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2023 Seminário 1 Texto

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 
FACULDADE DE DIREITO 
Departamento de Direito Processual 
Disciplina: DPC 524 - O Poder Público em Juízo 
Professora Doutora Susana Henriques da Costa 
Seminário “Fazenda Pública como repeat player” 
 
Justiça em Números 2018 
A pesquisa Justiça em Números 2018, elaborada pelo CNJ, indicou que o Poder Judiciário 
finalizou o ano de 2017 com 80,1 milhões de processos em tramitação, aguardando alguma 
solução definitiva, sendo que 14,5 milhões desses estavam suspensos, sobrestados ou em arquivo 
provisório, à espera de alguma situação jurídica futura. 
Durante o ano de 2017, houve o ingresso de 29,1 milhões de processos e foram baixados1 31 
milhões, havendo decréscimo de casos novos na ordem de 1% em comparação ao ano de 2016 e 
aumento de casos solucionados em 5,2%. Desde 2009 até 2017, a demanda pelos serviços de 
justiça registrou crescimento acumulado na ordem de 18,3%. A pesquisa apontou que, mesmo 
que não houvesse ingresso de novas demandas e fosse mantida a produtividade dos magistrados 
e dos servidores, seriam necessários 2 anos e 7 meses de trabalho para zerar o estoque de 
processos. 
A respeito do “acesso à justiça”, a pesquisa analisou a demanda da população pelos serviços da 
justiça e, conforme o relatório, em média, a cada grupo de 100.000 habitantes, 12.519 ingressaram 
com uma ação judicial no ano de 2017. 
Por sua vez, a taxa de congestionamento mede o percentual de processos que ficaram represados 
sem solução comparativamente ao total tramitado no período de um ano. Quanto maior o índice, 
maior a dificuldade do tribunal em lidar com seu estoque de processos. A taxa de 
congestionamento do Poder Judiciário, durante toda a série histórica 
(2009-2017) sempre se manteve em patamares elevados, acima de 70%, como é o caso da Justiça 
Estadual, com 74,5%, e da Justiça Federal, com 73,4%. 
O Poder Judiciário contava com um acervo de 80,1 milhões de processos pendentes de baixa no 
final do ano de 2017, sendo que mais da metade desses processos se referia à fase de execução 
(53%). A maior parte dos processos de execução é composta por execuções fiscais, que 
representam 74% do estoque em execução. Esses processos são os principais responsáveis pela 
 
1 Consideram-se baixados os processos remetidos para outros órgãos judiciais competentes, 
desde que 
vinculados a tribunais diferentes; remetidos para as instâncias superiores ou inferiores; 
arquivados 
definitivamente; e em que houve decisões que transitaram em julgado e iniciou-se a liquidação, 
cumprimento ou execução. 
alta taxa de congestionamento do Poder Judiciário, representando aproximadamente 39% do total 
de casos pendentes e congestionamento de 
92% em 2017. 
A execução fiscal chega a juízo depois que as tentativas de recuperação de crédito tributário se 
frustraram na via administrativa, provocando sua inscrição na dívida ativa. 
Dessa forma, o processo judicial acaba por repetir etapas e providências de localização do devedor 
ou patrimônio capaz de satisfazer o crédito tributário já adotadas, sem sucesso, pela administração 
fazendária ou pelo conselho de fiscalização profissional. Acabam chegando ao Judiciário títulos 
de dívidas antigas e, por consequência, com menor probabilidade de recuperação. O maior 
impacto das execuções fiscais está na Justiça Estadual, que concentra 85% dos processos, a Justiça 
Federal responde por 14%, a maior taxa de congestionamento está na Justiça Federal, com 94%, 
seguida da Justiça Estadual, com 91%. Calcula-se que, mesmo que o Judiciário parasse de receber 
novas execuções fiscais, ainda seriam necessários 11 anos para liquidar o acervo existente. 
 
 
 
Supremo em Ação 2018 
A pesquisa Supremo em Ação 2018, também elaborada pelo CNJ, indicou que o ano de 2017 foi 
marcado pelo de maior demanda, maior produtividade e menor acervo da série história do STF 
(2009 a 2017). Foram aproximadamente 102 mil casos novos protocolados, registrando aumento 
de 14% em relação ao ano anterior. A taxa de congestionamento ficou abaixo do patamar de 30%. 
No ano de 2017 o STF recebeu 102.227 casos novos, figurando como os dois maiores litigantes 
a União e o INSS, tanto no polo ativo quanto no passivo. Entre os maiores demandantes (polo 
ativo), além da União e do INSS, estão o Estado de São Paulo e o Banco do Brasil. Entre os 
maiores demandados (polo passivo), além do INSS e da União, estão o Estado de São Paulo e o 
STJ. 
 
 
100 Maiores Litigantes 
A pesquisa 100 Maiores Litigantes, elaborada pelo CNJ em 2011, realizou uma listagem dos 100 
maiores litigantes, excluindo-se da listagem o Ministério Público. 
 
Na Justiça Federal, a grande maioria dos processos advêm do setor público federal, com 77% do 
total de processos dos 100 maiores litigantes dessa justiça, enquanto os bancos são responsáveis 
por 19%. 
 
Na Justiça do Trabalho, o setor público (federal e estadual), os bancos, a indústria e as empresas 
de telefonia representam 82% do total de processos dos 100 maiores litigantes dessa justiça. 
 
Na Justiça Estadual, o setor público (estadual, municipal e federal), os bancos e as empresas de 
telefonia representam 94% do total de processos dos 100 maiores litigantes dessa justiça. 
 
 
A atuação do INSS como litigante habitual no Recurso Extraordinário nº 631.240 – Ananda 
Palazzin de Almeida 
O estudo desenvolvido por Ananda Palazzin de Almeida tinha por objetivo identificar se o INSS, 
na qualidade de litigante habitual, auferiu vantagens com o julgamento do Recurso Extraordinário 
nº 631.240, tendo por marco a teoria desenvolvida por Marc Galanter acerca dos usuários do 
sistema da justiça. 
No julgamento do mencionado recurso, o STF decidiu que, salvo hipóteses excepcionais, o 
jurisdicionado não tem interesse de agir ao pleitear a concessão de benefícios previdenciários 
diretamente ao Judiciário, isto é, antes de haver a negativa ou a demora da Administração, no 
caso, do INSS. 
Marc Galanter aponta que o aspecto subjetivo da estrutura do litígio seria composto de repeat 
players e one-shotters, detentores, em síntese, das seguintes características: 
Repeat players: são engajados em diversos litígios semelhantes ao longo do tempo; os riscos 
envolvidos em seus casos geralmente são menores do que a visão do todo, do geral, dos casos nos 
quais se encontram envolvidos; dada a sua frequente participação em litígios, pode antecipar a 
superveniência de demandas repetitivas, sendo que as estratégias legais podem ser modificadas e 
desenvolvidas de um caso para o próximo; possui recursos suficientes a perseguir os seus 
interesses por longo espaço de tempo; a terminologia não apenas é utilizada para aqueles que 
efetivamente se engajam em todo litígio – o termo inclui as partes que resistem às demandas 
judiciais, destacando, inclusive, que talvez os repeat players melhores sucedidos seriam aqueles 
cujos antagonistas optam pela resignação. 
One-shotters: parte que apenas acessa as cortes ocasionalmente; os riscos atinentes ao resultado 
tangível do caso costumam ser maiores do que o cenário completo do litígio, é possível que os 
custos para a satisfação da pretensão sejam maiores do que a tutela pretendida; não antecipa 
transações ou contatos continuados com o seu oponente; os pleitos seriam ou muito grandes, 
comparados com o seu tamanho, ou muito pequenos, quando confrontados com o custo das 
medidas necessárias à satisfação. 
Espera-se que o repeat player jogue de maneira diferente que o one-shotter e que o repeat player 
detenha uma série de vantagens no processo litigioso quando comparado ao one-shotter, a seguir 
elencadas: 
 
 
No julgamento do Recurso Extraordinário, interposto pelo INSS contra o acórdão proferido pelo 
TRF da 1ª Região, que havia anulado a sentença de extinção da ação por ausência de interesse de 
agir, ante a falta de requerimento administrativo prévio aoajuizamento com relação à 
aposentadoria por idade de uma trabalhadora rural, Ananda Palazzin de Almeida concluiu que o 
INSS, atuando como um repeat player, auferiu algumas vantagens advindas desta posição, como 
a possibilidade de prever situações de litígio, estruturando-se para enfrentá-las conforme a 
experiência adquirida, a credibilidade como litigante, a sobrecarga das cortes e a existência de 
procuradores e demais profissionais com conhecimento técnico acerca da matéria previdenciária 
e de estratégias processuais.

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