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Câncer de 
Tireoide
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO EEPIDEMIOLOGIA ................................................................................................... 3
2. ANATOMIA E FISIOLOGIA DA GLÂNDULA TIREOIDE ........................................................... 4
3. OS PRINCIPAIS TIPOS DE CÂNCER DA TIREOIDE ................................................................. 6
4. FISIOPATOGENIA ................................................................................................................................. 9
5. FATORES DE RISCO ...........................................................................................................................11
6. QUADRO CLINICO .............................................................................................................................13
7. DIAGNÓSTICO .....................................................................................................................................15
Exames complementares .......................................................................................... 16
Etapas diagnósticas ................................................................................................... 18
8. TRATAMENTO .....................................................................................................................................20
Referências bibliográficas .....................................................................................................................25
Bibliografia consultada ...........................................................................................................................25
Câncer de Tireoide   3
1. INTRODUÇÃO À EPIDEMIOLOGIA
A glândula tireoide, localizada na por ção central e inferior do pescoço, dá origem a 
uma variedade de tumores, benignos ou malignos. O câncer de tireoide é a neoplasia 
maligna endó crina mais comum. Estima-se que ele represente menos de 1-3% de to-
dos os cânceres, acometendo cerca de 40 pessoas para cada um milhão de indivíduos 
por ano. Entretanto, obser va-se um aumento em sua incidência nas últimas décadas, 
sobretudo devi do a melhora nos exames ultrassono gráficos, permitindo o diagnóstico 
de pequenos carcinomas. 
No entanto, mesmo com o incremen to no número de casos, a mortalidade por esse 
tipo de neoplasia permane ce estável, variando de 4 a 9 mortes por milhão de habitan-
tes ou de 0,4% a 0,9% de todas as mortes por cân cer. Basicamente podemos dividir o 
câncer da tireoide em bem diferenciados, não diferenciados ou anaplásicos e outros 
cânceres que podem sur gir nessa glândula que compõe uma miscelânea (Quadro 1). 
Em torno de 90% dos casos de câncer tireoidiano são bem diferenciados e originados 
de células foliculares. Enquanto isso, o carcinoma medular da tiroide (CMT) representa 
6% dos casos e o carcino ma anaplásico, tumor mais agressi vo, responde por menos de 
1% dos cânceres de tiroide. Os carcinomas diferenciados possuem bons prognósti cos, 
com apenas 10% de recidiva tu moral em décadas de seguimento.
Já os carcinomas anaplásicos têm prognóstico ruim, podendo invadir es truturas 
nobres do pescoço em pouco tempo após o diagnóstico. Vale lem brar que na glândula 
tireoide podem surgir mais raramente outros tumo res, como sarcomas, linfomas, carci-
noma epidermoide e teratomas; além de ser local de metástases de outros tumores 
malignos, como aqueles ori ginados nos pulmões, mamas e rins. Os nódulos tireoidia-
nos são a princi pal forma de manifestação clínica do câncer de tireoide. Com isso, a 
típi ca apresentação desse câncer ocor re em pacientes do sexo feminino de 30 a 50 
anos com um nódulo cervical palpável. Sendo que a frequência em mulheres é duas 
vezes maior que nos homens. 
 Se liga!  O grande problema diagnóstico é que os nódulos tireoidianos são 
extremamente comuns, ocorrendo em cerca de 5 a 10% dos adultos, chegan do até 50% 
quando se utiliza a ultras sonografia. Porém, apenas 5% desses nódulos são malignos. 
Quando o diagnóstico é feito, os nódu los tireoidianos são habitualmente de 1 a 4 
centímetros e apresentam metás tases linfonodais em um terço, mas ra ras vezes 
metástases a distância são encontradas. 
Câncer de Tireoide   4
2. ANATOMIA E FISIOLOGIA DA GLÂNDULA 
TIREOIDE 
A glândula tireoide está localizada na região anterior do pescoço, abaixo da proe-
minência da cartilagem cricoide, conhecida como “Pomo de Adão”. Ela tem dois lobos 
unidos pelo istmo (Fi gura 1). Eventualmente, pode estar presente um terceiro lobo, o 
piramidal. 
Figura 1. Glândula tireoide localização com vista anterior. 
Fonte: SvetaZi/Shutterstock.com.
Essa glândula tem como unidade funcional o folículo tireoidiano, respon sável pela 
produção dos hormônios tireoidianos. A regulação da produ ção desses hormônios se 
dá através do eixo hipotálamo-hipófise-tireoide pela liberação do hormônio de libe ração 
da tireotrofina (TRH) pelo hipo tálamo e do hormônio estimulador da tireoide (TSH) pela 
hipófise anterior. Esse eixo também sofre autorregu lação pelos próprios hormônios T3 
e T4. O TSH se liga ao seu receptor, provocando a ativação das proteínas G, liberação 
de AMP cíclico (cAMP) e a síntese e liberação dos hormônios tireoidianos mediadas 
pelo cAMP. Na periferia, T3 e T4 interagem com o receptor do hormônio tireoidiano 
(TR) e formam um complexo que se transloca para o núcleo e se liga aos elementos de 
resposta tireoidianos (TREs) em genes-alvo, iniciando, as sim, a transcrição (Figura 2). 
Câncer de Tireoide   5
Figura 2. Produção dos hormônios tireoidianos. 
Fonte: Designua/Shutterstock.com.
Câncer de Tireoide   6
3. OS PRINCIPAIS TIPOS DE CÂNCER DA 
TIREOIDE 
Como descrito no quadro 1, vários ti pos de tumores malignos podem se localizar na 
tireoide, desde tumores primários até metástases de outros órgãos. Veremos abaixo 
os princi pais tipos de neoplasias primárias da tireoide. 
Quadro 1. Tipos de câncer de tireoide.
TUMORES BEM DIFERENCIADOS 
Carcinoma Papilífero Corresponde a cerca de 75 a 80% dos casos
Carcinoma Folicular Corresponde a cerca de 10 a 15% dos casos
TUMORES POUCO DIFERENCIADOS
Carcinoma Medular Corresponde a cerca de 3,5% dos casos
Carcinoma anaplásico Corresponde a menos de 1,5% dos casos 
MISCELÂNEA
Sarcoma, linfoma, metástases, teratoma, outros Em conjunto, corresponde a menos de 1% dos casos 
Fonte: Autoria Própria.
• Carcinoma papilífero: O carcino ma papilífero é o principal tipo de tumor maligno 
da tireoide, repre sentando cerca de 75 a 80% dos casos. Ele se apresenta na 
maio ria das vezes em pessoas do sexo feminino de idade entre 20 a 40 anos. 
Geralmente é uma lesão só lida, de contornos irregulares, não encapsulada e 
com infiltração do parênquima glandular adjacente (Figura 3). Pode apresentar 
alte ração cística e calcificações dis tróficas. De todos as neoplasias tireoidia-
nas, o carcinoma papilífero é o que mais tem associação com a exposição a 
radiação, sobretudo na infância. Em termos histopato lógicos, podem conter 
os chama dos corpos psamomatosos, que são calcificações laminadas con-
cêntricas que podem ser encon tradas em associação com células tumorais, 
dentro dos vasos linfáti cos ou dentro do estroma tumoral. Essa neoplasia 
quando avançada tem preferência por disseminação linfática, sendo comum 
a presen ça de linfonodos acometidos já no diagnostico. Apesar disso, dentre 
todos os tumores, esse apresenta um ótimo prognóstico, sendo infre quente 
a mortalidade associada. 
Câncer de Tireoide   7
Figura 3. imagem microscópica de carcinoma papilífero metastático da tireoide, linfonodo central.
Fonte: Saiful52/Shutterstock.com.
• Carcinoma folicular: Esse é o se gundo tipo mais frequente de tu mor maligno de 
tireoide, repre sentando cerca de 10 a 15% dos casos. Geralmente acomete pes-
soas do sexo feminino e com mais de 50 anos. Em termos morfológi cos, ele se 
apresenta como um tu mor sólido, arredondado ou ovoide e encapsulado. Tem 
muita asso ciação com áreas com deficiência deiodo, sendo a reposição de iodo 
um fator protetor. Caracteriza-se por frequen-
temente se apresen tar com invasão da 
capsula tireoi diana pelo tumor (Figura 
4). Além disso, também é comum a 
inva são vascular, sendo por isso 
sua via de disseminação mais 
comum a hematogênica, com 
metástases preferencialmente 
para o pulmão e ossos. As 
metástases ganglio nares 
são pouco frequentes. O car-
cinoma folicular tem bom 
prog nostico, porém, existe um 
subtipo desse tumor, chamado 
de Tumor de Células de Hurthle, 
formado por células oxínticas, que 
acome te pessoas mais idosas, 
entre 60 a 75 anos e possui um 
pior prog nóstico. Nesse último 
caso, ocorre rápida invasão de es-
truturas vizi nhas e pouco tempo 
de sobrevida após o diagnóstico. 
Figura 4. Câncer de tireoide: imagem microscó-
pica da variante folicular do carcinoma papilar. 
Neoplasia maligna de células epiteliais folicula-
res tireoidianas atípicas. Bócio nodular.
Fonte: Hosen/Shutterstock.com.
Câncer de Tireoide   8
• Carcinoma Medular: O carcino ma medular origina-se das células C da tireoide. Vale 
lembrar que as células C são produtoras de várias substâncias bioativas, entre elas a 
calcitonina. Por conta disso, desde o início desse tipo de câncer ocorre uma hiperpla-
sia das células C, que pode ocupar boa parte do espaço folicular e elevar os níveis de 
calcitonina no sangue. Por isso, o exame imuno-histoquí mico positivo para calcitonina 
con firma o diagnóstico histopatológi co desse tumor. Devido ao efeito da calcitonina, 
alguns pacientes podem apresentar diarreia, fator marcante no quadro clínico. Além 
disso, cerca de 20% dos carcino mas medulares de tireoide tem associação com as 
Neoplasias Endócrinas Múltiplas (NEM), um tipo de síndrome genética familiar. Por 
conta disso, é frequente a pre sença de câncer de tireoide com outros tipos de tumo-
res, como o feocromocitoma, neuromas de mucosa ou até hiperparatireoidis mo e 
alterações esqueléticas. Em geral, essa neoplasia localiza-se entre os terços superior 
e médio dos lobos tireoidianos, sendo, via de regra, multicêntricos. Metásta ses para 
linfonodos cervicais são frequentes e metástases a distân cia ocorrem mais comu-
mente para o pulmão, seguido de fígado, osso e cérebro. 
 Se liga!  De todos os tumores primários da tireoide, o Carcinoma 
Anaplásico é o único tipo que tem predominância no sexo masculino. A mortalida-
de é muito alta, e a sobrevida raramente ultrapas sa 6 meses após o diagnóstico. 
Devido ao crescimento rápido e invasão das estruturas adjacentes, frequentemente 
cursa com rouquidão, disfagia, paralisia da corda vocal, dor cervical e dispneia. 
Por conta disso, alguns pacientes po dem evoluir inclusive com asfixia. Quase 
metade dos pacientes apresentam me tástase no diagnóstico.
• Carcinoma Anaplásico: Esses 
tu mores são raros, mas alta-
mente malignos compostos 
parcial ou to talmente por célu-
las indiferencia das (Figura 5). 
Geralmente ocorre em pacientes 
mais idosos e em homens. 
Figura 5. Células indiferenciadas, compatí-
vel com Carcinoma Anaplásico de tireoide.
Fonte: Saiful52/Shutterstock.com.
Câncer de Tireoide   9
4. FISIOPATOGENIA 
A origem dos tumores malignos da tireoide, como outros tumores, ocor re pelo de-
sequilíbrio entre a prolifera ção celular e a apoptose. Acredita-se que na presença de 
mutações em al guns genes o tumor se desenvolva. Essas mutações ocorrem em três 
ti pos de genes: oncogenes, genes su pressores de tumor e genes de repa ro de DNA. 
Os proto-oncogenes são responsáveis pelo crescimento celu lar normal, enquanto 
os genes supressores de tumor promovem a restrição do crescimento. Alterações 
nesses genes geram um desequilíbrio celular e consequentemente o tumor. Os on-
cogenes são proto-oncoge nes que sofreram mutações ativa doras e com isso geram 
o aumento da proliferação celular, além de inibir a apoptose, levando ao início da 
ne oplasia. Vários oncogenes associam-se aos tumores tireoidianos, entretanto, eles 
não são específicos. Exemplos incluem ras, c-myc, c-fos e PTC/RET. Além disso, há 
alterações que inati vam os genes supressores e liberam as células do controle des-
ses genes, permitindo assim o crescimento de células tumorais. Existem também 
genes protetores que atuam repa rando danos ao DNA e mantendo a sua integridade 
genômica. Mutações nesses genes não levam à formação de neoplasia, pois não 
induzem a proliferação celular. 
Entretanto, facilitam a ocorrência de mutações nos genes protetores que podem 
dar início à carcinogênese. A principal alteração relacionada ao sur gimento do carci-
noma papilífero é a mutação no gene BRAF. Esse gene é responsável pela ativação 
e superex pressão de uma quinase serina-treo nina RAF que pode estar mutada em 
vários outros tipos de cânceres como melanoma e testicular. Além disso, a presença 
de BRAF está relacionada a um pior prognóstico, como a as sociação com invasão 
extratireoidiana, estádio avançado e metástases. A segunda causa mais comum na 
patogênese do carcinoma papilífero da tireoide é o rearranjo RET/CP. No carcinoma 
medular da tireoide, ge ralmente se relacionam a mutações germinativas do oncogene 
RET. Es sas mutações estão associadas à ativação descontrolada da atividade tirosi-
na-quinase do receptor tireoidia no. Nos tumores anaplásicos as mu tações BRAF e do 
RAS são encon tradas em até 10% dos casos. Além disso, acredita-se que a ativação 
de proteínas quinases ativadas por mi togênio (MAPK) e fosfinositida quinase-AKT-qui-
nases (PI3K-AKT), são importantes para iniciação e progres são do câncer de tireoide. 
Em relação ao carcinoma folicular (CF) observa -se mutações no gene RAS, além da 
expressão ou perda de outros genes. Algo interessante é que pacientes que vivem 
em áreas deficientes em iodo têm menor incidência de muta ções no gene RAS em 
comparação com pessoas que vivem em áreas com oferta normal de iodo. Outro fato 
é que as mutações no RAS também aparecem com maior frequência em cânceres 
papilíferos induzidos pela radiação. Com isso, acredita-se que a oncogenese tumoral 
nos cânceres tireoidianos não está apenas relacionada a mutações, mas também a 
fatores genéticos e ambientais 
Câncer de Tireoide   10
BRAF
Carcinoma Papilifero
BRAF RAS RET
Carcinoma medular
Enfermeiro
RAS
Carcinoma folicular
p53
Carcinoma anaplásico
CÉLULA TIREOIDIANA NORMAL
Mutações
RAS, BRAF, PTC/RET,
c-myc, PTEN, c-fos
MAPA MENTAL FISIOPATOLOGIA DO CA DE TIREOIDE
Carcinoma papilifero
mal diferenciado
Fonte: Autoria Própria.
Câncer de Tireoide   11
5. FATORES DE RISCO
 Diversos fatores, genéticos ou adqui ridos, são associados ao aumento do risco de 
desenvolvimento do câncer tireoidiano (Quadro 2). 
Quadro 2. Fatores de risco para o câncer de tireoide.
TUMORES BEM DIFERENCIADOS 
Predisposição familiar ou genética
Radiação
Níveis de iodo na dieta
Sexo feminino
Aumento dos níveis do TSH
Doença autoimune da tireoide
Antecedente de neoplasia tireoidiana
Fonte: Autoria Própria.
• Genes de suscetibilidade: Acredi ta-se que o principal fator de risco relacionado ao 
CA de tireoide seja a herança genética. Entretanto, apenas cerca de 5 a 10% dos 
ca sos são considerados de natureza familiar, ficando a maioria relacio nada ao 
câncer esporádico. Como já foi dito, mutações em diversos genes estão potencial-
mente as sociadas ao surgimento do câncer. Os principais agentes relacionados 
são os proto-oncogenes, como o RET, Met, c-erb-2, BRAF, Ras res ponsáveis pela 
proliferação celular descontrolada e genes supresso res tumorais. Nessa perspec-
tiva, diversos estudos têm demonstra do aumento de cerca de 10 a 20% do câncer 
de tireoide papilar em parentes próximos, representando um aumento triplo do 
risco geral da população. Diversas síndromes familiares raras, como a síndrome 
de Gardner e de Cowden, também são associadas ao aumento da prevalência de 
câncer de tireoide. A síndrome de Gardner caracteri za-se pela presença de polipose 
adenomatosa, osteomas, tumores de partes moles, fibromatose me sentérica, altorisco para câncer de cólon e aumento no risco de câncer papilífero de tireoide. Já 
a síndrome de Cowden se caracteriza por pó lipos hamartomatosos, ceratose das 
mãos e pés e alta taxa de ma lignidade sistêmica, incluindo para CA de tireoide. 
 Se liga!  Até então, o único tipo de CA tireoidiano que não se tem 
evidência de associação com síndromes familiares é o folicular.
Câncer de Tireoide   12
• Radiação: A radiação é um conhe cido agente cancerígeno que pro move a sus-
cetibilidade ao CA de tireoide pela produção de muta ções em locais sensíveis. 
As célu las irradiadas também apresentam instabilidade genômica. Esse efei to 
ocorre sobretudo quando a ex posição se inicia desde a infância, período muito 
radiossensível da ti reoide. Além disso, a exposição ao radioiodo leva à morte de 
células da glândula e pode causar insufici ência tireoidiana. Essa associação entre 
o CA de tireoide e a radiação ocorre principalmente no tipo papi lífero, mas pode 
ser encontrada em menor quantidade no tipo folicular. 
 Se liga!  Considerando todos os cânceres conhecidos, o Ca papilífero 
da tireoi de é o que tem maior associação com a exposição à radiação.
• Níveis de Iodo na dieta: Como sa bemos, o iodo é um elemento fun damental para 
produção dos hor mônios tireoidianos. Com isso, a deficiência de iodo leva à re-
dução no nível de hormônios da tireoide e, por autorregulação, induz ao au mento 
da secreção de TSH, que é um fator de crescimento para as células do folículo 
tireoidiano (Ver tópico de anatomia e fisiologia da tireoide). Sendo assim, a hipóte-
se é de que o estímulo crônico às células da tireoide pelos níveis ele vados de 
TSH e poderia levar ao aparecimento, sobretudo do cân cer do tipo folicular. Em 
contrapar tida, alguns estudos evidenciaram que com a suplementação de iodo em 
áreas com deficiência há uma redução do câncer de tireoide do tipo folicular, mas 
um aumento na incidência de câncer do tipo papi lar. Os estudiosos acreditam que 
pode haver um aumento excessi vo na captação de iodo secundária à presença 
de deficiência prévia de iodo e isso poderia se relacio nar ao desenvolvimento do 
câncer papilar. 
• Sexo feminino: O risco de câncer de tireoide é de duas a quatro ve zes mais frequen-
te em mulheres do que em homens. Apesar de não ser um fator bem esclareci do, 
acredita-se que exista um pa pel do estrogênio no aumento da incidência desse 
câncer. Estudos indicam que na tireoide existem re ceptores de estrogênio e essa 
mo lécula pode levar ao aumento da proliferação celular. No entanto, ainda não 
há associação comprovada entre o câncer tireoidiano e a menarca, gravidez, ou 
uso de con traceptivos orais. 
• Aumento dos níveis do TSH: O hormônio TSH, através do recep tor de TSH, estimula 
o crescimento e função das células tireoidianas. Diversos estudos demonstraram 
aumento da expressão dos recep tores de TSH em cânceres tireoi dianos bem 
Câncer de Tireoide   13
diferenciados. Além disso, estima-se que exista um risco quatro vezes maior do 
de senvolvimento de malignidade nos nódulos tireoidianos expostos a altos níveis 
de TSH. Ademais, o aumento do TSH também parece estimular a agressividade 
desses cânceres. Nessa perspectiva, es tudos com medicamentos supres sores de 
TSH também têm melho rado a sobrevida de pacientes com câncer diferenciado 
de tireoide. 
• Doença autoimune da tireoide: Acredita-se que a presença de in flamação crônica 
da tireoide devi do a doenças autoimunes, esteja associada a maior incidência de 
câncer tireoidiano. Sendo assim, estudos indicam que pacientes com Tireoidite 
de Hashimoto têm risco de 50% de desenvolver linfo ma de tireoide, corroborando 
a as sociação entre a autoimunidade e o surgimento de câncer da tireoide. 
• Antecedentes de neoplasia ti reoidiana: O câncer de tireoide anaplásico possui 
forte associação com o antecedente pessoal de neo plasia de tireoide bem dife-
renciada. Acredita-se que a origem do carci noma anaplásico esteja associada ao 
ganho de algumas mutações que levam a alterações na célula cancerígena prévia, 
gerando célu las do câncer anaplásico. 
MAPA MENTAL FATORES DE RISCO
Doenças autoimunes
da tireoide
Sexo feminino
Deficiência de iodo
Antecedentes de
neoplasias de tireoide
Síndromes
geneticas familiares
Susceptibilidade genética
Exposição a radiação
Aumentos dos
níveis de TSH
Fonte: Autoria Própria
6. QUADRO CLINICO 
Os tumores da tireoide são geralmen te assintomáticos, sendo usualmente descober-
tos acidentalmente pelo pró prio paciente ou pelo médico. Algu mas vezes podem ser 
encontrados pela presença de nódulos metastáticos palpáveis no pescoço ou obser-
vados numa radiografia de tórax. No entan to, em alguns casos, podem se mani festar 
como disfagia ou disfonia devi do ao efeito mecânico e infiltrativo do tumor. Além disso, 
ocasionalmente, pode ocorrer sangramento no interior do tumor, causando dor no local. 
Ade mais, algumas vezes podem apare cer massas de crescimento gradativo, dolorosas 
ou não, que podem estar associadas a sintomas como disfagia, disfonia ou rouquidão. 
Câncer de Tireoide   14
 Se liga!  Ao contrário do que muitos podem pensar, geralmente não 
há sin tomas ou sinais de hipo ou hipertireoi dismo. No exame clínico, a depender 
do tamanho do tumor, podemos palpar na região cervical massas móveis a deglu-
tição em um ou ambos os lobos tireoi dianos (Figura 6). Porém, em caso de invasão 
de estruturas adjacentes, os nódulos podem ser fixos à palpação. Por fim, pode 
ocorrer metástase para linfo nodos locais, sendo possível a palpação de gânglios 
nos triângulos supraclavicu lares e nas cadeias cervicais laterais.
Figura 6. Posição da glândula tireoide e da cartilagem cricoide determinante para a palpação.
Fonte: Andrea Danti/Shutterstock.com.
Por outro lado, taquicardia, sintomas de hipotireoidismo, história familiar de doença 
nodular benigna da tireoide ou tireoidites sugerem um processo benigno. O Carcinoma 
do tipo Papi lífero geralmente tem sua dissemina ção por via linfática, portanto, nesses 
tipos de cânceres pode ser encontra do, no momento do exame físico, a presença de 
linfonodos palpáveis. Já no tipo Folicular, assim como o papilí fero, geralmente se apre-
senta por nó dulo único na tireoide. No entanto, no tipo Folicular pode ser manifestado 
por bócio de longa data ou com me tástases a distância, principalmente para pulmão e 
ossos. No caso do car cinoma do tipo Medular apresentam um nódulo palpável, duro, 
localizado nos dois terços superiores da tireoide, onde estão as células parafoliculares. 
Câncer de Tireoide   15
Além disso, a presença de metástases linfonodais estão presentes em 50% dos pa-
cientes ao diagnóstico. Outra manifestação que pode ocorrer nes se tipo de câncer é a 
diarreia aquo sa. Por fim, nos cânceres anaplásicos, por serem muito agressivos e inva-
sivos a maioria dos pacientes apresenta infiltração para músculos, traqueia, esôfago, 
nervo laríngeo recorrente e laringe. Por conta disso, o paciente geralmente se queixa de 
rouquidão, disfagia, paralisia da corda vocal, dor cervical e até dispneia quando ocorre 
metástase pulmonar. 
MAPA MENTAL QUADRO CLÍNICO
Maioria assintomatico
Nódulo cervical
Linfonodomegalia palpável
Disfagia
Perda de peso
Rouquidão
Disfonia
Carcinoma medular
Diarreia inexplicada
Fonte: Autoria Própria
7. DIAGNÓSTICO 
Como já foi dito, a maioria dos nódu los de tireoide é assintomático. O diagnóstico do 
câncer de tireoide co meça através de uma anamnese de talhada, levantando possíveis 
fatores de risco e sintomas compatíveis com a doença. Além disso, deve-se em pregar 
um exame físico cuidadoso, avaliando não somente a presença de nódulos tireoidia-
nos, mas também evidências de metástases. Devido ao fato do quadro clínico ter baixa 
sen sibilidade e especificidade, diante da suspeita de um câncer tireoidiano, devemos 
solicitar exames laborato riais que afastem ou reforcem a suspeita de neoplasia. De um 
modo geral, cer ca de 5% da população possui nódu los de tireoide. Noentanto, apenas 
5 a 15% desses nódulos são malignos. 
Geralmente, para a diferenciação e confirmação diagnóstica de uma ne oplasia tireoi-
diana, usamos exames laboratoriais, ultrassonografia de ti reoide (USG), cintilografia e/
ou pun ção por agulha fina (PAAF). 
Câncer de Tireoide   16
Exames complementares
• Exames laboratoriais: Os testes de função tireoidiana, como TSH, T4 e T3, tem 
sempre nos ajudado, pois os pacientes com nódulos ti reóideos benignos e 
malignos, em sua maioria, são eutireoidianos. Além disso, os anticorpos antiti-
reóideos são úteis, principalmen te em mulheres jovens com bócio difuso, para o 
diagnóstico dife rencial de tireoidite de Hashimo to. O cálcio sérico e a dosagem 
de paratormônio são importantes para o diagnóstico de hiperpara tireoidismo, 
na suspeita de nódulo de paratireoide. Por sua vez, a calcitonina pode dar o 
diagnóstico e seguimento pós-operatório dos pacientes com carcinoma medu-
lar da tireoide. A tireoglobulina é uma glicoproteína produzida exclusiva mente 
pelas células normais e ne oplásicas, ainda diferenciadas, da tireoide. Portanto, 
essa molécula serve como um marcador tumo ral para os cânceres diferencia-
dos (papilífero e folicular). A dosagem de tireoglobulina pode ser feita an tes da 
cirurgia para avaliar se o seu valor está compatível com o volu me glandular e 
nodular, visto que altos níveis podem sugerir a presen ça de metástases. Além 
disso, ser ve para o acompanhamento após a cirurgia. 
• Cintilografia da tireoide: Esse exame possui baixa sensibilidade e especifici-
dade, por conta disso, não é usado na avaliação inicial do tumor tireoidiano. 
No entanto, ele é usado para determinar se um nó dulo é funcionante em um 
paciente com hipertireoidismo ou determi nar o status funcional dos nódulos 
em um bócio multinodular. 
• Ultrassonografia: É um método simples, acessível e não inva sivo, por isso é 
muito utilizada para o diagnóstico de câncer de tireoide. Além disso, no nódulo 
de tireoide, ele oferece as pectos macroscópicos que permitem a suspeita de 
nódulos benignos ou malignos (Quadro 3). A combi nação de algumas caracte-
rísticas, como presença de microcalcifica ções, hipoecogenicidade e contor nos 
irregulares, aumenta o risco de malignidade de uma lesão (Fi gura 7). Atualmente, a 
Associação Americana de Tireoide recomenda a realização do exame ultrassono-
gráfico em todos os pacientes com suspeita de nódulos tireóideos. No entanto, 
o Ministério da Saúde não recomenda livremente essa utili zação. Ademais, 
apesar de ser su gestivo, não é um exame capaz de confirmar o diagnóstico de 
lesões malignas. Por isso, esse exame apenas seleciona pacientes que devem 
fazer biópsias da tireoide. 
Câncer de Tireoide   17
Quadro 3. Sinais ultrassonográficos no câncer de tireoide.
NÓDULO BENIGNO NÓDULO MALIGNO
Largura do nódulo > Altura do nódulo Largura do nódulo < Altura do nódulo
Nódulo hiperecoico Nódulo hipoecoico
Confinado à tireoide Invadindo estruturas vizinhas
Calcificações grosseiras (Exceto carcinoma Medular) Presença de microcalcificações
Hipervascularização periférica ou ausente Hipervascularização predominantemente central
Fonte: Autoria própria.
Figura 7.  Ultrassonografia da glândula tireoide, nódulo tireoidiano. 
Fonte: SutthaBurawonk/Shutterstock.com. 
Câncer de Tireoide   18
• Punção aspirativa por agulha fina (PAAF): A PAAF é o método padrão-ouro para o 
diagnóstico de neoplasias tireoidianas. Ela possui alta sensibilidade e especifici-
dade, especialmente para o carcinoma papilífero. Possui baixos índices de com-
plicações, porém sua efi cácia depende da habilidade do operador em coletar uma 
amostra adequada para o exame citológico. Com o material coletado, é possí vel 
a realização de exames imuno citoquímicos para tireoglobulina, calcitonina, bem 
como a pesquisa de outros marcadores moleculares. O ponto mais importante é 
que o exame citológico realizado através da PAAF é capaz de dar o diag nóstico 
definitivo dos cânceres pa pilíferos, medulares e anaplásicos, mas não do folicular. 
 Se liga!  Dos principais cânceres de tireoide, apenas o folicular não 
pode ser diagnosticado pela PAAF. Nesses ca sos, o resultado não permite dizer se 
o nódulo é maligno ou benigno, sendo necessária a realização de tireoidectomia 
parcial para retirada de material para es tudo anatomopatológico e confirmação 
diagnóstica.
Etapas diagnósticas
Entendidos os tipos de métodos diagnósticos, vamos entender em qual momento 
cada um é solicitado. Após uma anamnese ou exame físi co suspeito, o primeiro exame 
a ser solicitado é o TSH. Nesses casos, o TSH sérico serve para iden tificar pacientes 
com hipoti reoidismo ou tireotoxicose. Se o TSH estiver baixo, devi do ao feedback 
negativo, sig nifica que esta glândula está produzindo muitos hormô nios tireoidianos, 
reforçando a ideia de ser um nódulo be nigno produtor de hormônios tireoidianos, co-
nhecido como adenoma tóxico. No entan to, devemos confirmar esse diagnóstico com 
uma cintilo grafia. Nesses casos, a cin tilografia pode indicar muita atividade nodular 
ou difusa da glândula, levando ao diagnóstico de adenoma tóxico e Doença de Gra ves, 
respectivamente. Por outro lado, se a cintilografia vier sem indícios de hiperatividade 
nodular, reforça a sus peita de malignidade, indicando como próximo passo a realiza-
ção de uma PAAF. Caso o TSH esteja normal, aumenta a possibilidade do nódulo ser 
maligno, indicando diretamente a realização de uma USG. O exame ultrassonográfico 
poderá dar indícios de benignidade ou malignidade, in dicando ou não a realização de 
uma PAAF para confirmação diagnóstica. 
Câncer de Tireoide   19
FLUXOGRAMA DIAGNÓSTICO CA DE TIREOIDE
TSH ↓
Cintilografia
TSH normal ou ↑
USG
Nódulo quente
Adenoma tóxico? Acompanhamento
Nódulo maligno
Cirurgia
Nódulo benigno
Nódulo < 1 cm
ou não suspeitoNódulo frio
Nódulo > 1 cm ou
≤ 1 cm, mas suspeito
ANAMNESE E/ OU EXAME FÍSICO SUSPEITO
TSH
PAAF
Fonte: Autoria Própria.
Câncer de Tireoide   20
8. TRATAMENTO 
No câncer tireoidiano, a principal for ma de tratamento é a cirurgia (Figura 8). O grande 
problema é que não há consenso entre os diferentes autores em quando é indicado 
a tireoidecto mia total ou a tireoidectomia subtotal. Independentemente de qual seja 
o tipo ci rúrgico, é importante a compensação do paciente no pré-operatório, com o 
objetivo de reduzir os riscos de mor bimortalidade para o paciente. Dentro do contexto 
pré-operatório devemos realizar laringoscopia em todos os pa cientes que apresentarem 
alteração da voz ou rouquidão para avaliar a suspeita de extensão extratireoidiana do 
tumor. Além disso, outros trata mentos como iodo radioativo, radiote rapia e quimiotera-
pia também podem ser utilizados. No caso especial do carcinoma anaplásico, devido 
a sua elevada mortalidade e rápida inva são metastática, os resultados do tra tamento 
cirúrgico não são bons. Por conta disso, nem sempre é possível a indicação cirúrgica 
e a radioterapia pós-operatória acrescenta pouco ao prognóstico do paciente, sendo 
rea lizado nesses casos o tratamento pa liativo. Muitas vezes esse tratamento se baseia 
principalmente na realiza ção de traqueostomia, pois frequen temente ocorre o risco de 
asfixia pela invasão tumoral. 
Figura 8.  Cirurgia de ressecção tiroidiana. 
Fonte: Casa nayafana/Shutterstock.com. 
Câncer de Tireoide   21
• TIREOIDECTOMIA TOTAL: Ape sar de não ser consenso, a maio ria das literaturas 
recomenda realização da tireoidectomia total em todos os tumores maiores que 2 
a 4 centímetros (cm), em qual quer tipo histológico. Além disso, esse procedimento 
também é fei to em todos os cânceres medu lares, independentemente indepen-
dentemente do tamanho. Ademais, muitos autores indicam tireoidectomia total 
nos cânceres papilíferos com tamanho superior a 1 a 2 cm e sempre que houver 
linfonodos acometidos pela exten são da doença. Devemos lembrar que nesse 
último caso, independentemente do tipo histológico do tumor, é indicado retirada 
total da glândula quando há metástase linfonodal. 
• TIREOIDECTOMIA PARCIAL: Nesses casos, é feita a lobectomia mais a istmectomia 
da glândula tireoide, deixando somente uma pequena quantidade de tecido. Ela 
é indicada em carcinomas papilífe ros menores que 1 cm ou tumores foliculares 
menores que 2 a 4 cm. Embora a lobectomia possa ser considerada em microcar-
cinomas papilíferos únicos, intratireoidianos e sem comprometimento ganglio nar, 
prefere-se, sempre que pos sível, indicar tireoidectomia total, independentemente 
do tamanho. Observe que apesar de o carci noma folicular ter pior prognós tico 
que o papilífero é indicada a sua retirada apenas em tamanhos maiores. Isso 
pode parecer con troverso, mas acontece devido ao fato de não podermos ter 
certeza da malignidade do tumor papilífero apenas com a PAAF, correndo o risco 
de retirar um nódulo benigno. Nesses casos, somos mais con servadores. Após a 
tireoidectomia parcial nos nódulos foliculares, a peça é mandada para patologia, 
em casos de malignidade com provada, é feita uma reabordagem cirúrgica para 
retirada do restante da glândula que ficou. Por fim, na presença de fatores de 
risco para malignidade, como história familiar de carcinoma da tireoide e história 
de exposição à radiação ionizan te, a tireoidectomia total deve ser considerada. 
Por fim, em pacientes submetidos à lobectomia, a totali zação da tireoidectomia 
deve ser realizada nos que tiverem diag nóstico anatomopatológico de carcinoma. 
• DISSECÇÃO LINFONODAL: A dissecção dos linfonodos cervicais é feita em todos 
os tipos de câncer medular, pois há um alto grau de invasão ganglionar. Além dis-
so, nos demais tipos de tumores, a dissecção ganglionar está indicada sempre 
que for diagnostica do acometimento metastático no pré-operatório. 
• COMPLICAÇÕES DA TIREOI DECTOMIA: Como em todo pro cedimento cirúrgico, 
na tireoi dectomia existem complicações. As principais complicações são o hipo-
paratireoidismo e a lesão do nervo laríngeo recorrente. No primeiro caso, ocorre 
lesão das glândulas paratireoides, levando a hipocalcemia transitória ou perma-
nente. Quando grave, a hipocalce mia pode levar a espasmos mus culares. A lesão 
do nervo laringe recorrente pode cursar com rou quidão quando ocorre apenas de 
um lado ou até insuficiência respi ratória aguda, por fechamento da glote, quando 
acontece bilateral mente. Devemos fazer o diagnóstico diferencial desses casos, 
com o hematoma cervi cal em expansão, que também é uma complicação da 
tireoidecto mia e pode levar a insuficiência respiratória. 
Câncer de Tireoide   22
• SEGUIMENTO: Após a ressecção total da tireoide, devemos lembrar que esse 
paciente ficará impossi bilitado de produzir os hormônios tireoidianos. Por conta 
disso, esse paciente deverá utilizar para toda a vida a reposição de T4. Isso é feito 
utilizando a levotiroxina. Nas tireoidectomias totais em que há evidencia de sobras 
de tecido, também pode ser empregado o iodo radioativo. Esse medicamento tem 
a capacidade de destruir cé lulas tireoidianas remanescentes, incluindo metástases, 
funcionan do como uma terapia adjuvante no câncer de tireoide. 
 Se liga!  O iodo radioativo nunca pode ser usado em gestantes, pelo 
risco de acometimento fetal. Ademais, para o seguimento, devemos solicitar a 
tireo globulina a cada 6 meses para acom panhamento. Se a tireoglobulina estiver 
alta, isso pode indicar restos de tecido, podendo nesses casos ser novamente 
instituído o uso de iodo radioativo ou o uso de quimioterapia ou radioterapia.
Câncer de Tireoide   23
FLUXOGRAMA TRATAMENTO CA DE TIREOIDE
Levotiroxina
Baixo
Baixo
Metástase
Terapia com Iodo
radioativo
Tireoglobulina / TSH
Alto
TIREOIDECTOMIA Ressecção incompleta
Invasão linfonodal
Linfadenectomia
Ressecção completa
Fonte: Autoria Própria.
Câncer de Tireoide   24
MAPA GERAL CA DE TIREOIDE
CÂNCER DE
TIREOIDE
Tipos
Carcinoma Papilifero
Carcinoma folicular
Carcinoma medular
Carcinoma anaplásico
Outros
Diagnóstico
USG
Anamnese e/ou
exame físico suspeito
Cintilografia
TSH
PAAF
Tratamento
Iodo radioativo
Acompanhamento
Levotiroxina
Tireoidectomia
Fisiopatologia
Mutações
Quadro clínico
Maioria assintomatico
Nódulo cervical
Linfonodomegalia
palpável
Fonte: Autoria Própria.
Câncer de Tireoide   25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Netter, F.H., Atlas of human anatomy, Third edition, USA; ILS, 2003 
Bonnefond, Simon & Davies, Terry. (2014). Thyroid Cancer—Risks and Causes. Oncology 
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Barueri, SP: Manole, 2016. – (Clínica médica). 
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janeiro de 2023
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	Etapas diagnósticas
	8.	TRATAMENTO 
	Referências bibliográficas

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