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Digestório
Doença periodontal
Acúmulo de bactéria na superfície dos dentes e progride para os tecidos de sustentação formando o periodonto que são gengive, osso alveolar, cemento e ligamento periodontal. Está relacionado a raça, idade, mastigação e saúde do animal mas o fator determinante é a presença de placa. 
Patogenia: Acúmulo de bactéria que causam gengivite, aumentando a placa bacteriana, sulco gengival propício, há inflamação e perda do ligamento - periodonite com reabsorção do osso alveolar que forma uma bolsa onde pode ocorrer hiperplasia gengival inflamatória. 
Sinais clínicos: Halitose, sialorreia, mobilidade dentária, perda dentária, dor, presença de placa, cálculo dentário, gengivite, retração gengival, hemorragia oral. Em gatos pode haver anorexia, fístulas oronasais adquiridas após perda ou remoção dentária pela reabsorção do osso alveolar. 
Complicações: Bacteremia e instalação da bactéria em órgãos e articulações, fraturas patológicas, problemas oculares, osteomielite, fístula oronasal. Em gatos o complexo gengivo-estomatite-faringite linfoplasmocitária. 
Tratamento: Eliminação da causa principal com raspagem de cálculo da coroa, radicular, polimento, extrações, tratamento endodôntico e cirurgia periodontal. ATB apenas em pacientes de alto risco com imunossupressão ou que irão realizar cirurgia e usar antissépticos locais.
Prevenção: Brinquedos, alimentos abrasivos, escovação dentária com pasta que tenha zinco, clorexidina, hexametafosfato de sódio e enzimas. Em gatos é recomendado a limpeza profilática anual a partir dos 2/3 anos. 
Megaesôfago
Dilatação esofágica associada ou não à hipomotilidade. Congênito, sem causa conhecida, mais comum em cães com queixa de vômito (regurgitação), ainda jovem. Adquirido, neuropatia, miopatia ou doenças de junções neuromusculares como miastenia grave. Primário, alteração intrínseca da musculatura esofágica, animais jovens de grande porte. Secundário, persistência do arco aórtico direito, hipotireoidismo, tumoes, hipoadrenocorticismo, miastenia gravis e parasitismo. Mais comum em cães e rara em gatos.
Sinais clínicos: regurgitação frequente, emagreciemnto, polifagia, gastrite, alterações respiratórias como tosse e secreção nasal por pneumonia aspirativa.
Diagnóstico: RX simples e contrastado, fluoroscopia.
Tratamento: Tratar a causa primária, medicamentos procinéticos como metoclopramida e domperidona (tentativa, não fazem muito efeito), manejo 
alimentar (alimentação pastosa/líquida e fracionada comedouros e bebedouros elevados), cirurgia (sonda de foley, aplicação de toxina botulínica A, dilatação por balão, miotomia endoscópica com fundoplicatura), citrato de sidenafil (viagra), como terapia alternativa.
Gastrite
Processo inflamatório que pode ser causado por alimentos estragados, contaminados, indiscrição alimentar , corpos estranhos, plantas tóxicas, agentes químicos, AINEs, ATBs (doxiciclina por ex.), parasitismo, doença renal e agentes infecciosos em cães e gatos. 
Sinais clínicos: Vômito, hematêmese, melena, desconforto/dor abdominal, apatia, anorexia, desidratação, perda de peso.
Diagnóstico: Histórico clínico (excluir parvovirose), Exame de sangue (desidratação, infecção, proteínas plasmáticas, avaliação de lesão renal e hepática), palpação abdominal, USG (estratificação da parede), RX (espessamento de parede), endoscopia, biópsia, teste de urease (Se mudar de cor é positivo para Helicobacter pylori).
Tratamento:Antiácidos como os inibidores de prótons (omeprazol...) e agonistas H2 (ranidina e simetidina). Protetores de mucosa como o sucralfato (não pode junto de alimento ou água, esperar 1-2h). Antieméticos como cerênia e ondasetrona. Fluidoterapia. Manejo alimentar. Específico quando se tratar de bactérias, parasitas e corpos estranhos.
Corpo Estranho Gástrico
Pode ou não ter obstrução. Varia com a espécie, raça, ambiente. Ocorre mais em cães que gatos. 
Sinais clínicos: vômito, desconforto/dor abdominal, apatia, anorexia, com ou sem objeto palpável no exame clínico, alguns são assintomáticos.
Diagnóstico: Anamnese, histórico clínico, palpação abdominal, US, RX, endoscopia. 
Tratamento: Terapia de suporte, Indução do vômito com agonistas alfa-2 (ter critério e avaliar necessidade), gastrotomia.
Enterite Aguda
Pode ter origem alimentar, medicamentosa, tóxica, parasitária, infecciosa, distúrbios sitêmicos e metabólico, linfoma.
sinais clínicos: diarreia, vômito, desconforto/dor abdominal, alteração de motilidade, apatia, febre, desidratação, diminuição do apetite, melena, hematoquezia.
Diagnóstico: histórico, exame clínico, coproparasitológico, US, RX, pesquisa sorológica e/ou antígenos, concentrações de ureia/creatinina (gastropatia urêmica), glicemia, hemograma.
Tratamento: Fluidoterapia, manejo dietético (alimentos de alta digestibilidade e baixa gordura pequenas quantidades várias vezes ao dia), ATBterapia (avaliar necessidade), antiácidos e o específico para a causa primária. 
Obstrução Intestinal
Obstrução do lúmen causada por corpos estranhos, neoplasias intra-luminais, parasitismo e intussuscepção. Espécie, raça, idade e ambiente são fatores predisponentes. 
Sinais clínicos: Vômito, com ou sem anorexia, depressão, distensão, desidratação e diarreia, dor não é comum. Quanto mais perto do orifício mais grave são os sinais, tendo também abdomen agudo, depressão progressiva e choque séptico. 
Diagnóstico: histórico, palpação abdominal, RX, US.
Tratamento: Terapia de suporte com fluidoterapia, anagésicos, antieméticos, ATBterapia. Cirurgia (enterotomia ou ressecção intestinal). 
Doença Inflamatória Intestinal
Conjunto de distúrbios intestinais crônicos, idiopáticos, caracterizados por infiltrado de cél inflamatórias na mucos intestinal.
Sinais clínicos: vômitos, diarreia intermitente, alteração do apetite e perda de peso. Os sinais vão variar de acordo com a porção intestinal mais afetada.
Diagnóstico: Exclusão de outras afecções gastrointestinais (alimentação indiscriminada por ex), exames de imagem e biópsia (pegando todas as camadas, com o endoscópio não dá pra fazer).
Tratamento/controle: Dieta hipoalergênica que tem proteínas hidrolisadas sendo digeridas mais rápido e reduzindo a chance do componente ficar ali e causar inflamação, fármacos imunossupressores. Prednisona por ser uma forma ativa e ter efeito mais rápido. 
Pode ter mais vômito, haver vômito e diarreia intermitente
Sempre que evidenciar linfonodo mesentérico aumentado + perda de padrão + parede espessada suspeitar de doença inflamatória intestinal. 
Constipação/fecaloma
Fezes ressecadas no cólon ascendente.
Animais sedentários, idosos, castrados.
Histórico de tenesmo, fezes bolinhas e duras. Pode predispor a uma hérnia perineal.
Diagnóstico: histórico clínico, palpação abdominal, toque retal e radiografia abdominal.
Tratamento: Enema, manejo dietético, cirurgia. 
Lipidose hepática
Acúmulo de triglicerídeos nos hepatócitos que acomete principalmente gatos obesos após anorexia e perda de peso. 
Fatores predisponentes: gatos obesos, de meia-idade, após período de anorexia
Sinais clínicos: Anorexia, letargia, vômitos, diarreia, perda de peso, icterícia e desidratação.
Exames laboratoriais: alterações associadas a colestase, aumento de fosfatase alcalina e bilirrubina, transaminases e GGT ligeiramente aumentadas ou normais.
Diagnóstico: US, 
Tratamento: Suporte nutricional, fluidoterapia e correção de desequilíbrios eletrolíticos, controle das alterações gastrointestinais e tratamento de doenças de base. 
Pancreatite
Inflamação grave do pâncreas, de etiologia pouco esclarecida, que pode resultar em abdomen agudo em cães de meia idade a idosos. Em gatos apresenta sinais mais específicos, comumente na forma crônica e associada a colangiohepatite e doença inflamatória intestinal (tridite felina).
Diagnóstico: histórico, exame físico, exames laboratoriais e de imagem.
Tratamento: Suporte nutricional e fluidoterapia, analgesia, antieméticos e 
antiácidos, antibióticos avaliar a necessidade, cirurgia. 
Maria Eduarda Barros

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