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3 Albert Bandura - a condição humana - aprendizagem social

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Albert Bandura – A condição humana – aprendizagem social
	Albert Bandura é um psicólogo canadense, nascido em 1925 e autor da teoria da aprendizagem social. Seu modelo de aprendizagem inclui: atenção, retenção, reprodução e motivação.
	Segundo Bandura, os seres humanos são capazes de se tornar muitas coisas e a maior parte dessas coisas se aprende através da modelagem/modelação. A aprendizagem humana, segundo ele, não depende sempre da experiência direta, nem da tentativa e erro, se assim o fosse, a aprendizagem seria tediosa, lenta e até mesmo perigosa.
	Nossa espécie desenvolveu capacidades cognitivas avançadas para aprendizagem, baseada na observação do que outras pessoas fazem, pessoas que nos servem de modelo. Daí o termo modelagem/modelação.
	Bandura cita que as pessoas são muito flexíveis e, essa plasticidade, é a essência da natureza humana. Somos uma espécie que desenvolveu mecanismos neurológicos para interpretar nossas experiências no mundo, para simbolizar. Essa capacidade de interpretação nos dota com uma grande dose de flexibilidade. Somos capazes de armazenar experiência passadas e utilizar essas informações para traçar ações futuras.
	Nossa capacidade de utilizar símbolos, como a linguagem e certas imagens, nos fornece poderosas ferramentas para entender e controlar o ambiente. Assim somos capazes de resolver problemas sem precisar recorrer a comportamentos ineficientes de tentativa e erro, podemos imaginar as consequências de nossas ações mesmo sem a experiência direta, planejando, de forma mais eficiente, ações futuras.
	Todos os seres humanos são orientados por objetivos, segundo Bandura, temos propósito e antecipamos mentalmente o futuro, nos comportando, no presente, de acordo com o resultado desejado, tentado viabilizar esse futuro. O futuro não determina o presente, porém, a imaginação e representação cognitiva do futuro pode ter um poderoso efeito sobre nossas ações no presente.
	Bandura compreende que somos orientados por objetivos, mas isso é diferente de afirmar que buscamos a auto atualização, como diria Rogers, ou o sucesso, como diria Adler. Segundo Bandura, somos motivados por objetivos específicos, e não por propósitos gerais ou impulso para o crescimento. Em sua visão, as pessoas têm objetivos múltiplos, alguns de curto, outros de longo prazo, e essas intenções não são desordenadas, são estáveis e possuem ordem e sequência lógica.
	Bandura afirma que as pessoas são capazes de aprender novos comportamentos ao longo da vida, apresentando uma visão otimista do ser humano. Contudo, comportamentos disfuncionais podem ser bastante persistentes, seja porque recebem reforços, seja porque o indivíduo não se percebe como competente em alguma área da vida.
	De toda forma, comportamentos patológicos não precisam durar para sempre, pois os indivíduos são capazes de mudar pela aprendizagem observacional dos comportamentos produtivos das outras pessoas e pela utilização da própria capacidade cognitiva para resolver problemas.
	As pessoas são capazes de colocar em ação uma grande dose de controle sobre suas vidas, embora sejam muito impactados pelo ambiente e por experiências passadas, temos algum poder para moldar essas duas condições externas, ou seja, até certo ponto as pessoas podem manejar as influências ambientais que vão modelar o comportamento futuro, podendo escolher entre ignorá-las ou considera-las.
	A ação humana sugere que as pessoas que se sentem competentes e valorizadas dentro de um grupo social, e fazem uso eficiente de suas relações pessoais, são pessoas com maior nível de controle sobre as próprias ações. Algumas pessoas serão mais livres que outras, pois certos indivíduos praticam mais a regulação dos próprios comportamentos.
	A liberdade pessoal não é ilimitada, é restringida pela legislação, pelos preconceitos, regulamentos e o direito das outras pessoas. Adicionalmente, fatores como a sensação de incompetência e falta de confiança, restringem a liberdade individual.
	Bandura enfatiza o pensamento consciente acima dos determinantes inconscientes do comportamento, a auto regulação das ações está sentada no auto monitoramento, autojulgamento e auto reação - processos que são conscientes durante a situação de aprendizagem. Só depois de as aprendizagens já estarem bem estabelecidas, especialmente as motoras, se tornam inconsciente, automatizadas. Dessas forma as pessoas não precisam estar conscientes de todas suas ações enquanto caminham, se alimentam ou escovam os dentes. Depois de estabelecidas, algumas aprendizagens se tornam procedimentos automáticos.

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