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Sala de Aula _ Estacio 1 ética e legislação

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<
DESCRIÇÃO
   

Os princípios de�nidores da Arquitetura e do Urbanismo, os elementos necessários para o desenvolvimento do
projeto de arquitetura e urbanismo, a arquitetura projetada e a arquitetura construída, o vocabulário con�gurador
da linguagem arquitetônica.
PROPÓSITO
Compreender os princípios das ciências de Arquitetura e de Urbanismo como fundamentais para o bem-estar
humano, pois atendem a três necessidades básicas por meio de suas ações: obtenção de abrigo, fornecimento de
espaços em que possamos desenvolver e promover operações utilitárias e oferecimento de deleite estético.
OBJETIVOS
Módulo 1
Identi�car os campos de atuação e como atuam os arquitetos e urbanistas, além dos diversos tipos e escalas
de projetos de arquitetura e urbanismo
Módulo 2
De�nir os conceitos fundamentais das atividades em arquitetura e urbanismo, especialmente aqueles
referentes às dicotomias entre espacialidade e materialidade
Módulo 3
Analisar pontos de vista relativos a preceitos fundamentais das ações em arquitetura e urbanismo, tais como
utilidade, solidez, beleza, forma, função, vocabulário e linguagem arquitetônica
PRINCÍPIOS DA PRÁTICA DO PROJETO ARQUITETÔNICO
   

Neste tema, veremos alguns dos principais conceitos que de�nem a essência do que são a Arquitetura e o
Urbanismo. Trata-se de ciências que têm como objetivo principal atender às necessidades humanas no
que diz respeito ao espaço em que as pessoas vivem.
Habitar é, fundamentalmente, viver, e a vida confortável, agradável, harmônica é o que os pro�ssionais
desses dois campos de conhecimento buscam com seus projetos. Para isso eles propõem espaços e
edifícios com vocabulário e linguagem especí�cos, condizentes com as realidades históricas, sociais,
econômicas e culturais. Igualmente revelam, por meio de construções e contextos urbanos — através dos
elementos materiais —, novas realidades, especialmente moldadas, objetiva e subjetivamente, com base
em suas visões pessoais.

MÓDULO 1
 Identi�car os campos de atuação e como atuam os arquitetos e urbanistas, além dos diversos tipos e
escalas de projetos de arquitetura e urbanismo
INTRODUÇÃO
Como ponto de partida, cabem os seguintes questionamentos com relação ao projeto arquitetônico:
   

O projeto se de�ne como um processo de solução de um problema em um tempo
determinado que deve ser gerenciado, de modo a controlar diversas variáveis que
impactam nas decisões.
O arquiteto projeta espaços pequenos, como residências, e grandes, como estádios; além disso, planeja cidades e
projeta elementos urbanos e de paisagismo. Por isso sua formação é bastante diversi�cada.
Objeto com interação.
   

Ele utiliza desenhos para se comunicar com os clientes e com os pro�ssionais envolvidos na execução de uma
construção, como, por exemplo:
   

Engenheiros
(instalações, estrutura, civil)
Ergonomistas
   

Arqueólogos
   

Historiadores
   

Químicos
Biólogos
   

Sociólogos
A composição de uma equipe para a criação de uma edi�cação será em função das necessidades e características do
projeto a ser executado ou planejado.
Na história do mundo, o arquiteto é um pro�ssional reconhecido por sua participação na construção de vários
monumentos, templos e igrejas. Porém, além disso, ele é aquele pro�ssional que ajuda a resolver problemas em
residências, espaços comerciais e grandes escritórios.
   

Até o Renascimento, o arquiteto era um pro�ssional que participava ativamente da construção da edi�cação. Ele
estava presente no canteiro de obra, pois ainda não se utilizavam desenhos para a transmissão de uma ideia.
Tratava-se de um pro�ssional com um papel mais prático do que intelectual. Depois, já podendo utilizar desenhos
para se expressar, o arquiteto se afasta da obra e passa a ter um trabalho mais intelectual de projetar e planejar.
OLHARES SOBRE A ARQUITETURA
A arquitetura, como é compreendida atualmente, foi concebida durante o Renascimento, segundo a ideia
revolucionária de que o papel do arquiteto era projetar, não construir. A arquitetura tornou-se, então, um
esforço puramente intelectual e o domínio do conhecimento do arquiteto era o que chamaríamos de teórico: a
razão pela qual os edifícios deveriam ser projetados de acordo com certas características.
   

 Símbolo do Renascentismo: Catedral de Santa Maria del Fiore, em Florença, Itália
Além disso, seguindo Aristóteles, Leon Battista Alberti, que no século XV escreveu o De re aedi�catoria (A arte
de construir), considerou o arquiteto como o verdadeiro autor do edifício, pois acreditava que o conhecimento
desse pro�ssional era superior ao do construtor. O desenho tornou-se essencial para a arquitetura como
expressão das ideias arquitetônicas, produto do trabalho do arquiteto e elo entre pensamento, design e
construção (SCHEER, 2014).
POR QUE PROJETAR?
   


Projetar para que seja executada uma construção,
para que se procure uma solução para um problema
residencial, comercial ou hospitalar.

Projetar para planejar uma cidade ou parte dela, de
modo que possa crescer de maneira controlada e
ecologicamente correta, sem comprometer o futuro
(sustentável), por meio de previsões do que pode
ocorrer ao longo de um período.
Envolvendo construção e cidade, de uma maneira mais ampla, temos:
   

JARDINS
   

PRAÇAS
PARQUES
Todos esses são espaços construídos, que devem ser projetados para que o homem se sinta bem e devem
funcionar de maneira adequada. Esses projetos são desenvolvidos por pro�ssionais que estão longe dos canteiros
de obra, em seus escritórios, e que precisam se comunicar com seus clientes, sejam eles particulares ou uma
comunidade. Para isso geram desenhos, esquemas, detalhes e memoriais descritivos e justi�cativos.   

BREVE HISTÓRICO ARQUITETÔNICO
Neste vídeo, teremos um panorama de como devem ser os projetos para que o arquiteto desenvolva suas
habilidades, e conheceremos alguns objetivos de um projeto arquitetônico.

   

 Representação de construção feita com material
local: pedra
A arquitetura vernacular e antiga é de construções adaptadas ao meio
ambiente. Eram constituídas de materiais construtivos locais (barro e
pedra, por exemplo) e suas dimensões e implantação eram planejadas de
modo a garantir estanqueidade no caso de um solo úmido e de pé direito
alto, proporcionando conforto térmico, pelo distanciamento entre o ar
quente e o usuário.
A partir do século XX, com a energia barata e a tecnologia disponível para a
construção, muitos dos conhecimentos antigos foram esquecidos,
resultando em construções que consomem muita energia (ar-
condicionado e iluminação) e a construção gera um impacto considerável
por meio do sistema construtivo e dos resíduos gerados.
Como o domínio do desenho de arquitetura faz parte da formação do arquiteto, o aluno inicia seu curso estudando
a NBR-16636, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que estabelece todas regras de
representação dos desenhos de arquitetura que compõem o projeto de uma edi�cação. Para esse registro de suas
   

javascript:void(0)
ideias, o arquiteto conta hoje com programas de computador do tipo CAD, que desenham a partir de traços –
assim como se faz na prancheta. Os mais recentes, conhecidos como programas BIM (Building Information
Modeling), permitem ao arquiteto, além de outros recursos:
avaliar a e�ciência da construção mediante análise do local e dos materiais construtivos;
realizar simulação;
percorrer a edi�cação;
criar tabelas, quanti�cando esquadrias, materiais de acabamento;
estabelecer a idade de cada elemento que compõe a construção.
 Imagem ilustrativa do programa AutoCAD.
TIPOS DE PROJETO ARQUITETÔNICO
   

Os projetos de uma construção, assim como os de uma cidade, são constituídos de desenhos, mas além deles o
projetista utiliza diagramas, de modo a registrar uma grande quantidade de dados, que atualmente acompanham
os programas de edifícios,como hospitais e aeroportos. Junto com os desenhos existem textos, como memoriais
descritivos e justi�cativos, que descrevem a edi�cação e tudo aquilo que foi pensado na sua elaboração, além da
especi�cação de materiais e legislação, entre outros levantamentos e pesquisas. O projeto pode ser dividido em:
ESTUDO PRELIMINAR

ANTEPROJETO

   

PROJETO EXECUTIVO
Cada etapa tem suas especi�cidades. O projeto da arquitetura se caracteriza pelo planejamento de uma
edi�cação, ou de um conjunto de edi�cações, quando compõem um complexo com as mesmas funções. Dentre
outros, citamos como exemplos:
   

UNIVERSIDADES
   

HOSPITAIS
   

AEROPORTOS
Veja alguns dos tipos de projeto arquitetônico:
Urbano
O planejamento urbano se concentra nas soluções para a cidade, vias, gabaritos, distância entre edi�cações,
taxa de ocupação e área do terreno permeável, entre outros requisitos para a regulamentação das
construções.
   

Paisagismo
O projeto de paisagismo é voltado para as áreas externas das edi�cações.
   

Interiores
Além de se preocupar com as funções e a estética, o projetista também considera os usuários e os espaços
internos criados. Nesse caso o projeto é de arquitetura de interiores, sendo este composto por desenhos que
registram os pisos, paredes e tetos, que indicam posicionamento dos mobiliários �xos e móveis, materiais de
acabamento (junção e �nalizações), iluminação, elétrica (indicando os pontos de tomadas e interruptores), pontos
de água, sentido de colocação dos materiais (cerâmicas) e detalhes executivos, como peças de �xação, encaixes
e a marcenaria de um modo geral.
No conjunto de desenhos de arquitetura de interior estão presentes ainda desenhos complementares,
como o do teto, onde são posicionadas as luminárias – produto de um projeto luminotécnico, que é uma
especialização do arquiteto – assim como materiais de tratamento acústico ou isolamento nas paredes,
piso e teto, que cuidam do som e ruído, resultado de um projeto acústico, também uma especialização
da arquitetura.
   

   

Os espaços internos das edi�cações devem ser planejados de acordo com as necessidades e dimensões
adequadas ao homem – ou a seres vivos, no caso de ser um espaço para animais, como um hospital veterinário,
por exemplo.
   

O conhecimento da ergonomia proporciona ao arquiteto o entendimento sobre os cuidados que se deve ter com
relação às necessidades do usuário de uma maneira mais ampla, e não somente das dimensões humanas. A
acessibilidade e o design universal estão dentro desse conjunto de informações que são utilizadas pelo projetista
quando ele projeta não só as edi�cações, mas também uma cidade.
O entorno das edi�cações, os espaços externos que as envolvem – lugares intermediários entre a cidade
e a edi�cação – também necessitam ser projetados de maneira cuidadosa. Trata-se de um espaço de
passagem das pessoas e da vegetação que pode mitigar o impacto dessa nova construção. Por
exemplo, a diminuição de área permeável para a drenagem da chuva.
Para facilitar a compreensão dos diversos tipos de projetos que um arquiteto pode executar serão descritos a
seguir os projetos de arquitetura, urbanismo e paisagismo. O projeto de arquitetura pode ainda ser subdividido em
pequenos projetos, como o de arquitetura de interiores, iluminação e acústica.
Um conjunto de desenhos de projeto de arquitetura deve atender, entre outros diversos requisitos:
A funcionalidade, isto é, como con�gurar o espaço de maneira segura e confortável para o que ali vai
funcionar. Para isso é preciso conhecer o programa de necessidades composto pelos ambientes e as
   

dimensões adequadas para as atividades que serão executadas no espaço.
A estética, que deve ser agradável. Para isso é preciso conhecer a cultura do local onde a edi�cação será
construída, deve-se especi�car o material construtivo (se este for produzido ou extraído do local é ainda
melhor para a sustentabilidade e ambiente), deve-se conhecer o orçamento disponível para a execução da obra
e operação da edi�cação.
Um projeto de arquitetura é a síntese de uma quantidade grande e complexa que deve ser analisada e
compreendida.
 Projeto de arquitetura – planta baixa.
   

 Desenho da fachada de uma casa – projeto de arquitetura.
Considerando o impacto ambiental causado pelas construções, deve-se levar em consideração os materiais
construtivos a serem especi�cados, pois o impacto se inicia desde sua fabricação. Isto quer dizer que o projeto
deve se preocupar com a edi�cação desde a sua execução (garantindo a boa gestão do canteiro de obras) até a
utilização, levando em conta também adaptações que ela sofrerá ao longo do seu ciclo de vida. Por isso deve-se
ter consciência e responsabilidade, desde a elaboração do projeto.
   

Ainda sobre o projeto de arquitetura, este pode ser para uma nova construção, ou para a requali�cação de uma
existente, proporcionando o prolongamento de sua vida útil. No conjunto de ações de intervenção em construções,
existem:
O processo de manutenção da função original da construção
A alteração da construção
A manutenção das características originais
A conservação de uma parte da construção, quando esta é tombada (preservação de edi�cações históricas).

Neste último caso, quando a intenção é restaurar, o projeto tem um caráter mais cuidadoso e detalhista. Torna-
se necessário, antes de tudo, fazer uma pesquisa histórica e registrar as condições em que se encontra essa
edi�cação, que pode ser um tombamento federal, estadual ou municipal. É importante também procurar saber
que valor ela traz para quem está encomendando o projeto e para quem vai fazer uso do local.
Quando a construção não tem valor histórico e a intervenção é para atender as novas necessidades da
comunidade onde se encontra, podendo esta manter a sua função original ou não, a proposta pode ser um retro�t,
requali�cação, reabilitação, renovação, reforma. Todos esses termos pressupõem uma adaptação da edi�cação
existente às novas demandas da contemporaneidade.
Comentário
Um conjunto de desenhos de arquitetura de interiores também precisa ser planejado e, nesse caso, o projeto
pretende identi�car como os espaços serão preenchidos pelo mobiliário, materiais de revestimento, além da
iluminação e da qualidade de som, dependendo da função. A de�nição das cores também proporciona
ambientes agradáveis e estimulantes.    

Com relação aos espaços internos das edi�cações é preciso reconhecer que todo ele deve ser con�gurado de
modo a promover o bem-estar emocional e �siológico do usuário, além de garantir a funcionalidade. Para isso a
iluminação natural, que proporciona baixo consumo de energia, e a arti�cial devem estar adequadas para a
garantia do conforto visual.
O conforto pode ser:

Higrotérmico

Acústico   

Ocorre a partir do controle de umidade e
temperatura, e da incidência da insolação nas
paredes externas, por exemplo. Também é preciso
ter atenção no uso de elementos que proporcionem
o efeito chaminé e no posicionamento dos vãos para
uma adequada ventilação, entre outros recursos.
Deve ser considerado no isolamento dos espaços
situados em locais onde haja muitas fontes de
ruídos e o tratamento acústico, em ambientes em
que a qualidade do som seja essencial, como teatros
e salas de música.
Todos esses critérios devem ser atendidos logo no início do projeto da edi�cação, mas muitas vezes é apenas no
projeto de arquitetura de interiores que eles pode ser especi�camente trabalhados.
 Planta baixa de uma casa.
 Vistas de 2 paredes da sala de estar.
   

Um serviço importante foi criado pela Lei n. 11.888, de 24 de dezembro de 2008 – Assistência Técnica Pública e
Gratuita para o Projeto e a Construção de Habitação de Interesse Social. Essa lei oferece, à população que não
dispõe de recursos para contratar um arquiteto, apoio técnico para solucionar problemas de desempenho de sua
moradia. Para identi�car quaiscritérios necessitam ser atendidos, é possível utilizar a NBR-15.575, de 2013. Outra
forma de ajudar é lançando mão de projetos de habitações de interesse social, considerando proporcionar uma
edi�cação de qualidade e de baixo custo de construção e operacional.
A área do entorno da edi�cação é a extensão entre ela e o espaço urbano – muito consideram essa área como um
espaço semipúblico. Nela são projetados os espaços verdes e os locais de percurso. Nos espaços verdes são
de�nidos os tipos de vegetação, seja grama ou árvores com copas densas, que proporcionam sombras tanto para
o jardim como para a edi�cação, minimizando o desconforto térmico.
Nos percursos, o deslocamento deve ser efetuado de maneira segura pelos:
   

Os pisos desses espaços precisam ser revestidos por materiais antiderrapantes e estar nivelados, entre outros
critérios, como o estético e o de manutenção.
PEDESTRES CADEIRANTES CARRINHOS DE BEBÊ
Todo o projeto dessa área externa é elaborado pelo paisagista, uma das especializações da arquitetura,
considerando que este também é um espaço construído, apenas sendo aberto. Um bom exemplo é o Aterro do
Flamengo, no Rio de Janeiro, projeto paisagístico de Burle Marx, conhecido internacionalmente.
 Aterro do Flamengo - Rio de Janeiro
   

 Maquete e setorização de um parque linear.
O curso de arquitetura e urbanismo prepara o pro�ssional para atuar tanto nas edi�cações quanto na cidade.
Neste último caso, fazendo um trabalho de longo prazo: o planejamento urbano, que se con�gura como um plano
diretor, estabelecendo as diretrizes de crescimento e ocupação da cidade e constituindo-se como um documento
orientador dos limites e regras que as edi�cações deverão atender.
   

A solicitação para um projeto urbano em geral parte de órgãos públicos que sentem a necessidade de controlar ou
organizar um local, considerando o crescimento ou a revitalização de alguma área da cidade degradada. Nesse
caso é elaborado um projeto urbanístico especí�co, de cuidado com o futuro, cujos critérios são: de�nir gabaritos,
afastamentos entre edi�cações e entre estas e as vias, taxa de ocupação, áreas permeáveis, calçadas, vias,
iluminação pública, infraestrutura e tratamento paisagístico do local. Esses projetos podem ser de uma cidade ou
mesmo de uma região, como, por exemplo: o Rio Cidade e o Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, e Brasília, no
Distrito Federal.
   

 Fazendo parte do projeto de revitalização do porto – Porto Maravilha.
   

 Estudo de um planejamento urbano para Curicica.
ETAPAS DO PROJETO ARQUITETÔNICO
Os projetos de arquitetura e urbanismo são compostos por diversas fases, cada uma com um grau de
detalhamento e informações próprias.
Objeto com interação.
PRIMEIRA ETAPA – LEVANTAMENTO DE DADOS 
SEGUNDA ETAPA – ESTUDO PRELIMINAR 
TERCEIRA ETAPA – ANTEPROJETO 
QUARTA ETAPA – PROJETO EXECUTIVO 
   

Dependendo da complexidade do projeto, como o de um hospital, por exemplo, sua execução pode levar até mais
do que cinco anos. Por isso deve ser �exível, pois muitas vezes no decorrer do projeto ele precisa ser alterado, em
função de novas demandas da sociedade e de novas tecnologias.
Cada vez mais os projetos são de adaptação das edi�cações, pois nas cidades já existe uma quantidade
considerável delas, muitas abandonadas ou subutilizadas e ainda consumindo muita energia para a sua
operação. Os projetistas estão cada vez mais voltados para a adaptação das edi�cações. Vantagens em agir
assim: evita-se a demolição e, na adaptação, são instalados novos equipamentos, mais econômicos e
e�cientes.
O projeto de adaptação tem um caráter preditivo; nele são analisadas e avaliadas diversas soluções e de�nida
uma que �ca mais próxima da ideal. Esse processo tem um custo inferior à demolição e à reconstrução.
   

Vamos fazer um exercício!
A partir das imagens apresentadas, identi�que o tipo de projeto:
• Projeto de arquitetura
• Projeto de arquitetura de interior
• Projeto de paisagismo
• Projeto de urbanismo
 Planta baixa.
Resposta
   

javascript:void(0)
 Vista de corte.
Resposta
   

javascript:void(0)
 Planta baixa.
Resposta
   

javascript:void(0)
 Vista superior.
Resposta
   

javascript:void(0)
 Vista superior.
Resposta
   

javascript:void(0)
 Exemplo de projeto.
Resposta
   

javascript:void(0)
 Exemplo de projeto.
Resposta
 VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. O arquiteto e urbanista tem várias funções. Dentre as alternativas a seguir, assinale a
única que não con�gura função desse pro�ssional:
Executar projetos de edi�cações de residências e hospitais.A)
Elaborar planejamento urbano, isto é, estabelecer diretrizes de crescimento da cidade.B)
Projetar estradas, elaborando detalhes executivos e especi�cação de materiais.C)    

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Responder
2. No texto foram descritas as etapas do projeto de arquitetura e é possível identi�car os
objetivos dessas etapas como:
Responder
MÓDULO 2
 De�nir conceitos fundamentais das atividades em arquitetura e urbanismo, especialmente aqueles
referentes às dicotomias entre espacialidade e materialidade
Especi�car materiais de acabamento para espaços internos de construções.D)
Elaborar projetos que visam à projeção do patrimônio cultural edi�cado.E)
Diagnóstico e estudos de soluções.A)
Levantamento e avaliação.B)
Estudos de soluções.C)
Execução e avaliação.D)
Supervisão de obras civis.E)
   

COMPOSIÇÃO ARQUITETÔNICA
   

A palavra “arquiteto” é composta por dois segmentos linguísticos de origem grega: arkhé e tékton.
Somente no século XVI a palavra “arquitetura” — archetectura, em 1532; architeichtura, em 1540; arquitectura, em
1548; e architectura, em 1571 (id. ibid.) — passou a ser usada, inicialmente pelos romanos, para denominar a
ciência que edi�ca com arte. Desse modo, “arquiteto”, do latim architéctus, diz respeito àqueles que detêm “uma
ciência ou uma arte e dirige outras pessoas” (OXFORD, 2020) ou são chefes construtores e edi�cadores.
A arquitetura refere-se não somente ao ofício de planejar ou projetar, pois
mostra em sua lógica etimológica que tem por objetivo, sobretudo,
materializar suas idealizações. Fazer arquitetura é não somente prever e
propor espaços, mas também construí-los.
Devemos entender a composição arquitetônica como a arte de ordenar intelectualmente elementos e formas
visando à efetivação material e tangível dos ambientes do habitar humano. Compor em arquitetura é entender os
anseios das pessoas e traduzi-los em espaços reais.
DEFINIÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA TECTÔNICA
A tectônica, como ramo de conhecimento e trabalho da arquitetura, instigou fortemente os arquitetos a partir do
século XVIII, quando as ciências que estudavam os modos de construir separaram-se de�nitivamente do escopo
da arquitetura.
   

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javascript:void(0)
Com o advento do cálculo estrutural, a Engenharia tomou corpo como a ciência
da técnica construtiva, valendo-se de conhecimentos de matemática, física,
geologia, química, mecânica e de outros ramos das ciências exatas.
A arquitetura, desse modo, passou a concentrar conhecimentos relativos às artes e às humanidades. A
Engenharia, com base na abordagem estrutural e em estudos das partes ativas e estáticas dos edifícios,
consolidou-se como a responsável natural pela construção. Contudo, pensar a arquitetura sem considerar a
construção é um enorme contrassenso. Fazer arquitetura é propor espaços que têm como �m serem construídos.
A Arquitetura, como ciência, sempre visou criar formas, e essas criações têm como veículo de transmissão de
ideias e conceitos os materiais e os sistemas construtivos. Sem a condição material a arquitetura não se revela,
não emite mensagens e não propõe tridimensionalidades habitáveis.
Nas origens do pensar em arquitetura enxergava-se que as quatro técnicas
construtivas tradicionais — tecelagem, cerâmica, carpintaria e cantaria — e os
materiais e produtosaos quais se relacionavam — respectivamente: tecidos,
argila, madeira e pedra — eram as responsáveis pelas formas arquitetônicas.
As técnicas de manipulação dos materiais conduziam as decisões para a elaboração dos espaços. Eram os entes
que veiculavam, juntamente à geometria e à matemática, as ideias arquitetônicas.
A teoria da arquitetura desdobrou os debates sobre as relações intrínsecas entre os materiais e as técnicas e
propôs que os mesmos quatro elementos e substâncias traduziam os espaços seminais das edi�cações. Desse
modo, argila queimada/cerâmica, ligada ao fogo, signi�cava o aconchego do lar; a pedra signi�cava o solo e os
pisos; a madeira signi�cava a carpintaria e o telhado; e os tecidos signi�cavam os planos de fechamento do
edifício.
Saiba mais
A carpintaria, dentre os quatro elementos, era reconhecida como a mais complexa de todas as técnicas, pois
as tramas de madeira compunham planos, as estacas desenhavam treliças, apoios e estruturas. Daí a
origem da palavra “tectônica” referir-se a tékton, ou carpinteiro, e “arquitetura” à arte de construir, pois
promovem transmissões mútuas entre as técnicas e os materiais de construção.
A tectônica consolidou-se como o lema da Arquitetura até o início dos processos de separação entre esta e a
Engenharia, quando a materialidade do edifício passou, como objeto de estudo, de uma mão para outra.
   

Com o advento das ciências construtivas, cada vez mais afastadas das escolas de Arquitetura, a teoria da ciência
arquitetônica desvencilhou a forma e a plástica da essência física dos materiais, e a evolução deste pensamento
separatista mostrou seu apogeu no início do século XX, com o advento da arquitetura moderna.
Grande parte dos arquitetos e teóricos da arquitetura deste período — Le Corbusier, Siegfried Giedion, Bruno Zevi,
ente outros — consolidaram a ideia de que a estruturação do espaço arquitetônico se dava não pelos materiais,
mas sobretudo pela dicotomia de pensamento sobre a forma e a função.
Atenção
A partir do século XX, a arquitetura encontrou um novo caminho para atuar e pensar. A materialidade deixou
de ser protagonista em função do pensamento, muito mais associado à expressão artística e à poética do
que à técnica da construção.
O discurso que pautou praticamente toda a produção arquitetônica entre as décadas de 1920 e 1970 começou a
ser contestado pelos teóricos do pós-modernismo. Arquitetos como Aldo Rossi e Robert Venturi, historiadores
como Peter Collins e Eduard Sekler e outros teóricos retomaram o termo “tectônica” para explicar os aspectos
simbólicos e a força expressionista dos materiais de construção, que estavam sendo retomados pela Arquitetura a
partir dos movimentos intelectuais da década de 1960. Assim, a tectônica voltou à pauta como uma nova
disciplina, responsável pela profusa e necessária reaproximação entre as ciências do projeto e as ciências da
construção.
Atualmente, após um século de calorosos embates intelectuais, os teóricos da
arquitetura interpretam que a tectônica de�ne-se como o elemento que
congrega os preceitos construtivos à expressão plástica dos edifícios. Em
outras palavras, podemos a�rmar que a Arquitetura apresenta ao público a
construção e a sua estrutura, conferindo-lhes condição de veículos de
comunicação da ideia espacial do arquiteto.
Voltamos a a�rmar, parcialmente, o que os arquitetos do século XVIII tinham como princípio pro�ssional: os
materiais de construção são os responsáveis pela expressão artística da arquitetura.
A arquitetura não isola a estrutura da construção, muito menos a epiderme periférica dos objetos edi�cados. Trata-
se de uma ciência, plena e complexa, que se vale dos materiais para exprimir as formas das estruturas, dos
fechamentos, das coberturas e dos acabamentos como intrínsecos a todo o pensamento do edifício. Assim,
forma, função, estrutura, aparência e essência são partes indissociáveis de um todo sólido, estável e expressivo.
Conforme a�rma o teórico Kenneth Frampton:
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arquitetura encontra-se suspensa entre uma condição de realização humana e o desenvolvimento da
nologia, exprimindo certos estados e condições, como a durabilidade, a instrumentalidade ou a condição
mana do homem” (AMARAL, 2009).
nneth Frampton em GSAPP.
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O termo “tectônica” volta ao protagonismo em todos os momentos em que há crises teóricas sobre o que é fazer
arquitetura, sempre a respeito à linguagem e aos momentos culturais em que acontecem. Desse modo, podemos
entender que a discussão sobre as relações entre as formas arquitetônicas e os materiais de construção
ocorreram em três momentos históricos cruciais:
Clique nas informações a seguir.
Século XVIII Séculos XIX e XX Século XX
Atualmente, temos um novo debate (explicitado a seguir) a respeito da dicotomia entre o espaço projetado e a
materialidade da arquitetura. Especialmente em função das técnicas de projeto contemporâneas, protagonizadas
pelos softwares de representação grá�ca e projeto.
Para você o que é mais importante, a imagem visual da arquitetura ou sua
presença material?
ESPACIALIDADE
A espacialidade, como signi�cado, refere-se ao fato de objetos existirem no
espaço, e por espaço entendemos um ambiente con�gurado por três
dimensões: largura, comprimento e altura.
Os seres humanos relacionam-se com o mundo por meio da tridimensionalidade. De todos os elementos a ela
intrínsecos, a natureza teórica e prática da arquitetura e do urbanismo é elaborar condições especí�cas que criam
objetos que participam dessa realidade. Para que essas duas ciências se desenvolvam e forneçam novos espaços
é necessário, contudo, que à capacidade de criá-los sejam adicionadas diretrizes que dizem respeito aos anseios e
às necessidades das pessoas que deles irão se utilizar ou que irão simplesmente admirá-los.
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Por isso, além do aprendizado que arquitetos e urbanistas devem ter em relação a questões do manejo de leis e
regras geométricas, é necessário que a dimensão humanística das disciplinas seja a todo tempo considerada.
Na ação de elaboração de espaços, há duas situações que se processam
complementar e simultaneamente: a espacialidade imaginada e a espacialidade
material. Ambas referem-se à natureza do trabalho em arquitetura e urbanismo.
Apesar do mesmo espaço, em dado projeto, ser o elemento protagonista das preocupações dos pro�ssionais
dessas duas atividades, as condições dele estar no mundo das ideias ou ser um objeto material, passível de
experimentações estéticas, dependerão do modo como existe.
Se o objeto �zer parte de um conjunto de informações mentais, textuais, verbais e grá�cas, sua espacialidade é
idealizada e sua expressão ocorre em função de representações bidimensionais que simulam o espaço
tridimensional ou de modelos tridimensionais em escala reduzida.
Todas as experiências sensoriais entre o objeto e o receptor das informações sobre ele ocorrerão de modo
relativo, de acordo com a capacidade informativa dos meios utilizados, sejam eles discursos, desenhos, imagens
virtuais ou maquetes. O segundo caso, referente à espacialidade material, proporciona às pessoas condições de
apreensões diretas, nas quais os estímulos visuais, auditivos, olfativos, tácteis e palatais conduzem as
experiências de contato com o espaço.
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Em arquitetura e urbanismo o elemento de ligação entre as duas realidades citadas
é a topologia, que pode ser entendida como o estudo das propriedades
geométricas de um corpo, segundo os dicionários. A topologia entende o sistema
de relações entre as três dimensões e protagoniza as ações que irão gerar os
espaços, sejam eles idealizados ou tangíveis.
Há outro grande diferencial entre as duas condições do espaço: quando ele é apenas um sistema de informações
e quando passa a ser vivenciado pelas pessoas. No momento em que o espaço está sendo projetado, sua
concepção nasce da interpretação das necessidades humanas. As informações que são trabalhadas por
arquitetos e urbanistas precisam ser colhidas e tratadas como requisitos.Tais requisições, além de conduzirem as ideias, precisam ser atendidas ao �nal do processo de projeto para que o
espaço seja considerado uma correta resposta aos problemas. No momento em que há condições de o espaço
ser efetivamente experimentado — após sua construção — ele adquire novo caráter, de objeto vivencial. A partir daí
as necessidades que foram consideradas para que o projeto se desenvolvesse serão postas em questão.
Atenção
Os usuários poderão con�rmar ou rejeitar as respostas dos arquitetos e urbanistas e terão condições de
consolidarem o sucesso do espaço ou o levarem a ser abandonado ou requali�cado de acordo com
requisitos novos ou readaptados.
A espacialidade e a materialidade dialogam constantemente no universo prático e teórico da arquitetura e do
urbanismo, tanto em relação às questões citadas quanto ao que diz respeito aos modos de percepção da
tridimensionalidade estabelecidos na contemporaneidade.
Atualmente, os arquitetos e urbanistas lidam com tecnologias cada vez mais inovadoras no que diz respeito à
representação visual dos espaços. Os softwares de representação grá�ca oferecem uma in�nidade de
possibilidades para o desenvolvimento de projetos de arquitetura e urbanismo.
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Como exemplos, temos:
Clique nas informações a seguir.
AutoCAD Sketchup e o 3D Studio Lumion ou o V-Ray Revit
A evolução dos programas computacionais para execução de projetos tem sido cada vez mais necessária, veloz e
adequada às solicitações do mercado de trabalho diante das avançadas tecnologias que hoje são disponibilizadas
nas obras, tanto em termos de precisão e resolução grá�ca quanto em relação à economia �nanceira dos
escritórios de projeto e empreiteiras.
Atualmente, os softwares de projeto e representação grá�ca são indispensáveis para as exigências da sociedade
no que diz respeito às aproximações necessárias entre ela e os espaços idealizados. Os programas de
computador proporcionam novas experiências entre o ambiente que ainda não existe materialmente e as pessoas
que precisam percebê-lo.
Atenção
As realidades virtuais, enquanto promovem confrontos visuais excelentes, não realizam a espacialidade
relacionada à totalidade da dimensão estética. Tal experiência ocorrerá apenas a partir do momento em que
as interrelações e os diálogos entre o corpo humano e o objeto ou o espaço edi�cado ocorrerem em sua
totalidade.
MATERIALIDADE
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Os materiais responsáveis pelo sistema estrutural, pelos componentes do sistema construtivo e pelos
acabamentos especi�cados em um projeto de arquitetura ou de urbanismo são os principais veículos de
expressão das ideias dos pro�ssionais dessas áreas.
Neste módulo, constatamos que na historiogra�a dessas ciências houve diversos momentos em que a
importância da materialidade foi desconsiderada como responsável pela existência da forma arquitetônica.
Atualmente, o mercado de trabalho tem sentido enorme de�ciência em
questões que se relacionam às decisões que precisam ser tomadas para a
solução de problemas construtivos. Muito do que se faz nas escolas de
Arquitetura e Urbanismo é trabalhar os objetos de preocupação dos futuros
pro�ssionais de modo bastante aprofundado no que diz respeito a
conceituações teóricas, diagnósticos e planejamentos, mas, infelizmente, com
certo grau de super�cialidade em relação à condição material da arquitetura.
As criações prezam por excelência por pautarem-se em conteúdos textuais riquíssimos, embora a materialidade
seja raramente discutida. Além do mais, disciplinas de caráter prático, excetuando aquelas em ateliê de projetos,
são pouco representativas nos currículos mínimos dos cursos. Há alguns, inclusive, que percorrem os 10 períodos
estipulados pelas diretrizes curriculares do Ministério da Educação sem promover sequer uma visita a qualquer
canteiro de obras.
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Atenção
O ensino de Arquitetura mostra-se pouco ilustrativo em relação à importância da expressão arquitetônica
que ocorre por intermédio dos materiais de construção. Eles precisam ser conhecidos e estudados, bem
como suas relações e interferências em decisões de projeto e, especialmente, de detalhamento
arquitetônico. O conhecimento de materiais e técnicas construtivas são de fundamental importância para os
futuros pro�ssionais de arquitetura e urbanismo.
A materialidade dos edifícios e dos espaços urbanos protagoniza a expressão dos criadores em arquitetura e
urbanismo. Os objetos criados necessitam dos materiais para que as emoções e expressões próprias dos
projetistas possam ser expressas e, consequentemente, sentidas pelas pessoas que usarão esses mesmos
objetos.
A materialidade condiciona a informação que o arquiteto quer transmitir. Do
mesmo modo, a solidez do edifício depende diretamente da conjugação entre o
desenho de sua estrutura e os materiais da qual ela é feita.
O edifício projetado e construído em sistema construtivo de estruturas metálicas se mostrará diferente às pessoas
se comparado a outro, mesmo com proposta e programa arquitetônico idênticos, construído em concreto armado
ou madeira.
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As relações entre peças e conexões, vãos, aberturas, paredes, pisos e coberturas serão totalmente diferentes, de
acordo com os materiais empregados. O modo de projetar em bambu e sua expressão formal, se diferencia
completamente das posturas projetuais que se tomam em relação a uma edi�cação em alvenaria ou steel frame.
O projeto e o objeto são mensagens formais diferentes, a depender dos materiais e sistemas construtivos
adotados. A materialidade, portanto, mostra-se responsável não somente pelas possibilidades de robustez e
proteção, mas sobretudo pela capacidade que tem de veicular a expressão da arquitetura e do urbanismo.
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Os materiais que são especi�cados nos projetos dependerão do conhecimento
que se tem a respeito deles e de sua participação nas decisões de
detalhamento construtivo em todas as suas etapas.
As ideias iniciais, que caracterizam os esquemas conceituais
e os estudos preliminares, determinarão as propostas a
serem desenvolvidas e os sistemas construtivos escolhidos,
bem como o conceito, com base no qual o arquiteto e
urbanista resolverá as questões postas pelas necessidades
dos futuros usuários. Nessa fase, o projeto ganha propulsão
em função dessas primeiras escolhas ligadas à materialidade
e ao conceito adotado.
Na etapa de anteprojeto, os sistemas estruturais e os
materiais correspondentes aos projetos de instalações, além
das condições geométricas impostas pelas especi�cações
iniciais, conduzirão as primeiras decisões de compatibilização
prévia dos projetos adicionais que comporão o edifício e o
atendimento global das necessidades prementes
relacionadas aos espaços projetados.
Após as veri�cações e aprovações do anteprojeto ocorre a
etapa de projeto executivo, seu detalhamento e especi�cação
completa. Aqui serão necessários dois campos de diálogo: o
primeiro, entre as exigências de�nitivas dos projetos
complementares e as propostas expressivas da arquitetura; e
o segundo, entre o repertório de informações do arquiteto e
as soluções a serem atendidas ao longo do processo.
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A materialidade será completa e compatível com as idealizações dos arquitetos e urbanistas quando con�gurar-se
como resposta, justa e correta, aos desejos e anseios dos usuários do imóvel ou do espaço urbano. Também será
e�ciente em função da quantidade e da qualidade de informações trazidas pelos projetistas em respeito à
complexidade do detalhamento de arquitetura e das especi�cações dos materiais, sempre levando em
consideração os avanços tecnológicos do mercado de vendas, da disponibilidade de acesso a esses materiais,
custos, resistência e durabilidade.
Apesar de em arquitetura e urbanismo o projeto ser o elemento de maior presença como exercício cientí�co e
intelectual, a construção e a materialidade são as responsáveis pela vivência das pessoas nos espaços. Portanto,
se a questão da matéria não estiver à frente das preocupações de arquitetos e urbanistas, minimizaremosas
possibilidades de valorosas experiências sensoriais.
Atenção
Lembrem-se sempre de que a materialidade é o espaço arquitetônico e urbanístico em sua totalidade. O que
vamos propor em termos de espaço e matéria será consolidado como parte da vida cotidiana das pessoas,
de modo ruim ou bem-sucedido.
 VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A composição arquitetônica pode ser de�nida de várias maneiras diferentes. Uma
dessas de�nições refere-se à sua materialidade. Qual das alternativas a seguir está
correta no que diz respeito às relações entre os conceitos de ordem e habitabilidade?
Responder
A composição arquitetônica independe da ordenação dos elementos construtivos e, por
conseguinte, das condições de habitabilidade.
A)
O habitar humano e a ordem dos elementos materiais não são fatores preponderantes para
a condição da composição arquitetônica.
B)
A composição arquitetônica é a arte de ordenar intelectualmente elementos e formas,
visando à efetivação material e tangível dos ambientes do habitar humano.
C)
A composição arquitetônica e a ordem habitacional dependem das condições precárias do
habitar humano.
D)
O ato de ordenar elementos compositivos di�cilmente gera espaços habitáveis.E)
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2. A tectônica, como ramo de conhecimento e trabalho da Arquitetura, instigou
fortemente os arquitetos a partir do século XVIII, quando a Arquitetura separou-se
de�nitivamente da Engenharia. Assinale a alternativa que explica corretamente o motivo
da separação entre essas duas ciências:
Responder
MÓDULO 3
 Analisar pontos de vista relativos a preceitos fundamentais das ações em arquitetura e urbanismo, tais
como utilidade, solidez, beleza, forma, função, vocabulário e linguagem arquitetônica
Com o advento do cálculo estrutural, a Engenharia tomou corpo como a ciência da técnica
construtiva, e a Arquitetura passou a concentrar conhecimentos relativos às artes e às
humanidades.
A)
A Arquitetura valeu-se dos conhecimentos das ciências exatas, e a Engenharia passou a
atuar na construção de edifícios.
B)
A Engenharia deu origem à Arquitetura a partir do momento em que a materialidade deu
lugar à espacialidade.
C)
A espacialidade estudada pela Arquitetura referia-se à Matemática, à Física e à Geologia, e a
materialidade da Engenharia a outros ramos das ciências exatas.
D)
A Arquitetura e a Engenharia sempre se comportaram como ciências antagônicas, mas, a
partir do século XVIII, ambas fundiram-se em um só escopo de responsabilidades.
E)
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CONCEITOS EM ARQUITETURA E URBANISMO
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A Arquitetura e o Urbanismo possuem uma série de palavras e conceitos inerentes a elas, utilizadas por seus
pro�ssionais, professores e estudantes. Como em qualquer outra ciência, seu vocabulário é cotidianamente
utilizado para a comunicação de mensagens e ideias, especialmente entre seus pares.
Atenção
Muitos dos termos e signi�cados estendem-se também a pessoas externas ao meio. Outros, mais
herméticos, muitas vezes são mal compreendidos, inclusive pelos próprios pro�ssionais.
De um modo ou de outro, a todos que desejam lidar com os incidentes da arquitetura e do urbanismo, é
importante que haja entendimento sobre pelo menos alguns dos termos mais comumente utilizados, que buscam
descrever não somente os elementos que fazem parte do dia a dia da pro�ssão, mas especialmente aqueles que
oferecem e explicam seus conceitos mais fundamentais.
Neste módulo, apresentaremos alguns desses termos, a �m de ampliar nosso repertório de informações sobre o
universo cientí�co e pro�ssional de arquitetos e urbanistas.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM ARQUITETURA E
URBANISMO: A TRILOGIA VITRUVIANA
A partir do século XV, quando a Europa adentrava o período do Renascimento, a Teoria da Arquitetura voltou à
pauta para categorizar e orientar as práticas de construção e, especialmente, de projeto.
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Até o período da Idade Média as edi�cações ocorriam com intenção de projeto e edi�cação, mas não tinham
parâmetros sólidos sobre o fazer arquitetônico. As construções baseavam-se nas experiências dos artesãos, em
diferentes atividades. Para se projetar e construir a sociedade valiam-se da mão de obra e do conhecimento de
grupos especializados, denominados guildas, que executavam as diversas tarefas para se erguer um edifício:
pedreiros, carpinteiros, vidraceiros, ferreiros e outras associações de trabalhadores.
As edi�cações eram construídas à base de conhecimento prático e do saber-
fazer empírico. A principal atitude pro�ssional era constituir materialmente os
espaços habitáveis à base da tentativa e do erro. A qualidade arquitetônica
desses grupos consolidava-se pelos ensinamentos e treinos que ocorriam na
prática das obras quando os artí�ces mais experientes repassavam seus
conhecimentos aos iniciantes.
Neste período não havia tratados teóricos sobre como direcionar as atividades em arquitetura. Apesar desta existir
como estrutura de conhecimento e prática, somente em seguida ao início dos estudos renascentistas consolidou-
se como estrutura teórica.
O Renascimento foi marcado, entre outras coisas, por ser um período de retomada e readaptação dos
conhecimentos da Antiguidade Clássica, basicamente grega e romana, que constituíam o acervo das inúmeras
bibliotecas medievais, especialmente aquelas conservadas e resguardadas em mosteiros e abadias.
Desse modo, os estudos daquele momento redescobriram os tratados teóricos romanos intitulados De
Architectura Libri Decem, de Marcus Vitruvius Pollio, e passaram a lidar com questionamentos sobre o essencial
para a construção do edifício ou, em outras palavras, sobre como pensar e realizar a arquitetura.
Segundo os ensinamentos de Vitruvius, para edi�car dignamente o arquiteto deveria conceber o projeto — e
posteriormente materializá-lo a partir da construção — dotando-o de três atributos essenciais, representados por
três vocábulos latinos: utilitas, �rmitas e venustas.
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Para a teoria vitruviana e, por consequência, para o saber moderno, a
Arquitetura não poderia prescindir do equilíbrio entre esses três campos de
abordagem do ofício construtivo.
 Leon Battista Alberti.
Em 1450, o arquiteto e teórico Leon Battista Alberti escreve a obra De re aedi�catoria, amplamente baseado nos
escritos de Vitruvius e acrescenta que o arquiteto, ao resolver a tríade proposta na Antiguidade Clássica, estaria
concretizando o bene beatique vivendum, ou a vida boa e beata. Disse Alberti, portanto, que a razão primordial da
Arquitetura seria dar ao homem, por intermédio do construído, seja este o edifício ou a cidade, condições plenas
para o enfrentamento da vida.
A visão que conciliava os três atributos da Arquitetura no fundamento do novo pensamento renascentista, no
entanto, conviveria com outra vertente do fazer arquitetônico anterior, oriundo da tradição medieval. Enquanto a
teoria se estabelecia ao trazer a �loso�a clássica vitruviana do utilitas, �rmitas e venustas, a coexistência desta
com a exuberância formal da arquitetura gótica poria em discussão a preponderância do aspecto exterior dos
objetos construídos — venustas — sobre os demais.
Tal contradição levaria Alberti a justi�car essa e todas as outras respostas formais como uma consequência e não
como a razão principal da arquitetura, porque, segundo ele, a forma arquitetônica originou-se em função das
necessidades humanas e as experiências estéticas estabeleceram-se em função dos espaços construídos e não   
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ao contrário. Ou seja, os edifícios adquiriram qualidade estética com base em seus atributos essenciais de forma e
função. A beleza da forma construída, segundo Alberti, encontrava-se somente ao nível do deleite super�cial,
autônomo e independente da totalidade da arquitetura.
Saiba mais
Na atualidade, a prática pro�ssional que dá ênfase à aparência externa dos edifícios seria rotulada como
formalismo, pois eleva a elaboração formal ao nível de preponderância sobre os demais atributos da
arquitetura. A aparência formal,contudo, só ocorrerá em função da essência construtiva do edifício.
Daí retomamos o pensamento clássico de Vitruvius: a arquitetura, para acontecer, precisa conjugar, em harmonia e
equilíbrio, os três universos signi�cativos. O arquiteto que enfatiza somente um deles e se esquece dos outros dois
comprometerá seu trabalho e desenvolverá projetos de edifícios incompatíveis com a diretriz fundamental da
pro�ssão.
Edifícios projetados com base na ordenação dos aspectos da beleza, em que
conceitos relativos à solidez e à funcionalidade são menosprezados e, nos
mesmos termos, projetos que são elaborados com base em preocupações
apenas com as questões do funcionamento e da hierarquia dos espaços ou com
a constituição física, que desprezam a expressão formal dos materiais e da
plástica, provavelmente estarão condenados a serem tratados como
construção, não como arquitetura.
A complexidade do fazer arquitetônico solicita constantemente que seus pro�ssionais consigam encontrar
caminhos equidistantes entre as exigências conceituais da técnica, da ética e da estética, pois a igualdade
quantitativa e qualitativa dos elementos que conduzem todas as decisões para a elaboração dos espaços do
habitar humano é a chave que fundamenta a correção pro�ssional.
ARQUITETURA COMO LINGUAGEM
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Qualquer sistema de comunicação de ideias e sentimentos que se vale de signos visuais, sonoros ou de outros
tipos faz parte do que podemos chamar de linguagem. Esses signos, normalmente, são convenções construídas e
tornam-se compreensíveis especialmente entre as pessoas que cultivam interesses e cultura em comum.
Exemplo
Libras, por exemplo, signi�ca Língua Brasileira de Sinais, sendo utilizada por milhões de brasileiros surdos e
por pessoas que a compreendem. Baleias, abelhas e gol�nhos possuem linguagens próprias e, a seu modo,
comunicam-se entre si. A nomenclatura da anatomia humana é um sistema consistente de informação de
médicos e anatomistas, e a linguagem jurídica faz parte do dia a dia de juízes e advogados.
Com a arquitetura não é diferente. Arquitetos e urbanistas utilizam objetos especí�cos para transmitir suas ideias
práticas e teóricas sobre as atividades da pro�ssão, além de estabelecerem, ao longo do tempo, um sistema de
comunicação consistente e complexo, constituído, principalmente, de elementos grá�cos — quando se trata de
projetos e desenhos — e outro, de elementos sólidos, que transmitem suas mensagens e intenções por meio das
construções.
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Os objetos projetados — desenhos — e os objetos construídos — edifícios —
detêm, fundamentalmente, a condição de emissores dos discursos
pretendidos. A Arquitetura, em si, ao longo de toda a história humana, adquiriu
consistência comunicativa porque os arquitetos a utilizam como re�exo de
características sociais, culturais, econômicas e antropológicas das sociedades,
retratando com �delidade o pensamento de uma época.
A linguagem arquitetônica utiliza a materialidade de edifícios e de imagens impressas ou desenhadas como
intermediários entre as idealizações, �loso�as de vida, visões políticas e ideologias dos arquitetos e as pessoas
que as recebem e interpretam.
 Museu Riverside.   
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Uma coluna dórica, para existir como tal, depende da consistência do mármore, da habilidade do pedreiro e da
ideia do projetista. Ela constitui um bom exemplo do modo como a linguagem da arquitetura atua. Da mesma
forma, os riscos abstratos produzidos durante décadas pela arquiteta Zaha Hadid solidi�caram-se em formas
arquitetônicas construídas e a consagraram como uma das mais importantes pro�ssionais da
contemporaneidade.
A arquitetura não é somente abrigo. Proteger os usuários de intempéries é apenas um dos objetivos a serem
construídos. As experiências vividas no interior de edifícios e em espaços livres de edi�cações, nas cidades, são
intrínsecas ao trabalho de arquitetura e urbanismo e fazem parte da doutrina de comunicação utilizada por quem
os projeta e constrói.
Além de abrigar, os espaços têm por objetivo proporcionar experiências e responder a requisitos humanos
especí�cos. Por conta dessas intenções, naturais da arquitetura e do urbanismo, o sistema simbólico inerente a
esses afazeres consolida em plenitude as relações entre seus emissores e receptores.
ARQUITETURA E SIGNIFICADO
O conteúdo semântico propagado pela arquitetura e pelo urbanismo utiliza uma série de conceitos que descrevem
as razões de ser das atividades que os de�nem como ações de elaboração e constituição de espaços habitáveis.
Nessa descrição são identi�cados três momentos cruciais que fazem parte dos processos de criação e que são
incontornáveis para estruturar o ofício como campo de signi�cação.
O signi�cado da arquitetura, portanto, ocorre em função de três episódios fundamentais:
Primeiro momento, no qual se descobre os problemas que deverão ser resolvidos pelo projeto.   
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
Segundo momento, em que o arquiteto estabelece um conceito a ser trabalhado.

Terceiro momento, quando todas as informações do projeto estão consolidadas e de�nidas..
Trata-se de momentos do trabalho criativo que condicionarão as decisões a serem levadas em consideração para
que o projeto e as ideias se desenvolvam até que o espaço seja materializado.
Atenção
Não haverá projeto — e, consequentemente, signi�cado — se o trabalho de elaboração dos espaços não for
conduzido por meio dessa trajetória de ações.
Os problemas que precisam ser resolvidos pelos arquitetos e urbanistas são apresentados a eles por meio de
duas ações básicas: o levantamento completo dos elementos que de�nem o espaço a ser considerado como local
de implantação do edifício; e a con�guração do espaço de seu entorno e os requisitos humanos a serem atendidos
pelas propostas.
Exemplo
Para se desenvolver um projeto de arquitetura, de paisagismo ou de urbanismo, é imprescindível que seja
demonstrada e registrada a geometria completa do terreno, sua topogra�a, os elementos que fazem parte de
seu contexto — vegetação, solo, vizinhança, clima etc.
Além disso, todas as informações sobre a dimensão humana deverão ser caracterizadas, ou seja, as requisições
dos futuros usuários e suas necessidades dimensionais, ergonômicas, psicológicas, existenciais e culturais. A
compilação, a análise e a interpretação de todos os dados referentes a essa ação servirão como diretrizes para
que o pro�ssional encontre o objeto que re�ete a segunda etapa do trabalho em arquitetura e urbanismo, que é o
estabelecimento de um conceito.
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Por conceito, entende-se o tema que deverá guiar os atos que con�guram as
decisões dos projetistas. A ideia, utilizado como vetor do projeto, é uma
abstração que nasce com base nos dados de contexto a serem trabalhados e
nas necessidades das pessoas.
Atenção
Em arquitetura, o conceito é responsável por conduzir todo o processo de criação, sintetizando as intenções
a serem atingidas no trabalho, por isso o acompanha e o con�gura. Ele deverá ser revelado,
preferencialmente com clareza, após a materialização dos espaços e das construções. Por isso, é elemento
fundamental e imprescindível em todos os momentos.
Após o conceito ser estabelecido o projeto se inicia. De�nições serão consolidadas desde as origens das ideias e,
ao longo do processo, novas informações serão adicionadas, especialmente em referência a exercícios de
composição formal, legislação, técnicas construtivas, indicações dos projetos estruturais e de instalações e
especi�cações de matérias e sistemas construtivos.
O projeto crescerá em complexidade na medida em que essas e outras informações contribuírem para a
moldagem de�nitiva da proposta projetual, determinando decisões especí�cas, relativas ao detalhamento
construtivo e às ordenações de dados para a execução das obras.
O signi�cado da arquitetura, portanto, ocorre em função de todas as atitudes
projetivas de seus autores, conduzidas por um conceito extraído não somente
da tridimensionalidade a ser transformada e dos requisitos programáticos queprecisam ser atendidos, mas também do repertório de experiências, próprio
dos arquitetos e urbanistas.
ARQUITETURA E CONSTRUÇÃO
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Arquitetura, além de projeto, é construção. As experiências estéticas que ocorrem entre as pessoas e os objetos e
espaços que constituem a linguagem arquitetônica seriam impossíveis de acontecer se nessa relação não
existisse a tangibilidade física. Se um dos entes responsáveis pela experimentação não fosse corporalmente
palpável, ela não ocorreria.
As sensações que a arquitetura desperta nas pessoas somente são possíveis de
acontecer porque estímulos relativos aos cinco sentidos são proporcionados
pela materialidade, ou seja, pelo estado material das construções.
Eventualmente e em especial, durante o processo de criação dos espaços ou por meio de fotogra�as de edifícios,
a arquitetura pode ser contactada pelo sentido da visão. Contudo, pessoas que se relacionam com a arquitetura
por desenhos e imagens apenas imaginam o espaço, não o vivenciam.
A construção é a consequência lógica do trabalho em arquitetura e urbanismo. O sentido de se projetar, como diz
o nome, é promover idealizações e fazer previsões sobre o que, em dado momento, existirá de fato. Apesar dos
produtos gerados pelos projetos fazerem parte do que denominamos “arquitetura”, as construções são o seu
objetivo e é nelas que as relações humanas acontecem.
A FORMA E A FUNÇÃO
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 Ponte do Brooklyn.
Dois conceitos fundamentais, em arquitetura e urbanismo, referem-se diretamente à tríade teórica de Vitruvius:
forma e função. O conceito de forma, apesar de originalmente ter sido considerado com amplitude de signi�cação,
perdeu tal característica ao longo da história. Suas raízes etimológicas o de�nem como sendo causa e
consequência da aparência dos objetos.
Atenção
O que em tempos remotos signi�cava a constituição intrínseca do objeto e, consequentemente, sua
aparência epidérmica, na medida em que teorias e práticas arquitetônicas deixaram de se relacionar
diretamente com o empirismo construtivo, os dois signi�cados tornaram-se autônomos e a forma
arquitetônica passou a ser considerada, em grande parte, como a expressão externa dos edifícios.
A essência construtiva, que claramente é a geratriz de aparência e de plástica, perdeu seu lugar na signi�cação do
vocábulo forma. Especialmente após o período de exacerbação cientí�ca do Iluminismo, passamos a nos referir à
forma de um objeto nos momentos em que os reportamos à sua �sionomia e esquecemos, na maioria das vezes,
sua �sicidade.
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O �rmitas e o venustas de Vitruvius, de certa maneira, fundiram-se em um só
signi�cado.
O termo utilitas manteve sua essência de signi�cação. A utilidade e a funcionalidade dos edifícios, espaços livres e
espaços urbanos são facilmente identi�cáveis quando buscamos descrevê-los. A funcionalidade, um dos itens
primordiais do fazer arquitetônico, é um termo que está presente desde o início dos trabalhos de projeto, pois
descreve, em grande parte, como os espaços devem ser utilizados, quais são suas funções, que tipo de atividades
lá ocorrem, quais os equipamentos que os mobíliam, quem e como são as pessoas que vão vivenciá-lo.
Pensar a arquitetura e o urbanismo com base em ideias puramente formalistas
pode prejudicar seu uso em função de uma volumetria elaborada, que despreza
a quem se destina o projeto. Da mesma forma, criar espaços com foco
unicamente em usos e funções, mesmo que bem elaborados, pode gerar
objetos sem expressão estética.
A chave do fazer arquitetônico está — como se descreveu na Antiguidade romana — em idealizar espaços que
sejam funcionais, materialmente resistentes e esteticamente interessantes.
VOCABULÁRIO ARQUITETÔNICO E URBANÍSTICO
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O vocabulário utilizado em arquitetura e urbanismo é de�nido em função de sua linguagem e seu signi�cado.
Assim sendo, o conjunto de elementos que caracterizam o campo de conhecimento dessas atividades relaciona-
se com o modo que temos de compreendê-los.
Os arquitetos e urbanistas, para criarem espaços onde forma, função e estética convivem em harmonia, valem-se
de uma série de conceitos que são necessários para a realização dessa atividade. Em diversas referências
bibliográ�cas e no dia a dia dos escritórios e das obras, os pro�ssionais que elaboram espaços utilizam elementos
grá�cos e nomenclatura para bem transmitir suas ideias e executá-las materialmente.
Os desenhos são meios de expressão poderosos, na medida em que conseguem
transmitir as mensagens responsáveis pela condução de informações
necessárias à execução das obras. Sequencialmente, as ações que direcionam
as construções, valem-se de uma gama especí�ca de vocábulos, que indicam e
explicam como devem ser realizadas.
De qualquer modo, o arquiteto deve considerar, durante seu período de formação e ao longo de sua vida
pro�ssional, que o conhecimento do vocabulário arquitetônico e urbanístico precisa ser constantemente
enriquecido, sempre em função das novas tecnologias relacionadas às ferramentas de representação grá�ca e
aos novos materiais de construção.
Os vocábulos e as condições de trabalho de projeto e obra, que período após período se renovam, serão
necessários para que a arquitetura dos edifícios e das paisagens e as atitudes de planejamento urbano possam
continuar a representar e a conter em si os re�exos da diversidade cultural e da presença humana na história do
planeta.
 VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. No século XV, as construções eram realizadas por guildas, que faziam trabalhos de
pedreiros, carpinteiros, vidraceiros, ferreiros etc., com o intuito de construir os espaços
habitáveis. As guildas construíam esses espaços arquitetônicos habitáveis com base em:
Conhecimentos empíricos, constituídos pelo método de tentativa e erro.A)
Conhecimentos matemáticos geométricos, provindos da região do Egito.B)
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Responder
2. Sobre o conceito de arquitetura e construção, assinale a alternativa correta:
Responder
Conhecimentos prévios, registrados em livros e pergaminhos da Roma e da Grécia Antiga.C)
Funções matemáticas e no cálculo diferencial e integral.D)
Técnicas desenvolvidas pela Engenharia, o que permitiu a produção de projetos
fundamentados na Matemática.
E)
Entre arquitetura e construção é necessária uma relação de tangibilidade física.A)
A arquitetura busca, junto à construção, sensibilizar o sentido da visão em prol da satisfação
ambiental humana.
B)
A arquitetura é a consequência lógica da relação entre construção e urbanismo.C)
O conceito, utilizado como vetor do projeto arquitetônico, é uma concretização dos dados de
contexto adaptados às necessidades das pessoas.
D)
O objetivo de um projeto arquitetônico é o desenho da construção, pois este não pode ser
diferente de uma obra de arte.
E)
   

CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Arquitetura e o Urbanismo, como ciências que quali�cam e tratam o habitar humano, lidam com questões
especí�cas que buscam dar solução aos espaços para que possam conter em si atributos coerentes com as
necessidades das pessoas no que diz respeito a três condições básicas: o atendimento aos usos requeridos, a
solidez do abrigo e as experimentações estéticas que possam ser vivenciadas em edifícios, paisagens e núcleos
urbanos.
Para que isso ocorra, os arquitetos e urbanistas recorrem a informações apresentadas pelos futuros usuários dos
espaços e de�nem estratégias de tratamento dos contextos em que serão construídos os edifícios, bem como
seus entornos. Esse processo intelectual deverá ser conduzido por um conceito, nascido das análises das
informações dadas, promovendo ações de elaboração e projeto em diversas etapas.
Todas as atividades que con�guram o fazer arquitetônico estabelecem uma linguagem típica da pro�ssão do
arquiteto e urbanista, com signi�cados e vocabulários especí�cos, que esclarecem as responsabilidades desses
pro�ssionais e, especialmente, denotam atitudes que visam à espacialidade e à materialidade, além de explicar o
porquê da expressividade plásticae das funções dos materiais e da tectônica, como diretrizes fundamentais para
os projetos e para as construções.
PODCAST
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https://stecine.azureedge.net/repositorio/principios_da_pratica_do_projeto_arquitetonico/index.html?brand=estacio
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REFERÊNCIAS
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do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP, São Paulo, v. 16, n. 26, p. 148-167, dez.
2009.
BORGES F. F. O desenho e o canteiro no Renascimento Medieval (séculos XII e XIII): indicativos da formação dos
arquitetos mestres construtores. São Paulo, Doutorado: USP, 2005.
FIGUEIREDO, G. A. de. Os des�les da forma carnavalesca na rua reformada da arquitetura. 2009. Tese
(Doutorado em Arquitetura) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio
de Janeiro, 2009.
GONÇALVES, J.; BODE, K. (org.) Edifício ambiental. São Paulo: O�cina de textos, 2015.
HOUAISS, A. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
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PALLASMAA, J. Os olhos da pele: a arquitetura e os sentidos. Porto Alegre: Bookman, 2011.
SCHEER, D. R. The death of drawing. New York: Routledge, 2014. (Kindle books).
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, pesquise:
O vasto material publicado no site Vitruvius.
A página da plataforma A Vida no Centro – O Melhor do Centro de São Paulo.
CONTEUDISTA
Guilherme Araujo de Figueiredo
 Currículo Lattes
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