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Personalidade: Definições e Teorias

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ALLPORT 
≫ Persona → Personalidade 
≫ Define personalidade como: “A organização 
dinâmica do individuo de sistemas psicofísicos 
que definem o seu comportamento característico 
e os seus pensamentos” 
PERSONALIDADE: 
≫ É uma organização 
≫ Tem dinamismo (não é estática, há flexibilidade) 
≫ Psicofísico = psicofisiológico (tem emoções); 
base biológica relacionada com aspetos 
psicológicos 
≫ A personalidade determina comportamentos, 
pensamentos e afetos, por isso é que é tão 
importante 
≫ Construto complexo que tenta estudar o todo 
≫ Construto universal que varia de individuo para 
individuo 
≫ Hereditariedade 
≫ Pode enviesar uma variedade de domínios 
≫ Mostra um padrão 
OUTOS AUTORES… 
≫ Todas as definições são muito semelhantes às de 
Allport 
≫ A adaptação ao meio pode falhar se uma 
personalidade não for adequada 
≫ A personalidade é uma organização que determina a 
adaptação do individuo 
≫ Construto científico aceite internacionalmente 
Aspetos inatos vs. Adquiridos 
≫ Temperamento (base biológica da 
personalidade, tendo mais peso genético) e 
caracter (influência do meio) 
≫ Por exemplo, nas crianças não se fala em 
personalidade mas sim em temperamento que 
as acompanha desde o primeiro dia de vida 
tendo praticamente o mesmo temperamento aos 
8 anos, evidenciando o peso genético do 
mesmo 
≫ O caracter, no entanto, começa a formar-se a 
partir dos 4/6 anos, e é formado através de 
interações no seu núcleo (familiar e social) 
ESTUDOS COM GÉMEOS 
≫ Os gémeos monozigóticos têm praticamente o 
mesmo material genético, ou seja, tudo o que os 
difere em termos de personalidade deve-se á 
influência do meio 
≫ Apesar da parte genética ter bastante peso na 
formação da personalidade, a mesma não se 
constrói sem o fator do meio 
TEORIAS: TÓPICOS QUE SE DEVEM 
DESENVOLVER 
≫ Formas de explicar fenómenos 
≫ É uma área com muitas teorias devido à 
complexidade do construto 
≫ Uma teoria da personalidade exige 4 requisitos 
para ser considerada uma: 
1) Definição da estrutura – Unidade de 
análise que o modelo tem para a 
personalidade 
2) Processos – Explicar o dinamismo (a 
personalidade tem um conjunto de 
processos “infinitos” que têm de ficar 
explícitos) 
3) Formação e desenvolvimento – Biológico 
vs. Adquirido; ver a personalidade do 
nascimento à morte 
4) Psicopatologia e mudança – A 
personalidade determina a psicopatologia 
(O que é que na personalidade leva à 
depressão?); A mudança é sofrida pelo ser 
humano até à idade adulta, mas vai 
suavizando a partir da adolescência 
 
 
 
 – 
2 
 
 
 
TEORIA: QUAIS SÃO AS CARACTERISTICAS 
QUE DEVEM TER? 
1) Descritiva – Descrever o fenómeno da 
personalidade o mais detalhadamente possível 
2) Compreensiva – Explicar tudo (ex: os conceitos) 
ao pormenor 
3) Explicar – Difícil devido à quantidade de teoria 
que para ser explicita exige muita criatividade 
4) Previsão/Predição – É o que testa a teoria (se for 
boa, a previsão acerta); facilita a criação de 
instrumentos para testar a teoria 
5) Interventiva – Teorias que criam testes que mais 
tarde levam a grandes avanços (Exemplo: Freud 
psicanálise) 
 
 
FREUD 
≫ Nasceu em Viena, Áustria 
≫ Estudou medicina com especialização em 
neurologia 
≫ Foi convidado para ser professor, uma vez que 
os seus artigos rapidamente ficaram famosos 
internacionalmente 
≫ Queria perceber o ser humano (questões viradas 
para psiquiatria) 
≫ Interessado pelo fenómeno da histeria, queria 
entender e ajudar (afetava sobretudo as 
mulheres) 
≫ Juntou-se a Bernhiem (psiquiatra) e escreveram 
“estudos sobre a histeria” 
≫ Conhece Charcot que tentava curar a histeria com 
hipnose, sendo considerado o melhor especialista da 
hipnose, ensinando Freud que começa a ter 
resultados muito bons e a ter muito sucesso nesta 
área, ganhando clientes e comprovando a eficácia da 
hipnose 
≫ CATARSE – Sentimento de alívio quando 
desabafamos com alguém 
≫ Conceito que vinha do teatro grego e que foi 
remodelado por Freud 
≫ A.L – ASSOCIAÇÃO-LIVRE – Método desenvolvido 
por Freud em substituição à hipnose uma vez que a 
associação livre das pessoas quando falam aos 
poucos do que sentem e dos seus problemas, levam 
às catarses 
≫ Entendeu que as catarses não eram um processo 
duradouro e que faltava alguma coisa 
≫ O caso da ANNA O. – Onde o seu modelo se 
encaixou na perfeição. A paciente sofria de histeria e 
foi aqui que Freud entendeu que as catarses eram 
momentâneas, e que havia algo que não era 
consciente por trás de tudo 
≫ “Aparelho psíquico” – mente; funciona a nível 
ENERGÉTICO 
≫ Acreditava que a energia mental era finita e que 
ia gastando, e era esta energia que fluía no 
aparelho psíquico. Exemplo: Um paciente com 
histeria, quando fazia uma catarse libertava 
energia que se ligava a processos mentais, e por 
isso era necessário entender que tipos de 
energia se ligavam a processos da mente 
≫ PULSÕES – instinto básico e biológico do ser 
humano 
≫ Para Freud o instinto básico era o LIBIDO – que 
guia a vida do ser humano e estava relacionado 
com a sexualidade 
≫ Entende que a sexualidade é determinante na 
histeria (sintomas e sofrimento) e por sua vez 
estava relacionado com a pulsão sexual 
≫ A população não estava preparada para lidar 
com a afirmação de que a histeria derivava de 
problemas sexuais mal resolvidos, 
principalmente porque ele afirmou que grande 
parte desses problemas, vieram da infância 
≫ Pulsão sexual = libido; Pulsão agressiva = útil 
caso esteja adaptada pois permite a auto 
preservação do ser humano, no entanto, se não 
estiver causa problemas 
≫ Freud escreve um livro de interpretação de 
sonhos (sonhar = processo onírico // mundo 
onírico = imaginário) 
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≫ Conteúdo manifesto = o que o sujeito mostra e 
diz 
≫ Conteúdo latente = o que o sujeito não mostra 
porque não sabe que existe 
≫ Freud arranja um método para compreender o 
inconsciente, que está indiretamente ligado a 
pulsões (sendo que é o local onde elas 
residem), e o individuo só tem consciência das 
mesmas quando elas se juntam e formam uma 
representação mental concreta, caso isto não 
aconteça, é somente uma energia que flui no 
inconsciente sem que o sujeito a reconheça 
≫ As representações não têm uma ligação direta 
com as pulsões 
≫ PRINCÍPIO DO PRAZER (PP) – Sempre que o 
individuo satisfaz as suas pulsões, obtém prazer, 
e quando não satisfaz, sente desprazer; A 
descarga pulsional é importante para que a 
energia seja libertada; O princípio básico do 
psiquismo é a obtenção do prazer 
≫ PRINCÍPIO DA REALIDADE (PR) – A partir dos 
4/6 anos é quando o ser humano entende que 
não pode satisfazer os seus desejos sempre que 
quer. O PR impõe-se ao PP; Freud acrescenta 
ainda que um individuo com um PP muito forte, 
irá viver desadequado da sociedade, no entanto 
se tiver um PR excessivo nunca conseguirá 
satisfazer as suas pulsões e viverá frustrado 
≫ PROCESSO PRIMÁRIO – Quando um sujeito está 
a funcionar pelo PP, funciona em processo 
primário 
≫ PROCESSO SECUNDARIO – Se um sujeito estiver 
a funcionar pelo PR, funciona em processo 
secundário 
≫ Na nossa vida o expectável é que o Processo 
primário perca força e que o processo 
secundário a vá ganhando, sendo essencial para 
a vida adulta 
≫ A teoria de Freud compara a patologia com a 
realidade (nesta ordem), sendo que sempre que 
nota um mecanismo numa patologia compara-a 
com as outras para ver se é parecido ou 
diferente e depois passa para a normalidade 
acabando por entender que o que diferencia é a 
graduação porque são fenómenos que também 
existem na normalidade 
≫ Inicia o estudo da angústia ao notar que o 
humano a sente desde o nascimento 
≫ A angústia é adaptativa (exemplo: criança sente 
dor por apanhar um choque e por isso não 
repete); quando é desaptativa leva a um grande 
sofrimento 
≫ Psicanálise– nova teoria que explica o 
psiquismo; forma de terapia freudiana; não 
envolve a hipnose, mas é verbal 
 
PRIMEIRA TÓPICA – FREUD 
≫ INCONSCIENTE = reservatório pulsional (dos 
instintos), a maioria das coisas vai parar ao 
inconsciente 
≫ O material recalcado (que causa sofrimento ou 
desprazer e por isso o ser humano quer ver-se livre 
dele) vai para o inconsciente 
≫ “Mecanismo de defesa” – quando um individuo se 
sente ameaçado pode recalcar o que sente através de 
mecanismos de defesa 
≫ A teoria da angústia relaciona-se com a teoria dos 
mecanismos de defesa, que são ativados para o 
individuo lidar com a angústia desaptativa 
≫ PRÉ-CONSCIENTE tem um peso menor, mas faz a 
ponte entre inconsciente e consciente 
≫ O que está no pré-consciente, vai passar para o 
consciente e vai permanecer lá 
≫ A linguagem do inconsciente é simbólica 
≫ METAPSICOLOGIA – É a única maneira de explicar 
a psicologia: tópico dinâmico e energético, e só 
quando explicamos estas três características é que 
sabemos como é que o ser humano realmente é 
≫ Tópico – Explicar o consciente, pré-consciente e 
inconsciente 
≫ Dinâmico – Quando existe uma pulsão ativa (energia) 
e começa a estar muito sobrecarregada, a energia 
tem que se soltar, e essa pulsão que está no 
 – 
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inconsciente começa a fazer força para passar para o 
consciente, porém, a censura trabalhar para que esta 
passagem não se dê. Como esta passagem não 
ocorre, a tensão começa a acumular e eventualmente 
irá sair, sendo que, para passar pela censura, fazem 
formações de compromisso → Associam-se a novas 
representações que sejam mais aceitáveis, e a 
censura, permite a passagem. 
 
SEGUNDA TÓPICA – FREUD 
≫ Três instâncias básicas: 
1. ID – inconsciente, nasce com a criança e é o 
reservatório 
2. EGO – não se pode reduzir ao consciente, nasce 
mais tarde; gere o psiquismo, gere o ID, gere o 
SE e a realidade 
3. SUPEREGO – desenvolve-se por introjeção, 
sendo o último a nascer 
≫ Introjeção – interiorizar objetos (Para Freud eram 
muito importantes e referia-se a outros humanos. Por 
exemplo: A primeira introjeção de objeto que o ser 
humano faz é com os seus pais que começam a fazer 
parte do seu aparelho psíquico) 
≫ Ideal do Ego – regulador do amor próprio, 
narcisismo. Se este ideal for muito alto vai ser 
prejudicial pois o Ego não se ajusta e a autoestima 
desce, mas se for muito alto o ego torna-se 
“preguiçoso” 
SEXUALIDADE: 
≫ Entendeu que existiam zonas erógenas 
≫ Desenvolvimento psicossexual do ser humano (a 
parte psicológica era mais importante que a sexual) 
≫ A criança tem uma sexualidade própria, muito 
diferente do adulto, que se vai desenvolvendo 
FREUD – TEORIA PSICOSSEXUAL: FASES 
1ª fase – oral: 
• Do nascimento aos 2 anos 
• A zona erógena é a boca 
• A criança é estimulada e sente prazer através da boca 
(até pela alimentação através do seio materno) 
 
 
 
 
 
2ª fase – anal: 
• Dos 2 anos 4 anos 
• A zona erógena é o ânus 
• Quando se revolve a fase oral, passamos para a anal 
• A centração é o ânus 
 
 
 
 
3ª fase – fálica: 
• Entre os 4 e os 6 anos (podendo chegar aos 9) 
• Centração na zona genital, sendo que as crianças 
fazem muitas perguntas sobre esta área 
• Complexo de édipo – A criança começa a sentir 
desejo secreto pelo progenitor do sexo oposto, 
porém existe um impedimento (o outro progenitor) 
• O édipo mal resolvido pode criar problemas para a 
vida toda (Freud afirmou que a histeria vinha de um 
édipo mal resolvido) 
• As crianças entendem que os meninos têm pénis e 
que as meninas não 
• Angústia de castração – desenvolvida pelos rapazes 
que pensam que as meninas não têm pénis porque 
os seus progenitores descobriram do desejo que 
elas sentiam e por isso, castraram-nas, e ficam 
com medo de que isso aconteça com eles 
Período de latência: 
• Dos 7 anos 10 anos 
• Não parece haver nenhuma centração 
• Começam a investir noutras áreas, como na escola, 
na aprendizagem e na vida social 
 
Fase oral 1: Fase oral 2: 
Passiva Ativa 
As mães notam esta diferença de fases pois 
as crianças começam a morder os mamilos 
 
Fase anal 1: Passiva 
Fase anal 2: Aparece quando a criança 
começa a controlar e deixa de usar 
fraldas; início de alguma autonomia; 
início do desenvolvimento do SE 
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4ª fase – genital: 
• Entre os 10 e os 12 anos 
• Resolução do complexo de édipo (alguns não se 
resolvem) 
• A criança deixa de estar centrada numa sexualidade 
parcial e começa a ser global (envolvendo os outros) 
• Com o complexo de édipo (triangulação - criança + os 
dois progenitores) deixa de estar centrada em si mesma. 
 
AULA TEÓRICA 4 – 14/10/2020 
A.B – REAÇÃO 
≫ Freud verificou que os adultos teriam 
comportamentos e formas de funcionar que pareciam 
estar ligados à fase oral, fase anal e à fase fálica, ou 
seja, percebeu que os adultos tinham 
comportamentos típicos da infância. 
≫ Após diversos estudos para compreender porque é 
que as pessoas, quando vivenciam alguma coisa que 
depois as perturba, têm a tendência de repetir esse 
aspeto vezes sem conta na sua cabeça, chegou à 
resposta da Ab-reação. 
≫ A Ab-reação é a tendência que o ser humano tem 
para repetir aspetos que o afetam ou perturbam. 
Exemplo: Uma pessoa de 35 anos tem um acidente 
de automóvel, algo que lhe provoca bastante 
ansiedade. Nessa noite, dorme mal porque não para 
de pensar no que aconteceu e durante 2 meses, de 
vez em quando, repete na sua cabeça o sucedido. 
≫ Este mecanismo da Ab-reação acontece para que o 
acontecimento angustiante desapareça, ou seja, 
através das inúmeras repetições, a angústia que 
sentimos quando nos lembramos do tal 
acontecimento marcante, passa a ser controlada e 
gerida pelo Ego. Contudo, há situações em que a Ab-
reação não resolve a situação, se o problema for 
complexo demais. 
 
 
 
 
 
 
TRAUMAS E PONTOS DE FIXAÇÃO 
≫ Freud apontou que todos os Seres Humanos têm 
acontecimentos que podem ser considerados como 
traumáticos, ou seja, considera-se um acontecimento 
como sendo traumático quando algo interno ou 
externo nos perturba de tal forma, que somos 
obrigados a uma nova adaptação à vida. Um 
traumatismo não tem de ser necessariamente uma 
coisa negativa, também pode ser algo positivo. 
≫ Existem dois tipos de traumatismo do ponto de vista 
temporal: Traumatismo na vida adulta e Traumatismo 
infantil, sendo o último o que realmente importa para 
Freud. A grande diferença entre os dois, é que no 
traumatismo na vida adulta, o sujeito já está 
preparado, do ponto de vista mental, para lidar com o 
acontecimento de forma amadurecida, enquanto que 
no traumatismo infantil, a criança ou o adolescente 
não é capaz de digerir a situação da mesma maneira 
que um adulto. Assim, um traumatismo adulto é 
diferente de um traumatismo numa criança ou num 
jovem, podendo ser, igualmente, muito grave ou não. 
≫ Freud vai querer entender e estudar o porquê de um 
traumatismo infantil afetar tanto a vida de uma 
pessoa, ao ponto de poder criar patologias graves. 
Foi aqui que percebeu que se houver um 
traumatismo na fase oral, na fase anal ou na fase 
fálica, ou seja, entre o nascimento e os 10/12 anos, 
ocorrem os “pontos de fixação”, ou seja, ocorre uma 
alteração no comportamento do individuo. 
≫ Contudo, os acontecimentos marcantes, apesar de 
ocorrem nestas fases críticas do desenvolvimento 
psicossexual, podem ou não provocar traumatismos, 
ou seja, a formação de traumatismos depende de 
pessoa para pessoa, não se podendo generalizar: EX: 
Uma criança de 5 anos foi muitíssima agredida pelos 
pais, durante um ano, tanto física como 
psicologicamente e, devido a isso, criou um 
traumatismo, logo temos pontos de fixação. EX: 
Outra criança de 5 anos sofreu o mesmo tipo de 
agressões que a anterior e quando analisadae 
avaliada, não regista nenhum traumatismo, logo, 
nenhum ponto de fixação. (É raro isto acontecer). EX: 
Uma criança de 5 anos, durante toda a sua vida 
recebeu afeto excessivo em que teve tantas coisas 
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boas que acabou por criar um traumatismo. EX: Uma 
mesma criança teve exatamente a mesma quantidade 
de afeto, mas não formou traumatismo nenhum. 
≫ Freud chegou à conclusão de que todos os S.H têm 
diversos pontos de fixação nas diversas fases oral, 
anal e fálica, o que lhe permite conseguir explicar 
praticamente tudo o que se passa ao nível da 
psicopatologia. Afirma que todos nós temos vários 
pontos de fixação e que estes têm uma ligação ao id, 
mas não ao ego, ou seja, acabamos por sentir coisas 
que não percebemos, mas que acabam por perturbar 
o normal funcionamento do sujeito. Mais tarde, 
Freud chegou à conclusão, que afinal podem existir 
pontos de fixação sem ocorrer um traumatismo. 
 
MECANISMOS DE DEFESA: REGRESSÃO E 
PROGRESSÃO 
≫ Freud voltou à sua questão inicial: porque é que uma 
pessoa de 35 anos pode estar a vivenciar exatamente 
igual, sem se aperceber disso, formas de 
funcionamento de quando tinha 5 anos? Desta forma, 
e porque os pontos de fixação não se conseguem 
explicar, Freud chegou até à noção de regressão, ao 
descobrir que o Ser Humano seria capaz de regredir. 
≫ Segundo Freud, uma regressão é vivenciar coisas do 
passado, no momento atual, ou seja, como se 
estivéssemos na altura em que o acontecimento 
ocorreu. Freud chama a isto regressão temporal. A 
regressão consiste em ir a um determinado ponto de 
fixação, ou seja, a regressão é apenas conseguida se 
houver pontos de fixação. EX: se não há um ponto de 
fixação na fase oral 2, mas tivermos pontos de 
fixação na se oral 1, o sujeito não pode regredir até à 
fase oral 2, mas pode regredir até à fase oral 1. 
Freud também aborda uma regressão defensiva, que 
acontece quando o Ego faz uso da regressão como 
forma de se defender de coisas que o perturbam, 
podendo fazer uma regressão até uma fase na qual o 
sujeito foi muito feliz e se sente bem ao revive-la. 
≫ Contudo, a regressão pode constituir uma 
sintomatologia psicopatológica, ou seja, podem 
acontecer regressões que perturbem ainda mais o 
estado em que o sujeito já se encontra. EX: uma 
pessoa tem um ponto de fixação muito complicado, 
apresentando um traumatismo que a perturbou 
muito, por exemplo, na fase oral 2. O que se verifica 
é que sempre que a pessoa regride a essa fase, dá-
se uma sintomatologia psicopatológica, porque faz 
mal ao sujeito (regressão patológica). A solução 
estaria numa regressão defensiva. EX: A mesma 
pessoa, na fase anal 1, teve muito afeto e a sua vida 
foi muito boa. Desta maneira, sempre que tem um 
problema ela regride até essa fase para se sentir 
bem. 
≫ Freud introduziu um conceito importante: regressão 
ao serviço do ego, isto é, utilizar a regressão para 
reconstruir o ego. Este mecanismo apenas é possível 
quando se regressar a uma fase onde se já se foi 
feliz. 
≫ Freud dizia que estamos tanto em regressão quando 
sonhamos como quando estamos em estado de 
vigília, porque as regressões são inconscientes. 
Assim, Freud afirmava que o adulto funcionava em 
Princípio Secundário, mas que em regressão 
funcionava em Princípio Primário. Quando saia da 
regressão voltava ao Princípio Secundário, mas de 
uma maneira diferente de quando entrou para a 
regressão. A este processo designou de progressão. 
 
ANGÚSTIA E CONFLITOS INTER PSIQUICOS 
≫ Freud retoma ao conceito de angústia, para explicar 
que, apesar de ser uma sensação de desprazer, 
quando bem usada é adaptativa e apresenta 
conteúdos específicos que estão relacionados com 
os pontos de fixação, o que faz com que entre no 
campo dos conflitos Inter psíquicos, ou seja, 
conflitos entre as instâncias que geram angústia, 
como o id e o ego ou o superego e o ego. 
PSICANÁLISE 
≫ Uma das grandes contribuições de Freud foi a 
criação da psicanálise. A psicanálise é uma forma de 
psicoterapia baseada na palavra, isto é, na associação 
livre e na interpretação que Freud fazia relativamente 
ao que os pacientes contavam. Desta forma, vai 
basear-se na associação livre, na transferência e no 
insight. 
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≫ A sua terapia consistiria na utilização de um Divã, 
onde pedia às pessoas que se deitassem, o que lhe 
permitiu perceber rapidamente que a melhor maneira 
de levar o sujeito a realizar uma boa associação livre 
e uma boa regressão, seria quando estas estavam 
deitadas. 
≫ Ao fim de um certo tempo de terapia surge um nosso 
processo: a transferência. Este processo consiste na 
transferência que o sujeito faz para o terapeuta de 
aspetos que têm a ver com figuras fundamentais da 
sua vida. Para esta transferência ser possível, é 
necessário haver um nível de confiança extremo com 
o terapeuta e quando se passa para o patamar da 
transferência, Freud diz que é a partir desse 
momento que se consegue entrar na cabeça do 
sujeito. 
≫ Por fim, temos o processo de insight que Freud 
dizia ser o objetivo da psicanálise. Este processo 
constitui uma tomada de consciência das questões 
internas, principalmente de questões ligadas ao id e, 
à medida que as pessoas vão tendo insights acabam 
por se conhecer melhor a elas próprias e a evoluir na 
terapia. 
 
 
 
MECANISMOS DE DEFESA 
≫ Existem para mediar o conflito entre as forças 
pulsionais e a internalização das normas sociais. 
≫ São ativados inconscientemente 
≫ Atuam para nos proteger quando precisamos 
RECALCAMENTO/REPRESSÃO 
≫ É o mecanismo de defesa mais importante, segundo 
Freud, e estruturante da Teoria Psicanalítica 
Freudiana. 
≫ Os pensamentos, desejos e recordações são 
totalmente impedidos de ocorrer à consciência por 
ser algo incompatível com o EU, sendo por isso 
mantidos à distância, no inconsciente. 
≫ O conteúdo reprimido manifesta-se através de 
sonhos, sintomas, atos falhados. 
≫ O recalcamento requer um grande gasto de energia 
psíquica. 
 
NEGAÇÃO 
≫ Recusa por parte do sujeito em aceitar a existência 
de uma situação dolorosa demais para ser tolerada, 
ou seja, é a recusa não consciente em admitir a 
existência ou a verdade sobre algo, que lhe causaria 
uma grande angústia. 
≫ É o realmente não ver 
≫ Só atua quando precisamos dele 
RACIONALIZAÇÃO 
≫ Consiste em utilizar explicações que ousam justificar 
algo que é desconfortável/ameaçador, diminuindo o 
poder de a situação o afetar negativamente, ou seja, 
o sujeito cria uma justificação falsa para não ter de 
reconhecer a justificação verdadeira. 
≫ Por exemplo: Gostar de alguém mas essa pessoa não 
gosta de nós da mesma forma, usamos os defeitos 
da pessoa para justificar o facto de não irmos ter 
nada com ela 
DESLOCAMENTO 
≫ Passa por se dirigir a pulsão existente a um objeto 
diferente (mais aceitável, menos ameaçador e mais 
aceite socialmente) daquele a que se dirigiria 
originalmente, com o objetivo de permitir a satisfação 
da pulsão com menor ansiedade. 
≫ Por exemplo: Odiar o nosso chefe, mas concordar 
com ele e chegar a casa e descarregar nos nossos 
filhos 
PROJEÇÃO 
≫ As pulsões consideradas inaceitáveis são colocadas 
num objeto exterior e consideradas externas, ou seja, 
os atributos pessoais de um determinado indivíduo, 
sejam pensamentos inaceitáveis ou indesejados, 
motivações, qualquer tipo de emoções, são 
atribuídos a outras pessoas. 
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≫ Os outros são imperfeitos e impuros e eu sou o 
único que está bem 
≫ Por exemplo: Estou com ciúmes que o meu parceiro 
me traia, quando na verdade eu é que estou na 
iminência de o fazer. 
FORMAÇÃO REATIVA 
≫ Mecanismo onde uma pessoa vai expressar uma 
tendência contrária ao que estava expresso 
anteriormente, ou seja, as pulsões inaceitáveis vão 
ser substituídas pelo seu contrário. 
≫ Por exemplo: Pessoas que não conseguem estar 
perto de pessoas homossexuais,segundo Freud, 
significa que a pessoa tem uma base de 
homossexualidade, se isto chegasse à consciência 
destas pessoas, podia levar a um suicídio 
REGRESSÃO 
≫ Perante uma situação de elevada ansiedade o 
individuo volta a certos estágios do desenvolvimento 
psicossexual infantil. 
≫ Por exemplo: Quando estamos doentes ou numa 
apresentação 
SUBLIMAÇÃO 
≫ As pulsões inaceitáveis são convertidas, sendo 
descarregadas de forma a causar menos ansiedade 
ao individuo (socialmente mais aceite), 
correspondendo à “essência da civilização”. 
≫ Por exemplo: alguém que gosta de ver sangue torna-
se um cirurgião 
≫ Previne um grande gasto de energia psíquica 
 
 
 
 
TEORIA DE JUNG – 1ª PARTE 
≫ Jung é contemporâneo de Freud 
≫ Nasceu na Suíça 
≫ Estudou medicina com especialização em psiquiatria 
≫ Era conhecido internacionalmente 
≫ Interessa-se pela obra de Freud, nomeadamente pela 
psicanálise e quer inseri-la na psiquiatria 
≫ Junta-se a Freud para aprender com ele 
≫ Começa a não concordar com Freud a 100%, por 
exemplo Jung dizia que apesar da sexualidade ser 
importante na vida do ser humano, não era tão 
importante como Freud dizia 
≫ Jung dá início à sua teoria e as divergências 
aumentam, o que levou a um afastamento de Freud 
 
 
PRINCIPIOS OPOSTOS (P.O) 
≫ Verifica-se em todos os humanos 
≫ Se existe um desejo, pulsão, etc., existe um oposto 
≫ Por exemplo: Feminino – masculino; obter prazer – 
sofrimento 
≫ Os opostos têm igual energia – Se há um 
investimento energético para o bem, há um 
equivalente no mal – PRINCÍPIO DA 
EQUIVALÊNCIA 
PRINCÍPIO DA ENTROPIA (P.ENT) 
≫ Os opostos têm tendência natural para se 
aproximarem 
≫ Suavizam-se à medida que o ser humano amadurece 
 
TRANSCENDÊNCIA 
≫ Quando um individuo consegue harmonizar os 
opostos (meia idade). Por exemplo: Uma pessoa que 
era radical aos 20/30 anos, “acalma” e deixa de o ser 
 
≫ É a partir daqui que a teoria de Jung dispara 
≫ Começa a estudar o INC (reconhece que Freud está 
correto) e começa a escrever sobre casos que tem 
≫ Jung confirma o que Freud dizia sobre o INC, mas 
que havia mais qualquer coisa, dizendo que havia o 
INC pessoal (o de Freud), mas que também existia 
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um INC coletivo (INC C) e que este é mais 
importante 
≫ Freud não gostou desta teoria 
INCONSCIENTE COLETIVO (INC C) 
≫ Há coisas que só se explicam com isto 
≫ Passado de geração em geração e só isso explica o 
porquê de um individuo atual conseguir entender 
algo de há 1000 anos 
≫ Algo que acompanha o INC pessoal 
≫ É mais antigo e passado filogeneticamente 
≫ Relacionado com arquétipos 
 
≫ A obra de Jung é constituída por Psicologia + 
Mitologia 
≫ Percebe que um sujeito pode ter noções mitológicas 
de 5000 anos atrás 
≫ Explica uma série de comportamentos humanos 
como o deja vu (alguém achar que já experienciou 
algo, mas na verdade nunca ter vivido, dizendo que 
isto se relaciona com o INC C 
≫ Explica o amor à primeira vista com o INC C 
 
ARQUÉTIPOS 
≫ Princípios organizadores da mente, inconscientes – 
toda a gente os tem de forma idêntica 
≫ Arquétipos básicos do ser humano: 
1. Arquétipo mãe – natureza - no caso do homem; 
o planeta terra – feminino 
2. Arquétipo mana – Poder, falismo, sabedoria 
3. Arquétipo sombra – gerou muita discussão na 
época, lado imoral do ser humano, tudo o que 
as pessoas querem fazer, por exemplo: ódio. 
Essencial saber como é que é a sobra de cada 
pessoa se comporta na terapia analítica criada 
por Jung 
4. Arquétipo persona – Vai buscar o termo aos 
gregos para dizer que há um arquétipo que é 
responsável pela persona que se mostra nas 
relações sociais (que não aparece nas relações 
íntimas), existindo assim várias personas 
dependendo do 
contexto do sujeito. 
5. Anima – Feminino 
6. Animus – masculino 
 
 
≫ Jung procura no ser humano como é que cada 
arquétipo se relaciona 
≫ Quando esta noção se começa a falar de INC C, há 
autores que seguem o Freud, porém outros seguem 
o Jung, ainda hoje há pessoas que 
concordam/discordam dele 
 
SELF 
≫ Difere de autor para autor 
≫ Diz-nos que para além de Freud existe o INC C e o 
conjunto disto tudo é o que o ser humano (o self) 
para analisar o self temos que analisar todos os 
elementos (não é só o ego) 
≫ O objetivo da psicoterapia analítica é formar o self 
individual, através da transcendência – processo de 
individuação é o que leva ao amadurecimento do ser 
humano 
TEORIA DE JUNG – 2ª PARTE 
≫ Fases de desenvolvimento do ser humano 
≫ Considera 4 estádios de desenvolvimento 
≫ Primeiro autor a centrar-se na vida do ser humano 
≫ 4 estádios: 
1. Infância – período de desenvolvimento de 
descoberta do mundo, começa pendente e vai 
ganhando autonomia 
2. Juventude – desde a adolescência + adultos 
jovens 
3. Meia idade – fase que define o ser humano 
(30-55 anos, na época dele) fase em que a 
maioria do ser humano atingiria a plenitude 
Quer dizer que o homem no 
seu INC C tem uma dose de 
anima (feminino) em si 
(mulheres vice-versa) 
 
 – 
10 
 
máxima; opostos harmoniosos – faz com que 
a pessoa seja mais feliz e tenha mais saúde 
4. Velhice – em certos indivíduos mantém-se as 
características na meia idade ou começa o 
decréscimo (problemas cognitivos, etc.) 
quase como voltar à infância 
≫ Para Jung a pessoa está a desenvolver-se, podendo 
perder capacidades numa fase (como na velhice) 
≫ Freud centrou-se na infância e em questões sexuais 
e Jung dá importância a mais fases 
TEORIA DE JUNG – 3ª PARTE 
≫ Considerada das mais objetivas da altura, sobre a 
personalidade 
≫ Foi a observar os seus pacientes que o levou a uma 
ideia pioneira da época: verifica que há muitos 
doentes diferentes com várias patologias, a ideia é 
que embora estes indivíduos funcionem todos de 
formas diferentes, todos têm pontos comuns 
≫ Nas entrevistas começou a entender que as pessoas 
funcionam em registos diferentes (dicotomias básicas 
no ser humano 
TEORIA DOS TIPOS PSICOLÓGICOS (I/E) 
≫ Há indivíduos Introvertidos e extrovertidos 
≫ Introvertido – viram-se para dentro 
≫ Extrovertidos – explicam as emoções e são muito 
comunicativos sobre o que sentem e sobre a vida 
≫ Existem subtipos na introversão e na extroversão 
≫ Começa a entender diferenças nas patologias (Por 
exemplo: Um esquizofrénico pode ser introvertido ou 
extrovertido), o que mostra as diferenças na 
personalidade 
≫ Complica a sua teoria dizendo que (I/E) é o tipo 
básico do ser humano, mas isto não chega para 
perceber o ser humano, no tipo de cada um temos 
de ver as funções do ser humano 
 
 
SENSATION, THINKING, INTUITION, FEELING 
(S T N F) 
≫ Sensação – input de informação através dos 
sentidos, relacionada com a informação que nos 
entra pelos sentidos, captando informação do 
exterior/interior, sendo fundamental 
≫ Pensamento – Função mental que usa tudo o que é 
captado pela sensação dizendo que o pensamento é 
uma forma de trabalhar as informações de formas 
racionais 
≫ Intuição – A intuição é uma forma de trabalhar o que 
vem da sensação, de forma inconsciente e irracional; 
baseia-se em grandes quantidades de informação e é 
isto que caracteriza as intuições, e o facto de as 
pessoas não a conseguirem explicar 
≫ Sentimento – forma de trabalhar todas as 
informações emocionais – que se formam em 
sentimentos (conjugação das emoções) 
EXTROVERTIDO, INTUITION, FEELING, 
THINKING (E N F T) 
≫ Criou um sistema de avaliação com os tipos 
psicológicos 
≫ Autores, mais tarde, desenvolveram um inventário 
baseado na teoria de Jung. Este instrumento permite-
nos entender o que é mais importante em cada 
pessoa. 
≫ Por exemplo: E N F T 
≫ Este sistema permitia catalogar 
≫ Jung afirma que em terapia devíamos entender os 
conceitos mencionados por Freud (INC pessoal), e 
depois o INC Coletivo, entender o self, qual é o tipo 
psicológico e as funções– 
11 
 
AULA PRÁTICA - ERIKSON 
≫ Teoria que parte dos fundamentos freudianos, 
expandindo-os e modificando-os. 
≫ O desenvolvimento vai além dos primeiros anos de 
vida 
≫ Grande ênfase no ego- conceito de identidade do 
ego 
≫ Teoria Psicossocial- utilizou conhecimentos sociais e 
culturais para desenvolver uma teoria unificada da 
personalidade 
 
DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE: 
≫ Dá-se ao longo da passagem por estádios 
biologicamente pré-determinados: oito estádios 
psicossociais 
≫ Conflito em cada estádio (crise psicossocial) → 
Resolução 
≫ Procura da Identidade 
≫ Uma resolução bem-sucedida da crise, dentro do 
prazo determinado, vai afetar positivamente a 
resolução nos estádios seguintes… 
≫ Características da personalidade adaptativas e saúde 
mental 
 
 
≫ Apesar da resolução ideal ocorrer na sua ordem 
programada, qualquer estádio posterior pode 
contribuir positivamente para a resolução de um 
estádio anterior… 
 – 
12 
 
≫ Após anos de observação entre culturas, o autor 
concluiu que os estádios são pré-determinados, mas 
a sua resolução tem especificidades culturais. 
PONTOS FORTES: 
≫ Conceitos básicos são originais e inteligíveis 
≫ Primeiro autor a formular conceção de 
desenvolvimento ao longo da vida 
≫ Ideia de crise de Identidade 
≫ A visão mais abrangente, a nível desenvolvimental, 
que a visão freudiana - implicação 
CRÍTICAS: 
≫ Falta de cientificidade/justificação nos construtos 
utilizados. 
 
TEORIA/PERSPETIVA HUMANISTA DE CARL 
ROGERS 
≫ Rogers é um indivíduo que nasceu nos EUA num 
ambiente rural. No final da sua adolescência teve um 
grande interesse pela agricultura o que, 
consequentemente, o levou a tirar o curso de 
agricultura. Quando acabou o curso de agricultura fez 
um curso de história, e em ciências da religião. 
Depois destes cursos, Rogers apaixonou-se pela 
Psicologia decidindo querer ser psicólogo infantil. 
Entretanto, apaixonou-se pela psicanálise fazendo 
formação com Adler. Portanto, Rogers vai aprender 
muitas coisas de Freud através de Adler. Rogers é 
um autor que vai começar a afastar-se da psicanálise 
e vai, inicialmente, começar a criticar a psicanálise. 
≫ Rogers tem uma abordagem baseada na Filosofia que 
tem dois grandes aspetos: a filosofia fenomenológica 
e a filosofia existencialista. 
≫ A filosofia fenomenológica considera que nós temos 
de considerar a consciência do indivíduo e a sua 
vivência, ou seja, estudar como é que as pessoas 
percecionam as realidades, como percecionam a si 
próprios, e como é essa vivência. Para a 
fenomenologia o passado, o presente e o futuro são 
importantes, mas a consciência que o indivíduo tem 
das coisas é no presente. 
≫ O existencialismo baseia-se na fenomenologia, mas 
tem uma posição construtivista em que um dos 
autores principais do existencialismo diz que o 
homem se constrói a si próprio. Rogers achava que 
estas correntes filosóficas deveriam ser a base da 
psicologia e, então, cria uma psicologia humanista. 
≫ Rogers acha que para estudar o S.H é preciso ter 
uma perspetiva humanista, não é a psicanálise nem o 
behaviorismo, mas sim pensar no S.H e na sua 
vivência. Segundo Rogers, cada S.H é único e cada 
um tem a sua vivência e a sua experiência e isso tem 
de ser compreendido, pois só assim é que se 
conhece o S.H. 
≫ O Rogers diz-nos que o S.H tem livre-arbítrio, ou 
seja, tem capacidade de tomar decisões e construir a 
sua própria vida, e ele aproveita para dizer que a 
psicanálise está errada porque ao dizer que o 
inconsciente é o que determina o que as pessoas são 
e isso, na sua opinião, é falso e é menorizar o S.H. 
Ele introduz a ideia de empatia e que disse que um 
psicólogo, nomeadamente um terapeuta, tem de ser 
empático. Rogers escreve sobre a empatia explicando 
que a empatia tem a ver com o técnico conseguir 
colocar-se no lugar do outro para assim o perceber 
segundo a sua própria vivência. Rogers fala, também, 
que as pessoas são livres e têm de sentir essa 
 – 
13 
 
liberdade e quanto mais liberdade tiverem maior a 
responsabilidade. Para além disto, Rogers diz que o 
S.H por natureza é criativo com uma grande 
potencialidade, logo o indivíduo tem capacidade para 
resolver os seus próprios problemas porque tem 
uma imensa criatividade. Ele dizia que, por exemplo, 
pessoas com psicopatologias conseguem resolver os 
seus próprios problemas usando a sua criatividade. 
≫ Para Rogers a noção de self tem a ver com o sistema 
de perceções do individuo e com a sua própria 
consciência e ele diz-nos, ainda, que o self tem a ver 
com o autoconceito da pessoa. Portanto, ele diz-nos 
que vai ser importante trabalhar o self em terapia, ou 
seja, trabalhar, no fundo, o seu sistema de perceções 
e de vivências, e o seu autoconceito. 
≫ A uma certa altura, ele faz uma teorização sobre 
aquilo que ele chama auto atualização explicando que 
o S.H tem uma capacidade de se auto atualizar, ou 
seja, o self atualiza-se. Portanto, o S.H está em 
melhoria permanente. 
TERAPIA CENTRADA MO CLIENTE: 
≫ Método não diretivo, i.e., a responsabilidade é do 
paciente e este é que vai ter de trabalhar e de se auto 
atualizar usando a sua criatividade, etc. 
CRÍTICA À TEORIA DE ROGER: 
≫ A teoria Rogeriana não tem um foco científico testável 
porque é demasiado centrada na filosofia. 
 
 
 
 
AULA PRÁTICA MASLOW 
PERSPETIVA HUMANISTA - PERSPETIVA 
MOTIVACIONAL DA PERSONALIDADE 
CONTEXTUALIZAÇÃO DA TEORIA: 
≫ Maslow é o segundo representante da corrente 
humanista → reação a Freud e ao 
comportamentalismo 
≫ A saúde mental é mais que a ausência de 
sintomas 
≫ Precursor remoto da Psicologia Positiva 
≫ Os indivíduos são fundamentalmente bons, 
conscientes e racionais. 
≫ Fatores motivacionais como base da 
personalidade 
≫ Os objetivos respondem a necessidades que 
devem ser satisfeitas 
≫ Necessidades universais (…apesar da 
expressão cultural) 
≫ A emergência de uma nova necessidade é 
gradual... 
≫ Todas as pessoas estão motivadas para 
percorrer a totalidade do percurso de satisfação 
progressiva… 
≫ Abordagem holística “The whole person is 
motivated” 
 
 
 – 
14 
 
FISIOLÓGICAS: 
≫ Único nível onde é possível total satisfação, e 
sobresatisfação 
SEGURANÇA: 
≫ Torna-se especialmente premente em situações de 
catástrofe e/ou ameaça à vida 
SEGURANÇA FÍSICA E PSICOLÓGICA: 
≫ Bem identificada experimentalmente com crianças… 
PERTENÇA E AMOR: 
≫ Grupos restritos e alargados; 
≫ qual das três tem a mais forte motivação para 
satisfazê-la? Uma pessoa que: não experienciou, só 
experienciou algum, ou experienciou muito amor e 
proximidade. 
≫ Esta necessidade pode sobrepor-se às anteriores. 
≫ É neste nível que a maioria da população fica, 
segundo Maslow. 
ESTIMA: DUAS VERSÕES 
 
AUTO-ATUALIZAÇÃO: 
≫ Implica elevado auto-conhecimento 
≫ A única das necessidades que não é estimulada por 
estados de privação 
≫ Comportamento expressivo- motivado por forças 
internas, e não por estímulos externos nem 
carências. 
≫ “What a man can be, he must be” (Maslow, s.d.) 
≫ “I think of the self-actualizing man not as an ordinary 
man with something added, but rather as the ordinary 
man with nothing taken away” (Maslow, s.d.) 
≫ Existem exceções à lógica da satisfação das 
necessidades 
≫ Certas motivações podem ser inconscientes 
≫ O comportamento pode ser multi-motivado: a mera 
observação não permite identificar as fontes 
motivacionais implicadas. 
≫ A psicopatologia deriva da não satisfação das 
necessidades: 
≫ Segurança: ansiedade… 
≫ Pertença: pert. da personalidade, ansiedade social, 
depressão 
≫ Estima: inferioridade, desamparo, baixa força do 
ego… Necessidades de tipo neurótico 
≫ Ausência de psicopatologia 
≫ Não privilegiam o imobilismo 
≫ Aceitantes de si e dos outros 
≫ Capacidade de estabelecer relações de profundidade≫ Relações amorosas não mantidas por outra 
necessidade 
≫ Capacidade de tirar o maior proveito dos 
acontecimentos 
≫ Guiados pelos objetivos e valores próprios 
≫ Capacidade de expressar emoções de forma livre e 
clara 
≫ Resistência à pressão social 
≫ Criatividade e sentido de humor 
≫ Indivíduos totalmente Auta atualizados → Apenas 
cerca de 2% da pop. geral é totalmente Auta 
atualizada → o futuro da humanidade 
≫ Valorizam a mudança 
≫ Grande necessidade de privacidade 
≫ Propensão a peak experiences 
 
 
 
 
 
 – 
15 
 
 
PERSPETIVA SOCIAL COGNITIVA 
≫ Pavlov – estudava de forma extensa o 
condicionamento clássico e descobriu o reflexo 
condicionado 
≫ Watson – criou o behaviorismo, estipulando que o 
que é importante é que para cada estímulo há uma 
determinada resposta 
≫ Skinner – cria muitas coisas no behaviorismo, mas o 
principal foi o condicionamento clássico, foi também 
um grande critico à Psicanálise, bem como outros 
autores → para ele a única verdade da psicologia era 
o behaviorismo 
≫ O Behaviorismo ganha muito reconhecimento no 
mundo académico 
≫ A Psicologia Humanista não se identifica com 
nenhumas das psicologias desenvolvidas até então 
≫ Bandura é um indivíduo que podemos considerar 
que é uma evolução dentro das correntes de Pavlov, 
Watson e Skinner. 
≫ Nasceu no Canadá e quando começou a estudar 
psicologia começou-se a interessar pelo 
behaviorismo, considerando-se um behaviorista 
≫ Ele vai se interessar pela agressividade humana, pois 
vai querer saber como é que é a agressividade 
humana e como funciona, então, começou a fazer 
experiências detalhadas (S-R: estímulo-resposta). 
≫ Foi o 1º a dedicar-se à importância da visualização de 
estímulos agressivos por parte de jovens, 
nomeadamente crianças, e o que é que isso causa 
nas crianças. 
≫ A uma dada altura, Bandura cria um design 
experimental que vai ser objeto de estudo em todo o 
mundo. Portanto, ele cria uma situação que é filmada 
e esse filme vai ser depois visualizado por vários 
grupos de crianças em diferentes condições 
experimentais. Nesse vídeo aparecem crianças a 
bater num boneco, noutros vídeos aparece a mesma 
situação, mas as crianças são reforçadas 
positivamente, entre outros. 
≫ Basicamente, ele está a estudar o impacto da 
agressão e respetivo reforço ou não no 
comportamento das crianças. 
≫ Até aqui é tudo igual à ideia de Skinner, mas ele 
acrescenta algo novo que é o facto de ele ter 
começado a mostrar esse vídeo a grupos de crianças 
e, no final da visualização desse vídeo, ele coloca as 
crianças numa sala onde está um boneco igual. 
≫ O que Bandura verificou foi que as crianças 
normalmente vão agredir o boneco, e, então, 
questionou o porquê de as crianças terem aquele 
comportamento e conclui que elas o têm porque 
estiveram a observar aquele comportamento 
agressivo e têm tendência a imitar (aprendizagem 
vicariante) 
≫ Bandura admite que o condicionamento clássico e o 
condicionamento operante são formas de 
aprendizagem, mas que há outra forma de 
aprendizagem que é a aprendizagem por observação. 
≫ Portanto, ele já percebeu que o S.H imita 
comportamentos, logo tem aprendizagens vicariantes. 
≫ Ele chegou à conclusão de que a aprendizagem 
vicariante é transversal, ou seja, ocorre em todo o 
tipo de situações e não é só na infância, pois os 
 – 
16 
 
adultos também fazem aprendizagens destas, então, 
ele chamou a isto de modelagem. 
≫ Aprendizagem por modelagem – por observação de 
modelos 
≫ Aprendizagem direta – C.C e C.O 
≫ Portanto, pode haver aprendizagens diretas que têm 
a ver com o condicionamento clássico e o 
condicionamento operante, mas pode haver 
aprendizagens por modelagem, quer isto dizer por 
observação e imitação de modelos. 
≫ Bandura andou durante muito tempo a fazer uma 
teoria da modelagem e a mostrar como a modelagem 
é fundamental em todo o tipo de situações chegando 
ao ponto de falar de uma modelagem simbólica já 
mais ligada à vida do adulto, por exemplo, a 
modelagem simbólica é a aprendizagem vicariante da 
publicidade. 
≫ Ele percebe, também, que isto tem aplicações totais 
na vida do S.H, pois tem aplicações na psicologia da 
educação, ou seja, se nós fizermos modelagens bem 
feitas com as crianças, elas vão provavelmente 
desenvolver-se melhor e aprender melhor. 
≫ Também verificou que isto tem um grande impacto 
na psicologia clínica a que ele chamou terapia por 
modelagem que consiste em fornecer ao sujeito 
modelos alternativos, ou seja, que o ponham melhor 
e desde que o sujeito os aceite e comece a fazer 
aprendizagens nesse sentido as coisas vão correr 
melhor. 
≫ Entretanto, ele percebe que a criança se vê uma vez 
o vídeo aquilo tem um certo impacto, mas ao fim de 
uns tempos tem tendência a extinguir-se, tal como 
Skinner dizia. 
≫ No entanto, ele verificou que grupos de crianças a 
quem o vídeo é apresentado, por exemplo, todas as 
semanas durante meses a extinção demora muito a 
acontecer e em alguns casos não desaparece, ou 
seja, Bandura descobriu que a modelagem repetida e 
reforçada constantemente tem efeitos muito 
duradouros e é isto que vai ser utilizado em terapia. 
≫ Portanto, uma criança que está constantemente a ser 
submetida a um tipo de modelo, por exemplo, uma 
criança cujos pais têm um determinado tipo de 
comportamento e a criança imagina que passa a 
infância toda, vamos supor que até à adolescência a 
criança está sempre a observar aqueles modelos, 
então, é natural que a modelagem seja potente e que 
perdure para a vida toda até o indivíduo morrer. 
≫ Isto também acontece com as cognições 
≫ Muitas vezes, enquanto adulto, pode ser extramente 
difícil anular essas aprendizagens porque podem 
estar tão fortes na pessoa que pode não ser fácil 
alterar. 
≫ Bandura vai perceber que este tipo de aprendizagem, 
ao contrário do que falavam os autores anteriores, 
tem a ver com interações sociais porque o indivíduo 
observa os outros nos papéis que eles 
desempenham socialmente e pode modelar esses 
comportamentos, ou seja, começar a imitá-los. 
≫ Mas, isto não se passa só com o comportamento 
como também com as cognições e, então aqui, 
Bandura é considerado um neo-behaviorista. 
 
 
 
 
 – 
17 
 
TEORIA SOCIAL-COGNITIVA 
≫ Que é precisamente mostrar que a modelagem se 
exerce em interações sociais e não abrange não só o 
comportamento, pois abrange também a cognição. 
≫ Bandura começa por ser um behaviorista e a partir 
do momento que estabelece esta teoria passa, no 
fundo, a ser um cognitivista. 
≫ Ele passa a estudar o que passa na cabeça das 
pessoas e não o estímulo-resposta. 
≫ Estimula logo à partida que existe um determinismo 
recíproco entre o comportamento da pessoa e a 
situação. 
≫ Diz que para perceber o indivíduo nós temos de 
perceber o seu comportamento, temos de perceber a 
pessoa que imite o comportamento e temos de 
perceber a situação que o sujeito está inserido. Ou 
seja, assim como as situações levam o sujeito a ter 
determinados comportamentos também os próprios 
comportamentos alteram as situações e os contextos. 
(determinismo reciproco) 
≫ Vai começar a estabelecer uma teoria geral que vai 
englobar a modelagem, mas ele agora quer pensar 
no funcionamento global do S.H em termos 
cognitivistas e em termos sociais-cognitivos. E aqui 
vai se dar o início do movimento cognitivista no 
estudo da personalidade. 
≫ Ele vai falar de autorregulação que é fundamental na 
sua teoria. 
≫ A autorregulação é que os sujeitos são sujeitos que 
pensam, ou seja, pensam no seu passado, presente e 
futuro, e para gerirem todos estes processos fazem 
um processo de autorregulação interna. 
≫ Para além disto, a autorregulação tem a ver com 
competências (capacidades humanas), isto é, os S.H 
têm competências específicas e que são muito 
variáveis, ou seja, cada pessoa tem consciênciadas 
suas próprias competências. 
≫ Com isto, Bandura quer perceber como é que estas 
competências são, no fundo, sentidas por cada 
indivíduo e, então, ele cria o termo autoeficácia, isto 
é, conforme a consciência que cada um tem das suas 
próprias competências sente um certo nível de 
autoeficácia percebida. 
≫ Problem solving – se considerarmos uma série de 
competências cognitivas do sujeito para resolver 
problemas, podem ser somente 
cognitivas/relacionadas com o emocional 
≫ Uma grande parte das competências do S.H são 
adquiridas socialmente através da interação social e 
muitas delas, inclusivamente, através da modelagem, 
ou seja, a observação dos modelos faz com que os 
S.H ganhem muitas competências tanto na infância 
como na vida adulta. 
≫ Diz-nos que as capacidades cognitivas para resolver 
problemas podem ser exclusivamente cognitivas, 
mas também podem ter ligações com a vida 
emocional – Emoção-Cognição. 
≫ A emoção em certos indivíduos causa perturbação e 
pode diminuir a autoeficácia percebida, mas noutros 
indivíduos, pelo contrário, dá um acréscimo e 
Bandura dá-nos um exemplo: um indivíduo que 
tenha boas competências, que tenha uma autoeficácia 
elevada e que por isso tenha uma boa auto estima, 
tem normalmente objetivos mais ambiciosos e 
provavelmente consegue cumprir porque todas estas 
 – 
18 
 
condições reduzem a ansiedade e a possibilidade 
depressiva. 
≫ Portanto, segundo os cognitivistas primeiro vem a 
cognição e depois a emoção, mas não há um sem o 
outro. 
≫ Bandura insere o termo “coping”, que corresponde a 
estratégias para lidar com situações que geram 
desconforto, que acaba por ser uma peça-chave 
essencial (quanto maior for a autoeficácia do sujeito, 
maiores são as estratégias de coping que levam a ter 
mais resiliência em situações complicadas da vida, 
tendo menos ansiedade, depressão, etc. 
≫ Esta autoeficácia percebida inclui crenças e 
expectativas 
≫ Os indivíduos criam expectativas sobre muitas 
coisas, que vêm da modelagem feita em criança, e 
depois as expectativas que estão relacionadas com 
isto, conforme as crenças individuais, as expectativas 
mudam consoante as crenças serem positivas ou 
negativas 
≫ Na terapia as crenças devem ser analisadas 
firmemente para a terapia ser útil e direcionada 
≫ Bandura, diz que o sujeito, em função das crenças, 
expectativas, competências e objetivos, tem 
standards pessoais avaliativos 
≫ Diz que as pessoas neste processo entram em auto-
reforço interno que pode ser mais importante do que 
o externo 
≫ A autoestima é o resultado disto, ao contrário de 
outras teorias que dizem que a autoestima é o que 
influencia tudo o resto 
 
BECK 
≫ Criador da terapia cognitiva 
≫ Quando iniciou o seu trabalho especializou-se em 
psicanálise, afirmando que a mesma fazia tudo ao 
contrário, criando a psicologia cognitiva que afirma 
que as origens dos problemas está nos pensamentos 
(cognição) e não nos sentimentos (emoção) 
≫ O que afeta o ser humano não é a realidade, mas sim 
a perceção que ele tem da mesma 
AULA PRÁTICA SKINNER 
Skinner (1904-1990) 
PERSPETIVA COMPORTAMENTALISTA: 
CORRENTE ESTÍMULO-RESPOSTA: 
≫ Aprendizagem: envolve a associação de respostas a 
eventos que ocorrem no ambiente. 
≫ Condicionamento operante: controlo do 
comportamento através da manipulação operada no 
ambiente 
≫ Estes autores não gostam do conceito de 
personalidade, mas se têm que a definir dizem, 
marcam-na como um conjunto de comportamento 
externo/interno determinado por um número de 
contingências (expectativas de vida) com as quais 
vamos aprendendo e moldando as nossas respostas 
≫ Minimiza a importância genética 
≫ Ênfase nos processos de interação – ambiente e na 
especificidade situacional 
PSICOPATOLOGIA: 
≫ Patologia comportamental não é uma doença, é um 
padrão de respostas aprendidas de acordo com os 
mesmos princípios (leis da aprendizagem) que geram 
os diferentes comportamentos 
≫ O indivíduo desenvolveu repertório de 
comportamentos inadequados → resposta 
 – 
19 
 
inapropriada aos estímulos, devido a história de 
reforço inadequada 
HISTÓRIA DE REFORÇO INADEQUADA: 
≫ Não foram aprendidas respostas adequadas 
≫ Foram aprendidas respostas inadequadas 
≫ Foram aprendidas e são emitidas respostas 
inadequadas ao contexto 
≫ Respostas adequadas não foram aprendidas - Não 
obteve reforço por comportamentos adequados 
≫ Respostas inadequadas foram aprendidas - Obteve 
reforço por comportamentos disfuncionais 
≫ Tem respostas inadequadas ao contexto - Obteve 
reforço por comportamentos emitidos em 
circunstâncias inadequadas 
≫ Quadros patológicos (ex: depressão): Resultado de 
grande insuficiência de reforço positivo no ambiente 
≫ Negligencia noção de inconsciente, pulsão, 
personalidade patológica 
≫ Livre arbítrio? “Não somos livres senhores dos 
nossos comportamentos, pois estes são, em grande 
medida, função do ambiente em que crescemos”. 
PONTOS FORTES: 
≫ Teoria baseada em observações científicas 
reproduzíveis 
≫ Deu origem a uma das mais robustas escolas 
terapêuticas… 
CRÍTICAS: 
≫ Extrapolação a partir de situações laboratoriais e 
maioritariamente obtidas através de experiências com 
animais. 
≫ O papel dos pensamentos e sentimentos 
 
 
 
 
 
PERSPETIVA DOS TRAÇOS 
≫ Allport procura um caminho extremamente científico, 
e procura uma teoria que explique a personalidade, 
que seja objetiva e testável 
≫ A perspetiva dos traços inicia-se por Allport e depois 
é desenvolvida por outros 
≫ Após uma série de estudos chega à conclusão de 
que todos os indivíduos têm características típicas 
(traço de personalidade), para ele o traço tem uma 
base biológica, mas exprime-se de forma psicológica 
≫ Allport faz a distinção de estado/traço 
≫ Estado – temporário e circunstancial, daqui a 5/10 
min pode “baixar” (Exemplo: ansiedade que sobe 
com motivo) 
≫ Traço – permanente, uma característica constante 
(Exemplo: ansiedade constante) 
≫ Allport diz que na personalidade falamos de traço 
(padrão consistente da personalidade), pode ser 
situacional (igual independentemente do local) ou 
temporal (igual daqui a 25/50 anos) 
≫ Traço codifica pensamento, emoções e 
comportamento e é por isso que os humanos têm 
padrões consistentes de pensamentos, emoções e 
comportamentos, o traço é também a base do 
funcionamento do ser humano, e a unidade básica da 
personalidade 
≫ Esta teoria diferencia-se das outras porque não é 
especulativa, é baseada em investigação e preocupa-
se encontrar modelos que expliquem a psicologia da 
personalidade 
FUNÇÃO DO TRAÇO 
≫ Descritiva – descreve o individuo 
≫ Preditiva – permite fazer previsões de cognições, 
emoções e de comportamentos (totais) 
≫ Explicativa – porque é que isto tudo é assim 
≫ O traço permite saber tudo sobre o sujeito 
≫ Base biológica com tradução psicológica 
≫ Personalidade → consistente na forma como um 
individuo se comporta, sente e pensa 
 – 
20 
 
≫ Se um individuo age de x forma, pode estar 
relacionado com um traço 
≫ A vida emocional tem uma correspondência como 
traço (alegria, tristeza) 
≫ A cognição também está ligada 
2ª PARTE 
ALLPORT: 
≫ Entende que existem vários traços na personalidade 
≫ Os traços organizam-se hierarquicamente 
1. Traços cardinais – codificam as centrais 
2. Traços centrais – dependem dos cardinais 
3. Disposições secundárias – dependem dos 
centrais 
≫ Esta ideia faz com que se compreenda que a 
personalidade é uma organização hierárquica de 
traços 
CATTEL 
≫ Britânico 
≫ Estudou química 
≫ Tinha estudos relacionados com a tabela periódica, 
em química 
≫ Interessou-se pela psicologia e começou a mudar de 
carreira 
≫ Estudava a Inteligência – modelos matemáticos; 
preocupação organizativa 
≫ Interessa-se pela personalidade através da obra de 
Allport e principalmente pela parte organizacional dos 
traços≫ Se existem traços e uma hierarquia, é importante 
saber quantos traços existem ao certo 
≫ O que o distingue é que trabalha de forma 
matemática 
≫ Allport realizou um estudo ao compreender que as 
pessoas usam questões do senso comum para 
definirem traços de personalidade, recolhendo uma 
listagem de todos os adjetivos utilizados para definir 
uma pessoa, chegando a um número impressionante 
de termos. Este estudo espalha-se pelo mundo, 
compreendendo que os resultados são muito 
semelhantes 
≫ Cattell trabalhava estes termos matematicamente 
≫ Usa a análise fatorial, que tem um impacto muito 
grande na psicologia, onde procura reduzir um 
grande número de elementos a poucos fatores, que 
seriam a base de tudo, fez então esta análise, 
procurando determinar os traços de personalidade 
≫ Mais tarde desenvolveu um software 
≫ Concluiu que existem 16 traços de personalidade 
(teoria dos 16 fatores da personalidade) 
≫ Constrói um instrumento para avaliar estes traços, e 
identifica quais é que são estes traços 
≫ No mundo científico, toda a gente achou isto muito 
estranho, uma vez que usou a matemática e não a 
observação para chegar a estes fatores, o que não 
era comum no século XX 
≫ Provou que este método dava resultado 
EYSENCK 
≫ Alemão – vive lá até aos 18 
≫ Emigra para londres com a família 
≫ Faz Psicologia na Universidade de Londres, e é 
convidado para ser professor 
≫ Faz os primeiros estudos com gémeos 
≫ Continua com estudos de inteligência e começa a 
interessar-se por Allport e Cattell 
≫ Reconhecido pela sua frontalidade, por ser metódico 
e ligeiramente radical a abordar certas questões 
≫ Aparece muito na televisão e assume-se como 
alguém que acredita muito no behaviorismo, achando 
que este é o melhor na terapia, intervenção, etc 
≫ Critica a psicanálise de forma arrasadora, e estuda-a 
de forma exaustiva 
≫ O que a ciência não fundamentava, não era 
interessante 
≫ Tenta perceber a personalidade e transformá-la numa 
ciência incontestável 
≫ Metodologia → grande rigor, repetia a mesma 
experiência várias vezes durante imensos anos e só 
depois apresentava dados 
≫ Tinha um grande prestígio pelos seus pares, pois 
fazia artigos a corrigir os seus próprios artigos, 
mostrando ser humilde 
 – 
21 
 
≫ Acha que o traço é a base da personalidade, foca-se 
em saber quais são os traços que existem através da 
biologia (para eles os traços tinham uma base 
biológica, que só depois passava para a psicologia) 
≫ Estuda a personalidade com equipas (não dava para 
fazer tudo sozinho, pela complexidade dos estudos), 
cria um departamento na Universidade de Londres 
com uma grande equipa e muitos equipamentos, 
formando um laboratório de personalidade 
≫ Tem vários estudos a decorrer em simultâneo, 
gerindo várias equipas e espalhando-se pelo mundo 
≫ Fazia várias publicações e investigações 
≫ Introdutor do método das equipas na personalidade 
≫ Tem grandes financiamentos que permitem que se 
desenvolva uma teoria da personalidade 
QUAL É O MÉTODO (1ª PARTE) 
≫ Se quer estudar a biologia da personalidade tem que 
começar na psicofisiologia dos traços (por ser mais 
imediata), estudos eletrodermais e como é que 
podem ser indicadores da personalidade 
≫ Testa outras medições como ritmo cardíaco e 
aspetos respiratórios, mede ondas cerebrais e 
entende que as ondas do córtex têm indicadores da 
personalidade 
≫ Potenciais evocados – medições de ondas cerebrais 
que ultrapassam o EEG (que avalia 4 ondas 
cerebrais); mecanismo que permite avaliar os 
potenciais das ondas cerebrais, podendo medir 
centenas de ondas. 
AULA TEÓRICA 9 – 18/11/2020 
EYSENCK – CONTINUAÇÃO 
≫ Atribui uma grande importância à biologia 
≫ Começou o seu trabalho com a psicobiologia 
≫ Estuda os traços de um ponto de vista 
neuroatonómico (perceber que relações existem 
entre as áreas do córtex e a personalidade) 
≫ Faz estudos ligados à hereditariedade de traços 
(gémeos: inato vs. adquirido) 
≫ Importante estudar a personalidade através de um 
nível bioquímico (psicoendocronologia; No SNC) 
≫ Importância da serotonina, dopamina, etc, nos traços 
≫ Consegue comprovar os traços todos 
≫ 30/40 anos depois começa a estudar outras áreas, e 
ver o traço de um ponto de vista psicológico, o que 
trouxe grandes avanços, pois descreve o traço e 
como o mesmo funciona em termos de globalidade 
≫ Para considerar um traço, este tem que bater certo 
em todos os aspetos (culturais, biológicos e 
psicológicos) 
≫ Depois das comparações, usava métodos 
matemáticos, chegando a um ponto em que a sua 
teoria se tornou quase inabalável pelo rigor 
metodológico 
PAVLOV 
≫ Pioneiro do estudo do funcionamento do córtex com 
metodologia 
≫ Estimulava as pessoas e observava a ativação no 
córtex, explica que para certas áreas se excitarem, 
outras têm de se inibir 
EYSENCK – CONTINUAÇÃO 
≫ Quando conhece o método de Pavlov, pergunta se o 
traço não tem uma base biológica 
≫ Lembra-se da teoria de Jung (que menciona os 2 
tipos de ser humano – introvertidos e extrovertidos), 
mas demonstra que apesar da teoria ser interessante, 
está errada 
≫ Introversão → inibição cortical 
≫ Extroversão → Excitação cortical 
≫ Verifica que a biologia das pessoas é diferente 
≫ Afirma que a Introversão/Extroversão parecem ser a 
base da personalidade 
≫ Traço (continuo, tem amplitude de variação) vs. tipo 
(categórico) 
TRAÇO DA EXTROVERSÃO: 
≫ Introversão/Extroversão → um só traço de 
personalidade, sendo a amplitude do mesmo 
0 50 100 
I E 
 – 
22 
 
≫ Estar no 50 é raro 
≫ Notaram que nenhum individuo era totalmente 
introvertido/extrovertido 
≫ Ficou denominado de traço E para facilitar 
≫ As alterações que existem consoante a idade são 
mínimas 
≫ Eysenck acreditava que a parte biológica era muito 
importante, mas que o meio também tinha muito 
impacto 
≫ SARA – Substância Ativadora Reticular Ascendente 
→ existe no tronco cerebral e estimula a informação 
que vai para o córtex (quando somos estimulados 
não vai tudo para lá, quando as estimulações chegam 
ao córtex são filtradas (só irradiam para o córtex um 
determinado número de estímulos) 
≫ Eysenck quer entender como é que este traço 
funciona na vida das pessoas 
≫ Ebb – OLA → Optimus Level Arousal 
≫ O SARA tem um papel importante no arousal 
≫ O ser humano tem um OLA – nível necessário para 
funcionar adequadamente, é variável consoante o 
individuo e a maioria das pessoas tem o OLA durante 
horas 
≫ Eysenck chega à explicação psicofisiológica 
 
AROUSAL NO PONTO DE VISTA DO TRAÇO E 
 
Nível alto – INTROV. 
OLA 
Nivel baixo – EXTROV. 
 
≫ Os Introvertidos têm um nível acima/normal, 
pois não precisam de atingir o OLA 
≫ Os extrovertidos, para funcionar têm que se 
ativar mais, e como tal procuram sensações e 
viram-se para o exterior 
≫ Isto é a base de compreensão psicofisiológica 
≫ Amplitude do traço gera algumas diferenças 
≫ Extrovertido – exterioriza, procura sensações, 
tendência para procurar estimulação afetiva 
≫ Introvertidos – menos sociais, menos afetivo, 
racional, tendência para se afastar dos outros, 
não procura sensações da mesma maneira 
≫ O traço tem de ser universal 
≫ Este é o traço base mas há mais 
TRAÇO DO NEUROTICISMO: 
≫ “Encontra” o traço do Neuroticismo que tem 
uma ligação forte com o sistema límbico e a 
amígdala 
≫ Neuroticismo é sentir as coisas naturalmente 
 
EE N 
≫ EE → estabilidade emocional, calma, emoções 
positivas 
≫ N → preocupação, emoções negativas, 
ansiedade, depressão, instabilidade, etc. 
≫ A maioria dos humanos não está nos extremos 
≫ Ter um nível de Neuroticismo muito alto 
significa que há uma patologia, pessoas com 
ansiedade, depressão, etc. têm níveis de 
Neuroticismomais elevados 
 
TRAÇO DO PSICOTICISMO: 
A P 
≫ A → Associabilidade, vira-se para o exterior, é 
sociável, sem frieza afetiva, caloroso, gosta de se dar 
com os outros 
≫ P → O mais complexo e o traço de demorou mais 
tempo ao Eysenck para perceber; tem haver com 
muitos atributos psicológicos (esquizoidia – base da 
personalidade virada para dentro com uma forma de 
pensar e agir própria) – quem tem esquizofrenia 
normalmente, tem esquizoidia; agressividade, frieza 
afetiva e egocentrismo 
≫ Psicopatia – tem um fator P elevado e temos que 
procurar se o nível de psicoticismo é para psicose ou 
para psicopatia 
 – 
23 
 
≫ O modelo de Eysenck chama-se modelo B3 (Modelo 
PEN) 
 
AULA TEÓRICA 10 – 25/11/2020 
A PERSPETIVA DOS TRAÇOS – EYESENCK: 
MODELO BIG 3 - PEN 
≫ Introversão – Extroversão - O traço da extroversão 
tem uma série de subtraços (sociabilidade, atividade, 
assertividade, procura de sensações), cada traço 
codifica subtraços que são mais complexos, e isto faz 
parte do modelo hierárquico 
≫ Estabilidade emocional – Neuroticismo (ansiedade, 
depressão, culpabilidade, baixa autoestima, 
emocionalidade negativa – emoções negativas); 
quando o N é muito alto há emoções negativas, 
quando é muito baixo há emoções positivas 
≫ Sociabilidade – Psicoticismo (Frieza afetiva, 
egocentrismo, impulsividade, agressividade, anti 
sociabilidade) 
≫ No topo da hierarquia estão os traços (que também 
chama de dimensões) 
≫ Quando falamos de dimensão, o que vem a seguir 
são os traços, quando falamos de traços o que vem a 
seguir são os subtraços 
≫ Cada subtraço, por sua vez, codifica respostas 
habituais no sujeito, e cada resposta habitual da 
origem a várias respostas especificas 
 
≫ Resposta habitual – resposta típica automatizada no 
sujeito, que faz no dia-a-dia, e encontram-se em 3 
grandes categorias – cognições, emoções e 
comportamentos 
≫ Resposta especifica – depende da resposta habitual. 
≫ Temos de determinar as respostas habituais, sendo 
que uma resposta especifica é a resposta habitual 
adequada para situações especificas da vida 
≫ Quando conhecemos os traços, conseguimos 
predizer as respostas habituais e especificas 
 
COMO É QUE SE ORGANIZA A 
PERSONALIDADE TENDO EM CONTRA OS 3 
TRAÇOS? COMO É QUE OS TRAÇOS SE 
CONJUGAM E INTERRELACIONAM? 
≫ Se eu observar os fatores, dando-me uma serie de 
subtraços, no entanto essa a analise dá-me o 
resultado de 3 fatores separados, no entanto, a 
personalidade total do individuo é a conjugação dos 
traços. 
ESTUDO DA CONJUGAÇÃO DE TRAÇOS: 
≫ Começou a relacionar o traço da extroversão com o 
Neuroticismo 
≫ Começa por um modelo de conjugação de dois 
traços 
≫ Chega a esta possibilidade: conjugação de dois 
traços baseada em matemática 
≫ Utiliza a trigonometria para construir um modelo 
circumplexo da personalidade 
≫ Possibilidade de situar cada pessoa num ponto exato 
de interação dos traços 
≫ Conforme os quadrantes, as pessoas são 
automaticamente diferenciadas 
≫ A conjugação de dois traços permite uma melhor 
compreensão do sujeito 
≫ Nós com dois traços podemos fazer um modelo 
circumplexo, mas com três traços já não é assim, 
surgindo algumas dificuldades, e não consegue 
encontrar uma forma de conjugar o terceiro traço 
≫ O modelo que analisa 3 traços (dimensões) já não é 
circumplexo, mas sim uma esfera 
 – 
24 
 
 
QUESTIONÁRIO DE PERSONALIDADE DO 
EYESENCK (EPQ-R, 1991) 
≫ Instrumento baseado numa serie de questões às 
quais o sujeito responde, há uma cotação que vai dar 
origem a uma série de escalas 
≫ A partir do momento em que tenho os 3 valores dos 
traços, consigo perceber como é que é a 
personalidade dos indivíduos 
≫ O questionário tem uma fidelidade, sensibilidade e 
validade muito forte, sendo dos melhores que 
existem, logo os valores dos traços são normalmente 
corretos, devido à qualidade do questionário 
 
 
 
 
 
 
PERSPETIVA DOS TRAÇOS 
≫ Começou com Allport 
≫ Continuou com Cattell 
≫ Depois aparece Eysenck que opera uma mudança 
significativa e hoje a sua teoria é hoje um standard 
da personalidade, sendo que continua a ser 
desenvolvida 
≫ Modelo do Big Three que originou o modelo 
tridimensional 
MODELO BIG FIVE 
≫ Aparece depois do modelo de Eysenck (não muito 
tempo depois), estava a teoria dele ainda em 
desenvolvimento 
≫ Enquanto que o Eysenck estuda a personalidade a 
partir da biologia, o Fiesck e o Norman sem se 
conhecerem, pegam nos termos do Allport, sabiam 
do trabalho de Cattell, estudaram o Allport e 
consideravam a teoria do Big Three correta 
≫ Pegaram nos termos do Allport e fizeram analises 
fatoriais, como Cattell, e queriam confirmar aquilo 
que o Eysenck disse (dos 3 fatores) 
≫ O que acontece é que ao fim de muitos anos de 
repetição de processo, pela primeira vez deu 5, 
repetiu e continuava a dar 5, aparece um outro autor 
(Norman) e faz algo semelhante e deu-lhe 5 também, 
eles acharam estranho, devido à Teoria dos 3 fatores 
≫ Utilizavam a linguagem das pessoas e usavam a 
analise fatorial para ver quantos fatores davam 
≫ Perspetiva psicolexical – estuda os traços somente 
através da linguagem (não parte da biologia, de 
analise neurobiológica…) e depois faz-se analises 
fatoriais 
≫ O trabalho destes dois autores começa a ser 
conhecido 
≫ Depois aparecem vários autores 
≫ Modelo que tem diferenças consoante os autores 
≫ Tem uma quantidade muito grande de autores 
 – 
25 
 
≫ Outros autores: Goldberg, John, Wiggins, Costa e 
McGral 
≫ Estes modelos são diferentes, mas não muito 
≫ Estes autores encontram todos 5 fatores 
≫ Todos consideram que Eysenck está certo, logo, 
ficam preocupados com este resultado 
≫ Avançam com o modelo, e a pouco e pouco acham 
que está certo 
≫ Big 3 + Big 5 = perspetiva dos traços 
≫ A maioria das pessoas prefere um ou outro, mas um 
não elimina o outro, são basicamente a mesma coisa 
BIG 5 
≫ 5 fatores 
≫ 1. Extroversão – coincide com Eysenck 
≫ 2. Neuroticismo – coincide com Eysenck 
≫ Não encontram o psicoticismo, isto existe (há muitos 
esquizofrénicos) 
≫ 3. Abertura à experiência 
≫ 4. Amabilidade 
≫ 5. Conscienciosidade 
≫ Atribuem uma sigla ao modelo OCEAN (iniciais dos 
traços) 
≫ Abertura à experiência – tem a ver com a procura de 
sensações e a tendência que o ser humano tem de 
procurar experiências novas; Para Eysenck, na sua 
critica, isto é um subtraço da extroversão 
≫ Amabilidade – traço relacionado com a capacidade 
de o sujeito ser empático, afetivo, caloroso, etc; Para 
Eysenck, isto também é um subtraço 
≫ Conscienciosidade – relacionado com dever, 
responsabilidade, capacidade de planeamento e 
organização 
≫ A grande critica de Eysenck é a falta do psicoticismo 
neste modelo 
≫ Eysenck escreve um artigo a criticar o Big 5, pois diz 
que eles obtém 5 fatores porque trabalham a partir 
do senso comum e da linguagem das pessoas e por 
isso é que também não aparece o psicoticismo, uma 
vez que as pessoas não têm noção do que é este 
conceito, e mesmo o que dizem no senso comum, 
não se aplica, na sua critica, diz também que não se 
pode formar uma teoria da personalidade sem partir 
da biologia, logo diz que a amabilidade e 
conscienciosidade, não são fatores 
≫ Aparecem mais autores Fiske, Norman, Wiggins, 
Goldberg, Costa e McGral aplica a metodologia do 
circumplexo no big 5 e constata que não se 
consegue colocar os 5 fatores no modelo, então ele 
cria o seu circumplexo; trabalhando 2 a 2 
≫ Pragmatismo - Costa e McGral, como começam a ver 
que o modelo do big 5 é muito forte, e mesmo assim 
concordando com Eysenck, decidem começar a fazer 
pesquisa para dar resposta ao Eysenck, tentaram 
então encontrar o psicoticismo e não conseguiram 
≫ Criaram um teste que vai ser muito famoso NEO-PI, 
para medir o modelo do big 5, que depois foi revistoe começou a ser o NEO-PIR 
≫ Fizeram o que o Eysenck tinha feito e começaram a 
aplicar esse inventário em todo o mundo, de uma 
forma impressionante, em poucos anos conseguiram 
amostras enormes de todo o lado 
≫ Começaram a perceber como é que o big 5 se 
comporta em todo o tipo de culturas, e isto foi tão 
bom, que a comunidade científica, começou a 
valorizar mais este modelo 
≫ Este big 5, era um modelo com muitos fundos 
monetários 
≫ A investigação é colossal, com imensas pesquisas 
≫ O modelo torna-se o modelo mais perspicaz e usado 
do mundo 
≫ Estes autores querem demonstrar que existe 
psicoticismo no big 5 
≫ Pedem autorização ao Eysenck para usarem o 
questionário dele, para testar o modelo para ver se 
encontram o fator do psicoticismo 
≫ Por todo o mundo, começam a aplicar o NEO-PIR e o 
inventario do big 3 e correlacionam os dois 
≫ E encontram dados interessantes, que na opinião de 
Eysenck mostra que não há psicoticismo no big 5 e 
para eles que existe, há uma correção negativa entre 
psicoticismo com a conscienciosidade e amabilidade 
 – 
26 
 
≫ O que para os autores significa que está la o 
psicoticismo de forma indireta ( - amabilidade e 
conscienciosidade = + psicoticismo) 
≫ Começa a ter uma maior aceitação no big 5 por 
terem encontrado este fator P indireto 
≫ Neste momento, há 25 anos, este é o modelo 
dominante da personalidade, mas normalmente 
quem usa o big 5, usa o big 3 porque está muito 
ligado, é muito normal usarem ambos os 
instrumentos nos indivíduos 
≫ Este modelo também tem subtraços, a estrutura da 
personalidade neste modelo segue na mesma a 
hierarquia mencionada por Eysenck 
≫ O big 5 foi extremamente criticado pelo Eysenck por 
não ter pesquisa biológica 
≫ Estes autores começaram então a fazer pesquisa 
biológica a seguir, invertendo a ordem (primeiro 
psicolexical, análise fatorial e só depois biológica) 
≫ Querem estudar de forma biológica de forma 
exaustiva, para demonstrar como funcionam os 
traços de abertura à experiência, amabilidade e 
conscienciosidade, ainda se está a estudar 
≫ A abertura à experiência tem sido mais fácil e têm 
obtido excelentes resultados a nível biológico, a 
amabilidade tem trazido mais dificuldades na 
sustentação a nível biológico 
≫ Verificou-se que em certas regiões no mundo, este 
fator não tem valores iguais em todas as culturas, 
demonstrando algumas diferenças, nomeadamente 
em alguns povos asiáticos e no médio oriente, a 
conscienciosidade também tem algumas alterações 
≫ Eysenck explica isto pelo facto do modelo não ser 
correto 
≫ O big 5 tem feito coisas devido ao investimento que 
tem, que não se fizeram com o big 3 
≫ Um dos projetos foi concluído há 10 anos, onde se 
fez um mapeamento total da personalidade em 
termos psicopatologisticos (relativamente ao big 5), o 
que quer dizer que neste momento, se conhecer um 
modelo big 5 numa pessoa, posso conhecer tudo o 
que lhe pode acontecer a nível psicopatológico na 
vida, o que é ótimo e deu uma força ainda maior ao 
big 5, isto está a ser utilizado em todas as áreas da 
psicologia 
≫ Há 20 anos surgiu o big 6, que tem tido muito 
sucesso e está a ser bastante investigado, são os 5 
fatores do big 5 com outro adicional 
≫ Os 16 fatores de Cattell são muito pouco 
investigados 
≫ Toda esta pesquisa pode ser feita em conjunto, ou de 
forma individual de cada traço, pois isto é mais 
“leve”, do que usar os 5 traços.

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