pessoas, sen- do duas delas cadeirantes e do sexo masculino, e duas do sexo feminino que empurram as cadeiras de rodas. Figura 15 - Corrida Adaptada / Fonte: a autora. Por fim, outro estímulo extremamente importante são as Atividades de Vida Diária (AVDs). As AVDs são atividades que os professores desenvolvem com os alunos para que possam desempenhar, mesmo que minimamente, as atividades rotineiras, como escovar os dentes, segurar objetos, colocar e retirar luvas, meias, sapatos, casacos, alimentar-se, entre ou- tras diversas atividades diárias. Lembra-se quando falamos que devemos respeitar os limites de cada aluno? Atividades como essas podem parecer simples O que são atividades da vida diária (AVD)? As AVD´s são tarefas básicas de autocuida- do. Essas atividades/habilidades são as mes- mas que aprendemos desde a infância. Elas incluem: Alimentar-se. Ir ao banheiro. Escolher a roupa. Arrumar-se e cuidar da higiene pessoal. Vestir-se. Tomar banho. Andar e deslocar (por exemplo, da cama para a cadeira de rodas). Fonte: SBGG ([2022], on-line). demais para o professor, mas para alunos com difi- culdades severas de movimento, são extremamente importantes e enriquecedoras. 68 O conteúdo da Dança é indispensável em suas aulas e, além disso, é uma atividade prazerosa que pode envolver tanto a coordenação motora global como a descontração, e momentos assim são relevantes para seu aluno. Atividade 8 Utilize músicas que apresente comandos claros em sua letra, podemos tomar como exemplo o trecho da música da xuxa: “mão na cabeça, mão na cintura, um pé na frente e o outro atrás” e soli- cite que os alunos realizem todos os movimentos que são apresentados na música. Essa atividade, além de divertida,é uma importante ferramenta de socialização entre os colegas. • Eleja um colega auxiliar para cada aula: esse aluno ficará responsável em ajudar o colega com deficiência. Dependendo do nível de dificuldade da aula, o mais indicado é que você, professor, seja o responsável direto por esse aluno, o guiando durante toda a atividade. • Nossas aulas não possuem o objetivo de rendimento esportivo, dessa forma, podemos apre- sentar as regras e colocá-las em prática com pequenas adequações. Diante disso, modifique e diversifique as regras: além de empregar o conteúdo propriamente dito, proponha aos alunos novas formas de aplicação pedagógica. • A intensidade das atividades desenvolvidas devem respeitar as limitações dos nossos alunos. Por isso, podemos e devemos trabalhar os diversos conteúdos estruturantes respeitando a individualidade de cada aluno. Descrição da Imagem a fotografia mostra alunos com deficiência motora e intelectual participando de uma brincadeira dançante conhecida como trenzinho, o primeiro da fila é um menino cadei- rante e as outras pessoas estão em pé. Figura 16 - Atividades Rítmicas / Fonte: a autora. Variações: reúna sua turma e realize movimentos básicos, em seguida, peça para que reproduzam esses movimentos. Chame-os para dançar, conduza a cadeira de rodas de seu aluno e ofereça a possibilidade de conhecer diversos ritmos, como a valsa, o forró, o sertanejo, o funk entre tantas outras. 69 EDUCAÇÃO FÍSICA Podemos trabalhar de forma adaptada todos os conteúdos estruturantes da Educação Física desde a Educação Física Infantil até o Ensino Médio, sem que nenhum dos conteúdos perca suas característi- cas. Perceba como a Educação Física não perde sua essência ao se trabalhar com atividades consideradas mais simples, pois, até o momento, abordamos diver- sos conteúdos estruturantes, entre eles a Ginástica, a Dança e os Jogos sem descaracterizar nossa disciplina. A partir dessas pequenas observações, temos uma infinidade de atividades que poderão ser desenvolvi- das, por isso, convido você a conhecer alguns Jogos e Esportes individuais e coletivos que podemos inserir nas aulas de Educação Física sem descaracterizá-los, seja diminuindo sua intensidade, inserindo novos materiais ou contando com o auxílio de um colega! Ao trabalhar o conteúdo esportes coletivos, o con- tato físico é inevitável, contudo, podemos propor que o aluno com deficiência não seja bloqueado ou marcado. Perceberam que mesmo com essa peque- na restrição, o conteúdo manteve sua essência? Esse também é o foco da educação física inclusiva: não modificar toda a aula para que não haja prejuízo no conteúdo abordado. Por isso, faz-se sempre impor- tante aplicar o conteúdo com todas as suas caracterís- ticas e, posteriormente, realizar todas as modificações necessárias para a participação de todos. Além de trabalhar os diversos conteúdos estruturan- tes e suas regras, fundamentos e características específi- cas, podemos propor aos alunos novas regras. Estimule seus alunos a desenvolver essas novas “regras” junto a você, futuro profissional de Educação Física! Atividade 9: Objetivo: Desenvolver aulas adaptadas para o ensino do futebol/futsal. Material: pano, muletas, elásticos, bolas. Organização do espaço e da turma: em um espaço de uma quadra de futsal jogam 10 alunos. Desenvolvimento: em duplas, os alunos deverão ficar sempre lado a lado com as pernas ou braços unidos. Por exemplo, a perna direita do aluno estará amarrada à perna esquerda de seu colega. Eles deverão realizar o jogo de maneira cooperativa, lembrando que nenhum movimento será possível realizar sem o apoio do colega. Descrição da Imagem a fotografia mostra quatro crianças apre- sentando uma coreografia de dança, duas delas estão dançando em suas cadeiras de rodas, uma sendo um menino e uma menina, e as outras duas são meninas em pé dançando. As meninas estão com um vestido azul, na altura dos joelhos e na cabeça um laço azul com o cabelo preso. O menino está de calça preta e blusa azul. Figura 17 - Atividades Rítmicas Descrição da Imagem a fotografia mostra alunos jogando futsal em duplas ligadas/amarradas entre os pés e as mãos. Uma dupla está com coletes azuis e a outra equipe com coletes laranja, ca- racterizando assim as duas equipes que participam da atividade. Figura 18 - Futebol Adaptado / Fonte: a autora. 70 Variações: peça para que todos os alunos tragam um pedaço de pano para a aula. Eles deverão jogar fute- bol sem perder o contato com o pano que estará no chão. Sendo assim, o aluno deverá arrastar o pano com pé, o que simulará uma adaptação motora e possibilitará a participação do aluno com deficiência motora. Variações: em equipes de, no máximo, 5 alunos, solicitar que os alunos joguem normalmente, mas que permaneçam sempre com os braços atrás das costas. Isso fará que os alunos percam um pouco do equilíbrio ao correr, possibilitando a eles a com- preensão de como é ter seus movimentos alterados. Essa regra introduzida na atividade fará que o aluno com deficiência motora consiga participar de forma mais dinâmica da atividade. Material: cadeiras e bolas. Organização do espaço e da turma: em um espaço de uma quadra de futsal jogam 12 alunos. Desenvolvimento: sentados, os alunos deverão trocar passes do basquetebol ou handebol. Diversas cadeiras deverão estar espalhadas estrategicamente pela quadra e os alunos deverão trocar passes até a bola chegar ao aluno que estiver mais próximo à cesta ou ao gol, e assim realizar o arremesso. Nessa atividade, cada equipe poderá conter até 10 alunos. Descrição da Imagem a fotografia mostra seis alunos jogando futsal como os braços para trás. Três deles estão com coletes azuis e os outros três alunos estão com coletes laranja, caracterizando as duas equipes que participam da atividade. Figura 19 - Futebol Adaptado / Fonte: a autora. Atividade 10 Objetivo: Desenvolver aulas adaptadas para o ensino do Basquetebol e Handebol Descrição da Imagem a fotografia mostra cinco alunos sentados em cadeiras distribuídas pela quadra, simulando a prática do esporte adaptado basquetebol em cadeira de rodas. Três alunos estão com coletes azuis e dois estão com coletes laranja, caracte- rizando as duas equipes que participam da atividade. Figura 20 - Basquete adaptado / Fonte: a autora. Variações: sentados, realizar arremessos no basquete e handebol Variações: com no máximo 6 alunos em cada equi- pe, você poderá propor um jogo com cadeiras comuns de rodinhas. Em que os alunos poderão se deslocar sem retirar o bumbum da cadeira. Os esportes tra- balhados dessa forma são diversos, como: basquete, handebol, rugby, beisebol, hóquei, entre outros. 71 EDUCAÇÃO FÍSICA Variações: propor diversas modalidades coletivas, como: basquete, handebol, rugby, beisebol, hóquei, entre outros, sem que o aluno com deficiência seja marcado ou bloqueado. Atividade 11 Objetivo: desenvolver aulas adaptadas para o en- sino de esportes de rede divisória. Material: cadeiras e bolas. Organização do espaço e da turma: em um espaço de uma quadra de futsal. Desenvolvimento: voleibol sentado. Com 6 a 8 alu- nos em cada equipe, os alunos poderão se deslocar ape- nas arrastando-se, sem perder o contato do bumbum com o chão. Para isso também será possível diminuir o espaço de jogo com o intuito de facilitar o deslocamento. e de pé. Alterar algumas regras, como a quanti- dade de vezes que a bola poderá cair no chão e a quantidade de toques. Essas são apenas algumas das diversas adaptações que poderão ser realizadas, mas é essencial que você, professor, proporcione aos seus alunos a realização delas, mesmo que em sua sala de aula não exista nenhum aluno deficiente. Sempre que suas aulas apresentarem essa dinâmica, ao final, faça um bate- -papo com seus alunos e peça para que eles relatem quais dificuldades encontraram e qual a sensação em colocar-se no lugar do outro. Tenho certeza que as respostas serão ótimas!Perceba que práticas pedagó- gicas não levam apenas conhecimento ao aluno, mas também consciência de como é depender do outro. Tal vivência é enriquecedora e certamente levará o seu aluno a refletir sobre diversos pontos, como preconceito, aceitação, socialização, acessibilidade, entre outros diversos fatores. Descrição da Imagem a fotografia mostra alunos sentados no chão, separados por uma rede de voleibol praticando o esporte adaptado sentado. Os alunos estão divididos em duas equipes e usam coletes azul e laranja. Figura 21 - Voleibol Sentado / Fonte: a autora. Variações: aplicar os diversos esportes de rede divisória, como tênis de quadra, tênis de mesa, badminton, entre outros com os alunos sentados Inclusão A inclusão de alunos com deficiência nas aulas de Educação Física é uma importante ferramenta para o desenvolvimento intelectual, social, motor e afetivo. Vamos conversar mais sobre esta relevante temática? 72 Título: Deficiência Físico-Motora: Interface Entre Educação Especial E Repertório Funcional Autor: Vera Lucia Israel e Andrea Lucia Sergio Bertoldi Editora: Ibpex Sinopse: esta obra tem como fundamento a análise e a discussão de assuntos que envolvem a deficiência físico-motora (DFM). Para isso, apresenta um novo olhar sobre o tema, tendo como foco o comportamento motor, seus fundamentos, relações entre desenvolvimento, aprendizagem e controle motor e a importância da estimulação precoce; os principais aspectos da funcionalidade e do desempenho motor humano e sua relação com a vida em sociedade; as dimensões dos contextos familiar, educacional, de saúde e do ambiente de trabalho em relação à DFM, sob o ponto de vista da tecnologia assistiva. O papel da família e a capacitação profissional da pessoa com DFM em face da educação especial. Título: Intocáveis Ano: 2012 Sinopse: um milionário tetraplégico contrata um homem da periferia para ser o seu acompanhante, apesar de sua aparente falta de preparo. No entanto, a relação que antes era profissional cresce e vira uma amizade que mudará a vida dos dois. Título: A teoria de tudo Ano: 2015 Sinopse: baseado na história de Stephen Hawking, o filme expõe como o astrofísico fez descobertas relevantes para o mundo da ciência, inclusive relacionadas ao tempo. Também retrata seu romance com Jane Wilde, uma estudante de Cambridge que viria a se tornar sua esposa. Aos 21 anos de idade, Hawking descobriu que sofria de uma doença motora degenerativa, mas isso não o impediu de se tornar um dos maiores cientistas da atualidade. 73 EDUCAÇÃO FÍSICA Título: Como eu era antes de você Ano: 2016 Sinopse: aos 26 anos, Louisa Clark, consegue trabalho como cuidadora de um te- traplégico. Will Traynor, de 35 anos, é inteligente, rico e mal-humorado. Preso a uma cadeira de rodas depois de um acidente de moto, o antes ativo e esportivo Will des- conta toda a sua amargura em quem estiver por perto. Tudo parece pequeno e sem graça para ele, que sabe exatamente como dar um fim a esse sentimento. Como eu era antes de você é uma história de amor e uma história de família, mas acima de tudo é uma história sobre a coragem e o esforço necessários para retomar a vida quando tudo parece acabado Neste vídeo, você poderá acompanhar o curta animado “Cordas”: narra a amizade entre Maria e Nicolás, colega de classe, que sofre de paralisia cerebral. Acesse o conteúdo disponível em: Para acessar, use seu leitor de QR Code. Neste vídeo, você poderá acompanhar uma entrevista sobre a educação física inclusiva com professores de Educação Física. Acesse o conteúdo disponível em: Para acessar, use seu leitor de QR Code. 74 Frente a todas as atividades apresentadas nesta unidade, você se sentirá seguro para estagiar ou lecionar em uma escola da rede regular de ensino que tenha alunos com deficiência? Munido de todo esse conhecimento, que tipo de atividade você planejaria para sua primeira aula com uma turma do 7º ano que tenha um aluno com deficiência motora? Como seria essa primeira experiência para conhecer todos os alunos? Como você faria? Vamos tentar? Neste vídeo, você poderá acompanhar uma entrevista com alunos e professores sobre a inclusão de alunos com deficiência nas aulas de Educação Física. Acesse o conteúdo disponível em: Para acessar, use seu leitor de QR Code. 75 mapa mental Para sintetizar os conceitos e definições da Inclusão e da Educação Física Inclusiva, assim como das principais abor- dagens e técnicas para utilização do profissional de Educação Física na execução de seu trabalho, seja na escola ou em outros ambientes, complete o Mapa Mental. Definições Definições Tipo de Abordagens Inclusão Educação Física Inclusiva Explicar de forma clara e objetiva o que se espera que o aluno desenvolva Explicar por maio de ações demonstrativas ou utilização de modelos Oferecer auxílio físico ou guiar o movimento do aluno Orientar o aluno por meio do tato a perceber a execução de um movimento Dra. Naline Cristina Favatto Oportunidades de aprendizagem Teremos, agora, o prazer de continuar nossa imersão nas diversas possibilidades de adaptar atividades para alunos com deficiência, de maneira específica, para alunos com Deficiência Visual e Intelectual em seus diversos níveis de comprometimento. A partir desse estudo, será possível conceber as principais metodologias e técnicas para elaboração de seu planejamento com alunos com deficiência dentro ou fora do contexto escolar. EDUCAÇÃO FÍSICA INCLUSIVA E A DEFICIÊNCIA VISUAL E INTELECTUAL unidade IV 78 vimentos são mais lentos e nas aulas nenhum colega quer que você faça parte da equipe deles? Ou então, pense em ser seu filho passando por uma dessas situações, e você não consegue encontrar nenhuma escola de treinamento que possa recebê-lo como parte integrante da equipe. Assim como nas unidades anteriores, acredito que esses questionamentos tenham levado a inten- sas reflexões a respeito da importância da adapta- ção dos diversos tipos de atividade física, seja ela no contexto escolar ou não! Independentemente da deficiência ou dificuldade dessas crianças e jovens, é preciso promover a sua participação, uma vez que a prática de atividade física é um dos maiores elementos socializadores. Certamente, você já estudou com um colega que apresentava uma dificuldade significativa em apren- der os conteúdos escolares, ou conviveu com aquele que nunca participava das aulas de Educação Física, isso porque usava óculos e diziam a ele que poderia se machucar. Ou talvez, você foi o colega que apre- sentou dificuldade de aprendizado e/ou utilizava óculos e ficava fora de algumas atividades durante seu período escolar, se este for seu caso, você se lem- bra como se sentia? Supondo que você não tenha nenhum tipo de deficiência, imagine que você é uma criança com deficiência visual, mas que seu professor de Educação Física não realiza nenhuma adaptação que torne possível a sua participação nas aulas! Ou que apresenta uma deficiência intelectual e seus mo- 79 EDUCAÇÃO FÍSICA Com base nesses pressupostos, convido você a vendar seus olhos por alguns minutos, e dentro da sua própria casa tentar se deslocar entre os cômodos. Achou difícil? Agora, ainda vendado, abra sua geladeira e tente fazer um sanduíche ou um suco! Por meio dessa vivência enriquecedora, acredito que você tenha encontrado diversas dificuldades, já que até esse momento sempre havia feito uso da visão para a realização de todas as atividades diárias em sua casa. Então, agora é a hora de você colocar, em seu Diário de Bordo, todas essas dificuldades e sensações que você experienciou durante a execução dessas tarefas! Em nossos estudos anteriores, constatamos que a deficiência visual não é caracterizada somente pela ausência total da visão, mas também pela baixa capa- cidade em enxergar. Em nosso percurso profissional, encontraremos tanto alunos cegos que participaram pouquíssimas vezes das aulas de educação físicacomo alunos que fazem uso de óculos que apresentam resis- tência em realizar as aulas por medo de se machucar. 80 Desde o nascimento, a criança que enxerga passa a estabelecer uma comunicação visual com o mundo exterior. Durante os primeiros anos de vida, ela é esti- mulada a olhar para tudo o que está à sua volta, sendo possível acompanhar o movimento das pessoas e dos objetos sem sair do lugar. Percebe como a visão se sobressai sobre os demais sentidos? Ela ocupa uma posição primordial no que se refere à percepção e integração de formas, contornos, tamanhos, cores e imagens que estruturam a composição de uma pai- sagem ou de um ambiente. Nesse tocante, a cegueira se caracteriza pela al- teração grave ou total de uma ou mais das funções elementares da visão que afeta a capacidade de per- ceber cor, tamanho, distância, forma, posição ou mo- vimento. Por sua vez, a baixa visão é definida como a redução do rol de informações que o indivíduo recebe do ambiente, restringindo a grande quantida- de de dados que este oferece e que são importantes para a construção do conhecimento sobre o mundo exterior. A aprendizagem visual depende não apenas do olho, mas também da capacidade do cérebro de realizar as suas funções, de capturar, codificar, sele- cionar e organizar imagens fotografadas pelos olhos (SÁ; CAMPOS; SILVA, 2007). Falamos o tempo todo: “olha isso”, “nossa você viu?”, pois estamos acostumados a trabalhar apenas com alunos que enxergam. Por isso, é primordial falar e orientar de forma clara com o aluno, como discuti- mos nas unidades anteriores, e, além disso, valorizar seus outros sentidos. O Ministério da Educação, ao elaborar os documentos sobre o atendimento de alu- nos com deficiência visual na rede regular de ensino, esclarece que as informações tátil, auditiva, sinestésica e olfativa são mais desenvolvidas pelas pessoas cegas porque elas recorrem a esses sentidos com mais fre- quência para decodificar e guardar na memória as informações. O desenvolvimento aguçado da audição, do tato, do olfato e do paladar é resultante da ativação contínua desses sentidos diante da necessidade, pois os sentidos remanescentes funcionam de forma com- plementar e não isolada (SÁ; CAMPOS; SILVA, 2007). Sendo assim, iniciaremos nossos estudos abor- dando não apenas a adaptação para deficiência visual, mas também proporcionar aos alunos mo- mentos de conscientização e vivência voltada à de- ficiência visual, uma vez que é primordial que você, futuro profissional, trabalhe com as dificuldades, mesmo que não tenha nenhum aluno deficiente em sua turma ou equipe. Atividade 1: Objetivo: Reconhecer o ambiente escolar. Material: vendas. Organização do espaço e da turma: todo ambiente escolar. Desenvolvimento: em duplas, um aluno será ven- dado e o outro deverá ser o seu guia. O guia apoia- rá a mão no ombro do colega vendado e passará as orientações verbalmente. Nessa atividade, os alunos deverão caminhar por todo o espaço escolar (pátio, sala de aula, banheiro, biblioteca, refeitório e qua- dra). Depois os papéis serão invertidos, os guias serão vendados e deverão realizar o mesmo percurso. Ao final da aula, peça para que seus alunos relatem quais foram as dificuldades encontradas, e questione se a escola realmente atende às necessidades de acessibi- lidade arquitetônica ao aluno deficiente visual. Para alunos do Ensino Fundamental Anos Iniciais, você poderá realizar essa atividade apenas em torno da quadra esportiva. 81 EDUCAÇÃO FÍSICA Variações: os alunos manterão suas duplas e apenas um aluno estará vendado. No entanto, a orientação dada pelo guia será tátil e não mais verbal. Um toque no ombro direito ou esquerdo significam os lados que o aluno deverá seguir. Um toque no centro das costas significa seguir em frente e dois toques para parar. Um toque no braço significa alguma barreira, como degraus, mesas, cadeiras e até mesmo outros colegas, por isso ao receber um toque no braço o aluno deverá dar passos mais lentos. Atividade 2: Objetivo: Vivenciar a modalidade paralímpica Goalball. Material: vendas, bola e saco plástico. Organização do espaço e da turma: em um es- paço de uma quadra de futsal ou gramado jogam de 2 a 3 alunos por equipe. O ambiente deve estar em silêncio, para que os alunos consigam ouvir o barulho produzido pela bola e, assim, guiarem-se para a prática do esporte. Desenvolvimento: em duplas ou trios, os alunos deverão se organizar próximos ao gol. O objetivo do jogo é fazer gol, lançando a bola com as mãos em direção ao gol da equipe adversária. A outra equipe deverá defender seu gol, utilizando qual- quer parte do corpo, por isso a necessidade de fazer silêncio, pois eles irão se guiar pelo barulho da bola. Caso sua escola não apresente uma bola de guizo, não tem problema, você poderá adaptar envolvendo uma sacola plástica na bola, assim, ela fará barulho ao deslocar-se. Descrição da Imagem a figura apresenta uma fotografia de uma aluna com uma venda preta nos olhos e o outro aluno ao lado, um pouco atrás dela, com a mão em seu ombro orientando sua caminhada de reconhecimento do ambiente escolar. Ambos estão de camiseta branca. Figura 1 - Reconhecimento do ambiente escolar / Fonte: a autora. Descrição da Imagem a figura apresenta uma fotografia com três garotos com uma venda preta nos olhos, jogando goalball. Estão usando camiseta, shorts e tênis. Um dos meninos está com a bola branca em uma das mãos. A fotografia é em uma quadra de esportes, ao fundo observa-se uma arquibancada e atrás dela, árvores e arbustos. Figura 2 - Goalball / Fonte: a autora. 82 Atividade 3: Objetivo: Vivenciar a modalidade paralímpica Futebol de 5. Material: vendas, bola e saco plástico. Organização do espaço e da turma: quadra de futsal ou gramado. Desenvolvimento: jogam duas equipes compostas por 5 alunos em cada uma delas. O jogo apresenta as mesmas características do futsal, no entanto os jogadores de linha estão vendados, apenas os goleiros que não. O ambiente deve estar em silêncio, para que os alunos consigam ouvir o barulho produzido pela bola e, assim, se guiarem para a prática do esporte. O goleiro deverá orientar verbalmente os demais colegas de sua equipe. Variação: em duplas, um aluno estará vendado e o outro não. O aluno vendado deverá ser guiado pelo colega, contudo, o colega não poderá encostar na bola, apenas orientar verbalmente. Os goleiros po- derão estar vendados ou não, é interessante realizar essas modificações, para ver com qual forma os alu- nos se identificam. Atividade 4: Objetivo: Vivenciar as corridas de velocidade e de resistência. Material: vendas, bola, cordas. Organização do espaço e da turma: em um espaço de uma quadra de futsal ou gramado. Desenvolvimento: corrida orientada. Os alunos deverão se organizar em duplas e utilizarão a guia confeccionada (que se encontra na figura 4). O aluno vendado será guiado pelo colega, fazendo uso deste material confeccionado. Com esse auxílio, eles pode- rão realizar corridas de velocidade e de resistência. Descrição da Imagem a figura apresenta a fotografia de quatro alunos, todos com uma venda preta nos olhos. Três destes alunos estão com calça cinza, camiseta branca e jaleco laranja por cima, um aluno está de short branco, camiseta branca e jaleco azul por cima, este aluno está com uma bola laranja sobre seus pés. A fotografia é em uma quadra de esportes. Figura 3 - Futebol de Cinco / Fonte: a autora. Descrição da Imagem a figura apresenta uma fotografia de parte de duas alunas unidas por uma guia em seus punhos. Ambas vestem calça preta e camiseta branca. Figura 4 - Guia / Fonte: a autora. 83 EDUCAÇÃO FÍSICA Atividade 5: Objetivo: Vivenciar os lançamentos e arremessos do atletismo. Material: vendas, dardo, peso e disco. Organização do espaço e da turma: gramado. Desenvolvimento: os alunos deverão realizar os arremessos e lançamentos sem vendas, e após a aprendizagemdos movimentos realizar as atividades com as vendas. É importante que você compreenda que essas são apenas algumas das diversas adaptações que poderão ser realizadas para o incentivo da inclusão de alu- nos com deficiência visual. Você poderá desenvolver outras atividades com seus alunos, sendo preciso apenas respeitar os pontos que comentamos até aqui, por exemplo: o grau de dificuldade do aluno, sua compreensão de espaço, o auxílio de um colega ou do professor sempre que necessário, entre outros. Descrição da Imagem a figura apresenta uma fotografia de alu- nos praticando a corrida para deficiente visual utilizando guias. Estão em dupla, e cada uma delas possui um aluno vendado com uma faixa preta e o outro sem vendas para guiar o trajeto. Estão em um campo de grama verde, três alunos com shorts, e um de calça, ambos com tênis, todos vestem camiseta branca, dois alu- nos estão com um jaleco laranja por cima, e dois com um jaleco azul por cima. Figura 5 - Corrida / Fonte: a autora. Descrição da Imagem a figura apresenta uma fotografia de uma aluna vendada com uma faixa preta, segurando um dardo apon- tado para cima. A aluna veste uma camiseta branca de manga curta, e está em um campo verde de grama. Figura 6 - Lançamento de Dardo / Fonte: a autora. 84 Quando trabalhamos com alunos que possuem de- ficiência intelectual, é necessário avaliar e entender suas características e possíveis etiologias, para, assim, identificar quais as carências relacionadas à apren- dizagem que esses alunos necessitam e, por conse- quência, algumas adaptações nas aulas de Educação Física. Contudo, como já discutimos, antes de iniciar seu planejamento, é preciso identificar o nível de comprometimento intelectual desses alunos. Nessa perspectiva, é relevante destacar que encontraremos alunos com diversos níveis de comprometimento intelectual e que, quanto maior for esse nível, maior será a possibilidade desse aluno estar em uma escola especializada. Da mesma maneira, podemos encon- trar com frequência, alunos com menor comprome- timento intelectual, cada vez mais inseridos na rede regular de ensino. Contudo, isso não é uma regra, devendo ser direito apenas dos pais a escolha entre a escola regular ou escola especializada. Você estudou com algum colega que possuía deficiência? As aulas de Educação Física eram inclusivas? Você costumava fazer amizade com os alunos com deficiência em sua escola? Você já ouviu falar sobre a bola com guizo? Ela é uma bola adaptada para a prática de espor- tes para deficientes visuais. Aparentemente uma bola normal, mas que apresenta um guizo em seu interior, que produz barulho quando em movimento. O barulho é utilizado como guia para estabelecer o contato com a bola. Por este motivo, toda prática esportiva que faz uso desta bola deve ser a mais silenciosa pos- sível, para que os alunos ou atletas consigam se guiar por meio do guizo. Sobre as características do aluno com defi- ciência intelectual, Gimenez (2013) destaca que eles poderão apresentar problemas de atenção e apatia para aprender, problemas de comunicação e de linguagem e problemas generalizados de compreensão de conceitos: Problemas de atenção e apatia para apren- der: estão relacionados à dificuldade de man- ter a atenção ao realizar tarefas solicitadas. Em relação à apatia para aprender, evidencia-se que deficientes intelectuais são menos ousa- dos e acabam explorando menos o ambiente, quando comparado aos demais. Problemas de comunicação e de linguagem: podem apresentar vocabulário restrito e difi- culdade em se comunicar. Problemas generalizados de compreensão de conceitos: a pessoa com deficiência inte- lectual apresenta dificuldade em compreender conceitos e estabelecer relações entre fatos, eventos entre outras questões. De acordo com Gimenez (2013), esses problemas poderão gerar alguns comportamentos negativos no aluno com deficiência intelectual, como a agres- sividade e o afastamento do grupo, pois o medo do fracasso e a expectativa de sucesso são pontos muito 85 EDUCAÇÃO FÍSICA evidentes e que precisamos sempre estar aten- tos. Diante dessas possibilidades, é importante que o professor de Educação Física elogie o aluno, com o objetivo de estimular sua auto- confiança e diminuir sua ansiedade. Percebe como temos que nos policiar o tempo todo em nossa ação pedagógica para não privilegiar determinados alunos, assim como não cobrar deles o que não é possível ser realizado? O aluno deficiente intelectual é caracte- rizado por sua lentidão de movimentos, pela escolha de estratégias motoras inadequadas e pelo atraso em seu desenvolvimento. Por isso, faz-se importante promover atividades que estimulem o tempo de reação, o ritmo, a agilidade, o controle de força e o equilí- brio (GIMENEZ, 2013). Crianças com de- ficiência intelectual apresentam dificuldade em relação à consciência corporal, sendo assim, oferecem atividades que estimulem os diversos elementos psicomotores, como: Esquema Corporal, Noção Espacial e Tem- poral, Coordenação Fina e Dinâmica Geral, Equilíbrio e Lateralidade. Atividade 1: Objetivo: Compreender o esquema cor- poral. Material: giz, caneta, material de encaixe. Organização do espaço e da turma: sala de aula. Desenvolvimento: a atividade da figura 7 foi desenvolvida com uma criança com de- ficiência intelectual de, aproximadamente, 6 anos de idade. Nela, a professora desenha no quadro uma menina, e apenas solicita à aluna que o reproduza. Observe como ela apresenta dificuldade em distinguir braços e pernas. Observe, agora, na figura 8, como uma criança da mesma idade sem deficiência intelectual realiza o mesmo desenho, e, inclusive, insere o chão, ação não solicitada pela professora. Descrição da Imagem na imagem consta a fotografia de um quadro branco. Ao lado esquerdo da imagem consta o desenho de uma menina com pernas, braços, dedos, cabeça, boca, nariz, orelha, olhos e cabelo desenhados pela professora. Ao lado a tentativa de reprodução do mesmo desenho apenas com a cabeça, boca, nariz, orelha e olhos. Figura 7 - Esquema corporal / Fonte: a autora. Descrição da Imagem na figura, temos uma fotografia onde apa- rece uma criança sentada no chão desenhando uma menina com pernas, braços, dedos, cabeça, boca, nariz, orelha, olhos, cabelo, roupa e chão. Figura 8 - Esquema Corporal / Fonte: a autora. 86 Variações: peça para que as crianças formem duplas. Uma deverá ficar deitada no chão, e a outra, com um giz, deverá desenhar o colega. Pedir para a criança deitar com as pernas e braços abertos, assim como os dedos das mãos abertos. Após o desenho realizado no chão, peça para que os alunos desenhem os olhos, o nariz, a boca, o cabelo e as orelhas. Variações: ofereça aos alunos materiais de encaixe, para compreensão da estrutura corporal. Neste caso, a atividade foi aplicada a um aluno com Transtorno do Espectro do Autismo. com dois pés juntos, de costas, com passos grandes e pequeninos. Imitar personagens, realizar mímicas, brincar de estátua. Explorar materiais como: bolas, arcos, panos, caixas, cordas, colchões, pneus, jornais, cordões. Brincar de espelho, repetindo movimentos feito por alguém à sua frente, face a face (RAFAEL LOPES; VASCONCELOS MIRANDA, 2018). Atividades 2: Objetivo: Estimular a coordenação dinâmica geral e o equilíbrio. Material: cadeiras, arcos, cordas, cones. Organização do espaço e da turma: pátio, quadra ou gramado. Desenvolvimento: circuito motor. O professor de- verá montar um circuito utilizando diversos mate- riais como cadeiras, arcos, cordas, cones, colchonetes e bolas. O circuito deverá conter diversas ações dife- renciadas, como saltos, deslocamentos, rolamentos, equilíbrio e lançamentos. Todas as variações possí- veis são bem-vindas nessa dinâmica de atividade. Descrição da Imagem a fotografia mostra uma criança sentada no chão, com autismo, montando um jogo de peças do esquema corporal. Ela está encaixando cadaestrutura corporal dentro do seu local correto. Figura 9 - Esquema Corporal / Fonte: a autora. Variações: solicitar para que o aluno toque nas partes do corpo, como: cabeça, pé, ombro, cotovelo, joelho, queixo e aumentar a velocidade dessas ações gradativa- mente. Essa atividade poderá ser realizada com música. Ainda sobre o desenvolvimento desse elemento psicomotor, destacam-se atividades como: deslocar- -se variando o contato com o solo (de dois, três, qua- tro apoios). Transpor espaços e objetos com um pé só, Descrição da Imagem na figura, temos a fotografia de alguns alunos com deficiência intelectual realizando um circuito motor em que precisam passar por dentro de arcos que estão pendura- dos por uma corda em linha reta. Todos estão de camiseta rosa escrito APAE, calça e tênis. Figura 10 - Circuito Motor / Fonte: a autora. 87 EDUCAÇÃO FÍSICA Variações: corridas com obstáculos variados espalhados pelo chão. Logo em seguida, pular corda no lugar e depois em deslocamento, arremessar objetos. Andar sobre marcas feitas no chão com fitas, entre diversas outras possibilidades. As atividades esportivas são muito bem-vindas para a estimulação do deficiente intelectual, mas muitos deles não irão compreender as regras de determinadas modalidades, o que não significa que elas não deverão ser trabalhadas. Mais uma vez, precisaremos adaptar essas modalidades, só que, neste momento, respeitando sempre a compreensão do aluno. Você pode estar se perguntando: como inserir os demais conteúdos es- truturantes quando meu aluno já está no Ensino Fundamental, Ensino Médio ou já é adulto em uma escola especializada? A resposta é simples: faça algumas modificações, pois nossas aulas são um momento de aprendizagem e não de especialização em modalidades esportivas. Atividade 3: Objetivo: Estimular a coordenação dinâmica geral por meio de atividades esportivas coletivas e individuais. Material: bolas de basquete, de futsal, de handebol e de voleibol. Organização do espaço e da turma: pátio, quadra ou gramado. Desenvolvimento: o aluno deverá percorrer um caminho preestabelecido quicando uma bola com a mão, ou a conduzindo com os pés em direção ao gol. Posteriormente, o aluno realizará arremessos. Essas atividades podem ser realizadas com alunos deficientes intelectuais que apresentam ou não algum comprometimento motor. Descrição da Imagem na figura, temos uma fotografia que apare- cem três alunos com deficiência intelectual realizando um circuito motor em que precisam desviar de cones segurando uma bola em suas mãos. Todos estão usando camiseta rosa escrito APAE. Figura 11 - Circuito Motor / Fonte: a autora. Descrição da Imagem na figura tem-se uma fotografia que mostra uma aluna com deficiência intelectual realizando um circuito motor em que precisa saltar os arcos que estão sob o chão e segura uma bola de basquete nas mãos. Ela está de short e camiseta verde, usando chinelo e usando óculos. Figura 12 - Circuito Motor / Fonte: a autora. 88 Variações: realizar os fundamentos do voleibol e trocar passes das variadas modalidades esportivas. Variações: aplicar as modalidades propriamente ditas, e modificar as regras de acordo com a com- preensão dos alunos. Atividade 4: Objetivo: Estimular a coordenação dinâmica ge- ral por meio de atividades esportivas individuais e coletivas. Material: bolas de tênis de mesa, de quadra ou de frescobol. Organização do espaço e da turma: pátio, quadra ou gramado. Desenvolvimento: aplicação do tênis de mesa. Você, futuro professor, poderá modificar o tênis de Variações: tênis de quadra sem rede, apenas com as raquetes e um espaço menor entre os alunos. As raquetes e bolas utilizadas também poderão ser as de frescobol. Atividade 5: Objetivo: Estimular a coordenação dinâmica geral por meio do atletismo. Material: dardo, peso, disco. Organização do espaço e da turma: gramado ou areia. Desenvolvimento: realizar arremessos, lançamen- tos, saltos e corridas de atletismo. Descrição da Imagem a fotografia mostra uma aluna com de- ficiência motora em sua cadeira de rodas segurando uma bola de basquete no colo e com uma das mãos encostadas no objeto. Observa-se, ainda, a presença de uma cesta de basquete. A ca- deirante conta com o auxílio de duas pessoas, uma que está atrás da cadeira de rodas e outra que está na sua frente, estendendo as mãos em direção a menina. Figura 13 - Basquete Adaptado / Fonte: a autora. Descrição da Imagem na imagem, podemos observar dois alunos praticando o tênis de mesa. Figura 14 - Tênis de mesa mesa, possibilitando que a bola quique mais de uma vez na mesa. A ausência de mesa específica não é um problema, pois você poderá realizar essas atividades com as mesas do refeitório da escola. 89 EDUCAÇÃO FÍSICA Atividade 6: Objetivo: Estimular e desenvolver diversos ele- mentos psicomotores por meio da dança. Material: rádio. Organização do espaço e da turma: quadra ou pátio. Desenvolvimento: proporcione aos seus alunos a possibilidade de ouvir diferentes tipos musicais e en- sinar seus passos básicos. Ao contrário do que muitos pensam, esses alunos apresentam grande destaque na dança, como podemos observar em diversos festivais de escolas especializadas. Benefícios da Atividade Física para a Pessoa com deficiência De acordo com Nahas (2017), pessoas com deficiên- cia física e intelectual devem, primeiramente, con- sultar o médico antes de iniciar qualquer programa de atividade física que não estejam familiarizados. O mesmo se aplica a pessoas com deficiência que já praticam atividade física, mas que desejam iniciar um programa que vise a competição, ou seja, a prática de atividades físicas vigorosas. Descrição da Imagem alunos com deficiência intelectual, vestindo camiseta rosa escrito APAE, realizando o arremesso de peso em um solo com areia. Nota-se, ao fundo, outras pessoas vestindo a mesma camiseta observando o arremesso. Figura 15 - Arremesso de peso / Fonte: a autora. Descrição da Imagem a figura apresenta alunos com deficiência intelectual dançando em pares. Figura 16 - Dança / Fonte: a autora. 90 O Guia de Atividade Física Para a População Bra- sileira, publicado pelo Ministério da Saúde, destaca que são diversos os benefícios da prática de atividade física para as pessoas com deficiência (BRASL, 2021, p. 44), sendo os principais: • Promove a qualidade de vida e bem-estar, • Estimula e amplia a autonomia para realiza- ção das AVDs - atividades da vida diárias; • Aprimoramento das capacidades da aptidão física tanto para a saúde quanto performance, sendo elas: força e resistência muscular, resis- tência aeróbia; coordenação motora, equilí- brio, flexibilidade e agilidade; • Melhora das habilidades de socialização; • Promove inclusão social, uma vez que cria e fortalece os laços sociais; • Auxilia no controle do peso e na diminuição do risco de obesidade; • Melhora da imunidade; • Melhora da atenção, memória e raciocínio, assim como reduz o risco de declínio cogni- tivo; • Melhora do humor, e redução da sensação de estresse e dos sintomas de ansiedade e de de- pressão; • Melhora a circulação sanguínea e diminui o risco de doenças do coração, diabetes, pres- são alta e colesterol alto. O comportamento sedentário é caracterizado, por Nah- as (2017), como tempo destinado sentado ou deitado usando o celular ou jogando videogame, assim como vendo televisão, trabalhando, estudando, entre outros. O excesso de tempo em comportamento sedentário pode ser um agravante para pessoas com deficiência, principalmente por conta das dificuldades vivenciadas em cada caso. Com isso, complicações cardiovasculares ou respiratórias podem ser ainda mais frequentes. Quanto a intensidade, Nahas (2017) destaca que a atividade física não precisa ser intensa para trazer be- nefícios à saúde, assim, grandes benefícios para a saúde da pessoa com deficiência podem ser obtidos com do- ses moderadas de atividade física diária.A ênfase em atividades moderadas permite que as atividades sejam variadas para atender as necessidades e interesses indi- viduais, diante das circunstâncias na vida do deficiente. Dessa forma, o autor destaca que pessoas com defi- ciência inativas devem começar com períodos de 5-10 minutos de atividades físicas leves ou moderadas, au- mentando gradualmente até os níveis desejados. Maio- res benefícios podem ser derivados da atividade física regular se esta for gradualmente aumentada, respeitadas as características individuais. Acerca do tempo de du- ração das atividades considerando a faixa etária, o Guia de Atividade Física para a População Brasileira para pessoas com deficiência, orienta que: Crianças de até 1 ano: pelo menos 30 minutos por dia de barriga para baixo (posição de bruços), podendo ser distribuídas ao longo do dia. As crianças com qualquer deficiência devem ser estimuladas dentro das suas potencialidades desde as primeiras fases de vida. Crianças de 1 a 2 anos: pelo menos 3 horas por dia de atividades físicas de qualquer intensidade, podendo ser distribuídas ao longo do dia. Crianças de 3 a 5 anos: pelo menos 3 horas por dia de atividades físicas de qualquer intensidade, sendo, no mínimo, 1 hora de intensidade moderada a vigorosa que pode ser acumulada ao longo do dia. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-me-exercitar/documentos/pdf/guia_atividade_fisica_populacao_brasileira.pdf https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-me-exercitar/documentos/pdf/guia_atividade_fisica_populacao_brasileira.pdf 91 EDUCAÇÃO FÍSICA Dessa forma, de maneira específica para as crianças, o ato de participar de brincadeiras que se caracteriza pelo movimento físico, como rastejar, rolar, correr, caminhar, saltar, entre outros, já se enquadra dentro dessas recomendações necessárias. A medida que o indivíduo cresce, ele passa a realizar atividades pro- gramadas, com movimentos executados de forma pla- nejada e com objetivos específicos. Como caminhadas ou corridas diárias ou exercícios de sobrecarga como o exemplo da prática da musculação, entre outros. Além disso, o Guia orienta que para a prática de atividade física, é importante usar roupas leves e cal- çados confortáveis. Nas atividades físicas ao ar livre, a utilização de boné, camisa de manga longa e protetor solar também é fundamental. Além disso, as pessoas devem beber água antes, durante e após a prática de atividade física e ter uma alimentação adequada e saudável. Por fim, o Guia enfatiza que todos podem Para crianças e jovens de 6 a 17 anos: praticar 60 minutos ou mais de atividade física por dia. Dê preferência para aquelas de intensidade moderada. Como parte desses 60 minutos ou mais por dia, inclua em pelo menos 3 dias na semana atividades de fortalecimento muscular e ósseo, como saltar, puxar, empurrar ou praticar esportes. Adultos: realizar pelo menos 150 minutos de atividade física moderada ao longo da semana ou pelo menos 75 minutos de atividade vigorosa, ou uma combinação equivalente. Atividades de fortaleci- mento muscular devem ser realizadas envolvendo os principais grupos musculares em dois ou mais dias da semana. Idosos: a partir dessa idade, a recomendação é a mesma dos adultos. Adicionalmente, aqueles com mobilidade reduzida devem fazer atividade física para melhorar o equilíbrio e evitar quedas, três ou mais dias na semana. A inclusão da pessoa com deficiência não se dá ape- nas no ambiente escolar, mas em todas as esferas da vida. É preciso compreender a importância da prática de atividade física para esse grupo de pessoas. Vamos conversar sobre esta importante temática? praticar atividade física e ter benefícios para a saúde e qualidade de vida, sendo importante apenas respeitar seus limites e potencialidades (BRASIL, 2021). https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/10298 92 Título: Direito à Diferença: Uma Reflexão Sobre Deficiência Intelectual e Edu- cação Inclusiva Autor: Miriam Pan Editora: Intersaberes Sinopse: a autora aborda que não é apenas a garantia constitucional da inclusão das pessoas com deficiência intelectual na educação que vai fazer que ela seja de qualidade. Ela faz o leitor refletir e compreender que as diferenças devem ser notadas e respeitadas não somente na escola. Só assim a inclusão deixa de ser um ato fragmentado e passa a ser verdadeiro. Título: Deficiência Visual Na Escola Inclusiva Autor: Carlos Fernando França Mosquera Editora: Intersaberes Sinopse: esse livro chama a atenção da sociedade brasileira para a educação dos deficientes visuais, propondo-se como ferramenta de debate, aprendizagem e análise dos caminhos que nossas escolas têm trilhado ao procurar trabalhar com as diferenças em sala de aula. Por meio de uma abordagem simples e acessível a educadores, pais e à sociedade em geral, o livro retrata esse tema tão polêmico com maestria, propondo alternativas para que se possa aprimorar o processo de ensino-aprendizagem do deficiente visual, garantindo-lhe acesso ao conhecimento e à cidadania. 93 EDUCAÇÃO FÍSICA Título: Vermelho como o céu Ano: 2006 Sinopse: Anos 70. Mirco (Luca Capriotti) é um garoto toscano de 10 anos que é apaixonado pelo cinema. Entretanto, após um acidente, ele perde a visão. Rejeitado pela escola pública, que não o considera uma criança normal, ele é enviado a um instituto de deficientes visuais em Gênova. Título: Uma Lição de Amor Ano: 2002 Sinopse: Sam Dawson é um pai com problemas mentais que toma conta de sua filha Lucy com a ajuda de um grupo de amigos. Quando Lucy faz sete anos e começa a ultrapassar seu pai intelectualmente, o seu vínculo é ameaçado quando sua vida nada convencional chama a atenção de uma assistente social que quer que Lucy seja colocada em um orfanato. Neste vídeo, você poderá acompanhar o documentário sobre a deficiência visual “Janela da Alma” Física. Acesse o conteúdo disponível em: Para acessar, use seu leitor de QR Code. 94 Neste vídeo, você poderá acompanhar uma análise sobre o que é a deficiência intelectual. Acesse o conteúdo disponível em: Para acessar, use seu leitor de QR Code. Neste vídeo, você poderá acompanhar uma entrevista com Marcos Mion sobre como descobriu que seu filho era autista. Acesse o conteúdo disponível em: Para acessar, use seu leitor de QR Code. A partir do conteúdo apresentado nesta unidade, assim como todas as propostas de atividades que desenvol- vemos até aqui, você se sente seguro para trabalhar em uma escola especializada com alunos com deficiência intelectual? Munido de todo esse conhecimento, que tipo de atividade você planejaria para sua primeira aula com uma turma de deficientes intelectuais andantes? Que dinâmica aplicaria para conhecer esses alunos? Vamos tentar? 95 atividades de estudo Nesta, assim como nas unidades anteriores, abordamos diversos conteúdos a respeito da deficiência intelectual e da deficiência visual! Todas essas informações possibilitaram a melhor compreensão da pessoa com deficiência. Para sintetizar esses conhecimentos, considerando esta unidade, complete o Mapa Mental pautado nas características da deficiência intelectual e da deficiência visual! A deficiência Interlectual pode ser caracterizada por algumas problemas: Por este motivo é necessário estimular elementos psicomotores, como: Além desses problemas o deficiente intelectual é caracterizado por: A deficiência Visual pode ser caracterizada pela: A Alteração grave ou total de uma ou mais das funções elementares da visão Redução do rol de informações que o indivíduo recebe do ambiente Dra. Naline Cristina Favatto Oportunidades de aprendizagem Teremos, nesta unidade, a oportunidade de compreender a origem dos Jogos Paralímpicos e conhecer as principais características de todas as modalidades esportivas que fazem parte dos Jogos Paralímpicos de verão e de inverno. A partir dessa contextualização, será possível compreender as diversas modalidades esportivaspara atletas com deficiência visual, intelectual e motora. ESPORTES PARALÍMPICOS unidade V 98 Com base nessas discussões, gostaria de saber se você, aluno(a), assistiu às Paralimpíadas com a mesma assiduidade e entusiasmo que assistiu às Olimpíadas. Você observou a ótima classificação que o Comitê Brasileiro Paralímpico conquis- tou? Te convido, agora, a fazer uma pesquisa na internet para analisar qual foi o desempenho do Brasil nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 e se, de fato, esses jogos deram ou não audiência às empresas televisivas. Por meio desta pesquisa, acredito que você te- nha encontrado diversas informações que lhe im- pressionou ou que lhe causaram certa indignação. Então, agora, é a hora de você colocar em seu Diá- rio de Bordo os pontos mais relevantes verificados a partir da imersão nesse universo do esporte para- límpico e seus maiores entraves ! Quem diria que algo tão devastador, como a Se- gunda Guerra Mundial, poderia dar origem a algo tão importante como a prática esportiva adaptada! Imagine você naquela época, após sobreviver a esta batalha sofreu graves lesões que o impossibilitou de fazer atividades básicas da vida diárias. Contudo, você encontrou no esporte uma maneira de se recu- perar e de superar todas essas dificuldades? Parece ser esse um dos objetivos do esporte, principalmen- te na vida da pessoa com deficiência, não é mesmo? Acredito que esses questionamentos tenham le- vado a intensas reflexões a respeito da função social do esporte, principalmente da pessoa com deficiên- cia, que além das barreiras físicas, precisa romper com as barreiras do preconceito, da não aceitação das diferenças, além da desvalorização do esporte para- límpico quando comparado ao esporte olímpico. 99 EDUCAÇÃO FÍSICA O nome paralimpíadas advém de olimpíadas. A palavra é uma junção dos termos “para” (expressão grega allelois, que significa “um ao lado do outro”) e olimpíada (de Olímpia, região que originou os jo- gos desportivos em 776 a.C., de olympos). A origem dos Jogos Paralímpicos expressa uma relação muito interessante com a Segunda Guerra Mundial. Muitos soldados que sobreviveram após os combates foram mutilados e perderam algum membro ou sofreram lesões medulares. Ao encon- trar esses soldados no hospital em processo de rea- bilitação, o médico neurologista Ludwig Guttmann, começou a organizar jogos internos com o intuito de tornar a recuperação desses soldados um pouco mais prazerosa. Inicialmente, Guttmann adaptou o basquete, tiro com arco, dardos e bilhar, e começou a aplicar entre os soldados e, logo, o que era apenas utilizado como meio de reabilitação se tornou um dos primeiros jogos destinados às pessoas que apre- sentavam deficiência física. 100 O Comitê Paralímpico Brasileiro relata que Gutt- mann organizou uma competição esportiva que envolvia soldados veteranos da Segunda Guerra Mundial com lesão medular. O evento foi realiza- do em Stoke Mandeville, na Inglaterra, quatro anos depois. Competidores da Holanda se uniram aos jogos e, assim, nasceu um movimento internacio- nal, atualmente denominado de movimento para- límpico. Tal movimento possibilitou que os jogos para atletas com deficiência fossem organizados pela primeira vez em Roma, em 1960 (MARQUES et al., 2009). Ao longo dos anos, os jogos paralímpicos foram ga- nhando força e novos esportes foram adaptados. Atu- almente, os Jogos Paralímpicos se caracterizam como o maior evento de esporte adaptado de alto rendimen- to. Em 1960, quatrocentos atletas participaram dos Jogos Paralímpicos de Verão em Roma; em 2021, na Paralimpíadas de Tóquio, foram mais de 4 mil atletas, de 131 países (CPB, 2021). Notou que foi por meio da ideia genial de um médico em tornar o esporte uma forma de reabilitação que levou hoje ao que conhece- mos como Paralimpíadas? Fantástico, não é mesmo? Descrição da Imagem a figura é uma fotografia que se encontra em preto e branco e apresenta alguns soldados sobreviventes da Segunda Guerra Mundial participando de um dos primeiros jogos de basquete em cadeira de rodas, em 1949, nos Estados Unidos. Figura 1 - Basquete em cadeira de rodas EUA 1949 / Fonte: Garcia (2010, on-line). Descrição da Imagem a figura apresenta uma fotografia em preto e branco da Equipe de Tiro com arco composto por soldados so- breviventes da Segunda Guerra Mundial no ano de 1960. A equipe é composta por seis cadeirantes e eles aparecem na fotografia segurando seus arcos. Atrás de cada cadeira de rodas tem uma pessoa em pé. Figura 2 - Tiro com Arco 1960 / Fonte: Lucena (2012, on-line). 101 EDUCAÇÃO FÍSICA O esporte adaptado chegou ao Brasil no final da década de 50, por meio de Robson de Almeida e Sérgio Del Grande, quando retornaram dos Esta- dos Unidos, após vivenciarem o esporte adaptado. Em 1958, em São Paulo, Sérgio Del Grande fun- dou o Clube dos Paraplégicos e, no mesmo ano, Robson de Almeida, fundou, no Rio de Janeiro, o Clube do Otimismo. A primeira participação in- ternacional brasileira foi na modalidade de bas- quetebol sobre rodas no 2° Jogos Pan Americanos na Argentina, em 1969. Nos Jogos Paralímpicos, a participação de atletas brasileiros foi em 1972, na IV Paralimpíada na Alemanha, na modalidade de bocha (GORGATTI; COSTA, 2008). O esporte adaptado atribui sentido à vida de vários atletas, além disso, desempenha a função de incluir a percepção de competência e identidade pessoal como atleta e não como deficiente físico. Atu- almente, o esporte para esta população caminha para o alto rendimento e o nível técnico dos atletas impres- siona cada vez mais o público e os estudiosos da área de Educação Física (GORGATTI; COSTA, 2008). De acordo com Ribas (2020), os paratletas desenvolvem habilidades para vida por meio do esporte, o que con- tribui para a construção de uma mente mais robusta nos atletas. Além disso, o esporte adaptado tem como um de seus objetivos proporcionar a pessoa com de- ficiência a quebra de preconceitos, oportunizando a testar suas potencialidades, prevenir deficiências se- cundárias e proporcionar a integração do indivíduo com a sociedade (BUSTO, 2013). Jogos Parapan-Americanos: Os Jogos Para- pan-americanos são um evento multidespor- tivo para pessoas com deficiência de ordem visual, intelectual e motora. Assim como os Jogos Paraolímpicos são baseados nos Jogos Olímpicos, os Jogos Parapan-americanos se baseiam nos Jogos Pan-americanos. Nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019, o Brasil entrou para história com recorde de conquis- tas com a marca inédita de 308 medalhas. Os Jogos Parapan-Americanos de 2023 ocorrerão no Chile e será composto por 23 modalidades esportivas. Fonte: CPB (2021). Os Jogos Paralímpicos é o maior evento voltado aos atletas com deficiência. Além deste, temos os Jogos Paraescolares e Paralímpicos Universitários. Vamos conversar um pouco sobre esses eventos no podcast? http://clickeaprenda.uol.com.br/portal/mostrarConteudo.php?idPagina=4221 http://clickeaprenda.uol.com.br/portal/mostrarConteudo.php?idPagina=4221 http://clickeaprenda.uol.com.br/portal/mostrarConteudo.php?idPagina=18598 https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/10298 102 Modalidades O esporte adaptado pode ser definido como práticas esportivas com regras, materiais e estruturas adaptadas e modificadas, a fim de possibilitar a participação de pessoas com deficiências em diferentes modalidades esportivas (CARDOSO, 2011). Atualmente, os Jogos Paralímpicos apresentam 22 modalidades de verão e 5 modalidades de inverno com diversas categorias para a participação de pessoas com variadas deficiências como: visual, física e intelectual. OLHAR CONCEITUAL 22 Modalidades de Verão Atletismo, Badminton, Basquete em cadeira de rodas, Bocha, Canoagem, Ciclismo, Esgrima em cadeira de rodas, Futebol de 5, Goalball, Haltero�lismo, Hipismo, Judô, Natação, Remos, Rugby em cadeira de rodas, Taekwondo, Tênis de mesa, Tênis em cadeira de rodas, Tiro com arco,Tiro esportivo, Triatlo e Vôlei sentado. 5 Modalidades de Inverno Esqui alpino, Esqui cross country, Biathlon, Hóquei e Curling em cadeira de rodas. 103 EDUCAÇÃO FÍSICA Antes de conhecermos essas modalidades, é impor- tante compreender como esses atletas são inseridos dentro de suas classes, ou seja, como ocorre a classi- ficação funcional dos atletas paralímpicos. O que é Classificação Funcional? É o processo de classificação considerando a deficiência e o com- prometimento que o atleta possui, para que ele possa competir com atletas em condições físicas, visuais e intelectuais similares, garantindo a fidedignidade nas competições. Assim, a classificação funcional tem por objetivo definir a elegibilidade do atleta e agrupá-los para que possam competir em igualdade de condições. São 10 as deficiências elegíveis estabelecidas pelo Comitê Paralímpico Internacional: • Força Muscular Limitada. • Deficiência nos Membros. • Diferença no comprimento das Pernas. • Baixa estatura. • Hipertonia: (músculos em total estado de repouso, dificultando o seu movimento imediato, devido a Paralisia cerebral, Acidente vascular cerebral; Traumatismo craniano). • Ataxia: (Equilíbrio ou coordenação motora prejudicados, devido à Paralisia cerebral, Acidente vascular cerebral; Traumatismo craniano e Esclerose Múltipla). • Atetose (caracterizada por movimentos musculares involuntários contínuos e lentos, em especial dos dedos, devido a Paralisia cerebral, Acidente vascular cerebral; Traumatismo craniano). • Limitação de Amplitude de Movimento Passivo. • Deficiência Intelectua. • Deficiência Visual. Agora, munidos dessas informações, vamos conhecer de perto todas essas modalidades? Atletismo: o atletismo Paralímpico, assim como o olímpico, apresenta provas de pista, rua e campo, com provas de corrida, saltos, lançamentos e arremessos. Atualmente, é o esporte com maior número de ca- tegorias e participantes nos Jogos Paralímpicos. A modalidade apresenta provas para atletas com deficiência física, visual e intelectual, composta por provas destinadas ao gênero feminino e masculino (CPB, 2021). 104 Descrição da Imagem fotografia de uma atleta brasileira de atletismo com deficiência visual vendada correndo ao lado de seu guia. Figura 3 - Atletismo para deficiência visual / Fonte: Flickr (2021a, on-line). A classificação funcional do Atletismo ocorre da seguinte forma: para as provas de pista (velocidade, meio fundo, fundo e saltos) e para provas de rua (maratona), utiliza-se a letra T, que significa track. Para as provas de campo (arremessos, lançamentos) utiliza-se a letra F, que significa field. CLASSES ATLETAS F11 a F13 / T11 a T13 Deficiência visual. F20 / T20 Deficiência intelectual. F31 a F38 / T31 a T38 Deficiência motora. Paralisados cerebrais, cadeirantes e andantes. F40 a F41 Deficiência motora. Para atletas anões. F42 a F46 / T42 a T46 Deficiência motora. Destinadas a amputados ou com deficiência nos membros superiores ou inferiores. F51 a F57 / T51 a T54 Deficiência motora. Compreendidas pelas competições em cadeiras de rodas (sequelas de lesão medular, poliomielite, amputações). Quadro 1 - Classificação Funcional Atletismo / Fonte: adaptada CPB (2021). Badminton: é o badminton adaptado para pessoas com deficiências físicas. Os atletas em cadeira de rodas e andantes utilizam uma raquete para golpear uma peteca na quadra dos adversários competindo em provas individuais, duplas (masculinas e femininas) e mistas em seis classes funcionais diferentes (CPB, 2021). 105 EDUCAÇÃO FÍSICA O esporte apresenta quatro categorias: CLASSE ATLETA WHA1 WH2 Atletas em cadeira de rodas SL3 SL4 Atletas com deficiência em membros inferiores que andam SU5 Atletas com deficiência em membros superiores SH3 Atletas com baixa estatura Quadro 2 - Classificação Funcional do badminton / Fonte: adaptado CPB (2021). Basquete em Cadeira de Rodas: grande parte das regras do basquete olímpico foram preservadas, sendo praticado apenas por usuários de cadeiras de rodas. Sua categoria é única. O basquete em cadeira de rodas é destinado exclusivamente para atletas com deficiência física, composta por provas destinadas ao gênero feminino e masculino (CPB, 2021). Descrição da Imagem a fotografia é de um atleta de badminton brasileiro com deficiência motora (nanismo) nos Jogos Paralímpicos de 2021. O homem segura uma raquete e a peteca está no ar. Figura 4 - Atleta com nanismo praticando badminton / Fonte: Flickr (2021b, on-line). 106 Bocha: as regras da bocha convencional também não se distanciam da bocha adaptada. As principais di- ferenças se dão pelo posicionamento dos jogadores e o apoio ou não auxiliares e de instrumentos que pos- sibilitam a execução dos movimentos necessários. A bocha é designada exclusivamente para pessoas com deficiência física, composta por provas destinadas ao gênero feminino e masculino (CPB, 2021). Descrição da Imagem a fotografia mostra quatro atletas brasileiros com deficiência motora jogando basquete em cadeira de rodas. Nota-se a presen- ça da bola de basquete tocando a mão de um dos jogadores. Figura 5 - Atletas brasileiros de basquete em cadeira de rodas / Fonte: Flickr (2021c, on-line). Descrição da Imagem a fotografia mostra um atle- ta brasileiro com deficiência motora jogando bocha em cadeira de rodas. Nota-se a presença da bola de bocha na mão do jogador. Figura 6 - Atleta de bocha paraolímpica / Fonte: Flickr (2021d, on-line). 107 EDUCAÇÃO FÍSICA A Bocha Paralímpica apresenta quatro classes: CLASSES ATLETAS BC1 Deficiência motora. Opção de auxílio de ajudantes. BC2 Deficiência motora: não recebem auxílio. BC3 Deficiência motora. Utilizam instrumento auxiliar e/ou ajuda de outra pessoa (para deficiência severa). BC4 Deficiência motora. Não recebem auxílio (para deficiência severa). Quadro 3 - Classificação Funcional da Bocha, Goalball do e do Futebol e 5 / Fonte: adaptado CPB (2021) Canoagem: a canoagem paralímpica apresenta as mesmas características da canoagem olímpica. É designa- da exclusivamente para pessoas com deficiência física, composta por provas destinadas ao gênero feminino e masculino. Descrição da Imagem A fotografia mostra um atleta brasileiro com deficiência motora praticando canoagem nos Jogos Paralím- picos de 2021. Figura 7 - Atleta brasileiro de canoagem / Fonte: Flickr (2021e, on-line). A canoagem é dividida em três categorias: CLASSES ATLETAS KL1 Deficiência motora. Classe em que o atleta usa somente os braços na remada. KL2 Deficiência motora. Classe em que o atleta usa tronco e braços na remada. KL3 Deficiência motora. O atleta usa tronco, braços e pernas. Quadro 4 - Classificação Funcional da canoagem / Fonte: adaptado CPB (2021). 108 Ciclismo: apresenta provas para atletas com deficiência física, visual e paralisia cerebral, composta por pro- vas de estrada e pista destinadas ao gênero feminino e masculino. Os atletas podem competir em quatro tipos de bike, de acordo com a deficiência: convencional, triciclo, tandem e handbike (CPB, 2021). Descrição da Imagem a fotografia mostra um atleta brasileiro com de- ficiência motora praticando ciclismo nos Jogos Paralímpicos. Nesta classe, o atleta impulsiona a bicicleta adap- tada com os braços. Figura 8 - Atleta brasileiro de ciclismo / Fonte: Flickr (2021f, on-line). O ciclismo é dividido em quatro classes: CLASSE ATLETA H1 a H5 Deficiência motora. O atleta impulsiona a bicicleta adaptada com os braços (handbike). T1 e T2 Deficiência motora. Para atletas paralisados cerebrais (utilizam um triciclo). C1 a C5 Deficiência motora. Para atletas com deficiência físico-motora e amputados (atletas competem em bicicletas convencionais). Tandem Deficiência visual. Para atletas deficientes visuais (bicicleta apresenta dois lugares). Quadro 5 - Classificação Funcional do Ciclismo / Fonte: adaptado CPB (2021). Esgrima em Cadeira de Rodas: Apresenta a maior parte das regras da esgrimaolímpica, a diferença mais relevante é o posicionamento dos atletas, destinado apenas para usuários de cadeiras de rodas, onde é levado em consideração a mobilidade e comprometimento dos membros superiores. A modalidade é designada exclusivamente para pessoas com deficiência física, composta por provas destinadas ao gênero feminino e masculino (CPB, 2021). 109 EDUCAÇÃO FÍSICA A esgrima exibe três categorias: CLASSE ATLETA Classe A Para atletas com mobilidade no tronco (amputados ou limitação nos movimentos). Classe B Para atletas com menor mobilidade no tronco e equilíbrio. Classe C Para atletas com tetraplegia com comprometimento de mãos, braços e tronco. Quadro 6 - Classificação Funcional da Esgrima / Fonte: adaptado CPB (2021). Futebol de Cinco: esporte exclusivamente para atletas cegos ou com baixa visão do gênero masculino. O futebol de cinco apresenta três categorias, B1, B2 e B3, no entanto, nos jogos paraolímpicos, participam ape- nas a categoria B1 composta por atletas cegos totais ou com percepção de luz, sendo no total cinco atletas em campo. Todos os atletas precisam usar um tampão durante a partida, visto que nenhuma faixa de luz poderá ser identificada (CPB, 2021). Descrição da Imagem a fotografia mostra dois atletas brasileiros com de- ficiência motora praticando esgrima em cadeira de rodas. Figura 9 - Atletas brasileiros de esgrima / Fonte: Flickr (2021g, on-line). Descrição da Imagem a fotografia mostra quatro atletas brasileiros com deficiência visual jogando futebol de 5 nos Jogos Paralímpicos de 2021. Nota-se que todos os atletas estão com os olhos vendados. Figura 10 - Atletas jogando Futebol de 5 / Fonte: Flickr (2021h, on-line). 110 O esporte apresenta três categorias: CLASSE ATLETA B1 Deficiência visual. Para atletas cegos totais ou com percepção de luz. B2 Deficiência visual. Para atletas com percepção de vultos. B3 Deficiência visual. Para atletas que conseguem definir imagens. Quadro 7 - Classificação Funcional do Futebol de 5 / Fonte: adaptado CPB (2021). Goalball: o Goalball foi criado exclusivamente para atletas cegos ou com baixa visão, sendo até hoje a pri- meira e única modalidade criada exclusivamente para atletas com deficiência. O Goalball é destinado ape- nas para atletas com deficiência visual, composta por provas tanto para atletas do gênero feminino quanto masculino. O esporte é composto pelas mesmas categorias do Futebol de 5 e do Judô (CPB, 2021). Descrição da Imagem a fotografia mostra três atletas brasileiros com deficiência visual jogando goalball. Nota-se que todos os atletas estão com os olhos vendados. Figura 11 - Atletas jogando goalball / Flickr (2021i, on-line). Halterofilismo: é caracterizado pelo movimento cha- mado supino, deitados em um banco. Durante a dis- puta, as tentativas de levantamento de peso realizada pelos atletas é avaliado por três árbitros. Cada atleta apresenta três tentativas de movimento, na qual é con- siderado o maior peso levantado (CPB, 2021). Os atletas competem em categorias de acor- do com o peso corporal, assim como na versão olímpica. A modalidade é destinada apenas para atletas com deficiência física, composta por pro- vas destinadas ao gênero feminino e masculino. 111 EDUCAÇÃO FÍSICA Hipismo: os atletas (cavaleiros) são subdividi- dos em categoria de acordo com a sua deficiên- cia e avaliados pela sua capacidade ou habilidade com o cavalo. O hipismo apresenta cinco classes: Grau IA, Grau IB, Grau II, Grau III e Grau IV. O grau de deficiência varia de IA, mais severa, ao IV, menos severa. O hipismo é designado para atletas com deficiência física, visual e intelectual, composta por provas destinadas ao gênero femi- nino e masculino (CPB, 2021). Judô: o judô também se assemelha com as regras utili- zadas pelo Judô olímpico, apresentando apenas peque- nas modificações. A principal diferença é que, no judô paralímpico, os atletas iniciam a luta já em contato com o quimono do oponente. Vale destacar que sempre que os atletas perderem o contato, a luta é interrompida. Os atletas são divididos em categorias de acordo com o peso corporal e gênero. Conforme destaca o CPB, a modalidade apresenta as mesmas três categorias para deficientes visuais do futebol de 5 e do Goalball. O Judô é designado exclusivamente para atletas com deficiência visual, composto por provas destinadas ao gênero feminino e masculino. Descrição da Imagem a fotografia mostra um atleta brasileiro com deficiência motora praticando halterofilismo. O atleta se encontra deitado com as mãos na barra recebendo auxílio de seu treinador. Figura 12 - Atleta de halterofilismo / Flickr (2021j, on-line). Descrição da Imagem a fotografia mostra um atleta brasileiro com deficiência visual em cima de seu cavalo praticando hipismo nos Jogos Paralímpicos de 2021. Figura 13 - Atleta de hipismo / Flickr (2021k, on-line). 112 Natação: a natação, assim como o atletismo para- límpico, é um dos esportes que o Brasil mais se des- taca nas competições. É destinada para atletas com deficiência visual, física e intelectual, para o gênero feminino e masculino (CPB, 2021). A modalidade se diferencia também por apresentar diversas categorias, sendo elas: CLASSE ATLETA 1 a 10 Deficiência motora 11 a 13 Deficiência visual 14 Deficiência Intelectual Quadro 8 - Classificação Funcional da Natação / Fonte: adaptado CPB (2021). Descrição da Imagem a fotografia mostra dois atletas brasileiros com deficiência visual praticando judô nos Jogos Paralímpicos de 2021. A atleta brasileira é representada pelo quimono azul e sua adversária pelo quimono branco. Figura 14 - Atletas lutando judô / Flickr (2021l, on-line). Descrição da Imagem a fotografia mostra dois atletas com defi- ciência motora em uma competição de natação nos Jogos Para- límpicos de 2021. Figura 15 - Atleta praticando natação / Flickr (2021m, on-line). Em 2020, a modalidade Futebol de 7 foi retirada da relação de esportes praticados nos Jogos Paralímpicos, restando apenas, neste evento, o futebol de 5 para deficientes visuais. Fonte: Comitê Paralímpico brasileiro (2021) Remo: o remo paralímpico apresenta as principais regras do remo olímpico, sendo destinada a pessoas com deficiência física e visual para o gênero mascu- lino e feminino (CPB, 2021). Descrição da Imagem a fotografia mostra dois atletas brasileiros com deficiência física praticando remo nos Jogos Paralímpicos de 2021. Nota-se que a dupla é composta pela categoria mista, sendo uma mulher e um homem competindo na mesma equipe. Figura 16 - Atletas praticando remo / Flickr (2021n, on-line). 113 EDUCAÇÃO FÍSICA Os atletas são divididos em classes conforme sua capacidade motora e apresenta três categorias: CLASSE ATLETA PR1 Remadores com função mínima ou nenhuma função de tronco. PR2 Remadores que possuem uso funcional dos braços e tronco, mas apresentam fraqueza/ausência da função das pernas. PR3 Remadores com função residual nas pernas que lhes permite deslizar no assento. Esta classe também inclui atletas com deficiência visual. Quadro 9 - Classificação Funcional do Remo / Fonte: adaptado CPB (2021). Rugby em Cadeira de Rodas: de acordo com o CPB, o rugby em cadeira de rodas é similar ao rugby olím- pico, nesse caso o atleta precisa passar a linha do gol com as duas rodas da cadeira com a bola nas mãos, sendo composta por quatro jogadores por equipe. O rugby é designado exclusivamente para atletas com deficiência física, composta por provas destinadas ao gênero feminino e masculino. Descrição da Imagem a fotografia mostra três atletas brasileiros com deficiência motora jogando rugby em cadeira de rodas. Figura 17 - Atletas praticando rugby Flickr (2020, on-line). Taekwondo: o esporte é disputado por dois atletas, assim como nas demais lutas. Sendo utilizado coletes azul e vermelho que possuem sensores capazes de medir a potência do chute quando em contato com a meia do oponente. As lutas são realizadasem três rounds de dois minutos, com um minuto de intervalo. Ganha o atleta que tiver mais pontos ao término do último round. Se acabar empatado, ocorre mais um round, cujo vencedor é o lutador que fizer os dois primeiros pontos (CPB, 2021). 114 Atualmente, nas Paralimpíadas, o Parataekwondo é destinado apenas para atletas com deficiência física e possui duas classes: K43 e K44: CLASSE ATLETA K43 Atletas com amputação bilateral do cotovelo até a articulação da mão, dismelia bilateral. K44 Atletas com amputação unilateral do cotovelo até a articulação da mão, dismelia unilateral, mono- plegia, hemiplegia leve e diferença de tamanho nos membros inferiores. Quadro 10 - Classificação Funcional Taekwondo / Fonte: adaptado CPB (2021). Tênis de Mesa: assim como a maioria dos esportes já existentes e que tiveram suas formas de realização adaptadas, o tênis de mesa se apropria dessas regras, na maioria das vezes sofrendo poucas alterações. O Comitê salienta que o esporte consiste em partidas em uma melhor de cinco sets, sendo cada um deles dis- putado até que um dos jogadores atinja 11 pontos. A modalidade é designada para atletas com deficiência física e intelectual, composta por provas para o gênero feminino e masculino (CPB, 2021). Descrição da Imagem a fotografia mostra duas atletas brasilei- ras com deficiência motora praticando taekwondo. Nota-se que uma atleta está com o uniforme amarelo e a outra atleta com o uniforme azul, ambas da seleção brasileira. Figura 18 - Atletas lutando taekwondo / Flickr (2020a, on-line). Descrição da Imagem a fotografia mostra uma atleta brasileira com deficiência motora jogando tênis de mesa nos Jogos Para- límpicos de 2021. Figura 19 - Atleta jogando tênis de mesa / Flickr (2021o, on-line). 115 EDUCAÇÃO FÍSICA O tênis de mesa apresenta 11 categorias sendo elas: CLASSE ATLETA 1, 2, 3, 4 e 5 Deficiência motora. Cadeirantes. 6, 7, 8, 9 e 10 Deficiência motora. Andantes. 11 Deficiência motora. Andantes com deficiência intelectual. Quadro 11 - Classificação Funcional do Tênis de Mesa / Fonte: adaptado CPB (2021) Tênis de Cadeira de Rodas: as regras do tênis convencional são muito semelhantes com o tênis de cadeira de rodas, contudo, a principal diferença é que a bola pode quicar duas vezes no chão antes de ser rebatida. O tênis de cadeira de rodas é exclusivamente praticado por atletas com deficiência física e paralisia cerebral, composta por provas destinadas ao gênero feminino e masculino. Descrição da Imagem a foto- grafia mostra um atleta brasi- leiro com deficiência motora em sua cadeira de rodas jogando tênis de quadra nos Jogos Pan- -Americanos de 2019. Figura 20 - Atleta jogando tênis de quadra / Flickr (2019, on-line). Segundo o Comitê Paralímpico, o tênis de cadeira de rodas apresenta duas classes: CLASSE ATLETA Open ou Aberta Deficiência motora. Para atletas com alguma deficiência nos membros inferio-res. Quad ou Tetra Deficiência motora. Para atletas com deficiência em três ou mais extremida- des no corpo. Quadro 12 - Classificação Funcional do Tênis de Quadra / Fonte: adaptado CPB (2021). 116 Tiro com Arco: os atletas são divididos em classes, que se diferenciam pelas capacidades do atleta de ficar em pé e/ou de locomoção nos braços e tron- co. O Tiro com arco é exclusivamente praticado por atletas com deficiência física e paralisia cerebral, composta por provas destinadas ao gênero femini- no e masculino (CPB, 2021). Tiro Esportivo: o tiro esportivo é exclusivamente praticado por atletas com deficiência física para o gênero masculino e feminino. O atleta poderá atirar em pé, deitado, sentado ou ajoelhado. Descrição da Imagem a fotografia mostra uma atleta brasileira com deficiência motora em sua cadeira de rodas praticando Tiro com Arco nos Jogos Paralímpicos de 2021. Figura 21 - Atleta praticando Tiro com Arco / Flickr (2021p, on-li- ne). A modalidade apresenta duas classes, sendo elas: CLASSE ATLETA W1 Para atletas com deficiência grave, em três ou quatro membros Open Para atletas com deficiência em um membro (superior ou inferior) ou dois membros (inferiores ou superior e infe- rior do mesmo lado). Quadro 13 - Classificação Funcional do Tiro com Arco / Fonte: adaptado CPB (2021). Descrição da Imagem a fotografia mostra quatro atletas com deficiência motora praticando Tiro Esportivo, nos Jogos Paralím- picos de 2021. Nota-se que três desses atletas estão sentados praticando a modalidade e apenas um atleta com deficiência no braço esquerdo está de pé. Figura 22 - Atletas praticando Tiro Esportivo / Flickr (2021q, on-line). O tiro esportivo apresenta duas categorias: CLASSE ATLETA SH1 Atiradores de pistola e de carabina que conseguem segurar suas armas. SH2 Atiradores de carabina que precisam de suporte para a arma. Quadro 14 - Classificação Funcional do Tiro Esportivo / Fonte: adaptado CPB (2021). Triatlo: de acordo com o CPB, o triatlo é composto por 750 m de natação, 20 km de ciclismo e 5 km de corrida. Suas categorias são subdivididas de acordo 117 EDUCAÇÃO FÍSICA com a capacidade motora dos atletas. O Triatlo é designado para atletas com deficiência física e deficiência visual, composta por provas destinadas para o gênero feminino e masculino. A modalidade apresenta três classes: CLASSE ATLETA PTWC Deficiência motora. Para triatletas usuário de cadeiras de rodas. PTS2, PTS3, PTS4 e PTS5 Atletas com deficiências físico-motoras e paralisia cerebral andantes competem nestas classes, sendo a PTS2 para deficiências mais severas e PTS5 para deficiên- cias mais moderadas. PTVI Deficiência visual. Quadro 15 - Classificação Funcional do Triatlo / Fonte: adaptado CPB (2021). Vela: a modalidade exige domínio sobre correntes aquáticas, habilidade e estratégia, acima de tudo de mu- danças de vento. As categorias não apresentam divisão por gênero, ou seja, homens e mulheres velejam juntos, todos divididos de acordo com o comprometimento motor. A vela é destinada exclusivamente para pessoas com deficiência física composta por provas mistas, feminina e masculina (CPB, 2021). Descrição da Imagem a fotografia mostra duas Atletas do gênero femini- no com deficiência motora praticando o Triatlo. Ambas usando roupa justa de gi- nástica. Figura 23 - Atleta praticando Triatlo / Flickr (2016a, on-line). 118 A vela é disputada em três categorias, sendo elas: CLASSE ATLETA 2.4mR Deficiência motora. Um atleta pouco comprometido fisicamente. SKUD18 Deficiência motora. Dois atletas com paraplegia (mista). SONAR Deficiência motora. Três atletas. Quadro 16 - Classificação Funcional da Vela / Fonte: adaptado CPB (2021). Voleibol Sentado: inspirando no voleibol conven- cional, o voleibol sentado apresenta uma única ca- tegoria, em que todos os jogadores ficam sentados na quadra. A quadra e a rede possuem tamanhos menores. O Comitê Paralímpico brasileiro aponta que os jogadores são classificados de acordo com o grau de limitação física. Na classe D, estão os atle- tas amputados e com problemas locomotores mais acentuados. A classe MD, por sua vez, é composta por atletas com deficiências quase imperceptíveis, como problemas de articulações leves ou pequenas amputações nos membros. Cada equipe só pode contar com dois jogadores da classe MD no time. E os dois não podem estar em quadra ao mesmo tem- po. O voleibol sentado é destinado exclusivamente para pessoas com deficiência física. Descrição da Imagem a fotografia mostra dois atletas com defi- ciência motora participando de uma competição de vela nos Jogos Paralímpicos de 2016. Estão em uma barco branco, no meio do mar, ambos usando blusas de manga longa. Ao redor tem mais dois barcos com outros atletas. Figura 24 - Atletas praticando a Vela / Flickr (2016b, on-line). Descrição da Imagem a fotografia mostra várias Atletas da sele- ção brasileira com deficiência motora jogando voleibol sentado em uma quadra, com uma bola. Todos os atletas estão usando calça, tênise camiseta de manga curta. Figura 25 - Atletas jogando voleibol sentado / Flickr (2021r, on-line). JOGOS PARALÍMPICOS DE INVERNO Os Jogos Paralímpicos de Inverno apresentam uma quantidade inferior de modalidades quando comparada aos jogos paralímpicos de verão, sen- do compostas por 5 diferentes modalidades: Esqui cross-country, Curling em cadeira de rodas, Esqui alpino (que engloba o snowboard), Biathlon e Hó- quei no gelo. 119 EDUCAÇÃO FÍSICA Esqui cross-country: a modalidade é destina- da para atletas com deficiências físicas e visuais. Dependendo da limitação física, o esquiador pode usar um sit-ski (uma cadeira equipada com um par de esquis). Atletas com deficiência visual competem com um atleta-guia (classes B2 e B3 podem esco- lher se competem com um guia ou não). Tanto as mulheres quanto os homens participam de provas de distâncias curtas (provas de velocidade), médias (5 km a 20 km) e longas (variando de 10 km a 20 km), ou então no revezamento por equipe. A mo- dalidade é dividida entre as categorias sitting (sen- tado), standing (de pé) e visually impaired (para deficientes visuais) (CPB, 2021). Curling em cadeira de rodas: o curling em cadeira de rodas é uma versão adaptada do curling, um espor- te popular de inverno. As equipes, formadas por ho- mens e mulheres, precisam elaborar estratégias, que envolvam empurrar ou bloquear as pedras da outra equipe. Para isso, o atleta deve calcular o peso, a volta e o caminho que a pedra deve ser jogada (CPB, 2021). Descrição da Imagem a fotografia mostra um Atleta com defi- ciência motora praticando Esqui cross-country. Está usando calça preta, blusa de manga comprida branca e azul, luvas nas mãos e uma touca preta na cabeça. Figura 26 - Atleta de Esqui cross-country Esqui alpino: a modalidade compreende duas provas técnicas, sendo: Slalom e Slalom Gigante. Slalom possui um percurso que exige curvas curtas e abruptas, uma vez que os gates possuem menor distância entre eles, enquanto o Giant Slalom apre- senta maior distância entre os gates. A modalidade compreende também o Snowboard. O snowboard paralímpico é uma versão adaptada do snowboard para atletas com deficiências (CPB, 2021). Descrição da Imagem a fotografia mostra dois atletas com defi- ciência motora praticando Curling em cadeira de rodas. Uma atleta é uma mulher com os cabelos loiros e o outro é um homem com os cabelos pretos. Ambos usam roupa de manga comprida preta. Figura 27 - Atletas de Curling em cadeira de rodas 120 O Esqui Alpino é disputado em duas categorias, sendo elas: CLASSE ATLETA SB-UL Deficiência motora. Comprometi-mento dos membros superiores. SBLL-1, SBLL-2 Deficiência motora. comprometi- mento dos membros inferiores Quadro 17 - Classificação Funcional Esqui Alpino / Fonte: adapta- do CPB (2021). Biathlon: o esporte combina esqui cross-country com tiro esportivo, duas disciplinas muito distintas. Hóquei no gelo: é um esporte rápido, altamente físico e jogado por homens e mulheres com defi- ciência física nos membros inferiores do corpo. A modalidade sofre apenas algumas modificações das regras oficiais do Hóquei no Gelo olímpico. Em vez de patins, os atletas usam trenós com duas lâminas, duas varas, uma com ponta para empurrar e outra para o tiro. A disputa é entre duas equipes de 13 jo- gadores e dois goleiros (CPB, 2021). Descrição da Imagem a fotografia mostra uma Atleta com de- ficiência motora praticando Esqui Alpino. Usando somente uma das pernas, trajando uma roupa vermelha, sobre o gelo branco. Figura 28 - Atleta de Esqui Alpino Descrição da Imagem a fotografia mostra um Atleta com defi- ciência motora praticando Biathlon deitado sobre o chão que é um asfalto, trajando blusa de manga longa azul. Figura 29 - Atleta de Biathlon Os atletas são divididos nas categorias sentado, em pé e com deficiência visual (CPB, 2021). 121 EDUCAÇÃO FÍSICA Neste momento, você deve estar se perguntando: por que os deficientes auditivos não participam das Paralimpíadas? O atleta surdo não é compreendi- do como um indivíduo que apresenta grandes di- ficuldades de praticar qualquer desporto quando comparados às demais deficiências. Sabendo que o atleta surdo não apresenta nenhuma limitação motora, intelectual ou visual, sua participação nas Paralimpíadas não é permitida. Além disso, seria preciso organizar uma nova for- ma de aplicação dos esportes que não fosse sonora. Dentro desse contexto, todas as informações e notifi- cações seriam estritamente visuais, e não mais sonoras, como a largado no atletismo, na natação, a arbitragem do futebol, dentre tantas outras modalidades. Por esse motivo, desde o ano de 1924, na França, ocorreu a pri- meira olimpíada destinada exclusivamente a atletas surdos, nomeada como, “Jogos Internacionais Silen- ciosos”. Atualmente conhecida como Surdolimpíadas que ocorrem a cada quatro anos, assim como as para- limpíadas (CPB, 2021). Para Sarmento (2013), o esporte surdo é um ar- tefato cultural de grande importância para as pes- soas com deficiência auditiva. As práticas de espor- tes por pessoas surdas datam desde o século XIX com o primeiro clube de futebol surdo do mundo, o Glasgow DF no Reino Unido, a associação Sports Club for the Deaf de 1888, em Berlim e o primeiro clube desportivo para surdos na França, o Club Cy- cliste des sourds-muets de 1899. No Brasil, de acordo com Monteiro (2006), as associações desportivas tiveram sua origem no Grêmio Esportivo fundado em 1930, no Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). Após esse período, é possível observar o surgimento de ou- tras associações e que perduram até os dias atuais. A Confederação Brasileira de Desporto de Surdos participou pela primeira vez das Surdolimpíadas, em 1993, em Sofia, Bulgária. Já em 2013, houve a maior participação da Delegação Surdolímpica Brasileira, em que participaram 19 surdoatletas. Nesta edição, o Brasil conquistou quatro meda- lhas, sendo três na natação, pelo surdoatleta santis- ta Guilherme Maia e uma medalha de bronze no Karatê, conquistada pelo surdoatleta Heron Rodri- gues. No entanto, atualmente, o maior entrave para que os Jogos para surdos se estendam é a falta de apoio financeiro. Descrição da Imagem a fotografia mostra cinco Atletas com defi- ciência motora praticando Hóquei no gelo. Todos usam capacete e roupas de manga longa. Figura 30 - Atletas de Hóquei no gelo 122 A partir do conteúdo apresentado nesta unidade, assim como todas as modalidades adaptadas presentes nas paralimpíadas, você sentiu vontade de trabalhar com o esporte adaptado? Sabendo que além desses conhe- cimentos prévios, é importante também compreender conteúdos acerca da iniciação esportiva, com qual modalidade você gostaria de trabalhar? Que tipo de atividades você desenvolveria? Vamos tentar? Título: Paratodos Ano: 2016 Sinopse: “Paratodos” foi pensado para mobilizar. Traz material de apoio para educadores ampliarem reflexões sobre a inclusão da pessoa com deficiência. O objetivo da iniciativa é ampliar a visibilidade das Paralimpíadas, dos atletas com deficiência e estimular o debate sobre inclusão, esporte e acessibilidade entre os estudantes. Neste vídeo, você poderá acompanhar uma breve explicação sobre a história das Paralimpíadas e do Esporte Paralímpico Para acessar, use seu leitor de QR Code. 123 mapa mental Nesta unidade, realizamos uma imersão muito importante acerca dos esportes paralímpicos adaptados, porém não podemos esquecer de todo o contexto histórico que possibilitou a criação deste memorável evento esportivo. Para sintetizar esses conhecimentos, complete o Mapa Mental que aborda desde a origem dos jogos paraolímpicos até sua estrutura nos dias atuais! A origem dos jogos Paralímpicos está relacionada a: Ao encontrar esses soldados no hospital em processo de reabilitação, o médico Ludwig começou a organizar jogos adaptados internos. As primeiras modalidades foram: A partir dessa grande iniciativa de Ludwighoje existe o grande evento chamado “Paraolimpíadas” que ocorrem a cada quatro anos em dois momentos: Composta por 22 modalidades esportivas Composta por 5 modalidades esportivas Essas modalidades apresentam diversas categorias para a participação de atletas com variadas deficiências como: 124 referências UNIDADE 1 ADAMS, M.; BELL, L. A.; GRIFFIN, P. Teaching for diversity and social justice: A Sourcebook. New York: Routledge. 2007. 496p. APAE. Site. [2022]. Disponível em: http://apae.com.br. Acesso em: 27 abr. 2022. BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2022]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 27 abr. 2022. BRASIL. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: UNESCO, 1994. BRASIL. 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