Buscar

Notícias Políticas em Brasília

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

www.correiobraziliense.com.br
CORREIO BRAZILIENSE
LONDRES, 1808, HIPÓLITO JOSÉ DA COSTA. BRASÍLIA, 1960, ASSIS CHATEAUBRIAND
BRASÍLIA, DISTRITO FEDERAL, QUARTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO DE 2023
CLASSIFICADOS: 3342.1000 • ASSINATURA / ATENDIMENTO AO LEITOR: 3342.1000 • assinante.df@dabr.com.br • GRITA GERAL: 3214.1166
NÚMERO 22.087 • 26 PÁGINAS • R$ 4,00
Na lista de demissões quase certas para a entrada do 
Centrão no governo, Ana Moser, do Esporte, foi ao 
Planalto falar com Lula, mas a troca não foi anunciada 
e ela segue no cargo por pelo menos mais um dia. 
Mudanças na Esplanada devem ser anunciadas hoje. 
PÁGINA 3
Ministros aposentados do STF 
condenaram a sugestão do presidente 
da República de que votos dos ministros 
deveriam ser secretos. Celso de Mello 
e Marco Aurélio Mello exaltaram 
a transparência dos atos da Corte. 
“Democracia não tolera o mistério”, 
escreveu Celso. Lula também recebeu 
forte contestação do Legislativo. 
Atleta olímpico, Caio Bomfim inaugurou, 
ontem, as novas pistas de atletismo da 
UnB. O complexo Mário Ribeiro Cantarino 
Filho tem padrão internacional e pode 
receber competições oficiais.
Esplanada pronta — Um megaesquema de segurança será acionado de hoje a sexta-feira, para garantir a tranquilidade dos eventos 
do 7 de Setembro. Além do tradicional desfile, haverá exposições e show aéreo. Confira outras opções para o feriadão. PÁGINAS 13 E 18
Proteção à mulher 
No CB.Poder, Ricardo Vale (PT), 
vice-presidente da CLDF, falou sobre leis 
para combater a violência. PÁGINA 14
Executivo local envia à Câmara Legislativa proposta para regularização 
fiscal, com redução de juros e parcelamento em 120 vezes. Pessoas físicas e 
jurídicas podem aderir. Tributos como ICMS, IPTU, IPVA e ITBI estão na lista
PÁGINA 
PÁGINA 2
Novo Refis do GDF 
busca renegociar 
R$ 35 bi em tributos
Reforma ministerial 
vira novela confusa 
Críticas a 
Lula por 
defender 
sigilo no 
Supremo
EUA alertam Coreia do 
Norte sobre apoio à Rússia
PÁGINA 9
PÁGINA 15
Denise Rothenburg
Luiz Carlos Azedo
Ana Maria Campos
Sem arrecadação, Lula não 
libera emendas. PÁGINA 4
Mesmo isolado, Bolsonaro 
tem força política. PÁGINA 3
Lei para o carbono mobiliza 
Leila Barros (PDT). PÁGINA 14
Câmara determina limite para juros do cartão de crédito
PÁGINA 7
PÁGINA 5
Ciclone tropical provocou fortes chuvas, onda de granizo e aumento repentino no nível do Rio Taquari e seus afluentes, causando inundações 
em cidades, e pelo menos 21 mortes no Rio Grande do Sul, nas últimas 48 horas. O Rio Guaíba, que corta Porto Alegre, está sendo monitorado.Devastação no Sul
A vitória
é azul
PÁGINA 20
Amido combate 
doença hepática
Cientistas desenvolvem 
suplemento que pode 
reduzir triglicerídios no 
órgão humano. PÁGINA 12
Maurício Tonetto/Secom Prefeitura de Passo Fundo /Divulgação
Minervino Júnior/CB/D.A Press Minervino Júnior/CB/D.A Press
Kayo Magalhães/CB/D.A Press
INÊS249 
2 • Correio Braziliense • Brasília, quarta-feira, 6 de setembro de 2023
Política Editor: Carlos Alexandre de Souza 
carlosalexandre.df@dabr.com.br
3214-1292 / 1104 (Brasil/Política)
No meio político, a declaração 
do presidente Lula também pro-
vocou reação. O presidente da 
Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afir-
mou que, caso os votos dos mi-
nistros do STF sejam secretos, “o 
princípio da transparência, que é 
tão exigido no televisionamento 
das decisões, vai ficar ofuscado”. 
O deputado disse não enten-
der a razão para a fala de Lula. 
“Longe de mim saber quais são os 
motivos que foram tratados pa-
ra (o presidente) dar uma decla-
ração como essa”, acrescentou. 
Parlamentares da oposição 
aproveitaram para atacar o go-
verno. “Não tem proposta, é só 
um devaneio presidencial. A 
questão da segurança dos mi-
nistros é relevante. Há medidas 
que podem ser debatidas e ado-
tadas, mas não essa”, comentou 
o senador e ex-juiz da Lava-Jato 
Sergio Moro (União-PR). 
Já o deputado Aécio Neves 
(PSDB-MG) relembrou outra fa-
la polêmica do petista, de que o 
conceito de democracia seria “re-
lativo” e teria significados dife-
rentes para cada pessoa.
“A transparência em todas as 
esferas públicas é uma das ba-
ses da democracia. Se acatada, 
essa proposta do presidente tra-
rá um enorme retrocesso ao país. 
O próximo passo será defender o 
retorno do voto secreto no Con-
gresso? Para preservar os parla-
mentares?”, declarou. 
O senador Alessandro Vieira 
(MDB-SE), por sua vez, que in-
tegra a base de Lula no Congres-
so Nacional, ironizou. Disse que 
a fala merece destaque no “con-
curso de frase mais tosca do ano”.
“Caro Lula, a democracia 
exige justamente o contrário, 
ou seja, máxima publicidade. 
Vale a lição histórica de que ‘a 
luz do sol é o melhor desinfe-
tante’”, pontuou.
“Debate válido”
Já o ministro da Justiça e Segu-
rança Pública, Flávio Dino, pro-
curou justificar a declaração de 
Lula, embora tenha evitado se 
posicionar sobre a mudança — 
ele é cotado a uma vaga no STF, 
mas tenta permanecer abaixo do 
radar nessa disputa. Dino argu-
mentou que algumas Supremas 
Cortes, como a dos Estados Uni-
dos, seguem o modelo de não 
divulgar os votos individuais de 
cada magistrado, apenas o resul-
tado final do julgamento. Para o 
ministro, esse é um “debate váli-
do”, mas que não será feito agora.
Questionado se uma even-
tual medida nesse sentido não 
reduziria a transparência do Ju-
diciário, ele negou. “Não, porque 
a decisão é comunicada de um 
modo transparente. Apenas há 
a primazia do colegiado sobre 
as vontades individuais. É um 
modelo possível”, respondeu. 
Perguntado sobre sua posição 
em relação ao assunto, driblou: 
“Não tenho elementos para di-
zer que um modelo é melhor 
do que o outro. Apenas acen-
tuar que, em ambos, há trans-
parência”. “Volto a dizer: não é 
um debate para agora, para es-
te governo, para este Congresso, 
mas, em algum momento, é um 
debate importante para esta na-
ção”, completou. (VC)
Reações até na base aliada
Lira: eventual medida ofuscaria o princípio da transparência
Discussão e votação de propostas. Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira
PODER
Ministros aposentados 
do STF criticam Lula
Celso de Mello e Marco Aurélio Mello rebatem sugestão do presidente da República de que os votos dos integrantes da 
Corte sejam secretos. Segundo ressaltam os magistrados, a transparência é uma das bases de uma sociedade democrática
M
inistros aposentados do 
Supremo Tribunal Fe-
deral (STF) dispararam 
críticas ao presidente 
Luiz Inácio Lula da Silva por suge-
rir que os votos dos magistrados 
da Corte sejam secretos. 
O ministro Celso de Mello 
emitiu uma nota na qual enfati-
zou que a sociedade deve acom-
panhar os fundamentos do voto 
dos magistrados, e a democracia 
não tolera o mistério. 
“Não se pode negar ao cida-
dão, em uma sociedade estrutu-
rada em bases democráticas, o di-
reito de conhecer os motivos que 
levam um magistrado a proferir 
seu julgamento, pois, nesse domí-
nio, há de preponderar, sempre, 
um valor maior, representado pe-
la exposição ao escrutínio público 
dos processos decisórios em cur-
so no Poder Judiciário”, declarou.
Segundo o ministro aposen-
tado, a transparência dos atos 
do poder público só é quebra-
da em regimes totalitários. “Os 
estatutos do poder numa Repú-
blica fundada em bases demo-
cráticas não podem privilegiar o 
mistério, porque a supressão do 
regime visível de governo, que 
tem na transparência a condi-
ção de legitimidade dos próprios 
atos, sempre coincide com tem-
pos sombrios e com o declínio 
das liberdades fundamentais. A 
Constituição da República não 
privilegia o sigilo! Ao contrário, 
ela dessacralizou o mistério co-
mo ‘praxis’ governamental, nota-
damente no âmbito do Poder Ju-
diciário”, acrescentou, em nota. 
Ao Correio, o também minis-
tro aposentado Marco Aurélio 
Mello ressaltou não haver pos-
sibilidade de voto sigiloso na 
Constituição Federal. Quando 
presidiu a Corte, uma de suas 
ações foi a criação da TV Justiça, 
em 2002, justamente para au-
mentar a transparência eveicu-
lar os julgamentos do STF. O mi-
nistro, porém, disse não acredi-
tar que Lula realmente defenda 
a possibilidade do voto secreto.
“Atribuo essa fala a um ato fa-
lho, e ele se expressou como se 
expressou. É um conceito bási-
co da Constituição Federal que o 
serviço público se baseia na pu-
blicidade. Não se coaduna com a 
nossa democracia, com a Cons-
tituição, o voto sigiloso”, frisou.
 » RENATO SOUZA
 » VICTOR CORREIA 
O presidente Lula durante a live semanal: “A sociedade não tem que saber como é que vota um ministro da Suprema Corte”
Ricardo Stuckert/PR
O magistrado ainda comen-
tou a afirmação do ministro da 
Justiça, Flávio Dino, de que a 
Suprema Corte norte-americana 
não divulga os pareceres indivi-
duais de seus integrantes, apenas 
o resultado final do julgamento. 
O argumento de Dino teve por 
objetivo justificar a fala de Lula.
Marco Aurélio Mello, porém, 
rebateu: “A Suprema Corte é nor-
teada pela Constituição. A nossa 
Constituição prevê a publicida-
de. Se nos Estados Unidos o sis-
tema é outro, o sistema é deles. 
Enquanto estivermos com essa 
Constituição, não há voto sigilo-
so”, apontou. “Não há espaço pa-
ra uma era de trevas”, emendou.
“Animosidade”
Lula deu a declaração, ontem, 
na live Conversa com o Presidente. 
Ele sustentou que a medida dimi-
nuiria a “animosidade” e as pres-
sões contra os integrantes da Cor-
te. “Se eu pudesse dar um conse-
lho, é o seguinte: a sociedade não 
tem que saber como é que vota 
um ministro da Suprema Corte. 
Acho que o cara tem que votar, 
e ninguém precisa saber. Votou a 
maioria 5 a 4, 6 a 4, 3 a 2. Aí, cada 
um que perde fica com raiva, cada 
um que ganha fica feliz”, ressaltou.
Na opinião de Lula, os magistra-
dos do Supremo sofrem hostilida-
des na rua em razão dos votos que 
proferem. “Para a gente não criar 
animosidade, acho que era preciso 
começar a pensar se não é o jeito 
de a gente mudar o que está acon-
tecendo no Brasil, porque do jeito 
que vai, daqui a pouco, um minis-
tro da Suprema Corte não pode 
mais sair na rua, não pode mais 
passear com a sua família, por-
que tem um cara que não gostou 
de uma decisão dele”, completou.
O presidente não esclareceu 
como seria o modelo que está 
sugerindo, mas não deixou dúvi-
das de que trata-se dos votos in-
dividuais dos magistrados, e não 
de uma alteração na transmissão 
das sessões, difundidas ao vivo 
pela TV Justiça e pela internet.
O petista defendeu o voto se-
creto em meio a críticas contra o 
ministro Cristiano Zanin, recém
-empossado na Corte por indi-
cação do petista, de quem foi ad-
vogado na Lava-Jato. Zanin vem 
sendo atacado, até mesmo pelo 
PT, por seus votos conservado-
res, como o contrário à descri-
minalização da maconha.
Não se pode negar ao cidadão, em 
uma sociedade estruturada em bases 
democráticas, o direito de conhecer os 
motivos que levam um magistrado a 
proferir seu julgamento”
Celso de Mello, ministro aposentado do STF
É um conceito básico da Constituição 
Federal que o serviço público se baseia 
na publicidade. Não se coaduna com a 
nossa democracia, com a Constituição, 
o voto sigiloso”
Marco Aurélio Mello, ministro aposentado do STF
Entidades repudiam
Organizações que defendem 
o combate à corrupção no país 
criticaram o presidente Lula. Em 
nota, a Transparência Interna-
cional Brasil e o Instituto Não 
Aceito Corrupção (Inac) refor-
çaram que a publicidade dos jul-
gamentos é essencial para a ma-
nutenção da democracia, e clas-
sificaram a proposta como um 
retrocesso.
Na nota da Transparência In-
ternacional Brasil, assinada pe-
lo diretor-executivo Bruno Bran-
dão, a organização afirma que 
o Poder Judiciário é o mais eli-
tista e menos transparente dos 
Três Poderes, e que a introdução 
do sigilo o tornará “ainda mais 
opaco e distante da sociedade” 
e na “direção contrária a qual-
quer projeto de democratização”.
“Conquistas como a TV Jus-
tiça cumprem verdadeiro papel 
de pedagogia constitucional, aju-
dando a enfrentar o déficit histó-
rico de cidadania em nosso país. 
Ao contrário do que Lula sugeriu, 
o Brasil precisa discutir e tratar 
com urgência as profundas de-
sigualdades no acesso à Justiça. 
O que demanda mais, não menos 
transparência”, frisou.
A TV Justiça também foi acla-
mada pelo Instituto Não Aceito 
Corrupção, que apontou que a 
sua criação, em 2002, permitiu 
que a sociedade acompanhasse 
o trabalho feito pelos ministros. 
Segundo o Instituto, a fala de Lu-
la causou “uma profunda perple-
xidade” e a sua sugestão não en-
contra amparo na Constituição.
“A proposição, sem respal-
do constitucional, vem na con-
tramão da necessária constante 
prestação de contas de cada um 
dos integrantes dos Três Poderes 
à sociedade, exceção natural ób-
via a temas judiciais que digam 
respeito à intimidade, que terão 
individualmente o sigilo decre-
tado, caso a caso, se necessário”, 
afirmou a organização.
INÊS249 
Correio Braziliense • Brasília, quarta-feira, 6 de setembro de 2023 • Política • 3
luizazedo.df@dabr.com.br
A antropologia 
explica a resiliência 
de Bolsonaro
Teólogo católico maldito, Leonardo Boff é um crítico dos 
fundamentalismos. Segundo ele, todos os sistemas culturais, 
científicos, políticos, econômicos e artísticos que se apresen-
tam como portadores exclusivos da verdade e da solução úni-
ca para os problemas são fundamentalistas. Ex-frade francis-
cano, considerado um dos fundadores da chamada Teologia 
da Libertação, suas críticas aos dogmas religiosos o levaram 
ao confronto com Roma. Nascido em Santa Catarina, seu no-
me de batismo é Genézio Darci Boff.
Os conceitos de Boff no livro Igreja, Carisma e Poder provo-
caram forte reação da Congregação para a Doutrina da Fé, en-
tão dirigida por Joseph Ratzinger, que viria a ser o Papa Bento 
XVI. Condenado ao “silêncio obsequioso”, Boff foi proibido de 
difundir suas ideias renovadoras sobre a relação da Igreja Ca-
tólica com o povo, por colocar “em perigo a sã doutrina da fé”.
À época, os padres católicos que adotaram a Teologia da Li-
bertação criaram as chamadas comunidades eclesiais de base, 
que estimulavam a população católica das periferias e grotões 
a lutarem por seus direitos. Com a punição de Boff, os que de-
fendiam suas ideias passaram a ser isolados pela própria hie-
rarquia da Igreja, o que acabou contribuindo para afastar do 
catolicismo grande parcela da população pobre do nosso país.
O anticlericalismo da esquerda brasileira, que estava sendo 
amortecido pelas comunidades eclesiais de base, voltou-se con-
tra a Igreja Católica, que havia desempenhado um importante 
papel na luta contra o regime militar. Ao mesmo tempo, os se-
tores mais conservadores do clero ampliaram a sua influência. 
Essa visão anticlerical da esquerda é dogmática e incapaz de 
compreender a importância da religião na vida da sociedade.
Desde sempre, os mitos e ritos religiosos existem como for-
ma de representação da nossa humanidade. Em diversos mo-
mentos, foram fatores de profunda divisão, com guerras san-
grentas, como aconteceu entre católicos e protestantes e, ho-
je, ainda acontece entre muçulmanos sunitas, xiitas e funda-
mentalistas. No século passado, por isso mesmo, os antropó-
logos franceses passaram a dedicar muita atenção às religiões.
A antropologia das religiões parte da ideia de que a huma-
nidade e sua cultura são realidades complexas e precisam ser 
estudadas com base em paradigmas mais científicos, para se-
rem compreendidas e respeitadas, como pensamento simbó-
lico. Não são manifestações apenas psicológicas, preenchem 
necessidades e revelam aspirações legítimas.
O antropólogo francês Lévi-Strauss, que lecionou na Uni-
versidade de São Paulo, realizou uma notável pesquisa sobre 
as estruturas de parentesco, ao estudar a vida dos índios nam-
biquaras, caingangues e bororos, que ainda hoje é uma refe-
rência. Sua distinção entre a ordem vivida, cuja base é a rea-
lidade objetiva, e a ordem concebida, que é a representação 
dessa mesma realidade, é consagrada.
Evangélicos
É pacífico que a estrutura dossistemas de representações e 
práticas religiosas tendem a assumir a função de instrumento 
de imposição e legitimação. O campo religioso não somente 
cumpre funções estritamente religiosas, mas se vincula a de-
mandas propriamente ideológicas. É aí que os evangélicos le-
vam vantagem. Desde quando os irmãos John e Charles Wes-
ley, clérigos anglicanos, inspirados em Martinho Lutero, im-
pactados pela extrema pobreza e as terríveis condições de 
saúde e de trabalho da Revolução Industrial, concluíram que 
a religião deveria adotar uma mensagem de “santidade social”, 
publicamente engajada nas questões sociais.
Os “evangelistas” passaram a levar a mensagem cristã aos 
mercados, campos e casas. Acreditaram no poder da transfor-
mação pessoal e social do cristianismo, combateram o tráfico 
de escravos, defenderam a educação gratuita e ajudaram a or-
ganizar os sindicatos ingleses. Seus seguidores passaram a se 
chamar metodistas. Com o tempo, essa forma de atuação se 
tornou uma característica das diversas igrejas e denominações 
evangélicas, sejam as mais tradicionais, sejam as pentecostais, 
que ocuparam o espaço vazio deixado pela desmobilização 
das comunidades eclesiais de base da Igreja Católica no Brasil.
Bolsonaro capturou o apoio da maioria dos evangélicos ao 
se opor sistematicamente às pautas identitárias da esquerda, 
que são vistas como um ameaça à preservação da família uni-
celular patriarcal. Esse apoio foi consolidado por sua aliança 
com a bancada evangélica no Congresso, um nó que o presi-
dente Luiz Inácio Lula da Silva ainda tenta desatar. Esse apoio 
evangélico explica em grande parte a resiliência eleitoral do 
ex-presidente da República. Tem um viés antropológico, que 
a ciência política não explica.
A nova relação entre religião e política no Brasil está muito 
cristalizada. A perda dos direitos políticos por oito anos e o isola-
mento a que Bolsonaro está sendo submetido no Congresso, após 
a tentativa de golpe de 8 de janeiro, não estão tendo o impacto 
que se imaginava na sua base eleitoral. Bolsonaro ainda mantém 
grande capacidade de transferir votos nas eleições municipais.
Mesmo o desgaste provocado pelo caso das joias que rece-
beu de presente da Arábia Saudita, e resolveu passar nos cobres, 
em vez de destinar ao patrimônio da União, ainda não abalou 
o prestígio popular de Bolsonaro como seus adversários espe-
ravam. De igual maneira, a desmobilização dos radicais de ex-
trema direita, cujos líderes estão sendo investigados e punidos 
por causa das invasões do Palácio do Planalto, do Congresso e 
do Supremo tribunal Federal (STF), também não desbaratou 
o bolsonarismo, que continua muito ativo nas redes sociais.
NAS ENTRELINHAS
Por Luiz Carlos Azedo 
O presidente Luiz Inácio Lula 
da Silva comparou a reforma mi-
nisterial a substituições de joga-
dores feitas por um técnico du-
rante um jogo de futebol. Ele 
também disse que é difícil co-
municar demissões de ministros.
Lula está nas últimas tratati-
vas para abrigar o Centrão no go-
verno. O bloco será representado 
por Silvio Costa Filho (Republica-
nos-PE), que deve assumir Por-
tos e Aeroportos, e André Fufuca 
(PP-MA), que deverá comandar 
uma versão turbinada do Minis-
tério dos Esportes.
O principal entrave à reforma 
é o que fazer com Márcio França, 
atual ministro dos Portos e Aero-
portos. Ele tem demonstrado re-
sistência a deixar o cargo.
“É sempre muito difícil cha-
mar alguém para dizer: ‘Olha, eu 
vou precisar do ministério por-
que fiz um acordo com um par-
tido político e preciso atender’, 
mas essa é a política”, declarou o 
presidente da República.
Ele disse que o governo preci-
sa construir uma maioria de vo-
tos no Congresso para aprovar 
seus projetos prioritários. A par-
tilha de poder por meio da no-
meação de ministros é uma das 
formas de obter apoio dos parti-
dos no Legislativo.
A entrada de PP e Republica-
nos no governo é negociada há 
meses. Auxiliares de Lula deram 
os anúncios como iminentes di-
versas vezes no período, mas o 
presidente vem adiando a de-
cisão. Há a expectativa de que o 
chefe do Executivo resolva o ca-
so até amanhã, quando embarca 
para a Índia depois do desfile do 
Dia da Independência.
O petista falou no programa 
Conversa com o Presidente, uma 
espécie de live semanal de Lula 
produzida pela Empresa Brasilei-
ra de Comunicação (EBC).
Difícil como demitir técnico de futebol
A 
prometida reforma mi-
nisterial virou um im-
bróglio que se arrasta há 
meses, mas há a expec-
tativa de que seja resolvido hoje. 
O presidente Luiz Inácio Lula da 
Silva segue na busca por ampliar 
a base de apoio na Câmara, mas 
a articulação do governo enfren-
ta tanto a voracidade do Centrão 
quanto as queixas de aliados de 
primeira hora, que não querem 
perder espaço na Esplanada.
O Progressistas (PP) sinalizou 
ao Planalto o descontentamen-
to com a possibilidade de assu-
mir o Ministério dos Esportes. A 
situação deve ser contornada se 
houver uma turbinada na pasta, 
com a incorporação da secreta-
ria que vai cuidar da arrecadação 
de jogos e teria um incremen-
to orçamentário de R$ 2 bilhões 
em 2024 — a área estava prevista 
para integrar o Ministério da Fa-
zenda. Essa medida, porém, tem 
de ser aprovada pelo Congresso.
A ministra dos Esportes, Ana 
Moser, foi chamada para uma re-
união, ontem, com Lula. Ela can-
celou compromissos, e especula-
va-se que o encontro marcaria a 
demissão da ministra. Sem decla-
rações oficiais, fontes do Planalto 
afirmaram que o encontro termi-
nou com a titular da pasta ainda 
no cargo. “Hoje (ontem), não foi 
demitida, mas isso não significa 
que ela necessariamente seguirá 
(no cargo de ministra)”, disse uma 
fonte palaciana. Já no Congresso, 
um importante líder do governo 
afirmou, sem rodeios, o contrá-
rio: “Se não foi (demitida), será”.
No processo de negociação, o 
que se diz na Câmara é que o go-
verno preferiu, antes de divulgar 
a reforma, aguardar a aprovação 
do texto-base do programa De-
senrola, que estabelece a rene-
gociação de dívidas e passou na 
Câmara por 360 votos a favor e 
18 contra. Pessoas ligadas ao mi-
nistério sustentaram que Lula 
PODER
 » HENRIQUE LESSA
 » EVANDRO ÉBOLI
 » MAYARA SOUTO
 Edilson Rodrigues/Agência Senado
Reforma ministerial 
deve ser anunciada hoje
teria pedido mais um dia para 
Ana Moser, tempo em que o go-
verno deve tentar resolver o im-
passe com o PP.
Porém, mesmo com os alia-
dos de primeira hora, a reforma 
ministerial sofre resistências. O 
ministro de Portos e Aeroportos, 
Márcio França, disse a interlocu-
tores que preferia sair do gover-
no do que ir para um Ministério 
de Pequenas e Médias Empre-
sas, que seria criado para aco-
modar o socialista. Nessa nego-
ciação, o vice-presidente Geral-
do Alckmin, do PSB, mesmo par-
tido de França, entrou no jogo 
para acalmar os ânimos.
Interlocutores apontam que 
Lula teria desistido de criar esse 
ministério porque ninguém se 
interessou, mas como o Portos e 
Aeroportos segue sendo a pasta 
cotada para ser entregue ao de-
putado federal Sílvio Costa Fi-
lho (Republicanos-PE), fala-se na 
possibilidade de França assumir 
a Indústria e Comércio, hoje com 
Alckmin. O vice-presidente dei-
xaria de ser ministro, mas assu-
miria o comando do Conselho 
de Desenvolvimento Econômi-
co e Social, o Conselhão.
“Quimera”
O deputado André Fufuca (PP-
MA), líder do Progressistas na 
Câmara e principal cotado pa-
ra ocupar a pasta de Moser, até a 
noite de ontem não se entendia 
como ministro. A pessoas próxi-
mas, tem dito que 90% do que sai 
na imprensa não procede e que o 
ministério “turbinado” é, até ago-
ra, uma “quimera”.
Fufuca caminhava, ontem, 
pelo Salão Verde da Câmara 
quando foi abordado, logo na 
entrada do plenário, pelo cole-
ga Antônio Brito, líder do PSD 
e primeiro vice-líder do maior 
bloco da Casa, formado por le-
gendas do Centrão. “Ministro! 
Espera, ministro. Se não está 
atendendo agora, imagina de-
pois que assumir”, disse sorrin-
do Brito a Fufuca, no diálogo 
observado pelo Correio. 
Fufuca voltoue negou: “Não 
tem nada disso”. E mostrou ao 
colega um papel com alguma in-
formação que apenas Brito viu 
e nenhum dos dois quis revelar 
à reportagem. A interlocutores, 
tem dito que nada lhe foi apre-
sentado, e ir ou não para o gover-
no ainda deve passar por uma úl-
tima conversa com sua bancada. 
A expectativa é de que, ao lon-
go do dia de hoje, Lula se reúna 
com Alckmin e Fufuca para bus-
car uma solução que agrade a to-
dos. Flávio Dino, ministro da Jus-
tiça e Segurança Pública, também 
comentou ontem sobre reforma 
ministerial. Disse que “todos fica-
rão felizes” com a decisão. Ques-
tionado sobre quando a “novela” 
acabaria, afirmou que seria en-
tre hoje (ontem) e amanhã (hoje).
Articulação do governo enfrenta tanto a voracidade do Centrão quanto as queixas 
de aliados de primeira hora, que não querem perder espaço na Esplanada
A ministra dos Esportes, Ana Moser, balança no cargo: ela teve reunião, ontem, com o presidente
O ministro da Justiça e Segu-
rança Pública, Flávio Dino, fez, 
ontem, um gesto de aproximação 
entre a Polícia Federal e as For-
ças Armadas, ao convidar o mi-
nistro da Defesa, José Múcio, e o 
comandante do Exército, general 
Tomás Paiva, para a cerimônia de 
formatura de alunos da PF. 
Ao discursar, Dino agradeceu 
a presença dos dois e frisou que 
ambas as instituições são “coir-
mãs” e devem atuar em sincro-
nia. Por exemplo, no combate a 
crimes na região amazônica. O 
presidente Luiz Inácio Lula da 
Silva também compareceu, as-
sim como o diretor-geral da PF, 
Andrei Rodrigues.
A relação entre PF e milita-
res vem sofrendo desgastes des-
de o início do governo, especial-
mente após operações policiais 
que miraram militares envolvi-
dos nos ataques de 8 de janeiro e 
na trama golpista para interferir 
no resultado das eleições do ano 
passado. A jornalistas, Dino des-
tacou que a “busca da concór-
dia” é maior do que eventuais di-
vergências entre as instituições.
“Destaco o alto significado da 
presença de Vossas Excelências 
aqui, uma vez que demonstra 
que, mais do que amigos, somos 
coirmãos. E as Forças Armadas e 
a Polícia Federal são instituições 
coirmãs, a serviço do Brasil, dos 
brasileiros e das brasileiras”, de-
clarou Dino, no encerramento da 
celebração. Segundo a pasta, for-
maram-se ontem 241 policiais fe-
derais, sendo 116 agentes, 89 es-
crivães e 36 delegados.
Atuação integrada
O ministro conversou com 
jornalistas após o fim da ceri-
mônia e comentou o tema. De 
acordo com Dino, a presença de 
Múcio e Paiva “mostrou o princi-
pal: são instituições que têm pa-
péis diferentes, mas nós temos 
que atuar juntos”.
“Eventuais divergências oca-
sionais, que possam ter existido, 
não são maiores do que a busca 
da concórdia. Então a PF, tenho 
certeza, ficou muito feliz com 
a presença das Forças Armadas 
aqui representadas, porque sig-
nifica que nós caminhamos jun-
tos, independentemente de epi-
sódios que estão em andamen-
to”, acrescentou.
Gesto de conciliação entre PF e FAs 
 » VICTOR CORREIA
Dino e Múcio na cerimônia de formatura de alunos da PF
Tom Costa/MJSP
4 • Política • Brasília, quarta-feira, 6 de setembro de 2023 • Correio Braziliense
Brasília-DF DENISE ROTHENBURG
deniserothenburg.df@dabr.com.br
Empresários lutam contra 
“chuva de impostos”
Último prazo para apresentação de 
emendas à proposta que impõe cobrança 
de imposto de renda aos incentivos 
concedidos nos estados, esta quarta-feira 
mobiliza todo o empresariado. A ideia é que 
se apresente, no mínimo, um “refis” para 
que eles possam pagar a perder de vista 
o que chamam de “chuva de impostos”. 
A avaliação de muitos que consultaram 
advogados é de que o caso de cobrança 
de IR nessas subvenções vai terminar na 
Justiça. A não ser que se chegue a um 
acordo quando a proposta for a voto.
Da parte do governo, a ordem é pressionar 
os parlamentares no seguinte sentido: se não 
houver aprovação das propostas relativas 
à arrecadação, vai ficar difícil cumprir a 
liberação de emendas parlamentares. Porém, 
muitos congressistas se sentem pressionados 
por todos os lados, porque se taxar quem 
produz, a criação de emprego e crescimento 
econômico ficará comprometida.
CURTIDAS
Alô, ICMBio! Alô, Ibama!/ Quem pretende 
passar o feriadão no Parque Nacional da 
Chapada dos Veadeiros pode se preparar: 
logo na chegada, o visitante terá que 
assistir um vídeo onde está dito com todos 
as letras: “Você é o único responsável pela 
sua segurança”. E mais: o parque não tem 
serviço de resgate. Qualquer problema, 
o visitante é obrigado a contactar o 
Corpo de Bombeiros. Também não há 
ambulância nem socorrista.
Alô, fiscalização!/ Não tem ambulância, 
mas há um serviço de van interno que 
cobra R$ 25 na ida e R$ 40 na volta da área 
das cachoeiras, fora os R$ 40 do ingresso 
do parque. E mais: os comprovantes 
oficiais de matrícula com QR code ou 
código de barras, válidos para cinemas 
e shows, não são aceitos. A Parquetur, 
concessionária do parque, só aceita 
a carteirinha da UNE, que não é mais 
obrigatória. A reclamação está geral.
A la Judiciário/ O presidente do Tribunal 
de Contas da União (TCU), Bruno Dantas 
(foto), decidiu seguir o modelo que o 
Poder Judiciário adotará para o feriado: 
sem ponto facultativo. Seja hoje ou na 
sexta-feira.
Marco Maciel/ O jornalista Magno 
Martins autografa seu mais novo livro, O 
Estilo Marco Maciel, em 26 de setembro, 
no Salão Nobre do Senado, com histórias 
inéditas sobre como o ex-vice-presidente 
da República encarava a política.
N
a sessão do Conselho de 
Ética de ontem, mais um 
relator de processo por 
quebra de decoro parla-
mentar mudou de opinião e de-
fendeu o arquivamento da ação, 
desta vez, contra o deputado 
Eduardo Bolsonaro (PL-SP). 
Josenildo Abrantes (PDT-AP), 
que relatou o caso, afirmou que ia 
pedir o seguimento da ação con-
tra o filho de Jair Bolsonaro, mas 
admitiu que, diante de vários ca-
sos julgados e arquivados, de par-
lamentares da esquerda e da di-
reita, iria tomar a mesma decisão.
Eduardo é acusado de quebra 
de decoro por ter disparado xin-
gamentos pesados contra o de-
putado Marcon (PT-RS) em uma 
reunião da Comissão de Traba-
lho. Marcon disse que a facada 
que Bolsonaro levou em Juiz de 
Fora (MG), em 2018, foi “fake”. 
Foi o suficiente para Eduardo 
partir para cima dele e o ofender 
com impropérios com “seu via-
do”, “seu puto” e outros.
“No primeiro momento, quan-
do fiz o voto, estava encaminhan-
do pela admissibilidade (aceita-
ção da ação). Entretanto, com o 
julgado de vários casos da opo-
sição e da situação, e observan-
do as falas de alguns integrantes 
experientes aqui, entendo que 
Eduardo agiu sob o calor da emo-
ção”, disse Josenildo no seu voto.
O caso só não foi arquiva-
do porque o deputado Chico 
Alencar (PSol-RJ) pediu vista, 
ou seja, adiou a votação do pa-
recer do relator. Deputados bol-
sonaristas tentaram demovê-lo 
da ideia e até ameaçaram que-
brar o clima de entendimento, 
dizendo que, a partir de agora, 
agiriam da mesma forma con-
tra representados governistas 
de partidos de esquerda.
“Agora que não vou mudar de 
opinião mesmo. Não estou nes-
se toma lá, dá cá que alguns es-
tão praticando aqui. Deixou cla-
ro que jamais duvidei da facada 
que o Bolsonaro levou. Foi algo 
criminoso, horrível”, enfatizou 
Alencar. “Mas acho que o depu-
tado Eduardo Bolsonaro deve-
ria estar aqui para explicar o que 
aconteceu (se referindo ao bate
-boca com o petista).”
Eduardo não compareceu ao 
conselho porque está em missão 
oficial. Ele foi representado por 
uma advogada, que argumen-
tou que suas ofensas se deram 
no “calor da emoção”.
Até agora, três conselheiros já 
mudaram seus pareceres e, em 
vez de pedir seguimento dos res-
pectivos processos, mudaram de 
opinião e encaminharam pelo ar-
quivamento das denúncias con-
tra os bolsonaristas Carla Zam-
belli (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL
-MG) e José Medeiros (PL-MT).
Outros dois casos contra depu-
tadas da oposição também foram 
arquivados hoje, no conselho, e 
livraram as deputadasTalíria Pe-
trone (PSol-RJ) e Juliana Cardoso 
(PT-SP) de responder por quebra 
de decoro parlamentar.
Farra no Conselho de Ética
 No colegiado, deputado Josenildo Abrantes segue “acordão” entre governo e oposição e pede arquivamento 
da ação contra Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, acusado de quebra de decoro por xingar colega
 » EVANDRO ÉBOLI
Reprodução/YouTube/Câmara dos Deputados
Eduardo Bolsonaro não participou da sessão do Conselho de Ética porque está em viagem oficial
PODER /
Agora que não vou 
mudar de opinião 
mesmo. Não estou 
nesse toma lá, dá 
cá que alguns estão 
praticando aqui”
Chico Alencar (PSol-RJ), 
deputado
A Polícia Federal (PF) vascu-
lhou 53 endereços em sete esta-
dos no âmbito da 16ª etapa da 
Operação Lesa Pátria, que inves-
tiga financiadores e fomentado-
res dos atos golpistas de 8 de ja-
neiro, que depredaram as sedes 
dos Três Poderes, em Brasília.
As diligências foram cum-
pridas em São Paulo (12), Ma-
to Grosso do Sul (2), Paraná (6), 
Santa Catarina (3) Tocantins 
(2), Ceará (2) e Minas Gerais 
(26), por ordem do ministro Ale-
xandre de Moraes, do Supremo 
Tribunal Federal (STF).
O ministro determinou o blo-
queio de bens, ativos e valores 
dos investigados, ressaltando 
que os danos causados ao patri-
mônio público possam chegar a 
R$ 40 milhões, segundo as esti-
mativas de investigadores.
A Operação Lesa Pátria inves-
tiga supostos crimes de abolição 
violenta do Estado Democrático 
de Direito, golpe de Estado, dano 
qualificado, associação crimino-
sa, incitação ao crime, destruição 
e deterioração ou inutilização de 
bem especialmente protegido.
Na semana que vem, o STF co-
meça a julgar os primeiros extre-
mistas bolsonaristas que atenta-
ram contra a democracia. Os jul-
gamentos estão marcados pa-
ra os dias 13 e 14. Em seguida, a 
Corte vai se debruçar sobre mais 
três processos. 
Esses primeiros julgamentos 
são de vândalos classificados co-
mo executores das quebradeiras. 
Até agora, somente seis proces-
sos foram liberados para apre-
ciação em plenário. 
Os presentes recebidos por 
Jair Bolsonaro durante o pe-
ríodo na Presidência da Re-
pública e que o Tribunal de 
Contas da União (TCU) deter-
minou que o ex-chefe do Exe-
cutivo os devolva, chegaram a 
ser catalogados na página ofi-
cial do Palácio do Planalto. E 
seguem lá até hoje.
O representante do Minis-
tério Público junto ao TCU, 
o procurador Lucas Furtado, 
listou 11 presentes e reco-
mendou ao tribunal reque-
rer imediatamente a devolu-
ção desses itens.
No site oficial do Planalto, 
esses presentes aparecem co-
mo “bens públicos”, e no ma-
terial estão descritas as leis, 
decretos e também um acór-
dão do próprio TCU, que dei-
xaram claro que essas peças, 
recebidas em cerimônias ofi-
ciais e com chefes de Esta-
do, pertencem ao patrimô-
nio da União. Alguns deles 
foram presentados a Bolso-
naro na posse, em 1º de ja-
neiro de 2019.
Os presentes foram catalo-
gados pela Diretoria de Docu-
mentação Histórica da Presi-
dência da República, que cui-
da do acervo durante a vigên-
cia do mandato presidencial.
O texto oficial reforça que 
apenas presentes de “natureza 
personalíssima” podem ser le-
vados pelo ex-presidente, e cita 
roupas, alimentos e perfumes.
Dessa lista, o item mais ca-
ro, uma maquete do templo 
do Taj Mahal, está avaliado 
em R$ 59,4 mil. (EE)
Radicais têm bens bloqueados
Presentes
registrados
A hora da verdade I
A senadora Tereza Cristina 
(PP-MS) está com um pedido 
pronto para promover uma 
audiência pública na Comissão 
Relações Exteriores do Senado. 
Ela quer chamar as autoridades 
para saber por que o governo Lula 
não dá sinais de que quer vencer 
os impasses para a assinatura do 
acordo Mercosul-União Europeia.
A hora da verdade II
Os negociadores europeus 
virão ao Brasil, na próxima 
semana, para uma reunião no 
Itamaraty a fim de tentar resolver 
os impasses — especialmente 
em torno das cláusulas 
ambientais. Acontece que o 
governo brasileiro tem colocado, 
também, a abertura das compras 
governamentais como parte 
desses entraves.
Pau que dá em Chico...
... dá em Francisco. Da mesma 
forma que os europeus poderão 
participar de licitações para 
fornecer produtos ao governo 
brasileiro, o acordo pode abrir um 
mercado de R$ 1 trilhão para os 
produtos brasileiros.
E a reforma, hein?
Conforme esta coluna 
antecipou há vários dias, 
o PP receberá o Ministério 
dos Esportes, reforçado por 
programas voltados à juventude 
e ao empreendedorismo. É 
o governo Lula se rendendo 
à realidade de que não se 
administra sozinho, nem sem 
atender aos novos aliados que 
têm votos no Congresso.
Ed
 A
lv
es
/C
B/
DA
.P
re
ss
INÊS249 
5 • Correio Braziliense • Brasília, quarta-feira, 6 de setembro de 2023
Brasil
Editor: Carlos Alexandre de Souza 
carlosalexandre.df@dabr.com.br
3214-1292 / 1104 (Brasil/Política)
Fenômeno trouxe fortes chuvas e ondas de granizo, o que provocou o aumento violento e rápido no nível dos cursos 
d’água. Do município de Muçum, que está praticamente inundado, foram retirados 15 corpos. Defesa Civil monitora o Rio Guaíba
CLIMA / 
Ciclone varre RS e deixa 
pelo menos 21 mortos
U
m ciclone extratropical 
deixou pelo menos 21 
mortos no Rio Grande do 
Sul, nas últimas 48 horas. 
O fenômeno aumentou vertigi-
nosamente o nível do Rio Taqua-
ri, que inundou várias cidades 
que estão ao longo do seu curso 
— veja a lista das mais atingidas 
no quadro ao lado. Fortes raja-
das de vento também puderam 
ser verificadas nesses municípios, 
deixando um rastro de destruição.
Segundo a Defesa Civil do es-
tado, o número de desabrigados 
no Rio Grande do Sul chegou 
a aproximadamente 1.650 pes-
soas e são pouco mais de 4,5 mil 
os desalojados. Muitas casas so-
freram danos por conta da venta-
nia, da chuva forte e da queda de 
granizo. Houve falta de energia 
em dezenas de cidades e ainda 
há muitos pontos de alagamento.
O ciclone desencadeou uma 
série de fortes chuvas, que fez com 
que os níveis do Rio Taquari e de 
afluentes subissem muito e rapi-
damente. Somente no município 
de Roca Sales, um dos mais atin-
gidos, a cheia foi de mais de 13m 
em menos de 12 horas. A prefeitu-
ra alertou à população, pelas redes 
sociais, que a Defesa Civil e o Cor-
po de Bombeiros não conseguiam 
auxiliar todos os que precisavam. 
Por isso, recomendou que os mo-
radores que tivessem condições 
se refugiassem nos telhados das 
casas à espera de resgate.
80% alagado
Somente no município de 
Muçum, na região do Vale do Ta-
quari, foram localizados 15 cor-
pos. Mais de 80% da cidade ficou 
alagada. “É o maior volume de 
mortes em um evento climático 
no estado do Rio Grande do Sul. 
Centenas de pessoas se mobili-
zaram em uma rede proteção e 
salvamos milhares de vidas. Mas, 
infelizmente, 21 vidas não pude-
ram ser salvas”, lamentou o go-
vernador Eduardo Leite (PSDB), 
depois de visitar Lajeado, outro 
município muito afetado.
As equipes de resgate estão 
concentradas na região do Vale 
do Taquari, onde os impactos do 
ciclone foram grandes. Os pio-
res saldos são de Muçum e Ro-
ca Sales, cujas comunidades es-
tão mais de 80% submersas. Nos 
dois municípios, todo o comér-
cio do centro, a prefeitura e as 
escolas estão debaixo d’água — 
além disso, há regiões rurais que 
estão completamente isoladas, 
uma vez que não têm energia elé-
trica e serviço de telefonia.
“Em algumas comunidades, 
onde a água chegou a um volume 
que nunca tivemos um preceden-
te como este, muitas pessoas não 
entenderam que os alertas eram 
para valer e a água subiu rapida-
mente”, explicou o governador.
De acordo com o coronel Mar-
cus Vinícius Gonçalves Oliveira, 
da Defesa Civil do estado, ao me-
nos 18,5 mil pessoas foram afe-
tadas diretamente pelo ciclone 
e seus efeitos. Ele destacou que 
solicitou apoio do Ministério da 
Defesa. Afirmou, ainda, que o 
Rio Guaíba, que corta Porto Ale-
gre, também está sendo monito-
rado, em razão da possibilidade 
de um pico de elevação no nível 
nas próximas horas — recebe as 
águas de vários afluentesque, 
hoje, estão vertendo a subida ex-
pressiva de volume.
Nas redes sociais, o presiden-
te Luiz Inácio Lula da Silva la-
mentou a situação e disse que 
todo o aparato federal está à 
disposição do governo gaúcho. 
(Com Agência Estado)
*Colaboraram Marina Dantas e 
Leticia Torres, estagiárias sob a 
supervisão de Fabio Grecchi 
Equipes tiveram dificuldades para resgatar feridos pela passagem do ciclone em municípios ao longo do Taquari
Mauricio Tonetto/GRS
Informe Publicitário
Em cerimônia ontem no Pa-
lácio do Planalto, o presidente 
Luiz Inácio Lula da Silva demar-
cou dois territórios indígenas na 
Amazônia. Um é o de Rio Gregó-
rio, em Tarauacá (AC), com mais 
de 187,1 mil hectares e que per-
tence aos povos katukina e ya-
wanawá. O outro é a comunida-
de de Acapuri de Cima, em Fon-
te Boa (AM), com 18,3 mil hecta-
res e no qual está o povo kokama. 
As duas reservas foram definidas 
para marcar o Dia da Amazônia, 
celebrado em 5 de setembro.
“A União tem na Amazônia 
Legal nada menos que 50 mi-
lhões de hectares de terras pú-
blicas. É o equivalente a uma 
Espanha inteira em meio à flo-
resta”, comentou o presidente, 
ressaltando a importância de 
o governo dar um “destino cla-
ro” para esses territórios. Em 
abril, outras seis áreas destina-
das aos povos originários foram 
demarcados no Acre, em Ala-
goas, no Rio Grande do Sul, no 
Ceará, em Goiás e no Amazonas.
O presidente aproveitou a 
oportunidade para anunciar a 
destinação de terras da União e 
do Instituto Nacional de Coloni-
zação e Reforma Agrária (Incra) 
aos povos indígenas, quilombo-
las, pequenos agricultores, além 
de destinar parte delas à preser-
vação ambiental. Lula também 
retomou a Câmara Técnica de 
Destinação e Regularização Fun-
diária de Terras Públicas Fede-
rais Rurais — que será coman-
dada pelo Ministério do Desen-
volvimento Agrário e Agricultu-
ra Familiar. Será este colegiado 
que terá a atribuição de destinar 
as terras selecionadas pelo Incra.
Ao Correio, a ministra do 
Meio Ambiente e Mudança do 
Clima, Marina Silva, reforçou a 
importância das demarcações. 
“Com esses atos, estamos tra-
balhando a agenda de regula-
rização fundiária e dos investi-
mentos nas atividades produti-
vas sustentáveis, que é um tri-
lho do Plano de Ação para Pre-
venção e Controle do Desmata-
mento na Amazônia Legal (PP-
CDAm)”, salientou. 
 » MAYARA SOUTO
AMAZÔNIA
Lula demarca novas reservas
Joênia Wapichana (presidente da 
Funai) com aviso de demarcação
Ricardo Stuckert/PR
3003-2433
(o custo é de uma ligação local
em qualquer região do País,
mesmo que solicite o DDD)
www.ciee.org.br
para
Um encontro para trocar experiências e mostrar como a educação transforma
vidas. Com esse propósito, a Fisia - distribuidora da Nike no Brasil - e a
associação Somos CIEE realizaramumevento para reunir os 19 jovens bolsistas
autodeclarados pretos e pardos que estão desde 2022 no ensino superior.
Tambémparticipou desse bate-papoa campeãolímpica de vôlei, FernandaGaray.
durante o períodode formaçãopara custeio dematerial, transporte e alimentação,
BrasíliaAno IV - nº 631
Somos CIEE e Nike reúnem jovens bolsistas
para bate-papo sobre suas experiências
r
Atendimento por WhatsApp
11 3003 2433
www.ciee.org.br
“O Somos CIEE contribui efetivamente para a inclusão no mundo do trabalho.
do CIEE.
Acesse
6 • Brasil • Brasília, quarta-feira, 6 de setembro de 2023 • Correio Braziliense
TRAGÉDIA
STJ anula júri da Boate Kiss
Ministros concordam com decisão do TJRS. Mais de 10 anos depois, nenhum dos acusados pela morte de 242 frequentadores foi punido
A 
6ª turma do Superior Tri-
bunal de Justiça (STJ) de-
cidiu, ontem, manter a 
anulação do tribunal do 
júri que condenou quatro pes-
soas pela tragédia da Boate Kiss 
— na qual morreram 242 pessoas 
e 636 pessoas feridas, em 27 de ja-
neiro de 2013. Após 10 anos, até o 
momento ninguém foi responsa-
bilizado pela justiça. A Corte de-
cidiu pela suspensão por 4 x 1 e as 
famílias das vítimas lamentaram 
o resultado, que classificaram co-
mo “decepcionante”.
Com a decisão, as condena-
ções dos réus — Elissandro Spohr 
e Mauro Londero Hoffmman, só-
cios da casa noturna, e Marcelo 
de Jesus dos Santos e Luciano Bo-
nilha Leão, integrantes da banda 
Gurizada Fandangueira — foram 
anuladas. O Ministério Público 
(MP) pode recorrer ao Supremo 
Tribunal Federal (STF), mas um 
novo júri está previsto para acon-
tecer daqui a três meses.
O STJ reconheceu as seguin-
tes nulidades: irregularidades 
na escolha dos jurados; reali-
zação de uma reunião privada 
entre juiz e jurados; ilegalida-
de na elaboração dos quesitos; 
e suposta inovação da acusação 
na fase da réplica. Os advoga-
dos dos réus pediram a anula-
ção do julgamento.
Em agosto de 2022, por 2 x 1, a 
1ª Câmara Criminal do Tribunal 
de Justiça do Rio Grande do Sul 
(TJ-RS) anulou o júri, ocorrido 
em dezembro de 2021. O MP re-
correu ao STJ para que a decisão 
do julgamento fosse mantida.
Em junho, o ministro relator 
Rogerio Schietti defendeu o res-
tabelecimento das condenações, 
pois considerou que os pontos 
levantados pelas defesas dos réus 
não influenciaram o julgamento. 
O magistrado ainda elogiou o juiz 
Orlando Faccini Neto, que presi-
diu o júri dos quatro responsabi-
lizados pela tragédia. Os ministros 
Antonio Saldanha Palheiro, Sebas-
tião Reis, Jesuíno Rissato e Lau-
rita Vaz discordaram do relator e 
mantiveram a anulação decidida 
pela 1ª Câmara Criminal do TJ-RS.
Divergência
Palheiros, Reis e Saldanha 
apontaram a reunião do juiz Fac-
cini Neto com os jurados como 
“completamente irregular e anô-
mala”. Para o ministro Saldanha, 
a reunião “traz uma influência 
que não tem como salvar o pro-
cedimento”. “Uma opinião do 
magistrado traz uma influência 
que não tem como salvar o pro-
cedimento. A própria incomuni-
cabilidade dos juros fica compro-
metida”, destacou.
Rissato também foi crítico em 
relação à reunião entre o juiz e 
os jurados. “Como essa Corte é 
uma Corte de precedentes, não 
podemos admitir que em qual-
quer comarca, em qualquer juí-
zo deste país, o presidente do 
tribunal do júri resolve suspen-
der o júri para ter uma reunião 
a sós com os jurados sem par-
ticipação das partes”, criticou.
A Associação de Familiares 
das Vítimas da Tragédia de Santa 
Maria (AVTSM) lamentou a de-
cisão. “Mais uma decepção com 
o Judiciário. Com isso, os quatro 
réus continuam em liberdade e 
um novo julgamento será mar-
cado. Até quando a impunida-
de vai servir à injustiça? Foram 
242 vidas roubadas, 636 jovens 
que sobreviveram àquela noi-
te marcada pela ganância e pe-
lo horror. São famílias destruí-
das, pais e mães que, 10 anos 
depois, lutam e esperam pe-
la justiça”, criticou a entidade. 
Elissandro Spohr, Mauro Hof-
fmman, Marcelo de Jesus dos 
Santos e Luciano Bonilha foram 
sentenciados a penas de 18 a 22 
anos de prisão.
Com a tragédia, houve mudan-
ças na legislação do Rio Grande 
do Sul, com normas de preven-
ção e combate a incêndios a todos 
os imóveis não considerados co-
mo unifamiliares exclusivamen-
te residenciais. Com a chamada 
“Lei Kiss”, edifícios passaram a ser 
classificados como de baixo, mé-
dio ou alto risco de chamas.
*Estagiária sob a supervisão de 
Fabio Grecchi
Quando a tragédia fez 10 anos, em janeiro, parentes ergueram um memorial na Kiss Interior da boate se mantém tal como na noite em que os jovens perderam a vida
Tomaz Silva/Agência Brasil Renan Mattos/Esp.CB/D.A Press
 » ISABEL DOURADO*
Já assentou a poeira das elei-
ções e de início de governo e che-
gou setembro, o nono mês da 
atual administração federal. Na 
porta de setembro estão batendo 
prefeitos, principalmente os do 
Nordeste, onde o presidente Luiz 
Inácio Lula da Silva saiu vitorio-
so. Das janelas da Faria Lima, em 
São Paulo, já se vêem rostos sur-
presos, apreensivos e, talvez, ar-
rependidos por terem assinado a 
tal Carta pela Democracia.
No Congresso, o calor da elei-
ção já baixou e perdeu-se a opor-
tunidade de agir sob a força de 
votos ainda frescos. A picanha 
não secoletivizou e essa pode ser 
a pior parte. A favor do governo, 
não há restrições de pandemia e 
o fato de a mídia ser sempre anti
-Bolsonaro, desde que ele entrou 
na política e, por consequência, 
agir pró-Lula. Isso gera notícia 
em favor do governo e emudece 
a saudável crítica.
No entanto, números não são 
opiniões, mas fatos. Em julho, os 
crescentes gastos do governo fe-
deral já superaram a decrescen-
te arrecadação em R$ 36 bilhões. 
Para o ano que vem, ano eleito-
ral, faltam R$ 168 bilhões. Cla-
ro que quem pagará isso somos 
nós. O Arcabouço FIscal — eufe-
mismo para o arrombamento do 
teto de gastos — vai permitir, em 
2024, um acréscimo de R$ 129 bi-
lhões nas despesas.
O governo quer uma refor-
ma tributária que o permita ar-
recadar mais. Anuncia que vai 
cobrar dos ricos, mas o cobra-
do por cima se derrama para 
baixo. O consumidor vai pagar 
o imposto que estará embutido 
nos preços. Quer cobrar do as-
salariado três vezes mais de im-
posto sindical para garantir a 
boa vida das cúpulas sindicais 
que apoiam o governo.
Como não se saiu bem na 
eleição para deputados e sena-
dores, o governo os atrai com 
liberação de emendas e oferta 
de cargos. E tudo tem um cus-
to, inclusive o de ampliar o mi-
nistério. E a mexida agrada uns 
e desagrada outros. Trocar PT 
por Centrão tem ônus políti-
co-eleitoral. Assim como voltar 
ao antigo sistema de contratar 
publicidade estatal em troca de 
apoio. Aliás, a propaganda é a 
alma do governo.
Na Câmara, é grande a ani-
mação em torno de uma refor-
ma administrativa que limite o 
inchaço do Estado. O governo 
não quer porque sua ideologia é 
a do Estado grande se impondo 
a uma nação fraca e obediente. 
Lula já expressou sua admiração 
ao sistema chinês, onde o gover-
no fala e o povo cala. E não con-
seguiu impedir a prorrogação da 
desoneração da folha.
Giros internacionais
Na política externa, há mui-
tas viagens. Mas só isso. A des-
ta semana é a 13ª e vai à Índia. 
A ideologia está atrapalhando. 
Até a Human Rights Watch cri-
ticou o governo Lula por suas 
omissões ante as agressões 
aos direitos humanos na Vene-
zuela, Cuba, Nicarágua, Chi-
na e Rússia. A tentativa de im-
por Nicolás Maduro na reunião 
regional em Brasília pegou mal 
até ante o esquerdista chileno 
Gabriel Boric.
As declarações do presidente 
sobre o conflito Rússia-Ucrânia 
têm sido desastrosas. Enfim, ter-
minam-se as preliminares e já é 
tempo de medir resultados. No-
ta-se muita propaganda e um si-
nuoso rumo político, junto com a 
inglória tentativa de fechar con-
tas com gastos inchando.
Ao chegar setembro, as ex-
pectativas criadas começam a 
gerar frustrações pela consta-
tação que o governo atual es-
tá menos parecido com os dois 
mandatos passados de Lula e 
mais semelhante aos períodos 
de Dilma Rousseff.
O CONSUMIDOR VAI PAGAR O IMPOSTO QUE ESTARÁ EMBUTIDO NOS PREÇOS. QUER COBRAR DO ASSALARIADO 
TRÊS VEZES MAIS DE IMPOSTO SINDICAL PARA GARANTIR A BOA VIDA DAS CÚPULAS SINDICAIS QUE APOIAM O GOVERNO
ALEXANDRE GARCIA (cartas: SIG, Quadra 2, Lote 340 / CEP 70.610-901)
Chegou setembro
As operações de combate ao 
trabalho em situação análoga à 
escravidão registraram um no-
vo recorde, em agosto, de pes-
soas retiradas dessa condição. A 
Operação Resgate III libertou 532 
pessoas que eram mantidas cati-
vas, segundo o Ministério do Tra-
balho e Emprego (MTE).
Os estados com mais pes-
soas resgatadas são Minas Ge-
rais (204), Goiás (126), São Paulo 
(54), Piauí e Maranhão (42 cada). 
O maior número de vítimas foi re-
tirada da área rural. O cultivo de 
café lidera a lista das denúncias 
de manutenção de trabalhado-
res em condições análogas à es-
cravidão (98), seguida do cultivo 
de alho (97) e de batata e cebola 
(84). Durante a operação, tam-
bém foram resgatadas 26 crian-
ças e adolescentes submetidos 
ao trabalho infantil — seis delas 
em situação de servidão.
Segundo o ministro do Tra-
balho e Emprego, Luiz Marinho, 
entre as razões para o aumen-
to dos casos de escravidão foi 
o afrouxamento da fiscalização 
no governo do ex-presidente Jair 
Bolsonaro, somado ao modelo 
da reforma trabalhista. Para ele, 
a alteração na lei sobre a terceiri-
zação de trabalhadores, aprova-
da no governo do ex-presidente 
Michel Temer (MDB), em 2017, 
contribuiu para o cenário de ex-
ploração de mão de obra.
“O que foi feito na última re-
forma trabalhista em relação ao 
item terceirização, infelizmente 
respaldado pelo Supremo Tribu-
nal Federal, é o grande responsá-
vel pelo que estamos assistindo 
no trabalho análogo à escravi-
dão”, criticou Marinho.
Entre os casos destacados 
pelo ministro está o de uma 
mulher de 90 anos que tra-
balhava como doméstica no 
Rio de Janeiro. Esteve nesta 
condição por aproximadamen-
te 50 anos antes de ser resgata-
da pela força-tarefa.
Marinho ressaltou que o com-
bate ao trabalho escravo precisa 
não apenas da colaboração dos 
órgãos públicos, mas, também, 
da indignação de toda a socie-
dade “contra essa iniquidade que 
existe em toda a parte do mundo”.
Ele destacou que os números 
confirmam o problema e que to-
dos precisam se mobilizar contra 
a exploração do trabalho. “Esta-
mos admitindo que existe o pro-
blema e queremos mostrá-lo pa-
ra resolver”, salientou.
Como resultado da fiscaliza-
ção, os trabalhadores resgata-
dos receberam, até o momento, 
cerca de R$ 3 milhões em ver-
bas rescisórias. Foram pagos, 
ainda, outros R$ 2 milhões em 
multas por danos morais coleti-
vos. Mas segundo o ministério, 
este montante tende a crescer, 
pois muitos pagamentos ainda 
estão em processo de negocia-
ção com os empregadores ou 
serão judicializados.
Segundo o MTE essa foi a 
maior ação conjunta de comba-
te ao trabalho escravo e tráfico de 
pessoas no Brasil. A ação envol-
veu, além do Trabalho, o Ministé-
rio Público do Trabalho (MPT), o 
Ministério Público Federal (MPF), 
a Defensoria Pública da União 
(DPU), a Polícia Federal (PF) e a 
Polícia Rodoviária Federal (PRF).
 » HENRIQUE LESSA
TRABALHO ESCRAVO
532 pessoas tiradas da 
exploração em agosto
Em Minas, precariedade e falta de higiene de alojamento de trabalhadores mantidos em servidão na cultura do café
Secom/MTE
O que foi feito na 
última reforma 
trabalhista em relação 
ao item terceirização, 
infelizmente respaldado 
pelo Supremo Tribunal 
Federal, é o grande 
responsável pelo que 
estamos assistindo 
no trabalho análogo à 
escravidão”
Luiz Marinho, ministro do 
Trabalho e Emprego
7 • Correio Braziliense — Brasília, quarta-feira, 6 de setembro de 2023
Economia Editor: Carlos Alexandre de Souza 
carlosalexandre.df@dabr.com.br
3214-1292 / 1104 (Brasil/Política)
0,56%
Nova York
Euro
R$ 5,303
Comercial, venda 
na terça-feira
CDB
12,93%
Prefixado 
30 dias (ao ano)
Salário mínimo
R$ 1.320
Inflação
IPCA do IBGE (em %)
Março/2023 0,71
Abril/2023 0,61
Maio/2023 0,23
Junho/2023 -0,8
Julho/2023 0,12
Dólar
Na terça-feira Últimos 
R$ 4,974
(+ 0,82%)
30/agosto 4,869
31/agosto 4,951
1/setembro 4,940 
4/setembro 4,935
Ao ano
CDI
13,15%
Bolsas
Na terça-feira
0,38%
São Paulo
Pontuação B3
Ibovespa nos últimos dias
 31/8 1/9 4/9 5/9
115.742 117.331
CARTÕES DE CRÉDITO
Câmara aprova 
limite para juros
Projeto dá prazo de 90 dias para governo definir teto, caso contrário encargos não podem ultrapassar 100% do valor 
original da dívida. Texto, que ainda precisa ser examinado pelo Senado, ratifica também o programa Desenrola
A 
Câmara dos Deputados 
aprovou ontem, em vo-
tação simbólica, proje-
to de lei que determina 
a fixação de um limite para os 
juros do cartão de crédito, uma 
estratégia para proteger consu-
midores do rotativo do cartão 
de crédito que, atualmente, ul-
trapassa 400% ao ano. O texto 
incorpora também o Desenro-
la, programa de renegociação 
de dívidas que havia sido ins-
tituído por medida provisória 
pelo governo. O projeto segue 
agorapara o Senado.
A proposta dá um prazo de 90 
dias, a partir da publicação da 
lei, para que emissoras de car-
tão de crédito estabeleçam uma 
regulamentação, que deverá ser 
aprovada, ainda, pelo Conselho 
Monetário Nacional (CMN). Se 
isso não ocorrer, o total de juros 
e encargos não poderá ultrapas-
sar o valor da dívida original, ou 
seja, passará a valer um limite de 
100% para os encargos. O texto 
aprovado é um substitutivo do 
relator, deputado Alencar Santa-
na (PT-SP), para o Projeto de Lei 
2685/22, do deputado Elmar Nas-
cimento (União-BA). 
Apenas o partido Novo e o 
deputado Cabo Gilberto Silva 
(PL-PB) foram contrários à pro-
posta. “Se você facilita dema-
siadamente a vida do credor, 
prejudica o sistema financeiro. 
Somos contra o governo tabe-
lar juros, regulando o dinheiro 
 » ÂNDREA MALCHER
Proposição foi aprovada por ampla maioria dos deputados na sessão de ontem, tendo recebido apenas dois votos contrários
 Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
alheio”, pontuou Gilson Mar-
ques (Novo-SC). 
Para o relator, o projeto mos-
tra o compromisso do parlamen-
to com o povo brasileiro. “Que 
possamos ter uma condição mais 
justa e adequada nos juros pra-
ticados sobre o cartão de crédito 
no país”, disse Santana.
O crédito rotativo é uma 
modalidade acionada quando 
o cliente não paga o total da 
fatura do cartão de crédito. O 
projeto também permite a por-
tabilidade do saldo devedor do 
cartão, uma forma de estimu-
lar a competição e a redução 
da taxa de juros.
Desenrola
Alencar Santana também in-
cluiu no projeto todo o texto da 
Medida Provisória 1176/23, que 
criou o Programa Desenrola Brasil 
a fim de incentivar a renegociação 
de dívidas, ofertando garantia pa-
ra aquelas de pequeno valor (até 
R$ 5 mil). Além de bancos, o tex-
to prevê que clientes renegociem 
dívidas com varejistas, bem como 
contas como água, luz e telefonia. 
O texto da MP foi apensa-
do a uma proposta de teor simi-
lar de autoria de Elmar Nasci-
mento (União-BA) após negocia-
ções entre o ministro da Fazenda, 
Fernando Haddad, e o presidente 
da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) em 
uma tentativa de não descontinuar 
o programa, já que a MP iria ca-
ducar. “Foi tudo negociado, e não 
à toa que, ontem, o requerimento 
de urgência foi aprovado com 360 
votos favoráveis”, comentou Elmar 
antes da votação do texto-base. 
A Fazenda estima que o De-
senrola pode beneficiar até 70 
milhões de brasileiros endivida-
dos. Em julho, na primeira etapa 
do programa, a atenção foi vol-
tada para as dívidas bancárias. 
Os bancos limparam automa-
ticamente o nome daqueles que 
deviam até R$ 100 e contaram 
com benefícios regulatórios pa-
ra renegociar dívidas de pessoas 
com renda de até R$ 20 mil men-
sais, sem limitação para o valor. 
“Há informações de que mais de 
10 milhões de pessoas já foram 
beneficiadas — números expres-
sivos”, destacou o relator.
A segunda etapa deve come-
çar no fim deste mês, visando a 
população de baixa renda, com 
garantia do Tesouro. Poderão ser 
contemplados inadimplentes 
com renda de até dois salários 
mínimos e dívidas de até R$ 5 mil.
O relator acatou somente uma 
das oito emendas apresentadas ao 
projeto, a que inclui a obrigatorie-
dade da Caixa e do Banco do Brasil 
prestarem instruções aos devedo-
res que tiverem dificuldades com a 
plataforma do programa, de auto-
ria de Leo Prates (PDT-BA). Todos 
os destaques, sugestões pontuais 
ao texto base, foram rejeitados. 
Pressionado pelo presiden-
te da Câmara, deputado Arthur 
Lira (PP–AL), o governo deci-
diu criar um Grupo de Traba-
lho (GT) para elaborar uma pro-
posta de reforma administra-
tiva. Esta foi a deliberação da 
reunião realizada ontem entre 
os ministérios da Gestão e Ino-
vação, da Fazenda, do Planeja-
mento e da Casa Civil.
Na reunião, a ministra da 
gestão, Esther Dweck, apre-
sentou aos colegas uma rela-
ção de projetos que tramitam 
no Congresso ou que estão em 
formulação no âmbito de seu 
ministério, visando à moder-
nização do Estado. Ao sair do 
encontro, o ministro da Fazen-
da, Fernando Haddad, defen-
deu a aprovação do Projeto de 
Lei 6.726/2016, conhecido co-
mo PL dos supersalários.
“O PL dos supersalários po-
de disciplinar uma coisa im-
portante, colocar um fim a de-
terminados privilégios e signifi-
car uma economia robusta para 
o Estado brasileiro”, opinou Ha-
ddad. Aprovado na Câmara em 
2021, o PL está parado na Co-
missão de Constituição e Justi-
ça (CCJ) do Senado.
As declarações de Haddad são 
uma resposta à provocação de 
Lira, que vem defendendo, des-
de que o ministro anunciou o 
envio do projeto que taxa os su-
per-ricos e os fundos offshore, a 
votação da Proposta de Emenda 
Constitucional (PEC) 32, formu-
lada no governo de Jair Bolsona-
ro, que prevê a reforma. “Regi-
mentalmente, a PEC está pronta 
(para ir) para o Plenário. O que 
falta é apoio. É ter certeza de vo-
tos, é ter certeza de texto. É a gen-
te desmistificar as versões”, co-
mentou Lira na semana passada.
O presidente da Câmara rece-
beu um manifesto assinado por 
presidentes de 23 Frentes Parla-
mentares em apoio à proposta 
de colocar a PEC 32em votação.
Não era desejo da equipe eco-
nômica pautar esse assunto ago-
ra. Mas, como o governo preci-
sa aprovar matérias econômicas 
importantes, como a própria ta-
xação dos fundos, os ministros 
acenaram com a criação do Gru-
po de Trabalho.
Na reunião de ontem, o úni-
co titular ausente foi o ministro 
da Casa Civil, Rui Costa, que foi 
representado por sua secretária 
executiva, Miriam Belchior. O GT 
será composto pelos mesmos in-
tegrantes da reunião. 
 » EDLA LULA
FUNCIONALISMO
Reforma administrativa: governo terá proposta
Esther Dweck apresentou projetos para modernização do Estado
Valter Campanato/Agencia Brasil
Está cada vez mais difícil pa-
gar contas atrasadas, de acordo 
com a Confederação Nacional 
do Comércio de Bens e Serviços 
(CNC). Com o acesso ao crédi-
to dificultado por conta de ta-
xas de juros elevadas, a inadim-
plência registrou mais um re-
corde no Brasil em agosto. Nes-
se período, o índice de consu-
midores brasileiros sem condi-
ções de pagar dívidas atrasadas 
avançou para 12,7%, segundo a 
Pesquisa Nacional de Endivida-
mento e Inadimplência do Con-
sumidor (Peic), divulgada ontem.
O aumento da inadimplência 
também se reflete na quantidade 
de pessoas com pelo menos um 
tipo de dívida atrasada. De julho 
para agosto, o número de brasi-
leiros que passaram a conviver 
com esse tipo de situação saltou 
de 29,6% para 30%. Para o presi-
dente da CNC, José Roberto Ta-
dros, fatores que já vêm contri-
buindo há algum tempo para o 
aumento da inadimplência no 
Brasil continuam influenciando 
a situação atual no país. “A taxa 
de juros elevada e o crédito caro 
ainda são empecilhos à melhoria 
da situação financeira dos brasi-
leiros”, afirmou Tadros.
Na comparação por faixa de 
renda, quem mais sofre é quem 
recebe menos. A pesquisa reve-
lou que entre os consumidores 
que ganham até 3 salários míni-
mos, a taxa de inadimplentes su-
biu de 16,6% para 17,5%. Já pa-
ra os que recebem de 3 a 5 salá-
rios, o índice subiu de 10,6% para 
10,9%. Sobre isso, a economista 
da CNC responsável pela Peic, 
Izis Ferreira, explica que é cada 
vez mais difícil para o consumi-
dor que recebe menos, conseguir 
pagar todas as dívidas dentro do 
prazo de vencimento.
“Isso mostra que, mesmo com 
uma inflação trazendo uma tré-
gua para esse orçamento domés-
tico, ainda é um desafio conse-
guir negociar uma dívida ou pa-
gar uma dívida que está atrasa-
da há mais tempo e que sofre 
mais com esses juros altos que 
aumentam a despesa com juros 
e acabam tornando o valor da 
dívida muito significativo, e es-
sa família não consegue pagar”, 
avalia a economista.
Mesmo com o aumento da 
inadimplência, a pesquisa da 
CNC revelou que a quantidade 
de endividados (ou seja, quem 
possui qualquer tipo de dívida, 
independentemente do tempo) 
recuou no último mês. Na com-
paração de julho o índice caiu de 
78,1% para 77,4%, o menor pata-
mar desde junhode 2022. 
Em relação aos tipos de 
dívida, o maior destaque da 
pesquisa foi a diminuição das 
contas atrasadas no cartão 
de crédito. Nesta modalida-
de, houve uma redução de 0,4 
ponto percentual entre julho e 
agosto, o que resultou em um 
recuo de 85,9% para 85,5%. É 
a segunda queda consecutiva 
desse indicador, que atingiu o 
menor nível 2023. 
*Estagiário sob a supervisão 
 de Odail Figueiredo 
Número de pessoas inadimplentes continua em alta 
 » RAPHAEL PATI*
8 • Negócios • Brasília, quarta-feira, 6 de setembro de 2023 • Correio Braziliense
Reprodu??o/Instagram
Mercado S/A AMAURI SEGALLA
amaurisegalla@diariosassociados.com.br
Desde 2015, o país colocou para andar uma 
série de reformas que melhoraram tanto as 
contas públicas quanto o ambiente de negócios
RAPIDINHAS
» O biogás, um tipo de 
biocombustível produzido a 
partir de materiais orgânicos, 
está em alta no Brasil. De acordo 
com o Centro Internacional de 
Energias Renováveis e Biogás 
(CIBiogás), 114 unidades do tipo 
foram inauguradas no país em 
2022, um acréscimo de 15% 
em relação ao ano anterior. 
Atualmente, 936 plantas operam 
no país.
» Até Warren Buffett está de 
olho em energia renovável. O 
megainvestidor americano, 
famoso por seus investimentos 
no pouco sustentável mercado 
de óleo e gás, desembolsou 
US$ 500 milhões em projetos 
ligados a fontes solares. Depois 
de dizer que “estudou a fundo 
o assunto”, Buffett decidiu se 
render à nova era ambiental.
» A rede de academias Smart 
Fit assinou contrato com o 
Comitê Olímpico Brasileiro 
para patrocinar o “Time Brasil” 
nas principais competições 
esportivas, incluindo a 
Olimpíada de Paris, em 2024. A 
empresa pretende acelerar seu 
plano de expansão. No primeiro 
semestre, o número de unidades 
abertas avançou apenas 4% 
diante de igual período de 2022.
» A alta demanda dos 
brasileiros levará a Qatar 
Airways a aumentar a 
frequência de voos diários que 
conectam São Paulo a Doha. 
Serão três, e não mais duas 
decolagens por dia. As viagens 
internacionais estão em 
alta: em julho, os brasileiros 
gastaram US$ 1,3 bilhão no 
exterior, o maior patamar para 
o mês desde 2019.
O Brasil se tornou o país das 
reformas — e isso é ótimo
Os economistas tendem a olhar para o Brasil com pessimismo, 
mas é preciso fazer justiça aos avanços alcançados nos últimos 
anos. Desde 2015, o país colocou para andar uma série de 
reformas que melhoraram tanto as contas públicas quanto o 
ambiente de negócios. Entre elas, para citar apenas as mais 
visíveis, estão as novas regras trabalhistas e previdenciárias e os 
marcos regulatórios que destravaram investimentos em áreas 
sensíveis como saneamento. Também é preciso reconhecer que, a 
despeito da desconfiança da maioria dos economistas, o governo 
Lula, especialmente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, 
tem demonstrando algum nível de preocupação com a questão 
fiscal — o arcabouço está aí para confirmar tal percepção. Agora 
chegou a vez de a reforma tributária desatar o nó dos impostos, e 
parece haver disposição sincera em Brasília para levá-la adiante. 
É inegável que o Brasil tem sérios problemas a resolver, mas 
também se deve admitir que o horizonte ficou menos turbulento.
Para gestor, Haddad é 
uma “voz dissonante 
no governo”
O maior temor do mercado 
financeiro em relação à agenda 
econômica da gestão Lula diz 
respeito à situação fiscal. Segundo o 
gestor de um dos maiores fundos de 
investimentos do Brasil, o ministro da 
Fazenda, Fernando Haddad, parece 
ser o único integrante do governo 
preocupado com a questão dos gastos 
públicos. “Haddad entendeu que, 
sem responsabilidade fiscal, não há 
crescimento”, diz “O problema é que 
ele tem sido uma voz dissonante 
em uma administração inclinada a 
gastar inclusive o que não tem.”
Decolar e CVC crescem 
após crise da 123Milhas
A crise da 123 Milhas, que entrou há alguns dias em 
recuperação judicial, deverá impulsionar os resultados 
da concorrência. A agência Decolar projeta agora crescer 
20% em 2023 na comparação com 2022. Na CVC, maior 
operadora de turismo do país, as vendas aceleraram desde 
que o mercado descobriu os problemas da 123Milhas 
— a procura por pacotes para a Europa, por exemplo, 
aumentou 36%. Especialistas dizem que o episódio deverá 
levar os consumidores a buscar agências tradicionais.
Produção industrial decepciona
Se na semana passada o PIB trouxe uma surpresa 
positiva para a economia brasileira, desta vez o resultado 
da produção industrial causou certo desânimo e mostrou 
que o caminho para a plena recuperação será longo. Em 
julho, a produção das indústrias brasileiras caiu 0,6% 
em comparação com junho, conforme dados do IBGE. O 
desempenho foi pior do que o esperado pelos economistas, 
que previam queda de 0,4%. Na comparação anual, a 
performance foi ainda mais fraca, com recuo de 1,1%.
Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
CVC/turismo
85 
milhões
de empregos deixarão de ser preenchidos até 
2030 por falta de profissionais capacitados, 
segundo pesquisa da consultoria Korn Ferry
Se faltar dinheiro, você 
certamente vai cancelar 
o serviço de streaming. 
No entanto, ninguém vai 
cancelar a água”
Louise Barsi, economista, educadora 
financeira e filha de Luiz Barsi, um 
dos maiores investidores individuais 
da bolsa brasileira, explicando por 
que investe em ações de companhias 
da área de saneamento
U
m pedido de vistas cole-
tivo adiou a votação do 
relatório da Comissão 
Parlamentar de Inquéri-
to (CPI) que investiga indícios de 
fraude nas Lojas Americanas. O 
prazo de funcionamento da CPI 
termina em 14 de setembro. In-
satisfeitos com o teor do relató-
rio apresentado pelo deputado 
Carlos Chiodini (MDB-SC), al-
guns parlamentares adiantaram 
que pretendem apresentar rela-
tórios em paralelo.
Chiodini não trouxe conclu-
sões claras, em seu relatório, em 
relação aos culpados pela frau-
de no balanço da empresa, que 
pode ter superado a R$ 20 bi-
lhões. Embora reconheça a exis-
tência da fraude, o texto diz que 
não foi possível “imputar a res-
pectiva responsabilidade crimi-
nal, civil ou administrativa a ins-
tituições ou pessoas determina-
das”. A jornalistas, o parlamen-
tar afirmou que a prerrogativa do 
habeas corpus, que dá aos acusa-
dos o direito de não responder a 
perguntas, prejudicou as oitivas.
“É muito estranho uma CPI 
tomar depoimentos e, ao final, 
não conseguir chegar a nenhu-
ma conclusão sobre um rombo 
de R$ 20 bilhões, indo para R$ 40, 
segundo informações de merca-
do”, reclamou o deputado Mau-
ro Benevides Filho (PDT-CE), um 
dos que disseram que farão um 
segundo relatório.
 Os deputados também pro-
testaram diante da relutância 
do presidente da CPI, deputa-
do Gustinho Ribeiro (Republica-
nos- SE), em prorrogar o funcio-
namento da comissão por mais 
60 dias, conforme permite o re-
gimento da Casa. Embora tenha 
havido requerimentos pela pror-
rogação, Ribeiro não colocou 
o tema em votação. Assim co-
mo não atendeu aos pedidos de 
convocação dos acionistas Jorge 
Paulo Lemann, Beto Sucupira e 
Marcel Hermann Telles. 
“Há motivos de sobra para 
serem ouvidos, numa CPI, o trio 
de acionistas”, apontou Fer-
nanda Melchiona (Psol-RS). 
“Os maiores bilionários do país 
num roubo premeditado de R$ 
40 bilhões nem sequer são pau-
tados para serem ouvidos. Ti-
nha requerimento para isso. O 
presidente não pode decidir, tem 
que ser o colegiado”, completou.
Os deputados querem ou-
vir também o ex-presidente da 
Americanas, Miguel Gutierrez, 
que na segunda-feira havia en-
viado carta à CPI na qual diz que 
se tornou “bode expiatório” do 
caso para que “figuras notórias e 
poderosas do capitalismo brasi-
leiro” fossem protegidas. A car-
ta não foi tornada pública, mas 
o conteúdo vazou para o jornal 
Valor Econômico.
Mechiona lembrou que a con-
vocação de Gutierrez não seria 
um fator novo, uma vez que já 
há um requerimento solicitando 
o seu depoimento, ainda que por 
videoconferência, uma vez que 
o empresário está na Espanha.
Ribeiro respondeu quepau-
tar os requerimentos é uma 
atribuição do presidente da 
CPI e, por isso, não pautou. 
“Nós seguimos o fluxo de tra-
balho do plano de trabalho do 
relator, que foi aprovado pelos 
membros da CPI. Aquilo que 
foi pautado, foi seguindo o flu-
xo do que foi determinado an-
teriormente”, disse, para justi-
ficar a sua decisão.
CASO AMERICANAS /
CPI não aponta culpados
 Parecer do deputado Carlos Chiodini (MDB-SC) não identifica responsáveis pela fraude de mais 
de R$ 20 bilhões no balanço da companhia. Insatisfeitos, parlamentares pretendem apresentar relatórios em separado
Diretores da empresa usaram do direito de ficarem calados, e maiores acionistas não foram convocados 
 Marcelo Ferreira/CB/D.A. Press
 » EDLA LULA
Após crescer 0,9% no segun-
do semestre, sendo um dos des-
taques do crescimento do Produ-
to Interno Bruto (PIB) no período, 
a produção industrial brasileira 
mostrou perda de ritmo e apre-
sentou retração de 0,6% em ju-
lho. Segundo os dados da Pesqui-
sa Industrial Mensal (PIM), divul-
gada pelo Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE), na 
comparação com o mesmo perío-
do do ano passado a queda foi de 
1,1%. Com o resultado, a indústria 
acumula queda de 0,4% no ano e 
uma variação nula no acumula-
do dos últimos 12 meses, ficando 
2,3% abaixo do patamar pré-pan-
demia, em fevereiro de 2020. 
O levantamento mostrou um 
perfil disseminado de taxas nega-
tivas, com três das quatro grandes 
categorias econômicas e 15 dos 25 
ramos pesquisados registrando 
recuo na produção. As principais 
influências negativas entre as ati-
vidades foram dos setores de veí-
culos automotores, reboques e 
carrocerias (-6,5%), indústrias ex-
trativas (-1,4%), equipamentos de 
informática, produtos eletrônicos 
e ópticos (-12,1%) e máquinas e 
equipamentos (-5%).
Para o analista da pesquisa, 
André Macedo, o programa de 
incentivo à indústria automotiva, 
subsidiado pelo governo, não foi 
capaz de alterar o cenário nas fá-
bricas. “O que a pesquisa captou 
pelos dados de junho e julho é 
que, em um primeiro momento, 
esse estímulo rebate nas vendas 
porque o setor já tinha um nível 
alto de estoque”, explicou.
Segundo Igor Cadilhac, econo-
mista do PicPay, a queda veio em 
linha com as expectativas e com 
uma composição homogênea. 
“Após o setor de veículos surfar 
um bom momento com o incen-
tivo do governo federal na aquisi-
ção de carros populares, as con-
dições conturbadas nas fábricas 
voltaram a predominar. Por outro 
lado, apesar do resultado negativo 
no mês, a indústria extrativa segue 
sendo o principal impacto positivo 
em termos anuais”, avaliou. 
Em nota, a Federação das In-
dústrias do Estado do Rio de Ja-
neiro (Firjan) ressaltou que a in-
dústria continua sendo bastan-
te afetada pela perda de tração 
da economia global e pelos juros 
elevados, que impactam as deci-
sões de investimento e de con-
sumo. “Desde março de 2021, a 
indústria nacional opera abaixo 
dos níveis pré-pandemia. Apesar 
disso, os índices de confiança dos 
industriais vêm demonstrando 
melhorias nos últimos meses. A 
perspectiva mais favorável está 
relacionada à queda nos preços 
e à expectativa de continuidade 
do ciclo de corte de juros”, disse. 
Apesar de ser dramática a situa-
ção da indústria, o economista An-
dré Perfeito afirmou que ainda há 
certo otimismo no setor para os 
próximos meses. “Foi apenas em 
agosto que se iniciou de fato o corte 
de juros e somente agora que se es-
tabeleceu um melhor humor eco-
nômico entre os agentes uma vez 
que a massa salarial segue em alta 
e os dados do PIB (Produto Inter-
no Bruto) surpreendem”, avaliou. 
 » RAFAELA GONÇALVES
Indústria perde ritmo e cai 0,6%
CONJUNTURA
9 • Correio Braziliense • Brasília, quarta-feira, 6 de setembro de 2023
Mundo
Editora: Ana Paula Macedo 
anapaula.df@dabr.com.br
3214-1195 • 3214-1172
UCRÂNIA /
Aliados de ocasião 
EUA avisam que a Coreia do Norte “pagará”, caso Kim Jong-un se encontre com o 
D
e um lado, a Coreia do 
Norte, que sofre os im-
pactos das sanções eco-
nômicas impostas pelo 
Ocidente e um quase completo 
isolamento internacional. Tam-
bém deseja fortalecer o seu pro-
grama de mísseis balísticos. De 
outro, a Rússia, que enfrenta o 
risco de ver exaurir os seus ar-
mamentos e munições em sua 
ofensiva à Ucrânia, além de ser 
alvo de retaliações do Ocidente. 
O anúncio sobre uma possível 
reunião entre o ditador norte-
coreano, Kim Jong-un, e o pre-
sidente russo, Vladimir Putin, 
acendeu o alerta do Ocidente e 
preocupou, principalmente, os 
Estados Unidos. As suspeitas são 
de que o Kremlin estaria interes-
sado em receber armamentos de 
Pyongang. O governo da Rússia 
não confirma o encontro entre 
os dois líderes. “Não, não po-
demos (confirmar), não temos 
nada a dizer sobre o tema”, de-
clarou o porta-voz do Kremlin, 
Dmitri Peskov.
Não seria a primeira vez em 
que os dois países firmariam um 
acordo de defesa, mas a atual 
conjuntura, com a invasão ao 
território ucraniano, se impõe 
como um fator a mais de tensio-
namento geopolítico. Em 2022, 
um relatório divulgado pela Or-
ganização das Nações Unidas 
(ONU) destacou o papel que um 
diplomata norte-coreano teve 
em Moscou na aquisição de tec-
nologias de mísseis balísticos e 
na tentativa de obter cerca de 3 
mil quilos de aço para o progra-
ma de construção de submari-
nos de Pyongyang. Jake Sullivan, 
conselheiro de Segurança Na-
cional da Casa Branca, avisou 
que a Coreia do Norte enfren-
tará consequências caso nego-
cie armas com Putin. “Vão pagar 
um preço por isso na comunida-
de internacional”, disse.
O jornal The New York Times 
revelou que a Rússia tem o in-
teresse em obter peças de arti-
lharia e mísseis antitanque da 
Coreia do Norte, enquanto o re-
gime de Kim Jong-un necessita 
de tecnologia avançada para sa-
télites e submarinos nucleares, 
além de alimentos para seus 26 
milhões de cidadãos. O ucrania-
no Peter Zalmayev — diretor da 
organização não governamen-
tal Eurasia Democracy Initiative 
 » RODRIGO CRAVEIRO
Vadimir Putin (D) e Kim Jong-un, durante a mais recente reunião entre ambos, no porto russo de Vladivostok, em 25 de abril de 2019
Rumores circulavam na Ín-
dia de que autoridades preten-
diam deixar de utilizar oficial-
mente a denominação inglesa de 
seu país, Índia, ao mencionarem 
“Bharat” em um convite aos líde-
res do G20 — os 20 países mais 
industrializados do mundo mais 
a União Europeia.
No próximo fim de semana, 
Nova Délhi sediará uma cúpu-
la do G20 e um jantar de Estado 
oferecido, segundo os convites, 
pelo “presidente do Bharat”. 
Bharat é um dos nomes ofi-
ciais do país na Constituição in-
diana e remonta a antigos tex-
tos hindus escritos em sânscri-
to. O primeiro-ministro, Naren-
dra Modi, costuma utilizá-lo e os 
membros de seu partido, o BJP 
(nacionalista hindu), criticam a 
denominação “Índia”, imposta 
pelo Reino Unido.
De acordo com a rede de te-
levisão News18, fontes governa-
mentais anônimas afirmaram 
que os deputados do BJP po-
deriam apresentar uma resolu-
ção para dar proeminência ao 
uso oficial de “Bharat”. Durante 
décadas, os governos indianos 
tentam apagar as marcas da era 
colonial britânica, renomeando 
ruas e até cidades. 
O Executivo de Modi mandou 
excluir nomes islâmicos de locais 
impostos sob o Império Mongol, 
que precedeu a colonização bri-
tânica. Parte da população de-
nunciou a medida como uma 
tentativa de estabelecer a supre-
macia da religião hindu, majori-
tária no país.
Ambivalência
Especialistas consultados pelo 
jornal The Hindu disseram existir 
ambivalência, no âmbito jurídi-
co, sobre se seria necessária uma 
alteração constitucional para a 
eventual mudança de nome da 
Índia para “Bharat”. 
“O fato é que os termos Bha-
rat e Índia podem ser usados de 
forma indistinta, especialmen-
te tendo em vista a versão au-
torizada em hindi da Constitui-
ção indiana, mas o governo não 
ÍNDIA
Rumores sobre 
mudança de nome
Convite para jantar de Estado enviado aos líderes do G20: o uso da palavra “Bharat”

Continue navegando