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TOXICOLOGIA TOXICOLOGIAToxicologia
Raquel Vaz Hara Jardim Raquel Vaz Hara Jardim 
Maria Tereza Pamplona Silva Maria Tereza Pamplona Silva
GRUPO SER EDUCACIONAL
gente criando o futuro
Nessa disciplina, percorreremos uma trajetória pelo universo da Toxicologia, que está 
totalmente alinhada ao exercício da pro� ssão em suas diversas abordagens. De modo 
geral, a Toxicologia estuda os efeitos tóxicos causados pelas substâncias químicas 
ao interagirem com organismos vivos, além de envolver diferentes áreas do conheci-
mento, tais como: toxicocinética, toxicodinâmica, avaliação da toxicidade, elaboração 
de laudos periciais, monitorização ambiental e biológica, entre outras.
É esperado que os conteúdos dessa disciplina ajudem na compreensão da relação dos 
sistemas biológicos com os diversos grupos de substâncias tóxicas, destacando a 
importância de caracterizar as propriedades de cada toxicante. Sendo assim, vamos 
conhecer cada grupo de intoxicantes metais (arsênio, chumbo e mercúrio), solventes 
orgânicos (metanol, benzeno, tolueno etc.), inalantes, compostos metemoglobini-
zantes diretos e indiretos (anilina, entre outros), contaminantes ambientais, estimu-
lantes (anfetaminas, nicotina/tabaco, cocaína e derivados e anfetaminas), depresso-
res, alucinógenos, perturbadores do humor, medicamentos e canabinoides.
Por � m, você estará apto para identi� car a toxicidade das principais substâncias quí-
micas, bem como o seu impacto na saúde e no meio ambiente. Esse conhecimento é 
essencial para propor métodos de análise toxicológica e para traçar condutas clínicas 
e estratégias de prevenção.
SER_FARMA_TOXICO_CAPA.indd 1,3 04/02/2021 14:05:01
© Ser Educacional 2021
Rua Treze de Maio, nº 254, Santo Amaro 
Recife-PE – CEP 50100-160
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. 
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio 
ou forma sem autorização. 
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do 
Código Penal.
Imagens de ícones/capa: © Shutterstock
Presidente do Conselho de Administração 
Diretor-presidente
Diretoria Executiva de Ensino
Diretoria Executiva de Serviços Corporativos
Diretoria de Ensino a Distância
Autoria
Projeto Gráfico e Capa
Janguiê Diniz
Jânyo Diniz 
Adriano Azevedo
Joaldo Diniz
Enzo Moreira
Raquel Vaz Hara Jardim
Maria Tereza Pamplona Silva
DP Content
DADOS DO FORNECEDOR
Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, 
Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão.
SER_FARMA_TOXICO_UNID1.indd 2 04/02/2021 12:46:54
Boxes
ASSISTA
Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple-
mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado.
CITANDO
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa 
relevante para o estudo do conteúdo abordado.
CONTEXTUALIZANDO
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato;
demonstra-se a situação histórica do assunto.
CURIOSIDADE
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto 
tratado.
DICA
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma 
informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado.
EXEMPLIFICANDO
Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto.
EXPLICANDO
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da 
área de conhecimento trabalhada.
SER_FARMA_TOXICO_UNID1.indd 3 04/02/2021 12:46:54
Unidade 1 - Introdução às análises toxicológicas
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 13
Introdução à Toxicologia .................................................................................................... 14
Elementos básicos da Toxicologia ................................................................................ 17
Classificação dos agentes tóxicos e seus efeitos ..................................................... 17
Fases da intoxicação ...................................................................................................... 18
Características de exposição ........................................................................................ 20
Toxicocinética ...................................................................................................................... 21
Absorção ........................................................................................................................... 22
Distribuição ...................................................................................................................... 24
Biotransformação ............................................................................................................ 26
Excreção ........................................................................................................................... 28
Toxicodinâmica .................................................................................................................... 30
Mecanismos de ação dos agentes tóxicos ................................................................ 31
Fatores determinantes da intoxicação ........................................................................ 33
Avaliação da toxicidade ................................................................................................. 33
Desintoxicação ................................................................................................................ 35
Toxicidade ocupacional ...................................................................................................... 38
Monitorização ambiental e limites de exposição ...................................................... 39
Monitorização biológica e limites biológicos ............................................................. 40
Sintetizando ........................................................................................................................... 43
Referências bibliográficas ................................................................................................. 44
Sumário
SER_FARMA_TOXICO_UNID1.indd 4 04/02/2021 12:46:54
Sumário
Unidade 2 - Agentes tóxicos: metais pesados, solventes orgânicos e agentes 
metemoglobinizantes
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 46
Metais pesados..................................................................................................................... 47
Arsênio .............................................................................................................................. 48
Mercúrio ........................................................................................................................... 50
Chumbo ............................................................................................................................. 52
Tratamento e antidotização dos metais pesado ........................................................ 55
Solventes orgânicos ............................................................................................................ 57
Benzeno ............................................................................................................................ 59
Tolueno .............................................................................................................................. 61
Xileno ................................................................................................................................. 64
Agentes metemoglobinizantes .......................................................................................... 66
Anilina ................................................................................................................................67
Nitrobenzeno .................................................................................................................... 68
Sintetizando ........................................................................................................................... 70
Referências bibliográficas ................................................................................................. 72
SER_FARMA_TOXICO_UNID1.indd 5 04/02/2021 12:46:54
Sumário
Unidade 3 - Toxicologia social 
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 74
Metanol .................................................................................................................................. 75
Toxicocinética .................................................................................................................. 77
Toxicodinâmica ................................................................................................................ 78
Sinais e sintomas ............................................................................................................. 79
Tratamento e antidotização ........................................................................................... 80
Toxicologia social e medicamentos ................................................................................. 80
Classificação das drogas que causam dependência ............................................... 81
Dependência, tolerância e síndrome de abstinência ............................................... 81
Estimulantes ..................................................................................................................... 83
Depressores do SNC ....................................................................................................... 88
Opiáceos e opioides ............................................................................................................ 92
Mecanismo de toxicidade .............................................................................................. 93
Sinais e sintomas ............................................................................................................. 96
Tratamento ........................................................................................................................ 97
Etanol e inalantes ................................................................................................................. 97
Mecanismo de toxicidade .............................................................................................. 99
Tratamento ...................................................................................................................... 101
Sintetizando ......................................................................................................................... 103
Referências bibliográficas ............................................................................................... 104
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Sumário
Unidade 4 - Drogas de abuso e cromatografia
Objetivos da unidade ......................................................................................................... 107
Tabaco .................................................................................................................................. 108
Mecanismo de toxicidade ............................................................................................ 110
Sinais e sintomas ........................................................................................................... 113
Tratamento ...................................................................................................................... 113
Cannabis............................................................................................................................... 113
Mecanismo de toxicidade ............................................................................................ 116
Sinais e sintomas ........................................................................................................... 119
Tratamento ...................................................................................................................... 119
Derivados da cocaína ........................................................................................................ 119
Mecanismo de toxicidade ............................................................................................ 122
Sinais e sintomas ........................................................................................................... 124
Tratamento ...................................................................................................................... 124
Cromatografia...................................................................................................................... 125
Cromatografia da Cannabis sativa e estimulantes .................................................. 126
Cromatografia e identificação de venenos ............................................................... 129
Sintetizando ......................................................................................................................... 131
Referências bibliográficas ............................................................................................... 132
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Nessa disciplina, percorreremos uma trajetória pelo universo da Toxicolo-
gia, que está totalmente alinhada ao exercício da profi ssão em suas diversas 
abordagens. De modo geral, a Toxicologia estuda os efeitos tóxicos causados 
pelas substâncias químicas ao interagirem com organismos vivos, além de en-
volver diferentes áreas do conhecimento, tais como: toxicocinética, toxicodinâ-
mica, avaliação da toxicidade, elaboração de laudos periciais, monitorização 
ambiental e biológica, entre outras.
É esperado que os conteúdos dessa disciplina ajudem na compreensão da 
relação dos sistemas biológicos com os diversos grupos de substâncias tóxicas, 
destacando a importância de caracterizar as propriedades de cada toxicante. 
Sendo assim, vamos conhecer cada grupo de intoxicantes metais (arsênio, 
chumbo e mercúrio), solventes orgânicos (metanol, benzeno, tolueno etc.), ina-
lantes, compostos metemoglobinizantes diretos e indiretos (anilina, entre ou-
tros), contaminantes ambientais, estimulantes (anfetaminas, nicotina/tabaco, 
cocaína e derivados e anfetaminas), depressores, alucinógenos, perturbadores 
do humor, medicamentos e canabinoides.
Por fi m, você estará apto para identifi car a toxicidade das principais subs-
tâncias químicas, bem como o seu impacto na saúde e no meio ambiente. Esse 
conhecimento é essencial para propor métodos de análise toxicológica e para 
traçar condutas clínicas e estratégias de prevenção.
TOXICOLOGIA 9
Apresentação
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Dedico a todos que, assim como eu, acreditam na importância do 
conhecimento e da ciência.
“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina” (Cora 
Coralina).
A professora Raquel Vaz Hara Jardim 
é doutora em Biologia Celular e Mole-
cular pela Universidade Estadual Júlio 
Mesquita Filho – UNESP (2016). Mestre 
em Biologia Celular e Molecular pela 
Universidade Estadual Júlio Mesquita 
Filho – UNESP (2012). Graduada em 
Biomedicina pelo Centro Universitário 
Filadélfi a – UNIFIL (2009). É professora 
conteudista desde 2018.
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/2697823505608748
TOXICOLOGIA 10
A autora
SER_FARMA_TOXICO_UNID1.indd 10 04/02/2021 12:46:55
TOXICOLOGIA 11
Dedico este material a todos aqueles que buscam no ensino o 
conhecimento como instrumento para alcançar seus sonhos. “A educação, 
qualquer que seja ela, é sempre uma teoria do conhecimentoposta em 
prática” (Paulo Freire).
A professora Maria Tereza Pamplona 
Silva é doutora em Ciências Biológicas 
pela Universidade Estadual Paulista – 
UNESP (2017), tem mestrado em Ciên-
cias Biológicas pela UNESP (2013) e é 
graduada em Biomedicina pelo Centro 
Universitário Filadélfi a – UNIFIL (2009).
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/3377333918279412
A autora
SER_FARMA_TOXICO_UNID1.indd 11 04/02/2021 12:46:55
INTRODUÇÃO 
ÀS ANÁLISES 
TOXICOLÓGICAS
1
UNIDADE
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Objetivos da unidade
Tópicos de estudo
 Compreender os principais eventos históricos da Toxicologia;
 Entender os conceitos básicos relacionados às substâncias tóxicas, divisão e 
áreas da Toxicologia;
 Compreender as características das diferentes fases da intoxicação;
 Identificar os processos toxicocinéticos e os fatores que interferem em cada fase;
 Assimilar os conceitos relacionados à toxicodinâmica e compreender os 
vários tipos de mecanismos de ação;
 Compreender a monitorização ambiental e biológica, bem como conhecer os 
limites de tolerância.
 Introdução à Toxicologia
 Elementos básicos da Toxico-
logia
 Classificação dos agentes tóxi-
cos e seus efeitos
 Fases da intoxicação
 Características de exposição
 Toxicocinética
 Absorção
 Distribuição
 Biotransformação
 Excreção
 Toxicodinâmica
 Mecanismos de ação dos agen-
tes tóxicos
 Fatores determinantes da into-
xicação
 Avaliação da toxicidade
 Desintoxicação
 Toxicidade ocupacional
 Monitorização ambiental e 
limites de exposição
 Monitorização biológica e limi-
tes biológicos
TOXICOLOGIA 13
SER_FARMA_TOXICO_UNID1.indd 13 04/02/2021 12:47:13
Introdução à Toxicologia
A Toxicologia é uma das ciências mais antigas, cuja história acompanha o 
processo evolutivo humano. Desde os primórdios da civilização, o homem pos-
sui conhecimento sobre os efeitos tóxicos provocados por venenos de animais 
peçonhentos e de plantas tóxicas. Os acontecimentos mais importantes da his-
tória da Toxicologia são:
• Papiro de Ebers (1500 a.C.): é um documento que apresenta cerca de 800 
substâncias ativas, como por exemplo, chumbo, cobre, venenos de animais e 
plantas tóxicas;
• Sócrates (470-399 a.C.): foi o caso mais conhecido pelo uso de veneno, 
devido à sua sentença de morte pela ingestão de extrato de cicuta;
• Mitrídates (120-63 a.C.): provavelmente foi o responsável pelas primei-
ras experiências toxicológicas. Ele testava vários tipos de venenos para encon-
trar seus antídotos;
• Dioscórides (40 a 90 d.C.): realizou a primeira classifi cação de venenos, 
dividida em animais, vegetais e minerais;
• Avicena (980-1037): estudou o mecanismo de ação de venenos, incluindo 
neurotoxicidade e efeitos metabólicos;
• Paracelsus (1493-1541): foi o responsável por diversos estudos e ideias 
envolvendo a Farmacologia, a Toxicologia e a Terapêutica. Seus princípios ainda 
são aplicados na Toxicologia, principalmente, seu postulado mais conhecido: 
“todas as substâncias são venenos; não há nenhuma que não seja um veneno. 
A dose correta diferencia o veneno do remédio”;
• Bernard Rognetta (1800-1857): estudou os mecanismos de ação de vá-
rias substâncias químicas, inclusive do arsênio;
• Joseph Jacob Plenck (1739-1807): foi responsável pela introdução de al-
gumas técnicas analíticas na Toxicologia, com o objetivo de identifi car e quanti-
fi car os compostos tóxicos nos tecidos;
• Friedrich Accum (1769-1838): utilizou a química analítica para detectar 
a presença de determinadas substâncias em alimentos e preparações far-
macêuticas;
• Mathieu Orfi la (1787-1853): foi o primeiro toxicologista que usou a com-
binação da Toxicologia forense, clínica e química analítica.
TOXICOLOGIA 14
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Como se pode observar, a Toxicologia se consolidou e passou por avanços 
importantes ao longo dos anos. Atualmente, é considerada uma verdadeira 
ciência social, cuja proposta é estudar as formas seguras de se expor às subs-
tâncias químicas, ajudando o homem a se beneficiar dos avanços tecnológicos.
No estudo da Toxicologia, é impor-
tante definir e contextualizar alguns 
termos frequentemente utilizados. 
Os agentes tóxicos ou toxicantes 
são compostos de origem natural 
(animal, mineral ou vegetal) ou sinté-
tica (produzida pelo homem) capazes 
de provocar danos a um organismo 
vivo, podendo resultar em alterações 
funcionais ou levar à morte. O termo 
veneno é usado para às substâncias 
químicas que causam intoxicação 
ou morte, mesmo em doses relati-
vamente baixas. Além disso, alguns 
autores denominam como veneno as 
substâncias secretadas por animais peçonhentos e que estão relacionadas 
à sua autodefesa ou predação, como, por exemplo, o veneno de cobra. Em 
Toxicologia, as substâncias químicas estranhas ao organismo e que não pos-
suem papel fisiológico conhecido são denominadas de xenobióticos.
Os fármacos são substâncias de estrutura química definida, utilizados 
para proporcionar efeitos benéficos ao organismo por meio da sua capaci-
dade de modificar ou explorar o sistema fisiológico ou o estado patológico. 
Por outro lado, o termo droga é utilizado para substâncias com composição 
indefinida, podendo ser utilizadas com ou sem a intenção de promover be-
nefícios para o organismo. Para a melhor compreensão da diferença entre 
fármaco e droga, considera-se alguns exemplos: a maconha (Cannabis sativa) 
é uma droga e seu principal princípio ativo (tetra-hidrocanabinol – THC) é um 
fármaco. O ópio é uma droga de abuso que contém morfina, uma substância 
de estrutura definida utilizada para combater dores intensas, portanto, é con-
siderado um fármaco.
TOXICOLOGIA 15
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Em geral, a Toxicologia compreende o estudo dos efeitos tóxicos provo-
cados por substâncias químicas em organismos vivos envolvendo diversas 
áreas de aplicação. Essas áreas são definidas de acordo com as característi-
cas do agente tóxico ou pelo seu modo de interação com o sistema biológi-
co. As principais áreas da Toxicologia, incluem:
• Toxicologia ambiental: é o ramo que estuda os efeitos tóxicos dos po-
luentes ambientais (água, sedimento, solo e ar) nos organismos vivos;
• Toxicologia ocupacional: é a área da Toxicologia que estuda os efeitos tóxicos 
em indivíduos expostos às substâncias químicas presentes no ambiente de trabalho;
• Toxicologia de alimentos: dedica-se ao estudo dos efeitos tóxicos provo-
cados por agentes químicos encontrados nos alimentos. Essa área é extrema-
mente importante para garantir que os alimentos ingeridos não causem danos 
ao organismo humano;
• Toxicologia de medicamentos e cosméticos: realiza a análise dos efeitos 
tóxicos provocados pelo uso inadequado de medicamentos ou cosméticos nos 
organismos vivos;
• Toxicologia social: estuda os efeitos tóxicos decorrentes do uso de drogas 
de abuso (por exemplo, cocaína e Cannabis sativa) ou do uso não médico de fár-
macos, que podem acarretar problemas sérios ao próprio usuário e à sociedade;
• Toxicologia forense: busca detectar e identificar agentes tóxicos envolvi-
dos em mortes (post mortem), representando uma área importante para solu-
cionar diversos crimes.
A Toxicologia abrange diferentes campos de trabalho e pode ser dividida em: 
Toxicologia analítica ou química, Toxicologia clínica ou médica e Toxicologia ex-
perimental. A Toxicologia analítica engloba um conjunto de métodos precisos e 
sensíveis que investigam a presença de agentes tóxicos ou algum parâmetro re-
lacionado à sua exposição (por exemplo, alterações bioquímicas) em diferentes 
tipos de amostras, como fluidos orgânicos, alimentos, água, entre outros.
Os profissionais relacionados à área de Toxicologia clínica buscam compreen-
der o quadro clínico do paciente exposto ao agente tóxico ou intoxicado para esta-
belecer as medidas de prevenção, o diagnóstico e a terapêutica das intoxicações.Já a Toxicologia experimental é responsável pelos estudos que fornecem 
informações elucidativas sobre os mecanismos de ação dos agentes tóxicos 
sobre os organismos vivos, além de avaliar os efeitos resultantes dessa ação.
TOXICOLOGIA 16
SER_FARMA_TOXICO_UNID1.indd 16 04/02/2021 12:47:18
Elementos básicos da Toxicologia
A Toxicologia é uma ciência multidisciplinar que se baseia em três elemen-
tos básicos:
• A existência de uma substância química (agente tóxico) capaz de induzir 
um efeito;
• A identifi cação do sistema biológico (organismo) que pode interagir com 
a substância química;
• Uma resposta por meio do efeito tóxico (sinais e sintomas) sobre o siste-
ma biológico.
O objetivo principal da Toxicologia é compreender os efeitos tóxicos e os 
mecanismos de ação das substâncias para evitar impactos na saúde e no meio 
ambiente. Além disso, a Toxicologia utiliza diferentes métodos para identifi -
car e quantifi car os agentes tóxicos presentes em amostras biológicas (sangue, 
urina, saliva etc.). Todas essas informações são necessárias para estabelecer 
medidas terapêuticas seguras que possam contribuir para a prevenção de en-
venenamentos e intoxicações.
Classificação dos agentes tóxicos e seus efeitos
Os agentes tóxicos podem ser classifi cados de diferentes modos, podendo 
considerar sua origem, seus órgãos-alvo, uso, efeito, estado físico, estrutura 
química, potencial de intoxicação, entre outros. Vale ressaltar que os critérios 
de classifi cação são defi nidos conforme o interesse e necessidade do classifi ca-
dor. Alguns exemplos de classifi cação dos agentes tóxicos são:
• Órgão de ação: de acordo com os efeitos do agente tóxico sobre os ór-
gãos-alvo, como neurotóxico (ação no sistema nervoso central), hepatotóxico 
(ação no fígado), entre outros;
• Estrutura química: a estrutura química também pode determinar a toxi-
cidade, como as aminas aromáticas e os hidrocarbonetos halogenados;
• Estado físico: os agentes tóxicos podem apresentar toxicidade diferente 
conforme o seu estado físico (gás, líquido e sólido), como o chumbo, que pode 
ser inofensivo em sua forma sólida, mas pode apresentar toxicidade moderada 
como poeira e ser altamente tóxico como fumo metálico;
TOXICOLOGIA 17
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• Mecanismo de ação: causador de metemoglobinizante (asfi xiantes quími-
cos – induzem a oxidação do ferro da hemoglobina), anticolinesterásico (inibem 
a enzima anticolinesterase), entre outros;
• Efeitos clínicos: podem ser classifi cados de acordo com o aparecimento 
dos efeitos em imediatos, como irritantes que causam lesão na pele, ou tar-
dios, como carcinógenos químicos; também podem ser classifi cados pela re-
versibilidade dos efeitos (tóxicos reversíveis ou irreversíveis).
O Comitê de Carcinógenos Ambientais da IARC (Agência Internacional de 
Pesquisa sobre Câncer) classifi ca os agentes tóxicos com base no potencial car-
cinogênico para seres humanos e animais em:
• Grupo 1: considerados carcinógenos humanos;
• Grupo 2A: indica que o agente é provavelmente carcinogênico;
• Grupo 2B: indica que o agente é possivelmente carcinogênico;
• Grupo 3: não podem ser classifi cados em relação ao seu potencial carcino-
gênico, pois os dados são insufi cientes.
Fases da intoxicação
Por defi nição, pode-se dizer que a intoxicação é um processo patológico 
causado por substâncias endógenas ou exógenas. Essas substâncias são capa-
zes de provocar alterações bioquímicas no organismo exposto, levando a um 
desequilíbrio fi siológico.
A intoxicação envolve uma série de eventos que começam 
com a exposição do organismo ao agente tóxico e vão até o 
surgimento de sinais e sintomas. Desse modo, a intoxicação 
pode ser dividida em quatro fases:
• Fase I – exposição: é a fase em que o organismo 
entra em contato com a substância tóxica. Existem 
vários fatores que infl uenciam a disponibilidade da 
substância para a absorção, como por exemplo, a 
dose ou concentração do agente tóxico, a via de 
introdução, a duração e a frequência da exposi-
ção, as propriedades físico-químicas das substân-
cias e a suscetibilidade do indivíduo;
TOXICOLOGIA 18
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• Fase II – toxicocinética: essa fase inclui os processos que promovem o 
movimento da substância química pelo organismo. Tais processos incluem a 
absorção, distribuição, armazenamento, biotransformação e a excreção de 
substâncias químicas. Alguns fatores, como as propriedades físico-químicas 
dos agentes tóxicos, determinam a biodisponibilidade da substância química 
para interagir com o órgão-alvo e a velocidade de excreção;
• Fase III – toxicodinâmica: está relacionada ao processo de interação do 
agente tóxico com o receptor do seu sítio de ação. Essa interação promove al-
terações morfológicas e funcionais, resultando em um desequilíbrio homeos-
tático no organismo exposto;
• Fase IV – clínica: essa fase engloba os sinais e sintomas dos efeitos pro-
vocados pela ação tóxica de uma substância química, evidenciando um quadro 
de intoxicação. Além disso, os efeitos da interação do agente tóxico com o or-
ganismo também podem ser evidenciados por meio da detecção de alterações 
patológicas observadas na análise laboratorial.
Portanto é importante entender que os efeitos da intoxicação começam quan-
do o agente tóxico alcança o órgão-alvo em quantidade suficiente para provocar 
alterações estruturais e funcionais. No entanto, todos esses processos podem so-
frer influência dos fatores de suscetibilidade de cada organismo (Diagrama 1).
Fonte: DORTA et al., 2018, p. 80. (Adaptado).
Toxicocinética Toxicodinâmica
Exposição
Dose efetiva
Fatores de susceptibilidade
Efeitos biológicos
precoces
Alterações de
estrutura e função
Intoxicação
DIAGRAMA 1. RELAÇÃO ENTRE A TOXICOCINÉTICA E A TOXICODINÂMICA
TOXICOLOGIA 19
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Características de exposição
Em um sistema biológico, a resposta tóxica de uma substância química 
depende de alguns fatores, incluindo as condições de exposição.
As principais vias de introdução de agentes tóxicos são:
• Via sistema trato gastrintestinal (ingestão por via oral);
• Via pulmonar (inalação);
• Via cutânea (absorção pela pele);
• Outras vias parenterais (diferentes da via intestinal).
A Figura 1 ilustra as principais vias de introdução de agentes químicos no 
organismo humano.
Inalação
Injeção
Ingestão
Absorção 
pela pele
Figura 1. Vias de exposição a substâncias tóxicas. Fonte: WHALEN; FINKEL; PANAVELIL, 2016, p. 631. (Adaptado).
A intensidade do efeito e o tempo de resposta variam 
de acordo com a via de exposição. Sendo assim, a efi cácia 
das vias, em ordem decrescente, deve ser: inalação, in-
traperitoneal, subcutânea, intramuscular, intradérmica, 
oral e dérmica.
TOXICOLOGIA 20
SER_FARMA_TOXICO_UNID1.indd 20 04/02/2021 12:47:29
Toxicocinética
A toxicocinética é responsável pelo estudo do comportamento de uma 
substância nos diferentes compartimentos do organismo, ou seja, por meio 
dela é possível estudar os movimentos da substância no organismo.
Em geral, a toxicocinética pode ser dividida em quatro mecanismos que de-
terminam o início, a intensidade e a duração da ação da substância química 
(Diagrama 2). Esses processos são:
• Absorção: permite a entrada da substância química no plasma;
• Distribuição: a substância química pode sair da circulação sanguínea e se 
distribuir nos líquidos intersticial e intracelular;
• Biotransformação: a substância química pode ser biotransformada no 
fígado e em outros tecidos;
• Eliminação: a substância química e seus metabólitos são eliminadas do 
organismo por meio da urina, da bile ou das fezes.
Fonte: OGA; CAMARGO; BATISTUZZO, 2014, p. 8. (Adaptado).
DIAGRAMA 2. FASES DA TOXICOCINÉTICA
Xenobiótico livre 
Xenobiótico ligado Metabólitos
Biotransformação
Absorção Excreção
Sangue
Local de ação
LigadoLivre
Tecidos de depósito
Livre Ligado
TOXICOLOGIA 21
SER_FARMA_TOXICO_UNID1.indd 21 04/02/2021 12:47:29
Cada indivíduo pode apresentar efeitos diferentes mesmo que expostos a 
concentrações similares. Essas diferenças podem ocorrer devido aos fatores 
que interferem nos processos toxicocinéticos, como, por exemplo, as modifi ca-
ções genéticas e fatores fi siológicos (idade ou sexo). Além disso, podem ocorrer 
modifi cações na capacidade de metabolizar substâncias, pois as enzimas po-
dem estar induzidas ou inibidas.
No período gestacional, são observadas muitas alterações toxicocinéticas 
devido à ação hormonal, como indução da metabolização de compostos, alte-
ração no volume de distribuição, entre outros efeitos.
A obesidade também é um fator que altera a toxicocinética, principalmente, 
das substâncias lipofílicas. Nesse caso, ocorre a distribuição das substâncias 
lipofílicas para os tecidos de armazenamento, diminuindo a toxicidade dessas 
substâncias no obeso.
Absorção
A absorção é um processo pelo qual as substâncias químicas passam do 
local de contato por meio da membrana celular e entram na corrente circula-
tória. Os principais locais de absorção são a pele (via dérmica), os pulmões (via 
respiratória) e o trato gastrintestinal (via oral).
A absorção dérmica ocorre quando o agente tóxico consegue atravessar as 
múltiplas camadas celulares da pele. Basicamente, a pele é formada por duas 
camadas principais:
• Camada externa (epiderme): contém o estrato córneo que representa 
uma barreira limitante, ou seja, é ela que determina a quantidade de substân-
cia química que será absorvida. Vale ressaltar que a permeabilidade da pele de-
pende da espessura do estrato córneo, que varia conforme a região do corpo;
• Camada interna (derme): é composta por tecido gorduroso, conjuntivo, 
irrigado por capilares e vasos sanguíneos e os anexos da pele (glândulas su-
doríparas e folículos pilosos). Essa camada é uma barreira inferior ao estrato 
córneo, pois não é seletiva.
De modo geral, a pele é uma barreira relativamente impermeável à maio-
ria dos íons e soluções aquosas, entretanto, algumas substâncias químicas 
conseguem ser absorvidas pela pele em quantidades sufi cientes para indu-
TOXICOLOGIA 22
SER_FARMA_TOXICO_UNID1.indd 22 04/02/2021 12:47:29
zir efeitos tóxicos. O principal mecanismo de absorção é a difusão passiva e, 
por isso, as substâncias lipossolúveis (polares) são mais bem absorvidas do 
que as hidrossolúveis (apolares).
Algumas substâncias possuem ação diretamente sobre a pele, causando 
danos à epiderme, como corrosão e sensibilização. Os ácidos e bases são subs-
tâncias químicas que podem causar efeitos locais.
Diversos fatores podem exercer influência na absorção dérmica por meio 
do aumento da permeabilidade dos agentes tóxicos, tais como:
• Comprometimento da integridade do estrato córneo;
• Nível de hidratação do estrato córneo aumentado;
• Aumento da temperatura do ambiente, que aumenta o fluxo sanguíneo 
capilar;
• Baixa solubilidade do agente toxicante no veículo;
• Substâncias de tamanho pequeno.
A via respiratória é uma importante via de entrada de substâncias quí-
micas, que passam pelos órgãos do sistema respiratório até alcançar a circu-
lação sanguínea. Existem diferentes tipos de compostos tóxicos que podem 
ser absorvidos pelos pulmões, incluindo gases, vapores, líquidos voláteis e 
material particulado.
Os gases e vapores são inalados pelos pulmões e se difundem dos al-
véolos pulmonares para a corrente sanguínea, onde são dissolvidos para 
que possam chegar até os tecidos. Todo esse processo ocorre até atingir 
um equilíbrio entre a concentração das moléculas no sangue e no espaço 
alveolar. Essa relação de equilíbrio entre os dois meios é chamada de coefi-
ciente de partição sangue/gás e é única para cada tipo de gás. Portanto, a 
taxa de absorção de gases pela via respiratória pode variar de acordo com a 
solubilidade do agente tóxico no sangue.
CITANDO
Segundo Oga, Camargo e Batistuzzo (2014), substâncias com alto coefi-
ciente de partição sangue/ar, como clorofórmio, passam facilmente do ar 
para o sangue. Já em substâncias de baixo coeficiente de partição, como 
o etileno, somente uma pequena quantidade é difundida para o sangue, 
devido à sua rápida saturação.
TOXICOLOGIA 23
SER_FARMA_TOXICO_UNID1.indd 23 04/02/2021 12:47:29
O Quadro 1 apresenta algumas características que infl uenciam na absorção 
de material particulado (aerossóis e partículas) pela via respiratória. Vale res-
saltar que a exposição humana a esses poluentes atmosféricos pode causar 
infl amação e irritação das vias aéreas superiores.
QUADRO 1. CARACTERÍSTICAS DA ABSORÇÃO DAS PARTÍCULAS SUSPENSAS NO AR
Tamanho das 
partículas Local de deposição Destino
< 1 μm Alvéolos pulmonares
Absorção sistêmica; absorção pelo sistema linfá-
tico; fagocitose por macrófagos; remoção com o 
muco, por meio de movimentos ciliares.
2 a 5 μm Traqueobronquial Remoção com o muco, por meio de movimentos 
ciliares; fagocitose por macrófagos.
> 5 μm Nasofaríngea Eliminação por assopro, espirro ou limpeza.
Fonte: OGA; CAMARGO; BATISTUZZO, 2014, p. 9. (Adaptado).
A absorção oral é uma via relevante para os diferentes grupos de agentes 
tóxicos, uma vez que está relacionada à ingestão de água ou alimentos con-
taminados ou a situações de tentativa de suicídio (ingestão de drogas ou fár-
macos de abuso). A absorção pode ocorrer ao longo de todo o trato gastrin-
testinal, sendo que as regiões mais comuns são o estômago e o intestino. Os 
fatores que infl uenciam na absorção de cada compartimento incluem o pH, ir-
rigação, características anatômicas e propriedades físico-químicas do agente 
tóxico. Vale ressaltar que as microvilosidades intestinais são estruturas que 
intensifi cam a irrigação sanguínea e proporcionam uma maior superfície de 
contato, favorecendo a absorção dos agentes tóxicos. Outra característica im-
portante é que as substâncias lipossolúveis são absorvidas mais rapidamente 
do que as substâncias hidrossolúveis.
Distribuição
A distribuição dos agentes tóxicos ocorre por meio do sangue e da lin-
fa até atingir diversos tecidos do organismo. De modo geral, a distribuição 
depende do fl uxo sanguíneo e linfático e de outros fatores relacionados às 
propriedades físico-químicas da substância (por exemplo, pH, coefi ciente 
< 1 μm< 1 μm
2 a 5 μm2 a 5 μm
Alvéolos pulmonares
2 a 5 μm
> 5 μm
Alvéolos pulmonares
> 5 μm
Alvéolos pulmonares
> 5 μm
Alvéolos pulmonares
Traqueobronquial
Alvéolos pulmonares
Traqueobronquial
Alvéolos pulmonares
Traqueobronquial
Alvéolos pulmonares
Traqueobronquial
Nasofaríngea
Absorção sistêmica; absorção pelo sistema linfá-
tico; fagocitose por macrófagos; remoção com o 
Traqueobronquial
Nasofaríngea
Absorção sistêmica; absorção pelo sistema linfá-
tico; fagocitose por macrófagos; remoção com o 
muco, por meio de movimentos ciliares.
Traqueobronquial
Nasofaríngea
Absorção sistêmica; absorção pelo sistema linfá-
tico; fagocitose por macrófagos; remoção com o 
muco, por meio de movimentos ciliares.
Nasofaríngea
Absorção sistêmica; absorção pelo sistema linfá-
tico; fagocitose por macrófagos; remoção com o 
muco, por meio de movimentos ciliares.
Remoção com o muco, por meio de movimentos 
ciliares; fagocitose por macrófagos.
Absorção sistêmica; absorção pelo sistema linfá-
tico; fagocitose por macrófagos; remoção com o 
muco, por meio de movimentos ciliares.
Remoção com o muco, por meio de movimentos 
ciliares; fagocitose por macrófagos.
Absorção sistêmica; absorção pelo sistema linfá-
tico; fagocitose por macrófagos; remoção com o 
muco, por meio de movimentos ciliares.
Remoção com o muco, por meio de movimentos 
ciliares; fagocitose por macrófagos.
Eliminação por assopro, espirro ou limpeza.
Absorção sistêmica; absorção pelo sistema linfá-
tico; fagocitose por macrófagos; remoção com o 
muco, por meio de movimentos ciliares.
Remoçãocom o muco, por meio de movimentos 
ciliares; fagocitose por macrófagos.
Eliminação por assopro, espirro ou limpeza.
Absorção sistêmica; absorção pelo sistema linfá-
tico; fagocitose por macrófagos; remoção com o 
muco, por meio de movimentos ciliares.
Remoção com o muco, por meio de movimentos 
ciliares; fagocitose por macrófagos.
Eliminação por assopro, espirro ou limpeza.
Absorção sistêmica; absorção pelo sistema linfá-
tico; fagocitose por macrófagos; remoção com o 
muco, por meio de movimentos ciliares.
Remoção com o muco, por meio de movimentos 
ciliares; fagocitose por macrófagos.
Eliminação por assopro, espirro ou limpeza.
Absorção sistêmica; absorção pelo sistema linfá-
tico; fagocitose por macrófagos; remoção com o 
muco, por meio de movimentos ciliares.
Remoção com o muco, por meio de movimentos 
ciliares; fagocitose por macrófagos.
Eliminação por assopro, espirro ou limpeza.
Absorção sistêmica; absorção pelo sistema linfá-
tico; fagocitose por macrófagos; remoção com o 
muco, por meio de movimentos ciliares.
Remoção com o muco, por meio de movimentos 
ciliares; fagocitose por macrófagos.
Eliminação por assopro, espirro ou limpeza.
Absorção sistêmica; absorção pelo sistema linfá-
tico; fagocitose por macrófagos; remoção com o 
muco, por meio de movimentos ciliares.
Remoção com o muco, por meio de movimentos 
ciliares; fagocitose por macrófagos.
Eliminação por assopro, espirro ou limpeza.
Absorção sistêmica; absorção pelo sistema linfá-
tico; fagocitose por macrófagos; remoção com o 
muco, por meio de movimentos ciliares.
Remoção com o muco, por meio de movimentos 
ciliares; fagocitose por macrófagos.
Eliminação por assopro, espirro ou limpeza.
Absorção sistêmica; absorção pelo sistema linfá-
tico; fagocitose por macrófagos; remoção com o 
Remoção com o muco, por meio de movimentos 
ciliares; fagocitose por macrófagos.
Eliminação por assopro, espirro ou limpeza.
tico; fagocitose por macrófagos; remoção com o 
Remoção com o muco, por meio de movimentos 
Eliminação por assopro, espirro ou limpeza.
Remoção com o muco, por meio de movimentos 
Eliminação por assopro, espirro ou limpeza.
Remoção com o muco, por meio de movimentos 
Eliminação por assopro, espirro ou limpeza.Eliminação por assopro, espirro ou limpeza.
TOXICOLOGIA 24
SER_FARMA_TOXICO_UNID1.indd 24 04/02/2021 12:47:30
óleo/água e ligação com as proteínas plasmáticas). Destaca-se ainda que a 
distribuição ocorre mais facilmente em tecidos altamente irrigados (cora-
ção, cérebro e fígado) do que em tecidos pouco irrigados (tecido adiposo, 
ossos, unhas e dentes).
O Diagrama 3 mostra que somente as substâncias livres conseguem al-
cançar o sítio de ação, enquanto as substâncias que se ligam às proteínas 
plasmáticas, como a albumina, as lipoproteínas e as globulinas, são elimina-
das. Além disso, as substâncias distribuídas pelo organismo chegam ao sítio 
de ação de modo mais eficiente no estado lipossolúvel.
Fonte: OGA; CAMARGO; BATISTUZZO, 2014, p. 11. (Adaptado).
DIAGRAMA 3. ESQUEMA DA DISTRIBUIÇÃO DE UM AGENTE TÓXICO ATÉ SEU SÍTIO-ALVO
A extensão da distribuição de uma substância ao longo do corpo humano 
pode ser avaliada por meio de um parâmetro toxicocinético, chamado volume 
de distribuição. Desse modo, é possível obter informações sobre a quantida-
Introdução do 
xenobiótico 
na circulação 
Xenobiótico ligado 
às proteínas 
Líquido intersticial Células-alvo 
Xenobiótico ligado 
às proteínas 
Xenobiótico ligado 
a sítios inertes 
Complexo 
xenobiótico-alvo 
Intensidade do 
efeito tóxico
Xenobiótico livre Xenobiótico livre 
Eliminação 
Xenobiótico livre 
Fora do organismo 
Plasma 
TOXICOLOGIA 25
SER_FARMA_TOXICO_UNID1.indd 25 04/02/2021 12:47:30
de de substâncias tóxicas existente no organismo e a quantidade presente no 
plasma. Substâncias que apresentam grande volume de distribuição tendem a 
ser distribuídas para o corpo inteiro, sendo que somente uma pequena porção 
permanece no plasma. Por outro lado, pequenos volumes de distribuição indi-
cam que a maior fração da substância permanece no plasma, possivelmente 
devido à ligação entre a substância química e as proteínas plasmáticas.
Assim, a distribuição pode ser afetada pela ligação das substâncias tóxicas 
às proteínas plasmáticas, uma vez que se tornam incapazes de atravessar as 
membranas. A albumina é a proteína mais abundante e com maior afi nidade 
com substâncias tóxicas. Além disso, as β-globulinas e as lipoproteínas tam-
bém são proteínas importantes que podem se ligar a um amplo número de 
substâncias químicas.
As barreiras biológicas difi cultam a passagem de substâncias dissolvidas 
no sangue para os tecidos, sendo que as mais importantes são: barreira he-
matoencefálica (protege o sistema nervoso central) e a barreira placentária 
(protege o feto).
Além disso, a ação tóxica de algumas substâncias químicas pode ser pro-
longada devido ao seu acúmulo em reservatórios teciduais. Por exemplo, o 
chumbo é um metal tóxico que pode se acumular durante anos nos ossos e ser 
liberado tardiamente.
Biotransformação
Para compreender a biotransformação, é importante lembrar que o com-
portamento toxicocinético das substâncias químicas dependem de suas pro-
priedades físico-químicas. Normalmente, as substâncias lipofílicas são ab-
sorvidas de modo mais efi ciente, entretanto, não são facilmente excretadas e 
tendem a se acumular no organismo. Por outro lado, as substâncias hidrofílicas 
possuem outro comportamento, uma vez que sua absorção é mais difícil e sua 
excreção ocorre mais facilmente.
Desse modo, a biotransformação é um mecanismo que altera a estrutura 
química das substâncias lipofílicas, facilitando a sua excreção. Em outras pala-
vras, pode-se dizer que esse processo transforma substâncias polares e lipos-
solúveis em metabólitos mais polares e hidrossolúveis.
TOXICOLOGIA 26
SER_FARMA_TOXICO_UNID1.indd 26 04/02/2021 12:47:30
As reações de biotransformação são divididas em dois grupos:
• Fase I (não sintética): são reações que conferem polaridade às substâncias 
tóxicas, aumentando a sua hidrofi licidade. Para isso, ocorre uma exposição ou 
inserção de grupamentos de funcionais polares, como grupos sulfi drilas (-SH), 
hidroxilas (-OH), amina (-NH2) ou carboxila (-COOH). Os produtos (metabólitos) 
dessas reações podem ser mais tóxicos que a substância original, devido ao 
processo de bioativação;
• Fase II (sintética): alguns produtos da fase I precisam sofrer modifi cações 
adicionais para serem excretados. Desse modo, passam pela fase II, que serve 
para adicionar cofatores endógenos às moléculas provenientes da fase I por 
meio de ligação de grupos hidrofílicos (como o ácido glicurônico), criando con-
jugados mais polares. Nessa fase, estão envolvidas duas enzimas: sintetase 
(síntese de cofatores) e transferase (transferência dos cofatores).
O Quadro 2 mostra as principais reações de biotransformação.
QUADRO 2. REAÇÕES DE BIOTRANSFORMAÇÃO
Fase I Fase II
• Oxidação;
• Hidrólise;
• Redução.
• Glicuronidação;
• Sulfotransferase;
• Metilação;
• Acetilação;
• Conjugação com a glutationa;
• Conjugação com aminoácidos.
As enzimas que catalisam a biotransformação das substâncias tóxicas es-
tão distribuídas pelo organismo, nos pulmões, rins, adrenais, pele, mucosa gas-
trintestinal e, principalmente, no fígado.
Alguns fatores podem inferir no mecanismo de biotransformação, sendo 
classifi cados em internos e externos. Os fatores internos estão relacionados ao 
próprio sistema biológico, como por exemplo, espécie/raça, fatores genéticos, 
gênero, idade e estado patológico. Entre os fatores externos estão as substân-
cias que podem ativar ou inibir os sistemas enzimáticos. O Quadro 3 apresenta 
alguns exemplos de substâncias que podem atuar sobre o citocromo (CYP) 
P450, uma importante enzima responsável pelas reações de oxidação de inú-
meras substâncias tóxicas.
• Oxidação;• Oxidação;
• Hidrólise;
• Oxidação;
• Hidrólise;
•Redução.
• Oxidação;
• Hidrólise;
• Redução.
• Hidrólise;
• Redução.
• Glicuronidação;
• Sulfotransferase;
• Glicuronidação;
• Sulfotransferase;
• Conjugação com a glutationa;
• Conjugação com aminoácidos.
• Glicuronidação;
• Sulfotransferase;
• Metilação;
• Conjugação com a glutationa;
• Conjugação com aminoácidos.
• Glicuronidação;
• Sulfotransferase;
• Metilação;
• Acetilação;
• Conjugação com a glutationa;
• Conjugação com aminoácidos.
• Glicuronidação;
• Sulfotransferase;
• Metilação;
• Acetilação;
• Conjugação com a glutationa;
• Conjugação com aminoácidos.
• Sulfotransferase;
• Metilação;
• Acetilação;
• Conjugação com a glutationa;
• Conjugação com aminoácidos.
• Acetilação;
• Conjugação com a glutationa;
• Conjugação com aminoácidos.
• Conjugação com a glutationa;
• Conjugação com aminoácidos.
• Conjugação com a glutationa;
• Conjugação com aminoácidos.
• Conjugação com a glutationa;
• Conjugação com aminoácidos.• Conjugação com aminoácidos.
TOXICOLOGIA 27
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QUADRO 3. REAÇÕES DE BIOTRANSFORMAÇÃO
Citocromo P450 Indutores Inibidores
CYP1A
HPAs;
Benzopireno;
Rifampicina.
Fluvoxamina;
Furafi lina.
CYP2D Etanol;
Isoniazida. Dissulfi ram.
CYP3A
Barbitúricos;
Carbamazepina;
Fenitoína;
Rifampicina.
Cetoconazol;
Itraconazol;
Eritromicina.
Fonte: OGA; CAMARGO; BATISTUZZO, 2014, p. 17. (Adaptado). 
Excreção
As substâncias químicas são eliminadas do organismo por um processo de-
nominado excreção. Muitas vezes, as substâncias são biotransformadas em 
produtos mais hidrossolúveis, o que as tornam mais compatíveis para serem 
eliminadas do organismo.
Os órgãos excretores mais representativos são os rins (via urinária), o trato 
digestivo (via fecal) e os pulmões (via pulmonar). É importante compreender 
que a urina excreta substâncias hidrossolúveis, enquanto as fezes eliminam 
substâncias não absorvidas no trato digestivo e que são excretadas pela bile. Já 
os pulmões são necessários para excreção de voláteis e gases.
A excreção renal é um processo efi ciente para eliminar substâncias polares 
e hidrossolúveis pela urina. Basicamente, a formação da urina e excreção de 
substâncias envolve os seguintes mecanismos (Figura 2):
• Filtração glomerular: as substâncias químicas são fi ltradas no glomé-
rulo renal;
• Secreção tubular: consiste na passagem de substâncias tóxicas do san-
gue diretamente para a urina, nos túbulos proximais, por mecanismos de 
transporte ativo;
• Reabsorção tubular: as substâncias lipossolúveis são reabsorvidas a partir 
do lúmen tubular (túbulo proximal) e transportadas de volta à circulação sistêmica.
CYP1ACYP1ACYP1A
CYP2DCYP2DCYP2D
CYP3ACYP3A
Benzopireno;
CYP3A
HPAs;
Benzopireno;
Rifampicina.
HPAs;
Benzopireno;
Rifampicina.
Benzopireno;
Rifampicina.
Benzopireno;
Rifampicina.
Etanol;
Isoniazida.
Rifampicina.
Etanol;
Isoniazida.
Barbitúricos;
Etanol;
Isoniazida.
Barbitúricos;
Carbamazepina;
Isoniazida.
Barbitúricos;
Carbamazepina;
Fenitoína;
Barbitúricos;
Carbamazepina;
Fenitoína;
Rifampicina.
Barbitúricos;
Carbamazepina;
Fenitoína;
Rifampicina.
Fluvoxamina;
Carbamazepina;
Fenitoína;
Rifampicina.
Fluvoxamina;
Furafi lina.
Carbamazepina;
Rifampicina.
Fluvoxamina;
Furafi lina.
Rifampicina.
Fluvoxamina;
Furafi lina.
Dissulfi ram.
Fluvoxamina;
Furafi lina.
Dissulfi ram.Dissulfi ram.
Cetoconazol;
Dissulfi ram.
Cetoconazol;
Itraconazol;
Dissulfi ram.
Cetoconazol;
Itraconazol;
Eritromicina.
Cetoconazol;
Itraconazol;
Eritromicina.
Cetoconazol;
Itraconazol;
Eritromicina.
Itraconazol;
Eritromicina.Eritromicina.
TOXICOLOGIA 28
SER_FARMA_TOXICO_UNID1.indd 28 04/02/2021 12:47:31
Capilar peritubular 
Secreção tubular 
Túbulo proximal 
Filtração
glomerular 
Arteríola aferente
Reabsorção
tubular 
Arteríola eferente 
Fármaco
no sangue
Urina 
4
3
2 1
Figura 2. Etapas da excreção urinária. Fonte: GOLAN et al. 2018, p. 36. (Adaptado).
A excreção pelo trato digestivo também é uma via importante de elimina-
ção de substâncias químicas no organismo. Alguns agentes tóxicos passam pelo 
canal alimentar sem serem absorvidos e acabam sendo excretados pelas fezes, 
como o paraquat e o curare, que são produtos de biotransformação de diversas 
substâncias. Além disso, a excreção biliar envolve a eliminação de substâncias 
biotransformadas pelo fígado e que ingressam no intestino pela bile. Assim, o 
destino dessas substâncias tóxicas e de seus metabólitos, dependendo de suas 
propriedades físico-químicas, pode ser a excreção pelas fezes ou a reabsorção 
por meio de um processo chamado circulação êntero-hepática.
TOXICOLOGIA 29
SER_FARMA_TOXICO_UNID1.indd 29 04/02/2021 12:47:32
A excreção pulmonar é responsável pela eliminação de substâncias gaso-
sas e voláteis pelos pulmões, por meio de difusão simples. Em geral, a excre-
ção de gases é inversamente proporcional à quantidade de sua solubilidade no 
sangue (taxa de absorção), ou seja, quanto menor o coefi ciente de solubilidade, 
mais rápida é a excreção pelos pulmões. Do mesmo modo, as substâncias pou-
co solúveis no sangue devem ter a secreção limitada pela perfusão (circulação), 
enquanto as substâncias altamente solúveis devem ter a excreção limitada 
pela ventilação (respiração).
EXEMPLIFICANDO
O bafômetro, utilizado para a determinar a quantidade de etanol presente 
no plasma, é uma aplicação do princípio da proporcionalidade entre a 
quantidade de etanol eliminada e a sua pressão de vapor.
As substâncias tóxicas também podem ser excretadas por outras vias, 
como pelo leite materno, saliva, suor e pelo fl uido cerebrospi-
nal. A eliminação de toxicantes por essas vias dependem de 
alguns fatores, como a diferença de pH entre o plasma e as 
glândulas/tecidos, o pKa das substâncias, a lipossolubilida-
de e a presença de transportes ativos.
Toxicodinâmica
A toxicodinâmica estuda os mecanismos da ação tóxica, ou seja, descreve 
o que a substância química faz no sistema biológico com base nos aspectos 
bioquímicos e moleculares. Desse modo, os dados obtidos são fundamentais 
para auxiliar na avaliação de risco e no desenvolvimento de produtos especí-
fi cos, além de contribuir para o desenvolvimento de procedimentos preventi-
vos e estratégias de tratamento. Além disso, os dados podem auxiliar na com-
preensão sobre as substâncias tóxicas utilizadas em pesquisas científi cas.
Assim como existem vários tipos de substâncias químicas com potencial tó-
xico, existem também diversos mecanismos de ação. Basicamente, a substân-
cia tóxica ou seu metabólito precisa atingir seu sítio de ação (ou tecido-alvo) em 
concentração adequada para provocar o efeito tóxico. As alterações provoca-
das pelo efeito tóxico podem ser corrigidas por meio de mecanismos de reparo 
TOXICOLOGIA 30
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que atuam em nível molecular, celular e tecidual. Entretanto, podem ocorrer 
falhas no reparo, contribuindo para o aparecimento da toxicidade. O Diagrama 
4 apresenta as etapas da toxicodinâmica no desenvolvimento da toxicidade.
Fonte: DORTA et al., 2018, p. 80. (Adaptado).
DIAGRAMA 4. ETAPAS DA TOXICODINÂMICA
Agente tóxico 
Alcance do tecido-alvo 
Disfunção celular/injúria 
Interação com a molécula-alvo Alteração do ambiente biológico 
Falhas no reparo 
Dano Toxidade
Mecanismo de ação dos agentes tóxicos
Como visto, é muito importante conhecer os mecanismos moleculares e 
bioquímicos das substâncias tóxicas, bem como o seu sítio de ação, pois por 
meio dessas informações é possível defi nir as medidas preventivas e terapêu-
ticas da intoxicação.
Os mecanismos de ação mais conhecidos são:
• Interação da substância tóxica com receptores: os receptores são cons-
tituídos por macromoléculas ou partes delas que atuam como um elemento de 
comunicação para coordenar as funções celulares no organismo. Estão presen-
TOXICOLOGIA 31
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tes nas membranas celulares,no citoplasma ou no núcleo. Algumas substân-
cias tóxicas (S) se ligam a esses receptores (R) para desencadear seus efeitos 
tóxicos, mas, em geral, essa ligação é reversível, ou seja:
(R + S ⇆ RS) (1)
Como exemplo, os fármacos do tipo atropina se ligam ao receptor musca-
rínico no sistema nervoso autônomo e central, bloqueando a ação do neuro-
transmissor acetilcolina;
• Interferências nas funções de membranas excitáveis: as substâncias 
tóxicas podem interferir na manutenção e na estabilidade das membranas ex-
citáveis, alterando a sua função. Existem vários meios pelos quais as substân-
cias tóxicas podem agir nas membranas, por exemplo, bloqueando os canais 
de íons, aumentando a sua permeabilidade ou alterando a sua fluidez;
• Inibição da fosforilação oxidativa: algumas substâncias tóxicas interferem 
na oxidação de carboidratos na síntese de adenosina trifosfato (ATP) e, assim, 
provocam seus efeitos tóxicos. Normalmente, esse mecanismo ocorre devido ao 
bloqueio do fluxo de oxigênio para os tecidos. A diminuição do ATP compromete 
a integridade da membrana, o funcionamento de bombas iônicas e a síntese de 
proteínas. E a diminuição da energia leva à perda das funções celulares;
• Complexação com componentes enzimáticos: muitas substâncias quí-
micas agem como inibidores enzimáticos, como os inseticidas fosforados (ini-
bem as colinesterases), o cianeto (age sobre as enzimas envolvidas na respira-
ção celular), o cádmio (inibe o citocromo P450), o monóxido de carbono (age no 
citocromo oxidase), entre outros;
• Complexação com proteínas: algumas substâncias e seus metabólitos 
podem interagir covalentemente com os sítios nucleofílicos das 
proteínas, como a aflatoxina B1, o paracetamol, tetracloreto de 
carbono, entre outros;
• Complexação com lipídios: a peroxidação lipídica é um 
mecanismo de morte celular provocado por substâncias 
tóxicas. Em geral, o processo de peroxidação lipídica 
promove a deterioração oxidativa dos ácidos graxos 
poli-insaturados e, consequentemente, pode ocorrer a 
ruptura das estruturas celulares;
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• Complexação com ácidos nucleicos: as substâncias tóxicas (agentes ele-
trofílicos) podem interagir com o DNA se ligando aos sítios nucleofílicos e, as-
sim, alterar a expressão de produtos gênicos necessários para a sobrevivência 
das células. Além disso, algumas substâncias tóxicas também podem interagir 
covalentemente com os sítios nucleofílicos do RNA, comprometendo o proces-
so de síntese proteica.
Fatores determinantes da intoxicação
Os efeitos tóxicos causados pelas substâncias químicas são consequências 
das alterações fi siológicas e bioquímicas normais dos órgãos. Assim, a exten-
são da lesão é diretamente proporcional às concentrações do agente tóxico, 
podendo acarretar uma intoxicação mais leve, severa ou até mesmo não sofrer 
nenhuma alteração.
A severidade dos efeitos tóxicos também pode variar de acordo com o ór-
gão afetado, ou seja, os efeitos podem ser mais graves quando afetam órgãos 
vitais. Além disso, alguns órgãos são capazes de se regenerar (fígado), enquan-
to outros não se regeneram (sistema nervoso).
Em resumo, os fatores determinantes da intoxicação incluem:
• Fatores relacionados à exposição: dose ou concentração da substância, a 
via de introdução e a frequência de exposição;
• Fatores relacionados às propriedades físico-químicas da substância: 
solubilidade, estado físico, grau de ionização etc.;
• Fatores relacionados ao organismo: espécie, fatores genéticos, idade, 
sexo, estado hormonal, estado patológico, entre outros;
• Fatores relacionados ao ambiente: temperatura, pressão, radiações, 
umidade, entre outros.
Avaliação da toxicidade
A avaliação toxicológica das substâncias químicas envolve um conjunto de 
testes padronizados aceitos por agências regulamentadoras para investigar 
seus possíveis efeitos tóxicos em humanos. Normalmente, esses testes utili-
zam animais de laboratório sob condições previamente estabelecidas. Entre-
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tanto, alguns métodos alternativos, que utilizam quantidades reduzidas de ani-
mais ou modelos in vitro, também têm apresentado resultados toxicológicos 
semelhantes aos observados em estudos in vivo.
É importante entender que os testes toxicológicos possuem o objetivo de 
caracterizar os efeitos tóxicos produzidos por uma substância química, toda-
via, não demonstram a segurança da substância-teste. Os testes utilizados 
para a avaliação da toxicidade são:
• Toxicidade aguda: a substância-teste é administrada em uma ou mais do-
ses em um período de 24 horas. Após a administração, os animais são observa-
dos por até 14 dias. Os resultados a partir dos estudados de toxicidade aguda 
fornecem informações importantes sobre o mecanismo de ação da substância, 
além de identificar órgãos ou sistemas sensíveis. Além disso, também permi-
tem determinar se os efeitos tóxicos causados pela substância são reversíveis;
• Toxicidade subcrônica: é um estudo realizado para obter informações 
sobre a toxicidade de uma substância química após exposições repetidas. O 
tempo desse teste é de pelo menos 21 dias, mas, normalmente, é realizado 
em 90 dias. Esse estudo é importante para estabelecer os níveis nos quais 
não se observam os efeitos tóxicos, identificar os órgãos afetados e deter-
minar a severidade após as exposições repetidas. A observação dos animais 
após o período de tratamento é importante para determinar se efeitos ocor-
reram devido ao acúmulo da substância ou não, bem como para estabelecer 
se os efeitos são reversíveis;
• Toxicidade crônica: é um estudo realizado para determinar os efeitos tó-
xicos da substância-teste após exposições repetidas, cujo tempo de duração 
deve ser superior a três meses;
• Estudo dos efeitos locais sobre a pele e olhos: esses testes avaliam a 
irritação provocada por substâncias químicas sobre a pele e os olhos. Os parâ-
metros utilizados para avaliar a irritação da pele são eritema, escaras, edema 
e corrosão. Já os parâmetros observados nos olhos, incluem as alterações da 
conjuntiva, córnea, íris e cristalino. Os testes de irritação podem ser: irritação 
local ou aguda (reposta de uma exposição única); irritação cumulativa (respos-
ta de exposição repetida); irritação induzida fotoquimicamente (resposta pri-
mária resultante de luz). É importante frisar que a irritação não reversível é 
aquela que persiste por mais de 14 dias após a exposição;
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• Sensibilização cutânea: esse teste é usado quando há possibilidade de 
contatos repetidos da substância com a pele;
• Mutagênese: é um estudo usado para avaliar a capacidade de uma subs-
tância química de induzir lesões (mutações) no material genético das células. 
Essas mutações podem afetar o indivíduo exposto, mas também podem ser 
transmitidas para as gerações futuras (transferência hereditária);
• Carcinogênese: esses testes de carcinogenicidade são empregados 
para avaliar a capacidade de uma substância química de gerar câncer ou 
tumores. Algumas substâncias já são reconhecidas como carcinogênicas 
para o homem, como as aflatoxinas (micotoxina), benzeno, cloreto de vini-
la, entre outros. Algumas substâncias vêm sendo estudadas e são classi-
ficadas como provavelmente carcinogênicas, como o formaldeído, a sílica 
cristalina etc.;
• Teratogênese: estuda a capacidade de uma substância causar alterações 
durante o desenvolvimento embrionário, ou seja, entre a concepção e o nas-
cimento. Vale ressaltar que os efeitos dessas substâncias dependem de qual 
fase do desenvolvimento ocorreu a exposição.
Desintoxicação
A desintoxicação ou descontaminação é um processo que pode ser reali-
zado em pacientes estabilizados. No entanto, os métodos e os procedimentos 
devem ser escolhidos de acordo comcada quadro de intoxicação, conside-
rando as características da substância tóxica, a via de exposição e o quadro 
clínico do paciente.
O primeiro passo da desintoxicação é interromper o processo de absorção 
da substância tóxica. Em muitos casos, é necessário realizar a descontami-
nação de superfície por meio da lavagem dos olhos (exposições oculares) e 
da pele (exposições cutâneas). Essas lavagens devem ser feitas com solução 
salina ou água tépida até obter pH neutro.
A descontaminação gastrintestinal (DGI) envolve um conjunto de méto-
dos utilizados para prevenir ou reduzir a absorção da substância após ter 
sido ingerida. O Quadro 4 apresenta as principais estratégias para a DGI, suas 
indicações, contraindicações e procedimentos.
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QUADRO 4. MÉTODOS DE DESCONTAMINAÇÃO GASTRINTESTINAL
Método Indicações Contraindicações Procedimentos
Carvão 
ativado (CA)
Casos de ingestão 
de substâncias bem 
adsorvidas pelo CA.
Risco de aspiração do 
conteúdo gástrico em 
doentes com depressão 
neurológica e vias 
áreas desprotegidas;
Risco de sangramento 
e perfusão do TDG.
Crianças até 1 ano: 0,5 a
1 g/kg de peso (10 a 25 g);
Crianças 1 a 12 anos: 1 g/
kg de peso (25 a 50 g);
Adolescentes e adultos: 
50 a 100 g/dose.
Catárticos 
(CAT)
Não há indicação 
formal.
Crianças pequenas, 
idosos e pessoas 
debilitadas;
Depleção de líquido 
e desequilíbrio 
eletrolítico;
Íleo adinâmico;
Obstrução e perfuração 
intestinal.
Sulfato de magnésio: 
recomenda-se dose 
única no caso de não 
haver trânsito intestinal 
adequado com o uso de 
múltiplas doses de CA;
Não misturar com o CA.
Crianças: 2,5 mL/kg de 
solução a 10%;
Adultos: 150 mL de 
solução a 10%.
Lavagem 
gástrica (LG)
Em situação 
excepcional, que 
evolve grande 
quantidade de agente 
comprovadamente 
tóxico ou com 
toxicidade 
potencializada por 
associação entre 
agentes.
Risco de aspiração 
do conteúdo gástrico 
em doentes com 
depressão neurológica 
e vias aéreas não 
protegidas;
Risco de sangramento 
e perfusão do TDG;
Ingestão de ácidos e 
bases fortes.
Lavagem via sonda 
orogástrica várias 
vezes até obter retorno 
de líquido claro, sem 
resíduos.
Crianças: 10 mL/Kg de 
soro fi siológico (SF) 
morno por vez.
Adultos: 200-300 mL de 
SF morno ou água morna 
por vez.
Êmese ou 
indução de 
vômito com 
ipeca (IP)
Deve ser evitada tanto 
no local quanto no 
serviço médico de 
emergência (SME).
Ipeca pode atrasar 
a administração ou 
reduzir a efi cácia do CA 
e de antídotos por via 
oral, assim como da IC.
Procedimento não 
recomendado.
Irrigação 
intestinal 
completa (IC)
Doses tóxicas de 
agentes pouco 
adsorvidos pelo CA. 
Vias aéreas não 
protegidas;
Íleo adinâmico;
Obstrução ou 
perfuração 
gastrintestinal;
Vômitos incontroláveis;
Instabilidade 
hemodinâmica.
Administração de 
soluções eletrolíticas de 
polietilenoglicol até obter 
efl uente renal claro.
Crianças de 1 a 6 anos: 
500 mL/hora;
Crianças de 6 a 12 anos: 
1000 mL/hora;
Adolescentes e adultos: 
1500 a 2000 mL/hora.
Fonte: OGA; CAMARGO; BATISTUZZO, 2014, n. p. (Adaptado).
Carvão 
ativado (CA)
Carvão 
ativado (CA)
Carvão 
ativado (CA)ativado (CA)
Casos de ingestão 
de substâncias bem 
Casos de ingestão 
de substâncias bem 
adsorvidas pelo CA.
Casos de ingestão 
de substâncias bem 
adsorvidas pelo CA.
Casos de ingestão 
de substâncias bem 
adsorvidas pelo CA.
Catárticos 
Casos de ingestão 
de substâncias bem 
adsorvidas pelo CA.
Catárticos 
(CAT)
de substâncias bem 
adsorvidas pelo CA.
Risco de aspiração do 
Catárticos 
(CAT)
adsorvidas pelo CA.
Risco de aspiração do 
conteúdo gástrico em 
doentes com depressão 
Risco de aspiração do 
conteúdo gástrico em 
doentes com depressão 
Risco de aspiração do 
conteúdo gástrico em 
doentes com depressão 
neurológica e vias 
áreas desprotegidas;
Não há indicação 
Risco de aspiração do 
conteúdo gástrico em 
doentes com depressão 
neurológica e vias 
áreas desprotegidas;
Risco de sangramento 
Não há indicação 
Risco de aspiração do 
conteúdo gástrico em 
doentes com depressão 
neurológica e vias 
áreas desprotegidas;
Risco de sangramento 
e perfusão do TDG.
Não há indicação 
formal.
Risco de aspiração do 
conteúdo gástrico em 
doentes com depressão 
neurológica e vias 
áreas desprotegidas;
Risco de sangramento 
e perfusão do TDG.
Não há indicação 
formal.
conteúdo gástrico em 
doentes com depressão 
neurológica e vias 
áreas desprotegidas;
Risco de sangramento 
e perfusão do TDG.
Não há indicação 
doentes com depressão 
neurológica e vias 
áreas desprotegidas;
Risco de sangramento 
e perfusão do TDG.
Crianças até 1 ano: 0,5 a
Crianças pequenas, 
áreas desprotegidas;
Risco de sangramento 
e perfusão do TDG.
Crianças até 1 ano: 0,5 a
1 g/kg de peso (10 a 25 g);
Crianças pequenas, 
idosos e pessoas 
Risco de sangramento 
e perfusão do TDG.
Crianças até 1 ano: 0,5 a
1 g/kg de peso (10 a 25 g);
Crianças 1 a 12 anos: 1 g/
Crianças pequenas, 
idosos e pessoas 
debilitadas;
Depleção de líquido 
Em situação 
Crianças até 1 ano: 0,5 a
1 g/kg de peso (10 a 25 g);
Crianças 1 a 12 anos: 1 g/
kg de peso (25 a 50 g);
Adolescentes e adultos: 
Crianças pequenas, 
idosos e pessoas 
debilitadas;
Depleção de líquido 
e desequilíbrio 
Em situação 
Crianças até 1 ano: 0,5 a
1 g/kg de peso (10 a 25 g);
Crianças 1 a 12 anos: 1 g/
kg de peso (25 a 50 g);
Adolescentes e adultos: 
Crianças pequenas, 
idosos e pessoas 
debilitadas;
Depleção de líquido 
e desequilíbrio 
eletrolítico;
Íleo adinâmico;
Obstrução e perfuração 
Em situação 
Crianças até 1 ano: 0,5 a
1 g/kg de peso (10 a 25 g);
Crianças 1 a 12 anos: 1 g/
kg de peso (25 a 50 g);
Adolescentes e adultos: 
50 a 100 g/dose.
Crianças pequenas, 
idosos e pessoas 
debilitadas;
Depleção de líquido 
e desequilíbrio 
eletrolítico;
Íleo adinâmico;
Obstrução e perfuração 
Crianças até 1 ano: 0,5 a
1 g/kg de peso (10 a 25 g);
Crianças 1 a 12 anos: 1 g/
kg de peso (25 a 50 g);
Adolescentes e adultos: 
50 a 100 g/dose.
Depleção de líquido 
e desequilíbrio 
eletrolítico;
Íleo adinâmico;
Obstrução e perfuração 
Crianças até 1 ano: 0,5 a
1 g/kg de peso (10 a 25 g);
Crianças 1 a 12 anos: 1 g/
kg de peso (25 a 50 g);
Adolescentes e adultos: 
50 a 100 g/dose.
Depleção de líquido 
e desequilíbrio 
eletrolítico;
Íleo adinâmico;
Obstrução e perfuração 
intestinal.
Sulfato de magnésio: 
1 g/kg de peso (10 a 25 g);
Crianças 1 a 12 anos: 1 g/
kg de peso (25 a 50 g);
Adolescentes e adultos: 
50 a 100 g/dose.
Íleo adinâmico;
Obstrução e perfuração 
intestinal.
Sulfato de magnésio: 
recomenda-se dose 
única no caso de não 
haver trânsito intestinal 
Risco de aspiração 
kg de peso (25 a 50 g);
Adolescentes e adultos: 
50 a 100 g/dose.
Obstrução e perfuração 
intestinal.
Sulfato de magnésio: 
recomenda-se dose 
única no caso de não 
haver trânsito intestinal 
adequado com o uso de 
Risco de aspiração 
Obstrução e perfuração 
Sulfato de magnésio: 
recomenda-se dose 
única no caso de não 
haver trânsito intestinal 
adequado com o uso de 
múltiplas doses de CA;
Risco de aspiração 
Sulfato de magnésio: 
recomenda-se dose 
única no caso de não 
haver trânsito intestinal 
adequado com o uso de 
múltiplas doses de CA;
Não misturar com o CA.
Crianças: 2,5 mL/kg de 
Risco de aspiração 
Sulfato de magnésio: 
recomenda-se dose 
única no caso de não 
haver trânsito intestinal 
adequado com o uso de 
múltiplas doses de CA;
Não misturar com o CA.
Crianças: 2,5 mL/kg de 
Risco de aspiração 
recomenda-se dose 
única no caso de não 
haver trânsito intestinal 
adequado com o uso de 
múltiplas doses de CA;
Não misturar com o CA.
Crianças: 2,5 mL/kg de 
solução a 10%;
Adultos: 150 mL de 
Risco de aspiração 
única no caso de não 
haver trânsito intestinal 
adequado com o uso de 
múltiplas doses de CA;
Não misturar com o CA.
Crianças: 2,5 mL/kg de 
solução a 10%;
Adultos: 150 mL de 
haver trânsito intestinal 
adequadocom o uso de 
múltiplas doses de CA;
Não misturar com o CA.
Crianças: 2,5 mL/kg de 
solução a 10%;
Adultos: 150 mL de 
solução a 10%.
múltiplas doses de CA;
Não misturar com o CA.
Crianças: 2,5 mL/kg de 
solução a 10%;
Adultos: 150 mL de 
solução a 10%.
Lavagem via sonda 
Não misturar com o CA.
Crianças: 2,5 mL/kg de 
solução a 10%;
Adultos: 150 mL de 
solução a 10%.
Lavagem via sonda 
Adultos: 150 mL de 
solução a 10%.
Lavagem via sonda Lavagem via sonda Lavagem via sonda Lavagem via sonda 
Lavagem 
gástrica (LG)
Lavagem 
gástrica (LG)
Lavagem 
gástrica (LG)gástrica (LG)
Em situação 
excepcional, que 
quantidade de agente 
Em situação 
excepcional, que 
evolve grande 
quantidade de agente 
Em situação 
excepcional, que 
evolve grande 
quantidade de agente 
comprovadamente 
Em situação 
excepcional, que 
evolve grande 
quantidade de agente 
comprovadamente 
tóxico ou com 
Êmese ou 
indução de 
excepcional, que 
evolve grande 
quantidade de agente 
comprovadamente 
tóxico ou com 
toxicidade 
potencializada por 
Êmese ou 
indução de 
vômito com 
quantidade de agente 
comprovadamente 
tóxico ou com 
toxicidade 
potencializada por 
associação entre 
Êmese ou 
indução de 
vômito com 
ipeca (IP)
quantidade de agente 
comprovadamente 
tóxico ou com 
toxicidade 
potencializada por 
associação entre 
indução de 
vômito com 
ipeca (IP)
comprovadamente 
toxicidade 
potencializada por 
associação entre 
agentes.
Risco de aspiração 
do conteúdo gástrico 
vômito com 
ipeca (IP)
Deve ser evitada tanto 
potencializada por 
associação entre 
agentes.
Risco de aspiração 
do conteúdo gástrico 
em doentes com 
depressão neurológica 
Deve ser evitada tanto 
potencializada por 
associação entre 
agentes.
Risco de aspiração 
do conteúdo gástrico 
em doentes com 
depressão neurológica 
e vias aéreas não 
Deve ser evitada tanto 
no local quanto no 
serviço médico de 
Risco de aspiração 
do conteúdo gástrico 
em doentes com 
depressão neurológica 
e vias aéreas não 
Risco de sangramento 
Deve ser evitada tanto 
no local quanto no 
serviço médico de 
emergência (SME).
Irrigação 
Risco de aspiração 
do conteúdo gástrico 
em doentes com 
depressão neurológica 
e vias aéreas não 
protegidas;
Risco de sangramento 
e perfusão do TDG;
Deve ser evitada tanto 
no local quanto no 
serviço médico de 
emergência (SME).
Irrigação 
intestinal 
do conteúdo gástrico 
em doentes com 
depressão neurológica 
e vias aéreas não 
protegidas;
Risco de sangramento 
e perfusão do TDG;
Ingestão de ácidos e 
Deve ser evitada tanto 
no local quanto no 
serviço médico de 
emergência (SME).
Irrigação 
intestinal 
depressão neurológica 
e vias aéreas não 
protegidas;
Risco de sangramento 
e perfusão do TDG;
Ingestão de ácidos e 
Deve ser evitada tanto 
no local quanto no 
serviço médico de 
emergência (SME).
depressão neurológica 
e vias aéreas não 
protegidas;
Risco de sangramento 
e perfusão do TDG;
Ingestão de ácidos e 
bases fortes.
serviço médico de 
emergência (SME).
Risco de sangramento 
e perfusão do TDG;
Ingestão de ácidos e 
bases fortes.
orogástrica várias 
vezes até obter retorno 
emergência (SME).
Ipeca pode atrasar 
Doses tóxicas de 
Risco de sangramento 
e perfusão do TDG;
Ingestão de ácidos e 
bases fortes.
orogástrica várias 
vezes até obter retorno 
de líquido claro, sem 
Ipeca pode atrasar 
a administração ou 
reduzir a efi cácia do CA 
Doses tóxicas de 
agentes pouco 
Ingestão de ácidos e 
bases fortes.
orogástrica várias 
vezes até obter retorno 
de líquido claro, sem 
Crianças: 10 mL/Kg de 
Ipeca pode atrasar 
a administração ou 
reduzir a efi cácia do CA 
e de antídotos por via 
oral, assim como da IC.
Doses tóxicas de 
agentes pouco 
orogástrica várias 
vezes até obter retorno 
de líquido claro, sem 
resíduos.
Crianças: 10 mL/Kg de 
soro fi siológico (SF) 
Ipeca pode atrasar 
a administração ou 
reduzir a efi cácia do CA 
e de antídotos por via 
oral, assim como da IC.
Doses tóxicas de 
agentes pouco 
orogástrica várias 
vezes até obter retorno 
de líquido claro, sem 
resíduos.
Crianças: 10 mL/Kg de 
soro fi siológico (SF) 
Adultos: 200-300 mL de 
SF morno ou água morna 
Ipeca pode atrasar 
a administração ou 
reduzir a efi cácia do CA 
e de antídotos por via 
oral, assim como da IC.
Doses tóxicas de 
agentes pouco 
vezes até obter retorno 
de líquido claro, sem 
resíduos.
Crianças: 10 mL/Kg de 
soro fi siológico (SF) 
morno por vez.
Adultos: 200-300 mL de 
SF morno ou água morna 
Ipeca pode atrasar 
a administração ou 
reduzir a efi cácia do CA 
e de antídotos por via 
oral, assim como da IC.
vezes até obter retorno 
de líquido claro, sem 
Crianças: 10 mL/Kg de 
soro fi siológico (SF) 
morno por vez.
Adultos: 200-300 mL de 
SF morno ou água morna 
a administração ou 
reduzir a efi cácia do CA 
e de antídotos por via 
oral, assim como da IC.
Vias aéreas não 
Crianças: 10 mL/Kg de 
soro fi siológico (SF) 
morno por vez.
Adultos: 200-300 mL de 
SF morno ou água morna 
reduzir a efi cácia do CA 
e de antídotos por via 
oral, assim como da IC.
Vias aéreas não 
protegidas;
Íleo adinâmico;
Crianças: 10 mL/Kg de 
soro fi siológico (SF) 
morno por vez.
Adultos: 200-300 mL de 
SF morno ou água morna 
por vez.
e de antídotos por via 
oral, assim como da IC.
Vias aéreas não 
protegidas;
Íleo adinâmico;
Obstrução ou 
Adultos: 200-300 mL de 
SF morno ou água morna 
por vez.
Procedimento não 
Vias aéreas não 
protegidas;
Íleo adinâmico;
Obstrução ou 
perfuração 
Adultos: 200-300 mL de 
SF morno ou água morna 
Procedimento não 
recomendado.
Vias aéreas não 
protegidas;
Íleo adinâmico;
Obstrução ou 
perfuração 
SF morno ou água morna 
Procedimento não 
recomendado.
Íleo adinâmico;
Obstrução ou 
perfuração 
Procedimento não 
recomendado.
Obstrução ou 
perfuração 
Procedimento não 
recomendado.
Administração de 
soluções eletrolíticas de 
polietilenoglicol até obter 
Procedimento não 
recomendado.
Administração de 
soluções eletrolíticas de 
polietilenoglicol até obter 
Administração de 
soluções eletrolíticas de 
polietilenoglicol até obter 
efl uente renal claro.
Crianças de 1 a 6 anos: 
Administração de 
soluções eletrolíticas de 
polietilenoglicol até obter 
efl uente renal claro.
Crianças de 1 a 6 anos: 
Administração de 
soluções eletrolíticas de 
polietilenoglicol até obter 
efl uente renal claro.
Crianças de 1 a 6 anos: 
Administração de 
soluções eletrolíticas de 
polietilenoglicol até obter 
efl uente renal claro.
Crianças de 1 a 6 anos: 
soluções eletrolíticas de 
polietilenoglicol até obter 
efl uente renal claro.
Crianças de 1 a 6 anos: 
polietilenoglicol até obter 
efl uente renal claro.
Crianças de 1 a 6 anos: Crianças de 1 a 6 anos: intestinal 
completa (IC)
intestinal 
completa (IC)
intestinal 
completa (IC)completa (IC)
agentes pouco 
adsorvidos pelo CA. 
agentes pouco 
adsorvidos pelo CA. 
agentes pouco 
adsorvidos pelo CA. 
agentes pouco 
adsorvidos pelo CA. 
agentes pouco 
adsorvidos pelo CA. adsorvidos pelo CA. 
perfuração 
gastrintestinal;
Vômitos incontroláveis;
perfuração 
gastrintestinal;
Vômitos incontroláveis;
perfuração 
gastrintestinal;
Vômitos incontroláveis;
Instabilidade 
hemodinâmica.
perfuração 
gastrintestinal;
Vômitos incontroláveis;
Instabilidade 
hemodinâmica.
gastrintestinal;
Vômitos incontroláveis;
Instabilidade 
hemodinâmica.
Vômitos incontroláveis;
Instabilidade 
hemodinâmica.
Vômitos incontroláveis;
hemodinâmica.
Crianças de 1 a 6 anos: 
Crianças de 6 a 12 anos: 
Crianças de 1 a 6 anos: 
500 mL/hora;
Crianças de 6 a 12 anos: 
Crianças de 1 a 6 anos: 
500 mL/hora;
Crianças de 6 a 12 anos: 
1000 mL/hora;
Adolescentes e adultos: 
Crianças de 1 a 6 anos: 
500 mL/hora;
Crianças de 6 a 12 anos: 
1000 mL/hora;
Adolescentes e adultos: 
1500 a 2000 mL/hora.
Crianças de 1 a 6 anos: 
500 mL/hora;
Crianças de 6 a 12 anos: 
1000 mL/hora;
Adolescentes e adultos: 
1500 a 2000 mL/hora.
Crianças de

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