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Gastroenterologia Anatomia Boca Faringe Esôfago Estômago ID IG Ânus Pâncreas Fígado Quando se fala em gastroenterologia, precisa dar muita importância ao exame da cavidade oral, pois é onde tudo começa. Inflamação da glândula anal, tumores perianais fazem parte do sistema gastroentérico. O ponto mais importante são os órgãos acessórios: pâncreas e fígado. Cavidade oral Observar possibilidade de algum corpo estranho nos dentes, e se tiver, o animal para de comer ou não aceita alimentos sólidos (somente pastosos). Então, não está relacionado a uma falta de apetite, mas sim, uma dor no momento da apreensão do alimento. Esse é um ponto importante! Doenças periodontais O desenvolvimento da doença periodontal é afetado por vários fatores, entretanto o agente etiológico primário é a placa bacteriana, que é a responsável pela maioria das infecções bucais. A placa dentária é caracterizada como um material amarelado, pegajoso que se forma sobre a superfície do esmalte do dente e por toda a boca, podendo ser igualmente chamada de biofilme ou induto mole. Constituída por bactérias que podem alterar-se de cocos não patogênicos, gram-positivos, aeróbios, sem motilidade no início da infecção, para microbiota anaeróbia, gram-negativa e com motilidade, nos estágios mais avançados da lesão. A doença periodontal afeta 75% dos cães entre quatro e oito anos de idade. Entretanto foi relatado um caso de doença periodontal grave em um cão de três meses de idade, salientando a importância de se iniciar cuidados com a higiene oral, ainda na dentição decídua. Vários fatores predispõem a progressão da gengivite e da doença periodontal, entre eles: - O excessivo apinhamento dos dentes (desenvolvimento incorreto da arcada dentária) (especialmente em animais de raças de pequeno porte ou braquicefálica) - Proteção salivar diminuída - Má oclusão - Retenção de dentes decíduos - Anomalias dentais (dentes supranumerários ou hipoplasia do esmalte). - Estado fisiológico do animal - Debilidade - Afecções sistêmicas - Imunossupressão - Presença de cálculo dentário Cálculo dentário (tártaro) Gengivite Periodontite = evolução da gengivite Cálculo dentário Cálculo dentário ou como também é conhecido, famoso tártaro, é formado pela calcificação da placa dentária, pois caso ela não seja removida haverá precipitação de sais de cálcio (carbonato de cálcio e fosfato de cálcio), além de outros minerais presentes na saliva. Ele pode ser supragengival ou subgengival e só causa doença periodontal se estiver associado a bactérias vivas. Pode refletir a doenças sistêmicas. O que ocorre Exposição de raiz Pode levar a fístula Retração de gengiva Sinais Clínicos Halitose Dor bucal (dor na cavidade oral) Anorexia e emagrecimento Tratamento Antibiótico – Metronizadol por conta da contaminação bacteriana Anti-inflamatório – não esteroidal (AINES) Tratamento periodontal - Remoção mecânica - Anestesia geral - Alguns dentes podem ser removidos Gengivite/Periodontite Geralmente é secundária a presença de cálculo. Tem uma proliferação bacteriana exagerada (inflamação + destruição das estruturas da gengiva) Predisposição: - Cálculos dentários - FelV – FIV (animais imunossuprimidos) Sinais clínicos: halitose, anorexia, sialorréia, disfagia Tratamento: ATB, Anti-inflamatório, Tratamento periodontal. Obs.: Lembrar o mais importante de tudo: a grande complicação de uma doença periodontal é o risco de infecção generalizada. A bactéria adentra, cai na circulação, e uma das principais complicações é a endocardite, que não é tão frequente, mas é comum em pacientes com doença periodontal grave. Além disso, tem o risco de evoluir para um quadro de prostatite, pielonefrite e resistência insulínica. Gengivite = reversível se o agente irritante (placa bacteriana) for removido. A gengiva é a primeira estrutura lesada pelos subprodutos decorrentes do metabolismo das bactérias da placa, respondendo à agressão com inflamação. Hiperadreno e FIV / FELV predispõem a gengivite. Clinicamente a gengivite se apresenta como: - Hiperemia da gengiva - Eritema - Edema - E sangramento da gengiva nos casos mais avançados. - Exposição da raiz dentária - Não há deterioração de tecidos e as estruturas ósseas do dente estão intactas Tratamento AINES Antibiótico Periodontite = A periodontite é uma inflamação acompanhada de perda do ligamento, como por exemplo, o descolamento das fibras de colágeno do cemento com migração apical do epitélio juncional e reabsorção do osso alveolar, sendo um processo irreversível. Na periodontite avançada há: - Acentuada perda dos tecidos periodontais - Formação de bolsas ou retração gengival significativa. - Pode haver perda óssea de mais de 50% - Forte mobilidade dos dentes A proliferação bacteriana e a produção de toxinas, geralmente associada ao acúmulo de cálculo dentário, destroem as estruturas gengivais normais e produzem inflamação. A imunossupressão causada pelo vírus da leucemia felina (FeLV), vírus da imunodeficiência felina (FIV) e/ou calicivírus felino pode predispor alguns gatos a essa doença. Resumindo Proliferação bacteriana = inflamação + destruição das estruturas gengiva Predisposição: Cálculo dentários FelV / FIV (imunossupressão) Sinais Clínicos Halitose Anorexia Sialorréia Disfagia Ou até perda dos dentes Diagnóstico - O exame visual das gengivas revela hiperemia ao redor das margens dos dentes. - A retração gengival pode revelar as raízes dos dentes. - O diagnóstico preciso pode ser feito por: Sondagem e radiografias da cavidade oral. O estágio da doença periodontal é definido por radiografias. No exame clínico alguns sinais podem auxiliar na detecção da doença, como halitose intensa, salivação espessa, sangramento oral, mobilidade dentária, presença de gengivite, placa bacteriana e cálculo. Para visualização da placa é feito o uso de soluções evidenciadoras, como o verde malaquita, a eritrosina e a fluoresceína, porém só identifica se esta já estiver organizada Tratamento O cálculo dentário supragengival e subgengival deve ser removido, e as coroas devem ser polidas. Os fármacos antimicrobianos eficazes contra bactérias anaeróbias (p. ex., amoxicilina, clindamicina, metronidazol; podem ser utilizados antes e depois da limpeza dos dentes. A escovação regular dos dentes e/ou lavagem oral com uma solução de clorexidina de formulação veterinária para esse propósito ajuda a controlar o problema. O objetivo do tratamento da doença periodontal baseia-se na eliminação de sua causa principal, a placa bacteriana. A terapia consiste em impedir a progressão da doença, sendo isso possível através de um cuidadoso plano terapêutico, baseado em tratamento adequado e controle diário da placa, de modo a evitar a recorrência da doença Antibiótico Antiinflamatório Tratamento periodontal Remoção mecânica ** Porta de entrada de bactérias** Complicações: Há vários mecanismos de ação das bactérias que podem levar a efeitos locais e sistêmicos. Durante a mastigação, pela movimentação do dente no alvéolo e devido à rica vascularização, ocorre invasão bacteriana nos vasos sanguíneos e linfáticos. - Prostatite - Endocardite - Pielonefrite - Resistência insulínica Hipoplasia do esmalte dentário Obs.: Pode identificar problemas em filhotes que não eram corretamente alimentados, ou até mesmo animais abandonados. Pode causar processos infecciosos graves. A hipoplasia do esmalte é a irregularidade (má formação) do esmalte dental, causadas na maioria das vezes por situações sistêmicas que atuam durante o desenvolvimento, gênese dental. Moléstias como a cinomose,febre alta, estado nutricional precário e medicações em animais jovens podem ser considerados causas das irregularidades. Pode ocorrer em dentes isolados ou grupos de dentes. Pode ser confundida com cárie ou cálculo dental. Dente tem áreas de erosão Tratamento O tratamento deve ser a restauração dentária. Em humanos a hipoplasia dentária é um fator causador de sensibilidade dentária. Em cães, até que se provem o contrário também. A restauração visa proteger a exposição da dentina, reduzindo esta sensibilidade. Causas: Cinomose Hipertermia Desnutrição Fatores indeterminados Fístula/Abcesso dentário (“fístula do carniceiro”) Fístula em canto medial periocular Abcesso da raiz do 3º molar – isso acontece porque este dente tem uma raiz muito profunda causando um cálculo dentário permitindo assim que as bactérias entrem e cheguem até os seios nasais. A drenagem do abscesso deixa uma lesão na pele 1 a 2 mm de diâmetro. Esta abertura (fístula), secreta continuamente quantidades pequenas de sangue e pus. Sinal de rinossinusite: animal espirra, hiporexia O que é Formação de um abcesso na raiz do dente que fistula. 3º molar tem uma raiz muito profunda – infecção na raiz do dente Pois o terceiro molar tem uma raiz muito profunda, então quando tem cálculo/periodontite tem a entrada de bactérias na junção dente – gengiva. Essa raiz faz um abcesso. A fístula é observada em canto medial periocular. Sinais Clínicos Dor cavidade oral Hiporexia e emagrecimento Sinais de rinossinusite: - Secreção nasal - Espirro - Desconforto É observado no animal uma dilatação flutuante ou um pequeno abscesso no lado da face logo abaixo canto do olho, região esta chamada de infra- orbitária. Tratamento Antibiótico Antiinflamatório Analgésico Tratamento cirúrgico, extração do dente carniceiro Diagnóstico Além do exame clínico do médico odontólogo, as fístulas são diagnosticadas através de radiografias onde a área radiotransparente ao redor da raiz indicará o abscesso do periodonto (estruturas que sustentam o dente). Neoplasias de Cavidade Oral Pode ocorrer em toda a mucosa da cavidade oral (bochecha, gengiva, base da língua, palato), gera um desconforto causando anorexia. Mais comum em cães que em gatos Carcinoma espinocelular Melanoma TVT Ameloblastoma acantomatosos (épulides) – frequente em boxers Obs.: Granulomas eosinofílicos -> gatos, Huskys siberianos e Cavalier King (aspecto muito semelhante a carcinoma) Ideal é sempre fazer citologia ou uma excisão cirúrgica e levar pra exame histopatológico. Mesmo que seja uma neoplasia benigna, está no lugar errado. Mudança na coloração da mucosa Pele globa (pele clara) Fazer citologia Excisão cirúrgica --> histopatológico Sinais Clínicos Halitose Sangramento Disfagia --> anorexia --> emagrecimento Hiporexia Diagnóstico Sempre fazer citologia ou incisão cirúrgica para avaliação histopatológica Inspeção / Citologia / Histopatológico Diagnósticos Diferenciais Papilomatose Hiperplasia fibromatosa periodontal Granuloma Eosinofílico Tratamento Excisão cirúrgica com margem (se maligno) + excisão de linfonodos acometidos Radioterapia (épulides) Quimioterapia (TVT) Granuloma Eosinofílico Comum em felinos (lesão crônica) Associado a presença de pulgas “Complexo granuloma eosinofílico” - O paciente não tem só o granuloma propriamente dito, tem também a presença de úlceras indolentes (difícil cicatrização) na cavidade oral, além de placas eosinofílicas (que podem aparecer em todo o corpo, não só na cavidade oral) e granulomas lineares. Pode ter um aspecto próximo ao carcinoma Quando responsável ao corticóide Úlceras indolentes na cavidade oral - Úlceras de difícil cicatrização - Lesão crônica Etiologia: Desconhecida Associado a pulgas Conjunto de fatores: - Úlceras indolentes + placas eosinofílicas + granulomas lineares Sinais Clínicos Disfagia Halitose Anorexia Perda de Peso Diagnóstico Exame físico -> inspeção de base da língua, palato, gengiva, lábios Citologia – nem sempre fecha diagnóstico, o correto é realizar uma incisão e enviar um pedaço da amostra, não apenas uma punção da inflamação. Histopatológico Pode-se realizar o diagnóstico terapêutico. Tratamento Prednisolona 2mg/kg SID a BID – pode não funcionar onde houver tumor Criocirurgia Tratar as pulgas Mucocele/Sialocele O que é: Acúmulo de saliva no tecido SC devido á obstrução ou ruptura do ducto salivar. O que acontece Aumento de volume (indolor) em região de glândula salivar Geralmente unilateral. Pode ser secundária a trauma ou idiopático Atrapalha na deglutição Diferencias: neoplasia ou linfoma Causas: Obstruções no ducto salivar e/ou sua ruptura Secundária a traumas ou idiopático Sinais Clínicos: Inchaço extenso e indolor sublingual ou submandibular Disfagia Diagnóstico CAAF = liquido espesso (muco, saliva) com alguns neutrófilos - com alguns neutrófilos Diagnósticos diferenciais Neoplasia ou linfoma Tratamento: Drenagem da massa e excisão da glândula salivar acometida Estomatite O que é, o que acontece? Inflamação da mucosa oral Presença de úlceras na cavidade oral, secundária a doença renal (acúmulo de uréia) - Redução da imunidade (FIV e FELV) Obs.: Inflamação da mucosa oral. Um exemplo clássico de estomatite é a doença renal crônica, esse paciente entra em síndrome urêmica (tem muita ureia na corrente sanguínea), e como a ureia é extremamente tóxica (dá gastrite, enterite, pneumopatia, sinal neurológico) lesa a mucosa também. Pode estar associada a doenças que causam imunossupressão (FIV/FeLV; HAC; DM) Causas: Ocorre pela alteração na dinâmica da reprodução, maturação ou esfoliação da mucosa Geralmente associada a outras doenças que causam imunossupressão - FIV/FeLV - HAC - DM Causas - Slide: DRC (devido a síndrome urêmica) CAD (cetonemia) (cetoacidose diabética, acúmulo de corpos cetônicos que são tão tóxicos quanto a uréia) Periodontite grave Pênfigo Lupus Vírus da rinotraqueíte felina Calicivírus Sinais Clínicos Saliva espessa e viscosa Halitose grave Anorexia e perda de peso Diagnóstico Inspeção da cavidade oral e associar a outros quadros clínicos Biópsia Pesquisar causa de base Tratamento Tratar causa de base Antibiótico sistêmico Limpeza da cavidade oral com clorexidine a 0,1% Esôfago Esofagite O que é? Inflamação do esôfago A esofagite é principalmente causada pelo refluxo gastresofágico, vômitos persistentes de ácido gástrico, corpos estranhos no esôfago e agentes cáusticos. Especialmente comprimidos (p. ex., tetraciclina, clindamicina, fármacos anti-inflamatórios não esteroidais [AINEs]) podem causar esofagite grave se ficarem retidos no esôfago por não serem levados durante a ingestão de água ou alimentos (especialmente em gatos) no momento da administração desses medicamentos. O refluxo gastroesofágico durante a anestesia pode produzir esofagite extremamente grave, com a formação subsequente de estenose. Infelizmente, não é possível prever quais animais vão ter refluxo durante a anestesia. Vários fatores foram sugeridos que colocam o paciente em risco para o refluxo associado à anestesia, mas nenhuma associação forte foi encontrada de tal modo que possa ser utilizada clinicamente. Foi sugerida uma associação entre esofagite distal (ostensivamente causada por refluxo gastroesofágico) e doença do trato respiratóriosuperior em cães braquicefálicos. A esofagite eosinofílica é rara e tem causas incertas em cães. Etiologia Refluxo gastroesofágico Êmese crônica persistente (conteúdo estomacal é ácido, ácido gástrico) (causa também lesão na mucosa) CE no esôfago Ingestão de substâncias cáusticas Ingestão de alguns medicamentos: - Doxiclina em gatos – para no estômago, recomendar água após uso sempre Sinais Clínicos Sialorréia Disfagia Anorexia Regurgitação Se for causada por ingestão de um agente caustico (ex. desinfetante) podemos ter: - Boca e língua hiperêmicas e/ou ulceradas - Anorexia: sinal principal Diagnóstico Raio X simples e contrastado: podem revelar hérnias de hiato, refluxo gastroesofágico ou corpos estranhos no esôfago. Esofagoscopia / Endoscopia: para estabelecer diagnóstico definitivo Tratamento A diminuição da acidez gástrica, prevenindo o refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago e a proteção do esôfago lesionado são os objetivos principais do tratamento. Manejo alimentar por meio de gastrotomia (sondagem gástrica) Metoclopramida e Cisaprida (0,25 a 0,5 mg/kg) - Aumentam motilidade gástrica, estimulando o esvaziamento gástrico, resultando em um menor volume gástrico para refluir para o esôfago, metoclopramida pode ser administrado IV, cisaprida VO, mais eficaz Antagonista dos receptores H2 - Ranitidina diminuem a Inibidores das bombas de prótons acidez gástrica - Omeprazol Sucralfato - Protege a mucosa lesionada se houver refluxo gastroesofágico Obs.: Inflamação do esôfago que pode ocorrer por vários motivos. Um motivo muito frequente são pacientes que apresentam êmese crônica. Outros motivos: CE; Ingestão de substâncias cáusticas; Refluxo gastroesofágico; Doxiclina em gatos. Os corticosteroides (p. ex., prednisolona, 1,1 mg/kg/dia) podem ser administrados numa tentativa de impedir a formação de cicatriz, mas sua eficiência é duvidosa. Megaesôfago O que é? Dilatação esofágica Etiologia Descartar causas de base Alteração da motilidade - Neuropatias por doenças - Miopatias endócrinas - Doenças da junção neuromuscular Doenças obstrutivas - PAAD (persistência do arco aórtico direito) - S. lupi (parasita) - Neoplasias - Estenoses cicatriciais Idiopático - Schnauzer, foz terrier, pastor alemão, setter, sharpei Problemas na junção neuromuscular, persistência do arco aórtico direito Sinais Clínicos Regurgitação Polifagia, emagrecimento progressivo Disfagia Pneumonia Aspirativa (falsa via) - Tosse, hipertermia, anorexia, secreção nasal, tosse produtiva e dispnéia Obs.: Regurgitação X êmese -> conteúdo alimentar, ausência de sinais podrômicos (sem contração abdominal ou mímica de êmese), ausência de bile. Diagnóstico Anamnese + histórico + exame físico Radiografia cervical simples + esofagograma Radiografia Cervical Contrastada + esofagograma Tratamento - Tratar causa de base PAAD -> correção cirúrgica Neoplasia -> excisão cirúrgica CE -> remoção cirúrgica ou com endoscópio Idiopático -> conservativo/manejo Manejo - Dieta pastosa e em pequenas porções - Postura bipedal (comer em pé) - Pneumonia Aspirativa: ATB, oxigenioterapia ESTÔMAGO Barreira Protetora Gástrica Produção de muco Produção de bicarbonato Renovação do epitélio gástrico Fluxo sanguíneo/irrigação da mucosa O estômago é responsável pela produção de ácido clorídrico, que vai atuar no processo digestivo. Mas, a parede gástrica, tem um mecanismo de proteção pra evitar justamente a inflamação da camada. Então, se o HCl tiver acesso direto à essa parede, vai acabar lesionando, pode causar erosão da parede gástrica. A parede do estomago tem produção de muco e bicarbonato, que são substancias que visam proteger essa parede e neutralizar a secreção de HCl para que não haja lesão dessa parede. Além disso, há uma renovação do epitélio gástrico continuo. Assim como o epitélio da epiderme vai se regenerando, isso também acontece na mucosa gástrica, pra que haja proteção. Há também a irrigação da mucosa, se por exemplo o paciente passa por um trauma cirúrgico e durante a cirurgia tem uma lesão nos vasos que irrigam a mucosa, pode levar uma lesão da parede evoluindo para um quadro de necrose. Então, esse tecido precisa ser constantemente irrigado para continuar mantendo a perfusão. Camadas: Mucosa (região mais interna, terá contato com o conteúdo alimentar) Muscular Submucosa Serosa (mais externa) Gastrite Aguda Sinais clínicos ocorrem de horas à dias do fator agressor. Então, por exemplo: quando se fala em pelo menos duas semanas, já é considerado um quadro crônico. Etiologia Primárias: quando há lesões que já causam diretamente a patologia. - Ingestão de materiais irritantes (agentes corrosivos) e CE. - Medicamentosa (fármacos -> corticoide, AINEs e ATB) - Agentes bacterianos e virais - Agentes Parasitários Secundárias (animais idosos): outro fator que acaba levando a gastrite. - Doenças metabólicas DRC: Se vê muito a gastrite secundária em animais idosos, porque o mais frequente é a gastrite secundária a síndrome urêmica. Quando a ureia na circulação do paciente aumenta, essa uréia é tóxica, e um dos primeiros órgãos que acaba sendo afetado é o estomago por conta dessa gastrite – aumentou a uréia, o paciente começa a ter sinais de êmese, falta de apetite, dor abdominal. IH (insuficiência hepática): Quando há hepatopatia, aumenta a quantidade de amônia circulante, e essa amônia lesa a mucosa do estomago levando um quadro de gastrite. CAD (cetoacidose diabética): tem aumento dos corpos cetônicos, que também são ácidos e gera lesão na parede do estomago. Pancreatite e peritonite Hipoadreno: ocorre a falta de corticóide, ou seja, precisa de um mínimo de corticoide circulante porque acaba seguindo como um anti-inflamatório pra essa parede que está recebendo alimento entender que o alimento não é um corpo estranho. - Síndrome urêmica - Estresse: por excesso de cortisol - Doenças infecciosas (cino, parvo, lepto) - Mastocitoma: é uma neoplasia que tem produção excessiva de mastócitos, que se degranulam e liberam histamina, que levará um quadro de gastrite. Sinais Clínicos Hiporexia/anorexia/apetite caprichoso Depressão Prostração Letargia Desidratação Êmese de início agudo - Pode conter alimento e/ou bile - Hematêmese Conteúdo pode ser sanguinolento generalizado ou com presença de estrias de sangue nesse conteúdo emético; PU/PD: aumenta a ingestão de água pela desidratação Febre/dor abdominal (em região epigástrica) --> pouco frequentes Diagnóstico Histórico + Exame físico - Ingestão de algum CE, medicamento, troca de ração, churrasco, episódios eméticos - Desidratação + fraqueza (desequilibrio eletrolítico) + abdomen tenso a palpação abdominal - O paciente com gastrite, quando tem quadros eméticos, tem perda de potássio no conteúdo emético, então o paciente faz hipocalemia. Além disso, não está se alimentando, então diminui a fonte de ingestão de potássio. Rx abdomen contrastado/ Us abdominal - Pregueamento da parede / Aumento da espessura parede gástrica - Lembrando que não são os melhores métodos para avaliar a parede do estomago; Endoscopia: diagnóstico definitivo! - Identificar mucosa hiperêmica e erosão gástrica - Nos ajuda a coletar amostras para biópsia Biópsia Hemograma - Pode estar anêmico (desidratação) - Perda de potássio (hipocalemia) - Aumento da proteína total (hiperproteinemia) - Acidose metabólica Hiponatremia (perda de sódio, sinais de vômito)e hipocloremia; - Processo infeccioso --> aumento da globulina – gamopatia policlonal. Tratamento - Manejo Manejo dietético: - Jejum nas 1as 24 a 48h (?) - Dieta palatável, com baixo teor de gordura Pequenas porções várias vezes ao dia (4 a 6 X/dia) - Pequenas porções de água --> evitar êmese - É um ponto controverso. Antes se acreditava que, precisava deixar o paciente nas primeiras 24h à 48h em jejum, porque esse jejum prolongado permitia que a mucosa gástrica se regenerasse. Tratamento - Terapêutico Anti-eméticos - Plasil - Metoclopramida 0,1 a 0,5mg/kg BID a TID (SC) Não aplicar IV -> agitação, tremores - Ondansetrona 0,5 a 1mg/kg BID a TID (SC ou IV) - Cerenia: causa analgesia visceral e tem um potente efeito Protetor da mucosa gástrica - Sucralfato (VO): faz uma barreira de proteção na mucosa Inibidor da secreção gástrica - Ranitidina 2mg/kg BID a TID SC - Omeprazol 0,7 a 1,5 mg/kg SID a BID (IV, VO) (em casa) Fluidoterapia + reposição eletrolítica Diagnóstico diferencial Corpo estranho alimentar Obstrução Enterite por parvovírus, Uremia Cetoacidose diabética Hipoadrenocorticismo Doença hepática Hipercalcemia Pancreatite Gastrite Crônica Animal vomita mais de duas semanas, O que muda é o curso do processo. Começa a ter continuidade dos sinais clínicos em dias à semanas. Consideramos que o paciente tem êmese crônica quando ele vomita mais de duas semanas. Então, é um processo que não esta se resolvendo. Causas: Irritação mecânica ou química constante, CE - Pode ser: medicamento que o paciente faz uso contínuo, alguma planta tóxica que ele está ingerindo todo dia, DRC, hepatopatia, etc Aumento na secreção de HCl Interrupção/falha no suprimento sanguíneo Falha na regeneração epitelial da mucosa Agentes Bacterianos (Helicobacter, H. pilori) Agentes fúngicos e parasitários Refluxo gástrico - Gastrite, esofagite Metabólico - Hipoadrenocorticismo, cetoacidose metabólica - Hepatopatia (aumento de amônia), DRC (síndrome urêmica) Classificação Histopatológica – Biópsia, precisa ter feito a endoscopia e coletado a amostra para mandar para avaliação. Ou então se o paciente passou por uma avaliação cirúrgica, faz a biópsia. Pode ser de origem: Linfocítica-plasmocitária - Infiltrados inflamatórios pela estimulação antigênica crônica - Tem um fator que está causando irritação da mucosa e o paciente tem uma resposta contra essa agressão. - Helicobacter sp, Physoloptera (cães): rara, resposta inflamatória contínua Eosinofílica: Está relacionada a reação de hipersensibilidade a antígeno alimentar. Os pacientes têm uma reação inflamatória contra os antígenos provenientes do próprio alimento, por isso nesses casos é necessário que seja mudado o tipo de proteína da dieta para tentar fazer com que a resposta a esses antígenos seja mais branda. - Reação de hipersensibilidade a antígenos alimentares - Resposta ao antígeno alimentar Granulomatosa - Infecção viral / fúngica Histoplasmose e criptococose PIF - CE e neoplasia Atrófica - Inflamação e/ou mecanismos imunes crônicos Sinais Clínicos Anorexia/inapetência Êmese crônica - Vomita todos os dias, ou a cada dois dias por mais de duas semanas Perda de peso Desidratação Apatia Algia em região epigástrica, dor a palpação Hiporexia (redução do parcial do apetite) Emagrecimento progressivo Diagnóstico Histórico + anamnese Exame físico Hemograma Raio-x Ultrassom Abdominal: para identificar se há espessamento da mucosa Endoscopia: para obter amostra p/ biópsia Biópsia Diagnóstico diferencial Enterite Tratamento: Semelhante ao da gastrite aguda, porém prolongado. Procinéticos: melhoram a motilidade - Bromoprida - Metoclopramida Inibidor de bomba de p+ (omeprazol) Antibioticoterapia (Helicobacter) - Amoxicilina ou tetraciclina + metronidazol Corticoide (prednisona) - Somente se confirmar gastrite por hipersensibilidade/imunomediada, caso contrário há piora do paciente. Gastrite por Helicobacter sp – gastrite crônica A helicobacter é uma bactéria produtora de uma enzima chamada urease, que converte a ureia em amônia e gás carbônico, o que começa a ulcerar a parede do estômago. Bactéria produtora de urease -> estimulam citocinas -> ulcerogênese Diagnóstico Endoscopia + histopatológico + teste da urease Tratamento Amoxicilina + metronidazol Famotidina ou Ranitidina (inibidor H2) Sucralfato Durar pelo menos 14 dias Gastrite por Refluxo ou Síndrome do Vômito Bilioso Relacionado a jejum prolongado. Refluxo gastroduodenal de bile durante a noite e êmese pela manhã. Etiologia desconhecida. Diagnóstico Exclusão de outros diferenciais Diagnóstico terapêutico Tratamento Refeição noturna Pró-cinético (bromoprida, metoclopramida, ranitidina) - Aumentar motilidade, inibi secreção Antagonistas de H2 (ranitidina, famotidina) Obs.: Vômito pela manhã, crônico Evitar jejum prolongado (oferecer alimentação 23h da noite e depois pela manhã Úlcera gastrointestinal É um processo mais grave pois já tem lesão total da mucosa e pode ter a perfuração do estomago/intestino. O que é – Lesão no revestimento do estômago Fisiopatologia Associada a uma produção excessiva de HCl e pepsina causa uma acidez gástrica, então começa a ter uma redução da proteção da barreira gastroduodenal. Pode estar relacionada também a processos crônicos (gastrite crônica pois esta pode evoluir para úlcera. Secreção excessiva de ácido clorídrico e pepsina --> Acidez gástrica + Redução da proteção da barreira gastroduodenal Etiologia Primária Agentes químicos Agentes tóxicos Dilatação vólvulo-gástrica Gastrite crônica Neoplasias -> leiomiossarcomas, adenocarcinoma, obstrução pilórica Secundárias Hiperacidez gástrica -> Mastocitoma (porque liberam histamina), gastrinomas (secretam gastrina que também causam hiperacidez. Medicamentos: AINES: podem causar perfuração Metabólicas e endócrinas CE e traumas - Os objetos estranhos raramente causam UG, mas impedem a cura e aumentam a perda de sangue por úlceras preexistentes. Estresse - Está associada aos quadros graves de choque hipovolêmico, séptico ou neurogênico, tal como ocorre após um trauma, procedimento cirúrgico e endotoxemia. Choque/CID (coagulação intravascular disseminada) - Hipoperfusão Obs.: Dietas ricas em gordura retardam o esvaziamento gástrico Sinais Clínicos Hiporexia/anorexia Polidipsia Êmese/ hematêmese Abdomen agudo (dor intensa generalizada) Melena (sangue digerido nas fezes) Emagrecimento Pode entrar em choque hipovolêmico ou séptico - Pois pode extravasar conteúdo para cavidade Exame Físico Mucosas pálidas Fraqueza e desidratação Dispnéia Edema Presença de líquido no abdome (edema) Diagnóstico Histórico + anamnese + exame físico Hemograma - Leucocitose por neutrofilia – causada pela anemia - Desvio a esquerda – devido a peritonite (causada pela perfuração) - Leucopenia – devido a sepse Rx abdominal Espessamento e/ou irregularidades Us abdominal na mucosa Endoscopia Em conjunto podem auxiliar no diagnóstico Biópsia de tumores, CE e inflamações Tratamento Manejo dietético - Dietas leves, com baixo teor de gordura, mais palatável possível Inibidores da secreção ácida Protetores da mucosa – via IV - Ranitidina - Omeprazol Antieméticos - Ondansetrona - Metoclopramida - Maropitant Antibióticos - Amoxicilina - Metronidazol Fluidoterapia Tratar causa de base Se houver sepse: - Ceftriaxona, amplo espectro Intestino delgado Anatomia Duodeno Jejuno Íleo Obs.: Na endoscopia, consegue observar apenas o duodeno. Pois o jejuno e íleo são porções cegas do TGI, então, se tiver uma lesão em uma dessas porções, pode não fechar diagnóstico com a endoscopia, apenas com raio-x e ultrassom. Intestino grosso Anatomia Cólon ascendente Colón transverso Colón descendente Reto Ceco *presença de sangue: importantíssimo saber. A melena é ID porque é um sangue digerido. Enterites e colites O que é? A colite é uma doença inflamatória que atinge uma ou mais camadas do cólon, provocando disfunções. Qualquer alteração no funcionamento do intestino grosso que seja causada por inflamações pode ser considerada uma colite. Enterite é um termo abrangente para inflamação na mucosa do intestino delgado. Etiologia Alimentar - Animais jovens, mudança brusca de dieta (diarréia de ID) Viral - Parvovirose, coronavirose, panleucopenia felina, FIV, FeLV Bacteriana - Campilobacteriose, salmonelose, clostridiose Micótica - Histoplasmose e prototecose (raras) Parasitária - Tricuris (cólon e ceco) - Nematódeos (Toxocara, Toxocaris – ID) - Tênias (Dipyidium –ID) - Coccídeos (Isospora – ID) - Protozoários (Giardia – ID), Sinais Clínicos Diarréia que pode ser mucoide ou sanguinolenta Hematoquezia: presença de sangue vermelho pelo ânus (hemorragia retal) Emagrecimento Desidratação Pode ocorrer hipertermia Dor abdominal Choque hipovolêmico - Casos graves / filhotes Diarréia do intestino grosso em colites Diagnóstico Anamnese + histórico (de vermifugação) + exame físico Coproparasitológico Swab retal / exame retal Endoscopia --> duodeno Colonoscopia --> intestino grosso Tratamento Sintomático - Correção do distúrbio hidroeletrolítico Fluidoterapia + reposição de potássio - Manejo alimentar Dietas leves --> frango, arroz, queijo cottage, cenoura - Analgesia Tratar causa de base - Anti-parasitários - Antibiótico Hematoquezia --> antibioticoterapia profilática Nos casos em que o animal está febril ou neutropênico ou tem uma síndrome de resposta inflamatória sistêmica (SRIS; anteriormente denominada de choque séptico), antibióticos de amplo espectro (p. ex., antibióticos β-lactâmicos em associação a um aminoglicosídeo ou uma fluoroquinolona) são indicados. Em casos de enterite/colite infecciosa deve-se desinfetar o ambiente Gastroenterite Hemorrágica (“Hematoquezia Verdadeira”) É autolimitante, então, em tese, se não fizer nada, o animal irá se recuperar. Porém, desidrata o paciente muito rápido (pode morrer por choque hipovolêmico). Etiologia Desconhecida Componente imunomediado (?) Bactérias: E. coli e Clostridium perfringens Sinais Clínicos Êmese aguda Anorexia Apatia/depressão Hematoquezia Desidratação Choque hipovolêmico e/ou choque séptico Diagnóstico Histórico + anamnese + exame físico Hemograma - VG > 55% + PT normal - Policitemia (aumento do hematócrito) Azotemia - Pré-renal --> desidratação grave Tratamento Fluidoterapia Suporte Antibioticoterapia Doença Intestinal Inflamatória (DII) É incomum na rotina. Porém é importante saber porque é um diagnóstico diferencial para diarreia crônica. Também conhecida como (sinônimo de) “doença da má absorção”. O que é? Inflamação intestinal idiopática crônica Tem origem idiopática, sem causa definida. Está relacionada a uma resposta inflamatória exacerbada aos antígenos do alimento. Tem uma série de mecanismos na parede do intestino que acaba tendo uma ação antiinflamatoria local e permite que a gente se alimente sem causar um processo inflamatório daquela substancia ingerida. Porém, os pacientes que tem a DII, tem falhas nesse mecanismo e o organismo acaba respondendo de maneira exagerada aos Ags alimentares, essa resposta exagerada é principalmente relacionada a alguns tipos de proteína, por isso que muitas vezes é indicado mudar o tipo de proteína em pacientes com DII. E também tem um envolvimento de uma resposta inflamatória à presença das bactérias da flora natural do intestino. Etiologia Idiopática --> resposta inflamatória a Ags bacterianos e/ou alimentos Classificação Histológica: Enterite/colite linfocítica-plasmocítica (can e fel) Enterite eosinofílica (can e fel) Sinais Clínicos Como tem essa má absorção (animal se alimenta normalmente, mas não consegue absorver esses nutrientes), ele tem um emagrecimento progressivo. Toda vez que tem um paciente com diarreia, emagrecimento progressivo, um dos diferenciais é o DII. Síndrome de má absorção - Hipoalbuminemia - Hipocolesterolemia - Anemia Polifagia - Ele come (tem fome), mas não absorve a comida porque o organismo não entende que ele está se alimentando; Anorexia: em casos mais avançados Emagrecimento progressivo Dor abdominal Êmese e diarreia Hematoquezia Esteatorréia (gordura nas fezes) - Tudo que não é absorvido acaba sendo perdido nas fezes; Flatulência e borborigmos Tenesmo Diagnóstico Basicamente, deve-se fazer a exclusão de tudo o que causa diarreia crônica. Exclusão de outras causas para diarréia crônica e má absorção Us abdominal - Espessamento intestinal difuso - Linfoadenomegalia mesentérica Biópsia Diagnóstico Diferencial Linfoma Alimentar - Pois quando faz US desse linfoma, o padrão ultrassonográfico é muito parecido com a DII. Tratamento Manejo dietético - Ração hipoalergênica - Que causem menos reação inflamatória - Pode trocar a ração por dieta caseira, porém com proteínas. Antibioticoterapia - Inicialmente, quando o paciente está em crise, entra com ATB. Essa antibioticoterapia é profilática. Fármacos imunossupressores - Prednisona / Budesonida - Azatioprina Anti-inflamatórios - Mesalazina Pâncreas Considerado um órgão anfícrino. Esse termo se refere a dupla função. O pâncreas tem a função exócrina (responsável pela secreção de enzimas digestivas) e endócrina (responsável pelos hormônios que mantem a glicemia estável). O pâncreas faz a secreção das enzimas digestivas e também secreta bicarbonato no duodeno proximal, pois a absorção dos nutrientes precisa ocorrer em pH alcalino. Se tem um pH duodenal ácido, não consegue fazer a absorção adequada dos nutrientes. O grande fator que induz o pâncreas a secretar essas enzimas digestivas é basicamente a entrada do alimento no trato gastroentérico. Então entra conteúdo alimentar, preenche o estômago, e esse preenchimento gástrico vai ter o primeiro estimulo para o pâncreas começar a produzir enzimas digestivas. Além disso, também tem a entrada do alimento no duodeno que começa a secretar alguns hormônios como a secretina e colecistocinina, e o próprio processo de dilatação entérica, o que estimula o pâncreas a produzir as enzimas digestivas e liberar essas enzimas para o ID. Uma das enzimas que o pâncreas produz é o tripsinogênio, joga essa enzima para o ID, e então o tripsinogênio é ativado em tripsina (que é a enzima ativa, ela que vai ativamente fazer o processo de digestão. E esse processo, em um paciente saudável, vai acontecer somente no ID pela ação da enterocinase, que é uma enzima que fica nas microvilosidades intestinais. Órgão anfícrino - Secreção de enzimas digestivas (função exócrina) - Secreção de hormônios hipo e hiperglicemiantes (função endócrina) Secreção de enzimas digestivas e bicarbonato no duodeno proximal - Enzimas pancreáticas --> Digestão inicial de moléculas maiores de alimentos - Necessidade de pH alcalino p/ digestão Secreção Pancreática - estimulada por: - Alimento e preenchimento do estômago (Gordura e Proteína no ID) - N. Vago + Sistema nervoso entérico local + Hormônios secretina e colecistocinina (ID) No ID: tripsinogênio é ativado em tripsina pela enzima enterocinase (“Borda em escova”) Pancreatite Classificação AGUDA CRÔNICA Diagnóstico definitivo: pela histopatologia Patogênese Ocorre uma ativação precoce do tripsinogênio. Nos pacientes que fazem a pancreatite, começam a ter um processo de auto ativação do tripsinogênio no próprio pâncreas. E a partir do momento que começa a acontecer isso, começa a ter uma autodigestão pancreática o que leva um quadro inflamatório. Então, esse distúrbio inflamatório contínuo começa a levar uma destruição do parênquima pancreático, e começa a ter uma perda progressiva da função do pâncreas. Essa perda da função irá depender do quadro. Quanto mais crônico, mais grave. Pode ter como sequela da pancreatite, um início de diabetes e também a insuficiência pancreática exócrina. SLIDE Ativação precoce do tripsinogênio no pâncreas - Maior autoativação e/ou - Menor autólise Autodigestão + Inflamação Quadro Crônico --> distúrbio inflamatório contínuo --> destruição do parênquima pancreático --> prejuízo progressivo e permanente da função pancreática (endócrina e exócrina) Diagnóstico/Diferencial: - Histopatológico Etiologia Origem genética/Hereditária - Paciente com pancreatite pode ter filhote com predisposição a pancreatite Predisposição racial Endocrinopatias: Principais causas Hiperlipidemia Dieta (gordura) - Quanto mais rica a dieta for em gordura, maior será a estimulação do pâncreas a produzir enzimas; Medicações: azatioprina e brometo de potássio Predisposição Animais de ½ idade Terriers e schnauzers Gatos SRD pêlo curto Raças protegidas: porte grande e gigante - Exceção: Husky e labradores Manifestações Clínicas Gatos Colangiohepatite DII Lipidose hepática Pancreatite necrótica grave fatal Sinais mais brandos, tem letargia e anorexia também Geral - Sinais mais brandos Letargia e anorexia Dor abdominal discreta a severa - Postura de prece Anorexia - Esse paciente diminui a ingestão de alimentos Abdome agudo - Se tiver quadro de peritonite Peritonite Êmese - Pode apresentar êmese de conteúdo alimentar ou liquido biliar. - Retardo no esvaziamento gástrico --> peritonite - Evolução do quadro --> êmese de conteúdo biliar - Pode ter quadros eméticos, que acontecem por uma redução do trânsito intestinal. Toda vez que tem um quadro de inflamação, acaba levando a uma hipomotilidade gastroentérica, e aí o alimento não passa, não evolui, fica estagnado e o paciente fica apresentando êmese. Desidratação Colapso/Choque: casos graves Letargia Prostração Desconforto abdominal pós-prandial (que se segue a uma refeição). - Se o paciente se ainda se alimenta, há um desconforto abdominal pós brandial logo após a alimentação Icterícia - + comum no início do quadro, porém nem sempre tem - Maioria: pancreatite aguda que evolui p/ crônica Diagnósticos Diferenciais CE Neoplasias gastroentéricas Processos obstrutivos Intussuscepção Piometra DII Enterite infecciosa Hepatite Exame Físico Palpação Abdominal Dor topografia pancreática (porção cranial) Em gatos pode causar --> necrose tecido gorduroso peripancreático --> que consequentemente causará aumento de volume porção cranial abdomen Atentar-se a CE e intussuscepção palpável Peritonite associada: dor abdominal generalizada Diagnóstico Se fecha com: quadro clínico, histórico, anamnese. Aquele paciente que estava bem, no domingo teve churrasco, e na segunda-feira começou com a crise, um dos diferenciais é a pancreatite. Exames laboratoriais e específicos ajudam Sinais Clínicos Ultrassom Abdominal - Examinador dependente Exames Laboratoriais Exames Específicos Ultrassom Abdominal - Pancreatite aguda Redução da ecogenicidade (edema) - Pancreatite crônica Aumento da ecogenicidade (fibrose) Formação de cistos - Sinais de peritonite - Normalidade ao US não descarta pancreatite Ajuda bastante, mas é examinador dependente, então se não tiver um aparelho preciso, pode não fechar o diagnóstico. A diferença de pancreatite aguda e crônica é histológica, mas tem alguns indícios no ultrassom que podem sugerir se esse quadro é agudo ou crônico. Na AGUDA, o ultrassonografista relata uma redução da ecogenicidade. O pâncreas fica mais “preto” que o normal, porque tem edema. Na CRÔNICA, nota-se aumento da ecogenicidade. O pâncreas fica mais fibrosado. Pode ter a formação de cistos. Pode ter áreas de calcificação pancreática. Pode ter também, a pancreatopatia que é um pâncreas que já pode ter passado por quadros crônicos antes, tem aspecto alterado no US, mas esse paciente não tem um quadro ativo de pancreatite, não tem sinal clinico. Pode ter sinais de peritonite. A normalidade ao US não descarta pancreatite Os testes mais específicos para o pâncreas são os ensaios catalíticos para amilase e lipase e os imunoensaio para imunorreatividade semelhante à tripsina (TLI) e para imunorreatividade da lipase pancreática (PLI). Amilase - Fonte: pâncreas, intestino, fígado - Valores podem estar normais - Indução: 12 a 48h (retorno ao normal 8 a 14 dias) - Aumento significativo: 2 a 3 X do normal - Doenças não pancreáticas (Não específica) - Hepatobiliar, GI ou renal Obs.: A fonte pode ser pancreática, mas tem uma produção no intestino e fígado também. Os valores podem estar normais em uma pancreatite. O aumento da amilase começa de 12 a 48h do processo de lesão, e demora até 14 dias para voltar ao normal. Para ser considerado um aumento significativo, ela precisa estar bem aumentada, precisa estar de 2 a 3x do limite superior. Por ela não ser especifica, pode ter aumento em doenças não pancreáticas, como em processos hepatobiliares, gastroentéricos ou renal. Lipase ---> aumenta com uso de GCs - Fonte: pâncreas e mucosa gástrica - Indução: 24h com pico em 2 a 5 dias (retorno mais lento ao normal) - Valores normais em até 28% cães com pancreatite - Aumento significativo 2 a 3x do normal - Doenças não pancreáticas: peritonite, gastrite, obstrução intestinal, láparo com manipulação intestinal, hepatopatia, DRC, neoplasia (Não específica) Obs.: Aumenta com o uso de corticoide. Também pode ter secreção pancreática e também existe secreção de lípase na mucosa gástrica. A partir do momento que se tem a lesão, tem-se o aumento da lípase com mais ou menos 24h da lesão de um pico que vai ocorrer em torno de 2 a 5 dias. Tem o retorno lento, demora para voltar ao normal. Pode ter valores normais (28% de cães com pancreatite tem valor normal). Aumento significativo é considerado de 2 a 3x do limite superior. Aumento da lípase também ocorre em: peritonite, gastrite, obstrução intestinal, laparo com manipulação intestinal, hepatopatia, DRC, neoplasia. PLI – Lipase Pancreática Imunorreativa (SPEC) - Teste espécie-específico para cães ou espécie-específico para gatos - Aumento na pancreatite - Pode estar aumentado no HAC ou uso de GCs Obs.: Melhor método de diagnostico (porém ainda tem falhas). Tem aumento na pancreatite. Teste espécie-especifico para cães ou para gatos. Também pode estar aumentada no Hiperadrenocorticismo ou no uso de Glicocorticóides. Análise do Fluido Abdominal - Efusãoabdominal --> exsudato serosanguinolento estéril - Atividade lipase e amilase liquido > Soro - Pancreatite aguda --> discreta efusão pleural --> vasculite Obs.: Às vezes tem uma quantidade pequena de liquido livre no abdômen. Muitas vezes não é facilmente drenável, mas pode guiar pelo US, drena e manda para análise. E então, dá para dosar a amilase/lípase desse liquido drenado e comparar com a amilase/lípase do sangue. E aí o paciente com pancreatite tem uma alta quantidade de amilase/lípase no liquido quando comparado ao soro. Histopatológico Diagnóstico definitivo e classificação entre aguda e crônica Biópsia - Procedimento invasivo - Não indicado - Realizar biópsia + inspeção pancreática em caso de laparo por outro motivo ou investigativa - Aspecto à inspeção: tumoral, porém pode ser necrose da gordura e/ou fibrose Obs.: Só é indicado a biópsia pancreática + inspeção para animais que precisou submeter a uma laparotomia por outro motivo ou investigativa. O aspecto à inspeção: tumoral, porém pode ser necrose da gordura e/ou fibrose. Tratamento Depende da gravidade do caso - Tratamento brando domiciliar a terapia intensiva (UTI) Tratar causa de base predisponente - Removê-la!!! - Dieta (?) - Medicamentos (?) - Então por exemplo, se o paciente teve uma pancreatite por causa de uma dieta gordurosa, não insistir mais nessa dieta. Etiologia Idiopática - Tratamento sintomático Fluidoterapia Objetivos: - Hidratação - Manutenção da perfusão pancreática - Tx fluido: a depender da desidratação e choque Obs.: O principal ponto é manter a perfusão pancreática. Se esse paciente está fazendo hipotensão ou com hiperperfusão pancreática, irá piorar a pancreatite, então é preciso manter o paciente hidratado. Um dos fatores que leva a pancreatite, é em pacientes que foram anestesiados, porque ele faz hipotensão durante a anestesia, o que leva a hiperperfusão, e esse paciente tem então uma pancreatite no final da cirurgia. A taxa de fluido irá depender da desidratação e choque. Reposição Eletrolítica Monitoração eletrolítica (1x/dia) Hipocalemia (quantidade baixa de potássio) - Causas: Êmese Anorexia Fluidoterapia intensa --> perda renal - Consequências: Fraqueza musculoesquelética Atonia GI Piora do prognóstico Obs.: Deve-se preocupar com o Potássio, porque vai cair. No gato é mais importante ainda. Além da fluido, deve-se repor o potássio. A hipocalemia piora o estado do paciente, então se não faz a reposição, acaba piorando o quadro clinico. As causas da hipocalemia são: êmese, anorexia e fluidoterapia intensa (tem perda renal. As consequências são: fraqueza muscolesquelética, atonia GI e piora do prognóstico. Analgesia Quadro álgico importante --> Monitoração dor Evitar uso de AINEs - Alto risco de úlceras gastroduodenal - Inibidor seletivo de Cox-2 em baixa dose: mais seguro Carprofeno: 2mg/kg SID Opióides - Tramal: 2-5mg/kg TID - Meperidina: 0,2 a 0,4mg/kg SC QID - Adesivos de fentanil Demora para atingir pico plasmático Associar a outro opióide injetável inicialmente - Morfina Evitar doses altas repetidamente Obs.: Monitoração da dor. EVITAR uso de AINES: aumenta o risco de úlceras gastroduodenal. O inibidor seletivo de Cox-2 em baixa dose é o Carpofreno: 2mg/kg SID Os opióides podem ser usados, porem em doses altas podem dar algumas alterações em relação a motilidade. Preferência por tramal ou meperidina. Em alguns casos usa-se a morfina, porém ela induz vomito e pode agravar o quadro, então evitar em doses altas repetidamente. Adesivos de fentanil demoram para a atingir o pico plasmático. Associar a outro opióide injetável inicialmente. Antibioticoterapia Complicações infecciosas --> raras, mas quando ocorrem são graves Aumenta sobrevida Antibioticoterapia de amplo espectro - Metronidazol Anaeróbicos DII Evita translocação bacteriana Fluorquinolonas Obs.: A pancreatite nem sempre tem contaminação bacteriana, porém como é um quadro grave, sempre associa atb de amplo-espectro. Aumenta a sobrevida. Opção é o Metronidazol, tem uma boa ação na parte da enterocolite. Outra opção são as Fluorquinolonas. Protetor Gástrico Monitoração de sinais de ulceração GI - Melena - Hematoquezia - Hematêmese Obs.: Preferir por protetores que não interferem na motilidade gastroentérica. Opta-se pelo Omeprazol (aplicar IV), e um antiemético, a opção é Maropitant (Cerênia). Dieta/Nutrição Enteral Hoje: se contra-indica o jejum prolongado - Felinos: risco de lipidose hepática - Necessidade de nutrientes para recuperação Iniciar alimentação dentro das 1as 48h Se necessário: sondagem Dietas com baixo teor de gordura - Pequenas porções - Várias vezes ao dia Opções: - i/d Hills® - Low Fat Royal Canin® - Eukanuba® Intestinal Obs.: Dieta com baixo teor de gordura e em pequenas quantidades – várias vezes ao dia. Iniciar alimentação dentro das primeiras 48h. Opções: i/d Hills; Low Fat Royal Canin; Eukanuba Intestinal. Se necessário: sondagem. Prognóstico Depende do quadro do paciente - Grave desequilíbrio hidroeletrolítico --> Doenças Inflamatórias Sistêmicas --> Alteração renal --> Alto risco de CID - Ruim ou péssimo Reservado Insuficiência Pancreática Exócrina Distúrbio relacionado à deficiência de enzimas pancreáticas --> síndrome má digestão de gordura A insuficiência pancreática exócrina canina (EPI) é causada pela atrofia ou destruição das células acinares pancreáticas em decorrência de pancreatite. “Síndrome da má digestão” Patogênese Atrofia acinar pancreática - Destruição autoimune - Raças: - Pastor alemão - Setter inglês Estágio terminal da pancreatite crônica - Causa + comum nos felinos - Podem evoluir com DM Outras causas - Neoplasias pancreáticas: mas esses tumores podem resultar em IPE causada por uma combinação da compressão dos ductos pancreáticos pela massa, destruição do tecido acinar e pancreatite associada. - Hiperacidez duodenal: pois inativa a lipase pancreática - Deficiência exclusiva de enzimas pancreáticas (lipase) Para que ocorram as manifestações clínicas da IPE é necessária uma diminuição de 90% na produção de lipase (é uma enzima produzida principalmente pelo pâncreas, liberada no intestino para quebra de gorduras) e, por conseguinte, uma perda extensiva dos ácinos pancreáticos (fabrica enzimas que atuam no processo de digestão alimentar. Ex.: produzem suco pancreático). Em estudos histológicos em cães da raça Pastor-alemão, sugeriu- se que a AAP seja uma doença autoimune dirigida contra os ácinos. Por conseguinte, as ilhotas são poupadas e cães com AAP, em geral, não são diabéticos. Obs.: Pode acontecer por uma atrofia acinar pancreática, e geralmente está relacionada com uma destruição autoimune. O próprio sistema imune do paciente começa a destruir esses ácinos. A predisposição dessa atrofia inclui o Pastor Alemão e Setter Inglês. Pode ser um estágio terminal da pancreatite crônica. Causa mais comum nos felinos. Podem evoluir com Diabetes. Outras causas: presença de neoplasias pancreáticas destruindo o parênquima; hiperacidez duodenal (inativa a lípase pancreática); deficiência exclusiva de enzimas pancreáticas (lípase). Predisposição Pastor alemão Setter Inglês Cocker spaniel inglês Cavalier King Charles Felinos - Sem predisposição racial Sinais Clínicos Diarréia crônica Perda de Peso Polifagia Esteatorréia (fezes com gordura) Seborreia Quando secundária a pancreatite crônica - Anorexia - Êmese DII e/ou colangite pode estar associada Diagnóstico Hemograma e Bioquímico - Geralmente normais.- Pode ocorrer: Hipoalbuminemia Hipoglobulinemia Hipocobalaminemia - Diminuição nos níveis de vitamina B12 Discreto aumento de enzimas hepáticas Hipocolesterolemia - Níveis baixos de colesterol Linfopenia - Níveis baixos de linfócitos Dosagem de ILP (enzimas pancreáticas) - Deve estar reduzido - Não há necessidade de suspender a suplementação exógena de pancreatina - Alta sensibilidade e especificidade Lipase e Amilase - Podem estar normais - Não são específicas do pâncreas Tratamento Suplementação enzimática - Pancreatina: é um tipo de combinação de enzimas digestivas (produzidas pela mistura de várias enzimas digestivas realizadas por células exócrinas dos pâncreas). É utilizada para complementar os níveis insuficientes de enzimas digestivas no corpo. - Administrar junto ao alimento - Reajuste da dose de acordo com resposta clínica - Se degrada em pH ácido (estômago) Ranitidina - Bloqueador de H2 - Aumenta o pH do estômago, para evitar degradação da pancreatina Antibioticoterapia - Profilático --> possível supercrescimento bacteriano - Primeiras 4 semanas iniciais do tratamento - Metronidazol é uma opção. Reposição de vitamina B12 - Vitamina B12 0,02mg/kg IM a cada 2 a 4 semanas - Principalmente em gatos. Dieta - Dieta com baixo teor de gordura - Atentar-se ao teor calórico e necessidade energética do animal - Acelera regressão dos sinais clínicos - Obrigatória em cães com pancreatite crônica e dor abdominal pós- prandial - Dieta com moderado teor de gordura + altamente digestível + teor calórico razoável + pobre em fibras Prognóstico Bom Hepatite *Fígado é o órgão que mais se regenera. O que é? Inflamação hepática Etiologia Viral - Hepatite Infecciosa Canina; Bacteriana Doença autoimune Intoxicação Classificação Aguda - Tem um único evento desencadeante que levou a uma sobrecarga hepática - Um evento grave de toxicidade - Tende a se estabelecer em alguns dias Crônica - Fator de agressão constante Sinais Clínicos Cirrose somente quando + 75% hepatócitos comprometidos (sinal grave). Leve – paciente tende a reverter este quadro clínico - Êmese (conteúdo biliar) - Diarreia - Anorexia - PU/PD Severo/Cirrose - Icterícia - Fibrose --> A tendência é não recuperar totalmente Icterícia Hipoalbuminemia Hipoglicemia (fígado responsável pela gliconeogênese) Ascite - Ascite - Caquexia - Encefalopatia hepática: O fígado é responsável por metabolizar amônia em uréia, para que a uréia seja filtrada e eliminada na urina. A partir do momento em que se tem uma lesão hepática grave, essa metabolização não vai acontecer, e a amônia vai aumentar. No exame bioquímico pode haver redução da uréia e aumento da amônia. Problema: quando a amônia aumenta começa a gerar indisposição, e ultrapassa a barreira hematoencefálica, indo então para o SNC, consequentemente causando essa encefalopatia. Os sinais neurológicos são: convulsão, fica refratário aos estímulos externos. O prognóstico já é ruim. Diagnóstico ⇧ ALT - Lesão de hepatócito - Melhor exame para avaliar lesão de hepatócito - Pode estar reduzido quando há muita lesão ⇧ Amônia, bilirrubinas e ácidos biliares - Amônia é difícil dosar pois degrada muito rápido. ⇩ Uréia, albumina Se colecistite (inflamação da vesícula biliar) / colangite associada - ⇧ FA (é inespecífica no cão, aumenta por qualquer coisa, pode não estar relacionada com hepatócito. - ⇧ GGT - Enzimas que marcam mais lesões de trato biliar do que a função hepática propriamente dita. US abdominal - Cirrose ---> Microhepatia (diminuído de tamanho) e hiperecogenicidade - Hepatomegalia - Hepatopatia aguda: Redução da ecogenicidade (Hipoecogênico) - Hiperadreno: produção constante de cortisol, ainda não tem cirrose, hiperecogênico (aumento de tamanho) Amendoim --> aflatoxinas Tratamento Tratar ou remover causa de base - HAC - Toxinas - Drogas Retardar progressão da doença Dieta - Proteína de alta qualidade e digestibilidade (pois paciente tende a caquexia) - ⇩ sobrecarga hepática - Manter animal nutrido - Diminuir níveis de amônia - ⇩ proteínas no cólon que serão convertidas em amônia - Dietas com baixos níveis de gordura Obs.: Com proteína de alta qualidade e digestibilidade. Vai diminuir a sobrecarga hepática e manter o animal nutrido. Ela também acaba reduzindo a conversão de amônia. Se essa hepatopatia for em uma doença endócrina, essa dieta vai piorar o quadro clinico. Essa dieta só serve se não for secundária a uma hiperlipidemia, ou endocrinopatia. Se for secundário, precisa ser uma dieta com baixo nível de gordura. Antioxidantes - Silimarina (20 a 40mg/kg SID) - S-Adenosilmetionina (20mg/kg SID) - Vitamina E (15mg/kg SID) - Casos crônicos Anti-fibróticos - Glicocorticoide - Azatioprina “Somente mediante biópsia e descartado origem infecciosa e por endocrinopatias” Coleréticos - Ácido Ursodesoxicólico (Ursacol®) - 10 a 15mg/kg SID - NÃO utilizar na obstrução biliar (mucocele ou colelitíase) - Faz contração biliar - Diminui intoxicação pela amônia - Nunca prescrever sem fazer ultrassom - Bile fica mais fluída Antibioticoterapia - Quando houver suspeita de infecção bacteriana - Opções: ampicilina, amoxicilina com clavulanato, metronidazol 7,5mg/kg Lipidose hepática felina Doenças hepáticas Primárias: Lipidose idiopática Colangite neutrofilica Colangite linfocitica Doenças hepáticas secundária: Lipidose secundária Hipertireoidismo Pancreatite Gatos: doenças hepatobiliares e lipidose aguda Cães: doenças hepáticas crônicas do parênquima. Homeostase do Triglicerídeo: Os gatos são carnívoros restritos. A partir do momento que o gato é domesticado, oferece ração seca e aumenta o carboidrato. O gato precisa principalmente de proteína. Etiopatogenia Lipidose Hepática Primária: Distúrbios de Apetite Mobilização de Gordura - Egresso x ingresso Deficiência de proteína/nutrientes - Carnitina, metionina, taurina, arginina Transporte de Lipídeos Aspectos clínicos laboratoriais Obeso Predisposição sexual Predisposição racial Estresse --> comportamental, dieta nova Perda de função de hepatócitos aguda Colestase intra-hepática Lipidose Hepática Secundária: Foi ocasionada por outros distúrbios, tais como: Anorexia Pancreatite DM DII Neoplasias Aspectos clínicos Anorexia, emagrecimento Apatia Icterícia Desidratação Êmese Hepatomegalia Diagnóstico Baseado no histórico, sinais clínicos e biópsia (guiada) Histórico Sinais Clínicos Biópsia hepática (guiada) CAAF – Citologia aspirativa por agulha fina Aumento da bilirrubina Aumento das enzimas hepáticas Pode ter redução da uréia Atenção!!! Lipidose Hepática Felinos ----> ⇧⇧⇧⇧⇧ FA é mais importante Colangite Felinos ----> ⇧⇧⇧⇧⇧ GGT Alterações clínicopatológicas Bilirrubinemia ALT FA* AST GGT UREIA Eletrólito --> Potássio. Pode desenvolver uma anemia arregenerativa pelo fato de desnutrição; Leucograma --> Observa se tem bastonete e segmentado; Urinálise. US ABDOM --> fígado aumentando, aumento da ecogenicidade. Eletrólitos Anemia Arregenerativa Leucograma Urinálise Tratamento Reestabelecer a alimentação o quanto antes. Tratar a lipidose ou então evitar que o paciente desenvolva. Uma dieta com alto teor calórico. Se esse paciente não está se alimentando pela boca, precisa ser sondado (nasogástrica ou esofágica) Alimentação Antieméticos: - Ondansetrona 0,22a 0,5mg/kg TID - Maropitant 1mg/kg/SC SID Protetores gástricos: - Ranitidina 2mg/kg/TID/SC - Omeprazol 0,5 a 1mg/kg/SID Antioxidantes - Vitamina E 10mg/kg/SID - S-adenosilmetionina 20mg/kg Antibioticoterapia profilática - Metronidazol 7,5 mg/kg/BID - Ampicilina 40mg/kg/BID - Amoxicilina 20mg/kg/BID Fluidoterapia - Reposição de eletrolitos - Complexo B - Mirtazapina 3mg/@/ cda 72h (antidepressivo, mas tem ação estimulante de apetite no gato) Tríade felina Alteração frequente nos gatos por conta da proximidade dos órgãos. O pâncreas é muito próximo ao duodeno e ao fígado. Se tiver uma inflamação no fígado, por exemplo, pode ter também no pâncreas e duodeno. Tratamento Ondansetrona Mirtazapina 1,88mg/kg/a cada 48hs Prednisolona dose antiinflamatoria 1mg/kg/SID ou 0,5mg/kg/BID Ampicilina 40mg/kg/BID/21 a 30 dias. Nefrologia e urologia IRA “Injúria Renal Aguda” Queda abrupta da função renal Etiologia Injúria isquêmica aguda PAS < 80mmHg Trombose vascular renal – causa lesão renal aguda Hiperviscosidade sanguínea – quando tenho uma policetemia importante, tudo que deixa o sangue mais “grosso” Sepse – lesão renal aguda Intoxicação renal - Aminoglicosídeos, sulfas, tetraciclinas - Anfotericina B (antifúngico), quimioterápicos - AINEs e AIEs - Toxinas endógenas -> proteínas, mioglobinas, hemoglobina, bilirrubina Rim normal --> sofreu injúria --> sofreu alteração estrutural ---> a partir disto temos três possibilidades para este paciente: Posso não conseguir recuperar a FR e ele vir a óbito Recupera, consegue compensar, mas se torna um DRC 2 a 4, injúria permanente Ou vira renal grau 1, nunca tenho recuperação para esse rim mas consigo controlar Sinais Clínicos Inicial -> “Fase Oligúrica” – rim não consegue produzir urina Oligúria ou Anúria Como eu sei se o meu rim está funcionando? Preciso monitorar o debito urinário (monitoração do quanto animal urinou por uma hora), animal precisa produzir pelo menos 2ml/kg/h DU normal = 2ml/kg/h Sinais agudos Êmese Diarreia Desidratação Anorexia Diagnóstico Anamnese -> início dos sinais agudo (< 1 semana) - Histórico de algum evento que justifique a IRA (algum medicamento, planta tóxica... Paciente não entra em IRA sem um motivo. DRC pode fazer IRA) Exame físico - Peso e pelames normais (animal não está caquético, não deu tempo do animal emagrecer) - Hálito urêmico*** (azotemia gravíssima) - Oligúria/anúria Urinálise - Densidade urinária < 1030 (cães) e < 1045 (gatos) - Sedimento urinário - Cilindros urinários e células epiteliais renais Obs.: Depois que você tira o paciente da oligúria/anuria ele fará uma poliuria compensatória. É rápida, acontece de uma hora pra outra, não produz urina nenhuma, uréia e creatinina extremamente altos Hemograma - HT normal - Não tenho alterações importantes porque não deu tempo Bioquímica - Azotemia - Hipercalemia (K > 5,5) ⇧⇧⇧ P – não estou excretando nada - ⇩ Ca (< 7mg/dL) – ainda não deu tempo do cálcio estar alto Us abdominal - Rins – não tem aspecto de fibrose como no DRC - Presença de líquido - Não tem calcificação distrófica ainda - ⇧ de tamanho a N - N a hiperecoicos - Ao doppler -> detecção de isquemia renal - Ausência de sinais de calcificação distrófica Tratamento Fluidoterapia - principal - Hidratação - Recuperação e manutenção da perfusão renal - Cuidado com balanço hídrico, acúmulo de líquido, podemos causar edema pulmonar pois não estou eliminando este líquido, e ele acaba indo para algum lugar. Se oligúria persistir (DU < 1ml/kg/h) (débito urinário) devo entrar com alguns medicamentos: - Furosemida 2 a 6mg/kg IV – ef. Em 30 a 60 minutos - Manitol – 0,25 a 1gr/kg IV –ef em 60 min - Diurese osmótica - Dopamina IV 0,5 a 1mcg/kg/min – causa vasodilatação, em dose alta causa vasoconstrição. Se oligúria/anúria persistir, já fiz de tudo, mas ainda não estou conseguindo eliminar. Diálise peritoneal – cateter no abdomen, ajuda a diminuir a uremia - “Lavagem perioteneal” - Monitoração intensiva - Complicações – posso ter contaminação da cavidade abdominal, é necessário saber fazer Hemodiálise – máquina faz o papel do rim, remove toxina, mas também remove eletrólitos - Equipamento, R$ - Técnica e monitoração - Complicações: se eu não souber fazer paciente pode vir a óbito. - Posso indicar em IRA pois, não é uma doença crônica. Monitoração Débito urinário (DU) - > 2ml/kg/h PAS Ureia e creatinina Ca, P e K Hemogasometria – eletrólitos Glomerulonefrite O que é? Inflamação dos glomérulos e túbulos Relacionado a depósitos de imunocomplexos nas paredes dos nefrulos e gera lesão, também tenho casos em que os anticorpos vão destruir os rins Glomerulonefropatia + comum Principal causa de DRC Etiologia dano glomerular e proteinúria Consequencias Paciente vai se tornar um DRC Tratamento - Vai ser o mesmo Pielonefrite O que é? Inflamação/Infecção da pelve renal Etiologia 2ária a ITU (ascensão bacteriana) 2ária a sepse (independente da origem) Sinais Clínicos Sinas de lesão renal: uremia, gastrite, vômito, diarréia Hipertermia Prostração, letargia, anorexia Piúria: perde pus para urina, urina contaminada Diagnóstico Azotemia Hemograma: leucocitose com desvio a esquerda Urinálise - Leucocitúria - Bacteriúria na urina - Hematúria na urina - pH alcalino -> infecção bacteriana por bactérias produtoras de urease Us abdom Tratamento Terapia intensiva (UTI) Fluidoterapia - Manutenção da perfusão renal Anti-térmico ATBterapia de amplo espectro IV - Sulfas potencializadas - Quinolonas - Cipro/enro - Baseado em cultivo e antibiograma - Evitar aminoglicosídeos: Amicacina, gentamicina, tobramicina, são nefrotóxicos DTUIF Doença do Trato urinário inferior do felino” Por que pode acontecer? Por formação de Urólitos, tipo de dietas (que alcalinizam a urina, predispõem a formação de Urólitos, ou que acidificam a urina, pH ácido) Etiologia Urólitos - Dietas ricas em Mg e proteína de origem vegetal -> alcaliniza pH urinário -> cristais de estruvita - Urina estéril - Dietas ricas em proteína de origem animal, dietas acidificantes ou pobres em Na e K -> acidifica pH urinário -> Cristais de oxalato de cálcio Urólitos TU CIF -> cistite intersticial em felinos - Origem neurogênica, causa está relacionado a estresse - Urina estéril - Idiopático --> estresse + oligodipsia (bebe pouca água) + retenção urinária Sinais Clínicos Tenho dois tipos: Sem obstrução: acontece nas fêmeas (uretra grande não obstrui) - Polaquiúria (xixi tempo todo) - Disúria (começa a doer pois chega uma hora que não tenho mais urina) - Estrangúria - Hematúria Obstrutiva: gato macho tem uretra pequena - Tenesmo vesical (não consegue urinar) - Agitação, vocalização, ansiedade (porque não consegue urinar) - Lambedura das genitálias - + de 24h de obstrução – tenho sinais de azotemia pós renal: anorexia, êmese, desidratação, depressão, fraqueza, hipotermia, bradicardia - Aumento de potássio (hipercalcemia) Tratamento DTUIF não obstrutiva Tratar cistite 95% --> urina estéril: não preciso entrar com antibiótico Manejo: extremamente importante - Estresse - Caixas de areia (2 por gato) - Potes d`água (trocar água várias vezes ao dia, colocar uma pedrinha de gelo para deixar mais fresquinho)- Ração úmida (estimular ingestão hídrica) AINes: - Maxicam (3 a 5 dias) - Analgésico: dipirona Tranquilizantes, antidepressivos --> amitriptilina (quando não consigo resolver com manejo) Antiespasmódicos --> butorfanol ou prazosin (principalmente em gatos machos, dilatação uretral) Dieta - u/d Hills --> dilui estruvita Terapia com ferôrmonio – Felliway (deixa animal mais calmo) DTUIF Obstrutiva – preciso desobstruir Avaliar condição clínica Se sinais de azotemia + hipercalcemia (primeiro estabilizar) - Fluidoterapia - Cistocentese de alívio (esvaziar bexiga) (cuidado com ruptura) - ⇩⇩ [K] rapidamente (preciso reduzir potássio pois este estará alto já que o gato está obstruído) 1. Glicose: ajuda diminuir potássio, produz insulina (coloca glicose para dentro da célula e potássio também) 2. Insulina: acelera ainda mais o processo Contenção - Física - Química: anestesiar Cetamina Tiopental Propofol Epidural: se alguém souber fazer, é muito bom, facilita muito na desobstrução Massagem peniana: consegue desobstruir Palpação retal da uretra - Deslocar tampão uretral ou cálculo Retrohidropropulsão com solução salina estéril - Assepsia rigorosa --> impedir ITU 2ária - Manter sonda uretral por 2 a 3 dias Último caso (quando não consigo passar ultrassom, evitar ao máximo, pode causar infecção urinária) --> uretrostomia perineal (retira o pintinho do gato, ficaria como se fosse uma vagininha) Obs.: Caso não consiga com massagem fazer uso de sonda uretral Não adianta só desobstruir o gato, preciso fazer mudanças de manejo para que não haja recidiva Monitoração Ureia e creatinina K pós obstrução - Diurese pós obstrutiva (elimina muita urina) - Hipocalemia pós obstrutiva (então o potássio cai bruscamente) Diurese - Atonia do detrusor pós obstrutiva ITU - CÃES Infecção do trato urinário” --> Cistite - Recorrente no endocrinopata - Relacionado a imunossupressão - Relacionados a urolitíase - Cuidado com contaminação Predisposição - DM - HAC - Sondagem uretral Etiologia Bactérias + comuns - E. coli - Staphylococcus - Streptococcus - Enterococcus - Proteus - Klebsiella - Pseudomonas ITU recorrente + endocrinopatias: - Bactérias multirresistentes - Reinfecção, paciente que retém muita urina Diagnóstico Urinálise - Bacteriúria - Hematúria - Piúria - Aumento das células transicionais epiteliais (por conta do processo de descamação) - Proteinúria - pH alcalino (sempre fazer antibiograma) (bactérias que produzem urease) Urocultura Coletar urinar --> Cistocentese - Evita contaminação por bactérias uretrais, prepuciais ou vaginais - Evita o traumatismo da cateterização Evitar cateterização Quantificar microrganismos e identificar método de coleta: Infecção verdadeira X Contaminação amostra (para saber o que tratar) Antibiograma - Auxilia na seleção do ATB - Diferencia recidiva X reinfecção Como diferenciar ITU inferior X ITU superior (prostatite/pielonefrite) Ultrassonografia Hemograma --> leucocitose + comum em pielonefrite e prostatite Quadro clínico Letargia, anorexia, hipertermia --> + comum na pielonefrite e prostatite Urinálise Clindrúria --> indica lesão renal Cilindrúria/Cilindros leucocitários + Bacteriúria --> mais comum em pielonefrite Obs.: importante diferenciar porque a cistite pode virar pielonefrite Tratamento Remover/ Tratar causa de Base - DM / HAC / Urolitíase (preciso tentar dissolver esse urólito) Fazer antibioticoterapia (muitos dias) SEMPRE solicitar urocultura quando houver imunocomprometimento (HAC e DM) Na ausência da urocultura --> escolher ATBs para as bactérias + comuns de TU Tempo de tratamento - cistite - ITU não complicada: 2 semanas - ITU complicada: mínimo 4 semanas o ATB em dose máxima o Tempo prolongado - Avaliar eficácia do ATB --> remissão dos sinais clínicos + urinálise aos 7 dias de tratamento - Suspensão da ATBterapia apenas com urocultura negativa ITU recorrente: pensar em HAC assintomático ou iatrogênico Urolitíase Urólitos - Concreções macroscópicas no TU - Urinas supersaturadas --> precipitação de cristais --> agregação de cristais -> urólitos Fatores Predisponentes Altas concentrações de sais na urina Retenção urinaria de sais e cristais pH urinário favorável a cristalização dos sais Concentrações reduzidas dos inibidores de cristalização Presença de núcleo sobre o qual a cristalização pode ocorrer Baixa frequência de micção (retenção urinária/baixa ingesta H2O) Supersaturação da urina Alto aporte de minerais e proteínas na dieta Alta capacidade dos cães produzirem urina super concentrada Diminuição da reabsorção tubular de cálcio, cistina e acido úrico Aumento da produção de íons de amônio e fosfato (sec a ITU) Manifestações Clínicas Depende do tipo, número e localização Lesão / Inflamação vesical - Sinais de cistite --> hematúria, polaquiúria, disúria, estrangúria - Retenção urinária - Hiperplasia de mucosa --> pólipos vesicais - Infecção --> sequestro de bactérias pelos cálculos - Obstrução uretral parcial ou completa (machos) - Sinais de obstrução uretral Hidronefrose Diagnóstico Histórico + exame físico + palpação abdominal Exames de Imagem - Ultrassonografia abdominal - Identifica cálculos radiopacos ou radioluscentes - Radiografia abdominal - Cálculos radiopacos Tratamento Obstruções Uretrais Desobstrução uretral e descompressão da bexiga - Cateterização uretral e hidropropulsão - Cistocentese de alívio - Cuidado com azotemia pós renal e hipercalemia Manejo Clínico Dissolução --> estruvita, cistina e urato Objetivo - Diminuir concentração de sais calculogênicos na urina - Aumentar solubilidade dos sais na urina - Aumentar volume urinário --> produção de urina com menos concentração de sais Desvantagens - Depende diretamente da dedicação do tutor e duração de até meses - Alguns urólitos não respondem a dissolução (oxalato de Ca, fosfato de Ca, silicato e mistos) Remoção Cirúrgica Vantagens - Identificação do tipo de urólito - Correção de anormalidades anatômicas (ex: pólipos) Desvantagens - Anestesia - + invasivo - Persistência das causas primárias SEMPRE IDENTIFICAR E REMOVER CAUSAS PRIMÁRIAS Profilaxia Indução da diurese - Reduz densidade urinária - Reduz [sais] calculogênicos na urina Erradicação de ITUs Dietas umedecidas --> aumenta aporte hídrico Evitar retenção urinária --> passeios rotineiros Monitorar pH urinário, presença de sedimentos e urocultura Tx de Recidiva: 25%
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