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Semiologia das Articulações


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Osteomuscula�
SEMIOLOGIA
Articulação: .
É uma região anatômica que estabelece a contiguidade
entre ossos ou cartilagens, possibilitando que o
movimento seja direcionado nesse segmento.
Podendo ser de natureza fibrosa (suturas do crânio) no
qual dificultam o movimento, ou de natureza
cartilaginosa (como sacroilíaca) e sinovial que são as
que têm maior interesse no estudo semiológico do
sistema locomotor.
Componentes: cápsula, membrana sinovial e a
cartilagem de revestimento, e esta protege a superfície
óssea. Externamente reforçando a cápsula encontra-se
o líquido sinovial que nutre e lubrifica, diminuindo o
atrito e o desgaste das superfícies cartilaginosas.
Cartilagem: .
Constituída principalmente de colágeno. Sua
propriedade é elasticidade, maleabilidade e plasticidade.
Enquanto sua vulnerabilidade reside na incapacidade de
auto regenerar-se.
A superfície lisa e polida da cartilagem possibilita o
deslizamento das extremidades articuladas com o
mínimo de atrito. As pressões que suportam são
variáveis, podendo ser muito elevadas, até 350kg/cm²,
como ocorre nos joelhos. Apresenta como
característica: cor branco-azulada, superfície luzidia,
brilhante, polida externamente e é fortemente aderida
ao tecido ósseo.
Líquido sinovial: .
Se interpõe como uma película entre as superfícies
articulares. Seu aspecto é de clara de ovo,
amarelo-clara, límpido, alcalino, altamente viscoso e
incoagulável. Sua quantidade normal varia de 0,5 a 2ml
em uma grande articulação como a do joelho. É
constituído de proteínas, glicose, eletrólitos, células,
ácido hialurônico. Esses elementos variam e sua análise
nas enfermidades articulares pode ser de importância
diagnóstica.
Bursas ou bolsas serosas: .
Quase todas as articulações têm bolsas periarticulares
que servem para facilitar a movimentação, tornando os
movimentos suaves e quase sem atrito. Do ponto de
vista clínico, as mais importantes são as do ombro, do
cotovelo, coxofemorais e as do joelho.
Tendões: .
São estruturas transmissoras da tensão muscular as
partes móveis nas quais se inserem. As suas principais
características biomecânicas são elasticidade,
flexibilidade e resistência à compressão. Tais
propriedades resultam da composição altamente
organizada do colágeno e da função combinada com
outros tecidos conjuntivos, com fáscias e com
ligamentos.
A função do tendão pode ser prejudicada nas
seguintes eventualidades:
- Ruptura (parcial ou completa).
- Aderência.
- Estenose da bainha.
- Isquemia e inflamação.
1
- Atrofia.
- Degeneração ou calcificação são observadas em
condições que dependem de trauma, de doenças
sistêmicas ou de distúrbios metabólicos.
Entesopatia ou entesite, são patologias que acometem
os tendões, e inserções musculares e ósseas.
→ Primária ou secundariamente, sendo a isquemia o
denominador comum dos fatores causais.
Exame clínico: .
“Fornece a principal contribuição para o diagnóstico das
afecções das articulações, bursas e tendões”
Identificação do paciente: informações em relação a
idade é importante.
- Febre reumática, dos 5 aos 15 anos.
- Doença reumatoide dos 20 aos 40 anos.
- Lúpus eritematoso sistêmico entre 20 e 40 anos.
- Gota após a quinta década.
- Osteoartrose acima dos 50 anos.
Quanto ao sexo: o lúpus eritematoso disseminado, a
doença reumatoide, a esclerose sistemica progressiva,
os nódulos de Heberden e a osteoporose são mais
frequentes no sexo feminino, enquanto a espondilite
anquilosante, a gota e a poliarterite nodosa predominam
no sexo masculino.
Ocupação do paciente: muito útil no raciocínio
diagnóstico.
Ex: lavadeiras, a síndrome do túnel do carpo.
- Nos digitadores, a tendinite do ombro.
- Nos tenistas a epicondilite.
- Nas pessoas que se mantém por longos períodos
sentadas ou trabalham em má postura, a lombalgia.
História da doença atual:
- Duração: como por exemplo a queixa articular tem
significado clínico, menos de 1 mês na febre reumática,
podendo durar anos na doença reumatóide, o modo de
início (insidioso na doença reumatóide, abrupto na gota
e na bursite).
- Sinais e sintomas inflamatórios: dor, calor, rubor e
edema = processos reumáticos em atividade,
crepitações ou estalidos nos processos degenerativos,
artralgias na maioria das colagenoses.
- Dor: é de grande importância na HDA. Deve-se
explorar minuciosamente o sintoma da dor, que pode
ser aguda (gota, bursite), surda (artrose), localizada
(doença reumatoide) e com irradiação para o trajeto do
nervo comprometido (cervicobraquialgia ou
lombociatalgia).
- Rigidez: é habitual dos reumatismos de natureza
inflamatória e degenerativa.
- Manifestações sistêmicas: febre, anorexia, perda de
peso, fraqueza, também precisa ser esclarecida ao se
obter a história do paciente, bem como os tratamentos
realizados, a evolução, o comprometimento
extra-articular, os antecedentes pessoais e familiares,
dos quais são obtidas informações de grande utilidade
na elaboração do diagnóstico.
Sinais e sintomas: .
Os sintomas mais comuns das enfermidades articulares
são: dor (artralgia), sinais inflamatórios, componente de
rigidez (pós-repouso), crepitação articular,
manifestações sistêmicas, principalmente febre, astenia,
perda de peso e anorexia.
Dor (artralgia): .
Devem-se investigar todas as características
semiológicas. Lembrando que por vezes, a dor vem
acompanhada de outros sintomas, como parestesias
(formigamento) decorrente da compressão de raízes
nervosas na coluna cervical ou lombar.
- Aguda: gota, bursite, artrite séptica.
- Crônica: artrite reumatoide, artrose, em peso a artrose
e muito intensa a gota, artrite séptica.
Artralgia = dor na articulação.
A influência dos movimentos sobre a dor é bastante
informativa, como por exemplo nos movimentos de
abdução e rotação interna do braço que agravam a dor
no ombro: primeira hipótese de bursite ou tendinite do
ombro.
Contratura da musculatura lombar, levando o paciente a
se curvar para frente ou para um lado, é observada nos
pacientes com hérnia discal lombar.
Dores musculares com atrofia, fraqueza, perda da força
e da mobilidade indicam miosite.
2
Espondilite anquilosante: .
A espondilite anquilosante é uma doença inflamatória
crônica que afeta principalmente a coluna vertebral e as
articulações sacroilíacas, mas também pode afetar
outras articulações do corpo. É considerada uma forma
de artrite axial, uma vez que afeta as articulações da
coluna vertebral.
A causa exata da espondilite anquilosante é
desconhecida, mas acredita-se que envolva uma
combinação de fatores genéticos e ambientais. Os
sintomas incluem dor e rigidez nas costas e nas
articulações sacroilíacas, que podem piorar com o
repouso e melhorar com o movimento. Outros sintomas
podem incluir fadiga, perda de apetite, perda de peso e
febre baixa.
Não há cura para a espondilite anquilosante, mas o
tratamento pode ajudar a controlar os sintomas e
prevenir complicações. O tratamento pode incluir
medicamentos anti-inflamatórios não esteroides
(AINEs), terapia biológica, fisioterapia, exercícios e
outras terapias para ajudar a manter a flexibilidade e a
função das articulações afetadas.
Crepitação articular: .
É sinal característico de comprometimento da
cartilagem articular e está presente em todos os
processos com degeneração daquele elemento, como
ocorre nas artroses e nas artropatias neurogênicas.
Manifestações sistêmicas: .
Em febre, astenia, anorexia e perda de peso. São
frequentes nas doenças difusas do tecido conjuntivo
(DDTC), colagenoses e nos processos neoplásicos.
Entre as doenças sistêmicas de natureza inflamatória,
devem ser citadas: artrite reumatoide, doença
reumática, lúpus eritematoso sistêmico, esclerose
sistêmica progressiva, dermatopolimiosite e vasculites.
As doenças articulares degenerativas e metabólicas
raramente se acompanham de manifestações
sistêmicas, pois são doenças localizadas nas próprias
articulações sem comprometer o organismo como um
todo.
Artrite: .
Presença de sinais flogísticos (dor, edema, calor e
rubor), aos quais se soma quase sempre a limitação dos
movimentos.
No que se refere a artrite, logode início, deve-se
procurar definir qual estrutura articular está
comprometida e dolorida.
Rubor da pele na área da articulação constitui o sinal
menos frequente de inflamação. O aumento da
temperatura é mais bem evidenciado com o dorso dos
dedos, sempre comparando com a articulação
homóloga.
Palpação: .
É possível identificar aumento do volume articular, a
presença de pontos hipersensíveis, presença de
tumorações (nódulos, ossificações, neoplasias) e o
aumento da temperatura local. A presença de calor local
é sinal seguro de processo inflamatório.
Ainda pela palpação é possível caracterizar crepitações
que quando grosseiras e no nível das articulações,
denotam comprometimento da cartilagem articular,
significando degeneração articular. Lembrando que
crepitações de um osso relacionam-se com fratura.
Utilizando-se a inspeção e palpação de modo
conjugado, são estudados os seguintes elementos:
1. pele e anexos.
2. tecido celular subcutâneo.
3. musculatura.
4. rede vascular.
5. sistema nervoso.
6. estruturas osteoarticulares.
7. forma e tamanho dos vários segmentos e
pontos dolorosos.
3
Síndrome do túnel do carpo: .
Compressão do nervo mediano na região do punho, que
além da dor tem como uma das manifestações clínicas
parestesias na mão.
- Tratamento: descompressão do nervo mediano.
Exame físico: .
1. O exame físico das extremidades e articulações
é efetuado pela inspeção, palpação e
movimentação.
2. Esses procedimentos são sempre usados de
maneira associada, um para completar o outro.
3. Em algumas ocasiões, utiliza-se a ausculta.
Extremidades articulações: .
Deve ser examinado de pé, sentado ou deitado, sempre
se descobrindo de modo suficiente a região a ser
examinada. Quando sentada, suas mãos devem
repousar sobre as coxas ou sobre o leito, em estado de
relaxamento.
Objetivos: posicionar o paciente de modo confortável.
Deve-se ter uma boa iluminação.
Ao comparar as articulações homólogas lhe permite
reconhecer aumento de volume, rubor, atrofia,
desalinhamento articular, deformidades, fístulas,
tumores, mesmo quando de pequena monta.
Inspeção da postura: .
Com o paciente em posição ortostática, verifica-se a
presença de geno varo ou geno valgo, pé plano ou
cavo, escoliose e cifose.
Pode ocorrer, não raramente, a concomitância de
algumas dessas alterações, às vezes associada a
varizes e hipodesenvolvimento muscular.
A determinação do peso do paciente em relação a idade
e a altura é o indicador mais objetivos de sobrecarga,
indubitavelmente prejudicial à coluna lombar e as
articulações coxofemorais, dos joelhos, dos tornozelos e
dos pés.
Observa-se também a marcha, pois ela costuma
modificar-se nos processos articulares da coluna ou dos
membros inferiores.
Exames de pele e anexos: .
1. Esclerodermia: pele dura, inelástica com
desaparecimento do pregueamento normal das
mãos, antebraços, face e abdome.
2. Lesões eritemato escamosas atróficas,
principalmente na face, ou simplesmente
eritematosa são sugestivas de lúpus
eritematoso sistêmico.
3. Eritema e edema periorbitário configuram o
heliotropo da dermatomiosite, fenômeno de
Raynaud (palidez, seguida de rubor e cianose)
pode surgir na esclerodermia, no lúpus e mais
raramente na doença reumatóide. Eritema
palmar pode ser observado na febre reumática.
Inspeção: detectar a presença de curvaturas anormais
(cifose, escoliose ou sua combinação, ou seja
cifoescoliose), de acentuação da lordose, de
modificação da cor da pele, como manchas parecidas
com café com leite que aparecem na neurofibromatose.
Palpação: deve ser realizada com delicadeza, podendo
despertar dor intensa, como nos casos de hérnia discal.
Devem ser palpadas as massas musculares,
4
principalmente as da goteira vertebral, procurando
hipertrofias e retificações da coluna. A palpação das
apófises espinhosas e dos espaços intervertebrais é
também fundamental nas afecções inflamatórias e
compressivas, pois acarreta dor.
Ainda em relação a pele, merecem ser lembradas as
dermatoses iatrogênicas, provocadas por medicamentos
anti reumáticos, como o eritema facial causada pelos
corticoides e a erupção eritemato papulosa provocada
pela fenilbutazona e por outros anti-inflamatorios nao
esteroides (AINEs).
Distúrbios das unhas também podem ser verificados,
tais como eritema periungueal no lúpus eritematoso
disseminado e na dermatomiosite, unhas quebradiças e
em dedal, no lúpus, lesões ungueais e típicas na artrite
psoriática.
Síndrome de Stevens-Johnson: .
A Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) é uma condição
rara e grave que afeta a pele e as mucosas do corpo.
Ela é caracterizada pela presença de lesões dolorosas e
bolhas na pele, bem como lesões nas mucosas da
boca, nariz, olhos e órgãos genitais. A SSJ é uma
condição que pode ser causada por uma reação
alérgica a medicamentos, bem como por algumas
infecções virais e bacterianas.
A SSJ é considerada uma emergência médica e pode
ser potencialmente fatal, pois as bolhas e lesões na pele
e nas mucosas podem causar infecções graves e outros
problemas de saúde. A síndrome é geralmente
desencadeada pela exposição a medicamentos, sendo
os mais comuns antibióticos, anti-inflamatórios não
esteroides (AINEs), anticonvulsivantes e antivirais. Em
alguns casos, a SSJ pode ser desencadeada por
infecções por herpes ou pneumonia.
Os sintomas da SSJ geralmente aparecem dentro de
uma ou duas semanas após a exposição ao
medicamento ou à infecção desencadeante. Os
sintomas iniciais podem incluir febre, dor de cabeça e
dores musculares, seguidos por uma erupção cutânea
que pode progredir para bolhas e úlceras.
O tratamento da SSJ envolve interromper o uso do
medicamento que causou a condição, se possível, e
tratar os sintomas e complicações. A hospitalização
pode ser necessária para gerenciar a dor, prevenir
infecções e monitorar a progressão da doença. Em
casos graves, os pacientes podem precisar de cuidados
intensivos, incluindo suporte respiratório e tratamento de
choque séptico.
Pacientes que tiveram SSJ têm maior risco de
desenvolver a condição novamente se expostos ao
mesmo medicamento ou infecção desencadeante. Por
isso, é importante informar seus médicos e profissionais
de saúde sobre qualquer histórico anterior de SSJ.
Nódulos justa articulares: .
Possuem grande importância no diagnóstico. Desse
modo, nódulos subcutâneos na face posterior dos
cotovelos são frequentes na doença reumatóide, podem
ser únicos ou múltiplos e são indolores. Aparecem
também na febre reumática e no lúpus eritematoso
sistêmico.
Esclerodermia: .
A esclerodermia é uma doença autoimune rara que
afeta o tecido conjuntivo do corpo, resultando em um
endurecimento e espessamento da pele e dos órgãos
internos. A doença é mais comum em mulheres e pode
ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum entre as
idades de 30 e 50 anos.
Os sintomas da esclerodermia podem variar
dependendo do tipo e gravidade da doença. O sintoma
mais comum é a pele dura, espessa e rígida, que pode
afetar áreas do corpo como os dedos, o rosto, as mãos
e os braços. Outros sintomas podem incluir dor nas
articulações, inchaço nas mãos e nos pés, fadiga, falta
de ar, dificuldade em engolir e úlceras nas
extremidades.
Existem dois tipos principais de esclerodermia:
localizada e sistêmica. A esclerodermia localizada afeta
apenas a pele e geralmente não afeta os órgãos
internos. Já a esclerodermia sistêmica afeta a pele e
outros órgãos internos, como os pulmões, os rins e o
coração. A esclerodermia sistêmica é mais grave e pode
afetar significativamente a qualidade de vida.
Não há cura para a esclerodermia, e o tratamento é
voltado para o controle dos sintomas e a prevenção de
complicações. O tratamento pode incluir medicamentos
para aliviar a dor, diminuir a inflamação e controlar o
sistema imunológico, bem como fisioterapia e terapia
ocupacional para melhorar a mobilidade e a função.
O prognóstico da esclerodermia varia de acordo com o
tipo e a gravidade da doença. Algumas pessoas com
esclerodermia localizada têm poucos sintomas e a
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doença não progride, enquanto outras com
esclerodermiasistêmica podem ter uma progressão
rápida e complicações graves. O tratamento precoce e o
acompanhamento regular com um reumatologista
podem ajudar a controlar os sintomas e melhorar a
qualidade de vida.
Resumindo: a pele torna-se dura, inelástica, com
desaparecimento do pregueamento cutâneo nas
articulações interfalangeanas, em face da presença de
lesões eritematosas ou eritemato escamosas atróficas,
principalmente nas regiões malares.
Nódulos: .
Subcutâneos, únicos ou múltiplos, indolores, localizados
na face posterior dos cotovelos, ocorrem na artrite
reumatoide, aparecendo também no lúpus eritematoso
sistêmico e na doença reumática.
Nódulos eritematosos ou eritemato cianóticos,
hipersensíveis, localizados na face anterior das pernas,
são típicos do eritema nodoso. Depósitos de uratos,
constituindo os tofos da gota úrica, podem ser
encontrados na face posterior dos cotovelos, nos
tendões de aquiles e no pavilhão da orelha.
Gota: .
Transtorno metabólico caracterizado por hiperuricemia e
crises recidivantes de artrite aguda. Com o passar dos
anos, a artrite torna-se crônica e surgem tofos, que são
acúmulos de monourato de sódio.
Avaliação óssea: .
Presente em todos os segmentos corporais, a avaliação
óssea tais como a pele e o tecido celular subcutâneo,
devem ser avaliados.
A presença de dor ou deformidade pode dirigir a
atenção do examinador para esses componentes do
sistema locomotor. No exame físico utilizam-se a
inspeção e a palpação complementados pelo estudo da
mobilidade de cada segmento.
A marcha do paciente pode estar alterada quando há
deformidades, como varismo e valgismo dos joelhos,
lesões dos quadris, joelhos, tornozelos e pés e da
coluna vertebral.
A inspeção pode-se detectar aumento ou deformidade
de segmentos ósseos, como o alargamento da caixa
craniana na doença de Paget, em algumas neoplasias
ou processos infecciosos.
Osteomielite: .
A presença de sinais inflamatórios na área
correspondente ao osso afetado sugere osteomielite. A
ocorrência de fístula indica processo infeccioso crônico,
como tuberculose, sífilis e micose. A presença de
crepitações é sugestiva de fratura, mas pode ser sinal
de osteoartrose.
Osteomielite é uma infecção óssea causada geralmente
por bactérias, mas que também pode ser causada por
outros microrganismos como fungos. Essa infecção
pode afetar qualquer osso do corpo, mas é mais comum
nas pernas, nos braços e na coluna vertebral.
Os sintomas da osteomielite podem incluir dor óssea,
febre, inchaço, vermelhidão e sensibilidade na área
afetada, além de fadiga e mal-estar geral. O diagnóstico
pode ser feito através de exames de imagem, como
radiografias, tomografias e ressonâncias magnéticas, e
de análises laboratoriais do sangue e do líquido retirado
da área infectada.
O tratamento da osteomielite geralmente envolve o uso
de antibióticos, além de possíveis procedimentos
6
cirúrgicos para remover o tecido infectado. É importante
que o tratamento seja iniciado o mais cedo possível
para evitar complicações, como a disseminação da
infecção para outros órgãos ou a formação de
abscessos ósseos.
Coluna vertebral: .
A coluna vertebral consiste em 33 vértebras assim
distribuídas: 7 cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5
sacrais e 4 formando o cóccix.
A unidade anatômica da coluna é a vértebra e sua
unidade funcional é o complexo formado por 2
vértebras, 1 disco além de articulações, ligamentos e
músculos. As funções da coluna vertebral são:
promover estabilidade, proporcionar mobilidade,
proteger a medula espinhal, coordenar os movimentos
do esqueleto apendicular.
Alguns dados da identificação podem orientar no
diagnóstico das doenças da coluna vertebral,
destacando-se a idade, sexo e a profissão.
No recém-nascido as malformações congênitas, tais
como hemivértebras e mielomeningocele, são
enfermidades que devem ser sempre investigadas.
Na infância, predominam os defeitos posturais e os
processos infecciosos, podendo ocorrer, mais raramente
escoliose, ou seja, desvio lateral da coluna vertebral.
Inspeção: deve-se avaliar a postura (com paciente em
posição ortostática), verificando a presença de geno
varo ou valgo, pé plano ou cavo, escoliose e cifose.
Na pré-adolescência há predominância dos desvios
posturais, especialmente entre as mulheres, sendo
comuns nessa idade a escoliose idiopática e o dorso
curvo (acentuação da cifose dorsal).
Da segunda a quarta década da vida, principalmente na
quarta e em trabalhadores braçais, correspondem ao
período de maior ocorrência de hérnias discais e de
processos degenerativos, denominada espondiloartrose.
Também nessa faixa etária observam-se, com grande
frequência os distúrbios posturais, não sendo rara,
também a espondilite anquilosante de disco.
Na idade avançada são comuns a osteoporose senil e
as metástases de neoplasias (na mulher, neoplasias de
mama, no homem de próstata).
O tempo de evolução da doença é outro dado
fundamental. Algumas doenças ocorrem por surtos,
outras de maneira contínua. Na osteoporose e nas
espondiloartrose o curso evolutivo é mantido de modo
uniforme, a sintomatologia inicial persiste por toda a sua
evolução, enquanto na hérnia discal por exemplo, os
sintomas surgem episodicamente por surtos.
Dor: .
Os principais sintomas são: dor e rigidez muscular, alé,
de manifestações sistêmicas.
A dor na coluna vertebral pode estar localizada em um
de seus segmentos (cervical, dorsal, lombo sacra) ou
em toda a sua extensão. A dor deve ser analisada nos
seguintes aspectos: intensidade, duração, localização,
irradiação, fatores agravantes, precipitantes ou
atenuantes e dor referida.
Em geral as dores de curta duração caracterizam
afecções compressivas ou infecciosas, ao passo que as
degenerativas ou inflamatórias se caracterizam por dor
de longa duração.
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É clássica a dor que melhora com os movimentos e
piora a noite das afecções inflamatórias (espondilite
anquilosante).
Ciatalgia do nervo inf: .
Exame físico da coluna: .
O exame físico da coluna vertebral deve ser realizado
pela inspeção e palpação, tanto em repouso como em
movimento, em plano frontal e sagital. No plano sagital
ou de perfil deve-se observar o grau das lordoses
lombar e cervical, assim como a cifose torácica.
Deve-se observar a simetria
das cinturas escapular e
pélvica, o ângulo
toracolombar (talhe), o
alinhamento dos membros
inferiores, orientação das
patelas e finalmente o
posicionamento dos pés. O
desenvolvimento das
escápulas pode sugerir desvios de lateralidade
(escoliose).
A posição antálgica é uma tentativa de obter alívio da
dor.
Escoliose: .
A escoliose é uma condição em que a coluna vertebral
se curva de forma anormal, formando uma curva em "C"
ou "S". A escoliose pode ocorrer em qualquer idade,
mas é mais comum em crianças e adolescentes em
fase de crescimento. Algumas causas da escoliose
podem incluir fatores genéticos, neuromusculares,
problemas de desenvolvimento ósseo e lesões.
Os sintomas da escoliose podem incluir dor nas costas,
fadiga muscular, desigualdade no tamanho dos ombros,
omoplatas ou quadris, inclinação do tronco para um lado
e uma curva anormal da coluna vertebral.
O tratamento da escoliose depende da gravidade da
curva da coluna vertebral e da idade do paciente. Em
casos leves, o tratamento pode não ser necessário, mas
é importante monitorar a condição com exames
regulares. Em casos mais graves, pode ser necessário
o uso de coletes ou até mesmo cirurgia para corrigir a
curva da coluna vertebral. Além disso, a fisioterapia e o
exercício regular podem ajudar a fortalecer os músculos
das costas e melhorar a postura.
Exame das articulações: .
“Formato e volume, posição das estruturas, alterações
das massas musculares, presença de sinais
inflamatórios, modificações das estruturas
circunjacentes, crepitação e estalidos e
movimentações”.
Formato e volume: é conveniente medir a
circunferência da articulação com fita métrica, quando
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se trata de pequenas articulações, como as
interfalangeanas (proximais e distais).
O aumento de volume de uma articulação pode ser
devido a edemade partes moles, derrames
intra-articulares, espessamento da membrana sinovial e
da cápsula articular, crescimento ósseo localizado
(osteófitos, exostoses, periostite), depósito de uratos
(tofos) ou calcificações.
Movimentação: a avaliação dos movimentos das
articulações torna possível a verificação de dor e do
grau de impotência funcional. Para isso é fundamental
conhecer os movimentos normais de cada articulação
para maior facilidade em detectar e avaliar a amplitude
dos movimentos ou evidenciar movimentos anormais.
Lembrando que:
- A movimentação da articulação deve ser feita com
máxima delicadeza.
- É necessário pesquisar os movimentos ativo e
passivo, comparando articulações homólogas.
- O médico deve estar atento às reações do paciente,
em especial a demonstração de dor.
- Sempre que possível a amplitude dos movimentos
precisa ser medida em graus, partindo-se de uma
posição neutra que seria o ponto zero.
- Não sendo possível medir em graus, pode-se falar em
limitação total, quando a articulação está impossibilitada
de fazer a mínima movimentação, ou em limitação
parcial, que pode ser mínima, moderada ou intensa
(quase total).
Nódulos de Heberden e de Bouchard: .
O diagnóstico baseia-se nos dados clínicos, auxiliados
pelos exames de imagem, que evidenciam diminuição
do espaço articular (pinçamento articular), proliferação
óssea marginal (osteofitose) e esclerose do osso
subcondral.
- Os exames laboratoriais mostram-se normais.
Musculatura: .
Deve-se investigar o tônus e a troficidade
principalmente dos músculos próximos de articulações
em que haja processos reumáticos, de natureza
inflamatória. Exemplo: a atrofia do quadríceps decorre
de processo que atinge os joelhos.
Sinal de Gowers: .
Pacientes com fraqueza proximal apoiam-se nas coxas
e escalam o próprio tronco para se levantar do chão.
Apresentam levantar miopático.
O sinal de Gowers é um teste clínico usado para avaliar
a fraqueza muscular em crianças com distrofia muscular
ou outras doenças neuromusculares que afetam a
musculatura proximal das pernas e da pelve.
O teste é realizado quando a criança é instruída a
levantar-se do chão sem ajuda das mãos e braços,
começando em posição supina, deitada de costas no
chão. A criança então rola para o lado e tenta se
levantar usando apenas os músculos das pernas e da
pelve. Se a criança não consegue se levantar sem ajuda
das mãos e braços, ela usa as mãos para subir pelas
pernas, apoiando-se em seus próprios joelhos,
caracterizando o sinal de Gowers.
O sinal de Gowers é considerado um sinal importante
na avaliação clínica de crianças com fraqueza muscular
proximal, sendo frequentemente associado com distrofia
muscular de Duchenne, que é uma doença genética
rara que causa degeneração muscular progressiva. O
sinal de Gowers também pode ser encontrado em
outras doenças neuromusculares, como a distrofia
muscular de Becker, miopatias inflamatórias e outras
miopatias congênitas.
Reflexos: .
Nos casos de compressão radicular, como ocorre nas
hérnias discais, podem estar diminuídos ou abolidos os
seguintes reflexos:
- Bicipital: integridade de C5.
- Braquiorradial: integridade de C6.
- Tricipital: integridade de c7.
- Patelar: integridade de L4.
- Patelar e aquileu: integridade de L5 e S1.
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Sinal de Lasegue: .
Consiste na elevação do membro inferior estendido
sobre a bacia, manobra que acarreta estiramento do
nervo ciático. Se houver compressão, ocorre dor no
trajeto do referido nervo.
O sinal de Lasegue é positivo quando surge dor até 60
graus (ângulo formado pelo membro elevado e pela
mesa de exame). Bloqueio e dor até 30 graus sugerem
hérnia discal.
Sinal de Bragard: .
Consiste na dorsiflexão do pé quando o membro estiver
elevado, provocando exacerbação da dor (sinal de
Bragard). A elevação do membro sadio pode também
produzir dor no membro oposto afetado, sugerindo
compressão mais central.
Atenção!!! .
É necessário caracterizar se a dor provocada pela
elevação do membro ocorre devido a real compressão
do ciático ou a contratura dos músculos posteriores da
coxa. A dor muscular por exemplo ocorre somente na
parte posterior da coxa, enquanto a ciatalgia pode
acometer todo o membro.
Exames laboratoriais: .
Provas de atividade inflamatória são utilizadas para
esclarecer se um processo é inflamatório e se está em
atividade. São informações fundamentais no
planejamento terapêutico e no controle da evolução.
A base fisiopatológica dessas provas reside nas
alterações proteicas causadas pelo processo
inflamatório. É necessário ressaltar contudo que, elas
revelam apenas a presença de um processo
inflamatório, sem indicar a etiologia.
Hemossedimentação (VHS) é o exame mais simples e
mais utilizado para avaliar o grau de atividade
inflamatória das enfermidades reumáticas, sendo útil
como dado inicial e no acompanhamento do paciente.
Independentemente do processo inflamatório,
encontra-se VHS alterada em várias condições,
incluindo anemias, poliglobulias, hipoalbuminemia,
icterícia, gravidez, insuficiência cardíaca e por influência
de medicamentos.
Proteína C reativa é encontrada em pequena
quantidade no sangue de pessoas normais. Quando
ocorre uma inflamação, o seu nível aumenta
sensivelmente. O valor normal é de até 6 mg/dl.
Quando aumentada, indica necrose tissular, podendo
elevar-se nos mínimos processos inflamatórios como
um granuloma dentário apical, ou depois da aplicação
de uma injeção de penicilina benzatina.
Exames bacteriológicos: .
Os microrganismos (vírus, clamídia, bactérias, fungos,
vermes, protozoários) causam manifestações no
aparelho locomotor, seja por lesão direta ou por
mecanismos imunológicos ou reativos, por exemplo
artrite no joelho associada a uretrite gonocócica.
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Tomografia computadorizada (TC): .
As vantagens da TC sobre a radiografia convencional
são as possibilidades de imagem tridimensional, medida
precisa do coeficiente de atenuação tecidual
(possibilitando distinguir entre as estruturas diferentes),
natureza não invasiva, e quase sempre diminuição da
exposição à radiação.
A TC tridimensional pode ser utilizada para demonstrar
relações espaciais em fraturas complexas, fraturas com
depressão do platô tibial, e extensão subtalar e tibiotalar
de fraturas do calcâneo. Pode também ser útil na
definição da anatomia da cabeça femoral e acetabular
no deslocamento congênito do quadril e nos
traumatismos desta articulação.
Ressonância magnética: .
A ressonância magnética (RM) pode ser usada para o
diagnóstico de alterações osteoarticulares. Lesões mal
definidas, como erosões e fendas, produzem alterações
na morfologia da cartilagem, que podem ser
identificadas pela RM, observando-se irregularidades
superficiais e defeitos focais ocupados pelo líquido
sinovial.
Artrose: .
A artrose ou osteoartrose é uma doença articular
degenerativa que acomete indivíduos de ambos os
sexos, em geral após a quinta década da vida, não
tendo preferência por raça ou cor. É uma doença
localizada na cartilagem articular, não ocorrendo
fenômenos inflamatórios sistêmicos, nem
comprometimento do estado geral.
Clinicamente a artrose manifesta-se por dor, que varia
de leve a intensa, piorando com os movimentos e ao
levantar peso, rigidez articular que se agrava pelo
repouso e possui limitação de movimentos e
crepitações.
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