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Podcast 
Disciplina: Psicossexualidade 
Título do tema: Desenvolvimento psicossexual: do autoerotismo até a 
genitalidade 
Autoria: Allyne Evellyn Freitas Gomes 
Leitura crítica: Cleber José Aló de Moraes 
 
Abertura: 
Olá, ouvinte! No podcast de hoje vamos falar sobre a transição do autoerotismo 
até a puberdade e adolescência com a chegada da genitalidade plena. 
Não é incomum em programas televisivos, revistas de grande circulação, em 
livros de autoajuda e até em eventos escolares surgir a temática da 
adolescência e sexualidade. Além da temática da sexualidade em si, pais e 
professores manifestam preocupações frente ao desenvolvimento dos filhos e 
buscam por vezes na psicanálise as respostas para entender as alterações 
comportamentais, de humor e de ânimo, bem como as manifestações sexuais 
ou indícios de psicopatologias. A psicanálise inclusive é considerada no senso 
comum como um campo de saber onde a sexualidade é o mais importante. 
Aqui obviamente cabe deixar claro que o conceito de sexualidade na 
psicanálise é bem mais amplo do que apenas o ato sexual que ocorre na fase 
gentital. 
Freud (1905) quando nos apresenta as fases do desenvolvimento psicossexual 
nos aponta a existência de alterações que ocorrem neste período chamado de 
puberdade. Aqui gostaria de demarcar que o termo puberdade faz referência às 
mudanças físicas encontradas em meninos e meninas com a evolução dos 
órgãos genitais, o aparecimento de caracteres sexuais secundários bem como 
as transformações hormonais que ocorrem neste período. Já o termo 
adolescência faz referência ao processo biopsicossocial que demarca o 
período de vida que vai dos 12 até os 18 anos . Na obra de 1905 Freud utiliza o 
termo puberdade uma vez que o conceito de adolescência é recente e se 
refere a aspectos históricos , além de não se fazer presente em todas as 
culturas. 
Na puberdade enquanto período de transição entre a infância e a vida adulta, o 
corpo e o psiquismo de meninos e meninas passa por um turbilhão de 
transformações que podem ser analisadas à luz do desenvolvimento 
psicossexual. Alguns psicanalistas pós freudianos se dedicam e dedicaram a 
compreender esse importante período de desenvolvimento que, dentre outros 
fatores, implica na transição de um maior investimento de libido do 
autoerotismo da fase oral até a fase genital com os investimentos libidinais 
centrados em outras pessoas, ou seja do auto erotismo até a genitalidade. 
Freud (1905) chamava essas outras pessoas de objetos sexuais pelos quais a 
pessoa sente atração. Muda-se o objeto sexual que antes estava em si mesmo 
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através do autoerotismo e também nos pais através do complexo de édipo 
para, então, chegar-se aos objetos sexuais no período genital. 
Os adolescentes vivenciam durante seu processo de desenvolvimento um 
avanço gigantesco nas suas metas sexuais graças ao direcionamento das 
pulsões sexuais para a fase genital. Nesse período segundo, Aberastury e 
Knobel(1981), destacamos 10 características daquilo que eles nomeiam de 
Síndrome da adolescência normal, pelos quais todo adolescente poderá 
passar, mesmo sendo uma síndrome o conjunto das 10 características não são 
considerados psicopatologia: 
1. Busca de si mesmo e da identidade 
2. Separação progressiva dos pais 
3. Tendência grupal 
4. Necessidade de intelectualizar e fantasiar 
5. Crises religiosas 
6. Distorção temporal 
7. Contradições sucessivas na manifestação de conduta 
8. Atitude social reivindicatória 
9. Constantes flutuações de humor 
10. Evolução sexual 
 
Na Síndrome da Adolescência Normal, a sexualidade evolui do autoerotismo 
até a relação genital baseada no compromisso e vivências da genitalidade 
plena. Neste período, é comum o indivíduo ter experiências homossexuais 
como forma de aprendizagem e experimentação, sem que a sexualidade já 
esteja definida. 
Os dez itens acima citados são considerados uma síndrome, ou seja, um 
conjunto de sintomas de uma adolescência normal, com os períodos e revoltas 
típicas do público adolescente. 
Pais, mães, professores e familiares devem buscar conhecer mais sobre as 
características dessa síndrome para entender melhor o comportamento juvenil 
e facilitar as relações e o processo educacional, bem como a transmissão de 
informações sobre a temática da sexualidade. 
Fechamento: Este foi nosso podcast de hoje! Até a próxima! 
 
Referências 
ABERASTURY, A. & KNOBEL, M. Adolescência Normal. Porto Alegre: Artes 
Médicas, 1981. 
FREUD, S. (1905) Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. Edição Standard 
Brasileira das obras completas, vol. VII. Rio de Janeiro: Imago, 1996