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CASO CONCRETO

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Superior Tribunal de Justiça
AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 660.837 - CE (2015/0026577-0)
 
RELATOR : MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO
R.P/ACÓRDÃO : MINISTRO RAUL ARAÚJO
AGRAVANTE : J D M F 
ADVOGADO : FRANCISCO DIAS DE PAIVA FILHO E OUTRO(S) - CE015324 
AGRAVADO : L M P DE C M (MENOR)
AGRAVADO : G DE C M (MENOR)
AGRAVADO : V P DE C M (MENOR)
AGRAVADO : J D DE M N (MENOR)
REPR. POR : M DE L A DE C 
ADVOGADA : SÔNIA MARIA FERREIRA CHAGAS E OUTRO(S) - CE006506 
EMENTA
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. 
PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO DE ASTREINTES. 
IMPUGNAÇÃO. MULTA FIXADA EM CUMPRIMENTO DE 
SENTENÇA DE HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO DE ALIMENTOS. 
ENTREGA DE BEM IMÓVEL. OBRIGAÇÃO INCERTA. AUSÊNCIA 
DE INDIVIDUALIZAÇÃO DA COISA. INEXIGIBILIDADE DA 
MULTA. MATÉRIA SUSCITADA EM EMBARGOS DE 
DECLARAÇÃO. PRECLUSÃO. INEXISTÊNCIA. QUESTÃO DE 
ORDEM PÚBLICA. EXIGIBILIDADE DO TÍTULO EXECUTIVO. 
CONDIÇÃO DA AÇÃO EXECUTIVA. OMISSÃO RELEVANTE 
(CPC/73, ART. 535). AGRAVO PROVIDO. 
1. Arguida, em embargos de declaração, a inexigibilidade da multa 
(astreintes) fixada em sede de cumprimento de sentença de homologação 
de acordo, em razão da ausência de individualização do bem imóvel a ser 
entregue pelo devedor, a Corte local limitou-se a afirmar que se tratava de 
inovação recursal e supressão de instâncias, ignorando tratar-se de questão 
de ordem pública, relativa à própria exigibilidade do título executivo.
2. As matérias de ordem pública, conhecíveis de ofício pelas instâncias 
ordinárias, ainda que suscitadas apenas em embargos de declaração, 
devem ser examinadas pelo Tribunal de origem, sob pena de omissão.
3. Agravo interno provido, para dar provimento ao recurso especial.
ACÓRDÃO
Prosseguindo no julgamento, após o voto-vista do Ministro Marco Buzzi 
dando provimento ao agravo interno, acompanhando a divergência, a Quarta Turma, por maioria, 
decide dar provimento ao agravo interno, para dar provimento ao recurso especial nos termos do 
voto divergente do Ministro Raul Araújo, que lavrará o acórdão. Vencidos o Ministro Luis Felipe 
Salomão, relator, e o Ministro Antonio Carlos Ferreira. A Ministra Maria Isabel Gallotti e o Ministro 
Marco Buzzi (voto-vista) votaram com o Sr. Ministro Raul Araújo. 
Brasília, 07 de março de 2017(Data do Julgamento)
Documento: 1550588 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 16/05/2017 Página 1 de 10
Dra. M?rcia
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Dra. M?rcia
Realce
Superior Tribunal de Justiça
MINISTRO RAUL ARAÚJO 
Relator
Documento: 1550588 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 16/05/2017 Página 2 de 10
Superior Tribunal de Justiça
AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 660.837 - CE (2015/0026577-0)
 
AGRAVANTE : J D M F 
ADVOGADO : FRANCISCO DIAS DE PAIVA FILHO E OUTRO(S) - CE015324 
AGRAVADO : L M P DE C M (MENOR)
AGRAVADO : G DE C M (MENOR)
AGRAVADO : V P DE C M (MENOR)
AGRAVADO : J D DE M N (MENOR)
REPR. POR : M DE L A DE C 
ADVOGADA : SÔNIA MARIA FERREIRA CHAGAS E OUTRO(S) - CE006506 
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO (Relator): 
1. Cuida-se de agravo regimental interposto contra decisão que negou 
provimento ao agravo em recurso especial, tendo em vista a ausência de violação do art. 535, 
II, do CPC. 
Insurgem-se os agravantes, alegando que a norma processual contida no art. 
535 do CPC foi malferida, tendo em vista que, "...ao indicar que violado foi o art. 535, II, do 
CPC de 1973, por não ser analisada a matéria pertinente ao cabimento das astreintes, o 
REsp apontou corretamente o dispositivo legal malferido, visto que incabível a arguição de 
inovação recursal quando se cuida de matéria cognoscível de ofício. O recorrente, portanto, 
atuou exatamente como determina a jurisprudência desse Colendo Superior Tribunal, razão 
pela qual, especificamente quanto à necessidade de a Corte a quo se manifestar sobre a 
questão da persistência ou não da multa cominatória em caso no qual não havia sido 
especificado o objeto da obrigação de dar coisa incerta, roga-se pelo provimento do presente 
recurso e, consequentemente, o seguimento do Recurso Especial quanto a esse tema. 
Noutro vértice, quanto à intransferibilidade dos valores porventura depositados a título de 
pagamento da multa (evidentemente, caso a mesma venha a ser mantida), porque caberiam 
à prole agravada, não à genitora, não se verifica, data venia, matéria cuja apreciação 
evidencie supressão de instância, pois se o Tribunal Estadual deliberou sobre o cabimento 
das astreintes (embora se omitindo quanto ao ponto essencial delineado alhures) é 
consequência natural que ele deve definir quem são os beneficiários da verba e se a 
representante dos menores pode dela dispor, apesar da existência de pensão alimentícia. 
Também aqui deveria a Corte local haver se posicionado até de ofício. Portanto, igualmente, 
aplica-se tudo quanto acima exposto: a omissão é essencial ao deslinde da causa; a questão 
é de ordem pública, tendo sido suscitada em embargos de declaração; não há outro 
fundamento autônomo do julgado que supra a necessidade de enfrentar o ponto omisso." (fl. 
834). 
É o sucinto relatório.
Documento: 1550588 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 16/05/2017 Página 3 de 10
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AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 660.837 - CE (2015/0026577-0)
 
VOTO VENCIDO
O SENHOR MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO (Relator): 
2. O agravo regimental não merece ser acolhido. 
Como dito, não há que se falar em violação do art. 535, II, do CPC, pois o Eg. 
Tribunal de origem dirimiu as questões pertinentes, afigurando-se dispensável que venha a 
examinar uma a uma as alegações e fundamentos expendidos pelas partes. 
Além disso, basta ao órgão julgador que decline as razões jurídicas que 
embasaram a decisão, não sendo exigível que se reporte de modo específico a determinados 
preceitos legais.
2.1 Com efeito, o recorrente afirma que a prestação jurisdicional entregue pelas 
instâncias ordinárias foi omisso, uma vez que não apreciou dois aspectos por ele 
reclamados, quais sejam: 1) a impossibilidade de transferir o valor da multa diária, haja vista 
ela decorrer do não cumprimento da obrigação de entrega de imóvel gravado com 
intransferibilidade a seus filhos, sendo que o valor deve ser depositado proporcionalmente em 
contas individualizadas em nome de cada filho, sendo vedada sua disposição antes de 
atingida a maioridade; e 2) a ausência de individualização do bem imóvel que deverá ser 
comprado, o que impede o cumprimento da obrigação de fazer imposta ao recorrente, bem 
como a estipulação de astreintes.
No entanto, a Corte de origem registra que não houve as respectivas omissões 
apontadas no acórdão que apreciou o agravo de instrumento, pois, quanto a primeira 
alegação, esta não havia sido analisada no juízo de origem, sendo vedado o órgão ad quem 
analisá-lo sob pena de supressão de instância. Quanto à segunda alegação, o Tribunal 
Estadual destaca que não poderia abordá-la pois tratava-se de inovação recursal. 
2.2 Como dito, importa destacar que "julgamento omisso" não é o mesmo que 
"julgamento equivocado" ou injusto. Se acaso a decisão não se coaduna com a realidade 
fática do caso, isto é, se o direito foi mal aplicado à situação delineada nos autos, o recurso 
deve vir baseado nos artigos de lei federal que tratam da matéria de fundo abordada 
no caso (supressão de instância e inovação recursal). Para tanto, não se presta a 
alegação de mácula ao dispositivo processual que inquina de nulidade os julgamentos 
omissos, contraditórios ou obscuros, quando nenhuma dessas máculas eiva na realidade o 
aresto proferido na origem. 
3. Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental. 
Documento: 1550588 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 16/05/2017 Página 4 de 10
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É o voto.
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUARTA TURMA
 
AgInt no
Número Registro: 2015/0026577-0 PROCESSO ELETRÔNICO AREsp 660.837 / CE
Números Origem: 00026465820118060000 2005002478066 26465820118060000 695786420078060001
PAUTA: 25/10/2016 JULGADO: 25/10/2016
SEGREDO DE JUSTIÇA
Relator
Exmo. Sr. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO
Presidente da Sessão
Exma. Sra. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. MARIA HILDA MARSIAJ PINTO
Secretária
Dra. TERESA HELENA DA ROCHA BASEVI
AUTUAÇÃO
AGRAVANTE : J D M F 
ADVOGADO : FRANCISCO DIAS DE PAIVA FILHO E OUTRO(S) - CE015324 
AGRAVADO : L M P DE C M (MENOR)
AGRAVADO : G DE C M (MENOR)
AGRAVADO : V P DE C M (MENOR)
AGRAVADO : J D DE M N (MENOR)
REPR. POR : M DE L A DE C 
ADVOGADA : SÔNIA MARIA FERREIRA CHAGAS E OUTRO(S) - CE006506 
ASSUNTO: DIREITO CIVIL - Família - Alimentos
AGRAVO INTERNO
AGRAVANTE : J D M F 
ADVOGADO : FRANCISCO DIAS DE PAIVA FILHO E OUTRO(S) - CE015324 
AGRAVADO : L M P DE C M (MENOR)
AGRAVADO : G DE C M (MENOR)
AGRAVADO : V P DE C M (MENOR)
AGRAVADO : J D DE M N (MENOR)
REPR. POR : M DE L A DE C 
ADVOGADA : SÔNIA MARIA FERREIRA CHAGAS E OUTRO(S) - CE006506 
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUARTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão 
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
Após o voto do relator negando provimento ao agravo interno, PEDIU VISTA o Ministro 
Raul Araújo.
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Superior Tribunal de Justiça
AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 660.837 - CE (2015/0026577-0)
 
RELATOR : MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO
AGRAVANTE : J D M F 
ADVOGADO : FRANCISCO DIAS DE PAIVA FILHO E OUTRO(S) - CE015324 
AGRAVADO : L M P DE C M (MENOR)
AGRAVADO : G DE C M (MENOR)
AGRAVADO : V P DE C M (MENOR)
AGRAVADO : J D DE M N (MENOR)
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ADVOGADA : SÔNIA MARIA FERREIRA CHAGAS E OUTRO(S) - CE006506 
VOTO VENCEDOR
O EXMO. SR. MINISTRO RAUL ARAÚJO: 
1. Trata-se de agravo interno interposto por J. D. M. F. de decisão do em. Ministro 
LUIS FELIPE SALOMÃO, que negou provimento ao agravo em recurso especial da parte, 
afastando a alegação de ofensa ao art. 535, II, do CPC/73.
Em suas razões, o agravante insiste na existência de omissão no julgamento proferido 
pelo eg. Tribunal de origem relativamente aos seguintes pontos: (I) inexigibilidade da multa 
(astreintes), por tratar-se de obrigação de entregar coisa incerta; e (II) impossibilidade de 
transferência dos valores respectivos, uma vez que a penalidade cobrada estaria vinculada à 
obrigação de entrega de imóvel destinado exclusivamente aos filhos do agravante, com cláusula de 
intransferibilidade.
Argumenta, em síntese, que, em se tratando de matéria conhecível de ofício, como se 
verifica no caso de questões relativas a astreintes, pode ser suscitada em embargos de declaração, 
caracterizando omissão a recusa do Tribunal de se manifestar a respeito.
O em. Relator negou provimento ao agravo interno.
Pedi vista dos autos para um exame mais próximo da matéria.
2. Preliminarmente, no tocante à alegada ausência de pressuposto de admissibilidade 
do recurso em razão da falta de recolhimento da multa do art. 557, § 2º, do CPC/73, imposta ao ora 
agravante pelo eg. Tribunal de origem, observo que a questão, embora arguida pelos agravados em 
diversas oportunidades, não foi apreciada pela eg. Corte estadual, ao menos nestes autos.
Ademais, conforme se verifica, a multa em questão foi imposta à parte no julgamento 
de agravo interno interposto em sede de outro agravo de instrumento (fls. 171/174), que não constitui 
objeto do recurso especial de que tratam os presentes autos, sendo certo, outrossim, que o próprio 
Tribunal que impôs a penalidade conheceu e julgou os recursos posteriores da parte, nada dizendo a 
respeito.
Nesses termos, à míngua de elementos mínimos, deixo de conhecer da questão. 
3. Os autos dão conta de que, na origem, M. DE. L. A. DE C. e OUTROS 
Documento: 1550588 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 16/05/2017 Página 7 de 10
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requereram, em face de J. D. M. F., ora agravante, o cumprimento de sentença que homologou 
acordo firmado em ação de alimentos, no qual se estabeleceu ao devedor a obrigação de entregar 
um automóvel e um imóvel aos credores.
Recebida a inicial, a il. Magistrada de piso proferiu a seguinte decisão (fls. 82/83):
"[...] Assim, uma vez que se apresenta viável a efetivação da tutela 
específica no presente caso,nos termos do art. 461, caput, do CPC, hei 
por bem determinar a intimação do executado para cumprir, no prazo de 
30 dias, contado da juntada aos autos do Mandado devidamente 
cumprido pelo oficial de justiça, as obrigações consistentes em: a) 
comprar um automóvel, indicado pela exequente, com valor atualizada 
de até R$ 32.550, 79 (trinta e dois mil quinhentos e cinqüenta reais e 
setenta e nove centavos), registrando-se referido veículo no DETRAN-CE 
em nome de (...), sendo referido bem entregue à mesma, com despesas 
pagas pelo executado, devolvendo a exeqüente o veículo RENAULT, 
placa HVM 2121; b) comprar um imóvel residencial para os filhos, com 
cláusula de inalienabilidade, preservando o padrão de moradia atual dos 
mesmos, cuja posse fica a eles garantida até o cumprimento da 
obrigação, devendo ser considerada a indicação de imóvel pela 
exeqüente na inicial (fls. 5).
Na hipótese de descumprimento desta determinação judicial no prazo 
retromencionado, fixo multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) por cada 
dia de atraso, consoante o art. 461, § 5º, do CPC." (fl. 83). 
Intimado, o devedor apresentou impugnação, alegando a existência de condição 
suspensiva a impedir a execução da obrigação (fls. 93/101). 
Rejeitada a impugnação (fls. 105/106), foi interposto agravo de instrumento, 
improvido nos termos do v. acórdão assim ementado:
"PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL DE DECISÃO QUE 
NEGOU SEGUIMENTO AO AGRAVO DE INSTRUMENTO SOB PÁLIO 
DE MANIFESTA IMPROCEDÊNCIA.
INTERPRETAÇÃO DE ACORDO COM CLÁUSULAS QUE POSSAM 
GERAR DÚVIDAS DEVE ATENDER AOS INTERESSES DO 
ALIMENTANDO. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO." (fl. 247).
Transcorrido o prazo para o cumprimento da obrigação (fl. 136), os credores 
promoveram, nos próprios autos, a execução da multa fixada pelo juízo da execução, no valor, à 
época, de R$ 53.000,00 (fls. 138/140).
O devedor, desta feita, apresentou exceção de pré-executividade (fls. 202/218) e, 
ainda, impugnação (fls. 221/235), alegando, em ambas as peças, a desproporcionalidade do valor das 
astreintes, excesso de execução e enriquecimento ilícito, pedindo, ao final, a redução do valor da 
multa.
Documento: 1550588 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 16/05/2017 Página 8 de 10
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A exceção de pré-executividade foi indeferida (fls. 295/297), e a impugnação, 
julgada improcedente (fls. 299/301).
Interposto agravo de instrumento, o il. Relator determinou a suspensão da decisão 
agravada (fls. 485/489). O eg. Tribunal de Justiça, por sua vez, deu parcial provimento ao recurso, 
nos termos do v. acórdão assim ementado:
"PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. IMPUGNAÇÃO À 
EXECUÇÃO DE ASTREINTES. CUMPRIMENTO DE ACORDO 
HOMOLOGADO E TRANSITADO EM JULGADO NOS AUTOS DE AÇÃO 
DE ALIMENTOS. CUMPRIMENTO PARCIAL. ASTREINTES. VALOR QUE 
SE TORNOU EXCESSIVO PELO LARGO PERÍODO DE 
DESCUMPRIMENTO DA DECISÃO. ATENÇÃO AO DEVER DE 
PROPORCIONALIDADE. REDUÇÃO. POSSIBILIDADE. VALOR 
EXAGERADO. PRECEDENTES STJ. LIMITAÇÃO DO ART. 14 DO CPC: 
NÃO APLICAÇÃO. PRECEDENTES STJ. DECISÃO REFORMADA.
- A controvérsia instalada nos autos recai sobre a necessidade, ou não, 
de redução do valor das astreintes, quetem como montante final a 
quantia de R$ 551.000,00 (quinhentos e cinquenta e um mil reais), com o 
intuito de evitar possível enriquecimento sem causa.
- Impõe-se destacar que a parte ora agravante adimpliu com parte do 
acordo, vez que entregou o veículo automotor, revelando-se, assim, o 
montante de R$ 551.000,00 (quinhentos e cinquenta e um mil reais), 
decorrente da fixação da astreinte em valor de R$ 500,00 (quinhentos 
reais) por dia de descumprimento das obrigações constantes na decisão 
judicial desarrazoado.
- 'A multa imposta com base no art. 461 do CPC, quando considerada 
exorbitante ou insuficiente, pode ser modificada pelo juiz a qualquer 
tempo, já que não faz coisa julgada material, hipótese, portanto, em que 
não se opera a preclusão.' (STJ,T-4, AgRg no Ag 1144150/GO, Rel. Min. 
João Otávio de Noronha, data do julgamento 22/03/2011, Data da 
Publicação/Fonte DJe 31/03/2011).
- Analisando-se as peculiaridades da hipótese, verifica-se que, manter 
uma multa que, embora fixada em R$ 500,00 por dia de descumprimento, 
quando da execução do acordo judicial, em outubro de 2007, atingiu, 
quando executada, em abril de 2011 (1.102 dias/multa), um valor 
aproximadamente de R$ 551.000,00 (quinhentos e cinquenta e uma mil 
reais), representa exagero, propiciando enriquecimento sem causa da 
parte agravada.
No entanto, não deve prosperar a alegação do agravante que o valor da 
multa cominatória não poderia ultrapassar o percentual de 20% (vinte 
por cento) do valor total, à medida em que tal limite somente deve ser 
invocado quando diante da multa imposta pelo art. 14 do CPC, e não o 
art. 461, § 4º, que trata das astreintes.
- Ao mais, como já exposto, aponta-se na jurisprudência da Superior 
Corte de Justiça parâmetro que pode ser adotado como critério objetivo 
para a fixação do montante final das astreintes, o valor do bem da 
obrigação principal, evitando-se o enriquecimento sem causa. Verifico, 
Documento: 1550588 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 16/05/2017 Página 9 de 10
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no presente instrumento, que a obrigação decorrente do acordo judicial 
se aproxima do valor de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais), 
tendo em vista que o juízo de origem não especificou o valor do 
apartamento, ressaltando, apenas que deveria ser preservado o padrão 
de moradia filhos, logo, acolhendo tal parâmetro jurisprudencial de 
limitação para determinar o valor final a mim incumbido, e com 
fundamento no art. 461, § 6º, do CPC, fixo o valor das astreintes em R$ 
330.600,00 (trezentos e trinta mil e seiscentos reais), fixados na data 
deste julgado, tendo em vista, como dito, o valor da redução da multa 
diária para R$ 300,00 (trezentos reais), os 1.102 dias/multa, bem como o 
direito de habitação dos agravados.
RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. DECISÃO 
REFORMADA." (fls. 576/578).
Contra o v. acórdão foram opostos embargos de declaração pelo devedor, que 
sustentou, então, a existência de omissão relativamente à indisponibilidade dos recursos financeiros 
decorrentes da multa até a maioridade dos filhos e, também no tocante ao não cabimento de 
astreintes no caso, por se tratar de obrigação incerta. 
Rejeitados os embargos de declaração, o devedor, inconformado, interpôs recurso 
especial apontando violação do art. 535, II, do CPC/73.
4. Quando do julgamento do presente agravo interno, em que pesem as bem lançadas 
razões do eminente Relator, preocupou-me o fato de que, no caso, a omissão apontada pelo 
recorrente diz respeito a questão de ordem pública, relativa à inexigibilidade da própria obrigação 
que deu origem à multa ora em execução.
Nesse passo, examinando atentamente os autos, verifica-se que, quando do 
julgamento dos embargos de declaração opostos pelo agravante, a eg. Corte Estadual manifestou-se 
nos seguintes termos:
 "Primeiramente, incumbe salientar que não há omissão no que diz 
respeito à manifestação expressa sobre a intransferibilidade do valor da 
multa diária, à medida que tal matéria não foi discutida pelo juízo de 
origem, sendo vedado ao órgão ad quem analisar a referida questão, 
pois se fosse apreciada ocorreria a indevida supressão de instância, em 
clara violação ao princípio do duplo grau de jurisdição.
 Já no que se refere à ausência de individualização do bem imóvel que 
deverá ser comprado, entendo que não assiste razão o embargante por 
duas razões. A uma, tal alegação não foi apreciada por esta Câmara 
quando do julgamento - ora embargado - de. fls. 695/707 (do AI), bem 
como não foi sequer suscitada nas razões do RECURSO DE AGRAVO DE 
INSTRUMENTO, denotando, assim, flagrante (e indevida) inovação 
recursal. A duas, a referida alegação vai de encontro à norma de 
conduta da boa fé objetiva, da qual deriva também a norma que veda o 
comportamento contraditório (venire contra factum in propium), os quais 
devem conduzir as partes e o julgador.
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Superior Tribunal de Justiça
 [...]
 O sistema processual deve existir para dar segurança jurídica às 
partes e não para oportunizar surpresas. Com efeito, do princípio da 
boa-fé processual se extrai o dever fundamental de solidariedade entre 
as partes e o Poder Judiciário, ou seja, o dever de não quebrar a 
confiança e de não agir com deslealdade." (fls. 722/723).
Nesse contexto, rogando vênia ao eminente Relator, é forçoso reconhecer, na 
espécie, a existência de omissão. 
Com efeito, em se tratando de questão de ordem pública, como no caso, porquanto 
relativa à inexigibilidade do próprio título executivo, ainda que suscitada apenas em embargos de 
declaração, deve o Tribunal de origem conhecer e decidir a questão, por se tratar de matéria 
conhecível de ofício, sob pena de omissão.
Nesse sentido o entendimento manifestado pelo Superior Tribunal de Justiça no 
julgamento do AgRg no REsp 1.218.007/MT, da relatoria do em. Ministro MOURA RIBEIRO, 
que tratou de caso semelhante, assim ementado:
"AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL 
CIVIL. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. EXCEÇÃO DE 
PRÉ-EXECUTIVIDADE. ASTREINTE FIXADA EM AÇÃO CAUTELAR. 
IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO DEDUZIDO NA AÇÃO PRINCIPAL. 
ARGUMENTO NÃO SUSCITADO NA EXCEÇÃO DE 
PRÉ-EXECUTIVIDADE. QUESTÃO DE ORDEM PÚBLICA (NULIDADE 
DA EXECUÇÃO POR INEXIGIBILIDADE DO TÍTULO) SUSCITADA EM 
EMBARGOS DECLARATÓRIOS. APRECIAÇÃO PELO TRIBUNAL DE 
ORIGEM. IMPRESCINDIBILIDADE. OFENSA AO ART. 535 DO CPC 
CONFIGURADA. AGRAVO REGIMENTAL PROVIDO. 
1. As agravantes alegaram a tese de nulidade da execução diante da 
inexigibilidade do título somente nos embargos de declaração 
apresentados após a publicação do acórdão que julgou o agravo de 
instrumento, sustentando que cessou a condição para a cobrança da 
astreinte fixada em sentença cautelar porque a ação principal foi julgada 
improcedente. 
2. As questões cognoscíveis de ofício na instância ordinária devem ser 
analisadas nos embargos declaratórios apresentados na origem, 
independentemente da ocorrência de omissão. 
3. Agravo regimental provido." 
(TERCEIRA TURMA, DJe de 13/5/2015).
No mesmo sentido:
"PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM 
RECURSO ESPECIAL. ART. 535, II, DO CPC. CONTRARIEDADE. 
EMBARGOS INFRINGENTES. MATÉRIAS DE ORDEM PÚBLICA. 
LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO. QUESTÃO RELEVANTE PARA O 
DESLINDE DA CONTROVÉRSIA. OMISSÃO. RECONHECIMENTO. 
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ACÓRDÃO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. NULIDADE. 
REMESSA DOS AUTOS À INSTÂNCIA DE ORIGEM. AGRAVO 
REGIMENTAL PROVIDO. 
1. Das matérias de ordem pública referentes às condições da ação e aos 
pressupostos processuais o julgador pode conhecernas instâncias 
ordinárias, ainda que em embargos infringentes. Precedentes do STJ. 
2. Há contrariedade ao art. 535, II, do Código de Processo Civil quando 
o Tribunal a quo, a despeito da oposição de embargos de declaração, 
abstém-se de debater e emitir juízo de valor sobre questão relevante - 
litisconsórcio necessário - para o integral e correto deslinde da 
controvérsia. 
3. Reconhecida a ocorrência de omissão no acórdão dos embargos de 
declaração, impõe-se sua anulação com a consequente remessa dos autos 
à instância de origem para que, mediante novo julgamento dos 
aclaratórios, aprecie a questão neles suscitada. 
4. Agravo regimental provido para se conhecer em parte do recurso 
especial e dar-lhe provimento." 
(AgRg no AREsp 196.928/CE, Rel. Ministro PAULO DE TARSO 
SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, DJe de 6/4/2015)
No caso, mesmo tendo sido provocado a se manifestar sobre a inexigibilidade das 
astreintes - em razão da ausência de individualização do bem imóvel a ser entregue pelo devedor, 
sobre o qual divergem as partes, havendo necessidade de definição por decisão judicial -, a Corte 
local limitou-se a afirmar que se tratava de inovação recursal e supressão de instância, rejeitando os 
embargos de declaração, ignorando tratar-se de questão relativa à própria exigibilidade do título 
executivo. 
No entanto, ao assim agir, de fato deixou de decidir a questão de ordem pública 
expressamente devolvida pela parte, omitindo-se na apreciação de questão relevante ao deslinde da 
causa, com efetiva violação do art. 535, II, do CPC/73.
No ponto, merece referência o seguinte precedente desta Corte:
CIVIL. ACORDO DE SEPARAÇÃO CONSENSUAL. CONDIÇÃO 
POTESTIVA NÃO CARACTERIZADA. OBRIGAÇÃO PECUNIÁRIA 
ILÍQUIDA.
1. É pressuposto da condição a subordinação do negócio jurídico a 
evento futuro e incerto.
2. A obrigação assumida pelo ex-marido, no acordo de separação 
consensual, de custear a diferença de preço entre o imóvel em que 
residia a família e outro imóvel a ser adquirido pela sua ex-mulher em 
cidade especificada no acordo não está subordinada a condição 
puramente potestativa.
3. A incerteza quanto ao objeto da obrigação não traduz arbítrio de uma 
das partes. Obrigação pecuniária ilíquida, cuja execução depende de 
Documento: 1550588 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 16/05/2017 Página 12 de 10
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prévia determinação do imóvel a ser adquirido, o qual, embora da 
escolha da credora, deve observar critério médio (nem o melhor e nem o 
pior imóvel da cidade de destino), compatível com a moradia em que 
residia anteriormente a família. Aplicação analógica dos critérios legais 
aplicáveis às obrigações de entrega de coisa incerta.
4. Recurso especial parcialmente provido.
(REsp 970.143/SC, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, 
QUARTA TURMA, julgado em 15/02/2011, DJe de 22/02/2011)
Esse precedente é, ainda, integrado pela seguinte decisão:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RECURSO ESPECIAL. OBRIGAÇÃO 
PECUNIÁRIA ILÍQUIDA. MULTA DIÁRIA INCABÍVEL.
1. A multa diária fora imposta pela decisão de primeiro grau sob o 
fundamento de que se tratava de execução de obrigação de fazer, 
premissa esta que não mais subsiste com o provimento parcial do recurso 
especial que reconheceu se cuidar de obrigação pecuniária ilíquida. 
Multa diária indevidamente cominada que não mais subsiste.
2. Embargos de declaração acolhidos.
(EDcl no REsp 970.143/SC, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, 
QUARTA TURMA, julgado em 22/03/2011, DJe de 28/03/2011)
Portanto, com essas considerações, pedindo vênia ao eminente Relator, dou 
provimento ao presente agravo regimental para determinar o retorno dos autos ao eg. Tribunal de 
origem, para que aprecie as questões suscitadas nos embargos de declaração opostos pelo 
agravante.
Esse é o voto.
Documento: 1550588 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 16/05/2017 Página 13 de 10
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AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 660.837 - CE (2015/0026577-0)
 
VOTO
MINISTRA MARIA ISABEL GALLOTTI: Senhores Ministros, peço vênia 
ao eminente Relator para acompanhar a divergência inaugurada pelo Ministro Raul 
Araújo, pois foi alegada, em embargos de declaração, questão referente à carência de 
ação executiva por falta de título executivo, uma vez que não havia definição de qual 
imóvel especificamente deveria ser adquirido pelo ex-marido. Portanto, penso que não 
há como fazer incidir uma multa se não há ainda a definição do imóvel sobre o qual 
recai a obrigação assumida no acordo de separação. 
Acompanho, portanto, com a devida vênia do Ministro Relator, a 
divergência.
Documento: 1550588 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 16/05/2017 Página 14 de 10
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUARTA TURMA
 
AgInt no
Número Registro: 2015/0026577-0 PROCESSO ELETRÔNICO AREsp 660.837 / CE
Números Origem: 00026465820118060000 2005002478066 26465820118060000 695786420078060001
PAUTA: 07/02/2017 JULGADO: 07/02/2017
SEGREDO DE JUSTIÇA
Relator
Exmo. Sr. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO
Presidente da Sessão
Exma. Sra. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. HUMBERTO JACQUES DE MEDEIROS
Secretária
Dra. TERESA HELENA DA ROCHA BASEVI
AUTUAÇÃO
AGRAVANTE : J D M F 
ADVOGADO : FRANCISCO DIAS DE PAIVA FILHO E OUTRO(S) - CE015324 
AGRAVADO : L M P DE C M (MENOR)
AGRAVADO : G DE C M (MENOR)
AGRAVADO : V P DE C M (MENOR)
AGRAVADO : J D DE M N (MENOR)
REPR. POR : M DE L A DE C 
ADVOGADA : SÔNIA MARIA FERREIRA CHAGAS E OUTRO(S) - CE006506 
ASSUNTO: DIREITO CIVIL - Família - Alimentos
AGRAVO INTERNO
AGRAVANTE : J D M F 
ADVOGADO : FRANCISCO DIAS DE PAIVA FILHO E OUTRO(S) - CE015324 
AGRAVADO : L M P DE C M (MENOR)
AGRAVADO : G DE C M (MENOR)
AGRAVADO : V P DE C M (MENOR)
AGRAVADO : J D DE M N (MENOR)
REPR. POR : M DE L A DE C 
ADVOGADA : SÔNIA MARIA FERREIRA CHAGAS E OUTRO(S) - CE006506 
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUARTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão 
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
Prosseguindo no julgamento, após o voto-vista do Ministro Raul Araújo dando 
provimento ao agravo interno, divergindo do relator, e o voto da Ministra Maria Isabel gallotti 
acompanhando a divergência, e o voto do Ministro Antonio Carlos Ferreira acompanhando o 
Documento: 1550588 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 16/05/2017 Página 15 de 10
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relator, PEDIU VISTA o Ministro Marco Buzzi.
Documento: 1550588 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 16/05/2017 Página 16 de 10
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUARTA TURMA
 
AgInt no
Número Registro: 2015/0026577-0 PROCESSO ELETRÔNICO AREsp 660.837 / CE
Números Origem: 00026465820118060000 2005002478066 26465820118060000 695786420078060001
PAUTA: 07/02/2017 JULGADO: 21/02/2017
SEGREDO DE JUSTIÇA
Relator
Exmo. Sr. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO
Presidente da Sessão
Exma. Sra. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. HUMBERTO JACQUES DE MEDEIROS
Secretária
Dra. TERESA HELENA DA ROCHA BASEVI
AUTUAÇÃO
AGRAVANTE : J D M F 
ADVOGADO : FRANCISCO DIAS DE PAIVA FILHO E OUTRO(S) - CE015324 
AGRAVADO : L M P DE C M (MENOR)
AGRAVADO : G DE C M (MENOR)
AGRAVADO : V P DE C M (MENOR)
AGRAVADO : J D DE M N (MENOR)
REPR. POR : M DE L A DE C 
ADVOGADA : SÔNIA MARIA FERREIRA CHAGAS E OUTRO(S) - CE006506 
ASSUNTO: DIREITO CIVIL - Família - Alimentos
AGRAVO INTERNO
AGRAVANTE : J D M F 
ADVOGADO : FRANCISCO DIAS DE PAIVA FILHO E OUTRO(S) - CE015324 
AGRAVADO : L M P DE C M (MENOR)
AGRAVADO : G DE C M (MENOR)
AGRAVADO : V P DE C M (MENOR)
AGRAVADO : J D DE M N (MENOR)
REPR. POR : M DE L A DE C 
ADVOGADA : SÔNIA MARIA FERREIRA CHAGAS E OUTRO(S) - CE006506 
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUARTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão 
realizadanesta data, proferiu a seguinte decisão:
Adiado para a próxima sessão por indicação do Sr. Ministro Marco Buzzi.
Documento: 1550588 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 16/05/2017 Página 17 de 10
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AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 660.837 - CE (2015/0026577-0)
 
VOTO-VISTA
O EXMO. SR. MINISTRO MARCO BUZZI: Cuida-se de agravo interno 
interposto por J. D. de M. F. contra decisão monocrática, da lavra do Ministro Luis 
Felipe Salomão, que negou provimento ao agravo (art. 544 do CPC/73), mantendo, 
portanto, a negativa de seguimento ao recurso especial. 
O apelo extremo, a seu turno, fora deduzido em desafio a acórdão proferido 
pelo Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, em sede de agravo de instrumento, no 
qual se proveu em parte o recurso, a fim de reduzir o valor das astreintes cominadas. 
Em suas razões, alegou-se a configuração de negativa de prestação jurisdicional, na 
medida em que a Corte local, embora provocada a se manifestar sobre questões de 
ordem pública, em sede embargos de declaração, não o fizera.
Contra a deliberação unipessoal que negou provimento ao agravo (art. 544 
do CPC/73), manejou-se o correlato agravo interno. 
O relator proferiu voto no sentido de negar provimento ao reclamo, sob o 
argumento de que a Corte de origem não teria se omitido quanto à análise dos temas 
aventados, pois: quanto à primeira alegação, essa não havia sido analisada no juízo de 
origem, sendo vedado ao órgão ad quem analisá-lo sob pena de supressão de instância 
e, no que concerne à segunda arguição, essa consubstanciaria inovação recursal. 
Acrescentou, no particular, que julgamento omisso não é o mesmo que julgamento 
equivocado ou injusto. Desse modo, no caso dos autos, o recurso deveria ter vindo 
baseado em artigos de lei federal que tratam da matéria de fundo abordada no caso - 
supressão de instância e inovação recursal.
Com vista dos autos, o Ministro Raul Araújo inaugurou divergência, 
reconhecendo a existência de omissão. Para tanto, consignou que: "em se tratando de 
questão de ordem pública, como no caso, porquanto relativa à inexigibilidade do próprio 
título executivo, ainda que suscitada apenas em embargos de declaração, deve o 
tribunal de origem conhecer e decidir a questão, por se tratar de matéria conhecível de 
ofício, sob pena de omissão."
Na sessão do dia 07.02.2017, a Ministra Maria Isabel Gallotti acompanhou a 
divergência, ao passo que o Ministro Antonio Carlos Ferreira manifestara-se em 
concordância com o relator.
Documento: 1550588 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 16/05/2017 Página 18 de 10
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Ante o empate e, para melhor exame da controvérsia, pedi vista dos autos. 
VOTO
Rogando vênias ao e. Relator e ao ilustre colega que o acompanhou, 
perfila-se com a divergência, a fim de acolher o agravo interno para, conhecendo do 
agravo (art. 544 do CPC/73), dar provimento ao próprio recurso especial, admitindo a 
preliminar de negativa de prestação jurisdicional. 
1. Inicialmente, não se conhece da questão, aventada na impugnação de fls. 
838-847, e-STJ, afeta à ausência de recolhimento da multa aplicada no bojo de outro 
agravo de instrumento a obstar o conhecimento dos recursos manejados na origem, 
visto que se trata de questão alheia aos presentes autos, não tendo sido objeto de 
enfrentamento pela Corte a quo.
2. Cinge-se a controvérsia instaurada no recurso especial à configuração ou 
não de negativa de prestação jurisdicional - arguição de ofensa ao artigo 535 do Código 
de Processo Civil de 1973 -, diante da ausência de manifestação expressa quanto a 
duas teses, aventadas apenas em embargos de declaração. 
Para uma melhor compreensão acerca do tema, faz-se necessário uma 
breve digressão do trâmite processual no âmbito das instâncias ordinárias. 
Cuida-se, originariamente, de um cumprimento de sentença requerido pelos 
ora agravados, relativo à deliberação que homologara acordo firmado em ação de 
alimentos, em que se constituiu obrigação do devedor de entregar um automóvel e e 
um bem "imóvel residencial para os filhos, com cláusula de inalienabilidade, 
condicionado à venda do apartamento ocupado por [...]" (fl. 48, e-STJ).
Recebida a inicial, a magistrada singular exarou decisão no sentido de 
determinar o cumprimento da obrigação de fazer, sob pena de multa diária. 
Decorrido o prazo para o cumprimento da obrigação, os credores 
promoveram, nos próprios autos, a execução da multa fixada pelo juízo, no valor, à 
época, de R$ 53.000,00 (cinquenta e três mil reais). O devedor, desta vez, apresentou 
impugnação, alegando a desproporcionalidade do valor das astreintes, excesso de 
execução e enriquecimento ilícito, pedindo, ao final, a redução da multa, pretensão que 
foi rechaçada. 
A decisão de improcedência da impugnação ao cumprimento de 
sentença deu origem ao agravo de instrumento subjacente ao presente recurso 
especial, em cujas razões defendeu o agravante a exorbitância do valor a que 
Documento: 1550588 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 16/05/2017 Página 19 de 10
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chegara a multa (R$ 551.000,00). A Corte de origem, consoante já mencionado, 
deu parcial provimento ao agravo de instrumento, a fim de reduzir a quantia para 
R$ 330.600,00. 
Opostos embargos de declaração contra o mencionado acórdão, foram 
aventadas duas omissões, especificamente no que tange: i) ao caráter intransferível 
dos valores relativos à multa, porquanto vinculada à obrigação de entrega de imóvel 
destinado exclusivamente aos filhos, com cláusula de intransferibilidade; ii) à 
inexigibilidade da multa, pois se trata de obrigação de dar coisa incerta, sem ter havido 
prévia concentração.
No entanto, a Corte de origem, sob o argumento de que as referidas 
matérias representariam inovação recursal e, de conseguinte, que o seu exame, 
naquela sede, consubstanciaria indevida supressão de instância, deixou de apreciá-las. 
E é essa a controvérsia instaurada por meio do recurso especial, isto 
é, se a ausência de enfrentamento dos pontos suscitados em sede de 
aclaratórios, ainda que tenham sido aventados apenas nessa oportunidade, 
consubstanciaram negativa de prestação jurisdicional.
No particular, oportuno pontuar que, a uma adequada prestação jurisdicional, 
impõe-se ao magistrado o dever de enfrentar todos os argumentos relevantes - ou 
fundamentos -, deduzidos pelas partes em suas manifestações durante o processo. 
Entende-se por fundamento relevante aquele que é capaz de infirmar, em tese, a 
conclusão adotada pelo julgador, ou seja, todo argumento idôneo para a alteração do 
julgado.
Assim, com a devida vênia ao e. Relator, em se tratando de matéria de 
ordem pública, como no caso, concernente à própria exigibilidade da obrigação 
encartada no título executivo, diante da ausência de individualização do bem imóvel a 
ser entregue, ainda que suscitada apenas em embargos de declaração, deveria o 
Tribunal de origem conhecer e decidir, por se tratar de matéria cognoscível de ofício, 
capaz de infirmar a conclusão delineada na deliberação impugnada. 
Efetivamente, não analisada matéria de ordem pública ao argumento de que 
o exame implicaria supressão de instância e, tendo em vista, que referidas matérias 
podem ser alegadas a qualquer tempo e grau de jurisdição, configurada a está a 
negativa de prestação jurisdicional e a omissão hábil a ensejar o provimento do recurso 
especial para reconhecimento de violação ao artigo 535 do Código de Processo Civil de 
1973.
Documento: 1550588 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 16/05/2017 Página 20 de 10
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A propósito:
AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ERRO 
MATERIAL. OCORRÊNCIA. IRREGULARIDADE NO DISPOSITIVO. 
INEXISTENTE. DEFEITO NO RECURSO ESPECIAL. INCIDÊNCIA DAS 
SÚMULAS 283 E284/STF. INSUBSISTÊNCIA DAS ALEGAÇÕES.
1. Constando do relatório da decisão agravada argumentação que não 
pertence aos autos, há de ser reconhecido o erro material e corrigido. 
Correção, contudo, que não altera o resultado do julgado.
2. Decidido o mérito do recurso especial, depreende-se terem sido 
observados todos os requisitos de admissibilidade, uma vez que a sua 
análise, necessariamente, precede o exame meritório.
3. Não analisada matéria de ordem pública ao argumento de que o 
exame implicaria supressão de instância e, tendo em vista, que 
referidas matérias podem ser alegadas a qualquer tempo e grau 
de jurisdição, injustificável a negativa de prestação jurisdicional e 
configurada omissão a embasar o provimento do recurso especial 
para reconhecimento de violação ao artigo 535 do Código de 
Processo Civil.
4. AGRAVO REGIMENTAL PARCIALMENTE PROVIDO, APENAS PARA 
RECONHECER ERRO MATERIAL, SEM QUALQUER ALTERAÇÃO NA 
CONCLUSÃO DO JULGADO. (AgRg no Ag 1259164/MT, Rel. Ministro 
PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 
23/08/2011, DJe 31/08/2011; grifou-se)
3. Do exposto, vota-se no sentido de acompanhar a divergência inaugurada 
pelo Ministro Raul Araújo, a fim de dar provimento ao agravo interno, bem assim ao 
próprio apelo extremo, para determinar o retorno dos autos ao Tribunal de origem, para 
que aprecie as questões suscitadas nos embargos de declaração opostos pelo 
agravante. 
É o voto. 
Documento: 1550588 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 16/05/2017 Página 21 de 10
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AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 660.837 - CE (2015/0026577-0)
 
RELATOR : MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO
AGRAVANTE : J D M F 
ADVOGADO : FRANCISCO DIAS DE PAIVA FILHO E OUTRO(S) - CE015324 
AGRAVADO : L M P DE C M (MENOR)
AGRAVADO : G DE C M (MENOR)
AGRAVADO : V P DE C M (MENOR)
AGRAVADO : J D DE M N (MENOR)
REPR. POR : M DE L A DE C 
ADVOGADA : SÔNIA MARIA FERREIRA CHAGAS E OUTRO(S) - CE006506 
RATIFICAÇÃO DE VOTO
O SENHOR MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO: 
 Primeiro, quero cumprimentar o Ministro Raul Araújo, que permitiu o debate 
sobre o caso. Quando julgou o agravo, o Tribunal disse o seguinte:
 
 "Ao mais, como já exposto, aponta-se na jurisprudência da Suprema Corte 
parâmetro que pode ser adotado como critério objetivo para a fixação do 
montante final das astreintes [a parte já está tentando executar isso acho 
que há quase dez anos] o valor do bem e da obrigação principal, 
evitando-se enriquecimento sem causa. Verifico, no presente instrumento, 
que a obrigação decorrente do acordo judicial se aproxima do valor de R$ 
650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais), tendo em vista que o juízo de 
origem não especificou o valor do apartamento, ressaltando apenas que 
deveria ser preservado o padrão de moradia dos filhos. Logo, acolhendo tal 
parâmetro jurisprudencial de limitação para determinar o valor final a mim 
incumbido, e com fundamento no art. 461, § 6º, fixo o valor das astreintes 
em trezentos e trinta seiscentos, fixado na data deste julgado, tendo em 
vista, como dito, a redução do valor da multa diário para R$ 300,00 
(trezentos reais), os 1.102 dias-multa, bem como o direito de habitação dos 
agravados". 
Então, deu provimento ao recurso. Quando apreciou os segundos 
embargos, o acórdão disse:
Documento: 1550588 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 16/05/2017 Página 22 de 10
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"No entanto, incumbe salientar que a decisão embargada, que conheceu e 
deu provimento ao recurso para reformar a sentença no sentido de manter 
a pensão alimentícia ora embargada no valor equivalente a quatro salários, 
tratou pari passu, consoante os precedentes do Superior Tribunal de 
Justiça, a questão em discussão, merecendo destaque..."
 Ele começa o julgamento dos embargos assim, na parte que interessa:
 "O cerne da querela em apreço cinge-se em averiguar a existência de 
omissão no acórdão impugnado, proferido em sede de apelação, no que 
tange: primeiro, ao ônus da prova da necessidade e possibilidade; segundo, 
a indicação dos elementos comprobatórios da necessidade da embargada; 
a ausência de fixação de limites para a percepção dos alimentos; e a 
ausência de tentativa de encontrar ocupação útil durante os seis anos, 
contados do fim da relação".
 Esse é o acórdão anterior. Agora, nos exames dos embargos declaratórios, 
nesse caso, ele diz:
 "Em exame de embargos declaratórios opostos por José Dias contra 
decisão colegiada que reduziu as astreintes para trezentos e trinta e seiscentos, o recorrente 
aduz omissão quanto à consequente intransferibilidade do valor da multa e outra lacuna 
afirma que reside na ausência de individualização do bem imóvel".
 
 Disse o eminente Relator:
 "No mérito, o cerne da querela cinge-se em averiguar a existência de 
omissões no acórdão proferido em sede de agravo no que tange à 
consequente intransferibilidade do valor da multa diária e na ausência de 
individualização do bem que deverá ser comprado, de forma que não se 
poderia ter iniciado a fase processual onde se deu a incidência da multa. 
Incumbe salientar que não há omissão no que diz respeito à manifestação 
Documento: 1550588 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 16/05/2017 Página 23 de 10
Superior Tribunal de Justiça
expressa sobre a intransferibilidade do valor da multa, à medida que tal 
matéria não foi discutida pelo juízo de origem, sendo vedado ao órgão ad 
quem analisar a referida questão, pois, se fosse apreciada, ocorreria a 
indevida supressão de instância. Já no que se refere à ausência de 
individualização do bem imóvel que deverá ser comprado, entendo que não 
assiste razão ao embargante por duas maneiras: a uma, tal alegação não 
foi apreciada por esta Câmara quando do julgamento do acórdão 
embargado, bem como não foi sequer suscitada nas razões de recurso de 
agravo de instrumento, denotando, assim, flagrante inovação recursal; a 
duas, a referida alegação vai de encontro à norma de conduta de boa-fé 
objetiva, da qual deriva também a norma que veda o comportamento 
contraditório, nas quais deve conduzir as partes eu, o julgador".
Transcreveu doutrina e jurisprudência e, mais à frente, disse:
"Com efeito, na espécie, o que se busca é a insurgência recursal, é a 
reforma, rediscutindo a matéria, o que refoge ao campo dos embargos de 
declaração".
 Ele fez uma advertência às partes e negou o agravo. O que digo eu aqui, 
exatamente quando rejeitei a violação ao 535. No entanto, a Corte de origem registra que 
não houve as respectivas omissões apontadas no acórdão que apreciou o agravo de 
instrumento, pois, quanto à primeira alegação, disse que esta não havia sido analisada no 
juízo de origem [em centenas, milhares de caso, aplicamos essa mesma regra], sendo 
vedado ao órgão ad quem analisá-lo, sob pena de supressão de instância. Quanto à 
segunda, o Tribunal destaca que não poderia abordá-la, pois tratava-se de inovação recursal. 
 Portanto, pedindo vênia à divergência, ratifico o voto que negou provimento 
ao agravo interno.
Documento: 1550588 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 16/05/2017 Página 24 de 10
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUARTA TURMA
 
AgInt no
Número Registro: 2015/0026577-0 PROCESSO ELETRÔNICO AREsp 660.837 / CE
Números Origem: 00026465820118060000 2005002478066 26465820118060000 695786420078060001
PAUTA: 07/02/2017 JULGADO: 07/03/2017
SEGREDO DE JUSTIÇA
Relator
Exmo. Sr. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO
Relator para Acórdão
Exmo. Sr. Ministro RAUL ARAÚJO
Presidente da Sessão
Exma. Sra. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. HUMBERTO JACQUES DE MEDEIROS
Secretária
Dra. TERESA HELENA DA ROCHA BASEVI
AUTUAÇÃO
AGRAVANTE : J D M F 
ADVOGADO : FRANCISCO DIAS DE PAIVA FILHO E OUTRO(S) - CE015324 
AGRAVADO : L M P DE C M (MENOR)
AGRAVADO : G DE C M (MENOR)AGRAVADO : V P DE C M (MENOR)
AGRAVADO : J D DE M N (MENOR)
REPR. POR : M DE L A DE C 
ADVOGADA : SÔNIA MARIA FERREIRA CHAGAS E OUTRO(S) - CE006506 
ASSUNTO: DIREITO CIVIL - Família - Alimentos
AGRAVO INTERNO
AGRAVANTE : J D M F 
ADVOGADO : FRANCISCO DIAS DE PAIVA FILHO E OUTRO(S) - CE015324 
AGRAVADO : L M P DE C M (MENOR)
AGRAVADO : G DE C M (MENOR)
AGRAVADO : V P DE C M (MENOR)
AGRAVADO : J D DE M N (MENOR)
REPR. POR : M DE L A DE C 
ADVOGADA : SÔNIA MARIA FERREIRA CHAGAS E OUTRO(S) - CE006506 
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUARTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão 
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
Documento: 1550588 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 16/05/2017 Página 25 de 10
Superior Tribunal de Justiça
Prosseguindo no julgamento, após o voto-vista do Ministro Marco Buzzi dando 
provimento ao agravo interno, acompanhando a divergência, a Quarta Turma, por maioria, deu 
provimento ao agravo interno, para dar provimento ao recurso especial nos termos do voto 
divergente do Ministro Raul Araújo, que lavrará o acórdão. Vencidos o Ministro Luis Felipe 
Salomão, relator, e o Ministro Antonio Carlos Ferreira.
A Ministra Maria Isabel Gallotti e o Ministro Marco Buzzi (voto-vista) votaram com o Sr. 
Ministro Raul Araújo.
Documento: 1550588 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 16/05/2017 Página 26 de 10

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