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Saúde da MULHER- RESUMO THAIS

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Saúd� d� Mulhe�
Thais M. Souto
“É A MINHA PRIMEIRA VEZ!” 
Marta, 16 anos, moradora do bairro de Itinga, está cursando o 
primeiro ano do ensino médio em um colégio estadual próximo a sua 
casa e namora um colega de turma, sem o conhecimento de sua mãe. 
Mostrou-se preocupada, pois embora tivesse vários parceiros, nunca 
fez uso regular de método contraceptivo e não usa preservativo 
durante a relação sexual. 
Foi ao atendimento em uma Unidade de Saúde da Família e solicitou 
ao médico a prescrição de “pílulas para não engravidar”, mas não 
queria que sua mãe soubesse de sua intenção. 
Após questionar sobre a sua paridade, DUM, ciclo menstrual e hábitos 
sexuais, o médico informou da necessidade em realizar seu exame 
físico e Marta se mostrou muito ansiosa pois essa era a primeira vez 
que faria esse tipo de exame. 
1. DESCREVER A CONSULTA GINECOLOGICA (ANAMNESE E EXAME 
FÍSICO, PREVENTIVO); 
2. DISCORRER SOBRE OS TIPOS DE METODOS CONTRACEPTIVOS COM 
ÊNFASE NA ADOLESCENCIA; 
3. ELUCIDAR OS ASPECTOS BIOPSOCOSSOCIAIS DA GRAVIDEZ E IST’S 
NA ADOLESCÊNCIA; 
4. ABORDAR SOBRE OS ASPECTOS ETICOS ENVOLVIDOS NA 
CONSULTA GINECOLOGICA NA ADOLESCENCIA; 
Consulta Ginecologica (Anamnese E Exame 
Fisico) -Preventivo 
A consulta ginecológica da menina e da adolescente, 
embora tenha diversos pontos em comum à realizada na 
mulher adulta, possui algumas peculiaridades que as 
diferenciam. Geralmente sempre são acompanhadas por 
algum responsável legal. Ao iniciarmos a entrevista, 
devemos acolher nossa cliente e seus responsáveis, mas 
sempre priorizando a menina e/ou a adolescente. 
Na maioria das vezes, quando o responsável está 
presente, é ele que costuma iniciar a exposição do motivo 
da consulta. Nessa situação, ele será ouvido e, caso a 
paciente seja uma adolescente, esclarecermos 
empaticamente sobre os benefícios de uma entrevista 
privada somente com ela. O direito e limites desse 
envolvimento relativamente à autonomia da 
adolescente devem ficar claros para a família e para a 
jovem, desde o primeiro contato. Em primeira análise, o 
profissional poderá estabelecer um pacto de confiança 
com sua cliente, reafirmando o seu direito ao sigilo. No 
entanto, deverá ficar claro a ela que em algumas 
situações esse pacto poderá ser violado. 
A adolescente deve ser incentivada a envolver seus 
responsáveis no acompanhamento e resolução dos seus 
problemas, sendo os limites da confidencialidade 
esclarecidos também para a família. 
→Na adolescência, as queixas mais frequentes são as 
dúvidas ou anomalias do desenvolvimento da 
puberdade, distúrbios do ciclo menstrual, corrimento, 
vulvovaginites e contracepção; 
 
 
Anamnese 
A identificação da paciente e o nome e o contato de seu 
responsável devem ser registrados. A idade é importante, 
porque nos permite identificar a fase da infância, 
adolescência e o desenvolvimento puberal, auxiliando na 
interpretação dos dados clínicos e achados do exame 
físico. O motivo da consulta deve ser relacionado com a 
faixa etária e com os diversos órgãos sistêmicos e o 
sistema reprodutor. 
→A avaliação do perfil nutricional deve ocorrer nas 
consultas, independentemente de fazer parte do motivo 
da consulta. Fatores de risco nutricional como anorexia e 
obesidade podem interferir na saúde sexual e 
reprodutiva. 
→Nas consultas de adolescentes, quer sejam de rotina ou 
não, é de boa prática perguntar sobre o início da prática 
sexual, o número de parceiros, dúvidas ou queixas 
relacionadas ao coito, qual o método contraceptivo 
utilizado e, na oportunidade, certificar-se se o uso está 
correto, corrigir possíveis enganos, orientar, prescrever e 
enfatizar a dupla proteção; 
→Anormalidades do desenvolvimento mamário como 
hipotrofia, hipertrofia, atelia, assimetrias, insatisfação 
com a estética, nodulações mamárias, entre outros, são 
motivos de consulta ginecológica. A mastalgia na 
adolescente deve ser caracterizada quanto à intensidade 
e se existe relação com o ciclo menstrual. Quando a 
queixa é a presença de nódulo, requer caracterizar sobre 
o número, local, tempo de aparecimento, consistência, 
mobilidade, crescimento rápido ou não, presença de 
nódulos axilares e regularidade de sua superfície. 
Interrogar sobre a possibilidade de saída de secreção pelo 
mamilo e, caso presente, caracterizar a coloração, 
quantidade e se a saída é espontânea. 
→Os ciclos menstruais devem ser caracterizados quanto 
ao intervalo, duração e volume do fluxo menstrual. 
Investigar também se existem sinais e sintomas que 
precedem ou acompanham o sangramento menstrual. 
Entende-se por regularidade menstrual quando os 
intervalos menstruais estão entre 25 e 35 dias, a duração 
de dois a oito dias e o volume (quantidade) de 
sangramento de 80 mL por ciclo menstrual. 
→O corrimento fisiológico da adolescente não se 
acompanha de outros sintomas como prurido, ardor, 
sintomas urinários e irritação dos órgãos genitais 
externos. As lesões verrucosas frequentemente são 
decorrentes de infecção pelo papilomavírus humano 
(HPV). 
Completando a anamnese, a investigação dos 
antecedentes pessoais é relevante. Indagar sobre a 
existência de cirurgias prévias, hábitos de vida e 
alimentar, tabagismo, etilismo, uso de drogas e 
medicamentos, alergia a produtos e/ou a 
medicamentos. É oportuno colher informações sobre as 
vacinas já realizadas, orientar sobre os reforços 
necessários e prescrever as próximas pertinentes à faixa 
etária. 
→Nas adolescentes que já engravidaram, indagar sobre 
os antecedentes obstétricos: número de gravidezes, 
partos e abortamentos; histórico e as vias de parto, peso 
dos recém-nascidos e possíveis complicações do ciclo 
grávido puerperal. 
→Ao finalizar a anamnese, é importante que se 
estabeleça uma situação favorável para o exame físico 
da criança e da adolescente. Uma situação relativamente 
frequente nas consultas é o temor da coleta de secreção 
vaginal em pacientes virgens, sendo um momento 
oportuno para esclarecer sobre a anatomia dos órgãos 
genitais externos e internos e orientar sobre os cuidados 
da higiene pessoal. Figuras impressas ou no computador 
podem ser utilizadas para a demonstração da 
normalidade. Durante o exame físico, a paciente poderá 
visualizar seus órgãos genitais externos e/ou internos 
pela câmera de vídeo ou por um espelho. 
Exame Fisico Geral e Especifico 
O exame físico deve se iniciar pesando a menina e/ou a 
adolescente, identificando a sua estatura e índice de 
massa corporal (IMC), e aferindo a pressão arterial, a 
temperatura e o pulso arterial. Adolescentes insatisfeitas 
com as características de suas mamas podem inclinar o 
tronco para frente objetivando escondê-las. As que se 
sentem diferentes por algo nos seus órgãos genitais 
externos ou as que não desejam ser examinadas podem 
manter a roupa íntima ao se prepararem para o exame 
físico. É importante que o profissional fique atento à 
essas situações e adote uma postura menos formal, mais 
acolhedora e compreensiva. 
Observam-se ainda a pele, as mucosas, a distribuição de 
pelos e a presença de acne. Em pacientes com sobrepeso 
e sinais de hiperandrogenismo clínico, investigar a 
presença de acantose nigricans. Acne e pelos discretos 
podem existir na puberdade normal, principalmente 
entre as pacientes com histórico familiar. 
→As auscultas pulmonar e cardíaca são imprescindíveis. 
Segue-se o exame das mamas, devendo ser cada etapa 
explicada para a paciente, principalmente para aquelas 
que consultam pela primeira vez, deixando o exame 
ginecológico para o final. 
➔Caso a paciente não queira realizar o exame 
ginecológico e a situação não seja uma urgência e/ou 
emergência, o exame poderá ser realizado em outro 
momento. 
→Na adolescente, observar se existe simetria mamária, 
o volume, a presença de estrias, lesões, abaulamentos 
e/ou retrações. A palpação das mamas deve ser realizada 
contra as arcadas costais identificando a homogeneidade 
do parênquima mamário e a existência de nódulos 
palpáveis. Caso exista nódulo mamário, descrevem-se otamanho, a consistência e a mobilidade. 
As técnicas relacionadas para a inspeção e palpação do 
abdome de meninas e adolescentes não diferem das 
utilizadas na mulher adulta. A palpação superficial e 
profunda permite identificar regiões dolorosas, massas e 
hérnias inguinais. 
EXAME DOS ÓRGÃOS GENITAIS EXTERNOS (OGES) 
Para as adolescentes, é a mesma utilizada para a mulher 
adulta, a posição ginecológica; a paciente fica em 
decúbito dorsal com as pernas fletidas e as coxas em 
adução e flexão. O exame dos OGEs se inicia pela 
exposição e inspeção destes, observando-se o monte de 
Vênus, os grandes e pequenos lábios, o vestíbulo vulvar, 
o clitóris, o meato uretral externo, a fúrcula vaginal, o 
hímen e as regiões perineal e perianal. Na inspeção da 
vulva, observa-se a existência ou não de pelos pubianos, 
o aspecto e a sua distribuição pela classificação de 
Tanner, a presença de lesões verrucosas e sinais de 
processo inflamatório e/ou traumatismo. A exposição da 
genitália externa permite, ainda, observar se há 
hiperemia perineal e entre os sulcos interlabiais, edema, 
corrimento ou até mesmo a presença de oxiúros na região 
perianal. 
EXAME DOS ÓRGÃOS GENITAIS INTERNOS (OGIS) 
➔Caso a adolescente já tenha iniciado relação sexual, o 
exame especular será semelhante ao da mulher adulta. 
A coleta do conteúdo vaginal será realizada com a 
utilização do espéculo vaginal. 
→O exame especular permite observar as paredes 
vaginais quanto à sua coloração, que deve ser rósea, a 
rugosidade, o comprimento e os fundos de sacos 
laterais, anterior e posterior, a presença de secreção, 
corrimento vaginal e/ou cervical. 
→O corrimento, quando presente, deve ser analisado 
quanto a quantidade, cor, odor, fluidez, presença de 
bolhas e sinais inflamatórios associados. Observa-se, na 
sequência, o colo uterino quanto a sua coloração, forma, 
volume e aspecto do orifício externo, geralmente 
puntiforme nas nulíparas e em fenda transversa nas 
multíparas. A presença da exteriorização do epitélio 
glandular para fora do orifício externo do colo uterino é 
denominada de ectopia, uma situação frequente em 
adolescentes e considerada fisiológica. 
→As lesões verrucosas HPV-induzidas podem ser 
observadas a olho nu, evidenciadas pela utilização do 
ácido acético a 5% ou por meio do colposcópio. 
Nas pacientes que já iniciaram relação sexual, realiza-se o 
toque bidigital e bimanual, avaliando-se as paredes 
vaginais, o fundo de sacos laterais e posteriores, o colo 
uterino, seu tamanho, a consistência e a mobilidade, 
dolorosa ou não. O exame do corpo uterino, trompas 
uterinas e ovários é feito por meio do toque bimanual 
abdominovaginal e em situações de normalidade não 
deve provocar dor; quando houver dor, pensar em 
processos inflamatórios ou degenerativos. Os ovários 
podem ser palpáveis com facilidade na dependência do 
peso da paciente, sendo mais difícil nas pacientes obesas. 
Qualquer aumento do volume deve ser investigado. As 
trompas uterinas, quando palpáveis, indicam processos 
patológicos. 
→O toque retal raramente é realizado, sendo 
praticamente substituído pela ultrassonografia pélvica 
ou transperineal. 
➔Em crianças e adolescentes virgens, se caso necessário 
por sangramento genital, suspeita de corpo estranho ou 
tumor, a vaginoscopia poderá ser realizada utilizando o 
espéculo de virgem, espéculo nasal, cistoscópio ou 
otoscópio infantil, colpovirgoscópio e histeroscópio. 
 
Exame Preventivo Do Cancer De Colo Uterino 
(Papanicolau) 
É um teste realizado para detectar alterações nas células 
do colo do útero. Este exame também pode ser chamado 
de esfregaço cervicovaginal e colpocitologia oncótica 
cervical. 
Esse exame é a principal estratégia para detectar lesões 
precocemente e fazer o diagnóstico da doença bem no 
início, antes que a mulher tenha sintomas. Pode ser feito 
em postos ou unidades de saúde da rede pública que 
tenham profissionais capacitados. É fundamental que os 
serviços de saúde orientem sobre o que é e qual a 
importância do exame preventivo, pois sua realização 
periódica permite que o diagnóstico seja feito cedo e 
reduza a mortalidade por câncer do colo do útero. 
→O exame preventivo é indolor, simples e rápido. Pode, 
no máximo, causar um pequeno desconforto que diminui 
se a mulher conseguir relaxar e se o exame for realizado 
com boa técnica e de forma delicada. 
➔Para garantir um resultado correto, a mulher não deve 
ter relações sexuais (mesmo com camisinha) nos dois 
dias anteriores ao exame, evitar também o uso de 
duchas, medicamentos vaginais e anticoncepcionais 
locais nas 48 horas anteriores à realização do exame. É 
importante também que não esteja menstruada, porque 
a presença de sangue pode alterar o resultado. 
→Mulheres grávidas também podem se submeter ao 
exame, sem prejuízo para sua saúde ou a do bebê. 
COMO É FEITO O EXAME? 
• Para a coleta do material, é introduzido um instrumento 
chamado espéculo na vagina (conhecido popularmente 
como “bico de pato”, devido ao seu formato); 
• o médico faz a inspeção visual do interior da vagina e do 
colo do útero; 
• a seguir, o profissional provoca uma pequena escamação 
da superfície externa e interna do colo do útero com uma 
espátula de madeira e uma escovinha; 
• as células colhidas são colocadas numa lâmina para análise 
em laboratório especializado em citopatologia. 
 
QUEM DEVE FAZER E QUANDO FAZER O EXAME 
PREVENTIVO? 
Toda mulher que tem ou já teve vida sexual deve 
submeter-se ao exame preventivo periódico, 
especialmente as que têm entre 25 e 64 anos. 
Inicialmente, o exame deve ser feito anualmente. Após 
dois exames seguidos (com um intervalo de um ano) 
apresentando resultado normal, o preventivo pode passar 
a ser feito a cada três anos. 
O QUE FAZER APÓS O EXAME? 
A mulher deve retornar ao local onde foi realizado o 
exame (ambulatório, posto ou centro de saúde) na data 
marcada para saber o resultado e receber instruções. Tão 
importante quanto realizar o exame é buscar o resultado 
e apresentá-lo ao médico. 
Resultados: 
• negativo para câncer: se esse for o primeiro resultado 
negativo, a mulher deverá fazer novo exame preventivo um ano 
depois. Se ela já tem um resultado negativo no ano anterior, 
deverá fazer o próximo exame preventivo daqui a três anos; 
• Alteração (NIC I): repetir o exame seis meses depois; 
• outras alterações (NIC II e NIC III): o médico decidirá a melhor 
conduta. A mulher precisará fazer outros exames, como a 
colposcopia (exame feito com o colposcópio: aparelho com 
lentes de aumento e câmera para visualizar o colo do útero, 
vagina, períneo); 
• infecção pelo HPV: deverá repetir o exame seis meses depois; 
• amostra insatisfatória: a quantidade de material não deu para 
fazer o exame. Ela deve repetir o exame logo que for possível. 
➔Obs.: Os sintomas do câncer do colo do útero só 
aparecerão em fase já adiantada da doença: 
sangramento e dor nas relações sexuais; 
 
Metodos Contraceptivos Com Enfase Na 
Adolescencia 
 
CONTRACEPTIVOS- PLANEJAMENTO FAMILIAR 
A anticoncepção é um conjunto de métodos e técnicas 
utilizadas com o intuito de impedir a gravidez. A partir da 
década de 1996 pela Lei n. 9263, o planejamento familiar 
foi oficialmente empregado no Brasil. O planejamento 
familiar corresponde ao recurso que permite ao casal a 
decisão do número de filhos e intervalo entre as 
gestações que desejam, de maneira programada e 
consciente. 
A maioria desses métodos são oferecidos pelo- Sistema 
Único de Saúde (SUS), difundindo assim o emprego 
planejamento familiar. Os métodos contraceptivos podem 
ser agrupados de diferentes maneiras, como o tipo de 
método, o potencial de reversibilidade e de acordo com a 
sua efetividade. 
Quando se considera a efetividade do método, podemos 
dividi-lo em: 
• métodos de primeira linha que são mais efetivos, no 
qual não é necessário a motivação de uso pela 
paciente; 
• métodos de segunda linha, muito efetivos, no qual 
precisam de atenção da paciente em relação ao uso 
correto; 
• métodosde terceira linha que são efetivos e incluem 
os métodos de barreira e percepção das mudanças 
corporais; 
• e os métodos de quarta linha que são menos efetivos, 
onde se encontram os espermicidas e o coito 
interrompido. 
METODOS COMPORTAMENTAIS 
São eles: 
• Tabelinha (OGINO-KNAUS) 
• Temperatura basal 
• Billings (muco cervical) 
• Sinto térmico 
• Coito interrompido 
CRITERIOS DE ELEGIBILIDADE- OMS 
 
MÉTODOS DE BARREIRA 
São métodos que formam uma barreira entre os 
espermatozoides e a cavidade uterina, impedindo a 
fecundação. O nível de eficiência desses métodos varia 
entre 2 a 6%, a depender se seu uso é correto. Todos os 
métodos de barreira, além do efeito contraceptivo, 
também reduzem a transmissão de ISTs. 
PRESERVATIVOS (CAMISINHA) 
Dentre os métodos de barreira os preservativos são os 
mais utilizados. Existem preservativos masculinos e 
femininos que podem ser feitos de látex ou poliuretrano. 
Sua taxa de falha geralmente está ligada ao uso incorreto. 
Além do efeito contra-ceptivo, é o método mais eficaz de 
prevenção de ISTs. Além disso, está associado a redução 
de neoplasias do colo do útero pela diminuição da 
transmissão do papilomavírus humano (HPV). Por isso, é 
indicado o seu uso em associação com outros métodos. O 
preservativo feminino é feito de poliuretano ou látex 
sintético e tem um anel flexível em cada extremidade. O 
anel aberto fica fora do canal vaginal e o anel fechado 
interno é colocado no espaço entre a sínfise e o colo 
uterino. 
DIAFRAGMA 
O diafragma é um disco de borracha ou látex, colocado na 
vagina, recobrindo colo do útero para impedir a entrada 
de espermatozoides. Possui vários tamanhos, por isso, 
antes do início do uso, é necessária uma consulta com o 
ginecologista para ser indicado o tamanho mais adequado 
para a paciente. 
ESPERMICIDA 
Os espermicidas são substâncias em forma de tabletes de 
espuma, geleia ou creme que provocam a ruptura da 
membrana das células dos espermatozoides matando-os 
ou retardando sua passagem pelo canal cervical. É 
recomendado o seu uso apenas em associação com 
outros métodos contraceptivos, como o diafragma. No 
entanto, não deve ser usada com preservativos 
masculinos, pois pode aumentar o risco de contaminação 
pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). 
DISPOSITIVOS INTRAUTERINOS (DIUS) 
Os DIUs, junto com o implante de etonogestrel, faz parte 
dos LARCs (Long acting reversible contraceptives) que 
são os contraceptivos de longa duração. Consistem em 
um objeto de formato variável que é inserido na cavidade 
uterina. Eles são amplamente difundidos como métodos 
contraceptivos reversíveis, possuem pequenas axas de 
falha e descontinuidade, poucas contraindicações e têm 
um ótimo custo-benefício. No Brasil, os dois DIUs 
utilizados são o dispositivo intrauterino de cobre (DIU-
Cu) e o sistema intrauterino liberador de levonogestrel 
(SIU de levonogestrel). 
 
DIU DE COBRE 
O DIU-Cu é o dispositivo mais utilizado no Brasil, sendo o 
único LARC fornecido pelo SUS no Brasil. Tem formato de 
T, é feito de um fio de prata corado com cobre e pode ser 
eficaz de 10 a 12 anos a depender da literatura. O DIU-Cu 
age por meio da indução de uma reação de corpo 
estranho, levando à inflamação, visto que o cobre induz a 
liberação de interleucinas e citocinas que têm ação 
espermicida. Além disso, leva a mudanças bioquímicas e 
morfológicas no endométrio, além de produzir 
modificações no muco cervical e alterar a 
espermomigração e transporte do óvulo. 
 
SIU DE LEVONORGESTREL (SIU- LNG) - DIU DE 
PROGESTERONA 
O SIU- LNG, também conhecido pelo nome comercial 
Mirena, é um dispositivo de poliuretrano em forma de T 
que libera 20 mcg levonorgestrel por dia. Tem validade de 
cerca de 5 anos, apesar de alguns estudos admitirem até 
7 anos. Funciona levando ao efeito a atrofia do 
endométrio, tornando o muco cervical espesso e 
dificultando a espermo migração e motilidade tubária. 
Além disso, provoca a reação inflamatória de corpo 
estranho, como o DIU de cobre. 
Possui o benefício: de reduzir a dismenorreia e causar 
amenorreia em alguns casos. 
No entanto, em algumas pacientes pode levar a cefaleia, 
mastalgia, acne, depressão, cisto ovarianos funcionais e 
spotting (sangramento uterino irregular). Além de ter as 
mesmas contraindicações do DIU de cobre (ver em 
quadro acima), 
→o SIU-LNG não é recomendado em mulheres com 
câncer de mama atual ou prévio, tumor hepático, 
trombose venosa profunda ou tromboembolismo 
pulmonar atual, lúpus eritematoso sistêmico com 
anticorpo antifosfolipídeo positivo ou desconhecido. 
Além disso, não é indicada a continuidade do uso em 
pacientes que iniciaram quadro de enxaqueca com aura. 
Apesar de raro, pode levar à expulsão, dor ou 
sangramento, perfuração uterina, infecção e gravidez 
ectópica. 
→O melhor momento para ser inserido é durante a 
menstruação, pois nesse período o colo do útero está 
mais pérvio, facilitando a inserção. A contracepção é 
imediata e pode ser colocado em qualquer idade, 
inclusive em pacientes sem prole constituída. 
CONTRACEPÇÃO HORMONAL 
Os contraceptivos hormonais são métodos 
extremamente difundidos e eficazes. No entanto, seu 
índice de sucesso depende fundamentalmente da 
paciente. Com isso, na prática seu índice de falhas 
aumenta consideravelmente decorrente do uso incorreto, 
chegando a taxas de gravidez no primeiro ano de uso 
entre 3 e 9 por 100 usuárias. Dentre esses contraceptivos 
os mais conhecidos são: contraceptivos orais 
combinados (COCs), contraceptivos contendo apenas 
progestogênio (COPs) e contraceptivos com estrogênios 
e/ou progestogênios de uso sistêmico por injeção, 
adesivo transdérmico ou anel intravaginal. 
CONTRACEPTIVOS HORMONAIS COMBINADOS (CHCS) 
Os CHCs possuem a combinação de um estrogênio e um 
progestogênio no mesmo método. Desse grupo fazem 
parte as pílulas contraceptivas de uso oral, o injetável 
mensal, o adesivo transdérmico e o anel intravaginal. 
→O mecanismo de ação dos CHCs ocorre pela inibição da 
ovulação. Vamos relembrar, no ciclo menstrual o 
hormônio folículo estimulante (FSH) é responsável pelo 
recrutamento e desenvolvimento folicular. Já o hormônio 
luteinizante (LH) é o responsável pela ovulação. O 
componente de estrogênio dos CHCs inibe o FSH, 
enquanto que o progestogênio age inibindo o LH. Ora, se 
esses dois hormônios estão bloqueados, não pode 
ocorrer recrutamento folicular, amadurecimento do 
folículo dominante e nem ovulação. Além disso, a 
progesterona presente nesses contraceptivos torna o 
muco cervical espesso, dificultando a espermomigração, 
reduz a motilidade tubária e ainda tem efeito 
antiproliferativo no endométrio. Já o estrogênio contido 
na formulação estabiliza o endométrio, reduzindo os 
sangramentos e aumenta a produção hepática da 
globulina carreadora de hormônios sexuais (SHBG), 
reduzindo a fração livre de testosterona. Sabendo disso, 
fica fácil elencar vários benéficos dos CHCs: 
 
 
 
 
 
INJETÁVEL MENSAL 
Os anticoncepcionais hormonais combinado injetável são 
utilizados mensalmente. Os mais utilizados são o de 
valerato de estradiol com enantato de noretisterona, e o 
cipionato de estradiol com acetato de 
medroxiprogesterona. É indicado para pacientes que 
possuem dificuldade de aderir pílula anticoncepcional. 
ANEL VAGINAL 
Esse método contraceptivo combinado que possui o 
formato de um anel transparente e flexível e contém 2,7 
mg de etinilestradiol e 11,7 mg de etonogestrel. O anel 
vaginal libera cerca de 15 μg de etinilestradiol/dia e 120 
μg de etonogestrel/dia. Deve ser colocado em forma de 
“8” no fundo vaginal entre o primeiro e o quinto dia do 
ciclo menstrual. O dispositivo permanece por três 
semanas consecutivas, faz-se uma pausa de sete dias, 
quando ocorre o sangramento e recoloca um novo 
dispositivo ao final da pausa. 
ADESIVO TRANSDÉRMICO 
O adesivo transdérmico contém uma camada interna 
hormonal e uma camada externa resistente à água. Ele 
libera diariamente 30 μg de EE e 150 μg de norel-
gestromina, que,após metabolismo hepático, se 
transforma em levonorgestrel. O adesivo deve ser 
aplicado na pele limpa, podendo ser colocado nas 
nádegas, parte externa do braço, abdome inferior ou 
região superior do dorso, evitando as mamas. 
CONTRACEPTIVOS APENAS DE PROGESTOGÊNIO (COPS) 
Esses contraceptivos possuem como hormônio apenas a 
progesterona. Dentro desse grupo está a pílula de 
progesterona isolada, o injetável trimestral, o implante 
subdérmico e o SIU de levonorgestrel. As principais 
contraindicações desse método estão descritas no quadro 
abaixo. 
 
PÍLULA DE PROGESTERONA ISOLADA 
Esses contraceptivos podem ser compostos por 
desogestrel, acetato de noretindrona e levonorgestrel. 
Minipílula: Os contraceptivos compostos por acetato de 
noretindrona e levonorgestrel são também conhecidos 
como minipílulas e podem ser utilizados em pacientes em 
aleitamento e na perimenopausa. Essas medicações 
promovem efeito contraceptivo através do espessamento 
do muco cervical e inibição da implantação do embrião 
no endométrio. Não possuem efeitos anovulatórios. 
Nesse caso, o uso de minipílulas é contínuo e devem ser 
prescritas no puerpério de mulheres que amamentam 
seis semanas após o parto. O seu uso deve ser rigoroso, 
pois após 27 horas da injesta do último comprimido já 
pode perder o seu efeito. 
→Uma contraindicação relativa ao uso de 
anticoncepcionais com progestágeno isolado é o diabetes 
mellitus gestacional prévio, pois está relacionado ao 
desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2 nos 
primeiros dois anos após o parto. 
DESOGESTREL: Esse contraceptivo é composto por 75 μg 
de desogestrel e tem a capacidade de inibir a ovulação, 
por isso, é mais eficaz que as minipílulas. Além disso, 
torna o muco cervical espesso, dificultando a ascensão 
dos espermatozoides. Também pode ser indicado durante 
a amamentação e tem a vantagem de poder ser tomado 
com atraso de até 12 horas, sem comprometer a sua 
eficácia. 
INJETÁVEL TRIMESTRAL 
O contraceptivo injetável trimestral geralmente é 
utilizado em pacientes que possuem contraindicação ao 
uso de estrogênios. Ele bloqueia a ovulação através da 
inibição do LH, também levando à alteração nas 
características do muco e atrofia endometrial. Além disso, 
pode levar à amenorreia e redução da dismenorreia, TPM 
e câncer endometrial. Como efeitos adversos, pode estar 
presente o sangramento intermenstrual, edema, ganho 
de peso, acne, náuseas, mastalgia, cefaleia, 
alterações do humor e redução da densidade mineral 
óssea. É aplicado via intramuscular na nádega ou músculo 
deltoide a cada três meses. 
IMPLANTE SUBDÉRMICO 
O implante subdérmico é composto contendo 
progestágenos como o etonogestrel (Implanon) e o 
levonorgestrel (Norplant). O primeiro tem duração de 3 
anos, enquanto que o segundo dura até 5 anos. Esse 
dispositivo é implantado na parte subdérmica do 
antebraço, entre os músculos bíceps e tríceps. Para ser 
retirado, é preciso pequena incisão sob anestesia local. O 
implante de levonorgestrel atua inibindo a ação do LH, 
impedindo a ovulação. Além disso, leva à atrofia 
endometrial e alteração do muco cervical. Por não 
apresentar um componente estrogênico que estabiliza o 
endométrio, pode ocorrer como efeito adverso o spotting. 
Já o implante de levonorgestrel previne a gestação por 
meio da ação sobre o muco cervical que se torna 
impenetrável aos espermatozoides. Também está 
associado a cefaleia, mastalgia, acne e ganho de peso. 
Após a remoção do implante, o retorno à fertilidade é 
rápido, podendo variar em média de 1 a 18 semanas. O 
implante de etonogestrel tem uso seguro durante a 
amamentação. 
CONTRACEPÇÃO CIRÚRGICA 
Estão valendo as novas regras para cirurgias de 
laqueadura e vasectomia. A partir de agora, a idade 
mínima para realizar os procedimentos - que era de 25 
anos - passa a ser de 21 anos para esterilização 
voluntária em pessoas com capacidade civil plena. 
Também não é mais necessária a autorização do(a) 
cônjuge, consentimento que era obrigatório até então. 
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece cirurgia de 
vasectomia e todos os estados brasileiros possuem 
estabelecimentos para a realização. O serviço de saúde 
não oferece a cirurgia de reversão. O procedimento leva 
de 15 a 20 minutos e não há necessidade de internação. 
Após a cirurgia, é necessário utilizar outro método 
contraceptivo durante, pelo menos, 90 dias. 
A laqueadura, por sua vez, é um procedimento cirúrgico 
que dura entre 40 minutos e uma hora. O objetivo é 
evitar o contato do espermatozoide com o óvulo, que 
acontece nas trompas, para impedir a fecundação e, 
consequentemente, a gestação. Também pode ser 
recomendada nos casos em que uma gravidez coloca a 
pessoa em risco. Há possibilidade de realizar reversão da 
laqueadura com técnicas de reprodução assistida, no 
entanto, o sucesso do procedimento depende de fatores 
como a preservação das tubas e a condição de saúde das 
trompas. 
➔A Lei 14.443/2022, que dispensa o consentimento do 
cônjuge para autorizar a laqueadura, em mulheres, e 
vasectomia, em homens, já está em vigor. 
Para o coordenador da Comissão Nacional de Saúde da 
Mulher do Conselho Federal de Enfermagem, a nova lei é 
um avanço na garantia de direitos sexuais e reprodutivos. 
“A nova legislação assegura o direito de escolha, que 
passa a prescindir da vontade do cônjuge. É fundamental, 
porém, que as mulheres tenham acesso a informação 
para tomar a melhor decisão, e que sejam ofertados 
também métodos reversíveis, como o Dispositivo 
Intrauterino (DIU)”, afirma. 
Confira as principais mudanças, que passaram a vigorar 
no domingo (5/3): 
Idade mínima – A lei reduz para 21 anos a idade mínima 
para a realização dos procedimentos no país. Antes, era 
25 anos. Quem tem dois ou mais filhos vivos poderá 
realizar a cirurgia a partir dos 18 anos. 
Parto – A gestante pode solicitar a laqueadura durante o 
período do parto, o que não era permitido na legislação 
anterior, de 1996. É necessário manifestar a vontade com 
60 dias de antecedência da data prevista para o 
nascimento. 
A legislação manteve a exigência de manifestação pela 
cirurgia em documento escrito e assinado. Entre a 
manifestação da vontade e a cirurgia, a pessoa 
interessada passará por aconselhamento por equipe 
médica quando receberá orientações sobre as vantagens, 
desvantagens, riscos e eficácia do procedimento. O 
objetivo é evitar a esterilização precoce. 
Descumprimento – Em caso de realização da 
esterilização em desacordo com a lei, é prevista pena de 
dois a oito anos de reclusão e multa. 
A pena pode ser aumentada em um terço se ocorrer nas 
seguintes situações: durante o parto ou aborto sem 
manifestação prévia de 60 dias; com manifestação da 
vontade do esterilizado expressa durante a ocorrência de 
alterações na capacidade de discernimento por influência 
de álcool, drogas, estados emocionais alterados ou 
incapacidade mental temporária ou permanente; em 
cirurgias de histerectomia e ooforectomia (retirada de 
útero e ovários, respectivamente); em pessoa 
absolutamente incapaz, sem autorização judicial e 
através de cesárea indicada exclusivamente para 
esterilização. 
 
CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA 
A contracepção de emergência é um método que visa 
prevenir uma gestação inoportuna após relação sexual. 
Pode ser indicada no ato sexual desprotegido, falha ou 
uso inadequado do método contraceptivo em uso ou 
violência sexual. Os contraceptivos de emergência atuais 
geralmente são efetivos e seguros, apresentando poucos 
efeitos adversos. Com isso, reduz a quantidade de 
abortamentos inseguros e garante o planejamento 
familiar. O mecanismo de ação desses métodos varia de 
acordo com o período do ciclo menstrual no qual é 
utilizado. Se o uso ocorre na primeira fase do ciclo, antes 
do pico do LH (hormônio luteinizante), ele altera o 
desenvolvimento folicular, impedindo ou retardando a 
ovulação. 
Já quando é usado na segunda fase do ciclo menstrual, 
ou seja, após a ovulação, ele modifica as características 
do muco cervical, deixando-omais viscoso e com isso 
alteração o transporte dos espermatozoides. Atualmente 
estão disponíveis vários métodos contraceptivos de 
emergência. Os mais utilizados são o método Yuzpe e o 
contraceptivo de levonorgestrel isolado, ambos são 
igualmente eficazes, podendo ser utilizado até 5 dias após 
o ato sexual desprotegido. Entretanto, sua eficácia é 
inversamente proporcional ao tempo decorrido desde a 
atividade sexual, sendo recomendado o uso até 72 horas 
após o ato. 
Pela comodidade posológica e menos efeitos colaterais, o 
método de levonorgestrel é o mais indicado. 
• MÉTODO YUZPE: É um contraceptivo combinado que 
consiste no uso de duas doses de 100 mcg de 
etinilestradiol e 500 mcg de levonorgestrel, com 
intervalo de 12 horas; sendo que a primeira deve ser 
tomada o mais próximo possível da atividade sexual 
desprotegida e até 72 horas depois. 
• CONTRACEPTIVO DE LEVONOGESTREL ISOLADO: Nesse 
método deve-se ingerir o levonorgestrel na dose de 1,5 
mg em dose única ou fracionada em duas tomadas, com 
intervalo de 12 horas. 
Ambas as formas de uso são igualmente eficazes. Podem 
ocorrer alguns efeitos adversos como náuseas, vômitos, 
cefaleia e aumento da sensibilidade mamária. No 
entanto, não há nenhuma evidência de que os 
contraceptivos de emergência exerçam abortamento. 
 
IST’s NA ADOLESCENCIA 
→A relação sexual no período da adolescência, tem seu 
início cada vez mais precoce, com consequências 
indesejáveis imediatas, como o aumento da frequência 
de infecções sexualmente transmissíveis e gravidez 
precoce. A gestação nesse período é considerada como 
uma situação de tensão individual e risco social, visto que 
sua magnitude engloba adversidades como conflitos 
familiares, abandono do estudo e discriminação social. 
Estudos comprovam que baixa escolaridade e baixa renda 
são fatores de risco importantes para a gestação na 
adolescência. Ressalta-se que a gravidez na adolescência 
continua sendo um problema de saúde pública. 
➔Em relação às complicações da gestação para a jovem, 
mencionam-se maiores incidências de anemia materna, 
desproporção céfalo-pélvica, síndrome hipertensiva da 
gravidez, infecção urinária, depressão pósparto, 
placenta prévia e complicações durante o trabalho de 
parto, acarretando aumento da mortalidade materna e 
infantil. 
→No que tange o neonato, a gestação precoce está 
relacionada a taxas maiores de parto pré-termo e baixo 
peso ao nascer, além de maior frequência de 
intercorrências pré-natais, no trabalho de parto e no 
puerpério. 
➔As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são 
frequentes e recorrentes, consideradas um problema de 
saúde pública em todo o mundo. Causam grandes efeitos 
na saúde sexual e reprodutiva e são um dos cinco 
principais motivos de procura da população para o 
atendimento em saúde. A epidemiologia das IST tem 
evidenciado que cerca de 25% das infecções são 
diagnosticadas em indivíduos com idade inferior a 25 
anos. Fatores biológicos, culturais e socioeconômicos 
corroboram para a elevação da taxa de incidência das 
ISTs. 
No que concerne às IST/HIV/aids, existem situações que 
fragilizam ou tornam a pessoa vulnerável ao 
adoecimento, como a adoção de práticas sexuais 
inseguras. Tais práticas são decorrentes de um conjunto 
de fatores e variáveis presentes em sua vida particular e 
coletiva, bem como pelas condições socioambientais em 
que ele vive, além das respostas que as instituições 
público-sociais podem dar às suas necessidades de saúde. 
As características inerentes ao público jovem podem 
produzir dinâmicas que conduzam a comportamentos 
que resultarão num conjunto de experiências de grande 
intensidade, que podem (ou não) envolver o consumo de 
substâncias psicoativas e a adoção de comportamentos 
de risco com práticas sexuais inseguras. 
→O desenvolvimento psicossocial normal dos 
adolescentes engloba um desejo de autonomia e um 
aumento nos comportamentos de risco, tornando os 
adolescentes particularmente vulneráveis às IST. 
→As ISTs associadas ao corrimento uretral ou vaginal 
incluem gonorréia, clamídia, trichomonas, vaginose 
bacteriana, candidíase vulvovaginal, Mycoplasma 
genitalium e, ocasionalmente, vírus herpes simplex 
(HSV). 
•As IST associadas a úlceras genitais em adolescentes 
geralmente incluem HSV e sífilis primária. Contudo, os 
pacientes com IST ulcerativa correm risco de coinfecção, 
por isso a maioria dos adolescentes com úlceras genitais 
deve ser testada para sífilis, HSV, HIV, gonorreia e 
clamídia. 
 
•A doença inflamatória pélvica refere-se à infecção 
aguda das estruturas do trato genital superior (por 
exemplo, útero, trompas de falópio, ovários). Deve ser 
suspeitada em adolescentes sexualmente ativos que 
apresentam desconforto pélvico, embora a infecção 
possa ser subclínica. 
•As ISTs associadas a lesões cutâneas incluem verrugas 
genitais causadas pelo papilomavírus humano (HPV), 
sífilis primária, sífilis secundária, infecção gonocócica 
disseminada, pediculose púbica e sarna. 
 
•As IST associadas a lesões orais incluem sífilis, 
gonorreia, HPV e HSV. 
Diversas são as situações conflituosas vivenciadas pelos 
ginecologistas ao atenderem as adolescentes, em que as 
normas estabelecidas se revelam insuficientes para 
responder com clareza a algumas interrogações éticas, 
desafiando e, por vezes, confundindo as tomadas de 
decisões. Existem ainda os conflitos de interesse entre 
estas e seus pais e/ou responsáveis, além dos diferentes 
marcos legais que determinam a entrada para a vida 
adulta, interferindo no direito à autonomia, privacidade, 
confidencialidade e ao exercício da sexualidade. 
O profissional além de demonstrar compreensão, 
conhecimento técnico e das leis, deve ainda 
contextualizar a situação, a competência da adolescente 
e, à luz da bioética, pode considerar mais eficaz garantir a 
autonomia e a justiça em prol dessa. 
→ A confidencialidade, a privacidade e a autonomia são 
direitos da adolescente que recebe atendimento médico. 
O sigilo será mantido desde que ela tenha capacidade de 
avaliar seu problema, de conduzir-se por seus próprios 
meios para solucioná-lo e quando a não revelação não 
ocasione danos a ela ou a terceiros. 
→ Os profissionais que atuam na assistência à saúde da 
adolescente deverão sempre estimulá-las a envolver 
seus pais em seu tratamento, esclarecendo desde o 
primeiro contato o direito e os limites desse 
envolvimento, tanto para ela como para seus 
responsáveis. 
→ A prescrição, orientação ou manutenção do sigilo de 
atividade sexual de adolescente com menos de 14 anos, 
se não for verificado abuso, exploração sexual ou outro 
tipo de situação pessoal ou social que afete ou possa 
afetar negativamente a adolescente e desde que essa 
tenha consciência de seus atos e das repercussões para 
sua vida e saúde, não constitui ato ilícito. 
→ Os profissionais da saúde têm o dever legal de 
comunicar à autoridade competente as situações em 
que há suspeita ou confirmação de maus tratos e de 
abuso sexual contra crianças e adolescentes. (menores 
de 14 anos) A comunicação à autoridade competente não 
acarreta infração ética, não se configurando, assim, 
violação do segredo profissional. 
→Estupro de vulnerável menores de 14 anos; 
➔O Código de Ética Médica em seu artigo 74º estabelece 
que é proibido “revelar segredo profissional referente à 
paciente menor de idade, inclusive a seus pais ou 
responsáveis legais, desde que o menor tenha 
capacidade de avaliar seu problema e de conduzir-se por 
seus próprios meios para solucioná-lo, salvo quando a 
não revelação ocasionar danos ao paciente”. Também 
responsabiliza os médicos se o segredo for violado por 
seus auxiliares, conforme o artigo 78º: “deixar de orientar 
seus auxiliares e alunos a respeitar o sigilo profissional e 
zelar para que seja por eles mantido”. Portanto, a 
confidencialidade é tanto um direito do paciente quanto 
uma obrigação do médico, não sendo uma prerrogativa 
de pacientes adultos, devendo estar presente em todos 
os atendimentos, independentementeda faixa etária. 
➔ NOTIFICAR QUANDO: suicídio, uso de droga, recusa de 
tratamento de doenças de riscos, referencia ou suspeita de 
abuso sexual, gravidez com ou intuito de interrupção, 
distúrbios psiquiátricos, déficit intelectual, ISTs; 
Diretrizes Adolescência, Anticoncepção e Ética, 2003. 
A privacidade é o direito que o adolescente possui, 
independentemente da idade, de ser atendido sozinho, 
em um espaço privado de consulta, inclusive durante o 
exame físico, onde são reconhecidas sua autonomia e 
individualidade. A confidencialidade é direito do 
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hpv/perguntas-e-respostas
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hpv/perguntas-e-respostas
adolescente, reconhecido no artigo 103 do Código de 
Ética Médica. A quebra do sigilo, também prevista no 
mesmo artigo, deverá ser realizada com o conhecimento 
do adolescente, mesmo que sem sua anuência. O 
adolescente tem direito à educação sexual, ao acesso à 
informação sobre contracepção, à confidencialidade e ao 
sigilo sobre sua atividade sexual e sobre a prescrição de 
métodos anticoncepcionais, respeitadas as ressalvas do 
Art. 103, Código de Ética Médica. 
O profissional que assim se conduz não fere nenhum 
preceito ético, não devendo temer nenhuma penalidade 
legal. Em relação à prescrição de anticoncepcionais para 
menores de 14 anos, a presunção de estupro deixa de 
existir, frente à informação que o profissional possui de 
sua não ocorrência, devendo ser consideradas todas as 
medidas cabíveis para melhor proteção da saúde do 
adolescente (ECA), o que retira qualquer possibilidade de 
penalidade legal. O avanço em relação ao suporte legal 
para a proposta ética é dado pela Lei nº 8.069/90 do 
Estatuto da Criança e do Adolescente e pela revisão pela 
ONU da Conferência Mundial de População e 
Desenvolvimento (Cairo, 1995). Apesar desse avanço, 
continua a reivindicação dos profissionais da saúde 
quanto a necessidade de avançar-se ainda mais para que 
se amplie a visão do direito no campo da sexualidade e da 
saúde. 
 
Marta retornou ao atendimento trazendo sua prima Luisa para passar 
em consulta. Marta contou que estava com “corrimento vaginal de 
odor desagradável” há quatro meses e que havia percebido, há seis 
dias, algumas feridas dolorosas nos pequenos lábios e ardor ao 
urinar. Revelou dor em baixo ventre de intensidade variável, que se 
acentua durante a atividade sexual. Luisa também queixou de “dor 
no pé da barriga” que piorava durante o período menstrual e se 
intensificava ao longo dos anos, mas que não apresentava nenhum 
corrimento ou lesão genital. Após o exame, a médica informou a Marta 
que ela estava com uma infecção que se transmite por meio da 
relação sexual e, em seguida, solicitou exames. A médica orientou que 
seu parceiro realizasse uma avaliação médica. Já para Luisa, a doutora 
referiu que precisaria realizar alguns exames complementares para 
entender melhor sua situação. 
: 
1. DESCREVER AS PRINCIPAIS IST´S, E CAUSAS DE CORRIMENTO 
VAGINAL; (DIAGNOSTICO, QUADRO CLINICO, TRATAMENTO, 
AGENTE ETIOLOGICO) 
2. ABORDAR DOR PELVICA CRONICA E AGUDA; (QUADRO CLINICO, 
DIAGNOSTICO, DX DIFERENCIAL, TRATAMENTO) – DIP, GRAVIDEZ 
ECTOPICA, ENDOMETRIOSE, ADEMÍOSE, DISMINORREIA. 
3. CONDUTA RELACIONADA AO CASO DE DOR PELVICA- PROTOCOLO 
DE ATENDIMENTO; 
Corrimento Vaginal 
O corrimento genital é a manifestação clínica de secreção 
vulvovaginal referida pela mulher. A região da vulva e da 
vagina apresenta fisiologicamente quantidade variável 
de secreção, que se origina das glândulas regionais, do 
muco cervical e endometrial, bem como do transudato 
vaginal. O corrimento genital fisiológico é a secreção que, 
em geral, não causa desconforto e não é causado por 
agentes patológicos. O corrimento genital patológico é 
manifestação usual das vulvovaginites, e é caracterizado 
pela quantidade excessiva, com alterações das suas 
características fisiológicas, causando desconforto e 
sendo determinado por diferentes agentes etiológicos. 
➔Fisiologia: O corrimento vaginal é um sintoma 
proeminente da vaginite, mas pode ser difícil de 
distinguir do corrimento vaginal normal. Em mulheres 
em idade reprodutiva, o corrimento vaginal normal 
consiste em 1 a 4 mL de fluido (por 24 horas), branco ou 
transparente, grosso ou fino, na maioria das vezes 
inodoro e com pH entre 3,5 a 4,5. Esta descarga 
fisiológica é formada por secreções endocervicais 
mucoides em combinação com células epiteliais 
descamativas, flora vaginal normal e transudato vaginal. 
A secreção pode tornar-se mais perceptível às vezes 
("leucorreia fisiológica"), como no meio do ciclo 
menstrual próximo ao momento da ovulação, durante a 
gravidez ou com uso de anticoncepcionais estrogênicos 
e progestínicos. 
→Dieta, atividade sexual, medicação e estresse também 
podem afetar o volume e o caráter do corrimento vaginal 
normal. Embora a secreção normal possa ser amarelada, 
levemente mal-cheirosa e acompanhada de sintomas 
irritativos leves, não é acompanhada de prurido, dor, 
ardência ou irritação significativa, eritema, erosões 
locais ou friabilidade cervical ou vaginal. A ausência 
desses sinais e sintomas ajuda a distinguir o corrimento 
vaginal normal da alta relacionada a um processo 
patológico, como vaginite ou cervicite. 
Avaliação e Diagnóstico 
 A avaliação clínica das mulheres com queixa de 
corrimento genital consiste de anamnese, exame físico 
geral e ginecológico. Na anamnese, deve-se estudar o 
início e a evolução do quadro, a relação ou não com a 
atividade sexual, particularmente as mais recentes; e 
averiguar os hábitos sexuais e de higiene, os antecedentes 
mórbidos pessoais e também dos parceiros, o estilo de 
vida, o uso de drogas e os métodos contraceptivos. Outras 
informações também importantes são grupo etário e 
manifestações clínicas associadas tanto nos órgãos 
genitais como nos extragenitais. 
O exame físico geral deve buscar alterações sugestivas de 
afecções mais sérias, por exemplo, sinais de sífilis 
secundária, condições gerais de saúde que podem sugerir 
a síndrome da imunodeficiência adquirida e outras. O 
exame dos genitais externos e internos deve buscar 
lesões vegetantes, úlceras, escoriações, cistos, a 
presença de secreção vaginal e suas características por 
meio do exame especular, o aspecto do colo do útero, 
das paredes vaginais, assim como do muco cervical. O 
exame dos órgãos genitais internos através do toque é da 
maior relevância, pois determinados corrimentos genitais 
têm origem na endocérvice, no útero e nas tubas, sendo 
o diagnóstico firmado nesta etapa. 
OS EXAMES MAIS UTILIZADOS PARA O DIAGNÓSTICO 
DAS INFECÇÕES VAGINAIS SÃO: 
• pH vaginal: normalmente é < 4,5, sendo os Lactobacillus 
spp. predominantes na flora vaginal. Esse método utiliza 
fita de pH na parede lateral vaginal, comparando a cor 
resultante do contato do fluido vaginal com o padrão da 
fita. Seguem os valores e as infecções correspondentes: o 
pH > 4,5: vaginose bacteriana ou tricomoníase o pH < 4,5: 
candidíase vulvovaginal 
• Teste de Whiff (teste das aminas ou “do cheiro”): 
coloca-se uma gota de KOH a 10% sobre o conteúdo 
vaginal depositado numa lâmina de vidro. Se houver 
“odor de peixe”, é considerado positivo e sugestivo de 
vaginose bacteriana. 
• Exame a fresco: em lâmina de vidro, faz-se um esfregaço 
com amostra de material vaginal e uma gota de salina, 
cobrindo-se a preparação com lamínula. O preparado é 
examinado sob objetiva com aumento de 400x, 
observando-se a presença de leucócitos (presentes na 
candidíase e na tricomoníase), células parabasais, 
Trichomonas sp. móveis, leveduras e/ou pseudo-hifas. 
• Bacterioscopia por coloração de Gram: a presença de 
clue cells, células epiteliais escamosas de aspecto 
granular pontilhado e bordas indefinidas cobertas por 
pequenos e numerosos cocobacilos, é típica de vaginose 
bacteriana. 
 
 
➔AS CAUSAS MAIS COMUNS DE CORRIMENTO VAGINAL SÃO: 
VAGINOSE BACTERIANA, CANDIDIASE, TRICOMONIASE→O termo vaginite é o diagnóstico dado às mulheres que 
se apresentam com queixas de leucorreia vaginal 
anormal acompanhada de queimação, irritação ou 
prurido vulvar. Essa é uma das razões mais comuns das 
consultas ao ginecologista. As principais causas da 
leucorreia vaginal sintomática são vaginose bacteriana, 
candidíase e tricomoníase. 
Vaginose Bacteriana 
Essa síndrome clínica comum, complexa e mal 
compreendida reflete anormalidade na flora vaginal. 
Tem recebido diversas denominações, e os termos 
originais incluem vaginite por Haemophilus, vaginite por 
Corynebacterium, vaginite por Gardnerella ou 
anaeróbia e vaginite inespecífica. 
 
A VB é caracterizada por três alterações no ambiente 
vaginal: 
●Uma mudança na microbiota vaginal de espécies 
de Lactobacillus para uma de alta diversidade 
bacteriana, incluindo anaeróbios facultativos. 
●Produção de aminas voláteis pela nova microbiota 
bacteriana e redução da produção de ácido láctico. 
●Aumento resultante no pH vaginal para >4,5 (o pH 
vaginal normal de mulheres estrogenizadas 
normalmente varia de 4,0 a 4,5). 
A vaginose bacteriana (VB) é uma condição clínica 
caracterizada por uma mudança na microbiota vaginal 
das espécies de Lactobacillus para espécies bacterianas 
mais diversas, incluindo anaeróbios facultativos. O 
microbioma alterado provoca um aumento no pH vaginal 
e sintomas que variam de nenhum a muito incômodo 
(por exemplo, corrimento vaginal anormal e odor). 
O corrimento é esbranquiçado, fino e homogêneo; o odor 
é um “cheiro de peixe” desagradável que pode ser mais 
perceptível após a relação sexual e durante a 
menstruação. 
➔Consequências clinicas: A presença de VB aumenta o 
risco de resultados obstétricos e ginecológicos 
desfavoráveis, bem como o risco de aquisição de HIV e 
outras infecções sexualmente transmissíveis (IST). 
➔Diagnóstico: A VB é relatada por alguns especialistas 
como a causa mais frequente dos sintomas vaginais que 
resultam em consultas médicas. Entre os sintomas, 
descarga vaginal sem irritação e com mau cheiro é 
característica, mas nem sempre está presente. Em regra, 
a vagina não se encontra eritematosa, e o exame do colo 
uterino não revela anormalidades. Os critérios 
diagnósticos clínicos foram inicialmente propostos por 
Amsel e colaboradores (1983) e incluem: (1) avaliação 
microscópica de uma preparação salina da secreção 
vaginal, (2) liberação de aminas voláteis produzidas pelo 
metabolismo anaeróbio e (3) determinação do pH 
vaginal. 
TRATAMENTO: 
 
 
Candidiase 
Candida albicans, que pode ser encontrada na vagina de 
pacientes assintomáticas e é um comensal de boca, reto 
e vagina. Ocasionalmente, outras espécies de Candida 
estão envolvidas, como C. tropicalis e C. glabrata, entre 
outras. É comum a candidíase ser observada em climas 
quentes e em pacientes obesas. Além disso, 
imunossupressão, diabetes melito, gravidez e uso 
recente de antibiótico de amplo espectro predispõem as 
mulheres à infecção clínica. Ela pode ser sexualmente 
transmissível, e vários estudos relatam associação entre 
candidíase e sexo oral. 
→Diagnóstico: Os sintomas mais comuns da candidíase 
são prurido, dor, eritema vulvar e edema com 
escoriações. O corrimento vaginal característico é 
descrito como semelhante ao queijo cottage. O pH 
vaginal é normal (, 4,5), e o exame microscópico da 
leucorreia vaginal, após aplicação de solução salina ou 
KOH a 10%, permite a identificação da levedura. A 
Candida albicans é dimórfica, apresentando tanto 
leveduras quanto hifas. Pode estar presente na vagina 
como um fungo filamentoso (pseudo-hifas) ou como 
levedura germinada com micélios. A cultura para cândida 
vaginal não é recomendada como rotina. 
 
Tratamento 
 Para as infecções não complicadas, os azóis são muito 
eficazes, mas as pacientes devem ser orientadas a 
retornar se a terapia não for bem-sucedida. As mulheres 
com quatro ou mais infecções por cândida durante um 
ano são classificadas como portadoras da doença 
complicada, e culturas devem ser obtidas para confirmar 
o diagnóstico. As espécies de Candida não albicans não 
são responsivas à terapia tópica com azóis. Por isso, os 
esquemas terapêuticos locais intravaginais prolongados e 
a adição de fluconazol oral, 1 a 3 vezes por semana, 
podem ser necessários para a cura clínica. O tratamento 
primário para a prevenção de infecção recorrente é feito 
com fluconazol oral, 100 a 200 mg/semana, por seis 
meses. 
 Para a infecção recorrente por não albicans, uma cápsula 
contendo 600 mg de gelatina de ácido bórico por via 
intravaginal diariamente durante duas semanas tem sido 
eficaz. A terapia oral com azóis foi associada à elevação 
nas enzimas hepáticas. Assim, o tratamento oral 
prolongado talvez não seja viável, por esse motivo ou em 
razão de interações com outros medicamentos da 
paciente, como bloqueadores do canal de cálcio, 
varfarina, inibidores da protease, trimetrexato, 
terfenadina, ciclosporina A, fenitoína e rifampicina. 
Nesses casos, o tratamento tópico uma ou duas vezes por 
semana talvez ofereça uma resposta clínica similar. 
 
 
Sifilis 
A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível 
causada pela espiroqueta Treponema pallidum(bactéria) 
que é um organismo fino com forma de espiral e 
terminações afiladas. As mulheres com maior risco são 
aquelas pertencentes a grupos socioeconômicos 
desfavorecidos, as adolescentes, aquelas com início 
precoce da vida sexual e aquelas com um número grande 
de parceiros sexuais ao longo da vida. 
 
SÍFILIS PRIMÁRIA 
A lesão indicadora dessa infecção é chamada de cancro, 
onde as espiroquetas são abundantes. É uma úlcera 
clássica, isolada, firme ao toque, com bordas 
arredondadas levemente elevadas e uma base integrada 
não infectada. Manifestação clínica depende do número 
de treponemas inoculados e do estado imunológico do 
paciente. No entanto, pode se tornar infectada 
secundariamente e dolorosa. Em geral, os cancros são 
encontrados no colo uterino, na vagina ou na vulva, mas 
também podem se formar na boca ou ao redor do ânus. 
Essa lesão pode se desenvolver em 10 dias a 12 semanas 
após a exposição, com um período médio de incubação 
de três semanas. O período de incubação está 
diretamente relacionado ao grau de inoculação. Sem 
tratamento, essas lesões cicatrizam espontaneamente 
em até seis semanas. 
 
SÍFILIS SECUNDÁRIA 
Esta fase está associada à bacteriemia e desenvolve-se 
em seis semanas a seis meses após o surgimento do 
cancro. Sua manifestação é um exantema maculopapular 
que pode envolver todo o corpo e inclui palmas, plantas 
e mucosas. Assim como no cancro, esse exantema 
dissemina ativamente as espiroquetas. Nas áreas 
corporais quentes e úmidas, esse exantema pode produzir 
placas grandes, rosadas ou cinzas esbranquiçadas, 
altamente infecciosas, denominadas condylomata lata. 
Como a sífilis é uma infecção sistêmica, outras 
manifestações podem incluir febre e mal-estar. Além 
disso, sistemas orgânicos, como renal, hepático, 
osteoarticular e o nervoso central (SNC) (meningite), 
podem ser envolvidos. 
 
SÍFILIS LATENTE 
Denomina-se sífilis latente secundária o período de um 
ano após o surgimento de sífilis secundária sem 
tratamento, durante o qual podem surgir sinais e 
sintomas secundários. Entretanto, as lesões associadas a 
essas manifestações, em geral, não são contagiosas. Se 
caracteriza pela ausência de manifestações clínicas e 
pode durar de 3 a 20 anos; o diagnóstico só pode ser feito 
por testes sorológicos; é dividida em recente (evolução < 
1ano) e tardia (evolução > 1ano). 
SÍFILIS TERCIÁRIA 
 Esta fase da sífilis não tratada pode surgir até 20 anos 
após a latência. Durante essa fase, evidencia-se o 
envolvimento cardiovascular, do SNC e do sistema 
musculoesquelético. No entanto, a neurossífilis e a sífilis 
cardiovascular são 50% menos comuns nas mulheres. 
Ocorre em, aproximadamente, em 30% das infecções não 
tratadas, após um longo período de latência, podendo 
surgir entre 2-40 anos depois do início da infecção;a 
sífilis nesse estágio se manifesta na forma de inflamação 
e destruição tecidual. As principais lesões são as 
seguintes: 
➢ Cutâneas: gomosas e nodulares, de caráter destrutivo. 
➢ Ósseas: periostite, osteíte gomosa ou esclerosante, artrites, 
sinovites e nódulos justa-articulares. 
➢ Cardiovasculares: aortite sifilítica, aneurisma e estenosa de 
coronárias. 
➢ Neurológicas: meningite aguda, goma do cérebro ou da 
medula, atrofia do nervo óptico, lesão do VII par, paralisia geral, 
tabes dorsalis (degeneração lenta dos neurônios sensitivos) e 
demência. 
* gomas sifilíticas: tumorações com tendência a liquefação. 
➔Diagnóstico: 
• Pesquisa direta: pode ser feita através de microscopia 
de campo escuro (sensibilidade de 74 a 86%), 
imunofluorescência direta, exame de material corado, 
biópsias. 
• Testes imunológicos: são os mais utilizados na prática; 
para o diagnóstico devem ser utilizados testes 
treponêmicos + testes não treponêmicos. 
➢ Treponêmicos: detectam anticorpos específicos 
produzidos contra os antígenos do T. pallidum; Exemplos: 
testes de hemaglutinação e aglutinação passiva (TPHA), 
teste de imunofluorescência indireta (FTA-Abs), 
quimioluminescência (EQL), ensaio imunoenzimático 
indireto (ELISA), testes rápidos. 
➢ Não treponêmicos: detectam anticorpos não 
específicos para os antígenos do T. pallidum; podem ser 
quantitativos (titulação de anticorpos) ou qualitativos 
(presença ou ausência de anticorpo). Exemplos: VDRL, 
RPR (Rapid Test Reagin), TRUST. 
TRATAMENTO: 
 
• Sífilis primária, secundária e latente recente 
Escolha: Penicilina G benzatina, 2,4milhões UI, IM, dose 
única (1,2milhão UI em cada glúteo). 
Alternativa: Doxiciclina 100mg, VO, 2x/dia, por 15 dias 
(exceto gestantes) OU Ceftriaxona 1g, IV ou IM, 1x/dia, 
por 8-10 dias. 
• Sífilis latente tardia ou de duração desconhecida e 
terciária 
Escolha: Penicilina G benzatina, 2,4milhões UI, IM, dose 
única (1,2milhão UI em cada glúteo), semanal, durante 
três semanas. (Dose total: 7,2 milhões UI). 
Alternativa: Doxiciclina 100mg, VO, 2x/dia, por 30 dias 
(exceto gestantes) OU Ceftriaxona 1g, IV ou IM, 1x/dia, 
por 8-10 dias. 
• Neurossífilis 
Escolha: Penicilina cristalina, 18-24 milhões UI/dia, IV, 
administrada em doses de 3-4 milhões a cada 4 horas ou 
por infusão contínua, durante 14 dias. 
Alternativa: Ceftriaxona 2g, IV ou IM, 1x/dia, por 10-14 
dias. 
 
Tricomoniase 
A tricomoníase é mais comumente diagnosticada em 
mulheres, uma vez que a maioria dos homens é 
assintomática. É uma infecção causada pelo protozoário 
Trichomonas vaginalis. Nas mulheres, ataca o colo do 
útero, a vagina e a uretra, e nos homens, o pênis. 
O Trichomonas vaginalis tem predileção pelo epitélio 
escamoso, e as lesões podem facilitar o acesso para 
outras espécies sexualmente transmissíveis. A 
transmissão vertical durante o parto é possível, podendo 
persistir por um ano. 
→Sinais e sintomas: Os sintomas mais comuns são dor 
durante a relação sexual, ardência e dificuldade para 
urinar, coceira nos órgãos sexuais, porém a maioria das 
pessoas infectadas não sente alterações no organismo. 
→Diagnóstico: O período de incubação do T. vaginalis 
varia de três dias a quatro semanas, e vagina, uretra, 
ectocérvice e bexiga podem ser afetadas. Até 50% das 
mulheres com tricomoníase se mantêm assintomáticas e, 
em alguns casos, tal colonização pode persistir por meses 
ou anos. Entretanto, naquelas pacientes com queixas, a 
leucorreia vaginal costuma ser descrita como mal 
cheirosa, fina e amarela ou verde. Além disso, disúria, 
dispareunia, prurido vulvar e dor podem ser observados. 
Às vezes, a sintomatologia e os achados físicos são 
idênticos àqueles da DIP aguda. 
→Com a tricomoníase, a vulva pode estar eritematosa, 
edemaciada e escoriada. A vagina elimina a leucorreia 
mencionada anteriormente e hemorragias subepiteliais 
ou “manchas vermelhas” podem ser observadas na 
vagina e no colo uterino. 
A tricomoníase costuma ser diagnosticada com a 
identificação microscópica de parasitas em um 
preparado salino da secreção. Os tricomonas são 
protozoários anaeróbios com flagelo anterior e, 
portanto, móveis. São ovais e ligeiramente maiores que 
um leucócito. Os tricomonas tornam-se menos móveis 
com o frio, e as lâminas devem ser observadas no prazo 
de 20 minutos. O exame direto do preparado salino é 
altamente específico, ainda que a sensibilidade não seja 
tão alta quanto seria desejável (60 a 70%). Além dos 
achados microscópicos, o pH vaginal frequentemente 
está elevado. 
A técnica diagnóstica mais sensível é a cultura, que é 
impraticável, porque um meio especial (meio 
Diamante). Além disso, os testes de amplificação de 
ácidos nucleicos (NAATs, de nucleic acid amplification 
tests) para DNA de tricomonas são sensíveis e específicos, 
mas não estão amplamente disponíveis. 
Como alternativa, o teste rápido para tricomonas (OSOM 
Genzyme, Cambridge, MA) é um exame 
imunocromatográfico com 88% de sensibilidade e 99% de 
especificidade. Está disponível para uso em consultório, e 
os resultados ficam prontos em 10 minutos (Huppert, 
2005, 2007). Os tricomonas também podem ser 
observados no rastreamento por esfregaço de 
Papanicolaou, e a sensibilidade é de quase 60%. Se 
houver descrição de tricomonas na lâmina do exame 
preventivo, sugere-se que se proceda a exame 
microscópico para confirmação antes de iniciar o 
tratamento. As pacientes com infecção por tricomonas 
devem ser testadas para outras doenças sexualmente 
transmissíveis. Além disso, o(s) contato(s) sexual(is) 
deve(m) ser avaliado(s) ou encaminhado(s) para 
exames. 
Tratamento: 
 
 
Chlamydia Trachomatis- Linfogranuloma 
Maior prevalência está entre os jovens com menos de 25 
anos de idade. Uma vez que muitas pessoas com esses 
organismos são assintomáticas, recomenda-se 
rastreamento anual nas mulheres sexualmente ativas com 
idade 25 anos e naquelas consideradas de risco. 
➔Sintomas: Esse parasita intracelular obrigatório 
depende de células do hospedeiro para sobreviver. Ele 
causa infecção do epitélio colunar e, assim, os sintomas 
refletem a infecção de glândulas ectocervicais, com 
resultante descarga mucopurulenta ou secreções 
ectocervicais. Se infectado, o tecido ectocervical costuma 
se apresentar edemaciado e hiperêmico. 
A maioria dos casos da clamídia não apresenta sintomas 
(em torno de 70% a 80% das situações). 
Quando presentes, os sintomas mais comuns nas 
mulheres são: 
• corrimento amarelado ou claro; 
• sangramento espontâneo ou durante as relações sexuais; 
• dor ao urinar e/ou durante as relações sexuais e/ou no 
baixo ventre (pé da barriga). 
Nos homens, os sintomas mais comuns da clamídia são: 
• ardência ao urinar; 
• corrimento uretral com a presença de pus; 
• dor nos testículos. 
COMPLICAÇÕES 
Quando não tratada, a clamídia pode provocar algumas 
complicações, como: 
• infertilidade (dificuldade para ter filhos); 
• dor crônica na região pélvica (“pé da barriga”); 
• dor durante as relações sexuais; 
• gravidez tubária (quando ocorre nas trompas); 
• complicações na gestação. 
A clamídia na gravidez pode provocar diversas 
complicações durante e depois da gestação, tais como: 
• gravidez tubária (que ocorre nas trompas); 
• aborto espontâneo; 
• inflamação da camada interna do útero (endometrite); 
• parto precoce (com risco de parto antes das 37 semanas de 
gravidez); 
• infecção pós-parto (se a clamídia for contraída durante a 
gestação). 
• Além da possibilidade de transmissão da infecção durante o 
parto vaginal, a criança infectada pode nascer com 
conjuntivite neonatal. Esta, quando não tratada 
adequadamente, pode levar à cegueira. 
Diagnóstico 
 A análise microscópica das secreções em preparado 
salino em geral revela 20 ou mais leucócitos por campo 
microscópico. Como exames mais específicos, cultura, 
NAAT e ensaio imunoenzimático (Elisa) estão disponíveis 
para amostras ectocervicais. A alternativa mais utilizada 
é um teste combinado para gonococo e clamídia. Assimcomo ocorre para gonorreia, surgiram novos kits de NAAT 
que permitem coletas seletivas de vagina, endocérvice ou 
urina. Os swabs com material de vagina são tão sensíveis 
e específicos quanto os de colo uterino. Amostras de colo 
uterino são aceitas quando a paciente estiver sendo 
submetida a exame físico da pelve, mas amostras obtidas 
da vagina são consideradas adequadas mesmo nos casos 
de exame físico completo da pelve. As amostras de urina, 
embora aceitas, são menos utilizadas em mulheres que 
tenham colo uterino. Contudo, para pacientes 
histerectomizadas dá-se preferência ao primeiro jato de 
urina. Novamente, estes testes diagnósticos sem cultura 
não estão aprovados pela FDA para confirmação de 
doença retal ou faríngea e, para estes locais, há indicação 
de cultura. Se for diagnosticada C. trachomatis ou houver 
suspeita, recomenda-se rastreamento para outras DSTs. 
TRATAMENTO 
 
Infeccao Pelo Virus Herpes Simples 
 O herpes genital é a doença ulcerosa genital de maior 
prevalência e é uma infecção crônica. O vírus penetra 
nas terminações dos nervos sensoriais e é transportado 
retrogradamente pelo axônio para as raízes dos gânglios 
dorsais, onde fica potencialmente latente por toda a 
vida. A reativação espontânea por várias causas resulta no 
transporte anterógrado de partículas/proteínas do vírus 
para a superfície, onde se dissemina, com ou sem 
formação de lesões. Postulou-se que mecanismos 
imunológicos controlariam a latência e a reativação. 
Há dois tipos do vírus herpes simples (HSV, de herpes 
simplex virus), o HSV-1 e o HSV-2. 
→O HSV-1 é a causa mais frequente das lesões orais. 
→O HSV-2 costuma ser encontrado nas lesões genitais, 
embora ambos os tipos possam causar herpes genital. 
Muitas mulheres infectadas com HSV-2 carecem desse 
diagnóstico em razão de infecções leves ou não 
reconhecidas. As pacientes infectadas podem transmitir 
o vírus quando assintomáticas, e muitas infecções são 
sexualmente transmitidas por pacientes que 
desconhecem sua infecção. 
→Sintomas: Os sintomas do paciente na apresentação 
inicial dependem basicamente de o paciente, durante o 
episódio atual, apresentar ou não anticorpos em função 
de exposição prévia. O vírus infecta células epidermais 
viáveis, e a resposta à infecção é formada por eritema e 
pápulas. Com a morte celular e a lise da parede celular, 
formam-se bolhas. A cobertura rompe-se, levando, em 
regra, à úlcera dolorosa. Essas lesões desenvolvem uma 
crosta e cicatrizam, mas podem ser infectadas 
secundariamente. 
→ As três fases das lesões são: (1) vesícula com ou sem 
formação de pústula, com duração de aproximadamente 
uma semana, (2) ulceração e (3) crosta. Pode-se predizer 
que o vírus se dissemina durante as duas primeiras fases 
do surto infeccioso. 
Queimação e dor intensas acompanham as lesões 
vesiculares iniciais, e os sintomas urinários, como 
frequência e/ ou disúria, podem estar presentes em caso 
de lesões na vulva. É possível haver edema local causado 
por lesões vulvares levando à obstrução uretral. De 
forma alternativa ou adicional, as lesões por herpes 
podem envolver vagina, colo uterino, bexiga, ânus e reto. 
É comum a paciente apresentar outros sinais de viremia, 
como febre baixa, mal-estar e cefaleia. 
 
Diagnóstico 
O padrão-ouro para o diagnóstico de lesão(ões) 
herpética(s) é a cultura tecidual. A especificidade é alta, 
mas a sensibilidade é baixa e declina à medida que as 
lesões cicatrizam. Na doença recorrente, menos de 50% 
das culturas são positivas. O teste da reação em cadeia da 
polimerase (PCR, de polymerase chain reaction) é de 1,5 
a 4 vezes mais sensível do que a cultura, sendo provável 
que venha a substituí-la. É importante observar que uma 
cultura negativa não significa inexistência de infecção 
herpética. Há testes sorológicos tipo-específicos para 
glicoproteína-G disponíveis para detectar anticorpos 
específicos para glicoproteína-G2 (HSV-2) e para 
glicoproteína-G1 (HSV-1). A especificidade do ensaio é $ 
96%, e a sensibilidade do teste de anticorpos anti- -HSV-2 
varia entre 80 e 98 por cento. 
 
 
 
 
Papilomavirus Humano-HPV 
 O HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano) é um vírus que 
infecta pele ou mucosas (oral, genital ou anal), tanto de homens 
quanto de mulheres, provocando verrugas anogenitais (região genital 
e no ânus) e câncer, a depender do tipo de vírus. A infecção pelo HPV 
é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST). 
→SINAIS E SINTOMAS: A infecção pelo HPV não apresenta sintomas 
na maioria das pessoas. Em alguns casos, o HPV pode ficar latente de 
meses a anos, sem manifestar sinais (visíveis a olho nu), ou 
apresentar manifestações subclínicas (não visíveis a olho nu). A 
diminuição da resistência do organismo pode desencadear a 
multiplicação do HPV e, consequentemente, provocar o aparecimento 
de lesões. A maioria das infecções em mulheres (sobretudo em 
adolescentes) tem resolução espontânea, pelo próprio 
organismo, em um período aproximado de até 24 meses. 
As primeiras manifestações da infecção pelo HPV surgem entre, 
aproximadamente, 2 a 8 meses, mas pode demorar até 20 anos para 
aparecer algum sinal da infecção. As manifestações costumam ser 
mais comuns em gestantes e em pessoas com imunidade baixa. O 
diagnóstico do HPV é atualmente realizado por meio de exames 
clínicos e laboratoriais, dependendo do tipo de lesão, se clínica ou 
subclínica. 
• Lesões clínicas: se apresentam como verrugas na região 
genital e no ânus (denominadas tecnicamente de 
condilomas acuminados e popularmente conhecidas como 
"crista de galo", "figueira" ou "cavalo de crista"). Podem ser 
únicas ou múltiplas, de tamanhos variáveis, achatadas ou 
papulosas (elevadas e solidas). Em geral, são assintomáticas, 
mas podem causar coceira no local. Essas verrugas, 
geralmente, são causadas por tipos de HPV não 
cancerígenos. 
• Lesões subclínicas (não visíveis ao olho nu): podem ser 
encontradas nos mesmos locais das lesões clínicas e não 
apresentam sinal/sintoma. As lesões subclinas podem ser 
causadas por tipos de HPV de baixo e de alto risco para 
desenvolver câncer. 
Podem acometer vulva, vagina, colo do útero, região perianal, ânus, 
pênis (geralmente na glande), bolsa escrotal e/ou região pubiana. 
Menos frequentemente, podem estar presentes em áreas 
extragenitais, como conjuntivas, mucosa nasal, oral e laríngea. Mais 
raramente, crianças que foram infectadas no momento do parto 
podem desenvolver lesões verrucosas nas cordas vocais e laringe 
(Papilomatose Respiratória Recorrente). 
→TRATAMENTO: O tratamento das verrugas anogenitais (região 
genital e no ânus) consiste na destruição das lesões. Independente de 
realizar o tratamento, as lesões podem desaparecer, permanecer 
inalteradas ou aumentar em número e/ou volume. Sobre o 
tratamento: 
• Deve ser individualizado, considerando características 
(extensão, quantidade e localização) das lesões, 
disponibilidade de recursos e efeitos adversos; 
• São químicos, cirúrgicos e estimuladores da imunidade; 
• Podem ser domiciliares (autoaplicados: imiquimode, 
podofilotoxina) ou ambulatoriais (aplicado no serviço de 
saúde: ácido tricloroacético - ATA, podofilina, 
eletrocauterização, exérese cirúrgica e crioterapia), 
conforme indicação profissional para cada caso; 
• Podofilina e imiquimode não deve ser usada na gestação. 
→Pessoas com imunodeficiência - as recomendações de tratamento 
do HPV são as mesmas para pessoas com imunodeficiência, como 
pessoas vivendo com HIV e transplantadas. Porém, nesse caso, o 
paciente requer acompanhamento mais atento, já que pessoas com 
imunodeficiência tendem a apresentar pior resposta ao tratamento. O 
tratamento das verrugas ano genitais não eliminam o vírus, por isso as 
lesões podem reaparecer. As pessoas infectadas e suas parcerias 
devem retornar ao serviço, caso identifique novas lesões. 
PREVENÇÃO ➔Vacinar-se contra o HPV é a medida mais eficaz de se 
prevenir contra a infecção. A vacina é distribuída gratuitamente pelo 
SUS e é indicada para:• Meninas e meninos de 9 a 14 anos, com esquema de 2 doses. 
Adolescentes que receberem a primeira dose dessa vacina nessas 
idades , poderão tomar a segunda dose mesmo se ultrapassado os 
seis meses do intervalo preconizado, para não perder a chance de 
completar o seu esquema; 
• Mulheres e Homens que vivem com HIV, transplantados de órgãos 
sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos na faixa etária de 
9 a 45 anos, com esquema de três doses ( 0,2,6 meses) , 
independentemente da idade; 
• A vacina não previne infecções por todos os tipos de HPV, mas é 
dirigida para os tipos mais frequentes: 6, 11, 16 e 18. 
→Exame preventivo contra o HPV, o Papanicolau é um exame 
ginecológico preventivo mais comum para identificar de lesões 
precursoras do câncer do colo do útero. Esse exame ajuda a detectar 
células anormais no revestimento do colo do útero, que podem ser 
tratadas antes de se tornarem câncer. 
➔Preservativo: o uso do preservativo (camisinha) masculino ou 
feminino nas relações sexuais é outra importante forma de prevenção 
do HPV. Contudo, seu uso, apesar de prevenir a maioria das IST, não 
impede totalmente a infecção pelo HPV, pois, frequentemente as 
lesões estão presentes em áreas não protegidas pela camisinha (vulva, 
região pubiana, perineal ou bolsa escrotal). A camisinha feminina, que 
cobre também a vulva, evita mais eficazmente o contágio se utilizada 
desde o início da relação sexual. 
Neisseria Gonorrhoeae- Gonorreia 
 Muitas mulheres com N. gonorrhoeae no colo uterino 
são assintomáticas. Por essa razão, as mulheres em grupo 
de risco devem ser rastreadas. Os fatores de risco para 
pacientes portadoras de gonococos com infecção 
potencial do trato reprodutivo superior são as seguintes: 
idade igual ou inferior a 25 anos, presença de outras 
infecções sexualmente transmissíveis, antecedente de 
infecção por gonococos, parceiro sexual recente ou 
múltiplos parceiros, prática sexual sem preservativos, 
compartilhamento de seringas ou objetos cortantes com 
resíduo de sangue e profissionais do sexo. 
→Sintomas: A gonorreia sintomática do trato reprodutivo 
inferior feminino pode se apresentar na forma de vaginite 
ou de cervicite. Em geral, as mulheres portadoras de 
cervicite descrevem uma secreção vaginal profusa sem 
odor, não irritante e de cor branca-amarelada. Os 
gonococos também podem infectar as glândulas de 
Bartholin e de Skene e a uretra, e ascender para o 
endométrio e as tubas uterinas, causando infecção no 
trato reprodutivo superior. 
→Diagnostico: A gonorreia é diagnosticada a partir da 
secreção colhida do pênis, da vagina ou do colo do útero. 
Com a amostra, é feito um exame PCR para buscar o DNA 
da bactéria Neisseria gonorrhoeae. 
 
HIV 
Aids é a Síndrome da Imunodeficiência Humana, 
transmitida pelo vírus HIV, caracterizada pelo 
enfraquecimento do sistema de defesa do corpo e pelo 
aparecimento de doenças oportunistas. 
Transmissão: O vírus HIV é transmitido por meio de 
relações sexuais (vaginal, anal ou oral) desprotegidas 
(sem camisinha) com pessoa soropositiva, ou seja, que 
já tem o vírus HIV, pelo compartilhamento de objetos 
perfuro cortantes contaminados, como agulhas, alicates, 
etc., de mãe soropositiva, sem tratamento, para o filho 
durante a gestação, parto ou amamentação. 
Sintomas: Quando ocorre a infecção pelo vírus causador 
da aids, o sistema imunológico começa a ser atacado. E 
é na primeira fase, chamada de infecção aguda, que 
ocorre a incubação do HIV – tempo da exposição ao vírus 
até o surgimento dos primeiros sinais da doença. Esse 
período varia de 3 a 6 semanas. O organismo leva de 8 a 
12 semanas após a infecção para produzir anticorpos anti-
HIV. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os 
de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria 
dos casos passa despercebida. Febre; Erupção cutânea; 
Nódulos no pescoço, nas axilas ou na virilha. Esses 
nódulos são linfonodos inchados, ou seja, órgãos 
minúsculos em forma de feijão que ajudam o organismo 
a combater infecções; Sensação de fraqueza e cansaço; 
Tratamento: Ainda não há cura para o HIV, mas há 
muitos avanços científicos nessa área que possibilitam 
que a pessoa com o vírus tenha qualidade de vida. O 
tratamento inclui acompanhamento periódico com 
profissionais de saúde e a realização de exames. A 
pessoa só vai começar a tomar os medicamentos 
antirretrovirais quando os exames indicarem a 
necessidade. Esses remédios buscam manter o HIV sob 
controle o maior tempo possível. A medicação diminui a 
multiplicação do vírus no corpo, recupera as defesas do 
organismo e, consequentemente, aumenta a qualidade 
de vida. Para que o tratamento dê certo, o soropositivo 
não pode se esquecer de tomar os remédios ou 
abandoná-los. O vírus pode criar resistência e, com isso, 
as opções de medicamentos diminuem. A adesão ao 
tratamento é fundamental para a qualidade de vida. 
Mesmo em tratamento, a pessoa com aids pode e deve 
levar uma vida normal, sem abandonar a sua vida afetiva 
e social. Ela deve trabalhar, namorar, beijar na boca, 
transar (com camisinha), passear, se divertir e fazer 
amigos. Atualmente, existem os medicamentos 
antirretrovirais – coquetéis antiaids que aumentam a 
sobrevida dos soropositivos. É fundamental seguir todas 
as recomendações médicas e tomar o medicamento 
conforme a prescrição. É o que os médicos chamam de 
adesão, ou seja, aderir ao tratamento. Há, também, 
outras atitudes que oferecem qualidade de vida, como 
praticar exercícios e ter uma alimentação equilibrada. 
Prevenção: O meio mais simples e acessível de prevenção 
ao HIV é o uso de preservativos masculino e feminino em 
todas as relações sexuais. 
Ter HIV e não ter aids: Há muitas pessoas positivas para 
o vírus HIV que vivem anos sem apresentar sintomas e 
sem desenvolver a doença. Elas podem transmitir o vírus 
pelas relações sexuais desprotegidas, pelo 
compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe 
para filho durante a gravidez e a amamentação. 
FIOPATOLOGIA: 
O HIV acopla-se e penetra nas células T do hospedeiro, a 
seguir libera RNA do HIV e enzimas para o interior da 
célula do hospedeiro. A transcriptase reversa do HIV 
transcreve o RNA viral em DNA proviral. O DNA proviral 
penetra no núcleo da célula do hospedeiro e a integrase 
do HIV facilita sua integração do DNA proviral para o 
interior do DNA do hospedeiro. Em seguida, a célula do 
hospedeiro produz RNA e proteínas de HIV. As proteínas 
do HIV são agregadas aos vírions e enviadas para a 
superfície da célula. A protease do HIV cliva as proteínas 
virais, convertendo o vírion imaturo em maduro, o vírus 
infeccioso. 
HTLV 
O HTLV é um vírus da mesma família do HIV e infecta 
células importantes para a defesa do organismo. 
É uma infecção causada pelo vírus T-linfotrópico humano 
(HTLV) que atinge as células de defesa do organismo, os 
linfócitos T. Sendo classificado em dois grupos: HTLV-I e 
HTLV-II. 
Contaminação: A infecção pelo HTLV está relacionada ao 
contato com sangue ou outros fluidos corporais de uma 
pessoa infectada. Dentre as principais formas de 
transmissão do vírus está a chamada ‘transmissão 
vertical’, que acontece quando a mãe infectada transmite 
o vírus para o bebê, seja na hora do parto ou no 
aleitamento; a relação sexual desprotegida, o que faz do 
HTLV uma infecção sexualmente transmissível; e o uso 
compartilhado de seringas, agulhas, alicates de unha ou 
outros utensílios. 
Sintomas: A maioria das pessoas portadoras do HTLV não 
desenvolverá problemas de saúde relacionados à 
infecção, porém, a depender do tipo de vírus, a doença 
pode causar complicações. 
➔O HTLV do tipo 1 pode causar uma doença neurológica 
crônica e grave chamada paraparesia espástica tropical, 
que pode comprometer o movimento das pernas e o 
controle da bexiga. Assim, as pessoas com esse problema 
precisam de acompanhamento especial com urologistas, 
neurologistas, além de fisioterapeutas. Outras doenças 
que podem acometer as pessoas com HTLV-1 é a 
leucemia e o linfoma de células

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