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Fib����ção At�i�� - FA DEFINIÇÃO ● arritmia supraventricular caracterizada eletrocardiograficamente por ritmo ventricular irregularmente irregular e oscilações basais de baixa amplitude (contração anormal) ● ritmo irregular pode ser verificado na ausculta ● ausência de onda P ● taqui ou bradiarritmia - dependendo da resposta ventricular ● alta resposta ventricular ○ tremor linha de base ○ taquiarritmia ● baixa resposta ventricular ○ linha de base reta ○ bradiarritmia EPIDEMIOLOGIA ● arritmia sustentada mais comum ● arritmia mais presente no departamento de emergência ● aumento da prevalência com envelhecimento populacional ○ prevalência 1-2% (assintomáticos) — > 65a dobra prevalência ● risco desenvolvimento 25% homens em mulheres > 40a durante a vida ● FA aumenta risco morbimortalidade por AVC, tromboembolismo, IC FATORES DE RISCO ● principais ○ idade avançada ○ HAS ○ doença isquêmica do miocárdio ○ doença orovalvar mitral - mais comum estenose mitral - febre reumática ● cardiopatia dilatada ● cardiomiopatia hipertrófica ● DM ● obesidade ● SAHOS ● miocardite ● pericardite ● pós-operatório cirurgia cardiotorácica ● TEP ● DPOC descompensada ● tabagismo ● jovens ○ hipertireoidismo ○ libação alcoólica ○ drogas estimulantes - cocaína, metanfetamina CLASSIFICAÇÃO ● alguns pacientes podem ter episódios de FA paroxística e persistente ○ caracterizados pela forma predominante ● primeiro episódio: todo paciente com 1ª FA independentemente da duração ou presença de sintomas ● recorrente: quando 2 ou + episódios - mais comum ● FA de baixa resposta: FC < 100 bpm - (associada ao uso de inibidores do nódulo AV ou doença prévia do nódulo AV, comum em idosos) ● FA valvar (estenose mitral, prótese mecânica) x FA não-valvar (outras) ● FATOR DE CONFUSÃO PAROXÍSTICA ● quando cessa espontaneamente dentro de 7 dias ● adrenérgica: ocorre em 10-15% pacientes com paroxística em caso de tônus simpático alto (esforço extenuante) ● vagotônica e vagolítica PERSISTENTE ● se persiste continuamente por > 7 dias PERSISTENTE DE LONGA DATA ● quando constante por > 1 ano PERMANENTE ● FA de longa data refratária à cardioversão ● NÃO necessariamente permanente no sentido literal - pode ser eliminada com ablação cirúrgica ou por cateter ○ decisão conjunta médico-paciente não realizar tentativas de restaurar/manter ritmo sinusal ISOLADA - lone atrial fibrillation ● quando ocorre em pacientes < 60a que não possuem hipertensão ou qualquer evidência de doença cardíaca estrutural ● 10-20% casos ● menor risco de complicações tromboembólica - não necessário anticoagulação ● mais propensos a causas familiares ou genéticas ETIOLOGIA ● HAS - maioria dos casos - geralmente com hipertrofia VE ○ cardiopatia hipertensiva ● doença valvar mitral - doença mitral reumática PATOGÊNESE ● multifatorial ● alterações atriais anatômicas (dilatação e fibrose) secundárias à cardiopatias + remodelamento eletroanatômico secundário à própria FA + gatilhos locais (princip veias pulmonares) ● estimulação atrial caótica por inúmeros focos ectópicos ● arritmia por mecanismo de reentrada ○ distúrbio que permite que o estímulo elétrico possa retornar e percorrer caminhos circulares - mecanismo das principais taquiarritmias ● na FA surgem centenas de circuitos de microrreentrada dispersos pelo miocárdio atrial - pela total fragmentação do estímulo elétrico dos átrios ● a cada volta no circuito o estímulo se propaga e tenta passar pelo nó AV para os ventrículos ● átrios emitem 400-600 estímulos-minuto (ondas fibrilatórias em ECG) - MAIORIA bloqueada no nó AV - apenas pequena parte ativa ventrículos = FC PACIENTE ● AE local de disparo de frequência dominante com gradiente da E para D — focos de descargas rápidas das veias pulmonares gatilhos mais comuns da FA ○ podem desempenhar papel perpetuador princip em FA paroxística ● na FA persistente alterações no substrato atrial podem dar origem a múltiplas áreas atriais de reentrada - isolamento veias pulmonares por si só geralmente insuficiente para eliminar FA persistente QUADRO CLÍNICO ● pode ser assintomático - 25% casos princip em idosos e pacientes com FA persistente ● quadros graves - quanto maior FC (resposta ventricular) maior sintomatologia ○ palpitações ○ fadiga ○ dispneia ○ intolerância aos esforços ■ ritmo irregular - deficiência contração atrial - prejudica ejeção VE + menos sangue atinge os ventrículos ○ lipotímia ○ pode ocorrer poliúria por liberação peptídeo natriurético atrial ● sintomas mais importantes quando FC > 150 bpm e/ou estenose mitral, estenose aórtica, doença do nódulo sinusal, IC diastólica (ex.: miocardiopatia hipertrófica), coronariopatia, FEVE muito baixa ○ edema agudo de pulmão ○ pré-síncope ou síncope ● exame físico ○ pulso irregularmente irregular ○ bulhas arrítmicas ○ déficit de pulso - ausculta de batimentos sem palpação de pulso periférico - taquicardia não permite o enchimento adequado do coração, resultando num baixo débito sistólico ■ dissociação pulso-precórdio ○ déficit contração atrial ■ ausência de B4 ■ ausência onda A no pulso venoso jugular ■ ausência reforço pré-sistólico do ruflar mitral ECG ● FC geralmente entre 110-180 bpm COMPLICAÇÕES ● favorece formação de êmbolos ○ AVC, tromboembolismo sistêmico ● IC - perda da contração coordenada dos átrios e a resposta ventricular rápida irregular podem reduzir o enchimento adequado dos ventrículos ● taquicardiomiopatia se FC sustentada > 100 bpm ○ monitorar função ventricular pois taquicardia mantida pode gerar disfunção sistólica VE decorrente da sobrecarga crônica de FC ○ dispneia aos esforços, manifestações de IC, crepitação em ausculta DIAGNÓSTICO ● ritmo irregular: diante de um ritmo irregular (intervalos RR variam em algum momento do traçado) podemos observar irregularidade de 2 formas ○ esporádica/rítmica: NÃO é da FA - presente em extrassístoles, arritmia sinusal ■ mesmo que intervalos RR não repitam a irregularidade ocorre ocasionalmente (ex.: inspiração) ou de forma regular (ex.: bigeminismo) ○ irregularmente irregular: PRESENTE NA FA ■ variação dos intervalos RR completamente desordenada ● ondas atriais fibrilatórias (f) podem estar presentes ○ atividade atrial que se manifesta como oscilação irregular da linha de base entre os complexos QRS ● em ECG acima existem ondas de oscilação da linha de base que não respeitam nenhum padrão de regularidade + intervalos RR também irregulares ● ondas f de 300-600 batimentos/min são variáveis em amplitude, forma e tempo ○ em alguns casos ondas f amplitudes muito pequenas não perceptíveis em ECG - diagnóstico baseado no ritmo AVALIAR FC DE RITMO IRREGULAR ● estabelecer FC média ● contar quantos intervalos RR contidos no intervalo de 15cm (6seg) do traçado ● multiplicar o resultado por 10 ● ritmo ventricular pode parecer mais regular quando FC > 170 bpm TRATAMENTO ● controle FC ou de ritmo cardíaco: ambas estratégias de tratamento visam melhora sintomas, controle FC e prevenção complicações ● atentar para taquimiocardiopatia ● ESSENCIAL avaliar se paciente com instabilidade hemodinâmica INSTABILIDADE HEMODINÂMICA ● CARDIOVERSÃO ELÉTRICA SINCRONIZADA (CVES) - EMERGENCIAL ● geralmente FC ≥ 150 + pelo menos 1 fator abaixo ○ RNC (rebaixamento nível de consciência) ou síncope ○ hipotensão arterial sintomática ○ EAP (edema agudo de pulmão) ou descompensação IC - dispneia com crepitações ○ dor torácica anginosa ● paciente com FA e instabilidade hemodinâmica = REVERTER arritmia com cardioversão elétrica emergencial ○ paciente heparinizado junto com reversão ○ anticoagulado por no mínimo 4 semanas após + terapia anticoagulante crônica apropriada ● se paciente ruim porém estável = amiodarona - cardioversão química CONTROLE FC ● FA não revertida ● reduzir FC agindo somente sobre nó AV ● controle brando - mesmo se paciente assintomático: FC < 110 bpm em repouso = reduzir sintomas FA, melhorar qualidade de vida e prevenção complicações ● controle estrito: FC < 80 em repouso e < 110 após teste de caminhada por 6 min ○ podecausar efeitos adversos e não é mais eficaz que controle brando ● principais medicações controle FC - inibidores do nó AV ○ atuam no nó AV reduzindo sua velocidade de ativação ○ agem apenas baixando a resposta ventricular da FA, sem reverter a arritmia ○ decisão medicamentosa considerando comorbidades e sintomas do paciente + possíveis efeitos adversos ■ hígido, HAS e/ou ICFEp = BB, BCC ■ ICFEr = BB ■ asma ou DPOC = BCC ● cardioversão elétrica quando sintomas graves ● evitar cardioversão - manter somente controle FC ○ > 80a com comorbidades, FA contínua por mais de 3-5a e/ou considerável dilatação AE ● ablação - bloqueio completo condução AV e controle FC por marcapasso ● conduta intervencionista clássica ○ pacientes sob controle FC porém FC média > 100 apesar de uso otimizado dos inibidores do nó AV ○ ablação nó AV + marcapasso definitivo ○ ablação por cateter minimamente invasivo - identificar áreas específicas que estão causando/sustentando FA ■ destruição - ablação por radiofrequência ■ ou congelamento - crioablação ■ circuitos elétricos anormais interrompidos ● isolamento veias pulmonares - princip em FA paroxística CONTROLE RITMO CARDÍACO ● NÃO altera mortalidade — utilizado em pacientes com sintomas refratários após controle de FC e baixo risco de trombo em AE ● reversão FA + antiarrítmico profilático oral (proteger de recidivas) ● reversão pode ser realizada com medicação antiarrítmica e/ou cardioversão elétrica eletiva ● cardioversão química/farmacológica ○ ação sobre miocárdio atrial (antiarrítmicos dos grupos IA, IC e III) ○ chance maior de reversão na FA paroxística ○ amiodarona ■ IV 150mg ataque (máximo 300mg em 30-60min) + 1mg/min por 8h + 0,5 mg/min por 16h ■ escolha para pacientes com disfunção cardíaca (cardiomiopatia dilatada ou hipertrófica) ■ importantes efeitos adversos em longo prazo ● hipotireoidismo, tireotoxicose, hepatite, colestase, esteatose e fibrose hepática, fibrose pulmonar intersticial, depósitos corneanos, ataxia cerebelar, neuropatia periférica, fotossensibilidade e hiperpigmentação cutânea, efeitos pró-arrítmicos (bradicardia sinusal, BAV, QT longo e torsades raro) ■ acompanhar com TGO, TGP, TSH e T4L a cada 6 meses e RX tórax anual ■ suspender em caso de lesão orgânica ameaçadora - fibrose pulmonar e hepatite ○ propafenona VO 600mg dose única ○ flecainida IV ○ dofetilida VO ○ ibutilida IV ○ em pacientes com IC FEVE < 40% amiodarona e dofetilida drogas mais seguras ○ em pacientes SEM doença estrutural miocárdica estratégia “pill in the pocket” ● cardioversão elétrica eletiva ○ mais efetiva ○ se paciente consciente = opioide + agente sedativo (midazolam ou propofol) ○ oxigenação ○ oxímetro de pulso ○ choque sincronizado com carga inicial 120-200J (bifásico) ou 200J (monofásico - até 300-600J em tentativas subsequentes) ○ contraindicação ■ intoxicação digitálica ■ hipocalemia ○ em FA persistente pode iniciar antiarrítmico pré-cardioversão possível aumento eficácia cardioversão elétrica ● antiarrítmico profilático oral ○ FA persistente ou paroxística recorrente grande chance recidiva (70-80% ano) - terapia antiarrítmica profilática taxa cai para 20-60% ano ○ BB e BCC mais utilizados ○ propafenona 450-900 mg/dia ○ sotalol 80-320 mg/dia ○ amiodarona 100-200mg/dia - possível 400-600mg/dia 1º mês ■ mais utilizada para cardioversão química ○ dronedarona ○ flecainida ○ dofetilida ○ ibutilida IV PREVENÇÃO COMPLICAÇÕES ● avaliar risco tromboembólico + perfil de risco de sangramento do paciente ● sexo feminino isolado não pontua ● CHADS-VASC guia tratamento ● pela estase sanguínea atrial (miocárdio atrial perde poder de contração) existe importante risco de formação de trombos no AE (10-15%) princip em apêndice atrial E visualizado somente em ECO TE — PREOCUPAÇÃO AVC após cardioversão elétrica ● CHAD VASC alto ad aeternum ● DOACs contraindicados em FA valvar ● profilaxia preferencialmente com DOACs - inclusive em pacientes com critérios abaixo ● em caso de anticoagulação para cardioversão - CHADVASC alto anticoagulação ad aeternum - anticoagulação de 4 semanas para CHADVASC baixo ● FA < 48h com alto risco tromboembólico ○ anticoagulação com heparina IV ou HBPM, fator Xa ou outro inibidor direto da trombina antes e depois da cardioversão ● FA > 48h maior risco formação trombos ○ anticoagulação oral com warfarina - 2,5-5 mg/d inicial e após seguir por controle INR por pelo menos 3 semanas antes e 4 semanas após cardioversão química ou elétrica ○ se ausência de anticoagulação prévia realizar ECO TE antes cardioversão para excluir possibilidade de trombos nas câmaras cardíacas E FARMACOLOGIA ANTIARRÍTMICOS ● fase 1: repolarização parcial ● fase 2: platô influxo Ca e influxo lento de Na ● fase 3: saída de K rápida e inativação Ca ● fase 4: recuperação e retenção canais Na/Ca CLASSE 1 - bloqueadores de Na (atuam na fase 0) ● grupo 1A: procainamida, quinidina, disopiramida e ajmalina ● grupo 1B: lidocaína e mexiletina ● grupo 1C: propafenona e flecainida ● impedem a entrada de Na, diminuindo a excitabilidade da membrana do músculo cardíaco e a velocidade de condução interatrial e intraventricular CLASSE 2 - BB (atuam na fase 2 e fase 4) ● cardiosseletivos: atenolol, bisoprolol, esmolol, nebivolol, metoprolol, carvedilol ● não cardiosseletivos: propranolol, nadolol, pindolol ● atuam no organismos através do bloqueio competitivo com as catecolaminas (dopamina, noradrenalina e adrenalina) - consequência = bloqueio b-adrenérgico - redução velocidade de condução a nível do nó AV - cessa automatismo anormal - prolonga despolarização e período refratário CLASSE 3 - bloqueadores do canal de K (atuam na fase 3) ● amiodarona mais utilizado ● outros - dronedarona, ibutilida, dofetilida, sotalol ● atuam bloqueando os canais de K, prolongando a duração do potencial de ação CLASSE 4 - BCC (atuam na fase 2) ● não di-hidropiridínicos (efeito cardíaco predominante): diltiazem e verapamil ● também possuem atividade anti-hipertensiva e antiangionosa ● bloqueiam os canais de Ca reduzindo frequência sinusal, prolongam período refratário, diminuem condução pelo nó AV, suprimem automatismo normal CLASSE 5 - outros ● não se enquadram em classes anteriores porém são antiarrítmicos ● adenosina - nucleosídeo endógeno ● digoxina - digitálico ● sulfato de magnésio ● atropina ● ranolazina
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