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Sociologia, Administração e Extensão Rurais Responsável pelo Conteúdo: Prof. Dr. João Luiz de Souza Lima Revisão Textual: Prof. Me. Luciano Vieira Francisco Empreendedorismo e Cooperativismo Empreendedorismo e Cooperativismo • Conhecer as bases necessárias para a compreensão do empreendedorismo e a sua corre- lação para com as atividades que envolvem o cooperativismo; • Refletir sobre os pressupostos para dimensionamento de oportunidades de negócios como forma de desenvolvimento econômico e incremento da inclusão social de trabalhadores solidários no âmbito do agronegócio no Brasil. OBJETIVOS DE APRENDIZADO • Introdução; • Perfil dos Empreendimentos Solidários; • Gestão Pública e Cooperativismo; • Ações do Empreendedor Cooperativista; • Processos do Empreendedor Cooperativista. UNIDADE Empreendedorismo e Cooperativismo Introdução O estudo do empreendedorismo é de grande importância para os profissionais do campo de atividades empresariais, de negócios e atuariais, bem como dos coo- perados, pois trata de uma concepção dinâmica que assume novas características em função do ambiente institucional no qual se movem as atividades empresariais e do cooperativismo. A compreensão deste tema é necessária em função de conceitos elaborados no campo da Sociologia, Administração e Teoria das Ciências. É fundamental para um empreendedor lidar, coerente e consistentemente, com as novas demandas exigidas em termos de condutas e de escolhas, de posturas e de tomada de decisões por parte dos profissionais e cooperados. Perfil dos Empreendimentos Solidários O perfil dos empreendimentos econômicos solidários existentes no Brasil está dire- tamente ligado às Organizações Governamentais e Não Governamentais (ONG) que dão suporte a essa experiência no País, com destaque para o papel dos gestores públi- cos na gênese e sustentação dos Empreendimentos de Economia Solidária (ESS). A concepção do movimento de economia solidária no Brasil está organizada em três segmentos: • Empreendimentos da economia solidária; • Entidades de assessoria e/ou de fomento; • Gestores públicos. De acordo com a definição da I Conferência Nacional de Economia Solidária (CNES), realizada em Brasília, DF, em 2006, os empreendimentos econômicos soli- dários são organizações com as seguintes características: • Coletivas e suprafamiliares (associações, cooperativas, empresas autogestioná- rias, grupos de produção, clubes de trocas etc.), cujos participantes são traba- lhadores dos meios urbano e rural que exercem a autogestão das atividades e da alocação dos seus resultados; • Permanentes; • Que podem dispor ou não de registro legal; • Que realizam atividades econômicas de produção de bens, de prestação de ser- viços, de fundos de crédito e de consumo solidário; • São singulares ou complexas. 8 9 Você sabia? Que a expressão terceiro setor surgiu para se diferenciar, no âmbito da Economia, do público (primeiro setor) e privado (segundo setor) e agrupa as ONG? Tratam-se das en- tidades que se dedicam a atividades sem fins lucrativos em áreas de interesse coletivo como, por exemplo, a educação, saúde, cultura, o meio ambiente, entre outras. Os empreendimentos econômicos solidários estão organizados em EES de: • Troca de produtos e serviços (como, por exemplo, os clubes de troca, redes solidárias); • Produção (associações, grupos de produção, cooperativas populares, empresas recuperadas etc.); • Comercialização ou organização para a comercialização (centros de comerciali- zação, lojas, feiras, entre outras); • Prestação de serviços (associações, grupos de produção, cooperativas popula- res, empresas recuperadas etc.); • Poupança, crédito ou finanças solidárias (cooperativas de crédito, bancos comu- nitários, banco de trocas solidárias, e outros); • Consumo ou uso coletivo de bens e/ou serviços (cooperativas, grupos ou núcle- os de consumo; • Beneficiamento: As ligas ou união desses empreendimentos, conforme sua organização são as seguintes: » Associação Nacional do Cooperativismo de Crédito da Economia Familiar e Solidária (Ancosol); » Associação Nacional dos Trabalhadores de Empresas em Autogestão (Anteag); » Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST/Concrab); » União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidá- ria (Unicafes); » Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários (Unisol). Você sabia? Que o Sistema da Economia Solidária (Sies) foi desenvolvido pela S ecretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes) em parceria com o Fórum Brasileiro de Economia Solidária, como um instrumento para identificação e registro de informações de empreendimen- tos e entidades de apoio à economia solidária no Brasil? 9 UNIDADE Empreendedorismo e Cooperativismo Gestão Pública e Cooperativismo A gestão pública tem como missão fomentar o desenvolvimento da economia solidária no Brasil, possibilitando, assim, favorecer à classe trabalhadora no sentido de proporcionar a interlocução, o intercâmbio, a sistematização, proposição de po- líticas públicas governamentais e realização de projetos comuns, para o fomento e desenvolvimento do cooperativismo, de modo a qualificar as ações desenvolvidas, a partir dos órgãos de governo voltados para esse segmento. As Instâncias de Políticas Públicas (IPP) do cooperativismo são amparadas, no governo federal, com os programas e projetos da Senaes e com os programas, departamentos ou secretarias estaduais e municipais de cooperativismo. Os gestores públicos devem elaborar, executar, implementar e/ou coordenar políticas de economia solidária de prefeituras e governos estaduais. No Brasil, os gestores públicos estão organizados em forma de rede, com a denominação de rede de gestores de políticas públicas de economia solidária (rede de gestores), que é formada por gestores municipais e estaduais. O propósito da rede é ampliar cada vez mais a construção de ferramentas dentro do Brasil, para o fomento e desenvolvimento do cooperativismo, bem como esti- mular e fortalecer a organização e participação social desse segmento nas decisões sobre as políticas públicas. No regimento interno, os objetivos da rede de gestores envolvem: • Construir e desenvolver uma agenda comum para a ampliação, consolidação e institucionalização de políticas públicas de cooperativismo no Brasil; • Ampliar a articulação com outros atores da economia solidária e a participação social dos diversos segmentos dessa integrante; • Fortalecer a interlocução entre as esferas de governo (municipal, estadual e federal) pela integração de estratégias, programas e instrumentos que possam estruturar e consolidar as políticas públicas do cooperativismo; • Estimular a organização e articulação de cadeias produtivas entre empreendi- mentos do cooperativismo. Ações do Empreendedor Cooperativista Empreendedorismo é o processo de transformar ideias em oportunidades de negócio, em um esforço para transformar inovações em bens econômicos, seja pela criação de novas empresas ou pela revitalização de empresas existentes. Historicamente, o empreendedorismo no Brasil traz aspectos envolvendo pio- neiros que fizeram fortuna com suas ideias e perseverança, como os Matarazzo, Klabin, Ramos de Azevedo, Júlio Mesquita e Leon Feffer. 10 11 O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Sociedade Brasileira para Exportação de Software (Softex) trouxeram grandes contribuições. Esses dois organismos passaram a auxiliar os empreendedores brasi- leiros na criação de pequenas empresas, incluindo capacitação e gestão. Em pesquisa realizada em 2006 pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM) – órgão pesquisador que mede o grau de empreendedorismo no mundo, o Brasil ocu- pava o sétimo lugar como país mais empreendedor do mundo. Pela definição do economista Joseph Schumpeter (apud DORNELAS, 2000, p. 37), conceituado autor sobre o tema: “Empreendedor é aquele que destrói a or- dem econômica existentepela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais”. Você sabia? Que o termo empreendedorismo deriva do termo francês entrepreneur, lançado pelo economista Jean Baptiste Say, por volta de 1800? No idioma inglês, o termo é chamado de entrepreneurship, ou seja, empreendedorismo na língua portuguesa. Empreendedores devem ser comunicativos, pois essa destreza lhes traz facilidades no processo de negociação. Devem ter boa capacidade de solucionar problemas, utilizando seu espírito empreendedor para vislumbrar possíveis alternativas e identi- ficar a mais adequada para a situação. Seus valores existenciais, morais e religiosos também fazem a diferença na negociação e afiliação com pares. Empreendedores geralmente se caracterizam em três grupos: • “Como modo de vida”; • Do crescimento; • Inovadores. Os primeiros, mais comuns, estão pouco relacionados com a criatividade ou com a inovação; são empreendedores que detêm algum conhecimento e abrem um ne- gócio para aproveitar esse conhecimento e ganhar a vida de forma independente. O segundo modelo traz empreendedores que buscam riqueza e poder por meio da criação e crescimento agressivo de novos negócios. O terceiro modelo está mais re- lacionado com os conceitos de empreendedorismo, englobando os empreendedores que não almejam independência ou riqueza em primeira instância; pode aparecer nos três setores – governo, mercado ou organizações sociais, envolvendo criatividade e mudança. Em relação às características do comportamento empreendedor, ainda não há estudos que comprovem que certas características de uma pessoa podem lhe trazer mais sucesso como empreendedor. 11 UNIDADE Empreendedorismo e Cooperativismo No entanto, algumas características são consideradas importantes em seu com- portamento: • Busca de oportunidades e iniciativa; • Persistência; • Planejamento e monitoramento sistemáticos; • Persuasão e rede de contatos; • Independência e autoconfiança. Dornelas (2000) indica mais alguns elementos relacionados aos empreendedores de sucesso: • Ser visionário; • Tomar decisões com segurança; • Fazer a diferença; • Explorar as oportunidades; • Ser determinado e dinâmico; • Ser dedicado 24 horas por dia e 7 dias por semana; • Ser otimista e apaixonado pelo que faz; • Ser independente e construir o próprio destino; • Ser líder e formar equipes por meio de senso de uma liderança incomum; • Ser bem relacionado e organizado; • Possuir conhecimento e fomentar o contínuo aprendizado; • Criar valor para a sociedade; • Planejar. O intraempreendedorismo envolve as atividades empreendedoras internas a uma organização já existente, com o desenvolvimento de um novo empreendimento ou negócio. O intraempreendedor é conhecido como alguém que faz parte de uma corpora- ção e que assume a responsabilidade direta de transformar uma ideia em um produto acabado lucrativo, por meio de inovação, assumindo os riscos no alcance do sucesso. Ademais, são mitos sobre os empreendedores: • Não são feitos, nascem. Na verdade, ao contrário, a experiência e o acúmulo de habilidades e conhecimento são imprescindíveis ao empreendedor; • São jogadores. Ao contrário, fazem tudo de maneira calculada, tentando mini- mizar os erros e influenciar a sorte; • São “lobos solitários”, não conseguindo trabalhar em equipe. Grande engano, já que geralmente são ótimos líderes de equipes e sabem como estas são impor- tantes para o sucesso do negócio; 12 13 • Devem ser novos e cheios de energia. Mas idade não é barreira! Em média, os empreendedores de sucesso têm 35 anos, mas há vários exemplos de até 60 anos; o que importa é o seu conhecimento, a sua experiência e as suas relações. Processos do Empreendedor Cooperativista O processo empreendedor envolve questões relacionadas à criação de empresas, geração de ideias para novos negócios e reconhecimento de oportunidades. Para isso, é importante saber o que é e como deve ser montado um plano de negócios, bem como para quem se destina. É importante o conhecimento da relação dos diferentes estágios dos negócios e da gestão de empreendimentos que trarão importantes conhecimentos para o nosso aprendizado sobre o empreendedorismo. Para a criação de novos negócios, o empreendedor precisa de habilidades ligadas ao empreendedorismo, bem como fatores técnicos e gerenciais. Com o aumento da competitividade em função de diversos fatores, tais como a globalização, abertura de mercados, consumidores cada vez mais exigentes, diminuição das margens, entre outros fatores, o empreendedor tem necessidade de gerenciar diversas variáveis ao mesmo tempo para sobreviver. O índice de mortalidade das empresas é alto, podendo atingir de 30 a 61% já no primeiro ano de vida, de 40 a 68% no segundo ano e de 55 a 73% no terceiro. Essas taxas precisam ser levadas em conta pelo empreendedor desde o momento em que decide começar o planejamento de um novo negócio. Entre as principais causas da morte prematura das empresas estão o desconheci- mento das técnicas necessárias para a atividade, do mercado, dos concorrentes, dos produtos substitutos, do posicionamento quanto a preço, qualidade e serviço ao cliente. O planejamento é outro item muitas vezes esquecido pelo empreendedor, o qual fica envolvido com as atividades operacionais e acaba por deixar de lado os aspectos do processo gerencial. Com o conhecimento da oferta e demanda é possível ao empreendedor fazer o planejamento da produção direcionando seus esforços e investimentos ao que real- mente é necessário. É importante, também, que o empreendedor defina uma estrutura organizacional coerente com as atividades e com as dimensões da empresa, dando sempre impor- tância ao trabalho em equipe. Essa equipe deve ser composta por pessoas com qua- lificação equivalente à necessidade do cargo, mantendo-se rotinas de treinamento e de desenvolvimento. Dessa forma, é importante que o empreendedor domine as habilidades técni- cas necessárias, tenha experiência comercial, escolaridade suficiente para o tipo de atividade, experiência empresarial, formação complementar, quando necessário, e vivência com situações novas para ter flexibilidade. 13 UNIDADE Empreendedorismo e Cooperativismo O Sebrae criou um “passo a passo” para que o empreendedor tenha conheci- mento sobre o que é necessário e importante para dar início ao negócio. Nesse guia prático, são comentados os seguintes aspectos: • Registro da empresa na Junta Comercial ou Cartório de Registro de Pessoa Jurídica; • Obtenção do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ); alvará de funciona- mento; inscrição estadual; • Cadastro na Previdência Social; e o aparato fiscal, para impressão de notas fiscais e livros fiscais. Uma oportunidade de negócio pode ser definida, então, como um rumo de ação que vale a pena ser seguido ou explorado por apresentar características de adequa- bilidade e conveniência, tanto para a empresa quanto para os possíveis clientes. E de onde os empreendedores podem tirar ideias? Na verdade, de várias fontes, tais como franquias, feiras e exposições, empregos anteriores, contatos profissionais, observação do que acontece em sua volta, ideias que deram certo em outros lugares, experiência adquirida como consumidor, mudan- ças demográficas e sociais, mudanças nas circunstâncias de mercado, caos econômi- co e crises, descobrir algo que já existe e aperfeiçoá-lo. Um dos primeiros passos para a abertura de empresas é identificar a forma legal mais adequada: empresa individual – formada apenas por um proprietário; socieda- de – propriedade de dois ou mais indivíduos; ou sociedade anônima – com capital dividido em ações. Em seguida, o empreendedor deverá definir o modelo que utilizará para a capta- ção dos recursos: empréstimo em uma instituição financeira, utilização de recursos próprios, ou busca por investidores à procura de propriedade ou de lucros. Énecessário, também, que o empreendedor faça estudos de viabilidade antes de começar o negócio. Para isso, poderá ser auxiliado por um plano de negócios. Por definição, um plano de negócios é um documento que descreve de forma completa o que é, ou o que se pretende que a empresa seja, auxiliando na análise do negócio, diminuindo a taxa de risco e subsidiando decisões. Com o qual, o empreendedor passa a ter elementos suficientes para decidir se deve ou não prosseguir com a aber- tura do negócio. O plano de negócios poderá ter diversos usuários, tais como incubadoras de em- presas, sócios potenciais, parceiros, bancos, intermediários, investidores, executivos de alto nível, fornecedores, gente talentosa, a própria empresa e clientes potenciais. Contudo, alguns critérios precisam ser seguidos para o desenvolvimento de um plano de negócios. Precisa ser completo, ter linguagem simples, ser sintético, sem redundâncias nem elementos supérfluos, além de ser claro, para não deixar dúvidas. Os principais módulos que devem compor um plano de negócios são: sumário executivo, descrição da empresa, plano de marketing e plano financeiro. Em cada 14 15 um desses módulos devem ser incluídas as informações necessárias para o perfeito diagnóstico e entendimento do que se pretende realizar no novo negócio. Outro ponto que é importante conhecer se refere aos possíveis estágios dos negó- cios. A maioria dos empreendimentos passa por diversos estágios e, de certa forma, estão relacionados com a mortalidade ou sobrevivência da empresa. Os estágios que podem ser identificados ao longo da vida das empresas são: • Início do negócio; • Sobrevivência; • Estabilização; • Crescimento; • Expansão; • Maturidade. O empreendedor precisa estar atento às diversas variáveis que podem alavancar ou destruir seu negócio. Essas variáveis estão relacionadas à competitividade – existem onde há disputa por algo que dois ou mais competidores desejam, no caso, o cliente. Dessa forma, a competitividade pode ser definida como a capacidade de uma empresa ou de uma nação para oferecer produtos e serviços que atendam às nor- mas de qualidade dos mercados locais e mundiais a preços que são competitivos, proporcionando retornos adequados sobre os recursos empregados ou consumidos na produção desses. Dentro do conceito de sustentabilidade, é necessário que a empresa seja social- mente justa, economicamente viável e ambientalmente correta. Não menos impor- tante, necessita estar atenta para que suas atividades sejam espacialmente equilibra- das e culturalmente aceitas. A responsabilidade socioambiental parte do princípio de que a empresa deve gerar valor e benefícios para todos os stakeholders – e não somente aos acionistas como em anos passados. Os stakeholders são todos os públicos que, direta ou indiretamente, estão relaciona- dos com a organização. Problemas sociais e ambientais trazidos pela empresa podem afetar a imagem da organização e reduzir seu poder de negociação com o mercado. Por valorizar os aspectos ambientais em suas atividades, a empresa “verde” pode levar uma vantagem competitiva em relação a seus concorrentes sem essa prática. Os consumidores cada vez mais adotam a postura de adquirirem um maior número de produtos ou serviços ambientalmente corretos que, geralmente, valorizam tam- bém as qualidades em relação à saúde. A conduta empreendedora deve interligar a finalidade do empreendimento, o am- biente institucional e os meios necessários para atingir os fins desejados. Dessa forma, não basta ao empreendedor ser eficiente na conduta interna em relação aos recursos de que dispõe, e nem mesmo quanto aos colaboradores e parceiros de que 15 UNIDADE Empreendedorismo e Cooperativismo se vale. Embora essa eficiência seja necessária, o critério de suficiência da ação em- preendedora reside na eficácia com a qual equaciona ambiente interno e externo. O empreendedorismo social pode ser definido como a atividade empreendedora, geralmente voluntária e sem fins lucrativos, na qual um empreendedor reconhece um problema social ou ambiental e usa os princípios empresariais para organizar, criar e gerir uma estratégia para fazer a mudança, criando capital social ou ambiental. O empreendedorismo corporativo está relacionado com a criação de novos ne- gócios a partir de ideias ou inovações, com o objetivo de gerar bens ou serviços com finalidade econômica, usando medidas de desempenho baseadas em lucro e retorno. A perspectiva do empreendedorismo social está mais voltada para o mundo da vida (ou para o mundo da reprodução), enquanto a perspectiva do empreendedo rismo corporativo se volta para o mundo do sistema de empresas (ou para o mundo da produção). Assim, o empreendedorismo corporativo trata a ação empreendedora no âm- bito da grande empresa, enquanto o empreendedorismo social está mais voltado para a necessidade de investimentos socioambientais. Vantagem competitiva consiste em um diferencial que a organização tem em relação à sua concorrência de mercado. Por sua vez, a mesma concorrência não buscará diminuir o hiato separador existente. Em Síntese Empreendedorismo e ação empreendedora são a materialização da racionalidade capaz de evidenciar: a eficácia, confiabilidade, sensatez e o equilíbrio necessários para reduzir o grau de tensão e de aversão que a desconfiança no futuro traz aos que têm por profissão decidir sobre a valorização da riqueza sem comprometer o valor da vida. As ações empreendedoras nas cooperativas fazem parte do mundo do agronegócio que visam à produtividade e o retorno dos capitais investidos no menor tempo possível aos seus cooperados. Em uma esfera altamente competitiva como esta, o empreendedorismo e o coopera- tivismo assumem papéis de fundamental importância, visando ao sucesso da imple- mentação do negócio. 16 17 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) https://bit.ly/2UN60zM Fórum Brasileiro de Economia Solidária https://bit.ly/2xXK8IT Mundocoop https://bit.ly/34g41am Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos https://bit.ly/2UM9liz Associação dos Trabalhadores em Autogestão e Participação Acionária (Anteag) https://bit.ly/2UMWRY8 Lei do Cooperativismo https://bit.ly/3dWgT9X 17 UNIDADE Empreendedorismo e Cooperativismo Referências BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. I Conferência Nacional de Economia Solidária: Economia Solidária como Estratégia e Política de Desenvolvimento. Brasília, DF, 2006a. _______. I Oficina Nacional de Formação/Educação em Economia Solidária: Documento Final. Brasília, DF, 2006b. _______. Secretaria Nacional de Economia Solidária. Catálogo dos empreendi- mentos econômicos solidários no Estado de Santa Catarina. Brasília, DF: Sociedade Banco de Projeto, [2008]. _______. Atlas da economia solidária no Brasil 2005. Brasília, DF, 2006c. CENZI, N. L. Cooperativismo. Curitiba, PR: Juruá, 2009. DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo. Rio de Janeiro: Campus, 2000. OLIVEIRA, D. P. R. Manual de gestão das cooperativas. Uma abordagem prática. São Paulo: Atlas, 2015. ROSSI, A. C. S. Cooperativismo – a luz dos princípios. Curitiba, PR: Juruá, 2005. SINGER, P.; SOUZA, A. R. A economia solidária no Brasil: a autogestão como resposta ao desemprego. São Paulo: Contexto, 2000. VIEIRA, P. G. L.; PINHEIRO, A. M. Cooperativismo passo a passo. Curitiba, PR: Juruá, 2014. 18
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