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1 ALLPORT ≫ Persona → Personalidade ≫ Define personalidade como: “A organização dinâmica do individuo de sistemas psicofísicos que definem o seu comportamento característico e os seus pensamentos” PERSONALIDADE: ≫ É uma organização ≫ Tem dinamismo (não é estática, há flexibilidade) ≫ Psicofísico = psicofisiológico (tem emoções); base biológica relacionada com aspetos psicológicos ≫ A personalidade determina comportamentos, pensamentos e afetos, por isso é que é tão importante ≫ Construto complexo que tenta estudar o todo ≫ Construto universal que varia de individuo para individuo ≫ Hereditariedade ≫ Pode enviesar uma variedade de domínios ≫ Mostra um padrão OUTOS AUTORES… ≫ Todas as definições são muito semelhantes às de Allport ≫ A adaptação ao meio pode falhar se uma personalidade não for adequada ≫ A personalidade é uma organização que determina a adaptação do individuo ≫ Construto científico aceite internacionalmente Aspetos inatos vs. Adquiridos ≫ Temperamento (base biológica da personalidade, tendo mais peso genético) e caracter (influência do meio) ≫ Por exemplo, nas crianças não se fala em personalidade mas sim em temperamento que as acompanha desde o primeiro dia de vida tendo praticamente o mesmo temperamento aos 8 anos, evidenciando o peso genético do mesmo ≫ O caracter, no entanto, começa a formar-se a partir dos 4/6 anos, e é formado através de interações no seu núcleo (familiar e social) ESTUDOS COM GÉMEOS ≫ Os gémeos monozigóticos têm praticamente o mesmo material genético, ou seja, tudo o que os difere em termos de personalidade deve-se á influência do meio ≫ Apesar da parte genética ter bastante peso na formação da personalidade, a mesma não se constrói sem o fator do meio TEORIAS: TÓPICOS QUE SE DEVEM DESENVOLVER ≫ Formas de explicar fenómenos ≫ É uma área com muitas teorias devido à complexidade do construto ≫ Uma teoria da personalidade exige 4 requisitos para ser considerada uma: 1) Definição da estrutura – Unidade de análise que o modelo tem para a personalidade 2) Processos – Explicar o dinamismo (a personalidade tem um conjunto de processos “infinitos” que têm de ficar explícitos) 3) Formação e desenvolvimento – Biológico vs. Adquirido; ver a personalidade do nascimento à morte 4) Psicopatologia e mudança – A personalidade determina a psicopatologia (O que é que na personalidade leva à depressão?); A mudança é sofrida pelo ser humano até à idade adulta, mas vai suavizando a partir da adolescência – 2 TEORIA: QUAIS SÃO AS CARACTERISTICAS QUE DEVEM TER? 1) Descritiva – Descrever o fenómeno da personalidade o mais detalhadamente possível 2) Compreensiva – Explicar tudo (ex: os conceitos) ao pormenor 3) Explicar – Difícil devido à quantidade de teoria que para ser explicita exige muita criatividade 4) Previsão/Predição – É o que testa a teoria (se for boa, a previsão acerta); facilita a criação de instrumentos para testar a teoria 5) Interventiva – Teorias que criam testes que mais tarde levam a grandes avanços (Exemplo: Freud psicanálise) FREUD ≫ Nasceu em Viena, Áustria ≫ Estudou medicina com especialização em neurologia ≫ Foi convidado para ser professor, uma vez que os seus artigos rapidamente ficaram famosos internacionalmente ≫ Queria perceber o ser humano (questões viradas para psiquiatria) ≫ Interessado pelo fenómeno da histeria, queria entender e ajudar (afetava sobretudo as mulheres) ≫ Juntou-se a Bernhiem (psiquiatra) e escreveram “estudos sobre a histeria” ≫ Conhece Charcot que tentava curar a histeria com hipnose, sendo considerado o melhor especialista da hipnose, ensinando Freud que começa a ter resultados muito bons e a ter muito sucesso nesta área, ganhando clientes e comprovando a eficácia da hipnose ≫ CATARSE – Sentimento de alívio quando desabafamos com alguém ≫ Conceito que vinha do teatro grego e que foi remodelado por Freud ≫ A.L – ASSOCIAÇÃO-LIVRE – Método desenvolvido por Freud em substituição à hipnose uma vez que a associação livre das pessoas quando falam aos poucos do que sentem e dos seus problemas, levam às catarses ≫ Entendeu que as catarses não eram um processo duradouro e que faltava alguma coisa ≫ O caso da ANNA O. – Onde o seu modelo se encaixou na perfeição. A paciente sofria de histeria e foi aqui que Freud entendeu que as catarses eram momentâneas, e que havia algo que não era consciente por trás de tudo ≫ “Aparelho psíquico” – mente; funciona a nível ENERGÉTICO ≫ Acreditava que a energia mental era finita e que ia gastando, e era esta energia que fluía no aparelho psíquico. Exemplo: Um paciente com histeria, quando fazia uma catarse libertava energia que se ligava a processos mentais, e por isso era necessário entender que tipos de energia se ligavam a processos da mente ≫ PULSÕES – instinto básico e biológico do ser humano ≫ Para Freud o instinto básico era o LIBIDO – que guia a vida do ser humano e estava relacionado com a sexualidade ≫ Entende que a sexualidade é determinante na histeria (sintomas e sofrimento) e por sua vez estava relacionado com a pulsão sexual ≫ A população não estava preparada para lidar com a afirmação de que a histeria derivava de problemas sexuais mal resolvidos, principalmente porque ele afirmou que grande parte desses problemas, vieram da infância ≫ Pulsão sexual = libido; Pulsão agressiva = útil caso esteja adaptada pois permite a auto preservação do ser humano, no entanto, se não estiver causa problemas ≫ Freud escreve um livro de interpretação de sonhos (sonhar = processo onírico // mundo onírico = imaginário) – 3 ≫ Conteúdo manifesto = o que o sujeito mostra e diz ≫ Conteúdo latente = o que o sujeito não mostra porque não sabe que existe ≫ Freud arranja um método para compreender o inconsciente, que está indiretamente ligado a pulsões (sendo que é o local onde elas residem), e o individuo só tem consciência das mesmas quando elas se juntam e formam uma representação mental concreta, caso isto não aconteça, é somente uma energia que flui no inconsciente sem que o sujeito a reconheça ≫ As representações não têm uma ligação direta com as pulsões ≫ PRINCÍPIO DO PRAZER (PP) – Sempre que o individuo satisfaz as suas pulsões, obtém prazer, e quando não satisfaz, sente desprazer; A descarga pulsional é importante para que a energia seja libertada; O princípio básico do psiquismo é a obtenção do prazer ≫ PRINCÍPIO DA REALIDADE (PR) – A partir dos 4/6 anos é quando o ser humano entende que não pode satisfazer os seus desejos sempre que quer. O PR impõe-se ao PP; Freud acrescenta ainda que um individuo com um PP muito forte, irá viver desadequado da sociedade, no entanto se tiver um PR excessivo nunca conseguirá satisfazer as suas pulsões e viverá frustrado ≫ PROCESSO PRIMÁRIO – Quando um sujeito está a funcionar pelo PP, funciona em processo primário ≫ PROCESSO SECUNDARIO – Se um sujeito estiver a funcionar pelo PR, funciona em processo secundário ≫ Na nossa vida o expectável é que o Processo primário perca força e que o processo secundário a vá ganhando, sendo essencial para a vida adulta ≫ A teoria de Freud compara a patologia com a realidade (nesta ordem), sendo que sempre que nota um mecanismo numa patologia compara-a com as outras para ver se é parecido ou diferente e depois passa para a normalidade acabando por entender que o que diferencia é a graduação porque são fenómenos que também existem na normalidade ≫ Inicia o estudo da angústia ao notar que o humano a sente desde o nascimento ≫ A angústia é adaptativa (exemplo: criança sente dor por apanhar um choque e por isso não repete); quando é desaptativa leva a um grande sofrimento ≫ Psicanálise– nova teoria que explica o psiquismo; forma de terapia freudiana; não envolve a hipnose, mas é verbal PRIMEIRA TÓPICA – FREUD ≫ INCONSCIENTE = reservatório pulsional (dos instintos), a maioria das coisas vai parar ao inconsciente ≫ O material recalcado (que causa sofrimento ou desprazer e por isso o ser humano quer ver-se livre dele) vai para o inconsciente ≫ “Mecanismo de defesa” – quando um individuo se sente ameaçado pode recalcar o que sente através de mecanismos de defesa ≫ A teoria da angústia relaciona-se com a teoria dos mecanismos de defesa, que são ativados para o individuo lidar com a angústia desaptativa ≫ PRÉ-CONSCIENTE tem um peso menor, mas faz a ponte entre inconsciente e consciente ≫ O que está no pré-consciente, vai passar para o consciente e vai permanecer lá ≫ A linguagem do inconsciente é simbólica ≫ METAPSICOLOGIA – É a única maneira de explicar a psicologia: tópico dinâmico e energético, e só quando explicamos estas três características é que sabemos como é que o ser humano realmente é ≫ Tópico – Explicar o consciente, pré-consciente e inconsciente ≫ Dinâmico – Quando existe uma pulsão ativa (energia) e começa a estar muito sobrecarregada, a energia tem que se soltar, e essa pulsão que está no – 4 inconsciente começa a fazer força para passar para o consciente, porém, a censura trabalhar para que esta passagem não se dê. Como esta passagem não ocorre, a tensão começa a acumular e eventualmente irá sair, sendo que, para passar pela censura, fazem formações de compromisso → Associam-se a novas representações que sejam mais aceitáveis, e a censura, permite a passagem. SEGUNDA TÓPICA – FREUD ≫ Três instâncias básicas: 1. ID – inconsciente, nasce com a criança e é o reservatório 2. EGO – não se pode reduzir ao consciente, nasce mais tarde; gere o psiquismo, gere o ID, gere o SE e a realidade 3. SUPEREGO – desenvolve-se por introjeção, sendo o último a nascer ≫ Introjeção – interiorizar objetos (Para Freud eram muito importantes e referia-se a outros humanos. Por exemplo: A primeira introjeção de objeto que o ser humano faz é com os seus pais que começam a fazer parte do seu aparelho psíquico) ≫ Ideal do Ego – regulador do amor próprio, narcisismo. Se este ideal for muito alto vai ser prejudicial pois o Ego não se ajusta e a autoestima desce, mas se for muito alto o ego torna-se “preguiçoso” SEXUALIDADE: ≫ Entendeu que existiam zonas erógenas ≫ Desenvolvimento psicossexual do ser humano (a parte psicológica era mais importante que a sexual) ≫ A criança tem uma sexualidade própria, muito diferente do adulto, que se vai desenvolvendo FREUD – TEORIA PSICOSSEXUAL: FASES 1ª fase – oral: • Do nascimento aos 2 anos • A zona erógena é a boca • A criança é estimulada e sente prazer através da boca (até pela alimentação através do seio materno) 2ª fase – anal: • Dos 2 anos 4 anos • A zona erógena é o ânus • Quando se revolve a fase oral, passamos para a anal • A centração é o ânus 3ª fase – fálica: • Entre os 4 e os 6 anos (podendo chegar aos 9) • Centração na zona genital, sendo que as crianças fazem muitas perguntas sobre esta área • Complexo de édipo – A criança começa a sentir desejo secreto pelo progenitor do sexo oposto, porém existe um impedimento (o outro progenitor) • O édipo mal resolvido pode criar problemas para a vida toda (Freud afirmou que a histeria vinha de um édipo mal resolvido) • As crianças entendem que os meninos têm pénis e que as meninas não • Angústia de castração – desenvolvida pelos rapazes que pensam que as meninas não têm pénis porque os seus progenitores descobriram do desejo que elas sentiam e por isso, castraram-nas, e ficam com medo de que isso aconteça com eles Período de latência: • Dos 7 anos 10 anos • Não parece haver nenhuma centração • Começam a investir noutras áreas, como na escola, na aprendizagem e na vida social Fase oral 1: Fase oral 2: Passiva Ativa As mães notam esta diferença de fases pois as crianças começam a morder os mamilos Fase anal 1: Passiva Fase anal 2: Aparece quando a criança começa a controlar e deixa de usar fraldas; início de alguma autonomia; início do desenvolvimento do SE – 5 4ª fase – genital: • Entre os 10 e os 12 anos • Resolução do complexo de édipo (alguns não se resolvem) • A criança deixa de estar centrada numa sexualidade parcial e começa a ser global (envolvendo os outros) • Com o complexo de édipo (triangulação - criança + os dois progenitores) deixa de estar centrada em si mesma. AULA TEÓRICA 4 – 14/10/2020 A.B – REAÇÃO ≫ Freud verificou que os adultos teriam comportamentos e formas de funcionar que pareciam estar ligados à fase oral, fase anal e à fase fálica, ou seja, percebeu que os adultos tinham comportamentos típicos da infância. ≫ Após diversos estudos para compreender porque é que as pessoas, quando vivenciam alguma coisa que depois as perturba, têm a tendência de repetir esse aspeto vezes sem conta na sua cabeça, chegou à resposta da Ab-reação. ≫ A Ab-reação é a tendência que o ser humano tem para repetir aspetos que o afetam ou perturbam. Exemplo: Uma pessoa de 35 anos tem um acidente de automóvel, algo que lhe provoca bastante ansiedade. Nessa noite, dorme mal porque não para de pensar no que aconteceu e durante 2 meses, de vez em quando, repete na sua cabeça o sucedido. ≫ Este mecanismo da Ab-reação acontece para que o acontecimento angustiante desapareça, ou seja, através das inúmeras repetições, a angústia que sentimos quando nos lembramos do tal acontecimento marcante, passa a ser controlada e gerida pelo Ego. Contudo, há situações em que a Ab- reação não resolve a situação, se o problema for complexo demais. TRAUMAS E PONTOS DE FIXAÇÃO ≫ Freud apontou que todos os Seres Humanos têm acontecimentos que podem ser considerados como traumáticos, ou seja, considera-se um acontecimento como sendo traumático quando algo interno ou externo nos perturba de tal forma, que somos obrigados a uma nova adaptação à vida. Um traumatismo não tem de ser necessariamente uma coisa negativa, também pode ser algo positivo. ≫ Existem dois tipos de traumatismo do ponto de vista temporal: Traumatismo na vida adulta e Traumatismo infantil, sendo o último o que realmente importa para Freud. A grande diferença entre os dois, é que no traumatismo na vida adulta, o sujeito já está preparado, do ponto de vista mental, para lidar com o acontecimento de forma amadurecida, enquanto que no traumatismo infantil, a criança ou o adolescente não é capaz de digerir a situação da mesma maneira que um adulto. Assim, um traumatismo adulto é diferente de um traumatismo numa criança ou num jovem, podendo ser, igualmente, muito grave ou não. ≫ Freud vai querer entender e estudar o porquê de um traumatismo infantil afetar tanto a vida de uma pessoa, ao ponto de poder criar patologias graves. Foi aqui que percebeu que se houver um traumatismo na fase oral, na fase anal ou na fase fálica, ou seja, entre o nascimento e os 10/12 anos, ocorrem os “pontos de fixação”, ou seja, ocorre uma alteração no comportamento do individuo. ≫ Contudo, os acontecimentos marcantes, apesar de ocorrem nestas fases críticas do desenvolvimento psicossexual, podem ou não provocar traumatismos, ou seja, a formação de traumatismos depende de pessoa para pessoa, não se podendo generalizar: EX: Uma criança de 5 anos foi muitíssima agredida pelos pais, durante um ano, tanto física como psicologicamente e, devido a isso, criou um traumatismo, logo temos pontos de fixação. EX: Outra criança de 5 anos sofreu o mesmo tipo de agressões que a anterior e quando analisadae avaliada, não regista nenhum traumatismo, logo, nenhum ponto de fixação. (É raro isto acontecer). EX: Uma criança de 5 anos, durante toda a sua vida recebeu afeto excessivo em que teve tantas coisas – 6 boas que acabou por criar um traumatismo. EX: Uma mesma criança teve exatamente a mesma quantidade de afeto, mas não formou traumatismo nenhum. ≫ Freud chegou à conclusão de que todos os S.H têm diversos pontos de fixação nas diversas fases oral, anal e fálica, o que lhe permite conseguir explicar praticamente tudo o que se passa ao nível da psicopatologia. Afirma que todos nós temos vários pontos de fixação e que estes têm uma ligação ao id, mas não ao ego, ou seja, acabamos por sentir coisas que não percebemos, mas que acabam por perturbar o normal funcionamento do sujeito. Mais tarde, Freud chegou à conclusão, que afinal podem existir pontos de fixação sem ocorrer um traumatismo. MECANISMOS DE DEFESA: REGRESSÃO E PROGRESSÃO ≫ Freud voltou à sua questão inicial: porque é que uma pessoa de 35 anos pode estar a vivenciar exatamente igual, sem se aperceber disso, formas de funcionamento de quando tinha 5 anos? Desta forma, e porque os pontos de fixação não se conseguem explicar, Freud chegou até à noção de regressão, ao descobrir que o Ser Humano seria capaz de regredir. ≫ Segundo Freud, uma regressão é vivenciar coisas do passado, no momento atual, ou seja, como se estivéssemos na altura em que o acontecimento ocorreu. Freud chama a isto regressão temporal. A regressão consiste em ir a um determinado ponto de fixação, ou seja, a regressão é apenas conseguida se houver pontos de fixação. EX: se não há um ponto de fixação na fase oral 2, mas tivermos pontos de fixação na se oral 1, o sujeito não pode regredir até à fase oral 2, mas pode regredir até à fase oral 1. Freud também aborda uma regressão defensiva, que acontece quando o Ego faz uso da regressão como forma de se defender de coisas que o perturbam, podendo fazer uma regressão até uma fase na qual o sujeito foi muito feliz e se sente bem ao revive-la. ≫ Contudo, a regressão pode constituir uma sintomatologia psicopatológica, ou seja, podem acontecer regressões que perturbem ainda mais o estado em que o sujeito já se encontra. EX: uma pessoa tem um ponto de fixação muito complicado, apresentando um traumatismo que a perturbou muito, por exemplo, na fase oral 2. O que se verifica é que sempre que a pessoa regride a essa fase, dá- se uma sintomatologia psicopatológica, porque faz mal ao sujeito (regressão patológica). A solução estaria numa regressão defensiva. EX: A mesma pessoa, na fase anal 1, teve muito afeto e a sua vida foi muito boa. Desta maneira, sempre que tem um problema ela regride até essa fase para se sentir bem. ≫ Freud introduziu um conceito importante: regressão ao serviço do ego, isto é, utilizar a regressão para reconstruir o ego. Este mecanismo apenas é possível quando se regressar a uma fase onde se já se foi feliz. ≫ Freud dizia que estamos tanto em regressão quando sonhamos como quando estamos em estado de vigília, porque as regressões são inconscientes. Assim, Freud afirmava que o adulto funcionava em Princípio Secundário, mas que em regressão funcionava em Princípio Primário. Quando saia da regressão voltava ao Princípio Secundário, mas de uma maneira diferente de quando entrou para a regressão. A este processo designou de progressão. ANGÚSTIA E CONFLITOS INTER PSIQUICOS ≫ Freud retoma ao conceito de angústia, para explicar que, apesar de ser uma sensação de desprazer, quando bem usada é adaptativa e apresenta conteúdos específicos que estão relacionados com os pontos de fixação, o que faz com que entre no campo dos conflitos Inter psíquicos, ou seja, conflitos entre as instâncias que geram angústia, como o id e o ego ou o superego e o ego. PSICANÁLISE ≫ Uma das grandes contribuições de Freud foi a criação da psicanálise. A psicanálise é uma forma de psicoterapia baseada na palavra, isto é, na associação livre e na interpretação que Freud fazia relativamente ao que os pacientes contavam. Desta forma, vai basear-se na associação livre, na transferência e no insight. – 7 ≫ A sua terapia consistiria na utilização de um Divã, onde pedia às pessoas que se deitassem, o que lhe permitiu perceber rapidamente que a melhor maneira de levar o sujeito a realizar uma boa associação livre e uma boa regressão, seria quando estas estavam deitadas. ≫ Ao fim de um certo tempo de terapia surge um nosso processo: a transferência. Este processo consiste na transferência que o sujeito faz para o terapeuta de aspetos que têm a ver com figuras fundamentais da sua vida. Para esta transferência ser possível, é necessário haver um nível de confiança extremo com o terapeuta e quando se passa para o patamar da transferência, Freud diz que é a partir desse momento que se consegue entrar na cabeça do sujeito. ≫ Por fim, temos o processo de insight que Freud dizia ser o objetivo da psicanálise. Este processo constitui uma tomada de consciência das questões internas, principalmente de questões ligadas ao id e, à medida que as pessoas vão tendo insights acabam por se conhecer melhor a elas próprias e a evoluir na terapia. MECANISMOS DE DEFESA ≫ Existem para mediar o conflito entre as forças pulsionais e a internalização das normas sociais. ≫ São ativados inconscientemente ≫ Atuam para nos proteger quando precisamos RECALCAMENTO/REPRESSÃO ≫ É o mecanismo de defesa mais importante, segundo Freud, e estruturante da Teoria Psicanalítica Freudiana. ≫ Os pensamentos, desejos e recordações são totalmente impedidos de ocorrer à consciência por ser algo incompatível com o EU, sendo por isso mantidos à distância, no inconsciente. ≫ O conteúdo reprimido manifesta-se através de sonhos, sintomas, atos falhados. ≫ O recalcamento requer um grande gasto de energia psíquica. NEGAÇÃO ≫ Recusa por parte do sujeito em aceitar a existência de uma situação dolorosa demais para ser tolerada, ou seja, é a recusa não consciente em admitir a existência ou a verdade sobre algo, que lhe causaria uma grande angústia. ≫ É o realmente não ver ≫ Só atua quando precisamos dele RACIONALIZAÇÃO ≫ Consiste em utilizar explicações que ousam justificar algo que é desconfortável/ameaçador, diminuindo o poder de a situação o afetar negativamente, ou seja, o sujeito cria uma justificação falsa para não ter de reconhecer a justificação verdadeira. ≫ Por exemplo: Gostar de alguém mas essa pessoa não gosta de nós da mesma forma, usamos os defeitos da pessoa para justificar o facto de não irmos ter nada com ela DESLOCAMENTO ≫ Passa por se dirigir a pulsão existente a um objeto diferente (mais aceitável, menos ameaçador e mais aceite socialmente) daquele a que se dirigiria originalmente, com o objetivo de permitir a satisfação da pulsão com menor ansiedade. ≫ Por exemplo: Odiar o nosso chefe, mas concordar com ele e chegar a casa e descarregar nos nossos filhos PROJEÇÃO ≫ As pulsões consideradas inaceitáveis são colocadas num objeto exterior e consideradas externas, ou seja, os atributos pessoais de um determinado indivíduo, sejam pensamentos inaceitáveis ou indesejados, motivações, qualquer tipo de emoções, são atribuídos a outras pessoas. – 8 ≫ Os outros são imperfeitos e impuros e eu sou o único que está bem ≫ Por exemplo: Estou com ciúmes que o meu parceiro me traia, quando na verdade eu é que estou na iminência de o fazer. FORMAÇÃO REATIVA ≫ Mecanismo onde uma pessoa vai expressar uma tendência contrária ao que estava expresso anteriormente, ou seja, as pulsões inaceitáveis vão ser substituídas pelo seu contrário. ≫ Por exemplo: Pessoas que não conseguem estar perto de pessoas homossexuais,segundo Freud, significa que a pessoa tem uma base de homossexualidade, se isto chegasse à consciência destas pessoas, podia levar a um suicídio REGRESSÃO ≫ Perante uma situação de elevada ansiedade o individuo volta a certos estágios do desenvolvimento psicossexual infantil. ≫ Por exemplo: Quando estamos doentes ou numa apresentação SUBLIMAÇÃO ≫ As pulsões inaceitáveis são convertidas, sendo descarregadas de forma a causar menos ansiedade ao individuo (socialmente mais aceite), correspondendo à “essência da civilização”. ≫ Por exemplo: alguém que gosta de ver sangue torna- se um cirurgião ≫ Previne um grande gasto de energia psíquica TEORIA DE JUNG – 1ª PARTE ≫ Jung é contemporâneo de Freud ≫ Nasceu na Suíça ≫ Estudou medicina com especialização em psiquiatria ≫ Era conhecido internacionalmente ≫ Interessa-se pela obra de Freud, nomeadamente pela psicanálise e quer inseri-la na psiquiatria ≫ Junta-se a Freud para aprender com ele ≫ Começa a não concordar com Freud a 100%, por exemplo Jung dizia que apesar da sexualidade ser importante na vida do ser humano, não era tão importante como Freud dizia ≫ Jung dá início à sua teoria e as divergências aumentam, o que levou a um afastamento de Freud PRINCIPIOS OPOSTOS (P.O) ≫ Verifica-se em todos os humanos ≫ Se existe um desejo, pulsão, etc., existe um oposto ≫ Por exemplo: Feminino – masculino; obter prazer – sofrimento ≫ Os opostos têm igual energia – Se há um investimento energético para o bem, há um equivalente no mal – PRINCÍPIO DA EQUIVALÊNCIA PRINCÍPIO DA ENTROPIA (P.ENT) ≫ Os opostos têm tendência natural para se aproximarem ≫ Suavizam-se à medida que o ser humano amadurece TRANSCENDÊNCIA ≫ Quando um individuo consegue harmonizar os opostos (meia idade). Por exemplo: Uma pessoa que era radical aos 20/30 anos, “acalma” e deixa de o ser ≫ É a partir daqui que a teoria de Jung dispara ≫ Começa a estudar o INC (reconhece que Freud está correto) e começa a escrever sobre casos que tem ≫ Jung confirma o que Freud dizia sobre o INC, mas que havia mais qualquer coisa, dizendo que havia o INC pessoal (o de Freud), mas que também existia – 9 um INC coletivo (INC C) e que este é mais importante ≫ Freud não gostou desta teoria INCONSCIENTE COLETIVO (INC C) ≫ Há coisas que só se explicam com isto ≫ Passado de geração em geração e só isso explica o porquê de um individuo atual conseguir entender algo de há 1000 anos ≫ Algo que acompanha o INC pessoal ≫ É mais antigo e passado filogeneticamente ≫ Relacionado com arquétipos ≫ A obra de Jung é constituída por Psicologia + Mitologia ≫ Percebe que um sujeito pode ter noções mitológicas de 5000 anos atrás ≫ Explica uma série de comportamentos humanos como o deja vu (alguém achar que já experienciou algo, mas na verdade nunca ter vivido, dizendo que isto se relaciona com o INC C ≫ Explica o amor à primeira vista com o INC C ARQUÉTIPOS ≫ Princípios organizadores da mente, inconscientes – toda a gente os tem de forma idêntica ≫ Arquétipos básicos do ser humano: 1. Arquétipo mãe – natureza - no caso do homem; o planeta terra – feminino 2. Arquétipo mana – Poder, falismo, sabedoria 3. Arquétipo sombra – gerou muita discussão na época, lado imoral do ser humano, tudo o que as pessoas querem fazer, por exemplo: ódio. Essencial saber como é que é a sobra de cada pessoa se comporta na terapia analítica criada por Jung 4. Arquétipo persona – Vai buscar o termo aos gregos para dizer que há um arquétipo que é responsável pela persona que se mostra nas relações sociais (que não aparece nas relações íntimas), existindo assim várias personas dependendo do contexto do sujeito. 5. Anima – Feminino 6. Animus – masculino ≫ Jung procura no ser humano como é que cada arquétipo se relaciona ≫ Quando esta noção se começa a falar de INC C, há autores que seguem o Freud, porém outros seguem o Jung, ainda hoje há pessoas que concordam/discordam dele SELF ≫ Difere de autor para autor ≫ Diz-nos que para além de Freud existe o INC C e o conjunto disto tudo é o que o ser humano (o self) para analisar o self temos que analisar todos os elementos (não é só o ego) ≫ O objetivo da psicoterapia analítica é formar o self individual, através da transcendência – processo de individuação é o que leva ao amadurecimento do ser humano TEORIA DE JUNG – 2ª PARTE ≫ Fases de desenvolvimento do ser humano ≫ Considera 4 estádios de desenvolvimento ≫ Primeiro autor a centrar-se na vida do ser humano ≫ 4 estádios: 1. Infância – período de desenvolvimento de descoberta do mundo, começa pendente e vai ganhando autonomia 2. Juventude – desde a adolescência + adultos jovens 3. Meia idade – fase que define o ser humano (30-55 anos, na época dele) fase em que a maioria do ser humano atingiria a plenitude Quer dizer que o homem no seu INC C tem uma dose de anima (feminino) em si (mulheres vice-versa) – 10 máxima; opostos harmoniosos – faz com que a pessoa seja mais feliz e tenha mais saúde 4. Velhice – em certos indivíduos mantém-se as características na meia idade ou começa o decréscimo (problemas cognitivos, etc.) quase como voltar à infância ≫ Para Jung a pessoa está a desenvolver-se, podendo perder capacidades numa fase (como na velhice) ≫ Freud centrou-se na infância e em questões sexuais e Jung dá importância a mais fases TEORIA DE JUNG – 3ª PARTE ≫ Considerada das mais objetivas da altura, sobre a personalidade ≫ Foi a observar os seus pacientes que o levou a uma ideia pioneira da época: verifica que há muitos doentes diferentes com várias patologias, a ideia é que embora estes indivíduos funcionem todos de formas diferentes, todos têm pontos comuns ≫ Nas entrevistas começou a entender que as pessoas funcionam em registos diferentes (dicotomias básicas no ser humano TEORIA DOS TIPOS PSICOLÓGICOS (I/E) ≫ Há indivíduos Introvertidos e extrovertidos ≫ Introvertido – viram-se para dentro ≫ Extrovertidos – explicam as emoções e são muito comunicativos sobre o que sentem e sobre a vida ≫ Existem subtipos na introversão e na extroversão ≫ Começa a entender diferenças nas patologias (Por exemplo: Um esquizofrénico pode ser introvertido ou extrovertido), o que mostra as diferenças na personalidade ≫ Complica a sua teoria dizendo que (I/E) é o tipo básico do ser humano, mas isto não chega para perceber o ser humano, no tipo de cada um temos de ver as funções do ser humano SENSATION, THINKING, INTUITION, FEELING (S T N F) ≫ Sensação – input de informação através dos sentidos, relacionada com a informação que nos entra pelos sentidos, captando informação do exterior/interior, sendo fundamental ≫ Pensamento – Função mental que usa tudo o que é captado pela sensação dizendo que o pensamento é uma forma de trabalhar as informações de formas racionais ≫ Intuição – A intuição é uma forma de trabalhar o que vem da sensação, de forma inconsciente e irracional; baseia-se em grandes quantidades de informação e é isto que caracteriza as intuições, e o facto de as pessoas não a conseguirem explicar ≫ Sentimento – forma de trabalhar todas as informações emocionais – que se formam em sentimentos (conjugação das emoções) EXTROVERTIDO, INTUITION, FEELING, THINKING (E N F T) ≫ Criou um sistema de avaliação com os tipos psicológicos ≫ Autores, mais tarde, desenvolveram um inventário baseado na teoria de Jung. Este instrumento permite- nos entender o que é mais importante em cada pessoa. ≫ Por exemplo: E N F T ≫ Este sistema permitia catalogar ≫ Jung afirma que em terapia devíamos entender os conceitos mencionados por Freud (INC pessoal), e depois o INC Coletivo, entender o self, qual é o tipo psicológico e as funções– 11 AULA PRÁTICA - ERIKSON ≫ Teoria que parte dos fundamentos freudianos, expandindo-os e modificando-os. ≫ O desenvolvimento vai além dos primeiros anos de vida ≫ Grande ênfase no ego- conceito de identidade do ego ≫ Teoria Psicossocial- utilizou conhecimentos sociais e culturais para desenvolver uma teoria unificada da personalidade DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE: ≫ Dá-se ao longo da passagem por estádios biologicamente pré-determinados: oito estádios psicossociais ≫ Conflito em cada estádio (crise psicossocial) → Resolução ≫ Procura da Identidade ≫ Uma resolução bem-sucedida da crise, dentro do prazo determinado, vai afetar positivamente a resolução nos estádios seguintes… ≫ Características da personalidade adaptativas e saúde mental ≫ Apesar da resolução ideal ocorrer na sua ordem programada, qualquer estádio posterior pode contribuir positivamente para a resolução de um estádio anterior… – 12 ≫ Após anos de observação entre culturas, o autor concluiu que os estádios são pré-determinados, mas a sua resolução tem especificidades culturais. PONTOS FORTES: ≫ Conceitos básicos são originais e inteligíveis ≫ Primeiro autor a formular conceção de desenvolvimento ao longo da vida ≫ Ideia de crise de Identidade ≫ A visão mais abrangente, a nível desenvolvimental, que a visão freudiana - implicação CRÍTICAS: ≫ Falta de cientificidade/justificação nos construtos utilizados. TEORIA/PERSPETIVA HUMANISTA DE CARL ROGERS ≫ Rogers é um indivíduo que nasceu nos EUA num ambiente rural. No final da sua adolescência teve um grande interesse pela agricultura o que, consequentemente, o levou a tirar o curso de agricultura. Quando acabou o curso de agricultura fez um curso de história, e em ciências da religião. Depois destes cursos, Rogers apaixonou-se pela Psicologia decidindo querer ser psicólogo infantil. Entretanto, apaixonou-se pela psicanálise fazendo formação com Adler. Portanto, Rogers vai aprender muitas coisas de Freud através de Adler. Rogers é um autor que vai começar a afastar-se da psicanálise e vai, inicialmente, começar a criticar a psicanálise. ≫ Rogers tem uma abordagem baseada na Filosofia que tem dois grandes aspetos: a filosofia fenomenológica e a filosofia existencialista. ≫ A filosofia fenomenológica considera que nós temos de considerar a consciência do indivíduo e a sua vivência, ou seja, estudar como é que as pessoas percecionam as realidades, como percecionam a si próprios, e como é essa vivência. Para a fenomenologia o passado, o presente e o futuro são importantes, mas a consciência que o indivíduo tem das coisas é no presente. ≫ O existencialismo baseia-se na fenomenologia, mas tem uma posição construtivista em que um dos autores principais do existencialismo diz que o homem se constrói a si próprio. Rogers achava que estas correntes filosóficas deveriam ser a base da psicologia e, então, cria uma psicologia humanista. ≫ Rogers acha que para estudar o S.H é preciso ter uma perspetiva humanista, não é a psicanálise nem o behaviorismo, mas sim pensar no S.H e na sua vivência. Segundo Rogers, cada S.H é único e cada um tem a sua vivência e a sua experiência e isso tem de ser compreendido, pois só assim é que se conhece o S.H. ≫ O Rogers diz-nos que o S.H tem livre-arbítrio, ou seja, tem capacidade de tomar decisões e construir a sua própria vida, e ele aproveita para dizer que a psicanálise está errada porque ao dizer que o inconsciente é o que determina o que as pessoas são e isso, na sua opinião, é falso e é menorizar o S.H. Ele introduz a ideia de empatia e que disse que um psicólogo, nomeadamente um terapeuta, tem de ser empático. Rogers escreve sobre a empatia explicando que a empatia tem a ver com o técnico conseguir colocar-se no lugar do outro para assim o perceber segundo a sua própria vivência. Rogers fala, também, que as pessoas são livres e têm de sentir essa – 13 liberdade e quanto mais liberdade tiverem maior a responsabilidade. Para além disto, Rogers diz que o S.H por natureza é criativo com uma grande potencialidade, logo o indivíduo tem capacidade para resolver os seus próprios problemas porque tem uma imensa criatividade. Ele dizia que, por exemplo, pessoas com psicopatologias conseguem resolver os seus próprios problemas usando a sua criatividade. ≫ Para Rogers a noção de self tem a ver com o sistema de perceções do individuo e com a sua própria consciência e ele diz-nos, ainda, que o self tem a ver com o autoconceito da pessoa. Portanto, ele diz-nos que vai ser importante trabalhar o self em terapia, ou seja, trabalhar, no fundo, o seu sistema de perceções e de vivências, e o seu autoconceito. ≫ A uma certa altura, ele faz uma teorização sobre aquilo que ele chama auto atualização explicando que o S.H tem uma capacidade de se auto atualizar, ou seja, o self atualiza-se. Portanto, o S.H está em melhoria permanente. TERAPIA CENTRADA MO CLIENTE: ≫ Método não diretivo, i.e., a responsabilidade é do paciente e este é que vai ter de trabalhar e de se auto atualizar usando a sua criatividade, etc. CRÍTICA À TEORIA DE ROGER: ≫ A teoria Rogeriana não tem um foco científico testável porque é demasiado centrada na filosofia. AULA PRÁTICA MASLOW PERSPETIVA HUMANISTA - PERSPETIVA MOTIVACIONAL DA PERSONALIDADE CONTEXTUALIZAÇÃO DA TEORIA: ≫ Maslow é o segundo representante da corrente humanista → reação a Freud e ao comportamentalismo ≫ A saúde mental é mais que a ausência de sintomas ≫ Precursor remoto da Psicologia Positiva ≫ Os indivíduos são fundamentalmente bons, conscientes e racionais. ≫ Fatores motivacionais como base da personalidade ≫ Os objetivos respondem a necessidades que devem ser satisfeitas ≫ Necessidades universais (…apesar da expressão cultural) ≫ A emergência de uma nova necessidade é gradual... ≫ Todas as pessoas estão motivadas para percorrer a totalidade do percurso de satisfação progressiva… ≫ Abordagem holística “The whole person is motivated” – 14 FISIOLÓGICAS: ≫ Único nível onde é possível total satisfação, e sobresatisfação SEGURANÇA: ≫ Torna-se especialmente premente em situações de catástrofe e/ou ameaça à vida SEGURANÇA FÍSICA E PSICOLÓGICA: ≫ Bem identificada experimentalmente com crianças… PERTENÇA E AMOR: ≫ Grupos restritos e alargados; ≫ qual das três tem a mais forte motivação para satisfazê-la? Uma pessoa que: não experienciou, só experienciou algum, ou experienciou muito amor e proximidade. ≫ Esta necessidade pode sobrepor-se às anteriores. ≫ É neste nível que a maioria da população fica, segundo Maslow. ESTIMA: DUAS VERSÕES AUTO-ATUALIZAÇÃO: ≫ Implica elevado auto-conhecimento ≫ A única das necessidades que não é estimulada por estados de privação ≫ Comportamento expressivo- motivado por forças internas, e não por estímulos externos nem carências. ≫ “What a man can be, he must be” (Maslow, s.d.) ≫ “I think of the self-actualizing man not as an ordinary man with something added, but rather as the ordinary man with nothing taken away” (Maslow, s.d.) ≫ Existem exceções à lógica da satisfação das necessidades ≫ Certas motivações podem ser inconscientes ≫ O comportamento pode ser multi-motivado: a mera observação não permite identificar as fontes motivacionais implicadas. ≫ A psicopatologia deriva da não satisfação das necessidades: ≫ Segurança: ansiedade… ≫ Pertença: pert. da personalidade, ansiedade social, depressão ≫ Estima: inferioridade, desamparo, baixa força do ego… Necessidades de tipo neurótico ≫ Ausência de psicopatologia ≫ Não privilegiam o imobilismo ≫ Aceitantes de si e dos outros ≫ Capacidade de estabelecer relações de profundidade≫ Relações amorosas não mantidas por outra necessidade ≫ Capacidade de tirar o maior proveito dos acontecimentos ≫ Guiados pelos objetivos e valores próprios ≫ Capacidade de expressar emoções de forma livre e clara ≫ Resistência à pressão social ≫ Criatividade e sentido de humor ≫ Indivíduos totalmente Auta atualizados → Apenas cerca de 2% da pop. geral é totalmente Auta atualizada → o futuro da humanidade ≫ Valorizam a mudança ≫ Grande necessidade de privacidade ≫ Propensão a peak experiences – 15 PERSPETIVA SOCIAL COGNITIVA ≫ Pavlov – estudava de forma extensa o condicionamento clássico e descobriu o reflexo condicionado ≫ Watson – criou o behaviorismo, estipulando que o que é importante é que para cada estímulo há uma determinada resposta ≫ Skinner – cria muitas coisas no behaviorismo, mas o principal foi o condicionamento clássico, foi também um grande critico à Psicanálise, bem como outros autores → para ele a única verdade da psicologia era o behaviorismo ≫ O Behaviorismo ganha muito reconhecimento no mundo académico ≫ A Psicologia Humanista não se identifica com nenhumas das psicologias desenvolvidas até então ≫ Bandura é um indivíduo que podemos considerar que é uma evolução dentro das correntes de Pavlov, Watson e Skinner. ≫ Nasceu no Canadá e quando começou a estudar psicologia começou-se a interessar pelo behaviorismo, considerando-se um behaviorista ≫ Ele vai se interessar pela agressividade humana, pois vai querer saber como é que é a agressividade humana e como funciona, então, começou a fazer experiências detalhadas (S-R: estímulo-resposta). ≫ Foi o 1º a dedicar-se à importância da visualização de estímulos agressivos por parte de jovens, nomeadamente crianças, e o que é que isso causa nas crianças. ≫ A uma dada altura, Bandura cria um design experimental que vai ser objeto de estudo em todo o mundo. Portanto, ele cria uma situação que é filmada e esse filme vai ser depois visualizado por vários grupos de crianças em diferentes condições experimentais. Nesse vídeo aparecem crianças a bater num boneco, noutros vídeos aparece a mesma situação, mas as crianças são reforçadas positivamente, entre outros. ≫ Basicamente, ele está a estudar o impacto da agressão e respetivo reforço ou não no comportamento das crianças. ≫ Até aqui é tudo igual à ideia de Skinner, mas ele acrescenta algo novo que é o facto de ele ter começado a mostrar esse vídeo a grupos de crianças e, no final da visualização desse vídeo, ele coloca as crianças numa sala onde está um boneco igual. ≫ O que Bandura verificou foi que as crianças normalmente vão agredir o boneco, e, então, questionou o porquê de as crianças terem aquele comportamento e conclui que elas o têm porque estiveram a observar aquele comportamento agressivo e têm tendência a imitar (aprendizagem vicariante) ≫ Bandura admite que o condicionamento clássico e o condicionamento operante são formas de aprendizagem, mas que há outra forma de aprendizagem que é a aprendizagem por observação. ≫ Portanto, ele já percebeu que o S.H imita comportamentos, logo tem aprendizagens vicariantes. ≫ Ele chegou à conclusão de que a aprendizagem vicariante é transversal, ou seja, ocorre em todo o tipo de situações e não é só na infância, pois os – 16 adultos também fazem aprendizagens destas, então, ele chamou a isto de modelagem. ≫ Aprendizagem por modelagem – por observação de modelos ≫ Aprendizagem direta – C.C e C.O ≫ Portanto, pode haver aprendizagens diretas que têm a ver com o condicionamento clássico e o condicionamento operante, mas pode haver aprendizagens por modelagem, quer isto dizer por observação e imitação de modelos. ≫ Bandura andou durante muito tempo a fazer uma teoria da modelagem e a mostrar como a modelagem é fundamental em todo o tipo de situações chegando ao ponto de falar de uma modelagem simbólica já mais ligada à vida do adulto, por exemplo, a modelagem simbólica é a aprendizagem vicariante da publicidade. ≫ Ele percebe, também, que isto tem aplicações totais na vida do S.H, pois tem aplicações na psicologia da educação, ou seja, se nós fizermos modelagens bem feitas com as crianças, elas vão provavelmente desenvolver-se melhor e aprender melhor. ≫ Também verificou que isto tem um grande impacto na psicologia clínica a que ele chamou terapia por modelagem que consiste em fornecer ao sujeito modelos alternativos, ou seja, que o ponham melhor e desde que o sujeito os aceite e comece a fazer aprendizagens nesse sentido as coisas vão correr melhor. ≫ Entretanto, ele percebe que a criança se vê uma vez o vídeo aquilo tem um certo impacto, mas ao fim de uns tempos tem tendência a extinguir-se, tal como Skinner dizia. ≫ No entanto, ele verificou que grupos de crianças a quem o vídeo é apresentado, por exemplo, todas as semanas durante meses a extinção demora muito a acontecer e em alguns casos não desaparece, ou seja, Bandura descobriu que a modelagem repetida e reforçada constantemente tem efeitos muito duradouros e é isto que vai ser utilizado em terapia. ≫ Portanto, uma criança que está constantemente a ser submetida a um tipo de modelo, por exemplo, uma criança cujos pais têm um determinado tipo de comportamento e a criança imagina que passa a infância toda, vamos supor que até à adolescência a criança está sempre a observar aqueles modelos, então, é natural que a modelagem seja potente e que perdure para a vida toda até o indivíduo morrer. ≫ Isto também acontece com as cognições ≫ Muitas vezes, enquanto adulto, pode ser extramente difícil anular essas aprendizagens porque podem estar tão fortes na pessoa que pode não ser fácil alterar. ≫ Bandura vai perceber que este tipo de aprendizagem, ao contrário do que falavam os autores anteriores, tem a ver com interações sociais porque o indivíduo observa os outros nos papéis que eles desempenham socialmente e pode modelar esses comportamentos, ou seja, começar a imitá-los. ≫ Mas, isto não se passa só com o comportamento como também com as cognições e, então aqui, Bandura é considerado um neo-behaviorista. – 17 TEORIA SOCIAL-COGNITIVA ≫ Que é precisamente mostrar que a modelagem se exerce em interações sociais e não abrange não só o comportamento, pois abrange também a cognição. ≫ Bandura começa por ser um behaviorista e a partir do momento que estabelece esta teoria passa, no fundo, a ser um cognitivista. ≫ Ele passa a estudar o que passa na cabeça das pessoas e não o estímulo-resposta. ≫ Estimula logo à partida que existe um determinismo recíproco entre o comportamento da pessoa e a situação. ≫ Diz que para perceber o indivíduo nós temos de perceber o seu comportamento, temos de perceber a pessoa que imite o comportamento e temos de perceber a situação que o sujeito está inserido. Ou seja, assim como as situações levam o sujeito a ter determinados comportamentos também os próprios comportamentos alteram as situações e os contextos. (determinismo reciproco) ≫ Vai começar a estabelecer uma teoria geral que vai englobar a modelagem, mas ele agora quer pensar no funcionamento global do S.H em termos cognitivistas e em termos sociais-cognitivos. E aqui vai se dar o início do movimento cognitivista no estudo da personalidade. ≫ Ele vai falar de autorregulação que é fundamental na sua teoria. ≫ A autorregulação é que os sujeitos são sujeitos que pensam, ou seja, pensam no seu passado, presente e futuro, e para gerirem todos estes processos fazem um processo de autorregulação interna. ≫ Para além disto, a autorregulação tem a ver com competências (capacidades humanas), isto é, os S.H têm competências específicas e que são muito variáveis, ou seja, cada pessoa tem consciênciadas suas próprias competências. ≫ Com isto, Bandura quer perceber como é que estas competências são, no fundo, sentidas por cada indivíduo e, então, ele cria o termo autoeficácia, isto é, conforme a consciência que cada um tem das suas próprias competências sente um certo nível de autoeficácia percebida. ≫ Problem solving – se considerarmos uma série de competências cognitivas do sujeito para resolver problemas, podem ser somente cognitivas/relacionadas com o emocional ≫ Uma grande parte das competências do S.H são adquiridas socialmente através da interação social e muitas delas, inclusivamente, através da modelagem, ou seja, a observação dos modelos faz com que os S.H ganhem muitas competências tanto na infância como na vida adulta. ≫ Diz-nos que as capacidades cognitivas para resolver problemas podem ser exclusivamente cognitivas, mas também podem ter ligações com a vida emocional – Emoção-Cognição. ≫ A emoção em certos indivíduos causa perturbação e pode diminuir a autoeficácia percebida, mas noutros indivíduos, pelo contrário, dá um acréscimo e Bandura dá-nos um exemplo: um indivíduo que tenha boas competências, que tenha uma autoeficácia elevada e que por isso tenha uma boa auto estima, tem normalmente objetivos mais ambiciosos e provavelmente consegue cumprir porque todas estas – 18 condições reduzem a ansiedade e a possibilidade depressiva. ≫ Portanto, segundo os cognitivistas primeiro vem a cognição e depois a emoção, mas não há um sem o outro. ≫ Bandura insere o termo “coping”, que corresponde a estratégias para lidar com situações que geram desconforto, que acaba por ser uma peça-chave essencial (quanto maior for a autoeficácia do sujeito, maiores são as estratégias de coping que levam a ter mais resiliência em situações complicadas da vida, tendo menos ansiedade, depressão, etc. ≫ Esta autoeficácia percebida inclui crenças e expectativas ≫ Os indivíduos criam expectativas sobre muitas coisas, que vêm da modelagem feita em criança, e depois as expectativas que estão relacionadas com isto, conforme as crenças individuais, as expectativas mudam consoante as crenças serem positivas ou negativas ≫ Na terapia as crenças devem ser analisadas firmemente para a terapia ser útil e direcionada ≫ Bandura, diz que o sujeito, em função das crenças, expectativas, competências e objetivos, tem standards pessoais avaliativos ≫ Diz que as pessoas neste processo entram em auto- reforço interno que pode ser mais importante do que o externo ≫ A autoestima é o resultado disto, ao contrário de outras teorias que dizem que a autoestima é o que influencia tudo o resto BECK ≫ Criador da terapia cognitiva ≫ Quando iniciou o seu trabalho especializou-se em psicanálise, afirmando que a mesma fazia tudo ao contrário, criando a psicologia cognitiva que afirma que as origens dos problemas está nos pensamentos (cognição) e não nos sentimentos (emoção) ≫ O que afeta o ser humano não é a realidade, mas sim a perceção que ele tem da mesma AULA PRÁTICA SKINNER Skinner (1904-1990) PERSPETIVA COMPORTAMENTALISTA: CORRENTE ESTÍMULO-RESPOSTA: ≫ Aprendizagem: envolve a associação de respostas a eventos que ocorrem no ambiente. ≫ Condicionamento operante: controlo do comportamento através da manipulação operada no ambiente ≫ Estes autores não gostam do conceito de personalidade, mas se têm que a definir dizem, marcam-na como um conjunto de comportamento externo/interno determinado por um número de contingências (expectativas de vida) com as quais vamos aprendendo e moldando as nossas respostas ≫ Minimiza a importância genética ≫ Ênfase nos processos de interação – ambiente e na especificidade situacional PSICOPATOLOGIA: ≫ Patologia comportamental não é uma doença, é um padrão de respostas aprendidas de acordo com os mesmos princípios (leis da aprendizagem) que geram os diferentes comportamentos ≫ O indivíduo desenvolveu repertório de comportamentos inadequados → resposta – 19 inapropriada aos estímulos, devido a história de reforço inadequada HISTÓRIA DE REFORÇO INADEQUADA: ≫ Não foram aprendidas respostas adequadas ≫ Foram aprendidas respostas inadequadas ≫ Foram aprendidas e são emitidas respostas inadequadas ao contexto ≫ Respostas adequadas não foram aprendidas - Não obteve reforço por comportamentos adequados ≫ Respostas inadequadas foram aprendidas - Obteve reforço por comportamentos disfuncionais ≫ Tem respostas inadequadas ao contexto - Obteve reforço por comportamentos emitidos em circunstâncias inadequadas ≫ Quadros patológicos (ex: depressão): Resultado de grande insuficiência de reforço positivo no ambiente ≫ Negligencia noção de inconsciente, pulsão, personalidade patológica ≫ Livre arbítrio? “Não somos livres senhores dos nossos comportamentos, pois estes são, em grande medida, função do ambiente em que crescemos”. PONTOS FORTES: ≫ Teoria baseada em observações científicas reproduzíveis ≫ Deu origem a uma das mais robustas escolas terapêuticas… CRÍTICAS: ≫ Extrapolação a partir de situações laboratoriais e maioritariamente obtidas através de experiências com animais. ≫ O papel dos pensamentos e sentimentos PERSPETIVA DOS TRAÇOS ≫ Allport procura um caminho extremamente científico, e procura uma teoria que explique a personalidade, que seja objetiva e testável ≫ A perspetiva dos traços inicia-se por Allport e depois é desenvolvida por outros ≫ Após uma série de estudos chega à conclusão de que todos os indivíduos têm características típicas (traço de personalidade), para ele o traço tem uma base biológica, mas exprime-se de forma psicológica ≫ Allport faz a distinção de estado/traço ≫ Estado – temporário e circunstancial, daqui a 5/10 min pode “baixar” (Exemplo: ansiedade que sobe com motivo) ≫ Traço – permanente, uma característica constante (Exemplo: ansiedade constante) ≫ Allport diz que na personalidade falamos de traço (padrão consistente da personalidade), pode ser situacional (igual independentemente do local) ou temporal (igual daqui a 25/50 anos) ≫ Traço codifica pensamento, emoções e comportamento e é por isso que os humanos têm padrões consistentes de pensamentos, emoções e comportamentos, o traço é também a base do funcionamento do ser humano, e a unidade básica da personalidade ≫ Esta teoria diferencia-se das outras porque não é especulativa, é baseada em investigação e preocupa- se encontrar modelos que expliquem a psicologia da personalidade FUNÇÃO DO TRAÇO ≫ Descritiva – descreve o individuo ≫ Preditiva – permite fazer previsões de cognições, emoções e de comportamentos (totais) ≫ Explicativa – porque é que isto tudo é assim ≫ O traço permite saber tudo sobre o sujeito ≫ Base biológica com tradução psicológica ≫ Personalidade → consistente na forma como um individuo se comporta, sente e pensa – 20 ≫ Se um individuo age de x forma, pode estar relacionado com um traço ≫ A vida emocional tem uma correspondência como traço (alegria, tristeza) ≫ A cognição também está ligada 2ª PARTE ALLPORT: ≫ Entende que existem vários traços na personalidade ≫ Os traços organizam-se hierarquicamente 1. Traços cardinais – codificam as centrais 2. Traços centrais – dependem dos cardinais 3. Disposições secundárias – dependem dos centrais ≫ Esta ideia faz com que se compreenda que a personalidade é uma organização hierárquica de traços CATTEL ≫ Britânico ≫ Estudou química ≫ Tinha estudos relacionados com a tabela periódica, em química ≫ Interessou-se pela psicologia e começou a mudar de carreira ≫ Estudava a Inteligência – modelos matemáticos; preocupação organizativa ≫ Interessa-se pela personalidade através da obra de Allport e principalmente pela parte organizacional dos traços≫ Se existem traços e uma hierarquia, é importante saber quantos traços existem ao certo ≫ O que o distingue é que trabalha de forma matemática ≫ Allport realizou um estudo ao compreender que as pessoas usam questões do senso comum para definirem traços de personalidade, recolhendo uma listagem de todos os adjetivos utilizados para definir uma pessoa, chegando a um número impressionante de termos. Este estudo espalha-se pelo mundo, compreendendo que os resultados são muito semelhantes ≫ Cattell trabalhava estes termos matematicamente ≫ Usa a análise fatorial, que tem um impacto muito grande na psicologia, onde procura reduzir um grande número de elementos a poucos fatores, que seriam a base de tudo, fez então esta análise, procurando determinar os traços de personalidade ≫ Mais tarde desenvolveu um software ≫ Concluiu que existem 16 traços de personalidade (teoria dos 16 fatores da personalidade) ≫ Constrói um instrumento para avaliar estes traços, e identifica quais é que são estes traços ≫ No mundo científico, toda a gente achou isto muito estranho, uma vez que usou a matemática e não a observação para chegar a estes fatores, o que não era comum no século XX ≫ Provou que este método dava resultado EYSENCK ≫ Alemão – vive lá até aos 18 ≫ Emigra para londres com a família ≫ Faz Psicologia na Universidade de Londres, e é convidado para ser professor ≫ Faz os primeiros estudos com gémeos ≫ Continua com estudos de inteligência e começa a interessar-se por Allport e Cattell ≫ Reconhecido pela sua frontalidade, por ser metódico e ligeiramente radical a abordar certas questões ≫ Aparece muito na televisão e assume-se como alguém que acredita muito no behaviorismo, achando que este é o melhor na terapia, intervenção, etc ≫ Critica a psicanálise de forma arrasadora, e estuda-a de forma exaustiva ≫ O que a ciência não fundamentava, não era interessante ≫ Tenta perceber a personalidade e transformá-la numa ciência incontestável ≫ Metodologia → grande rigor, repetia a mesma experiência várias vezes durante imensos anos e só depois apresentava dados ≫ Tinha um grande prestígio pelos seus pares, pois fazia artigos a corrigir os seus próprios artigos, mostrando ser humilde – 21 ≫ Acha que o traço é a base da personalidade, foca-se em saber quais são os traços que existem através da biologia (para eles os traços tinham uma base biológica, que só depois passava para a psicologia) ≫ Estuda a personalidade com equipas (não dava para fazer tudo sozinho, pela complexidade dos estudos), cria um departamento na Universidade de Londres com uma grande equipa e muitos equipamentos, formando um laboratório de personalidade ≫ Tem vários estudos a decorrer em simultâneo, gerindo várias equipas e espalhando-se pelo mundo ≫ Fazia várias publicações e investigações ≫ Introdutor do método das equipas na personalidade ≫ Tem grandes financiamentos que permitem que se desenvolva uma teoria da personalidade QUAL É O MÉTODO (1ª PARTE) ≫ Se quer estudar a biologia da personalidade tem que começar na psicofisiologia dos traços (por ser mais imediata), estudos eletrodermais e como é que podem ser indicadores da personalidade ≫ Testa outras medições como ritmo cardíaco e aspetos respiratórios, mede ondas cerebrais e entende que as ondas do córtex têm indicadores da personalidade ≫ Potenciais evocados – medições de ondas cerebrais que ultrapassam o EEG (que avalia 4 ondas cerebrais); mecanismo que permite avaliar os potenciais das ondas cerebrais, podendo medir centenas de ondas. AULA TEÓRICA 9 – 18/11/2020 EYSENCK – CONTINUAÇÃO ≫ Atribui uma grande importância à biologia ≫ Começou o seu trabalho com a psicobiologia ≫ Estuda os traços de um ponto de vista neuroatonómico (perceber que relações existem entre as áreas do córtex e a personalidade) ≫ Faz estudos ligados à hereditariedade de traços (gémeos: inato vs. adquirido) ≫ Importante estudar a personalidade através de um nível bioquímico (psicoendocronologia; No SNC) ≫ Importância da serotonina, dopamina, etc, nos traços ≫ Consegue comprovar os traços todos ≫ 30/40 anos depois começa a estudar outras áreas, e ver o traço de um ponto de vista psicológico, o que trouxe grandes avanços, pois descreve o traço e como o mesmo funciona em termos de globalidade ≫ Para considerar um traço, este tem que bater certo em todos os aspetos (culturais, biológicos e psicológicos) ≫ Depois das comparações, usava métodos matemáticos, chegando a um ponto em que a sua teoria se tornou quase inabalável pelo rigor metodológico PAVLOV ≫ Pioneiro do estudo do funcionamento do córtex com metodologia ≫ Estimulava as pessoas e observava a ativação no córtex, explica que para certas áreas se excitarem, outras têm de se inibir EYSENCK – CONTINUAÇÃO ≫ Quando conhece o método de Pavlov, pergunta se o traço não tem uma base biológica ≫ Lembra-se da teoria de Jung (que menciona os 2 tipos de ser humano – introvertidos e extrovertidos), mas demonstra que apesar da teoria ser interessante, está errada ≫ Introversão → inibição cortical ≫ Extroversão → Excitação cortical ≫ Verifica que a biologia das pessoas é diferente ≫ Afirma que a Introversão/Extroversão parecem ser a base da personalidade ≫ Traço (continuo, tem amplitude de variação) vs. tipo (categórico) TRAÇO DA EXTROVERSÃO: ≫ Introversão/Extroversão → um só traço de personalidade, sendo a amplitude do mesmo 0 50 100 I E – 22 ≫ Estar no 50 é raro ≫ Notaram que nenhum individuo era totalmente introvertido/extrovertido ≫ Ficou denominado de traço E para facilitar ≫ As alterações que existem consoante a idade são mínimas ≫ Eysenck acreditava que a parte biológica era muito importante, mas que o meio também tinha muito impacto ≫ SARA – Substância Ativadora Reticular Ascendente → existe no tronco cerebral e estimula a informação que vai para o córtex (quando somos estimulados não vai tudo para lá, quando as estimulações chegam ao córtex são filtradas (só irradiam para o córtex um determinado número de estímulos) ≫ Eysenck quer entender como é que este traço funciona na vida das pessoas ≫ Ebb – OLA → Optimus Level Arousal ≫ O SARA tem um papel importante no arousal ≫ O ser humano tem um OLA – nível necessário para funcionar adequadamente, é variável consoante o individuo e a maioria das pessoas tem o OLA durante horas ≫ Eysenck chega à explicação psicofisiológica AROUSAL NO PONTO DE VISTA DO TRAÇO E Nível alto – INTROV. OLA Nivel baixo – EXTROV. ≫ Os Introvertidos têm um nível acima/normal, pois não precisam de atingir o OLA ≫ Os extrovertidos, para funcionar têm que se ativar mais, e como tal procuram sensações e viram-se para o exterior ≫ Isto é a base de compreensão psicofisiológica ≫ Amplitude do traço gera algumas diferenças ≫ Extrovertido – exterioriza, procura sensações, tendência para procurar estimulação afetiva ≫ Introvertidos – menos sociais, menos afetivo, racional, tendência para se afastar dos outros, não procura sensações da mesma maneira ≫ O traço tem de ser universal ≫ Este é o traço base mas há mais TRAÇO DO NEUROTICISMO: ≫ “Encontra” o traço do Neuroticismo que tem uma ligação forte com o sistema límbico e a amígdala ≫ Neuroticismo é sentir as coisas naturalmente EE N ≫ EE → estabilidade emocional, calma, emoções positivas ≫ N → preocupação, emoções negativas, ansiedade, depressão, instabilidade, etc. ≫ A maioria dos humanos não está nos extremos ≫ Ter um nível de Neuroticismo muito alto significa que há uma patologia, pessoas com ansiedade, depressão, etc. têm níveis de Neuroticismomais elevados TRAÇO DO PSICOTICISMO: A P ≫ A → Associabilidade, vira-se para o exterior, é sociável, sem frieza afetiva, caloroso, gosta de se dar com os outros ≫ P → O mais complexo e o traço de demorou mais tempo ao Eysenck para perceber; tem haver com muitos atributos psicológicos (esquizoidia – base da personalidade virada para dentro com uma forma de pensar e agir própria) – quem tem esquizofrenia normalmente, tem esquizoidia; agressividade, frieza afetiva e egocentrismo ≫ Psicopatia – tem um fator P elevado e temos que procurar se o nível de psicoticismo é para psicose ou para psicopatia – 23 ≫ O modelo de Eysenck chama-se modelo B3 (Modelo PEN) AULA TEÓRICA 10 – 25/11/2020 A PERSPETIVA DOS TRAÇOS – EYESENCK: MODELO BIG 3 - PEN ≫ Introversão – Extroversão - O traço da extroversão tem uma série de subtraços (sociabilidade, atividade, assertividade, procura de sensações), cada traço codifica subtraços que são mais complexos, e isto faz parte do modelo hierárquico ≫ Estabilidade emocional – Neuroticismo (ansiedade, depressão, culpabilidade, baixa autoestima, emocionalidade negativa – emoções negativas); quando o N é muito alto há emoções negativas, quando é muito baixo há emoções positivas ≫ Sociabilidade – Psicoticismo (Frieza afetiva, egocentrismo, impulsividade, agressividade, anti sociabilidade) ≫ No topo da hierarquia estão os traços (que também chama de dimensões) ≫ Quando falamos de dimensão, o que vem a seguir são os traços, quando falamos de traços o que vem a seguir são os subtraços ≫ Cada subtraço, por sua vez, codifica respostas habituais no sujeito, e cada resposta habitual da origem a várias respostas especificas ≫ Resposta habitual – resposta típica automatizada no sujeito, que faz no dia-a-dia, e encontram-se em 3 grandes categorias – cognições, emoções e comportamentos ≫ Resposta especifica – depende da resposta habitual. ≫ Temos de determinar as respostas habituais, sendo que uma resposta especifica é a resposta habitual adequada para situações especificas da vida ≫ Quando conhecemos os traços, conseguimos predizer as respostas habituais e especificas COMO É QUE SE ORGANIZA A PERSONALIDADE TENDO EM CONTRA OS 3 TRAÇOS? COMO É QUE OS TRAÇOS SE CONJUGAM E INTERRELACIONAM? ≫ Se eu observar os fatores, dando-me uma serie de subtraços, no entanto essa a analise dá-me o resultado de 3 fatores separados, no entanto, a personalidade total do individuo é a conjugação dos traços. ESTUDO DA CONJUGAÇÃO DE TRAÇOS: ≫ Começou a relacionar o traço da extroversão com o Neuroticismo ≫ Começa por um modelo de conjugação de dois traços ≫ Chega a esta possibilidade: conjugação de dois traços baseada em matemática ≫ Utiliza a trigonometria para construir um modelo circumplexo da personalidade ≫ Possibilidade de situar cada pessoa num ponto exato de interação dos traços ≫ Conforme os quadrantes, as pessoas são automaticamente diferenciadas ≫ A conjugação de dois traços permite uma melhor compreensão do sujeito ≫ Nós com dois traços podemos fazer um modelo circumplexo, mas com três traços já não é assim, surgindo algumas dificuldades, e não consegue encontrar uma forma de conjugar o terceiro traço ≫ O modelo que analisa 3 traços (dimensões) já não é circumplexo, mas sim uma esfera – 24 QUESTIONÁRIO DE PERSONALIDADE DO EYESENCK (EPQ-R, 1991) ≫ Instrumento baseado numa serie de questões às quais o sujeito responde, há uma cotação que vai dar origem a uma série de escalas ≫ A partir do momento em que tenho os 3 valores dos traços, consigo perceber como é que é a personalidade dos indivíduos ≫ O questionário tem uma fidelidade, sensibilidade e validade muito forte, sendo dos melhores que existem, logo os valores dos traços são normalmente corretos, devido à qualidade do questionário PERSPETIVA DOS TRAÇOS ≫ Começou com Allport ≫ Continuou com Cattell ≫ Depois aparece Eysenck que opera uma mudança significativa e hoje a sua teoria é hoje um standard da personalidade, sendo que continua a ser desenvolvida ≫ Modelo do Big Three que originou o modelo tridimensional MODELO BIG FIVE ≫ Aparece depois do modelo de Eysenck (não muito tempo depois), estava a teoria dele ainda em desenvolvimento ≫ Enquanto que o Eysenck estuda a personalidade a partir da biologia, o Fiesck e o Norman sem se conhecerem, pegam nos termos do Allport, sabiam do trabalho de Cattell, estudaram o Allport e consideravam a teoria do Big Three correta ≫ Pegaram nos termos do Allport e fizeram analises fatoriais, como Cattell, e queriam confirmar aquilo que o Eysenck disse (dos 3 fatores) ≫ O que acontece é que ao fim de muitos anos de repetição de processo, pela primeira vez deu 5, repetiu e continuava a dar 5, aparece um outro autor (Norman) e faz algo semelhante e deu-lhe 5 também, eles acharam estranho, devido à Teoria dos 3 fatores ≫ Utilizavam a linguagem das pessoas e usavam a analise fatorial para ver quantos fatores davam ≫ Perspetiva psicolexical – estuda os traços somente através da linguagem (não parte da biologia, de analise neurobiológica…) e depois faz-se analises fatoriais ≫ O trabalho destes dois autores começa a ser conhecido ≫ Depois aparecem vários autores ≫ Modelo que tem diferenças consoante os autores ≫ Tem uma quantidade muito grande de autores – 25 ≫ Outros autores: Goldberg, John, Wiggins, Costa e McGral ≫ Estes modelos são diferentes, mas não muito ≫ Estes autores encontram todos 5 fatores ≫ Todos consideram que Eysenck está certo, logo, ficam preocupados com este resultado ≫ Avançam com o modelo, e a pouco e pouco acham que está certo ≫ Big 3 + Big 5 = perspetiva dos traços ≫ A maioria das pessoas prefere um ou outro, mas um não elimina o outro, são basicamente a mesma coisa BIG 5 ≫ 5 fatores ≫ 1. Extroversão – coincide com Eysenck ≫ 2. Neuroticismo – coincide com Eysenck ≫ Não encontram o psicoticismo, isto existe (há muitos esquizofrénicos) ≫ 3. Abertura à experiência ≫ 4. Amabilidade ≫ 5. Conscienciosidade ≫ Atribuem uma sigla ao modelo OCEAN (iniciais dos traços) ≫ Abertura à experiência – tem a ver com a procura de sensações e a tendência que o ser humano tem de procurar experiências novas; Para Eysenck, na sua critica, isto é um subtraço da extroversão ≫ Amabilidade – traço relacionado com a capacidade de o sujeito ser empático, afetivo, caloroso, etc; Para Eysenck, isto também é um subtraço ≫ Conscienciosidade – relacionado com dever, responsabilidade, capacidade de planeamento e organização ≫ A grande critica de Eysenck é a falta do psicoticismo neste modelo ≫ Eysenck escreve um artigo a criticar o Big 5, pois diz que eles obtém 5 fatores porque trabalham a partir do senso comum e da linguagem das pessoas e por isso é que também não aparece o psicoticismo, uma vez que as pessoas não têm noção do que é este conceito, e mesmo o que dizem no senso comum, não se aplica, na sua critica, diz também que não se pode formar uma teoria da personalidade sem partir da biologia, logo diz que a amabilidade e conscienciosidade, não são fatores ≫ Aparecem mais autores Fiske, Norman, Wiggins, Goldberg, Costa e McGral aplica a metodologia do circumplexo no big 5 e constata que não se consegue colocar os 5 fatores no modelo, então ele cria o seu circumplexo; trabalhando 2 a 2 ≫ Pragmatismo - Costa e McGral, como começam a ver que o modelo do big 5 é muito forte, e mesmo assim concordando com Eysenck, decidem começar a fazer pesquisa para dar resposta ao Eysenck, tentaram então encontrar o psicoticismo e não conseguiram ≫ Criaram um teste que vai ser muito famoso NEO-PI, para medir o modelo do big 5, que depois foi revistoe começou a ser o NEO-PIR ≫ Fizeram o que o Eysenck tinha feito e começaram a aplicar esse inventário em todo o mundo, de uma forma impressionante, em poucos anos conseguiram amostras enormes de todo o lado ≫ Começaram a perceber como é que o big 5 se comporta em todo o tipo de culturas, e isto foi tão bom, que a comunidade científica, começou a valorizar mais este modelo ≫ Este big 5, era um modelo com muitos fundos monetários ≫ A investigação é colossal, com imensas pesquisas ≫ O modelo torna-se o modelo mais perspicaz e usado do mundo ≫ Estes autores querem demonstrar que existe psicoticismo no big 5 ≫ Pedem autorização ao Eysenck para usarem o questionário dele, para testar o modelo para ver se encontram o fator do psicoticismo ≫ Por todo o mundo, começam a aplicar o NEO-PIR e o inventario do big 3 e correlacionam os dois ≫ E encontram dados interessantes, que na opinião de Eysenck mostra que não há psicoticismo no big 5 e para eles que existe, há uma correção negativa entre psicoticismo com a conscienciosidade e amabilidade – 26 ≫ O que para os autores significa que está la o psicoticismo de forma indireta ( - amabilidade e conscienciosidade = + psicoticismo) ≫ Começa a ter uma maior aceitação no big 5 por terem encontrado este fator P indireto ≫ Neste momento, há 25 anos, este é o modelo dominante da personalidade, mas normalmente quem usa o big 5, usa o big 3 porque está muito ligado, é muito normal usarem ambos os instrumentos nos indivíduos ≫ Este modelo também tem subtraços, a estrutura da personalidade neste modelo segue na mesma a hierarquia mencionada por Eysenck ≫ O big 5 foi extremamente criticado pelo Eysenck por não ter pesquisa biológica ≫ Estes autores começaram então a fazer pesquisa biológica a seguir, invertendo a ordem (primeiro psicolexical, análise fatorial e só depois biológica) ≫ Querem estudar de forma biológica de forma exaustiva, para demonstrar como funcionam os traços de abertura à experiência, amabilidade e conscienciosidade, ainda se está a estudar ≫ A abertura à experiência tem sido mais fácil e têm obtido excelentes resultados a nível biológico, a amabilidade tem trazido mais dificuldades na sustentação a nível biológico ≫ Verificou-se que em certas regiões no mundo, este fator não tem valores iguais em todas as culturas, demonstrando algumas diferenças, nomeadamente em alguns povos asiáticos e no médio oriente, a conscienciosidade também tem algumas alterações ≫ Eysenck explica isto pelo facto do modelo não ser correto ≫ O big 5 tem feito coisas devido ao investimento que tem, que não se fizeram com o big 3 ≫ Um dos projetos foi concluído há 10 anos, onde se fez um mapeamento total da personalidade em termos psicopatologisticos (relativamente ao big 5), o que quer dizer que neste momento, se conhecer um modelo big 5 numa pessoa, posso conhecer tudo o que lhe pode acontecer a nível psicopatológico na vida, o que é ótimo e deu uma força ainda maior ao big 5, isto está a ser utilizado em todas as áreas da psicologia ≫ Há 20 anos surgiu o big 6, que tem tido muito sucesso e está a ser bastante investigado, são os 5 fatores do big 5 com outro adicional ≫ Os 16 fatores de Cattell são muito pouco investigados ≫ Toda esta pesquisa pode ser feita em conjunto, ou de forma individual de cada traço, pois isto é mais “leve”, do que usar os 5 traços.