Gonorreia: Causas, Sintomas e Tratamento

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INTRODUÇÃO:
 A gonorreia é provocada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae. Infecta tipicamente
o epitélio da uretra, a colo do útero, o reto, a faringe ou conjuntiva, provocando
irritação e eliminação de secreção purulenta. A disseminação para pele e
articulações não é comum e causa lesões cutâneas, febre e poliartrite migratória, ou
artrite séptica pauciarticular. 
 O diagnóstico é feito por microscopia, cultura, ou NAATs. Vários esquemas de
antibióticos orais ou parenterais podem ser utilizados, mas a resistência
farmacológica é um problema crescente. (Ver também Visão geral das infecções
sexualmente transmissíveis.) N. gonorrhoeae é um diplococo gram-negativo que
ocorre em seres humanos e quase sempre é transmitida por meio de contato sexual.
Infecções uretrais e endocervicais são muito comuns, mas a infecção também
ocorre na faringe ou no reto, após relação oral ou anal, e conjuntivite pode decorrer
da inflamação nos olhos. Após um episódio de relação vaginal, a probabilidade de
transmissão de mulheres para homens é de aproximadamente 22%, mas pode ser
mais alta de homens para mulheres. Recém-nascidos podem adquirir infecção
conjuntival durante a passagem pelo canal do parto, e crianças podem adquirir
gonorreia como resultado de abuso sexual.(Holmes KK 2023) 
ESTUDO DE CASO
 1- Questão norteadora: 
GONORREIA
2- Identificação da pessoa em estudo: 
 Paciente do sexo feminino, 27 anos, branca, secretária e procedente de Castanhal-
PA, procurou a Unidade Básica de Saúde com queixa de dor durante o ato sexual e
ao urinar acompanhada de corrimento vaginal, há uma semana. Paciente relata que
há cerca de uma semana notou a presença de corrimento amarelado com cheiro
forte e prurido, disúria, dispareunia e sangramento vaginal em algumas ocasiões.
Nega comorbidades e alergias,. Sinais vitais, normotensa (112×80 mmHg), afebril
(36°C), acianótica, anictérica, hidratada, eupneica (FR=18 ipm), e normocárdica
(frequência cardíaca = 85bpm).
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/5416250/
3-Resumo dos problemas: 
 Paciente apareceu na UBS no dia 20/03/2024 com diagnóstico de Gonorreia. Ao
exame físico paciente apresenta bom estado geral, lúcida e orientada em tempo e
espaço Aparelho respiratório com murmúrio vesicular presente, sem ruídos
adventícios. Aparelho cardiovascular bulhas normofonéticas e normorrítmicas em 2
tempos sem sopro.Abdome plano, flácido, ruídos hidroaéreos presentes, fígado e
baço não palpáveis e indolor à palpação superficial e profunda. Aparelho genital com
eritema e presença de corrimento. Foram realizados exames laboratoriais para
investigação de Neisseria gonorrhoeae. Os exames solicitados foram: esfregaço
cervical por técnica de gram, com resultado do exame positivo para gonorréia. Não
há outras particularidades no exame físico.
4- Fundamentações teóricas:
 A gonorreia é uma doença infecciosa muito comum. Os Centros de Controle e
Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA estimam que mais de um milhão de novas
infecções ocorram nos Estados Unidos a cada ano.
 A gonorreia é quase sempre transmitida por contato sexual vaginal, oral ou anal.
Após um episódio de intercurso sexual vaginal sem preservativo, a chance de
transmissão de uma mulher infectada para um homem é de cerca de 20%. A chance
de transmissão de um homem infectado para uma mulher e de um homem para um
homem pode ser maior.
 Geralmente, a gonorreia causa sintomas apenas nos locais de infecção inicial,
mais comumente no colo do útero, pênis, uretra ou garganta. Em poucas pessoas, a
infecção também pode espalhar-se pela corrente sanguínea a outras partes do
corpo, especialmente para a pele, articulações ou ambas. (MSD 2023)
5- Alternativas ou propostas (Diagnóstico de Enfermagem):,, e 
Situação
problema 
Diagnóstico
de
Enfermagem 
Intervenções Resultado 
dor durante o ato
sexual
Devido da
infecção
 Evitar manter relações sexuais até 7 dias
após o fim do tratamento 
Evitar dores
futuras e
infectar outras
pessoas
Presença de
corrimento
amarelado com
cheiro forte e
prurido
infecção
urinária 
Uso de antibióticos e ingerir bastante liquidos Melhorar a
infecção
disúria Desconforto
ao urinar
Uso de antibióticos e ingerir bastante liquidos Alivio do
desconforto
ao urinar
dispareunia Dor genital Uso de medicamentos analgésicos,
antibióticos e anti-inflamatórios 
para extinguir
a origem do
problema 
sangramento
vaginal
infecção
devido a
gonorreia
Uso de medicamentos antibióticos Parar o
sangramento
6- Ações implantadas: 
 O tratamento deu-se pelo manejo das medidas gerais, como hidratação,e pela
terapia medicamentosa: ceftriaxona, 250 mg, IM, dose única ou cefixima, 400 mg
VO, dose única ou espectinomicina, 2 g, IM, dose única. . As intervenções
implementadas pela equipe de enfermagem foram a prescrição de cuidados
pessoais, como evitar ter relações sexuais durante o tratamento, o uso de
preservativos, a não compartilhar seringas, agulhas e objetos cortantes e a
realização do tratamento correto orientado pelo médico. 
7- Discussão: 
 Este trabalho teve como foco o estudo sobre diagnóstico e manejo de um caso
de Gonorreia que foi contornado por meio de tratamento clínico e ambulatorial. A
gonorréia tem-se demonstrado de difícil controle na maioria das populações e
permanece um exemplo primário da influência que os fatores demográficos, sociais
e comportamentais exercem na epidemiologia de uma doença infecciosa, apesar da
disponibilidade de uma terapêutica antimicrobiana eficaz. 
CONCLUSÃO : 
 No Brasil, o Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e
AIDS do Ministério da Saúde estimou para 1994, 860.265 casos de gonorréia,
equivalendo a 56% do total de doenças sexualmente transmissíveis registradas e
1.315 casos de oftalmia gonocócica neonatal. Porém, oficialmente notificaram-se
apenas 119.470 casos de 1987 a 1995.
 A faixa etária mais comprometida situa-se entre 15 e 30 anos, com o maior
número de casos entre 20 e 24 anos. A maioria dos casos é encontrada em homens,
provavelmente por maior facilidade diagnóstica, já que 70% das mulheres infectadas
permanecem assintomáticas. A proporção homem: mulher caiu de 1,5 em 1981 para
1,3 em 1992. A gonorréia mostra-se mais freqüente em não brancos que em
brancos. Fatores associadas com risco aumentado de gonorréia incluem baixo nível
sócio-econômico, nível inferior de educação e residência urbana.
 A infecção gonocócica apresenta alta contagiosidade, sendo o homem o
reservatório natural do gonococo. O homem doente constitui a fonte de infecção,
tendo essa, papel de grande veículo disseminador. Atualmente, vem se juntar à
prostituição feminina, e à prostituição masculina, o homossexualismo e o
bissexualismo. As mucosas genital e anal representam a porta de entrada e saída do
agente etiológico (Scielo 2023)
REFERENCIAS:
• Holmes KK 2023 -An estimate of the risk of men acquiring gonorrhea by
sexual contact with infected females. Am J Epidemiol 91(2):170-174, 1970.
doi:10.1093/oxfordjournals.aje.a121125 
• sanarmed.com/caso-clinico-manifestacao-clinica-da-gonorreia-ligas/
• https://www.scielo.br/j/rsbmt/a/FMdXKS3jWvz3dMWJYhFN5pn/?lang=pt-
Adaptado do Manual de Controle das DST - Ministério da Saúde - 3ª edição 
• https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/doen
%C3%A7as-sexualmente-transmiss%C3%ADveis-dsts/gonorreia
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/doen%C3%A7as-sexualmente-transmiss%C3%ADveis-dsts/gonorreia
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/doen%C3%A7as-sexualmente-transmiss%C3%ADveis-dsts/gonorreia
https://www.scielo.br/j/rsbmt/a/FMdXKS3jWvz3dMWJYhFN5pn/?lang=pt-
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/5416250/