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1 
QUESTÃO 384 
 
FCC - 2022 - DPE-CE - Defensor(a) Público(a) de Entrância Inicial. 
O crime de feminicídio tem a pena aumentada de um terço até a metade se o crime for 
praticado na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Feminicídio: Essa forma de homicídio qualificado foi inserida no Código Penal em 10 de 
março de 2015 (data da entrada em vigor da Lei n. 13.104, de 9-3-2015), resultando na 
inclusão do inciso VI ao § 2º do art. 121 do CP, o qual pune o homicídio cometido contra 
mulher, por razões da condição de sexo feminino. O legislador definiu, no § 2º-A, o 
alcance da nova figura, estipulando que se entende por “razões da condição de sexo 
feminino” o fato cometido em situação de violência doméstica e familiar (inciso I) e o 
perpetrado mediante menosprezo ou discriminação à condição de mulher (inciso II). A 
Lei n. 13.104/2015, além disso, acrescentou ao art. 121 o § 7º, estabelecendo causas 
específicas de aumento de pena (de um terço à metade) para o feminicídio, quando 
cometido: “I – durante a gestação ou nos três meses posteriores ao parto; II – contra pessoa 
menor de 14 anos, ou maior de 60 anos ou com deficiência; III – na presença de descendente 
ou ascendente da vítima”; IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência 
previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 – 
ESTEFAM1. 
Gabarito: CERTO. 
 
 
 
 
 
1 Direito Penal: Parte Especial – Arts. 121 a 234-C – v. 2 / André Estefam. – 9. ed. – São Paulo: SaraivaJur, 2022.. 
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2 
QUESTÃO 385 
 
CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-PB - Delegado de Polícia Civil. 
O feminicídio – crime cometido contra a vida da mulher devido à sua condição de sexo 
feminino – tem aumento de pena se praticado contra vítima portadora de doença 
degenerativa que acarrete condição limitante. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for 
praticado: 
II - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou com doenças 
degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; 
(Redação dada pela Lei nº 14.344, de 2022). 
A referida lei trouxe algumas alterações na legislação penal: 
Cria mecanismos para a prevenção e o enfrentamento da violência doméstica e familiar contra 
a criança e o adolescente, nos termos do § 8º do art. 226 e do § 4º do art. 227 da Constituição 
Federal e das disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos 
internacionais de que o Brasil seja parte; altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 
1940 (Código Penal), e as Leis nºs 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal), 8.069, 
de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), 8.072, de 25 de julho de 1990 
(Lei de Crimes Hediondos), e 13.431, de 4 de abril de 2017, que estabelece o sistema de garantia 
de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência; e dá outras 
providências. 
Gabarito: CERTO. 
 
 
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QUESTÃO 386 
 
CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-PB - Delegado de Polícia Civil. 
O feminicídio – crime cometido contra a vida da mulher devido à sua condição de sexo 
feminino – tem aumento de pena se praticado na presença física ou virtual de descendente, 
ascendente ou irmão da vítima. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for 
praticado: 
III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima. 
Como visto, não entra no rol o irmão da vítima. 
O fundamento da majorante repousa na covardia e na frieza do homicida, que mata a vítima 
na presença de seu descendente (filhos, netos etc.) ou ascendente (pai, mãe, avós etc.), 
causando-lhe profundos traumas psicológicos e emocionais. Quem presenciou a execução do 
delito indiscutivelmente jamais conseguirá apagar essa atroz imagem. [...] por expressa 
previsão legal, a causa de aumento de pena somente é aplicável ao parentesco em 
linha reta, não incidindo no tocante aos colaterais (irmãos, tios, sobrinhos, primos etc.) - 
MASSON2. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
 
 
 
2 Direito penal / Cleber Masson. – 14 ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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4 
QUESTÃO 387 
 
INSTITUTO AOCP - 2022 - DPE-PR - Defensor Público. 
O homicídio é qualificado se praticado com o emprego de arma de fogo. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
A Lei Anticrime (Lei n. 13.964, de 2019) inclui no § 2º do art. 121 o inciso VIII, o qual prevê a 
qualificadora do homicídio decorrente do instrumento do crime, isto é, quando praticado 
com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido. 
Esse dispositivo fora vetado pelo Presidente da República, sob o argumento de que violaria 
“o princípio da proporcionalidade entre o tipo penal descrito e a pena cominada, além de 
gerar insegurança jurídica, notadamente aos agentes de segurança pública, tendo em vista 
que esses servidores poderão ser severamente processados ou condenados criminalmente 
por utilizarem suas armas, que são de uso restrito, no exercício de suas funções para defesa 
pessoal ou de terceiros ou, ainda, em situações extremas para a garantia da ordem pública, a 
exemplo de conflito armado contra facções criminosas”. O veto, porém, foi derrubado pelo 
Congresso Nacional em 19 de abril de 2021 - ESTEFAM3. 
Logo, não é qualquer arma de fogo, mas sim quando de uso restrito ou proibido. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 388 
 
INSTITUTO AOCP - 2022 - DPE-PR - Defensor Público. 
Após uma discussão com Bruno, Rubens resolve adquirir um revólver para matá-lo. Com 
animus necandi, Rubens vai até a casa em que Bruno reside e, munido do revólver, efetua 
disparos de arma de fogo em sua direção. Os disparos atingem Bruno, que morre 
 
3 Direito Penal: Parte Especial – Arts. 121 a 234-C – v. 2 / André Estefam. – 9. ed. – São Paulo: SaraivaJur, 2022. 
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imediatamente. Todavia, em virtude de imprudência, os disparos também atingem o filho de 
Bruno, César, que sofre lesões corporais. 
Diante dessa situação hipotética e considerando o entendimento do Superior Tribunal de 
Justiça sobre o tema, Rubens deverá responder por homicídio doloso consumado com 
relação a Bruno e homicídio doloso tentado com relação a César, em concurso formal 
próprio. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
No aberratio ictus, há um resultado duplo, razão pela qual a unidade é tida como 
complexa. Aplica-se, nesse caso, a regra do concurso formal de crimes, prevista no art. 70 do 
Código Penal. São quatro as hipóteses de aberratio ictus com
unidade complexa, partindo-se 
do pressuposto de que em todos os casos o agente atua com o dolo de matar: 1º) o agente 
atira em A, causando não só a sua morte, como também a de B. Responderá pelo crime de 
homicídio doloso consumado, com a pena aumentada de 1/6 até metade - GRECO4. 
Assim julgou o STF (recomento a leitura): 
RECURSO ESPECIAL. TRIBUNAL DO JÚRI. PRONÚNCIA. HOMICÍDIO DOLOSO. ERRO NA 
EXECUÇÃO. ABERRATIO ICTUS COM DUPLICIDADE DE RESULTADO. DOLO. EXTENSÃO À 
CONDUTA NÃO INTENCIONAL. INCIDÊNCIA DO ART. 73, ÚLTIMA PARTE, DO CP. 
APLICAÇÃO DO CONCURSO FORMAL. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. Ocorre aberratio 
ictus com resultado duplo, ou unidade complexa, de que dispõe o art. 73, segunda 
parte, do CP, quando, na execução do crime de homicídio doloso, além do resultado 
intencional, sobrevém outro não pretendido, decorrente de erro de pontaria, em que, 
além da vítima originalmente visada, outra é atingida por erro na execução. 2. 
Pronunciado como incurso nos arts. 121, § 2°, I e IV, e do art. 121, § 2º, e IV, c/c o art. 14, II, 
na forma do 73, do CP, o réu, em apelação, teve desclassificada a conduta, relativa ao 
resultado danoso não pretendido, para lesão corporal culposa. 3. Alvejada, além da pessoa 
que se visava atingir, vítima diversa, por imprecisão dos atos executórios, deve ser a 
 
4 Curso de Direito Penal: parte geral, volume I / Rogério Greco. – 19. ed. – Niterói, RJ: Impetus, 2017. 
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ela estendido o elemento subjetivo (dolo), aplicando-se a regra do concurso formal. 4. 
"A norma prevista no art. 73 do Código Penal afasta a possibilidade de se reconhecer a 
ocorrência de crime culposo quando decorrente de erro na execução na prática de 
crime doloso" (HC 210.696/MS, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, 
julgado em 19/09/2017, DJe 27/09/2017). 5. "Por se tratar de hipótese de aberratio ictus 
com duplicidade de resultado, e não tendo a defesa momento algum buscando desvincular os 
resultados do erro na execução, a tese de desclassificação do delito para a forma culposa em 
relação somente ao resultado não pretendido, só teria sentido se proposta também para o 
resultado pretendido" (HC 105.305/RS, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, 
julgado em 27/11/2008, DJe 09/02/2009). 6. Recurso especial provido para restabelecer a 
sentença de pronúncia. (REsp 1853219/RS, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, j. 
em 02/06/2020). 
Gabarito: CERTO. 
 
 
QUESTÃO 389 
 
CESPE - 2019 - DPE-DF - Defensor Público. 
A circunstância do descumprimento de medida protetiva de urgência imposta ao agressor, 
consistente na proibição de aproximação da vítima, constitui causa de aumento de pena no 
delito de feminicídio. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for 
praticado: 
IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III 
do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. 
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Difere esta causa de aumento da qualificadora, como circunstância de elevação da pena, 
porque prevê aumentos por cotas (1/3, 2/3, metade etc.). É aplicável na terceira fase da 
aplicação da pena, conforme prevê o art. 68 do Código Penal.5 
O feminicídio foi incluído no art. 121, § 2.º, inciso VI, do Código Penal pela Lei 13.104/2015. 
Cuida-se de figura qualificada do homicídio doloso, de competência do Tribunal do Júri e 
expressamente rotulado como crime hediondo, a teor da regra contida no art. 1.º, inciso 
I, da Lei 8.072/1990. 
Feminicídio é o homicídio doloso cometido contra a mulher por razões da condição de 
sexo feminino. O legislador não foi feliz na redação do tipo penal. No lugar de “razões da 
condição de sexo feminino” deveria ter utilizado a expressão “razões de gênero”, seguindo o 
exemplo bem-sucedido da Lei 11.340/2006 – Lei Maria da Penha. A propósito, o Projeto de 
Lei 8.305/2014, que culminou na Lei 13.104/2015, adotava a terminologia “razões de 
gênero”, mas esta foi substituída em decorrência de manobras políticas da bancada 
“conservadora” do Congresso Nacional, com a finalidade de excluir os transexuais da tutela 
do feminicídio. 
E o que são “razões da condição de sexo feminino”? O § 2.º-A do art. 121 do Código Penal 
contém uma norma penal explicativa, assim redigida: § 2.º-A Considera-se que há razões de 
condição de sexo feminino quando o crime envolve: 
I – violência doméstica e familiar; 
II – menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
Portanto, somente nessas duas hipóteses é que o homicídio doloso pode configurar o 
feminícidio. Nesse ponto, é importante destacar que feminicídio e femicídio não se 
confundem. Ambos caracterizam homicídio, mas, enquanto aquele se baseia em razões da 
condição de sexo feminino, este consiste em qualquer homicídio contra a mulher. 
Exemplificativamente, se uma mulher matar outra mulher no contexto de uma briga de 
trânsito, estará configurado o femicídio, mas não o feminicídio.6 
Gabarito: CERTO. 
 
5 Curso de Direito Penal: parte especial: arts. 121 a 212 do Código Penal / Guilherme de Souza Nucci. – 3. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2019. 
6 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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8 
QUESTÃO 390 
 
FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - DPE-MG - Defensor Público. 
De acordo com o STJ, a qualificadora do feminicídio pode coexistir com a qualificadora do 
motivo torpe, pois o feminicídio tem natureza objetiva, o que dispensa a análise do animus 
do agente, enquanto o motivo torpe tem natureza subjetiva, já que de caráter pessoal. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Feminicídio é o homicídio doloso cometido contra a mulher por razões da condição de sexo 
feminino. O legislador não foi feliz na redação do tipo penal. No lugar de “razões da condição 
de sexo feminino” deveria ter utilizado a expressão “razões de gênero”, seguindo o exemplo 
bem-sucedido da Lei 11.340/2006 – Lei Maria da Penha. 
O feminicídio constitui-se em circunstância pessoal ou subjetiva, pois diz respeito à 
motivação do agente. O homicídio é cometido por razões de condição de sexo feminino. Não 
há nenhuma ligação com os meios ou modos de execução do delito.7 
Entretanto, o STJ decidiu que o feminicídio tem natureza objetiva. Por essa razão, é 
compatível com o motivo torpe, que é de natureza subjetiva. 
Ensina MÁRCIO ANDRÉ (DIZER O DIREITO): Não caracteriza bis in idem o 
reconhecimento das qualificadoras de motivo torpe e de feminicídio no crime de 
homicídio praticado contra mulher em situação de violência doméstica e familiar. 
Isso se dá porque o feminicídio é uma qualificadora de ordem OBJETIVA - vai incidir 
sempre que o crime estiver atrelado à violência doméstica e familiar propriamente 
dita, enquanto que a torpeza é de cunho subjetivo, ou seja, continuará adstrita aos 
motivos (razões) que levaram um indivíduo a praticar o delito. STJ. 6ª Turma. HC 
433.898-RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 24/04/2018.8 
Gabarito: CERTO. 
 
7 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 11.
ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2018. 
8 https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2018/08/info-625-stj.pdf 
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9 
QUESTÃO 391 
 
FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - DPE-MG - Defensor Público. 
O homicídio qualificado-privilegiado, nos termos da jurisprudência predominante do STJ, é 
considerado crime hediondo, porque a qualificadora prepondera sobre o privilégio, pois este 
é mera causa de diminuição da pena. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
De acordo com o entendimento dominante não é hediondo. Fundamenta-se esse 
raciocínio na redação do art. 1.º, inciso I, da Lei 8.072/1990, que indicou como hediondos 
somente o homicídio simples, quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, 
ainda que por um só agente (caput), e o homicídio qualificado (§ 2.º), não fazendo referência 
alguma ao privilegiado (§ 1.º). Se não bastasse, as benesses do privilégio afastam a gravidade 
da hediondez. Mas há quem sustente posição contrária. Para essa corrente, o homicídio 
híbrido é crime hediondo, pois a qualificadora lhe confere inevitavelmente esse perfil, 
enquanto o privilégio limita-se, unicamente, a diminuir a pena de 1/6 a 1/3. Seria um 
homicídio qualificado e hediondo, embora com a pena reduzida.9 
Por incompatibilidade axiológica e por falta de previsão legal, o homicídio qualificado-
privilegiado não integra o rol dos denominados crimes hediondo.” (STJ: HC 153.728/SP, rel. 
Min. Félix Fischer, 5.ª Turma, j. 13.04.2010). 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 392 
 
FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - DPE-MG - Defensor Público. 
De acordo com entendimento firmado no Superior Tribunal de Justiça, responde por 
homicídio simples aquele que pratica o delito sem motivo, não se admitindo a incidência da 
 
9 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 11. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2018. 
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10 
qualificadora do motivo fútil pelo simples fato de o delito ter sido praticado com ausência de 
motivos. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina MASSON10: Motivo fútil é o insignificante, de pouca importância, completamente 
desproporcional à natureza do crime praticado. Exemplo: Age com motivo fútil o cliente que 
mata o dono do bar pelo fato de este ter lhe servido cerveja quente. Fundamenta-se a 
elevação da pena na resposta estatal em razão do egoísmo, da atitude mesquinha que 
alimenta a atuação do responsável pela infração penal. O motivo fútil, revelador de egoísmo 
intolerante, prepotente, mesquinho, que vai até a insensibilidade moral, deve ser apreciado 
no caso concreto, de acordo com o id quod plerumque accidit, ou seja, levando em conta as 
máximas da experiência, os fenômenos que normalmente acontecem na vida humana. A 
ausência de motivo não deve ser equiparada ao motivo fútil, pois todo crime tem sua 
motivação. Na linha da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça: 
Na hipótese em apreço, a incidência da qualificadora prevista no art. 121, § 2º, inciso II, do 
Código Penal, é manifestamente descabida, porquanto motivo fútil não se confunde com 
ausência de motivos, de tal sorte que se o crime for praticado sem nenhuma razão, o agente 
somente poderá ser denunciado por homicídio simples. HC 152.548/MG, rel. Min. Jorge Mussi, 5.ª 
Turma, j. 22.02.2011. E também: AgRg no AREsp 68.033/DF, rel. Min. Sebastião Reis Junior, 6.ª Turma, j. 
18.12.2012. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 393 
 
FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - DPE-MG - Defensor Público. 
A qualificadora do chamado homicídio funcional, de acordo com o texto legal, só abrange o 
vínculo consanguíneo, de forma que ela não incide se a vítima for o filho adotivo do agente 
de segurança. 
 
10 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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11 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
 Art. 121, § 2° Se o homicídio é cometido: VII – contra autoridade ou agente descrito nos 
arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional 
de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, 
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
Ensina MASSON11: O homicídio contra integrantes dos órgãos de segurança pública é uma 
qualificadora do homicídio doloso, de competência do Tribunal do Júri, razão pela qual deve 
ser submetida à votação pelos jurados. Além disso, esse delito tem natureza hedionda, a teor 
da regra contida no art. 1.º, inc. I, da Lei 8.072/1990. O legislador não foi feliz ao utilizar a 
fórmula “parente consanguíneo”. Em verdade, ao limitar a qualificadora ao parentesco 
natural, decorrente do vínculo biológico (pessoas do mesmo sangue), o Código Penal 
excluiu da especial proteção as relações oriundas do parentesco civil, notadamente os 
filhos adotivos. Deveria ter falado somente em “parente até terceiro grau”, em respeito à 
regra contida no art. 227, § 6.º, da Constituição Federal: “Os filhos, havidos ou não da relação 
do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer 
designações discriminatórias relativas à filiação”. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 394 
 
FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - DPE-MG - Defensor Público. 
É possível o homicídio qualificado-privilegiado desde que a qualificadora tenha natureza 
objetiva, já que todas as causas de privilégio são de natureza subjetiva. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
11 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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12 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina NUCCI12 que “tem sido posição predominante na doutrina e na jurisprudência a 
admissão da forma privilegiada-qualificada, desde que exista compatibilidade lógica entre as 
circunstâncias. Como regra, pode-se aceitar a existência concomitante de qualificadoras 
objetivas com as circunstâncias legais do privilégio, que são de ordem subjetiva (motivo de 
relevante valor e domínio de violenta emoção).” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito: CERTO. 
 
 
 
 
 
 
12 Curso de Direito Penal: parte especial: arts. 121 a 212 do Código Penal / Guilherme de Souza Nucci. – 3. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2019. 
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13 
QUESTÃO 395 
 
CESPE - 2020 - MPE-CE - Técnico Ministerial. 
Mário, após ingerir bebida alcoólica em uma festa, agrediu um casal de namorados, o que 
resultou na morte do rapaz, devido à gravidade
das lesões. A moça sofreu lesões leves. 
A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir. 
Se, após a apuração dos fatos, a morte do rapaz caracterizar homicídio simples doloso, a 
conduta de Mário não será classificada como crime hediondo. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina MASSON:13 O homicídio simples, em regra, não é crime hediondo. Será assim 
entendido, contudo, quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que 
por um só agente (Lei 8.072/1990, art. 1.º, inc. I, 1.ª parte). Essa hipótese, entretanto, é de 
difícil configuração prática. Em verdade, a atividade típica de grupo de extermínio, mesmo 
sem a efetiva existência deste, normalmente enseja a aplicação da qualificadora do motivo 
torpe (art. 121, § 2.º, inc. I). Exemplo: matança generalizada demoradores de rua para 
valorização de uma área urbana. Nesse caso, o crime será hediondo (Lei 8.072/90, art. 
1.º,inc. I, in fine).Por outro lado, se um agente matar outras pessoas em atividade típica de 
grupo de extermínio, sem realmente integrá-lo, mas com relevante valor social, estará 
caracterizado o homicídio privilegiado (CP, art. 121, § 1.º), que não é crime hediondo. 
Exemplo: policial que, durante sua folga, sai à caça de ladrões que aterrorizavam uma pacata 
cidade, matando-os. 
Gabarito: CERTO. 
 
 
 
 
13 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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14 
QUESTÃO 396 
 
CESPE - 2018 - PC-SE - Delegado de Polícia. 
Francisco, maior e capaz, em razão de desavenças decorrentes de disputa de terras, planeja 
matar seu desafeto Paulo, também maior e capaz. Após analisar detidamente a rotina de 
Paulo, Francisco aguarda pelo momento oportuno para efetivar seu plano. 
Caso o delito ocorra pouco tempo depois da motivação e do planejamento do crime, a 
premeditação poderá ser considerada uma qualificadora do delito de homicídio. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina MASSON:14 A premeditação não qualifica o homicídio, por falta de amparo legal. 
Em alguns casos, inclusive, a preordenação criminosa, antes de revelar uma conduta mais 
reprovável, demonstra resistência do agente à prática delituosa. Em qualquer hipótese, 
entretanto, deve funcionar como circunstância judicial para dosimetria da pena-base, nos 
termos do art. 59, caput, do Código Penal. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
QUESTÃO 397 
 
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Itapevi - SP - Engenheiro Civil. 
Segundo o Art. 121 do Código Penal, se o desmoronamento de uma edificação em obra 
motivar a morte de um funcionário e a circunstância for caracterizada como homicídio 
culposo, o engenheiro responsável estará sujeito à pena de detenção de 1 a 3 anos. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
14 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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15 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 121. Matar alguem: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
§ 3º Se o homicídio é culposo: 
Pena - detenção, de um a três anos. 
Ensina MASSON:15 A culpa constitui-se em elemento normativo do tipo. Sua presença deve 
ser obtida por meio de um juízo de valor. O magistrado, colocando-se na posição do homem 
médio, constata se o resultado naturalístico produzido pelo agente era ou não previsível a 
um ser humano dotado de inteligência e prudência medianas. Tratando-se de resultado 
involuntário, a pena é sensivelmente menor àquela cominada para o homicídio doloso. Com 
efeito, nada obstante seja idêntico o desvalor do resultado tanto na figura dolosa como na 
modalidade culposa, nesta última é deveras inferior o desvalor da conduta. Configura-se o 
homicídio culposo quando o sujeito realiza uma conduta voluntária, com violação do dever 
objetivo de cuidado a todos imposto, por imprudência, negligência ou imperícia, e assim 
produz um resultado naturalístico (morte) involuntário, não previsto nem querido, mas 
objetivamente previsível, que podia com a devida atenção ter evitado. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 398 
 
CESPE - 2018 - Polícia Federal - Perito Criminal Federal. 
Uma mulher de vinte e oito anos de idade foi presa acusada do crime de infanticídio, após ter 
jogado em uma centrífuga o bebê que ela havia dado à luz. Segundo a ocorrência policial, um 
familiar da suspeita disse que ela havia escondido a gravidez e que negava que houvesse 
praticado aborto. 
A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir. 
 
15 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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16 
A configuração do crime de infanticídio independe da existência de estado puerperal, 
bastando para tal que o sujeito passivo seja uma criança. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina MASSON:16 Para o enquadramento no tipo penal em analise, é necessário o estado 
puerperal, como expresso no artigo 123 do Código Penal. “Art. 123 - Matar, sob a 
influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena - 
detenção, de dois a seis anos.” 
Estado puerperal é o conjunto de alterações físicas e psíquicas que acometem a mulher em 
decorrência das circunstâncias relacionadas ao parto, tais como convulsões e emoções 
provocadas pelo choque corporal, as quais afetam sua saúde mental. Prevalece o 
entendimento no sentido de ser desnecessária perícia para constatação do estado puerperal, 
por se tratar de efeito normal e inerente a todo e qualquer parto. Não basta, porém, seja o 
crime cometido durante o período do estado puerperal. Exige-se relação de causalidade 
subjetiva entre a morte do nascente ou recém-nascido e o estado puerperal, pois a conduta 
deve ser criminosa sob sua influência. É o que se extrai da leitura do art. 123 do Código 
Penal. Ausente essa elementar (influência doestado puerperal), o crime será de homicídio. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 399 
 
MPE-SC - 2016 - MPE-SC - Promotor de Justiça - Matutina. 
No crime de homicídio doloso é majoritário o entendimento que admite a coexistência das 
circunstâncias privilegiadas (art. 121, § 1°, do CP), todas de natureza subjetiva, com as 
qualificadoras de natureza objetivas insertas no art. 121, § 2°, do Código Penal. 
 
 
16 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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17 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina MASSON:17 Essa posição admite a compatibilidade entre o privilégio e as 
qualificadoras, desde que sejam de natureza objetiva. A jurisprudência do STF é assente no 
sentido da conciliação entre homicídio objetivamente qualificado e, ao mesmo tempo, 
subjetivamente
privilegiado. Dessa forma, salientou que, tratando-se de circunstância 
qualificadora de caráter objetivo (meios e modos de execução do crime), seria possível o 
reconhecimento do privilégio, o qual é sempre de natureza subjetiva. 
Gabarito: CERTO. 
 
 
QUESTÃO 400 
 
CESPE - 2015 - TJ-DFT - Analista Judiciário - Judiciária. 
De acordo com a doutrina e a jurisprudência dominantes, o chamado homicídio privilegiado-
qualificado, caracterizado pela coexistência de circunstâncias privilegiadoras, de natureza 
subjetiva, com qualificadoras, de natureza objetiva, não é considerado crime hediondo. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina MASSON:18 O reconhecimento do privilégio afasta a hediondez do homicídio 
qualificado. De acordo com o entendimento dominante. Fundamenta-se esse raciocínio na 
redação do art. 1.º, inciso I, da Lei 8.072/1990, que indicou como hediondos somente o 
homicídio simples, quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que 
por um só agente (caput), e o homicídio qualificado (§ 2.º), não fazendo referência alguma ao 
privilegiado (§ 1.º). Se não bastasse, as benesses do privilégio afastam a gravidade da 
 
17 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
18 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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18 
hediondez. Mas há quem sustente posição contrária. Para essa corrente, o homicídio híbrido 
é crime hediondo, pois a qualificadora lhe confere inevitavelmente esse perfil, enquanto o 
privilégio limita-se, unicamente, a diminuir a pena de1/6 a 1/3. Seria um homicídio 
qualificado e hediondo, embora com a pena reduzida. 
PENAL. HABEAS CORPUS. ART. 121, §§ 1º E 2º, INCISOS III E IV, DO CÓDIGO PENAL. 
PROGRESSÃO DE REGIME. CRIME HEDIONDO. Por incompatibilidade axiológica e por 
falta de previsão legal, o homicídio qualificado-privilegiado não integra o rol dos 
denominados crimes hediondos (Precedentes). Writ concedido. HC 36317/RJ. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 401 
 
Banca Coluna Criminal. 
O homicídio será majorado quando cometido contra menor de 14 (quatorze) anos. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
A Lei nº 14.344, de 2022 trouxe uma nova qualificadora ao crime de homicídio, qual seja, 
praticado contra menor de 14 anos. 
Art. 121, § 2° Se o homicídio é cometido: 
IX - contra menor de 14 (quatorze) anos: (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
Não será homicídio majorado, mas sim qualificado. 
A qualificadora altera as penas mínima e máxima do tipo, além de trazer novas elementares 
para o tipo, caracterizado por ser um tipo derivado autônomo ou independente. Já as 
majorantes nada mais é do que uma hipótese em que a pena será aumentada, aplicando-se 
uma fração à sanção estabelecida no tipo penal. 
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19 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 402 
 
Banca Coluna Criminal. 
No caso de homicídio cometido contra menor de 14 (quatorze) anos, o delito será majorado 
se o autor for, entre outros, padastro da vítima. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 121, § 2º-B. A pena do homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos é aumentada de: 
(Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022). 
I - 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é pessoa com deficiência ou com doença que 
implique o aumento de sua vulnerabilidade; 
II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, 
companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro 
título tiver autoridade sobre ela. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 403 
 
Banca Coluna Criminal. 
Por falta de previsão legal, o homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos praticado por 
empregador da vítima não sofrerá aumento de pena. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
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20 
Art. 121, § 2º-B. A pena do homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos é aumentada de: 
(Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022). 
I - 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é pessoa com deficiência ou com doença que 
implique o aumento de sua vulnerabilidade; 
II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, 
companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro 
título tiver autoridade sobre ela. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 404 
 
CESPE - 2015 - TJ-DFT - Analista Judiciário - Judiciária. 
Situação hipotética: Lucas, descuidadamente, sem olhar para trás, deu marcha a ré em seu 
veículo, em sua garagem, e atropelou culposamente seu filho, que faleceu em consequência 
desse ato. 
Assertiva: Nessa situação, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se verificar que as 
consequências da infração atingiram Lucas de forma tão grave que a sanção penal se torne 
desnecessária. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Em conformidade com o art. 121, § 5.º, do Código Penal: “Na hipótese de homicídio culposo, 
o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o agente de 
forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária”. O legislador foi taxativo: 
somente se admite o perdão judicial para o homicídio culposo. Trata-se de causa de extinção 
da punibilidade (CP, art. 107, inc. IX) aplicável nos casos em que o sujeito produz 
culposamente a morte de alguém, mas as consequências desse crime lhe são tão graves que a 
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21 
punição desponta como desnecessária. Em outras palavras, o próprio resultado naturalístico 
já exerceu a função retributiva da sanção penal - MASSON19. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 405 
 
FCC - 2022 - DPE-PB - Defensor Público. 
O perdão judicial é aplicável ao delito de homicídio culposo, exceto se o crime tiver sido 
praticado na direção de veículo automotor, conforme jurisprudência do Superior Tribunal de 
Justiça. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Consubstancia-se em causa extintiva da punibilidade por meio da qual o Estado, mediante 
a presença de certos requisitos, renuncia ao direito de punir, geralmente fundado na 
desnecessidade da pena. Só é admissível nos casos expressos em lei. O legislador, quando 
pretende autorizar o juiz a conceder referido benefício, utiliza a fórmula “o juiz poderá 
deixar de aplicar a pena”. No homicídio culposo, dá-se quando as consequências da infração 
atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária 
(art. 121, § 5º). Por exemplo, o pai que esquece seu filho recém-nascido no interior do 
automóvel, causando a morte da criança por desidratação em razão da exposição do veículo 
ao sol por várias horas. Discute-se a natureza jurídica da sentença que o concede, 
prevalecendo atualmente o entendimento de que não é nem absolutória nem 
condenatória,
mas declaratória da extinção da punibilidade (Súmula 18 do STJ174). A 
discussão tem relevância para fins de determinar os efeitos da sentença que o aplica; pela 
posição dominante, tal sentença não gera nenhum dos efeitos previstos nos arts. 91 e 92 do 
CP- ESTEFAM 20. 
 
19 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
20 Direito Penal: Parte Especial – Arts. 121 a 234-C – v. 2 / André Estefam. – 9. ed. – São Paulo : SaraivaJur, 2022. 
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22 
Art. 121, § 5º do CP - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a 
pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a 
sanção penal se torne desnecessária. 
2. Não há empecilho a que se aplique o perdão judicial nos casos em que o agente do 
homicídio culposo - mais especificamente nas hipóteses de crime de trânsito - (STJ - 
REsp: 1871697 MA 2020/0095646-5, Relator: Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, Data de 
Julgamento: 25/08/2020, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 04/09/2020) 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 406 
 
CESPE - 2013 - PC-DF - Agente de Polícia. 
Considere a seguinte situação hipotética. 
Alex agrediu fisicamente seu desafeto Lúcio, causando-lhe vários ferimentos, e, durante a 
briga, decidiu matá-lo, efetuando um disparo com sua arma de fogo, sem, contudo, acertá-lo. 
Nessa situação hipotética, Alex responderá pelos crimes de lesão corporal em concurso 
material com tentativa de homicídio. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Progressão criminosa: Verifica-se quando ocorre mutação no dolo do agente, que 
inicialmente realiza um crime menos grave e, após, quando já alcançada a consumação, 
decide praticar outro delito de maior gravidade. Há dois crimes, mas o agente responde por 
apenas um deles, o mais grave, em face do princípio da consunção - MASSON21. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
21 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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23 
QUESTÃO 407 
 
Banca Coluna Criminal. 
Como dispõe o artigo 122 do Código Penal, o induzimento, instigação e auxílio é punido com 
pena de reclusão. Em 23 de dezembro de 2020, através do pacote anticrime, entrou em vigor 
algumas alterações no CP. Entre essas alterações, podemos citar a aumento de pena em até 
1/2 (metade) se o crime for praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Realmente o motivo egoístico, torpe e fútil está contido no artigo 122. Entretanto, a pena não 
é aumentada até a metade, mas sim duplicada, conforme parágrafo terceiro. 
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe 
auxílio material para que o faça: Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. § 3º A 
pena é duplicada: I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 408 
 
Banca Coluna Criminal. 
Como dispõe o artigo 122 do Código Penal, o induzimento, instigação e auxílio é punido com 
pena de reclusão. Em 23 de dezembro de 2020, através do pacote anticrime, entrou em vigor 
algumas alterações no CP. Entre essas alterações, podemos citar a inclusão da automutilação, 
que se transmitida em tempo real em rede de computadores terá a pena aumentada até o 
dobro. 
 
 
 
( ) Certo ( ) Errado 
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24 
 
 COMENTÁRIO 
É o que dispõe o parágrafo quarto. Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a 
praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça: § 4º A pena é 
aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da rede de computadores, de 
rede social ou transmitida em tempo real. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 409 
 
CESPE - 2018 - PC-MA - Escrivão de Polícia Civil. 
Código Penal estabelece como hipótese de qualificação do homicídio o cometimento do ato 
com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou 
de que possa resultar perigo comum. Esse dispositivo legal é exemplo de interpretação 
analógica. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Interpretação analógica ou “intra legem” é a que se verifica quando a lei contém em seu 
bojo uma fórmula casuística seguida de uma fórmula genérica. É necessária para possibilitar 
a aplicação da lei aos inúmeros e imprevisíveis casos que as situações práticas podem 
apresentar. [...] O legislador mais uma vez utilizou-se da interpretação analógica. Depois da 
fórmula casuística (“com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura”) encerra uma 
fórmula genérica (“ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo 
comum”). Portanto, esse “outro meio” deve ter natureza semelhante àqueles previstos na 
parte exemplificativa. - MASSON22. 
Gabarito: CERTO. 
 
22 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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25 
QUESTÃO 410 
 
NUCEPE - 2019 - Prefeitura de Teresina - PI - Guarda Civil Municipal. 
Se o agente age sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da 
vítima, ele comete homicídio privilegiado. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 121. Matar alguem: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou 
sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz 
pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
Ensina MASSON23: A denominação “homicídio privilegiado” é fruto de criação doutrinária e 
jurisprudencial. Na verdade, não se trata de privilégio, mas de causa de diminuição da pena. 
Crime privilegiado é a modalidade em que a lei penal diminui, em abstrato, os limites da 
pena, mínimo e máximo. No caso em apreço, vale-se o legislador da pena do homicídio 
simples, diminuída de um sexto a um terço. Por esse motivo, fala o Código Penal em “caso de 
diminuição da pena”. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 411 
 
NUCEPE - 2019 - Prefeitura de Teresina - PI - Guarda Civil Municipal. 
Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada se o crime é praticado contra pessoa menor 
de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 
 
23 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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26 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 121 § 4º No homicídio culposo,
a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime 
resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de 
prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou 
foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 
1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior 
de 60 (sessenta) anos. 
Ensina MASSON24: Dizem respeito à idade da vítima ao tempo do crime: menor de 14 ou 
maior de 60 anos de idade. Esse raciocínio decorre da adoção da teoria da atividade pelo 
art. 4.º do Código Penal. Destarte, é imprescindível para incidência de cada uma das causas 
de aumento que a vítima tenha suportado a conduta criminosa quando possuía menos de 14 
anos ou mais de 60 anos de idade. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 412 
 
NUCEPE - 2019 - Prefeitura de Teresina - PI - Guarda Civil Municipal. 
O perdão judicial pode ser aplicado em caso de homicídio culposo ou privilegiado. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Em conformidade com o art. 121, § 5.º, do Código Penal: “Na hipótese de homicídio culposo, 
o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o agente de 
forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária”. Há regra idêntica para a lesão 
 
24 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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27 
corporal culposa (CP, art. 129, § 8.º). O legislador foi taxativo: somente se admite o 
perdão judicial para o homicídio culposo. Trata-se de causa de extinção da punibilidade 
(CP, art. 107, inc. IX) aplicável nos casos em que o sujeito produz culposamente a morte de 
alguém, mas as consequências desse crime lhe são tão graves que a punição desponta como 
desnecessária. Em outras palavras, o próprio resultado naturalístico já exerceu a função 
retributiva da sanção penal - MASSON25. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 413 
 
FCC - 2022 - DPE-PB - Defensor Público. 
O perdão judicial é aplicável ao delito de lesão corporal de natureza leve, praticado na 
modalidade dolosa ou culposa, conforme previsto expressamente no Código Penal. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Na lesão culposa, dá-se quando as consequências da infração atingirem o próprio agente de 
forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária (art. 129, § 8º). Por exemplo, uma 
mãe efetua manobra em seu veículo e, inadvertidamente, atropela seu filho pequeno, 
causando lhe ferimentos. Interessante notar que, em tais casos, o fato cometido demonstra-
se típico, antijurídico e culpável, mas a imposição da pena se torna desnecessária, por não 
atender a nenhuma finalidade preventiva. Em outras palavras: o sujeito é culpável, mas não é 
responsável penalmente pelo ato. - ESTEFAM 26. 
Art. 129, § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121. 
Art. 121, § 5º do CP - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a 
pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a 
sanção penal se torne desnecessária. 
 
25 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
26 Direito Penal: Parte Especial – Arts. 121 a 234-C – v. 2 / André Estefam. – 9. ed. – São Paulo : SaraivaJur, 2022. 
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3. O perdão judicial é causa extintiva da punibilidade que não guarda compatibilidade com a 
modalidade preterdolosa. Ademais, em se tratando de crime de lesão corporal dolosa, 
inaplicável a benesse vindicada, porquanto ausente previsão legal nesse sentido, já 
que o Código Penal apenas a prevê para a modalidade culposa do delito em comento 
(art. 129 , § 8º , CP ). (TJ-DF 20121210009740 DF 0000950-84.2012.8.07.0012, Relator: 
SILVÂNIO BARBOSA DOS SANTOS, Data de Julgamento: 10/10/2013, 2ª Turma Criminal, 
Data de Publicação: Publicado no DJE : 18/10/2013 . Pág.: 296). 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 414 
 
NUCEPE - 2019 - Prefeitura de Teresina - PI - Guarda Civil Municipal. 
A pena do feminicídio é aumentada se o crime for praticado na presença de descendente ou 
de ascendente da vítima. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 121, 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime 
for praticado: 
III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima. 
Não são poucos os casos, infelizmente, de agressões físicas graves, gerando a morte do 
marido/companheiro na frente dos filhos do casal. Essa circunstância, quando ocorria, era 
tratada como consequência do crime, prevista no art. 59 do CP, por traumatizar os 
descendentes. Passa, agora, a contar com uma causa de aumento específica, incluindo os 
ascendentes da vítima, que também podem sofrer um trauma. A presença implica 
visualização do momento da conduta lesiva, geradora da morte. Não envolve, por óbvio, o 
momento do resultado (morte), pois este pode dar-se muito tempo depois da agressão. O 
grau da elevação obedece o caso concreto, como a efetiva prova de que o descendente ou 
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ascendente sofreu um trauma visível e medicamente atestado em face da violência 
presenciada, provocando um aumento maior - NUCCI27. 
Gabarito: CERTO. 
 
 
QUESTÃO 415 
 
INSTITUTO AOCP - 2021 - PC-PA - Delegado de Polícia Civil. 
Cléber e Davi possuem um inimigo em comum, qual seja, Evandro. Em determinado dia, sem 
prévio ajuste, ambos portando arma de fogo de igual calibre e munições idênticas, 
escondem-se, em diferentes locais, próximo ao trabalho de Evandro, esperando o momento 
em que este chegue ao trabalho para, enfim, eliminar a vida dele. Quando Evandro chega ao 
local, Cléber e Davi atiram simultaneamente em sua direção, sendo Evandro atingido e vindo 
a falecer. Posteriormente, o exame pericial concluiu que Evandro foi morto por um único 
disparo de arma de fogo, sendo que os demais tiros não o atingiram, todavia, o laudo não 
conseguiu identificar de qual arma de fogo partiu o tiro que eliminou a vida de Evandro. 
Considerando o caso hipotético narrado, não há concurso de pessoas, sendo hipótese de 
autoria incerta. Cléber e Davi respondem por tentativa de homicídio. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Surge no campo da autoria colateral, quando mais de uma pessoa é indicada como autora do 
crime, mas não se apura com precisão qual foi a conduta que efetivamente produziu o 
resultado. Conhecem-se os possíveis autores, mas não se conclui, em juízo de certeza, qual 
comportamento deu causa ao resultado. Como não se apurou quem produziu a morte, não se 
pode imputar o resultado naturalístico para “A” e “B”. Um deles matou, mas o outro não. E, 
como não há concurso de pessoas, ambos devem responder por tentativa de homicídio. 
Com efeito, ambos praticaram atos de execução de um homicídio. Tentaram matar, mas 
 
27 Curso de Direito Penal: parte especial: arts. 121 a 212 do Código Penal / Guilherme de Souza Nucci. – 3. ed. – Rio de Janeiro: Forense,
2019. 
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somente um deles, incerto, o fez. Para eles será imputada a tentativa, pois a ela deram causa. 
Quanto a isso não há dúvida. E por não se saber quem de fato provocou a morte da vítima, 
não se pode responsabilizar qualquer deles pelo homicídio consumado, aplicando-se o 
princípio in dubio pro reo - MASSON28. 
Gabarito: CERTO. 
 
 
QUESTÃO 416 
 
CESPE - 2020 - MPE-CE - Promotor de Justiça de Entrância Inicial. 
Sobre o crime de homicídio (art. 121, CP) responda. 
A prática desse crime contra autoridade ou agente das forças de segurança pública é causa 
de aumento de pena. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
 Art. 121, § 2° Se o homicídio é cometido: 
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, 
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da 
função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente 
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
O homicídio contra integrantes dos órgãos de segurança pública é uma qualificadora do 
homicídio doloso, de competência do Tribunal do Júri, razão pela qual deve ser submetida à 
votação pelos jurados. Além disso, esse delito tem natureza hedionda, a teor da regra contida 
no art. 1.º, inc. I, da Lei 8.072/1990 - MASSON29. 
 
28 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
29 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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Não se trata, como exposto, de causa de aumento de pena, mas sim de qualificadora. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
QUESTÃO 417 
 
CESPE - 2020 - MPE-CE - Promotor de Justiça de Entrância Inicial. 
É possível a aplicação do privilégio ao homicídio qualificado independentemente de as 
circunstâncias qualificadoras serem de ordem subjetiva ou objetiva. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Tem sido posição predominante na doutrina e na jurisprudência a admissão da forma 
privilegiada-qualificada, desde que exista compatibilidade lógica entre as circunstâncias. 
Como regra, pode-se aceitar a existência concomitante de qualificadoras objetivas com as 
circunstâncias legais do privilégio, que são de ordem subjetiva (motivo de relevante 
valor e domínio de violenta emoção). O que não se pode acolher é a convivência pacífica das 
qualificadoras subjetivas com qualquer forma de privilégio, tal como seria o homicídio 
praticado, ao mesmo tempo, por motivo fútil e por relevante valor moral - NUCCI30. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 418 
 
CESPE - 2020 - MPE-CE - Promotor de Justiça de Entrância Inicial. 
Sobre o crime de homicídio (art. 121, CP) responda. 
 
30 Curso de Direito Penal: parte especial: arts. 121 a 212 do Código Penal / Guilherme de Souza Nucci. – 3. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2019. 
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32 
Constitui forma qualificada desse crime o seu cometimento por milícia privada, sob o 
pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Como estatui o art. 121, § 6.º, do Código Penal, com a redação conferida pela Lei 
12.720/2012: “A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado 
por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de 
extermínio”. Cuida-se de causa especial de aumento da pena, incidente na terceira e 
última fase da dosimetria da pena privativa de liberdade, aplicável exclusivamente ao 
homicídio doloso, simples ou qualificado, de competência do Tribunal do Júri. 
Consequentemente, a análise da sua presença incumbe aos jurados, nos termos do art. 5.º, 
inc. XXXVIII, d, da Constituição Federal - MASSON31. 
Não se trata, como exposto, de qualificadora, mas sim de causa de aumento de pena. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 419 
 
FGV - 2022 - PC-AM - Delegado de Polícia. 
Sobre o delito de constituição de milícia privada, o tipo penal exige um especial fim de agir, 
consistente na prática de crimes previstos no Código Penal. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
 
31 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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33 
Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia 
particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos 
neste Código: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos. 
Elemento subjetivo: É o dolo, acrescido de um especial fim de agir (elemento subjetivo 
específico) representado pela expressão “com a finalidade de praticar qualquer dos crimes 
previstos neste Código”, independentemente da sua natureza (crimes contra a pessoa, contra 
o patrimônio, contra a dignidade sexual etc.). Esta finalidade específica – “praticar 
qualquer dos crimes previstos neste Código” – é o fator de distinção entre a constituição de 
milícia privada (CP, art. 288-A) e o concurso de pessoas, consistente na união ocasional de 
pessoas para o cometimento de um ou vários delitos - MASSON32. 
Gabarito: CERTO. 
 
 
QUESTÃO 420 
 
IBFC - 2020 - EBSERH - Advogado. 
O atual Código de Direito Penal, recepcionado pela Constituição de 1988, inicia a Parte 
Especial tratando dos crimes contra a pessoa. Sobre eles, é correto afirmar que é crime o 
aborto de feto com anencefalia. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Estará configurado crime impossível, por impropriedade absoluta do objeto material (CP, 
art. 17), se a criança é expulsa morta do útero, e a mãe, supondo-a viva, realiza atos de matar. 
De igual modo, se a mãe, sob a influência do estado puerperal, praticar alguma conduta 
visando à morte o filho, nascente ou recém-nascido, acometido de anencefalia, estará 
 
32 Direito penal / Cleber Masson. – 10 ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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34 
caracterizado crime impossível, em razão da impropriedade absoluta do objeto material, nos 
termos do art. 17 do Código Penal. Com efeito, não há vida apta a justificar a intervenção 
penal, em sintonia com a decisão lançada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da 
ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) n. 54/DF - MASSON33. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 421 
 
CEFET-BA - 2019 - CEFET-BA - DPE-BA. 
Fernando de Santo Cristo, consciente e voluntariamente, tentou contra a vida de Firmina
Benta de Santo Cristo, companheira de longa data e mãe de seus filhos Bentinho de Santo 
Cristo e Chiquinha de Santo Cristo, esta ainda no ventre materno. Segundo o Código Penal 
Brasileiro, é correto afirmar que a pena do delito será majorada se o crime for praticado 
durante a gestação. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 121, § 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime 
for praticado: - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto. 
Ensina MASSON34: Durante a gravidez a mulher encontra-se fragilizada física e 
emocionalmente, em face das diversas alterações promovidas em seu organismo. Além disso, 
o comportamento do agente revela sua maior covardia e insensibilidade moral. De fato, se 
não bastasse a eliminação de uma vida já consolidada, ele também impede a integral 
formação do feto e o surgimento pleno de uma nova pessoa. Nesse caso, e partindo da 
premissa de que o indivíduo conhece a gravidez, a ele serão imputados dois crimes: 
feminicídio circunstanciado (CP, art. 121, §§ 2.º, inc. VI, e 7.º, inc. I) e aborto sem o 
consentimento da gestante (CP, art. 125), com dolo direto ou eventual, em concurso formal 
 
33 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
34 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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impróprio ou imperfeito (CP, art. 70, caput, parte final), pois a pluralidade de resultados 
emana de desígnios autônomos. Todavia, se a gestação era ignorada pelo agente, não 
poderão ser reconhecidos nem o crime de aborto nem a majorante, em respeito à 
inadmissibilidade da responsabilidade penal objetiva. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 422 
 
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Cerquilho - SP - Guarda Municipal III. 
Serena havia acabado de dar à luz o seu filho, mas, em razão de seu estado emocional, 
caracterizando o estado puerperal, veio a tirar dolosamente a vida da criança. Considerando 
o disposto no Código Penal, é correto afirmar que essa conduta de Serena é considerada 
crime, mas Serena ficará isenta de pena por ter sido influenciada pelo estado puerperal. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Irá responder pelo crime de infanticidio, uma forma privilegiada, conforme ensina a 
doutrina, apesar de estar em dispositivo diverso (art. 121). 
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou 
logo após: 
Pena - detenção, de dois a seis anos. 
O infanticídio, que em seu sentido etimológico significa a morte de um infante, é uma forma 
privilegiada de homicídio. Trata-se de crime em que se mata alguém, assim como no art. 121 
do Código Penal. Aqui a conduta também consiste em matar. Mas o legislador decidiu criar 
uma nova figura típica, com pena sensivelmente menor, pelo fato de ser praticado pela mãe 
contra seu próprio filho, nascente ou recém-nascido, durante o parto ou logo após, 
influenciada pelo estado puerperal. Possui, pois, iguais elementares do crime de homicídio, 
mas a elas foram agregados outros elementos especializantes, atinentes aos sujeitos, ao 
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tempo e à motivação do crime. Não se exige, entretanto, nenhuma finalidade especial para 
favorecer a mãe com a figura típica privilegiada, tal como o motivo de honra. É suficiente 
esteja ela influenciada pelo estado puerperal - MASSON35. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 423 
 
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Cerquilho - SP - Guarda Municipal III. 
Hércules havia cometido um crime de roubo e ficou sabendo que Medusa foi testemunha 
ocular desse delito. Assim, resolve tirar a vida de Medusa, crime este que veio a executar, 
pessoalmente, mediante disparo de arma de fogo. Nessa situação hipotética, considerando 
apenas essas informações, segundo o Código Penal, é correto afirmar que Hércules cometeu 
o crime de homicídio simples, com atenuante, por ter agido sob o domínio de violenta 
emoção. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Na verdade será o delito qualificado pela conexão, qual seja, assegurar a impunidade de 
outro crime. 
Art. 121, 2° Se o homicídio é cometido: 
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
Cuida-se de qualificadora de natureza subjetiva, relacionada à motivação do agente, que 
pratica um homicídio para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a vantagem 
de outro delito. A doutrina convencionou chamá-la de conexão, em face da ligação entre dois 
ou mais crimes. Conexão consequencial é a qualificadora em que o homicídio é cometido 
 
35 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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para assegurar a ocultação, a impunidade ou a vantagem de outro crime. O sujeito comete 
um crime e só depois o homicídio. Na ocultação o agente pretende impedir que se descubra a 
prática de outro crime. Exemplo: depois de furtar um estabelecimento comercial, o larápio, 
que estava encapuzado, mata uma testemunha que presenciara a prática do crime - 
MASSON36. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 424 
 
CESPE - 2019 - TJ-PR - Juiz Substituto. 
A respeito de crimes contra a pessoa, é correto afirmar que responderá por homicídio 
qualificado o agente que matar para assegurar a execução, ocultação, impunidade ou 
vantagem de uma contravenção penal. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 121, 2° Se o homicídio é cometido: 
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
A forma qualificada prevista no artigo 121, § 2º, V, do CP, prevê sua incidência no caso de 
homicídio praticado “para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de 
outro crime”. Não há referência à contravenção penal, não se admitindo analogia in 
malam partem. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
36 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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QUESTÃO 425 
 
CESPE - 2018 - PC-SE - Delegado de Polícia. 
Em um clube social, Paula, maior e capaz, provocou e humilhou injustamente Carlos, também 
maior e capaz, na frente de amigos. Envergonhado e com muita raiva, Carlos foi à sua 
residência e, sem o consentimento de seu pai, pegou um revólver pertencente à corporação 
policial de que seu pai faz parte. Voltando ao clube depois de quarenta minutos, armado com 
o revólver, sob a influência de emoção extrema e na frente dos amigos, Carlos fez disparos da 
arma contra a cabeça de Paula, que faleceu no local antes mesmo de ser socorrida. 
Acerca dessa situação hipotética, julgue
o próximo item. 
Por ter agido influenciado por emoção extrema, Carlos poderá ser beneficiado pela 
incidência de causa de diminuição de pena. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
A influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima, seria uma 
circunstância atenuante (art. 65, inc. II, “c”, do CPB), e não uma causa de diminuição de pena. 
Influência de violenta emoção: Atenuante 
Domínio de violenta emoção: Diminuição 
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: 
III - ter o agente: 
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de 
autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da 
vítima. 
Art. 121, § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou 
moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da 
vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
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39 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 426 
 
CESPE - 2018 - PC-SE - Delegado de Polícia. 
Francisco, maior e capaz, em razão de desavenças decorrentes de disputa de terras, planeja 
matar seu desafeto Paulo, também maior e capaz. Após analisar detidamente a rotina de 
Paulo, Francisco aguarda pelo momento oportuno para efetivar seu plano. 
A partir dessa situação hipotética e de assuntos a ela correlatos, julgue o item seguinte. 
Caso Francisco mate Paulo com o emprego de veneno, haverá, nessa hipótese, a 
possibilidade da coexistência desse tipo de homicídio com o homicídio praticado por motivo 
de relevante valor moral, ainda que haja premeditação. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Na questão, há homicídio qualificado por emprego de veneno ( qualificadora objetiva) e 
privilegiado por relevante valor moral, desse modo, são compatíveis porque a qualificadora 
é de ordem objetiva. 
Ao responder essa questão, muitos candidatos raciocinam no sentido de que disputa de 
terras não é motivação idônea para configurar relevante valor moral. Entretanto, a assertiva 
não pergunta isso (típico da CESPE/CEBRASPE). O item apenas quer saber se o homicídio 
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praticado com emprego de veneno (qualificadora objetiva) pode coexistir com o homicídio 
praticado por motivo de relevante valor moral (privilegiadora subjetiva). Nesse sentido, a 
compatibilidade existe. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 427 
 
Banca Coluna Criminal. 
A premeditação não qualifica o homicídio, por falta de amparo legal. Também, a 
premeditação do homicídio é incompatível com o domínio de violenta emoção. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Domínio de violenta emoção e premeditação: A premeditação do homicídio é 
incompatível com essa hipótese de privilégio. A tarefa de arquitetar minuciosamente a 
execução do crime não se coaduna com o domínio da violenta emoção, seja pela existência de 
ânimo calmo e refletido, seja pela ausência de relação de imediatidade entre eventual injusta 
provocação da vítima e a prática da conduta criminosa. 
A premeditação não qualifica o homicídio, por falta de amparo legal. Em alguns casos, 
inclusive, a preordenação criminosa, antes de revelar uma conduta mais reprovável, 
demonstra resistência do agente à prática delituosa. Em qualquer hipótese, entretanto, deve 
funcionar como circunstância judicial para dosimetria da pena-base, nos termos do art. 59, 
caput, do Código Penal - MASSON37. 
Gabarito: CERTO. 
 
 
 
37 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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41 
QUESTÃO 428 
 
CESPE - 2018 - PC-SE - Delegado de Polícia. 
Em um clube social, Paula, maior e capaz, provocou e humilhou injustamente Carlos, também 
maior e capaz, na frente de amigos. Envergonhado e com muita raiva, Carlos foi à sua 
residência e, sem o consentimento de seu pai, pegou um revólver pertencente à corporação 
policial de que seu pai faz parte. Voltando ao clube depois de quarenta minutos, armado com 
o revólver, sob a influência de emoção extrema e na frente dos amigos, Carlos fez disparos da 
arma contra a cabeça de Paula, que faleceu no local antes mesmo de ser socorrida. 
Acerca dessa situação hipotética, julgue o próximo item. 
Carlos agiu sob o pálio da legítima defesa putativa. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Legítima Defesa Putativa ou Imaginária: É aquela que o agente, por erro, acredita existir 
uma agressão injusta, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Ex: A foi jurado de morte 
por B. Em determinada noite, em uma rua escura, encontram-se. B coloca a mao no bolso, e 
A, acreditanto que ele iria pegar uma arma, mata-o. Posteriormente, descobre-se que B iria 
lhe oferecer uma Biblía, pois havia se convertido. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 429 
 
CESPE - 2018 - PC-SE - Delegado de Polícia. 
Em um clube social, Paula, maior e capaz, provocou e humilhou injustamente Carlos, também 
maior e capaz, na frente de amigos. Envergonhado e com muita raiva, Carlos foi à sua 
residência e, sem o consentimento de seu pai, pegou um revólver pertencente à corporação 
policial de que seu pai faz parte. Voltando ao clube depois de quarenta minutos, armado com 
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o revólver, sob a influência de emoção extrema e na frente dos amigos, Carlos fez disparos da 
arma contra a cabeça de Paula, que faleceu no local antes mesmo de ser socorrida. 
Acerca dessa situação hipotética, julgue o próximo item. 
Na situação considerada, em que Paula foi vitimada por Carlos por motivação torpe, caso 
haja vínculo familiar entre eles, o reconhecimento das qualificadoras da motivação torpe e 
de feminicídio não caracterizará bis in idem. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina MÁRCIO ANDRÉ (DIZER O DIREITO): Não caracteriza bis in idem o 
reconhecimento das qualificadoras de motivo torpe e de feminicídio no crime de 
homicídio praticado contra mulher em situação de violência doméstica e familiar. 
Isso se dá porque o feminicídio é uma qualificadora de ordem OBJETIVA - vai incidir 
sempre que o crime estiver atrelado à violência doméstica e familiar propriamente 
dita, enquanto que a torpeza é de cunho subjetivo, ou seja, continuará adstrita aos 
motivos (razões) que levaram um indivíduo a praticar o delito. STJ. 6ª Turma. HC 
433.898-RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 24/04/2018.38 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 430 
 
Banca Coluna Criminal. 
A vingança no crime de homicídio não caracteriza, por si só, motivo torpe. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 
38 https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2018/08/info-625-stj.pdf 
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43 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina MASSON39:
A vingança não caracteriza automaticamente a torpeza. Será ou não 
torpe, dependendo do motivo que levou o indivíduo a vingar-se de alguém, o qual reclama 
avaliação no caso concreto. 
Exemplos: 
Não é torpe a conduta do marido que mata o estuprador de sua esposa. Ao contrário, trata-se 
de relevante valor moral (privilégio), nos moldes do art. 121, § 1.º, do Código Penal; e 
É torpe o ato de um traficante consistente em matar outro vendedor de drogas que havia, no 
passado, dominado o controle do tráfico na favela então controlada pelo assassino. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 431 
 
Banca Coluna Criminal. 
O homicídio qualificado pela tortura caracteriza-se pela morte dolosa. Já a tortura com 
resultado morte é crime essencialmente preterdoloso, ou seja, o sujeito tem o dolo de 
torturar a vítima, e da tortura resulta culposamente sua morte. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina MASSON40: O homicídio qualificado pela tortura (CP, art. 121, § 2.º, inc. III) 
caracteriza-se pela morte dolosa. O agente utiliza a tortura (meio cruel) para provocar a 
morte da vítima, causando-lhe intenso e desnecessário sofrimento físico ou mental. Depende 
de dolo (direto ou eventual) no tocante ao resultado morte. Esse crime é de competência do 
 
39 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
40 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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44 
Tribunal do Júri, e apenado com 12 (doze) a 30 (trinta) anos de reclusão. Já a tortura com 
resultado morte (Lei 9.455/1997, art. 1.º, § 3.º) é crime essencialmente preterdoloso. O 
sujeito tem o dolo de torturar a vítima, e da tortura resulta culposamente sua morte. Há dolo 
na conduta antecedente e culpa em relação ao resultado agravador. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 432 
 
Banca Coluna Criminal. 
A traição, que qualifica o homicídio, pode ser física ou moral. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 121, § 2° Se o homicídio é cometido: 
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou 
torne impossivel a defesa do ofendido: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
Ensina MASSON41: A traição pode ser física (exemplo: atirar pelas costas) ou moral (atrair 
a vítima para um precipício). Nessa qualificadora, o agente se vale da confiança que o 
ofendido nele previamente depositava para o fim de matá-lo em momento em que ele se 
encontrava desprevenido e sem vigilância. Por esse motivo, não será aplicada se, no caso 
concreto, a vítima teve tempo para fugir. E também não será cabível essa qualificadora na 
hipótese de ataque frontal e de repentino, que poderá caracterizar a surpresa (meio genérico 
que dificulta a defesa do ofendido). Ressalte-se que na traição a relação de confiança 
preexiste ao crime e o sujeito dela se aproveita para executar o delito. De fato, se o agente, 
para se aproximar da vítima, faz nascer esse vínculo de confiança, a qualificadora será a da 
dissimulação. 
 
41 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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45 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 433 
 
Banca Coluna Criminal. 
O homicídio contra integrantes dos órgãos de segurança pública é uma majorante do 
homicídio doloso. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 121, § 2° Se o homicídio é cometido: 
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, 
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da 
função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente 
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
Ensina MASSON42: O homicídio contra integrantes dos órgãos de segurança pública é uma 
qualificadora do homicídio doloso, de competência do Tribunal do Júri, razão pela qual 
deve ser submetida à votação pelos jurados. Além disso, esse delito tem natureza hedionda, a 
teor da regra contida no art. 1.º, inc. I, da Lei 8.072/1990. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
 
 
 
42 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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46 
QUESTÃO 434 
 
Banca Coluna Criminal. 
Em regra, as qualificadoras podem ser realizadas com dolo direto ou eventual. Algumas 
delas, porém, não se coadunam com o dolo eventual, à exemplo: Emboscada. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina MASSON43: Em regra, as qualificadoras podem ser realizadas com dolo direto ou 
eventual. Algumas delas, porém, não se coadunam com o dolo eventual. É o que ocorre com o 
motivo torpe, o motivo fútil e a emboscada. Esta é a posição consolidada em sede 
doutrinária. Entretanto, o Supremo Tribunal Federal concluiu a possibilidade de coexistência 
do dolo eventual com as qualificadoras do motivo torpe ou do motivo fútil no crime de 
homicídio: 
Concluiu-se pela mencionada compossibilidade, porquanto nada impediria que o paciente – 
médico –, embora prevendo o resultado e assumindo o risco de levar os seus pacientes à 
morte, praticasse a conduta motivado por outras razões, tais como torpeza ou futilidade. 
RHC 92.571/DF. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 435 
 
CESPE - 2020 - MPE-CE - Técnico Ministerial. 
Considere a seguinte situação hipotética. Mário, após ingerir bebida alcoólica em uma festa, 
agrediu um casal de namorados, o que resultou na morte do rapaz, devido à gravidade das 
lesões. A moça sofreu lesões leves. 
A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir. 
 
43 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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47 
Mário praticou lesão corporal leve contra a moça, sendo, nesse caso, admitida a renúncia à 
representação apenas perante o juiz, conforme prevê a Lei Maria da Penha. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
O caso apresentado não se enquadra na Lei Maria da penha, caso se enquadrasse, a ação 
seria pública incondicionada. 
A Súmula 542 do STJ, fala sobre ação penal da Lei Maria da Penha. Enunciado da Súmula: "A 
ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a 
mulher é pública incondicionada." 
A Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006, que entrou em vigor no dia 22 de setembro de 2006, 
ao ampliar a proteção da mulher vítima de violência doméstica e familiar, vedou incidência 
da Lei dos Juizados Especiais Criminais em tais situações. Por conta desta proibição, passou-
se a questionar se o crime doloso de lesão
corporal leve qualificado pela violência doméstica 
(CP, art. 129, § 9º) continuaria a ser de ação penal condicionada à representação da 
ofendida, tal como determina o art. 88 da Lei dos Juizados Especiais Criminais. O STF 
pacificou a questão ao julgar procedente a ação direta de inconstitucionalidade (ADIn 4.424) 
ajuizada pelo procurador-geral da República, no sentido de que, nos crimes de lesão corporal 
leve, o Ministério Público agora pode propor ação penal pública sem necessidade de 
representação da vítima. 44 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 436 
 
Quadrix - 2020 - CRO-DF - Fiscal I. 
À luz do Código Penal brasileiro, julgue o item. 
O crime de lesão corporal só admite a modalidade dolosa. 
 
44 Curso de processo penal / Fernando Capez. – 23. ed. – São Paulo: Saraiva, 2016. 
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48 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
A modalidade culposa é prevista no Código Penal. 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
[...] 
§ 6° Se a lesão é culposa: Pena - detenção, de dois meses a um ano. 
O crime de lesão corporal culposa nada mais é do que a conduta típica descrita pelo caput 
(“ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem”), mas agora praticada com culpa. 
Trata-se de tipo penal aberto, pois, ao contrário das lesões corporais dolosas, não há uma 
descrição minuciosa da conduta criminosa. O legislador limitou-se a defini-la como “lesão 
culposa”, razão pela qual o intérprete deve utilizar um juízo de valor para, com base no 
critério do homem médio, constatar se quando da conduta, praticada com imprudência, 
negligência ou imperícia, era possível ao agente prever objetivamente a produção do 
resultado naturalístico. Nesse sentido, a lesão culposa nada mais é do que a lesão corporal 
cometida contra alguém em decorrência deum comportamento imprudente, negligente ou 
imperito. A modalidade de culpa deve ser motivadamente descrita na inicial acusatória, sob 
pena de inépcia.45 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
QUESTÃO 437 
 
Quadrix - 2019 - CRO-AM - Assistente Administrativo Fiscal. 
Conforme o Código Penal, julgue o item. 
É considerada como lesão de natureza média a que resultar em debilidade permanente de 
membro, sentido ou função. 
 
45 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 
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49 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Trata-se da lesão corporal de natureza grave. 
Art. 129 do CP. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
§ 1º Se resulta: 
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função. 
Debilidade é a diminuição ou o enfraquecimento da capacidade funcional. Há de ser 
permanente, isto é, duradoura e de recuperação incerta. Não se exige, contudo, 
perpetuidade. Anote-se que a perda ou inutilização de membro, sentido ou função 
caracteriza lesão corporal gravíssima (CP, art. 129, § 2.º, inc. III).46 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 438 
 
FUNIVERSA - 2015 - SEAP-DF - Agente de Atividades Penitenciárias. 
Conforme o Código Penal, julgue o item Segundo entendimento do STJ, do STF e da doutrina 
dominante acerca do direito penal, julgue o item subsequente. 
A ofensa à integridade corporal ou à saúde de outrem que resulte em perigo de morte 
configura o delito de lesão corporal gravíssima, segundo a doutrina. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
 
46 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 
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Perigo de vida é a possibilidade grave, concreta e imediata de a vítima morrer em 
consequência das lesões sofridas. Trata-se de perigo concreto, comprovado por perícia 
médica, que deve indicar, de modo preciso e fundamentado, no que consistiu o perigo de 
vida proporcionado à vítima. Não se autoriza a presunção do perigo devida pela sede ou pela 
extensão das lesões sofridas. Na linha de raciocínio historicamente adotada pelo Supremo 
Tribunal Federal: “Não basta o risco potencial, aferido pela natureza e sede das lesões, para 
caracterizar a qualificadora prevista no inciso II do aludido dispositivo do Código Penal. O 
perigo de vida somente deve ser reconhecido segundo critérios objetivos comprobatórios do 
perigo real a que ficou sujeita a vítima, mesmo que por um pequeno lapso de tempo.”47 
Trata-se de lesão corporal grave, prevista no §1º, inciso II. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
QUESTÃO 439 
 
CESPE - 2013 - Polícia Federal - Perito Criminal Federal. 
Tendo em vista que o médico-legista deve descrever, em seu laudo, as lesões que 
eventualmente encontrar, e cuja natureza jurídica pode ser leve, grave e gravíssima, ou, 
ainda, lesão corporal seguida de morte, em conformidade com o art. 129 do Código Penal, 
julgue o item que se segue. 
A incapacidade para ocupações habituais por mais de trinta dias, a deformidade permanente 
e a aceleração de parto caracterizam lesões corporais de natureza grave. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
O examinador tentou confundir o candidato misturando hipóteses de lesão grave e 
gravíssima. 
 
47 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 
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51 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
Lesão corporal de natureza grave 
§ 1º Se resulta: 
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
IV - aceleração de parto. 
Lesão corporal de natureza gravíssima 
§ 2° Se resulta: 
IV - deformidade permanente. 
Debilidade é a diminuição ou o enfraquecimento da capacidade funcional. Há de ser 
permanente, isto é, duradoura e de recuperação incerta. Não se exige, contudo, 
perpetuidade. Anote-se que a perda ou inutilização de membro, sentido ou função 
caracteriza lesão corporal gravíssima (CP, art. 129, § 2.º, inc. III). Deformar é alterar a forma 
de algo. Deformidade permanente consiste no dano duradouro de alguma parte do corpo da 
vítima, que não pode ser retificado por si próprio ao longo do tempo. Permanente, contudo, 
não se confunde com perpetuidade. É suficiente a irreparabilidade por relevante intervalo 
temporal. O tipo penal exige só isso e nada mais. Doutrina e jurisprudência majoritárias, 
entretanto, consagram o entendimento de que essa qualificadora é intimamente relacionada 
a questões estéticas. Logo, precisa ser visível, mas não necessariamente na face (nas pernas 
ou nos braços, por exemplo), e capaz de causar impressão vexatória, isto é, provocar má 
impressão em quem a enxerga, com o consequente desconforto na vítima.48 
 
48 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020
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52 
 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 440 
 
CESPE - 2010 - DPU - Defensor Público Federal. 
Para a configuração da agravante da lesão corporal de natureza grave em face da 
incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias, não é necessário que a 
ocupação habitual seja laborativa, podendo ser assim compreendida qualquer atividade 
regularmente desempenhada pela vítima. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias: este inciso se refere 
não só às ocupações laborais como também às atividades costumeiras, tais como recreação, 
asseio corporal etc. Não necessitam ter finalidade lucrativa; do contrário, estariam 
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excluídos os idosos, as crianças, os enfermos. A ocupação da vítima tem de ser lícita, estando, 
assim, excluídos os criminosos profissionais; porém nada impede que a ocupação habitual 
seja imoral, como, por exemplo, a prostituição. A incapacidade pode ser tanto de ordem 
física quanto psíquica. A imputação ao agente do resultado agravador pode-se dar a título 
de dolo ou de culpa. O período de incapacidade não se confunde com a duração da lesão; 
pode esta cicatrizar-se e a incapacidade persistir mais algum tempo, ou, ainda, não curada a 
lesão, desaparecer a incapacidade.49 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 441 
 
NUCEPE - 2019 - Prefeitura de Timon - MA - Guarda-Civil Municipal. 
A lesão corporal leve é configurada quando o agente comete o crime impelido por motivo de 
relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a 
injusta provocação da vítima. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Trata-se de lesão corporal privilegiada. 
É a aplicação do privilégio à lesão corporal dolosa. Nos termos do art. 129, § 4.º, do Código 
Penal, “se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral 
ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz 
pode reduzir a pena de um sexto a um terço”. Essa causa de diminuição da pena incide 
unicamente no tocante às lesões dolosas, qualquer que seja sua modalidade: leve, grave, 
gravíssima ou seguida de morte. Não é cabível na lesão corporal culposa. Extrai-se essa 
conclusão tanto da interpretação topográfica do dispositivo legal – pois o legislador, ao 
inserir o privilégio no § 4.º, deixou claro que o benefício não se aplica ao crime tipificado 
pelo § 6.º – quanto da própria natureza do instituto. Em verdade, é impossível conceber um 
 
49 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 11. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2018 
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crime simultaneamente culposo e cometido sob o domínio de relevante valor social ou 
moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da 
vítima.50 
Art. 129, § 4°. Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou 
moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, 
o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
QUESTÃO 442 
 
INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Investigador. 
Pratica o crime de lesão corporal de natureza grave, a pessoa que ofender a integridade 
corporal de outrem, causando-lhe incapacidade para as ocupações habituais, por dez dias. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 129, I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
Ensina CAPEZ: 51 (i) Inciso I – Incapacidade para as ocupações habituais por mais de 
trinta dias: este inciso se refere não só às ocupações laborais como também às atividades 
costumeiras, tais como recreação, asseio corporal etc. Não necessitam ter finalidade 
lucrativa; do contrário, estariam excluídos os idosos, as crianças, os enfermos. A ocupação da 
vítima tem de ser lícita, estando, assim, excluídos os criminosos profissionais; porém nada 
impede que a ocupação habitual seja imoral, como, por exemplo, a prostituição. A 
incapacidade pode ser tanto de ordem física quanto psíquica. A imputação ao agente do 
resultado agravador pode-se dar a título de dolo ou de culpa. O período de incapacidade 
 
50 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 11. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2018 
51 Curso de direito penal, volume 2, parte especial: arts. 121 a 212 / Fernando Capez. — 18. ed. atual. — São Paulo: Saraiva Educação, 2018. 
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não se confunde com a duração da lesão; pode esta cicatrizar-se e a incapacidade persistir 
mais algum tempo, ou, ainda, não curada a lesão, desaparecer a incapacidade. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
QUESTÃO 443 
 
FUMARC - 2018 - PC-MG - Delegado de Polícia Substituto. 
Semprônio entra em luta corporal contra Beltrano, seu desafeto e, após provocar-lhe vários 
ferimentos, resolve matá-lo, desferindo contra ele dois disparos de arma de fogo que não 
atingem a vítima. Preso em flagrante, Semprônio responderá por lesão corporal, tentativa de 
homicídio e disparo de arma de fogo, em concurso material de crimes. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Progressão criminosa: Inicialmente, o agente deseja produzir um resultado, mas, após 
consegui-lo, resolve prosseguir na violação do bem jurídico, produzindo um outro crime 
mais grave. Quer ferir e, depois, decide matar. Só responde pelo crime mais grave, em face do 
princípio da consunção, mas existem dois delitos (por isso, não se fala em crime progressivo, 
mas em progressão criminosa entre crimes) - CAPEZ52. 
Assim, responderá por tentativa de homicídio. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
 
 
 
52 Curso de direito penal, volume 1, parte geral: / Fernando Capez. – 22. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018. 
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56 
QUESTÃO 444 
 
FUMARC - 2018 - PC-MG - Delegado de Polícia Substituto. 
Analise a assertiva e julgue CERTO ou ERRADO: 
O agente que provoca, de forma dolosa, várias lesões corporais, de natureza grave e 
gravíssima contra a mesma vítima, em um mesmo contexto fático, responde por crime 
continuado. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
O agente, na verdade, responderá por crime único por força do princípio da consunção, 
aquele princípio também conhecido como Princípio da Absorção. Este princípio é aplicável 
nos casos em que há uma sucessão de condutas com existência de um nexo de dependência. 
De acordo com tal princípio o crime fim absorve o crime meio. 
Ensina MASSON53: De acordo com o princípio da consunção, ou da absorção, o fato mais 
amplo e grave consome, absorve os demais fatos menos amplos e graves,
os quais atuam 
como meio normal de preparação ou execução daquele, ou ainda como seu mero 
exaurimento. Por tal razão, aplica-se somente a lei que o tipifica: lex consumens derogat legi 
consumptae. A lei consuntiva prefere a lei consumida. Como prefere Magalhães Noronha, “na 
consunção, o crime consuntivo é como que o vértice da montanha que se alcança, passando 
pela encosta do crime consumido”. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
 
 
 
 
53 Direito penal – geral / Cleber Masson. – 14. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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57 
QUESTÃO 445 
 
CESPE - 2012 - DPE-ES - Defensor Público. 
Para a caracterização do delito de abandono de incapaz, impõe-se, além da existência de 
transgressão da relação particular de assistência entre o agente e a vítima, a presença, ainda 
que por certo lapso temporal, de perigo concreto para esta, sendo prevista, para o delito, 
tanto a forma comissiva quanto a omissiva. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
O núcleo do tipo é o verbo abandonar pessoa indefesa. Abandonar significa deixar ao 
abandono, desassistido, desamparado, traduzindo, no caso, uma ação ou omissão 
infringente da obrigação da respectiva guarda e assistência. Pode ser praticado mediante 
ação (levar a vítima a um local ermo e ali deixá-la) ou omissão (afastar-se da vítima do lugar 
onde se encontra, deixando-a à própria sorte), sendo indiferente se o abandono foi 
temporário ou definitivo, desde que por tempo juridicamente relevante, suficiente para 
colocar o incapaz em risco. Não haverá o crime se o responsável fica próximo da vítima, 
vigiando para que alguém a recolha, ou, então, no caso de a vítima ser abandonada em 
ambiente rodeado de assistência (ex.: hospital). Em nenhuma das hipóteses, à evidência, 
ocorre o perigo concreto para o "abandonado".54 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 446 
 
CESPE - 2013 - PC-BA - Investigador de Polícia. 
Julgue o item subsecutivo, acerca de crimes contra a pessoa. 
 
54 Manual de direito penat perte especial (arts. 121 ao 361) I Rogério Sanches Cunha- 8. ed. rev. ampl. e atual. - JusPODIVM, 2016. 
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58 
Considere a seguinte situação hipotética. Lúcia, maior, capaz, no final do expediente, ao abrir 
o carro no estacionamento do local onde trabalhava, percebeu que esquecera seu filho de 
seis meses de idade na cadeirinha de bebê do banco traseiro do automóvel, que 
permanecera fechado durante todo o turno de trabalho, fato que causou o falecimento do 
bebê. 
Nessa situação, Lúcia praticou o crime de abandono de incapaz, na forma culposa, 
qualificado pelo resultado morte. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, 
por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono: 
Pena - detenção, de seis meses a três anos. 
§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
§ 2º - Se resulta a morte: 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
Elemento subjetivo do abandono: É o dolo de perigo, direto ou eventual. Não se exige 
nenhuma finalidade específica. Basta praticar a conduta capaz de colocar o incapaz em 
situação de perigo. Não se admite a modalidade culposa. O crime é instantâneo de efeitos 
permanentes, pois se consuma em um momento determinado, mas seus efeitos se arrastam 
no tempo, persistindo enquanto o incapaz não for devidamente assistido. Subsiste o crime 
quando o sujeito, depois do abandono e da consequente exposição ao perigo, reassume o 
dever de assistência, tal como na hipótese em que o pai, após deixar o filho pequeno sozinho 
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59 
em um local abandonado por tempo juridicamente relevante, arrepende-se e volta para 
buscá-lo. 55 
No caso em tela temos um simples homicídio culposo, previsto no art. 121, §3º do CP. 
Art. 121, § 3º do CP. Se o homicídio é culposo: 
Pena - detenção, de um a três anos. 
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as 
consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal 
se torne desnecessária. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
QUESTÃO 447 
 
CESPE - 2012 - PC-AL - Delegado de Polícia. 
Acerca dos crimes em espécie, julgue o item seguinte. 
O crime de omissão de socorro não admite tentativa, porquanto estando a omissão tipificada 
na lei como tal e tratando-se de crime unissubsistente, se o agente, sem justa causa, se omite, 
o crime já se consuma. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Tentativa: É inadmissível, por ser o crime omissivo puro. Estamos aqui diante de um crime 
unissubsistente, que se perfaz com um único ato, de forma que não há um iter criminis a ser 
percorrido. Há apenas duas possibilidades: ou o agente se abstém da ação devida e pratica o 
 
55 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020 
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60 
delito de omissão de socorro, ou o agente realiza a ação devida e não há a configuração do 
tipo penal.56 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 448 
 
CESPE - 2018 - EBSERH - Advogado. 
Julgue o item seguinte, relativos aos tipos penais dispostos no Código Penal e nas leis penais 
extravagantes. 
O crime de omissão de socorro, tipificado na parte especial do Código Penal, somente se 
consuma com a ocorrência de um resultado naturalístico, o qual, dependendo de sua 
gravidade, poderá constituir, ainda, causa qualificadora da conduta. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
O delito de omissão de socorro é comum com relação ao sujeito ativo, podendo, portanto, ser 
praticado por qualquer pessoa que não goze do status de garantidora, uma vez que, nesse 
caso, o agente teria de responder pelo resultado que devia e podia ter evitado. “Consuma-se 
a omissão de socorro no lugar e no momento em que a atividade devida tinha de ser 
realizada, isto é, onde e quando o sujeito ativo deveria agir e não o fez.” Assim, devemos 
apontar, para fins de reconhecimento da consumação do delito de omissão de socorro, 
quando a inação do agente trouxe efetivo perigo para a vida ou para a saúde da vítima. 
Caso isso não tenha ocorrido, ou seja, se a negação do agente em socorrer a vítima, por 
exemplo, não puder ser apontada como perigosa em sentido concreto, conclui-se que o delito 
não foi consumado. 57 
Gabarito: ERRADO. 
 
56 Curso de direito penal, volume 2, parte especial: arts. 121 a 212 / Fernando Capez. — 18. ed. atual. — São Paulo: Saraiva Educação, 2018. 
57 Curso de Direito Penal: parte especial, volume II: introdução à teoria geral da parte especial: crimes contra a pessoa / Rogério Greco. – 14. ed. Niterói, RJ: Impetus, 2017. 
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61 
QUESTÃO 449 
 
Quadrix - 2019 - CRO - AC - Fiscal. 
O crime de omissão de socorro só poderá ser praticado por médico. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Como comentado na questão anterior, o delito de omissão de socorro é comum com relação 
ao sujeito ativo, podendo, portanto, ser praticado por qualquer pessoa que não goze do 
status de garantidora, uma vez que, nesse caso, o agente teria de responder pelo resultado 
que devia e podia ter evitado.58 
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança 
abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e 
iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de 
natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 450 
 
Banca Coluna Criminal. 
Para caracterizar o crime de abandono de incapaz é necessário o abandono real, ou seja, 
distanciamento físico entre o responsável e o incapaz. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
58 Curso de Direito Penal: parte especial, volume II: introdução à teoria geral da parte especial: crimes contra a pessoa / Rogério Greco. – 14. ed. Niterói, RJ: Impetus, 2017. 
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62 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina MASSON59: O núcleo do tipo é “abandonar”, que traz a ideia de desamparar, 
descuidar. O abandono é físico, no sentido de deixar o incapaz sozinho, sem a devida 
assistência. Não se confunde com o abandono material, que se encaixa na figura típica 
prevista no art. 244 do Código Penal. Trata-se de crime de forma livre. Pode ser praticado 
por ação (exemplo: levar a vítima a um local distante e perigoso e ali abandoná-la) e também 
por omissão (exemplo: deixar o ofendido só, abandonando-o no lar em que conviviam). O 
abandono deve ser real: depende de separação física, distanciamento entre o 
responsável e o incapaz. Em qualquer caso (ação ou omissão), há de ser provado o perigo 
efetivo para a vítima em decorrência da conduta criminosa. O crime é de perigo concreto. 
Inexiste crime quando o incapaz é quem abandona seu protetor, tal como no exemplo em 
que o filho de pouca idade, irritado com as proibições legítimas impostas pelo pai, foge de 
casa. De igual modo, o fato também é atípico quando o responsável permanece próximo da 
vítima, em situação de poder vigiá-la, aguardando que alguém a recolha (exemplo: “A” vai 
com “B” a um bar, e este último se embriaga, vindo a dormir na rua de sua casa. “A” não 
recolhe “B”, mas fica próximo dele, vigiando-o, esperando chegar uma ambulância para levá-
lo ao hospital). 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 451 
 
Banca Coluna Criminal. 
Conforme entendimento doutrinário, o delito de abandono de incapaz é classificado quanto 
ao sujeito ativo como crime próprio. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
 
59 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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63 
Sujeito ativo: É somente a pessoa que tem o dever de zelar pela vida, pela saúde ou pela 
segurança da vítima. Cuida-se de crime próprio, pois apenas pode ser praticado por aquele 
que tem o incapaz sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade. Destarte, é 
imprescindível a especial vinculação entre os sujeitos do delito, caracterizada pela relação 
jurídica estabelecida entre o agente e a vítima - MASSON60. 
Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, 
por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono: 
Pena - detenção, de seis meses a três anos. 
§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
§ 2º - Se resulta a morte: 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos 
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço: 
I - se o abandono ocorre em lugar ermo; 
II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima. 
 III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 452 
 
Banca Coluna Criminal. 
O crime de expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria, exige dolo 
específico, não admitindo a modalidade culposa. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
60 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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64 
 
 COMENTÁRIO 
O crime há de ser praticado “para ocultar desonra própria”. Essa desonra, isto é, a 
ausência de honra, funciona como elemento normativo de um tipo penal aberto, que precisa 
ser complementado pela valoração do magistrado no caso concreto. A honra aqui tratada é a 
de natureza sexual, a boa fama e a reputação que desfruta o autor ou a autora pelo seu 
comportamento decente e pelos bons costumes. Se a pessoa é notoriamente desonesta, 
afasta-se a alegação de preservação da honra. Por esse motivo, o tipo penal pressupõe que o 
nascimento da criança deve ter sido sigiloso, no sentido de não ter chegado ao conhecimento 
de estranhos. ELEMENTO SUJETIVO: É o dolo direto. Além disso, exige-se ainda um 
especial fim de agir: “para ocultar desonra própria”. Esse elemento subjetivo do tipo é 
compatível unicamente com o dolo direto, excluindo o dolo eventual. Não se pune a 
modalidade culposa - MASSON61. 
Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - detenção, de um a três anos. 
§ 2º - Se resulta a morte: 
Pena - detenção, de dois a seis anos. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 453 
 
Quadrix - 2019 - CRO-AM - Assistente Administrativo Fiscal. 
Conforme o Código Penal, julgue o item. 
 
61 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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65 
Caracteriza maus‐tratos expor a perigo a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou 
vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando‐a de 
alimentação ou cuidados indispensáveis, quer abusando de meios de correção ou disciplina. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou 
vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de
alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou 
inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina: 
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. 
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
§ 2º - Se resulta a morte: 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 
(catorze) anos 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 454 
 
CESPE - 2015 - STJ - Analista Judiciário - Administrativa. 
A respeito dos crimes contra a pessoa e o patrimônio, julgue o item que se segue. 
A coautoria é obrigatória no caso do crime de rixa, pois a norma incriminadora reclama 
como condição obrigatória do tipo a existência de, pelo menos, três pessoas, considerando 
irrelevante que um deles seja inimputável. 
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( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
O crime de rixa é um crime de concurso necessário, ou seja, a norma incriminadora, no seu 
preceito primário, reclama como conditio sine qua non do tipo a existência de pelo 
menos três autores. A coautoria é obrigatória, podendo haver ou não a participação de 
terceiros. Assim, tal espécie de concurso reclama sempre a coautoria, mas a participação 
pode ou não ocorrer, sendo, portanto, eventual. Na rixa, dessa forma, além dos três agentes, 
ou mais, pode ainda terceiro concorrer para o crime, na qualidade de partícipe, criando 
intrigas, alimentando animosidades entre os rixentos ou fornecendo-lhes armas para a 
refrega. Os rixosos são os sujeitos ativos; no mínimo, três. É irrelevante que, dentro do 
número mínimo, que é de três rixosos, um deles seja inimputável ou não identificado, 
ou tenha morrido. Trata-se, assim, de delito plurissubjetivo ou de concurso necessário, só 
se configurando se houver pluralidade de agentes. Trata-se também de delito de condutas 
contrapostas, uma vez que os sujeitos agem uns contra os outros. Os rixosos são a um só 
tempo sujeitos ativos da violência e vias de fato praticadas contra os demais rixosos e 
sujeitos passivos das condutas por estes praticadas contra ele - CAPEZ62 
Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores: 
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. 
Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da 
participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos. 
Gabarito: CERTO. 
 
 
 
 
 
 
62 Curso de direito penal, volume 2, parte especial: arts. 121 a 212 / Fernando Capez. — 18. ed. atual. — São Paulo: Saraiva Educação, 2018 
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QUESTÃO 455 
 
CESPE / CEBRASPE - 2020 - PRF - Policial Rodoviário Federal. 
Os participantes de uma rixa são simultaneamente sujeitos ativos e passivos uns em relação 
aos outros, pois o crime de rixa é plurissubjetivo, devendo ter, pelo menos, três contendores 
para ser caracterizado. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina MASSON63: A rixa é classificada como crime plurissubjetivo, plurilateral ou de 
concurso necessário, pois o tipo penal reclama a participação efetiva de ao menos três 
pessoas na troca de agressões materiais. Basta um imputável. Pouco importa sejam os 
demais menores de idade, loucos ou desconhecidos. É, ainda, crime de condutas 
contrapostas, pois os rixosos atuam uns contra os outros. Cada participante é ao mesmo 
tempo sujeito ativo e passivo da rixa. Sujeito passivo não da própria ação, mas da ação dos 
outros, ou ainda da situação de perigo que com a formação da rixa se criou. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 456 
 
Quadrix - 2020 - CRO-DF - Fiscal I. 
À luz do Código Penal brasileiro, julgue o item. 
A calúnia ocorre quando alguém imputa falsamente a outrem fato definido como crime. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
 
63 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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68 
Verbo do tipo: É o verbo caluniar, que significa imputar falsamente fato definido como 
crime. O agente atribui a alguém a responsabilidade pela prática de um crime que não 
ocorreu ou que não foi por ele cometido. Trata-se de crime de ação livre, que pode ser 
praticado mediante o emprego de mímica, palavras (escrita ou oral) - CAPEZ64. 
Ensina MASSON:65 Além disso, é imprescindível a imputação da prática de um fato 
determinado, isto é, de uma situação concreta, contendo autor, objeto e suas circunstâncias. 
Nesse sentido, não basta chamar alguém de “ladrão”, pois tal conduta caracterizaria o crime 
de injúria. A tipificação da calúnia reclama, por exemplo, a seguinte narrativa: “No dia 10 
de fevereiro de 2015, por volta das 20h00, ‘A’, com emprego de arma de fogo, ameaçou de 
morte a vítima ‘B’, dela subtraindo em seguida seu relógio”. O fato deve ser também 
verossímil, pois em caso contrário não há calúnia, tal como quando se diz que alguém furtou 
a lua. Se não bastasse, é fundamental que a ofensa se dirija contra pessoa certa e 
determinada. 
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 457 
 
Quadrix - 2020 - CRO-DF - Fiscal I. 
À luz do Código Penal brasileiro, julgue o item. 
A pessoa que imputa fato ofensivo à reputação de outrem responde pelo crime de calúnia. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
 
64 Curso de direito penal, volume 2, parte especial: arts. 121 a 212 / Fernando Capez. — 18. ed. atual. — São Paulo: Saraiva Educação, 2018 
65 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020 
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69 
Trata-se da injúria. A injúria é crime contra a honra que ofende a honra subjetiva. 
Consequentemente, ao contrário do que ocorre na calúnia e na difamação, não há imputação 
de fato. Caracteriza-se o delito com a simples ofensa da dignidade ou do decoro da 
vítima, mediante xingamento ou atribuição de qualidade negativa. A dignidade é ofendida 
quando se atacam as qualidades morais da pessoa (exemplo: chamá-la de “desonesta”), ao 
passo que o decoro é abalado quando se atenta contra suas qualidades físicas (exemplo: 
chamá-la de “horrorosa”) ou intelectuais (exemplo: chamá-la de “burra”) – MASSON.66 
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 458 
 
CESPE / CEBRASPE - 2022 - DPE-SE - Defensor Público. 
Para o crime descrito no artigo 140, § 3.º, do Código Penal, comumente denominado injúria 
racial, são prescritas pena em abstrato de um a três anos e multa. Acerca da natureza desse 
delito e da pena aplicável, é correto afirmar
que esse crime é imprescritível. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
É o que decidiu o STF. 
2. O crime de injúria racial reúne todos os elementos necessários à sua caracterização como 
uma das espécies de racismo, seja diante da definição constante do voto condutor do 
julgamento do HC 82.424/RS, seja diante do conceito de discriminação racial previsto na 
Convenção Internacional Sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial. 4. 
Por ser espécie do gênero racismo, o crime de injúria racial é imprescritível. (STF. 
Plenário. HC 154248/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 28/10/2021). 
 
66 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020 
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70 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 459 
 
CESPE - 2018 - STJ - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal. 
Considerando a doutrina e a jurisprudência dos tribunais superiores acerca dos crimes em 
espécie, julgue o seguinte item. 
Situação hipotética: Um servidor público, no exercício de suas funções, foi vítima de injúria e 
difamação. 
Assertiva: Nessa situação, será concorrente a legitimidade do servidor ofendido, mediante 
queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal 
correspondente. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina MASSON:67 Note-se o teor da Súmula 714 do Supremo Tribunal Federal: “É 
concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, 
condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a 
honra de servidor público em razão do exercício de suas funções”. O fundamento da 
súmula é simples. O Código Penal previu a ação penal pública condicionada para não onerar 
o funcionário público ofendido em razão de suas funções. Não seria correto impor a ele a 
custosa tarefa de constituir um advogado para tutelar sua honra, injustamente atacada 
quando desempenhava alguma atividade de interesse público. Mas, se ele quiser arcar com o 
encargo do ajuizamento de queixa-crime, pode recusar o benefício que lhe é assegurado e 
ingressar com ação penal privada. Cuida-se de opção reservada exclusivamente à vítima. 
Gabarito: CERTO. 
 
 
67 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020 
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71 
QUESTÃO 460 
 
MPE-SC - 2016 - MPE-SC - Promotor de Justiça - Matutina. 
Nos crimes contra a honra previstos no Código Penal, todas as hipóteses delituosas 
enumeradas admitem a exceção da verdade. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Chama-se exceção da verdade a faculdade atribuída ao suposto autor do crime de calúnia de 
demonstrar que, efetivamente, os fatos por ele narrados são verdadeiros, afastando-se, 
portanto, com essa comprovação, a infração penal a ele atribuída – GRECO.68 
Em regra, é admitida na calúnia. Excepcionalmente na difamação. Não se aplica na injúria. 
A exceção da verdade se trata de um incidente processual, através do qual o réu, acusado de 
crime contra a honra, tem a chance de comprovar que o pretenso ofendido realmente 
praticou a conduta criminosa que lhe foi imputada. conforme sedimentada doutrina e 
jurisprudência, inadmissível a exceção da verdade em relação ao crime de injúria, face à 
ausência de expressa previsão legal. 
(TJ-MG - APR: 10556120004487002 MG, Relator: Wanderley Paiva, Data de Julgamento: 20/11/0016, Câmaras 
Criminais / 1ª CÂMARA CRIMINAL, Data de Publicação: 02/12/2016). 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
 
 
 
 
 
68 Curso de Direito Penal: parte especial, volume II: introdução à teoria geral da parte especial: crimes contra a pessoa / Rogério Greco. – 14. ed. Niterói, RJ: Impetus, 2017. 
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QUESTÃO 461 
 
CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo. 
O crime de injúria qualificada consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, 
etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência para ofender 
a dignidade ou o decoro de alguém. Diferentemente do que ocorre no caso de crime de 
racismo, a injúria qualificada processa-se por ação penal pública condicionada a 
representação. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Injúria qualificada: art. 140, § 3.º: Pune-se com reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, sem 
prejuízo de multa, o crime de injúria que consiste na utilização de elementos referentes à 
raça, cor, etnia, religião, origem, ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência. 
Essa pena, embora sensivelmente superior àquela cominada no caput no tocante à injúria 
simples, é constitucional, e encontra seu fundamento de validade na dignidade da pessoa 
humana, assegurada pelo art. 1.º, III, da Constituição Federal. 
A injúria qualificada, assim como os demais crimes contra a honra, reclama seja a ofensa 
dirigida a pessoa ou pessoas determinadas. Destarte, a atribuição de qualidade negativa à 
vítima individualizada, calcada em elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem, 
constitui crime de injúria qualificada (CP, art. 140, § 3.º). O delito é de ação penal pública 
condicionada à representação do ofendido (CP, art. 145, parágrafo único, com a redação 
dada pela Lei 12.033/2009). 
Gabarito: CERTO. 
 
 
 
 
 
 
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73 
QUESTÃO 462 
 
FCC - 2020 - TJ-MS - Juiz Substituto. 
Quanto aos crimes contra a honra, correto afirmar que não constitui difamação ou calúnia 
punível a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina MASSON69: No exercício da sua relevante função, o causídico pode, se necessário, 
injuriar ou difamar outra pessoa, mas não há razão nenhuma para permitir a calúnia. 
Nenhuma linha de atuação profissional depende da imputação falsa de crime a outrem para 
desenrolar-se com qualidade e competência. Na linha de entendimento do Supremo Tribunal 
Federal: 
[...] A ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador”, 
criara causa de “exclusão do crime” apenas com relação aos delitos que menciona – injúria e 
difamação –, mas não quanto à calúnia, que omitira: a imunidade do advogado, por fim, não 
foi estendida à calúnia nem com a superveniência da Lei 8.906/1994, – o Estatuto da 
Advocacia e da OAB. HC 84.446/SP. 
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível: 
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
 
 
 
 
69 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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74 
QUESTÃO 463 
 
FCC - 2020 - TJ-MS - Juiz Substituto. 
Quanto aos crimes contra a honra, correto afirmar que há isenção de pena se o querelado, 
antes da sentença, se retrata cabalmente da difamação ou da injúria. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina MASSON70: É cabível unicamente na calúnia e na difamação, pois nesses delitos há, 
pelo ofensor, a imputação de um fato ao ofendido, que pode ser definido como crime 
(calúnia) ou ofensivo à sua reputação (difamação). Consequentemente, interessa à vítima 
que o sujeito se retrate, negando ter ela praticado o fato imputado. Na injúria, por sua vez, a 
retratação do agente não leva à extinção da punibilidade por dois motivos: 
A) a lei não a admite; e 
B) não há imputação de fato, mas atribuição de qualidade negativa e atentatória à honra 
subjetiva da vítima, razão pela qual pouco importa dizer que errou, pois tal conduta 
pode denegrir ainda mais a honra do ofendido. 
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da 
difamação, fica isento de pena. 
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação 
utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, 
pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
 
 
 
70 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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75 
QUESTÃO 464 
 
FCC - 2022 - DPE-PB - Defensor Público. 
É possível a extinção da punibilidade pela retratação do agente no crime de injúria, desde 
que feita cabalmente e pelo mesmo meio de sua prática. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
É cabível unicamente na calúnia e na difamação, pois nesses delitos há, pelo ofensor, a 
imputação de um fato ao ofendido, que pode ser definido como crime (calúnia) ou ofensivo à 
sua reputação (difamação). Consequentemente, interessa à vítima que o sujeito se retrate, 
negando ter ela praticado o fato imputado. Na injúria, por sua vez, a retratação do agente 
não leva à extinção da punibilidade por dois motivos: a lei não a admite; e não há 
imputação de fato, mas atribuição de qualidade negativa e atentatória à honra subjetiva da 
vítima, razão pela qual pouco importa dizer que errou, pois tal conduta pode denegrir ainda 
mais a honra do ofendido. – MASSON71. 
Art. 143 do CP - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da 
difamação, fica isento de pena. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 465 
 
FCC - 2020 - TJ-MS - Juiz Substituto. 
Quanto aos crimes contra a honra, correto afirmar que possível a propositura de ação penal 
privada no caso de servidor público ofendido em razão do exercício de suas funções. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
71 Direito penal / Cleber Masson. – 13. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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76 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina MASSON72: [...] se não há relação entre o delito contra a honra e o exercício das 
funções públicas, a ação penal é privada. Também é privada a ação penal quando a ofensa se 
dirige a pessoa que já deixou a função pública. Note-se o teor da Súmula 714 do Supremo 
Tribunal Federal: “É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do 
Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por 
crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções”. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 466 
 
ADVISE - 2019 - Prefeitura de Juarez Távora - PB. 
Nos crimes de calúnia ou difamação, se o querelado se retratar antes da sentença será 
condenado com diminuição de pena. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da 
difamação, fica isento de pena. 
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação 
utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, 
pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
72 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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77 
QUESTÃO 467 
 
Banca Coluna Criminal. 
Para caracterizar o crime de ameaça o agente causador do mal injusto deve-se utilizar de 
palavras ou escritas, não admitindo gestos. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
O núcleo do tipo é “ameaçar”, que significa intimidar, amedrontar alguém, mediante a 
promessa de causar-lhe mal injusto e grave. Não é qualquer mal que caracteriza o delito, mas 
apenas o classificado como “injusto e grave”, que pode ser físico, econômico ou moral. Mal 
injusto é aquele que a vítima não está obrigada a suportar, podendo ser ilícito ou 
simplesmente imoral. Por sua vez, mal grave é o capaz de produzir ao ofendido um prejuízo 
relevante. Além disso, o mal deve ser sério, ou fundado, iminente e verossímil, ou seja, 
passível de realização. Em outras palavras, a ameaça há de ser séria e idônea à intimidação 
da pessoa contra quem é dirigida. Trata-se de crime de forma livre. O próprio tipo penal é 
claro ao permitir seja a conduta praticada por palavras (exemplo: dizer a alguém que vai 
sequestrar seu filho), escritos (exemplo: remeter uma carta, na qual consta que afilha da 
vítima será estuprada), gestos (exemplo: fazer para alguém um indicativo de que irá cortar 
seu pescoço) ou qualquer outro meio simbólico (exemplo de Nélson Hungria: enviar a 
alguém o desenho de um punhal atravessando um corpo humano). Não há necessidade de 
ser a ameaça proferida na presença da vítima. Basta que chegue ao seu conhecimento – 
MASSON.73 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
 
 
 
73 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020 
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78 
QUESTÃO 468 
 
FUNCAB - 2016 - PC-PA - Investigador de Policia Civil. 
O crime de ameaça é de ação penal privada. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, 
de causar-lhe mal injusto e grave: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação. 
Nos crimes cuja ação penal estiver condicionada à manifestação de vontade da vítima ou 
de seu representante legal (v.g., os crimes contra a dignidade sexual contra vítima maior 18 
anos, que não se enquadre na condição de pessoa vulnerável, conforme dispõe o art. 225,
caput, do CP), a prévia representação é condição de procedibilidade da ação penal. 
Eventual ausência dessa formalidade deverá acarretar a rejeição da denúncia pelo juiz (art. 
395, II, do CPP) – AVENA74 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
QUESTÃO 469 
 
CESPE - 2019 - PRF - Policial Rodoviário Federal. 
Abordado determinado veículo em região de fronteira internacional, os policiais rodoviários 
federais suspeitaram da conduta do motorista: ele conduzia duas adolescentes com as quais 
não tinha nenhum grau de parentesco. Ao ser questionado, o condutor do veículo confessou 
 
74 Processo penal / Norberto Avena. – 10. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2018. 
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que fora pago para conduzi-las a um país vizinho, onde seriam exploradas sexualmente. As 
adolescentes informaram que estavam sendo transportadas sob grave ameaça e que não 
haviam consentido com a realização da viagem e muito menos com seus propósitos finais. 
Considerando a situação hipotética apresentada, julgue o item a seguir. 
A conduta do motorista do veículo se amolda ao tipo penal do tráfico de pessoas, em sua 
forma consumada, incidindo, nesse caso, causa de aumento de pena, em razão de as vítimas 
serem adolescentes. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
O tráfico de pessoas é crime formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado: 
consuma-se coma conduta de agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, 
alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a 
finalidade de remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo, submetê-la a trabalho em 
condições análogas à de escravo, submetê-la a qualquer tipo de servidão, adoção ilegal ou 
exploração sexual, ainda que essa finalidade não venha a ser efetivamente alcançada pelo 
agente. Se o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com 
deficiência, incidirá a causa de aumento da pena elencada no art. 149-A, § 1.º, inc. II, do 
Código Penal – MASSON.75 
Art. 149-A, § 1º A pena é aumentada de um terço até a metade se: 
II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com deficiência. 
Gabarito: CERTO. 
 
 
 
 
 
75 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020 
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80 
QUESTÃO 470 
 
Banca Coluna Criminal. 
O crime de perseguição, conhecido como stalking, foi inserido no Código Penal (art. 147-A) 
através da Lei nº 14.132, de 31 de março de 2021. 
Exige a lei, para efeitos de configuração dessa perseguição, que ela ocorra de forma habitual. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
O crime de perseguição, conhecido internacionalmente como stalking, foi inserido no Código 
Penal (art. 147-A) através da Lei nº 14.132, de 31 de março de 2021. Não se cuida de um 
comportamento novo, mas sim de uma conduta que se perde no tempo, embora seu estudo 
tenha começado, com mais profundidade, na década de 1990, principalmente nos EUA. 
O núcleo perseguir nos dá a ideia de uma conduta praticada pelo agente que denota 
insistência, obsessão, comportamento repetitivo no que diz respeito à pessoa da vítima. Está 
muito ligado à área psicológica do perseguidor, muitas vezes entendido como sendo um 
caçador à espreita da sua vítima. Exige a lei, para efeitos de configuração dessa 
perseguição, que ela ocorra de forma reiterada, ou seja, constante, habitual. Isso quer 
dizer que uma única abordagem, mesmo que inconveniente, não se configurará no delito em 
estudo. Assim, imagine-se a hipótese daquele que, durante uma festa, tenta, a todo custo, 
ficar amorosamente com uma mulher que ali se encontrava junto com outros amigos. Ela 
repele a abordagem, pois não se sentiu atraída pelo sujeito. Contudo, o agente volta a insistir 
várias vezes durante a mesma noite, sendo rejeitado em todas elas. Essa situação é 
extremamente desconfortável para aquela mulher. No entanto, não poderíamos falar, aqui, 
em crime de perseguição – GRECO.76 
 
Gabarito: CERTO. 
 
 
76 https://www.rogeriogreco.com.br/post/nova-lei-de-persegui%C3%A7%C3%A3o 
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81 
QUESTÃO 471 
 
VUNESP - 2022 - PM-SP - Sargento da Polícia Militar. 
Com relação ao crime de perseguição previsto no Código Penal, é correto afirmar que 
somente se procede mediante representação. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 147-A. Perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a 
integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de 
qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade. 
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
§ 1º A pena é aumentada de metade se o crime é cometido 
I – contra criança, adolescente ou idoso 
II – contra mulher por razões da condição de sexo feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121 
deste Código 
III – mediante concurso de 2 (duas) ou mais pessoas ou com o emprego de arma. 
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência. 
§ 3º Somente se procede mediante representação. 
O crime de perseguição foi introduzido na legislação penal brasileira em 1º de abril de 2021, 
de maneira a suprir lacuna em nosso ordenamento jurídico, que não punia essa grave 
conduta, tipificada penalmente em diversos países, como França, Itália, Alemanha, Holanda, 
Canadá, Portugal e Estados Unidos. Trata-se da versão brasileira para a figura conhecida 
mundialmente como stalking. O que se busca com a incriminação é salvaguardar a liberdade 
pessoal, em primeiro plano, além da integridade psíquica e física das pessoas, tolhidas em 
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sua tranquilidade quando são alvo de uma perseguição reiterada, que invade sua 
privacidade e prejudica seu bem-estar cotidiano – ESTEFAM77. 
Gabarito: CERTO. 
 
 
QUESTÃO 472 
 
Banca Coluna Criminal. 
A perseguição, núcleo do delito de Stalking (art. 147-A, CP), deve ser reiterada, isto é, 
repetida insistentemente. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
A ação nuclear consiste em perseguir, isto é, correr ou partir atrás de alguém, ir ao encalço, 
importunando a vítima. 
A perseguição deve ser reiterada, isto é, repetida insistentemente. O tipo não exige 
número mínimo de eventos para que a perseguição seja considerada como reiterada; 
não obstante, afigura-se razoável, para que não existam dúvidas acerca da subsunção do fato, 
que tenham ocorrido, ao menos, três episódios distintos. Trata-se, desse modo, de crime 
habitual. Cuida-se, ainda, de delito de forma livre (ou onímodo), podendo ser praticado 
por qualquer meio, inclusive virtual. O agente que, v.g., repetidamente fica no encalço da 
vítima, molestando-a em suas redes sociais, ameaçando sua integridade física ou psicológica, 
incorre na infração. É importante notar
que o crime de perseguição, a par da reiteração, 
exige que o sujeito ativo se valha de determinado meio (ameaça à integridade física ou 
psíquica da vítima) ou provoque determinado resultado (restrição à capacidade de 
locomoção, ou invasão ou perturbação da esfera de liberdade ou privacidade) – ESTEFAM78. 
Gabarito: CERTO. 
 
77 Direito Penal: Parte Especial – Arts. 121 a 234-C – v. 2 / André Estefam. – 9. ed. – São Paulo: SaraivaJur, 2022.. 
78 Direito Penal: Parte Especial – Arts. 121 a 234-C – v. 2 / André Estefam. – 9. ed. – São Paulo: SaraivaJur, 2022.. 
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83 
QUESTÃO 473 
 
CESPE / CEBRASPE - 2013 - Polícia Federal - Delegado. 
Com relação aos crimes previstos no CP, julgue o item que se segue. 
O delito de sequestro e cárcere privado, inserido entre os crimes contra a pessoa, constitui 
infração penal de ação múltipla, e a circunstância de ter sido praticado contra menor de 
dezoito anos de idade qualifica o crime. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Se o delito for cometido contra pessoa menor de 18 anos, o crime sera quali icado. a crime 
não considerado, como de ação múltipla, pois so ha uma conduta tipi icada, que e a de 
privar alguém de sua liberdade, seja por sequestro ou cárcere privado. “O núcleo do tipo é 
“privar”, que significa tolher, total ou parcialmente, a liberdade de locomoção de alguém.” – 
MASSON.79 
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado 
Pena - reclusão, de um a três anos. 
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: 
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 
(sessenta) anos 
II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital; 
III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias. 
IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos 
V – se o crime é praticado com fins libidinosos. 
 
79 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020 
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84 
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave 
sofrimento físico ou moral: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 474 
 
CESPE - 2006 - DPE-DF - Procurador. 
Acerca da ação penal nos crimes contra os costumes, julgue os itens a seguir. 
A violação de domicílio é crime de mera conduta, não se exigindo resultado determinado. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Para que seja entendida como violação de domicílio a conduta de entrar ou permanecer, é 
preciso que o agente a tenha realizado clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade 
expressa ou tácita de quem de direito. 
Classificação Doutrinária: Crime comum com relação ao sujeito ativo, bem como quanto ao 
sujeito passivo; doloso; de mera conduta; de forma livre; comissivo (na modalidade entrar) 
e omissivo (na modalidade permanecer); instantâneo ou permanente (pois a sua 
consumação se perpetua enquanto houvera violação do domicílio com a permanência do 
agente em casa alheia ou em suas dependências); monossubjetivo, podendo, também, ser 
visualizado como unissubsistente (se houver concentração de ato, como ocorre com a 
modalidade permanecer), ou plurissubsistente (como acontece, como regra, com a 
modalidade entrar); de ação múltipla ou de conteúdo variado (podendo o agente entrar e 
ainda permanecer em casa alheia ou em suas dependências, devendo ser responsabilizado 
por uma única infração penal) – GRECO.80 
 
80 Curso de Direito Penal: parte especial, volume II: introdução à teoria geral da parte especial: crimes contra a pessoa / Rogério Greco. – 14. ed. Niterói, RJ: Impetus, 2017. 
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85 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 475 
 
MPE-SP - 2022 - MPE-SP - Promotor de Justiça Substituto. 
O conflito aparente de normas entre o delito de violação de domicílio cometido como meio 
para a consecução de um crime de furto resolve-se pelo princípio da especialidade, punindo-
se somente o furto. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Será resolvido pelo princípio da consunção. 
Podemos falar em princípio da consunção nas seguintes hipóteses: a) quando um crime é 
meio necessário ou normal fase de preparação ou de execução de outro crime; b) nos casos 
de antefato e pós-fato impuníveis. Os fatos, segundo Hungria, “não se acham em relação de 
species a genus, mas de minus a plus, de parte a todo, de meio a fim.” Assim, a consumação 
absorve a tentativa e esta absorve o incriminado ato preparatório; o crime de lesão absorve 
o correspondente crime de perigo; o homicídio absorve a lesão corporal; o furto em casa 
habitada absorve a violação de domicílio etc. Antefato impunível seria a situação 
antecedente praticada pelo agente a fim de conseguir levar a efeito o crime por ele 
pretendido inicialmente e que, sem aquele, não seria possível – GRECO81. 
Pelo princípio da especialidade, a norma especial afasta a aplicação da norma geral. Ex. Furto 
praticado por militar em função. Irá responder não pelo Código Penal, mas sim pelo Código 
Penal Militar. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
81 Curso de Direito Penal: parte especial, volume III / Rogério Greco. – 14a ed. Niterói, RJ: Impetus, 2017. 
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86 
QUESTÃO 476 
 
ADM&TEC - 2020 - Prefeitura de Gravatá - PE - Procurador. 
Entrar ou permanecer em casa alheia ou em suas dependências, de forma clandestina ou 
astuciosa, é uma prática sujeita à pena de detenção, de um a três meses, ou multa. Se o crime 
é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou 
por duas ou mais pessoas, a pena é de detenção, de seis meses a dois anos, além da pena 
correspondente à violência, conforme previsto no artigo 150 do Decreto-lei nº 2.848, de 
1940. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade 
expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: 
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. 
§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de 
violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência. 
Gabarito: CERTO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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87 
QUESTÃO 477 
 
CESPE - 2008 - ABIN - Oficial de Inteligência. 
Em regra, o crime de divulgação de segredo se sujeita à ação penal pública condicionada. 
Todavia, quando resultar prejuízo para a administração pública,
a ação penal será pública 
incondicionada. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de 
correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa 
produzir dano a outrem: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a dois contos de réis. 
§ 1º Somente se procede mediante representação. 
§ 1º-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, assim definidas em 
lei, contidas ou não nos sistemas de informações ou banco de dados da Administração 
Pública: 
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
§ 2º Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação penal será 
incondicionada. 
O art. 153 do Código Penal, na sua modalidade fundamental, responsabiliza criminalmente 
aquele que divulga, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de 
correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, que tenha a possibilidade 
de produzir dano a outrem. A ação penal é de iniciativa pública condicionada à 
representação (§ 1º do art. 153 do CP), sendo que, em ambas as hipóteses, quando 
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88 
resultar prejuízo para a Administração Pública (§ 2º do art. 153 do CP), será de iniciativa 
pública incondicionada – GRECO.82 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 478 
 
CESPE - 2018 - Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal. 
Situação hipotética: Um hacker invadiu os computadores do SERPRO e transferiu valores do 
Ministério do Planejamento para o seu próprio nome. 
Assertiva: Nessa situação, o IP para apurar a autoria e a materialidade do crime de invasão 
de dispositivo informático só poderá ser instaurado após representação formalizada pelo 
Ministério do Planejamento ou pelo SERPRO. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
O núcleo do tipo é “invadir”, no sentido de devassar dispositivo informático alheio, 
conectado ou não à rede de computadores. A invasão se concretiza mediante a violação 
indevida (sem justa causa ou ilegítima) de mecanismo de segurança. Cuida-se de elemento 
normativo do tipo, a ser analisado no plano concreto. Obviamente, o fato será atípico 
quando a violação for devida. Exemplo: Agentes policiais, munidos de autorização judicial, 
vasculham informações em computadores de membros de uma organização criminosa. 
Mecanismo de segurança é qualquer ferramenta utilizada para proteger o dispositivo 
informático de ameaças (subtração ou alteração de informações, danos físicos, modificação 
das configurações etc.). Exemplos: programas antivírus, firewall e senhas. Como o 
mecanismo de segurança, mediante sua violação indevida, foi alçado à categoria de 
elementar típica, não há crime quando alguém invade dispositivo informático alheio 
totalmente desprotegido. Trata-se de crime comum ou geral, podendo ser cometido por 
qualquer pessoa. Embora esta condição não seja exigida pelo tipo penal, normalmente o 
 
82 Curso de Direito Penal: parte especial, volume II: introdução à teoria geral da parte especial: crimes contra a pessoa / Rogério Greco. – 14. ed. Niterói, RJ: Impetus, 2017 
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89 
crime é praticado por sujeitos dotados de especiais conhecimentos de informática, 
conhecidos como crackers. Nos crimes elencados no art. 154-A do Código Penal, em regra a 
ação penal é pública condicionada à representação do ofendido ou de quem tiver 
qualidade para representá-lo. Excepcionalmente, a ação penal será pública 
incondicionada, nas hipóteses em que o delito envolver a Administração Pública, pois 
nesses casos há ofensa a valores de natureza indisponível. É o que se extrai do art. 154-B do 
Código Penal: Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante 
representação, salvo se o crime é cometido contra a administração pública direta ou indireta 
de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra 
empresas concessionárias de serviços públicos – MASSON.83 
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de 
computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de 
obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do 
titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita: Pena - 
detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. 
§ 1º Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo 
ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta definida no 
caput. 
§ 2º Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo econômico. 
§ 3º Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas, 
segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o 
controle remoto não autorizado do dispositivo invadido: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime 
mais grave. 
§ 4º Na hipótese do § 3º, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver divulgação, 
comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações 
obtidas. 
§ 5º Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado contra: 
 
83 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020 
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I - Presidente da República, governadores e prefeitos; 
II - Presidente do Supremo Tribunal Federal; 
III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislativa de 
Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou 
IV - dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual, municipal ou do 
Distrito Federal. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
QUESTÃO 479 
 
FCC - 2022 - DPE-CE - Defensor(a) Público(a) de Entrância Inicial. 
Segundo a orientação que prevalece no Superior Tribunal de Justiça, o crime de furto 
praticado no interior de residência durante o repouso noturno configura a forma qualificada 
do delito, salvo se ela estiver desabitada. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Diz o Código Penal que a pena é aumentada de um terço se o crime é praticado durante o 
repouso noturno. A exasperação da pena justifica-se pela maior facilidade encontrada na 
execução do crime. A exasperante em questão far-se-á presente quando o fato se passar 
durante o período de repouso noturno (que varia conforme a localidade e seus costumes), 
sendo irrelevante que se dê em casa habitada ou não, com ou sem a presença de seus 
moradores. Incidirá a causa de aumento, portanto, na subtração de automóvel estacionado 
na rua, durante o período de repouso noturno, ou de estabelecimento empresarial 
desabitado – ESTEFAM84. 
 
84 Direito Penal: Parte Especial – Arts. 121 a 234-C – v. 2 / André Estefam. – 9. ed. – São Paulo: SaraivaJur, 2022.. 
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“Incide a majorante prevista no § 1º do art. 155 do Código Penal, quando o crime é 
cometido durante a madrugada, horário no qual a vigilância da vítima é menos eficiente e 
seu patrimônio mais vulnerável, o que ocorre inclusive para estabelecimentos comerciais. IV 
– A causa especial de aumento de pena do furto cometido durante o repouso noturno 
pode se configurar mesmo quando o crime é cometido em estabelecimento comercial 
ou residência desabitada, sendo indiferente o fato de a vítima estar, ou não, 
efetivamente repousando. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça.” (STJ, HC 
501.072/SC, rel. Min. Felix Fischer, 5ª T., j. 6-6-2019). Ver também: STJ, AgRg no HC 
549.703/MS, rel. Min. Sebastião Reis Júnior, 6ª T., j. 26-5-2020, TJRS, ApCr 70083006395, 
rel. Des. Fabianne Breton Baisch, 8ª CCr, j. 27-5-2020, e TJMG, ApCr 1.0024.19.075562-
9/001, rel. Des. Dirceu Walace Baroni, 8ª CCr, j. 21-5-2020. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 480 
 
Banca Coluna Criminal. 
Para a incidência da majorante de pena pelo furto noturno, basta que a conduta tenha 
ocorrido no período em que a população se recolhe para descansar. Portanto, não é 
necessário que as vítimas estejam dormindo, sendo que a punição deve ser aumentada até 
mesmo se o crime se der em um carro estacionado na rua. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
3. A situação de repouso está configurada quando presente a condição de sossego/tranquilidade do 
período da noite, caso em que, em razão da diminuição ou precariedade de vigilância dos bens, ou, 
ainda, da menor capacidade de resistência da vítima, facilita-se a concretização do crime. 4. São 
irrelevantes os fatos das vítimas estarem, ou não, dormindo no momento do crime, ou o local 
de sua ocorrência, em estabelecimento comercial, via pública, residência desabitada ou em 
veículos, bastando que o furto ocorra, obrigatoriamente, à noite e em situação de repouso. 
(STJ. REsp 1979989 / RSRECURSO ESPECIAL2022/0012449-9 , DJe 27/06/2022). 
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O fundamento da elevação da pena pelo repouso noturno nada tem a ver com a maior 
periculosidade do agente, nem mesmo com a maior ou menor capacidade de delinquir 
revelada em concreto ou pelo fato criminoso considerado em si mesmo. O que o Código 
Penal tem em mira, com a maior punibilidade do furto noturno, é única e exclusivamente 
assegurar a propriedade móvel contra a maior precariedade de vigilância e defesa durante o 
recolhimento das pessoas para o repouso durante a noite. Critério estritamente objetivo. 
Não se discute que durante o repouso noturno há maior facilidade para a subtração. Essa é a 
razão do tratamento legal mais rígido. A vigilância dos proprietários e possuidores legítimos 
sobre seus bens é dificultada, ou até mesmo desaparece, durante o período em que as 
pessoas descansam, e o larápio se vale desta condição para lesar o patrimônio alheio - 
MASSON85. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 481 
 
Banca Coluna Criminal. 
Conforme definido pelo STJ, a majorante do crime de furto noturno não incide em caso de 
furto qualificado. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
 RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. DIREITO PENAL. FURTO. 
PRECEDENTE JUDICIAL VINCULATÓRIO. REEXAME DE ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL. 
NECESSIDADE. HERMENÊUTICA JURÍDICA. NÃO INCIDÊNCIA DA MAJORANTE DO REPOUSO 
NOTURNO NO FURTO QUALIFICADO. AUMENTO DE PENA EM RAZÃO DE FURTO COMETIDO 
DURANTE O REPOUSO NOTURNO. DESPROPORCIONALIDADE. [...] 2. A interpretação 
sistemática pelo viés topográfico revela que a causa de aumento de pena relativa ao 
cometimento do crime de furto durante o repouso noturno, prevista no art. 155, § 1º, do CP, 
 
85 Direito penal / Cleber Masson. – 13 ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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não incide nas hipóteses de furto qualificado, previstas no art. 155, § 4º, do CP. 3. A pena 
decorrente da incidência da causa de aumento relativa ao furto noturno nas hipóteses de 
furto qualificado resulta em quantitativo qu e não guarda correlação com a gravidade do 
crime cometido e, por conseguinte, com o princípio da proporcionalidade. 4. Tese jurídica: 
A causa de aumento prevista no § 1° do art. 155 do Código Penal (prática do crime de 
furto no período noturno) não incide no crime de furto na sua forma qualificada (§ 
4°). (REsp 1888756 / SPRECURSO ESPECIAL2020/0201498-1, DJe 27/06/2022). 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 482 
 
FCC - 2022 - DPE-CE - Defensor(a) Público(a) de Entrância Inicial. 
Segundo a orientação que prevalece no Superior Tribunal de Justiça, o crime de furto 
praticado com duas qualificadoras admite que uma delas seja utilizada para qualificar o 
delito e a outra para exasperar a pena-base. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
 [...] a incidência concomitante de duas qualificadoras previstas na mesma disposição. 
Dever-se-á aplicar, em tais casos, a qualificadora mais grave, servindo a outra como 
circunstância judicial desfavorável (vale dizer, como um fator que deverá exasperar a pena-
base – art. 59, caput, do CP). – ESTEFAM86. 
3. É certo que “a jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que, em caso de 
existência de duas circunstâncias qualificadoras, uma delas por ser utilizada para 
qualificar o delito e a outra para exasperar a pena-base” (HC n. 483.025/SC, relatora 
Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 21/3/2019, DJe 9/4/2019). Precedentes. 
4. Agravo regimental desprovido. (AgRg no REsp 1954819/SP, Rel. Ministro ANTONIO 
SALDANHA PALHEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 09/11/2021, DJe 12/11/2021). 
 
86 Direito Penal: Parte Especial – Arts. 121 a 234-C – v. 2 / André Estefam. – 9. ed. – São Paulo: SaraivaJur, 2022.. 
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94 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 483 
 
FCC - 2022 - DPE-CE - Defensor(a) Público(a) de Entrância Inicial. 
Segundo a orientação que prevalece no Superior Tribunal de Justiça, o crime de furto 
praticado com destruição ou rompimento de obstáculo configura a forma qualificada do 
delito, ainda que o dano recaia sobre o próprio objeto da subtração. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Para qualificar o crime furto, o rompimento de obstáculo deve ser exterior à coisa subtraída. 
Se a violência é exercida contra o próprio objeto visado, não incide a qualificadora. 
Destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa: Trata-se do furto 
cometido mediante violência contra a coisa (se o ato violento se dirigisse contra a pessoa, 
haveria roubo – art. 157 do CP). É necessário que a conduta dirija-se à supressão do 
obstáculo, seja ele ativo (como alarmes ou armadilhas) ou passivo (como trincos, portas, 
fechaduras, cofres, janelas etc.). A simples remoção de obstáculo não enseja a 
qualificadora, a qual depende do efetivo rompimento (arrombamento) ou destruição 
(desfazimento). De outra parte, predomina o entendimento no sentido de que é 
necessário tratar-se de obstáculo destinado a proteger algum bem, e não que 
constitua algo inerente a ele próprio. Sob tal ótica, exemplificativamente, a destruição de 
quebra-vento para subtração de automóvel caracteriza furto simples, mas sua destruição
para subtração de um laptop que está no interior do carro se subsume ao furto qualificado – 
ESTEFAM87. 
 
 
 
87 Direito Penal: Parte Especial – Arts. 121 a 234-C – v. 2 / André Estefam. – 9. ed. – São Paulo: SaraivaJur, 2022.. 
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 “Pretensão desclassificatória da conduta qualificada para o tipo básico. Cumpre esclarecer 
que jurisprudência do Tribunal da Cidadania é no sentido de que é “de rigor a incidência da 
qualificadora do inciso I do § 4º do art. 155 do CP quando o agente, visando subtrair 
aparelho sonoro localizado no interior do veículo, quebra o vidro da janela do automóvel 
para atingir o seu intento, primeiro porque este obstáculo dificultava a ação do autor, 
segundo porque o vidro não é parte integrante da res furtiva visada, no caso, o som 
automotivo” (EREsp n. 1.079.847/SP, Terceira Seção, Rel. Min. Jorge Mussi, DJe de 
05/09/2013). Precedentes” (HC 509.594/SP, j. 06/06/2019). 
 “A incidência da qualificadora do art. 155, § 4º, inciso I, do Código Penal, pressupõe conduta 
praticada pelo Réu objetivada à destruição ou ao rompimento do óbice que dificulta a 
obtenção da coisa. Se o dano é contra o próprio objeto do furto, sendo o obstáculo 
peculiar à res furtiva, não incide a majorante” (STJ, AgRg no AREsp 230.117/DF, Rel. Min. 
Felix Fischer, 5ª T., DJe 03/03/2015). 
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 
[...] 
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: 
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 484 
 
FCC - 2022 - DPE-CE - Defensor(a) Público(a) de Entrância Inicial. 
Segundo a orientação que prevalece no Superior Tribunal de Justiça, o crime de furto 
praticado com abuso de confiança permite o reconhecimento do privilégio desde que o réu 
seja primário e de pequeno valor o bem furtado. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 
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 COMENTÁRIO 
Abuso de confiança: Confiança é o sentimento de credibilidade ou de segurança que uma 
pessoa deposita em outra. Cuida-se de circunstância subjetiva, incomunicável no concurso 
de pessoas, a teor da regra delineada pelo art. 30 do Código Penal. Esta qualificadora 
consiste na traição, pelo agente, da confiança que, oriunda de relações antecedentes entre ele 
e a vítima, faz com que o objeto material do furto tenha sido deixado ou ficasse exposto ao 
seu fácil alcance. Exemplo típico de furto qualificado pelo abuso de confiança é o famulato, 
ou seja, a subtração praticada por empregados domésticos, mormente aqueles que 
trabalham há longa data para o ofendido e, além de terem as chaves de sua casa, são 
encarregados de diversas atividades pessoais (exemplos: pagamentos de contas, 
recebimentos de mercadorias etc.) É imprescindível seja a confiança necessária ou quase 
necessária, não se podendo ter em conta (para reconhecimento da qualificativa) a que é 
captada ardilosamente, pois, então, o que se apresenta é o furto qualificado pela fraude – 
MASSON88. 
Furto privilegiado (art. 155, § 2º): Sendo primário o criminoso e de pequeno valor a 
coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a 
dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. 
Súmula 511, STJ: É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art. 155 
do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade 
do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva. 
(TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 11/06/2014, DJe 16/06/2014). 
Logo, como a questão traz uma qualificadora de ordem subjetiva (abuso de confiança), 
não será possível reconhecer o privilégio (furto híbrido). 
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno. 
 
88 Direito penal / Cleber Masson. – 14.ª ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de 
reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. 
(privilégio) 
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico. 
Qualificadoras: 
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: 
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa (qualificadora objetiva); 
II - com abuso de confiança (qualificadora subjetiva), ou mediante fraude (qualificadora 
subjetiva), escalada (qualificadora objetiva) ou destreza (qualificadora subjetiva); 
III - com emprego de chave falsa (qualificadora objetiva); 
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas (qualificadora objetiva). 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 485 
 
CESPE / CEBRASPE - 2022 - DPE-RS - Defensor Público - adaptada. 
Em caso de furto de objeto de pequeno valor, é facultada ao juiz a aplicação de somente pena 
de multa, desde que o réu seja primário, sendo esse requisito aferido suficientemente pela 
simples folha de antecedentes criminais do réu. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 155, § 2º do CP - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o 
juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou 
aplicar somente a pena de multa. 
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98 
O Juiz é OBRIGADO a aplicar uma das três opções citadas na parte final do parágrafo, se 
presentes os dois requisitos objetivos citados na primeira parte, por se tratar de um direito 
subjetivo do réu. 
“A ap icação do privi gio previsto no § 2º do art. 155 do Código Penal exige a conjugação 
de dois requisitos objetivos, quais sejam, a primariedade do réu e o pequeno valor da coisa 
furtada, que, na linha do entendimento pacífico desta Corte Superior de Justiça, deve ter 
como parâmetro o valor do salário mínimo vigente à época dos fatos, sendo indiferente que 
o bem seja restituído à vítima. Precedentes. Hipótese em que as instâncias ordinárias 
assentaram que o bem subtraído possuía valor estimado de R$ 2.000,00, montante superior 
ao valor do salário mínimo à época dos fatos (R$ 954,00), motivo pelo qual é inviável o 
reconhecimento da forma privilegiada” (AgRg no HC 583.651/SC, j. 23/06/2020). 
Súmula 636 do STJ: A folha de antecedentes criminais é documento suficiente a 
comprovar os maus antecedentes e a reincidência. (TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 
26/06/2019, DJe 27/06/2019). 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 486 
 
MPE-SP - 2022 - MPE-SP - Promotor de Justiça Substituto. 
Coisas abandonadas (res derelicta) ou não pertencentes a ninguém (res nullius) não podem 
ser objeto material do crime de furto. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Não há furto quando se tratar de res nullius (coisas que
nunca tiveram dono) ou res derelicta 
(coisas abandonadas), pois, como estabelece o art. 1.263 do Código Civil, “quem se 
assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire a propriedade, não sendo essa 
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99 
ocupação defesa por lei”. Em outras palavras, a apropriação das coisas sem dono ou 
abandonadas é meio lícito para obtenção do domínio – MASSON89. 
PENAL E PROCESSUAL PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. FURTO TENTADO. RES DERELICTA. 
ABSOLVIÇÃO MANTIDA. 1. Sendo a coisa subtraída res derelicta, não há crime, por faltar 
elemento essencial do tipo: "coisa alheia". 2. Absolvição mantida, com fundamento no art. 
386, III, do Código de Processo Penal. 3. Apelação não provida. (TRF-3 - ApCrim: 
00047221320134036108 SP. DATA:05/02/2020) 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 487 
 
CESPE - 2004 - Polícia Federal - Escrivão da Polícia Federal. 
Rui, mediante grave ameaça exercida com emprego de arma de fogo, subtraiu o aparelho 
celular e o relógio de César. Nessa situação, Rui praticou crime de roubo, que é um crime 
complexo, porque dois tipos penais caracterizam uma única descrição legal de crime. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
O roubo é classificado doutrinariamente como crime complexo, pois resulta da fusão de 
dois outros delitos. Seu ponto de partida é o crime de furto, ao qual o legislador agregou 
elementares, relativas ao modo de execução, que o tornam especialmente mais grave. Em 
verdade, o roubo é a soma dos crimes de furto e de lesão corporal leve (CP, art. 155 + art. 
129, caput), quando praticado com violência à pessoa (própria ou imprópria, como veremos 
adiante), ou então de furto e de ameaça (CP, art. 155 + art. 147), se cometido com emprego 
de grave ameaça90 - Para Rogério Sanches Cunha é furto (155, CP) + constrangimento ilegal 
(146, CP). 
 
89 Direito penal / Cleber Masson. – 13 ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. 
90 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020 
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100 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 488 
 
CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-PB - Delegado de Polícia Civil. 
O roubo perpetrado contra diversas vítimas em um único evento, estando comprovados os 
desígnios autônomos do autor do fato, configura concurso formal impróprio. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Concurso formal, ou ideal, é aquele em que o agente, mediante uma única conduta, pratica 
dois ou mais crimes, idênticos ou não. Destacam-se dois requisitos: unidade de conduta e 
pluralidade de resultados. A unidade de conduta somente se concretiza quando os atos são 
realizados no mesmo contexto temporal e espacial. 
Divide-se o concurso formal, ainda, em perfeito e imperfeito. 
Perfeito, ou próprio, é a espécie de concurso formal em que o agente realiza a conduta 
típica, que produz dois ou mais resultados, sem agir com desígnios autônomos. Desígnio 
autônomo, ou pluralidade de desígnios, é o propósito de produzir, comum a única conduta, 
mais de um crime. É fácil concluir, portanto, que o concurso formal perfeito ou próprio 
ocorre entre crimes culposos, ou então entre um crime doloso e um crime culposo. 
Imperfeito, ou impróprio, é a modalidade de concurso formal que se verifica quando a 
conduta dolosa do agente e os crimes concorrentes derivam de desígnios autônomos. 
Portanto, envolve crimes dolosos, qualquer que seja sua espécie (dolo direto ou dolo 
eventual) [...] No que diz respeito ao concurso formal impróprio ou imperfeito, o art. 70, 
caput, 2.ª parte, do Código Penal consagrou o sistema do cúmulo material. Tal como no 
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101 
concurso material, serão somadas as penas de todos os crimes produzidos pelo agente - 
MASSON91. 
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, 
idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma 
delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, 
entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes 
resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 489 
 
CESPE / CEBRASPE - 2022 - MPE-AC - Promotor de Justiça Substituto. 
Amanda estava em um ponto de ônibus, quando foi surpreendida por um indivíduo que, 
munido de arma de fogo, subtraiu-lhe a bolsa mediante grave ameaça. Após garantir a posse 
dos pertences da vítima, o agente, ainda se valendo da arma de fogo, constrangeu-a a 
fornecer a senha de seu cartão bancário, a fim de sacar dinheiro de sua conta-corrente, e, em 
seguida, fugiu. 
Nessa situação hipotética, de acordo com a jurisprudência dos tribunais superiores, o agente 
criminoso praticou roubo e extorsão, em concurso formal. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Em uma análise preliminar, no roubo, o núcleo do tipo é “subtrair”, ao passo que na extorsão 
a ação nuclear é “constranger”. E daí desponta uma relevante consequência: se o bem for 
subtraído, o crime será sempre de roubo, mas, se a própria vítima o entregar ao agente, o 
delito poderá ser de roubo ou de extorsão. Estará caracterizado o crime de extorsão quando, 
para a obtenção da indevida vantagem econômica pelo agente, for imprescindível a 
 
91 Direito penal / Cleber Masson. – 14 ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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102 
colaboração da vítima. No roubo, por seu turno, a atuação do ofendido é dispensável. Na 
extorsão, a vítima possui opção entre entregar ou não o bem, de modo que sua colaboração é 
fundamental para o agente alcançar a indevida vantagem econômica – MASSON92. 
Conforme se extrai do enunciado, estamos diante de dois delitos: Roubo e extorsão em 
concurso. 
No concurso material há pluralidade de condutas e pluralidade de resultados. O agente, 
por meio de duas ou mais condutas, pratica dois ou mais crimes, pouco importando se os 
fatos ocorreram ou não no mesmo contexto fático. 
No concurso formal há unidade de conduta e pluralidade de resultados, ou seja: a) uma só 
ação ou omissão; b) prática de dois ou mais crimes. 
Percebe-se que teve a ação de subtrair a bolsa da vítima e, após a subtração, o agente pratica 
nova conduta de constranger a vítima a fornecer a senha bancária para efetuar saques de 
valores. Portanto, roubo e extorsão em concurso material de crimes. 
Assim posicionou o STJ: 
Há concurso material entre o crime de roubo e extorsão quando o agente, após 
subtrair bens da vítima, mediante o emprego de violência ou grave ameaça, a 
constrange a entregar o cartão bancário e a respectiva senha para sacar dinheiro da 
sua conta corrente. Teses do STJ. Ed. 51. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 490 
 
CESPE - 2018 - Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal. 
Sílvio, maior e capaz, entrou em uma loja que vende aparelhos celulares, com o propósito de 
furtar algum aparelho. A loja possui sistema de vigilância
eletrônica que monitora as ações 
das pessoas, além de diversos agentes de segurança. Sílvio colocou um aparelho no bolso e, 
ao tentar sair do local, um dos seguranças o deteve e chamou a polícia. Nessa situação, está 
 
92 Direito penal / Cleber Masson. – 13.ª ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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103 
configurado o crime impossível por ineficácia absoluta do meio, uma vez que não havia 
qualquer chance de Sílvio furtar o objeto sem que fosse notado. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
A existência de sistema de vigilância por câmeras ou agentes de segurança em 
supermercados e estabelecimentos comerciais torna mais difícil, mas não impossível, a 
consumação de furtos ali praticados. O agente pode burlar a vigilância e retirar o bem da 
esfera de disponibilidade da vítima. Caracteriza-se, portanto, a tentativa. Para o Supremo 
Tribunal Federal: “Na hipótese em que o sistema de vigilância não inviabiliza, mas apenas 
dificulta a consumação do crime de furto, não há que falar na incidência do instituto do crime 
impossível por ineficácia absoluta do meio”. É também o entendimento consolidado na 
Súmula 567 do Superior Tribunal de Justiça: Sistema de vigilância realizado por 
monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no interior de 
estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime de 
furto – MASSON.93 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 491 
 
CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo. 
O delito de roubo é crime de concurso necessário, também conhecido como plurissubjetivo. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
 
93 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020 
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104 
Crimes plurissubjetivos, plurilaterais ou de concurso necessário: são aqueles em que o 
tipo penal reclama a pluralidade de agentes, que podem ser coautores ou partícipes, 
imputáveis ou não, conhecidos ou desconhecidos, e inclusive pessoas em relação às quais já 
foi extinta a punibilidade. [...] O roubo é crime comum (pode ser praticado por qualquer 
pessoa) e e unissubjetivo, unilateral ou de concurso eventual (cometido normalmente por 
uma só pessoa, nada obstante seja possível o concurso de agentes) – MASSON94 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 492 
 
CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo. 
A subtração, para si ou para outrem, de energia elétrica não constitui crime de furto, por 
ausência de previsão legal expressa. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a 
quatro anos, e multa. 
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno. 
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a 
pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena 
de multa. 
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor 
econômico. 
Gabarito: ERRADO. 
 
94 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 
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105 
QUESTÃO 493 
 
Banca Coluna Criminal. 
A subtração, para si ou para outrem, de energia elétrica é classificado pela doutrina como 
crime permanente. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
No Brasil a jurisprudência atualmente adota a teoria da amotio. O furto se consuma com a 
inversão da posse do bem. Como já decidido pelo Supremo Tribunal Federal: 
“Para a consumação do furto, é suficiente que se efetive a inversão da posse, ainda que a 
coisa subtraída venha a ser retomada em momento imediatamente posterior. Jurisprudência 
consolidada do Supremo Tribunal Federal”. HC 114.329/RS, rel. Min. Roberto Barroso, 1.ª 
Turma, j. 01.10.2013 
O Superior Tribunal de Justiça compartilha deste entendimento: 
 “Consuma-se o crime de furto com a posse de fato da res furtiva, ainda que por breve espaço 
de tempo e seguida de perseguição ao agente, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou 
desvigiada”. REsp 1.524.450/RJ, rel. Min. Nefi Cordeiro, 3.ª Seção, j. 14.10.2015. 
Cuida-se de crime material: somente se consuma com a efetiva diminuição patrimonial da 
vítima. Além disso, em regra é crime instantâneo, pois se aperfeiçoa em momento 
determinado, sem continuidade no tempo. Excepcionalmente, porém, o furto será crime 
permanente (exemplos: subtração de energia elétrica), autorizando a prisão em flagrante a 
qualquer tempo, enquanto não encerrada a permanência – MASSON.95 
Gabarito: CERTO. 
 
 
 
 
95 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020 
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106 
QUESTÃO 494 
 
CESPE / CEBRASPE - 2020 - MPE-CE - Analista Ministerial - Direito. 
Situação hipotética: Maria, de sessenta e oito anos de idade, e Teresa, de cinquenta e quatro 
anos de idade, são irmãs e residem no mesmo endereço. Na ocasião de uma festividade 
familiar, Teresa se aproveitou de um descuido de Maria e acabou por subtrair-lhe a bolsa. 
Assertiva: Nos termos do Código Penal, o processamento do crime de furto praticado por 
Teresa dependerá de representação de Maria. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
No art. 181 do Código Penal estão arroladas as causas de imunidade penal absoluta, ou 
impunibilidade absoluta, também chamadas de escusas absolutórias, imunidades materiais, 
condições negativas de punibilidade ou causas pessoais de exclusão da pena. Por sua vez, o 
art. 182 do Estatuto Repressivo elenca as chamadas imunidades relativas ou processuais. 
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em 
prejuízo: 
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; 
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou 
natural. 
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é 
cometido em prejuízo: 
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; 
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; 
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. 
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores: 
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107 
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça 
ou violência à pessoa; 
II - ao estranho que participa do crime. 
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 495 
 
FGV - 2021 - PC-RN - Delegado de Polícia Civil Substituto. 
Wesley havia alugado um apartamento parcialmente mobiliado e, após o encerramento do 
contrato de locação, chamou Sidney, seu amigo, que nunca havia estado no imóvel, para 
ajudá-lo com a retirada de seus pertences. Durante a mudança, Wesley garantiu a Sidney que 
a televisão que se encontrava na sala era de sua propriedade e deveria ser retirada, embora 
Wesley tivesse ciência de que o aparelho pertencia ao proprietário do imóvel. Ao perceber a 
situação, o proprietário do imóvel registrou boletim de ocorrência contra Wesley e Sidney. 
Na situação narrada, apenas Wesley responderá por furto, pois Sidney agiu em erro de tipo 
provocado por terceiro, sendo atípica sua conduta. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Estabelece o art. 20, § 2.º, do Código Penal: “Responde pelo crime o terceiro que 
determina o erro”. Cuida-se da hipótese na qual quem pratica a conduta tem uma falsa 
percepção da realidade no que diz respeito aos elementos constitutivos do tipo penal em 
decorrência da atuação de terceira pessoa, chamada de agente provocador. O agente não 
erra por conta própria (erro espontâneo), mas sim de forma provocada, isto é, determinada 
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por outrem. O provocado (que no caso seria “Sidney”), nesse caso, ficará impune, sendo 
escusável seu erro – MASSON96. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 496 
 
FGV - 2021 - PC-RN - Agente e Escrivão. 
Durante uma festa de confraternização, Bartolomeu escuta Fred, o dono da residência, 
comentar que havia perdido um valioso cordão de ouro. No meio da festa, ao se abaixar para 
amarrar o sapato, Bartolomeu nota que o cordão que Fred disse ter perdido está embaixo do 
sofá, e o pega para si sem ser notado. Nessas condições, a conduta de Bartolomeu configura 
crime de apropriação de coisa achada. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina MASSON97: Quanto à coisa perdida (res desperdicta), o art. 169, parágrafo único, 
inciso II, do Código Penal contempla um crime específico, denominado “apropriação de coisa 
achada”, aplicável a “quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou 
parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à 
autoridade competente, dentro no prazo de quinze dias”. É importante ressaltar, porém, que 
uma coisa somente pode ser classificada como perdida quando se situa em local 
público ou de uso público. Logo, pratica furto aquele que vai à residência de uma 
pessoa, encontra e se apodera de um bem que estava sendo por ela procurado. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
 
96 Direito penal / Cleber Masson. – 14. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
97 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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109 
QUESTÃO 497 
 
INSTITUTO AOCP - 2021 - PC-PA - Delegado de Polícia Civil. 
Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem mediante emprego de 
violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à perseguição imediata 
ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou 
desvigiada. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Súmula 582 do STJ - Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem 
mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em 
seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo 
prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada. (SÚMULA 582, TERCEIRA SEÇÃO, 
julgado em 14/09/2016, DJe 19/09/2016). 
Gabarito: CERTO. 
 
 
QUESTÃO 498 
 
MPE-RJ - 2022 - MPE-RJ - Promotor de Justiça Substituto. 
A consumação do roubo prescinde da posse desvigiada do bem subtraído mediante violência 
ou grave ameaça; a do latrocínio, morta a vítima, prescinde da subtração do bem. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
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Súmula 582 do STJ: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem 
mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em 
seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo 
prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada. (TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 
14/09/2016, DJe 19/09/2016). 
Súmula 610 do STF: Há crime de latrocínio quando o homicídio se consuma, ainda que 
não realize o agente a subtração de bens da vítima. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 499 
 
FGV - 2021 - DPE-RJ - Defensor Público. 
Conforme súmula do STJ, é viável a incidência do privilégio do Art. 155, §2º, do Código Penal, 
em hipóteses de furto qualificado, sejam as qualificadoras de caráter objetivo ou subjetivo. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Súmula 511 do STJ - É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art. 
155 do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a 
primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem 
objetiva. (SÚMULA 511, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 11/06/2014, DJe 16/06/2014). 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÃO 500 
 
FGV - 2021 - DPE-RJ - Defensor Público. 
Conforme jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, no furto simples, o 
reconhecimento do privilégio do Art. 155, §2º, do Código Penal, é um direito subjetivo do 
acusado, de modo que se exige à sua configuração dois únicos requisitos de natureza 
objetiva, consubstanciados na primariedade do acusado e no pequeno valor da coisa furtada. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
1. Para o reconhecimento do crime de furto privilegiado - direito subjetivo do réu -, a norma 
penal exige a conjugação de dois requisitos objetivos, consubstanciados na primariedade e 
no pequeno valor da coisa furtada que, na linha do entendimento pacificado neste Superior 
Tribunal de Justiça, não deve ultrapassar o valor do salário-mínimo vigente à época dos 
fatos. 2. É indiferente que o bem furtado tenha sido restituído à vítima, pois o critério legal 
para o reconhecimento do privilégio é somente o pequeno valor da coisa furtada. (AgRg no 
REsp 1785985/SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 
03/09/2019, DJe 09/09/2019). 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 501 
 
FGV - 2021 - DPE-RJ - Defensor Público. 
Conforme jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, para o reconhecimento da 
qualificadora do rompimento de obstáculo/arrombamento e escalada no crime de furto, se 
prescinde da realização de exame pericial, ainda que fosse possível fazê-lo à época, desde 
que sua substituição possa se dar por outros meios probatórios. 
 
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112 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
1. O reconhecimento da qualificadora de rompimento de obstáculo exige a realização de 
exame pericial, o qual somente pode ser substituído por outros meios probatórios quando 
inexistirem vestígios, o corpo de delito houver desaparecido ou as circunstâncias do crime 
não permitirem a confecção do laudo. 2. Ainda que a presença da circunstância qualificadora 
esteja em consonância com a prova testemunhal colhida nos autos, mostra-se imprescindível 
a realização de exame de corpo de delito, nos termos do art. 158 do CPP. (...) (STJ. 6ª Turma. 
AgRg no REsp 1814051/RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 07/11/2019). 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 502 
 
FGV - 2021 - DPE-RJ - Defensor Público. 
Conforme jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a causa de aumento de pena 
relativa à prática do crime de furto durante o repouso noturno (Art. 155, §1º, do Código 
Penal) não se configura quando o crime é cometido em estabelecimento comercial ou 
residência desabitada. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
1. Para a configuração da circunstância majorante do § 1º do art. 155 do Código Penal, basta que a 
conduta delitiva tenha sido praticada durante o repouso noturno, dada a maior precariedade da 
vigilância e a defesa do patrimônio durante tal período e, por consectário, a maior probabilidade de 
êxito na empreitada criminosa, sendo irrelevante o fato das vítimas não estarem dormindo no 
momento do crime, ou, ainda, que tenha ocorrido em estabelecimento comercial ou em via pública, 
dado que a Lei não faz referência ao local do crime. (STJ; AgRg-AREsp 1.746.597; Proc. 
2020/0214669-5; SP; Quinta Turma; Rel. Min. Ribeiro Dantas; Julg. 17/11/2020; DJE 23/11/2020). 
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A causa especial de aumento de pena do furto cometido durante o repouso noturno pode se 
configurar mesmo quando o crime é cometido em estabelecimento comercial ou residência 
desabitada, sendo indiferente o fato de a vítima estar, ou não, efetivamente repousando. HC 
191.300/MG, rel. Min. Laurita Vaz, 5.ª Turma, j. 12.06.2012 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 503 
 
CESPE / CEBRASPE - 2021 - Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal. 
Na hipótese da prática de furto a residência, se a vítima não se encontrava no local e os 
autores desconheciam o fato de que ela era idosa, não se aplica a agravante relativa à vítima 
ser idosa. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou 
qualificam o crime: 
II - ter o agente cometido o crime: 
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida. 
3. Por se tratar de agravante de natureza objetiva, a incidência do art. 61, II, “h”, do CP 
independe da prévia ciência pelo réu da idade da vítima, sendo, de igual modo, 
desnecessário perquirir se tal circunstância, de fato, facilitou ou concorreu para a prática 
delitiva, pois a maior vulnerabilidade do idoso é presumida. 
4. Hipótese na qual não se verifica qualquer nexo entre a ação do paciente e a condição de 
vulnerabilidade da vítima, pois o furto qualificado pelo arrombamento à residência ocorreu 
quando os proprietários não se encontravam no imóvel, já que a residência foi escolhida 
de forma aleatória, sendo apenas um dos locais em que o agente praticou furto em 
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continuidade delitiva. De fato, os bens subtraídos poderiam ser de propriedade de qualquer 
pessoa, nada indicando a condição de idoso do morador da casa invadida. 
5. Configurada a excepcionalidade da situação, deve ser afastada a agravante relativa 
ao crime praticado contra idoso, prevista no art. 61, II, ‘h’, do Código Penal. (HC 
593.219/SC, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 25/08/2020, DJe 
03/09/2020). 
Gabarito: CERTO. 
 
 
QUESTÃO 504 
 
VUNESP - 2020 - EBSERH - Advogado. 
O crime de roubo tem pena aumentada (CP, art. 157, § 2° e 2° A) se a vítima está em serviço 
de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou 
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de 
resistência: 
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: 
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. 
Ensina MASSON: A finalidade desta causa de aumento de pena é a de conceder maior 
proteção às pessoas que prestam serviços relacionados ao transporte de valores (exemplos: 
carros-fortes, office-boys, estagiários, funcionários de bancos e empresas em geral etc.), 
excluindo-se o proprietário dos bens. Em suma, incide a majorante somente quando a 
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115 
vítima estiver trabalhando com o transporte de valores alheios, e não quando realizar 
o transporte particular de seus próprios pertences. Nessa hipótese, portanto, o roubo 
desponta como crime de dupla subjetividade passiva. Há necessariamente duas vítimas: o 
titular dos valores atingidos pela subtração e a pessoa que presta o serviço de transporte 
desses valores. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 505 
 
INSTITUTO AOCP - 2022 - DPE-PR - Defensor Público. 
O Superior Tribunal de Justiça consolidou o entendimento de que o emprego de empurrão 
contra a vítima, para fins de lhe subtrair bem móvel, configura violência física apta à 
caracterização do crime de roubo. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
AGRAVO REGIMENTAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. CRIME 
CONTRA O PATRIMÔNIO. ROUBO. EMPURRÃO CONTRA A VÍTIMA. VIOLÊNCIA FÍSICA 
CARACTERIZADA. DESCLASSIFICAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. ENTENDIMENTO DO STJ. 
DECISÃO MANTIDA. 1. É inadmissível habeas corpus em substituição ao recurso próprio, 
também à revisão criminal, impondo-se o não conhecimento da impetração, salvo se 
verificada flagrante ilegalidade no ato judicial impugnado apta a ensejar a concessão da 
ordem de ofício. 2. O emprego de empurrão contra a vítima para subtração de bem 
móvel configura violência física apta à caracterização do crime de roubo. 3. Mantém-se 
integralmente a decisão agravada cujos fundamentos estão em conformidade com o 
entendimento do STJ sobre a matéria suscitada. 4. Agravo regimental desprovido. (AgRg no 
HC 618.574/SC, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, QUINTA TURMA, julgado em 
03/08/2021, DJe 06/08/2021). 
Gabarito: CERTO. 
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QUESTÃO 506 
 
FGV - 2022 - MPE-GO - Promotor de Justiça Substituto. 
Segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, tendo ocorrido a revogação do inciso 
I do §2º do Art. 157 do Código Penal, pela Lei nº 13.654/2018, o juiz da execução penal pode, 
como circunstância judicial desfavorável, valorar o emprego de arma na primeira fase da 
dosimetria e deslocar o concurso de pessoas para a terceira fase, desde que não seja 
modificado
o quantum da pena fixado na sentença. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. ROUBO. CAUSA DE AUMENTO RELATIVA AO USO DE 
ARMA BRANCA. DESLOCAMENTO PARA A PRIMEIRA FASE DA DOSIMETRIA. 
TRANSPOSIÇÃO DO CONCURSO DE AGENTES PARA A TERCEIRA ETAPA DA 
DOSIMETRIA. POSSIBILIDADE. INEXISTÊNCIA DE AGRAVAMENTO DA SITUAÇÃO DO 
RÉU. REFORMATIO IN PEJUS NÃO CONFIGURADA. PRECEDENTES. ORDEM DE HABEAS 
CORPUS CONCEDIDA DE OFÍCIO PARA AFASTAR A VALORAÇÃO NEGATIVA DAS 
CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME, POR AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO CONCRETA. [...] não há 
óbice para que seja considerado como circunstância judicial negativa, na primeira 
fase da dosimetria, o uso de arma branca, deslocando-se o concurso de agentes para a 
terceira fase, ainda que, na sentença ou no acórdão condenatório, essas circunstâncias 
tenham sido aplicadas de maneira inversa, bastando que não haja agravamento da 
pena fixada na condenação. Se, na sentença condenatória, foi reconhecida expressamente a 
incidência do concurso de pessoas, o juiz da execução penal, ao deslocar a respectiva causa 
de aumento de pena para a terceira fase da dosimetria, nada mais fez do que aplicar a regra 
do art. 157, § 2º, II, do Código Penal. Por conseguinte, não houve violação da coisa julgada 
nem da vedação da reformatio in pejus. (STJ - HC: 563969 DF 2020/0048954-7, Relator: 
Ministra LAURITA VAZ, Data de Publicação: DJ 17/12/2021). 
Gabarito: CERTO. 
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117 
QUESTÃO 507 
 
FGV - 2022 - MPE-GO - Analista Jurídico. 
Sandro foi preso em flagrante ao subtrair um pacote de macarrão, cujo valor era R$9,00, de 
um hipermercado do bairro onde morava. O Ministério Público ofereceu denúncia em face 
de Sandro, mas o magistrado rejeitou a peça acusatória, reconhecendo a incidência do 
princípio da bagatela ou insignificância. O referido princípio exclui a culpabilidade. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
O Direito Penal não pode (e nem deve) se ocupar com as condutas que não causam efetiva 
lesão nem geram perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. Esse postulado funciona como 
verdadeira causa de exclusão da tipicidade material. Trata-se, pois, de interpretação 
restritiva do tipo penal. De acordo com o Supremo Tribunal Federal, são quatro os requisitos 
objetivos que autorizam a aplicação do princípio da insignificância, a saber: a) mínima 
ofensividade da conduta do agente; b) nenhuma periculosidade social da ação; c) 
reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento; e d) inexpressividade da lesão 
jurídica provocada. Além desses requisitos de ordem objetiva, também devem ser 
considerados os requisitos subjetivos, tais como a condição econômica da vítima, o valor 
sentimental do bem e as circunstâncias da infração penal. Para o STJ também a reincidência 
habitual, além da reiteração e maus antecedentes impedem a aplicação da insignificância, 
sobretudo em crimes de furto – PIPINO e Ó Souza98. 
Este princípio, calcado em valores de política criminal, funciona como causa de exclusão da 
tipicidade (elemento do fato típico), desempenhando uma interpretação restritiva do tipo 
penal, e não a culpabilidade, como traz a assertiva. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
 
98 Luiz Fernando Rossi Pipino, Renee do Ó Souza. – 2. ed. – Rio de Janeiro: Método, 2022. 
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QUESTÃO 508 
 
Banca Coluna Criminal. 
O crime de roubo será qualificado se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma 
de fogo. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
O emprego de arma de fogo não qualifica o roubo. O emprego de arma de fogo faz com que o 
crime seja circunstanciado (aumento de pena). APENAS a lesão corporal grave e a morte 
qualifica o roubo. 
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou 
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de 
resistência: 
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): 
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo. 
Qualificadoras: 
§ 3º Se da violência resulta: 
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; 
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
 
 
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119 
QUESTÃO 509 
 
Banca Coluna Criminal. 
No roubo, se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso 
restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput, conforme alteração feita 
pela Lei nº 13.964, de 2019. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou 
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de 
resistência: 
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso 
restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 510 
 
SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Guarda Civil Municipal – adaptada. 
Towarde Lennon é considerado culpado pela prática do crime de roubo capitulado no 
Código Penal. Nos termos das normas aplicáveis, sua pena será acrescida de dois terços 
quando, entre outras hipóteses, houver concurso de duas pessoas ou violência exercida com 
arma de fogo. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
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Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou 
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de 
resistência: 
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: 
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; 
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. 
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado 
ou para o exterior; 
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade; 
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou 
isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego 
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca; 
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): 
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; 
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de 
artefato análogo que cause perigo comum. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 511 
 
Banca Coluna Criminal. 
No roubo, quando qualificado pela morte, será consumado quando o agente criminoso 
conseguir subtrair o bem da vítima. 
 
( ) Certo
( ) Errado 
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121 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina MASSON99: O roubo qualificado pela morte é também denominado de latrocínio, 
termo utilizado tradicionalmente para designar a forma mais grave do roubo, isto é, “o crime 
de matar para roubar”, ou “matar roubando”. Cuida-se de crime complexo, pois resulta da 
fusão dos delitos de roubo (crime-fim) e homicídio (crime-meio), e pluriofensivo, já que 
ofende dois bens jurídicos, quais sejam, o patrimônio e a vida humana. 
Súmula 610 do STF - Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que 
não realize o agente a subtração de bens da vítima. 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
 
 
 
 
 
99 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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122 
QUESTÃO 512 
 
CESPE - 2018 - STJ - Analista Judiciário - Judiciária. 
Tendo como referência a jurisprudência sumulada dos tribunais superiores, julgue o item a 
seguir, acerca de crimes, penas, imputabilidade penal, aplicação da lei penal e institutos. 
Na hipótese de tentativa de subtração patrimonial e morte consumada, o agente responderá 
pelo crime de latrocínio consumado. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Súmula 610 do STF - Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que 
não realize o agente a subtração de bens da vítima. 
Ensina MASSON: Tecnicamente, o correto seria tipificar a conduta como latrocínio tentado, 
uma vez que o crime contra o patrimônio (roubo) não se consumou. Todavia, o Supremo 
Tribunal Federal editou a Súmula 610: “Há crime de latrocínio, quando o homicídio se 
consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima”. Essa súmula se 
fundamenta em motivos de política criminal. Afigura-se mais justa a punição por latrocínio 
consumado, pois a vida humana está acima de interesses patrimoniais. A ideia é esta: “roube, 
mas não mate, pois se matar o latrocínio estará consumado”. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 513 
 
CESPE - 2004 - Polícia Federal - Delegado de Polícia. 
Rômulo sequestrou Lúcio, exigindo de sua família o pagamento de R$ 100.000,00 como 
resgate. Nessa situação, o crime de extorsão mediante sequestro praticado por Rômulo é 
considerado crime habitual. 
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123 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Crime habitual: É o que somente se consuma com a prática reiterada e uniforme de vários 
atos que revelam um criminoso estilo de vida do agente. Cada ato, isoladamente 
considerado, é atípico. Com efeito, se cada ato fosse típico, restaria configurado o crime 
continuado. Exemplos: exercício ilegal da medicina e curandeirismo (CP, arts. 282 e 284, 
respectivamente) - MASSON.100 
A extorsão mediante sequestro é crime formal, de consumação antecipada ou de 
resultado cortado. Consuma-se com a privação da liberdade da vítima, independentemente 
da obtenção da vantagem pelo agente. A descrição típica é cristalina nesse sentido: 
“sequestrar pessoa, com o fim de obter...”. Assim sendo, o juízo competente para seu 
processo e julgamento, a teor do art. 70, caput, do Código de Processo Penal, é o do local em 
que ocorre o sequestro do ofendido, com objetivo da obtenção da vantagem, e não no da 
entrega de eventual resgate. É suficiente ficar demonstrado que o propósito do criminoso 
era utilizar a privação da liberdade do ofendido como moeda de troca para conseguir alguma 
vantagem como condição ou preço do resgate, ainda que os sequestradores sequer consigam 
exigir o pagamento deste (desde, é claro, que se prove a intenção de fazê-lo). Aprova desta 
intenção pode ser efetuada por diversos meios, da qual é exemplo a negociação entre o 
sequestrador e os parentes da vítima, por telefone ou qualquer outro meio de comunicação. 
Se, todavia, efetivar-se o pagamento do resgate, o crime alcançará seu exaurimento, e tal 
condição deve ser sopesada pelo magistrado na dosimetria da pena-base, pois as 
consequências do crime funcionam como circunstância judicial desfavorável ao réu (CP, art. 
59, caput). A privação da liberdade da vítima há de ser mantida por tempo juridicamente 
relevante, apto a demonstrar o propósito do agente de tolher sua liberdade de locomoção. 
Anote-se que para a concretização do crime é dispensável seja a privação da liberdade 
superior a 24 horas, circunstância, inclusive, que autoriza a incidência da qualificadora 
contida no art. 159, § 1.º, do Código Penal - MASSON.101 
Gabarito: ERRADO. 
 
100 Direito penal / Cleber Masson. – 14. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020 
101
 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020 
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QUESTÃO 514 
 
CESPE / CEBRASPE - 2021 - Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal. 
Em se tratando de crime de extorsão, não se admite tentativa. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
É possível. Nada obstante seu aspecto formal, a extorsão é em regra crime plurissubsistente. 
A conduta pode ser fracionada em diversos atos, razão pela qual sua execução pode ser 
impedida por circunstâncias alheias à vontade do agente. Mas atenção para um ponto 
importante. Se a extorsão se consuma quando a vítima, depois de atacada pela violência ou 
grave ameaça, realiza o comportamento desejado pelo extorsionário, somente será correto 
falar no conatus na hipótese em que a vítima, devidamente constrangida pela violência física 
ou moral, não efetuar a conduta comissiva ou omissiva determinada pelo criminoso, por 
circunstâncias alheias à sua vontade - MASSON.102 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 515 
 
CESPE - 2014 - PGE-BA - Procurador do Estado. 
No que diz respeito aos diversos institutos previstos na parte geral do Código Penal, julgue 
os itens seguintes. 
Conforme o STF, o crime de estelionato previdenciário praticado por terceiro não 
beneficiário tem natureza de crime instantâneo de efeitos permanentes, razão por que seu 
prazo prescricional começa a fluir da percepção da primeira parcela do benefício. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
102
 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020 
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 COMENTÁRIO 
Em regra, o estelionato é crime instantâneo. Em alguns casos, porém, é possível classificá-lo 
quanto ao tempo da consumação como crime instantâneo de efeitos permanentes, ou seja, a 
consumação ocorre em um momento determinado, mas seus efeitos prolongam-se no tempo. 
É o que se dá, exemplificativamente, quando um terceiro apresenta documentos falsos, em 
favor de alguém, para fraudar o Instituto Nacional
da Seguridade Social – INSS, causando o 
recebimento indevido de benefícios previdenciários ao longo de vários meses, quiçá anos. o 
crime se consuma com a obtenção da vantagem ilícita em prejuízo alheio, isto é, no momento 
em que o sujeito recebe a primeira parcela do benefício previdenciário, nada obstante seus 
efeitos subsistam ao longo do tempo. Em razão disso, a prescrição da pretensão punitiva 
tem como termo inicial o recebimento da primeira prestação, em conformidade com a 
regra delineada pelo art. 111, inciso I, do Código Penal. Assim já se pronunciou o Supremo 
Tribunal Federal:103 
É crime instantâneo de efeitos permanentes o chamado estelionato contra a Previdência 
Social (art. 171, §3.º, do Código Penal) e, como tal, consuma-se com o recebimento da 
primeira prestação do benefício indevido, contando-se daí o prazo de prescrição da 
pretensão punitiva – MASSON.104 
Gabarito: CERTO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
103 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020 
104 HC 95.379/RS, rel. orig. Min. Ellen Gracie, red. p/ o acórdão Min. Cezar Peluso, 2.ª Turma, j.25.08.2009, noticiado no Informativo 557. E ainda: HC 
103.407/RJ, rel. Min. Joaquim Barbosa, 2.ªTurma, j. 10.08.2010, noticiado no Informativo 595; HC 91.716/PR, rel. Min. Joaquim Barbosa, 2.ªTurma, j. 
31.08.2010, noticiado no Informativo 598; e HC 82.965/RN, rel. Min. Cezar Peluso, 2.ªTurma, j. 12.02.2008. É também o entendimento do Superior 
Tribunal de Justiça: HC 48.412/SP, rel. Min. Og Fernandes, 6.ª Turma, j. 23.02.2010, noticiado no Informativo 424; REsp 689.926/PE, rel. Min. Maria 
Thereza de Assis Moura, 6.ª Turma, j. 29.09.2009, noticiado no Informativo 409; e HC121.336/SP, rel. Min. Celso Limongi (Desembargador convocado do 
TJ-SP), 6.ª Turma, j. 10.03.1009,noticiado no Informativo 386. 
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QUESTÃO 516 
 
CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-RJ - Delegado de Polícia. 
Atanagildo ofereceu ação indenizatória contra empresa concessionária de energia elétrica, 
sustentando, em sua petição inicial, a interrupção no fornecimento de eletricidade por 
diversos dias consecutivos. A fim de não realizar o pagamento de custas processuais, 
Atanagildo se declarou hipossuficiente. Contudo, logo restou demonstrado pela empresa que 
Atanagildo não era hipossuficiente, bem como que, embora realmente o fornecimento de 
energia tenha sido interrompido na região por problemas técnicos, a suposta casa de 
Atanagildo não passava de um terreno, no qual não havia construções nem sequer um 
medidor de consumo de energia. Assim, o magistrado encaminhou cópias dos documentos à 
Delegacia de Polícia da área, a fim de apurar a existência de crimes. 
Considerando-se essa situação hipotética, é correto afirmar que Atanagildo praticou conduta 
atípica. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Trata-se do estelionato judicial ou judiciário. 
A busca desordenada da prestação jurisdicional para satisfazer algum interesse pessoal, 
ainda que fundada em argumentos absurdos e completamente inadequados, não pode ser 
considerada meio fraudulento. Em síntese, não há crime naquilo que se convencionou 
chamar de “este ionato judiciário”, ainda que o agente utilize documentos falsos, cuja 
veracidade possa ser comprovada pelo magistrado, sem prejuízo da caracterização do delito 
tipificado no art. 304 do Código Penal. [...] Observou-se, inclusive, que o magistrado não 
estaria obrigado a atender os pleitos formulados na inicial. Dessa forma, diante de tais 
circunstâncias, seria incompatível a ideia de ardil ou indução em erro do julgador, uma das 
elementares para a caracterização do delito de estelionato. (...) Por sua vez, concluiu-se que o 
Direito Penal, como ultima ratio, não deve ocupar-se de questões que encontram resposta no 
âmbito extrapenal. A deslealdade processual pode ser combatida com as regras dispostas no 
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CPC, por meio da imposição de multa ao litigante de má-fé, além da possibilidade de punição 
disciplinar no âmbito do Estatuto da Advocacia.” (REsp 1.101.914/RJ, rel. Min. Maria Thereza 
de Assis Moura, 6.ª Turma, j. 06.03.2012) - MASSON105. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 517 
 
CESPE / CEBRASPE - 2022 - DPE-RS - Defensor Público. 
Por força das alterações introduzidas em 23 de janeiro de 2020 pela Lei n.º 13.964/2019, é 
exigida representação para a propositura de ação penal sobre crime de estelionato que não 
tenha sido praticado contra a administração pública, direta ou indireta, criança, adolescente, 
pessoa com deficiência mental, maior de setenta anos de idade ou incapaz. Contudo, dada a 
natureza da norma em questão, tal exigência aplica-se somente aos crimes de estelionato 
praticados a partir da data de entrada em vigor das citadas alterações. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Com a transmudação do estelionato em crime de ação penal pública condicionada à 
representação, passaram a incidir duas causas extintivas do direito de punir até então 
inaplicáveis a ele: a decadência e a renúncia. Desse modo, sob a ótica penal, as alterações 
são benéficas e, portanto, retroativas. Tendo em vista, contudo, que há também o aspecto 
processual na mudança, não se aplicam se já houve decisão transitada em julgado. No caso 
de fatos anteriores à vigência da lei (23 de janeiro de 2020), deve-se aplicar, por analogia, o 
art. 90 da Lei n. 9.099/95, que prevê, como regra transitória, a necessidade de intimar a 
vítima para se manifestar em 30 dias, a fim de esclarecer se possui interesse em ver o agente 
processado pelo crime (isto é, se oferece representação). Na jurisprudência, o tema ainda 
se mostra controvertido. De início, 5ª e 6ª Turmas do Superior Tribunal de Justiça 
divergiam, até que, reunindo-se os Ministros que as compõem por meio da 3ª Seção, 
 
105 Direito penal / Cleber Masson. – 14 ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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decidiram que a aplicação retroativa da exigência de representação no crime de estelionato 
somente caberá quando ainda não houver se dado o oferecimento de denúncia, ou seja, 
se a peça acusatória já houver sido ofertada por ocasião da entrada em vigor da Lei 
Anticrime (23-1-2020), a nova disposição não se aplicará ao caso. Adotou-se a tese de que a 
denúncia, nesse caso, constitui ato jurídico perfeito, e a representação é condição de 
procedibilidade e não de prosseguibilidade. A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal 
decidiu nesse mesmo sentido, mas a 2ª Turma da Suprema Corte adotou corrente diversa, 
na linha do que sustentamos nessa obra. Esclarece-se, por fim, que o estelionato continua 
sendo de ação penal pública incondicionada quando a vítima for: a) Administração Pública, 
direta ou indireta; b) criança ou adolescente; c) pessoa com deficiência mental; d) maior de 
70 anos de idade ou incapaz – ESTEFAM106. 
Independente da posição adotada, a assertiva está incorreta, já que a alteração irá retroagir. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
QUESTÃO 518 
 
CESPE - 2015 - MPU - Técnico do MPU. 
A respeito dos crimes contra o patrimônio, julgue o item a seguir. 
Considere que um indivíduo tenha encontrado, na rua,
um celular identificado e totalmente 
desbloqueado. Considere, ainda, que esse indivíduo tenha mantido o objeto em sua posse, 
deixando de restituí-lo ao dono. Nessa situação, só existirá infração penal se o legítimo dono 
do objeto tiver reclamado a sua posse e o objeto não lhe tiver sido devolvido. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
 
106 Direito Penal: Parte Especial – Arts. 121 a 234-C – v. 2 / André Estefam. – 9. ed. – São Paulo: SaraivaJur, 2022. 
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129 
Quanto à coisa perdida (res desperdicta), o art. 169, parágrafo único, inciso II, do Código 
Penal contempla um crime específico, denominado “apropriação de coisa achada”, aplicável 
a “quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando 
de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade 
competente, dentro no prazo de quinze dias”. É importante ressaltar, porém, que uma 
coisa somente pode ser classificada como perdida quando se situa em local público ou de uso 
público. Logo, pratica furto aquele que vai à residência de uma pessoa, encontra e se apodera 
de um bem que estava sendo por ela procurado. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 519 
 
FGV - 2021 - PC-RN - Agente e Escrivão. 
Joyce, apresentando-se como agente de viagens, em 04/02/2021, ofertou ao casal Jane e 
Marcelo pacote turístico para um cruzeiro. Eles se interessaram pela oferta e efetuaram o 
pagamento de parte do valor do pacote a título de sinal. Sem qualquer notícia nos dias 
seguintes, Jane e Marcelo tentaram entrar em contato com Joyce, mas não obtiveram êxito, 
pois o endereço e o número de telefone constantes do cartão de visitas disponibilizado eram 
falsos. Diante disso, compareceram à delegacia para registrar a ocorrência. 
Considerando o acima narrado e que o dolo inicial de Joyce restou evidenciado, o fato por ela 
praticado tipifica o crime de estelionato, que depende de representação das vítimas. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina MASSON107: O estelionato é crime patrimonial praticado mediante fraude: no lugar da 
clandestinidade, da violência física ou da ameaça intimidatória, o agente utiliza o engano ou 
 
107 HC 95.379/RS, rel. orig. Min. Ellen Gracie, red. p/ o acórdão Min. Cezar Peluso, 2.ª Turma, j.25.08.2009, noticiado no Informativo 557. E ainda: HC 
103.407/RJ, rel. Min. Joaquim Barbosa, 2.ªTurma, j. 10.08.2010, noticiado no Informativo 595; HC 91.716/PR, rel. Min. Joaquim Barbosa, 2.ªTurma, j. 
31.08.2010, noticiado no Informativo 598; e HC 82.965/RN, rel. Min. Cezar Peluso, 2.ªTurma, j. 12.02.2008. É também o entendimento do Superior 
Tribunal de Justiça: HC 48.412/SP, rel. Min. Og Fernandes, 6.ª Turma, j. 23.02.2010, noticiado no Informativo 424; REsp 689.926/PE, rel. Min. Maria 
Thereza de Assis Moura, 6.ª Turma, j. 29.09.2009, noticiado no Informativo 409; e HC121.336/SP, rel. Min. Celso Limongi (Desembargador convocado do 
TJ-SP), 6.ª Turma, j. 10.03.1009,noticiado no Informativo 386. 
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se serve deste para que a vítima, inadvertidamente, se deixe espoliar na esfera do seu 
patrimônio. A fraude consiste, portanto, na lesão patrimonial por meio de engano. 
Art. 171, § 5º Somente se procede mediante representação [...] 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 520 
 
Banca Coluna Criminal. 
Com alterações feitas pela Lei Anticrime, o estelionato passou a ser de ação penal 
condicionada a representação. Entretanto, existem casos em que são de ação penal pública 
incondicionada. Entre elas estão a prática do delito contra criança ou adolescente. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 171, § 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for 
I - a Administração Pública, direta ou indireta; 
II - criança ou adolescente; 
III - pessoa com deficiência mental; ou 
IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz. 
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Gabarito: CERTO. 
 
 
 
 
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131 
QUESTÃO 521 
 
Banca Coluna Criminal. 
No estelionato contra idoso a pena é aplicada em dobro. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Essa era a previsão. Entretanto, entrou em vigor a LEI Nº 14.155, DE 27 DE MAIO DE 2021 
que alterou o aumento de pena do delito, passando a ter a seguinte redação: 
Art. 171 § 4º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é cometido contra 
idoso ou vulnerável, considerada a relevância do resultado gravoso. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
QUESTÃO 522 
 
CESPE - 2009 - DPE-ES - Defensor Público. 
Considere a seguinte situação hipotética. 
Carlos comprou um notebook de Délcio, ciente de que o bem tinha sido objeto de furto 
praticado por Délcio. Nessa situação, se ocorrer a prescrição da pretensão punitiva do crime 
de furto, Carlos não poderá ser acusado de receptação, ainda que não prescrito este crime. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Apesar de crime acessório (pressupõe outro para sua existência), na punição da receptação 
não é necessário que se comprove a autoria do crime pretérito, nem que seu autor seja 
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punido, bastando que haja prova da ocorrência do injusto penal, consoante o disposto no § 
4°. Dispensa a instauração de inquérito policial ou processo penal quanto ao crime 
antecedente. Como vimos, apesar de divergente, prevalece ser possível que o autor do fato 
passado, previsto corno crime, seja desconhecido ou isento de pena (admite-se receptação 
de coisa produto de ato infracional). Subsiste a receptação mesmo quando extinta a 
punibilidade do crime anterior (art. 108do CP). Em suma, é prescindível que o autor do 
crime anterior seja condenado pela sua prática ou que seja conhecido. Provada a ocorrência 
do fato precedente definido como crime, o receptador poderá ser punido normalmente – 
GRECO.108 
Artigo 180, § 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor 
do crime de que proveio a coisa. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
QUESTÃO 523 
 
CESPE - 2013 - PC-BA - Delegado de Polícia. 
O dolo direto ou eventual é elemento subjetivo do delito de violação de direito autoral, não 
havendo previsão para a modalidade culposa desse crime. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
O núcleo do tipo é violar, que significa transgredir, infringir, ofender. Trata-se de crime de 
forma livre, compatível com qualquer meio de execução. Em regra, é praticado mediante 
ação (crime comissivo), mas também pode ser cometido por omissão, desde que o sujeito 
tenha o dever de agir para impedir o resultado, mas se omita dolosamente (crime omissivo 
impróprio, espúrio ou comissivo por omissão). Elemento subjetivo é o dolo. Não se admite a 
 
108 Manual de direito penal parte especial (arts. 121 ao 361) I Rogério Sanches Cunha- 8. ed.rev., ampl. e atual. JusPODIVM, 2016. 
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modalidade culposa, e também não se exige nenhuma finalidade específica. Consumação: 
Dá-se com a efetiva violação dos direitos de autor e os que lhe são conexos. Basta a 
realização da conduta, sendo prescindível a superveniência do resultado naturalístico, 
consistente na causação de prejuízo para a vítima. O crime é formal, de resultado cortado ou 
de consumação antecipada – MASSON.109 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 524 
 
Banca Coluna Criminal. 
Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou 
perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de 
culto religioso terá sua pena aumentada de um terço se houver emprego de violência. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Escarnecer é achincalhar, zombar afrontosamente, ridicularizar sarcasticamente. É 
imprescindível seja a conduta motivada pela crença ou pelo exercício de função religiosa. 
Crença religiosa é a fé, a convicção da verdade de alguma doutrina sobre a divindade ou 
poderes sobrenaturais. Função religiosa é o ministério exercido ou estado assumido por 
quem participa da celebração deum culto ou de uma organização religiosa (padre católico, 
frade, freira, sacristão, irmão-leigo, rabino judaico, pastor protestante, sacerdote budista, 
médium espírita etc.). Pouco importa que o exercente de função religiosa seja atingido no 
ofício ou fora do ofício: o que é indispensável é que o seja em razão do ofício. A ação pode ser 
praticada por meio de palavras, atos, escritos, desenhos, gestos ou qualquer meio idôneo a 
manifestar o pensamento (crime de forma livre). É elemento essencial do crime a 
publicidade do escárnio. Não basta ser o fato cometido em lugar público ou acessível ao 
público: é preciso tenha sido praticado na presença de várias pessoas (coram populo) ou à 
 
109 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020 
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vista de muitas pessoas. Caso contrário, o que se poderá identificar é o crime contra a honra. 
Se o escárnio é praticado por meio de imprensa ou radiodifusão, presume-se a publicidade. 
Não é necessário seja o fato praticado na presença da vítima. Exige-se, porém, o 
endereçamento da ofensa a uma pessoa determinada, tal como o devoto de uma religião ou 
o pastor de uma igreja, e não a grupos religiosos. Por corolário, não há crime, 
exemplificativamente, na zombaria contra católicos, protestantes, budistas, padres ou 
pastores em geral – MASSON110. 
Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; 
impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato 
ou objeto de culto religioso: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. 
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem 
prejuízo da correspondente à violência. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 525 
 
Banca Coluna Criminal. 
Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária é classificado pela doutrina como 
crime de tipo misto alternativo. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Enterro é a trasladação do cadáver, com ou sem acompanhamento por outras pessoas, para 
o lugar onde deve ser inumado. Cerimônia funerária é todo ato de assistência ou homenagem 
que se presta a um defunto. Trata-se de cerimônia secular ou civil, pois que, se tem caráter 
religioso (exemplo: missa de corpo presente), o crime será o do art. 208 do Código Penal. São 
 
110 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020 
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exemplos de cerimônias funerárias o embalsamento, o velório, as honras fúnebres junto à 
sepultura e inclusive a cremação autorizada. O tipo penal contém dois núcleos: impedir e 
perturbar. Ambos se referem ao enterro ou à cerimônia funerária. Impedir é interromper 
ou obstar o prosseguimento, enquanto perturbar é atrapalhar ou estorvar. Cuida-se de tipo 
misto alternativo: o sujeito pratica um só crime se, no mesmo contexto fático, impede e 
perturba um mesmo enterro ou cerimônia funerária. O delito pode ser praticado por 
omissão, como no caso de não fornecer o esquife, a viatura para o transporte, as chaves do 
túmulo etc – MASSON.111 
Art. 209 - Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. 
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo 
da correspondente à violência. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 526 
 
CESPE - 2019 - TJ-AM - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador. 
Júnia, de quatorze anos de idade, acusa Pierre, de dezoito anos de idade, de ter praticado 
crime de natureza sexual consistente em conjunção carnal forçada no dia do último 
aniversário da jovem. Pierre, contudo, alega que o ato sexual foi consentido. 
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item a seguir, tendo como referência aspectos 
legais e jurisprudenciais a ela relacionados. 
Caso fique comprovado o consentimento de Júnia para a prática do ato sexual, a conduta de 
Pierre será considerada atípica. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 
111 Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020 
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136 
 
 COMENTÁRIO 
Se há consentimento dos participantes da atividade sexual, não se configura o crime de 
estupro, já que Júnia completou quatorze anos na data do fato, deixando de ser absoluta a 
vulnerabilidade. 
Estupro de vulnerável: O núcleo ter, previsto pelo mencionado tipo penal, ao contrário do 
verbo constranger, não exige que a conduta seja cometida mediante violência ou grave 
ameaça. Basta, portanto, que o agente tenha, efetivamente, conjunção carnal, que poderá até 
mesmo ser consentida pela vítima, ou que com ela pratique outro ato libidinoso. Na verdade, 
esses comportamentos previstos pelo tipo penal podem ou não ter sido levados a efeito 
mediante o emprego de violência ou grave ameaça, característicos do constrangimento 
ilegal, ou praticados com o consentimento da vítima. Nessa última hipótese, a lei 
desconsidera o consentimento de alguém menor de 14 (catorze) anos, devendo o agente, 
que conhece a idade da vítima, responder pelo delito de estupro de vulnerável – GREGO.112 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 527 
 
CESPE - 2019 - TJ-AM - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador. 
Júnia, de quatorze anos de idade, acusa Pierre, de dezoito anos de idade, de ter praticado 
crime de natureza sexual consistente em conjunção carnal forçada no dia do último 
aniversário da jovem. Pierre, contudo, alega que o ato sexual foi consentido. 
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item a seguir, tendo como referência aspectos 
legais e jurisprudenciais a ela relacionados. 
Se comprovada a prática do crime, Pierre responderá
por estupro de vulnerável, haja vista a 
idade da vítima. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
112 Curso de Direito Penal: parte especial, volume III / Rogério Greco. – 14a ed. Niterói, RJ: Impetus,2017. 
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137 
 
 COMENTÁRIO 
Como mencionado na assertiva anterior, não se enquadra como vulnerável a vítima, já que 
completou quatorze anos na data do ocorrido. 
O art. 217-A do Código Penal apresenta os vulneráveis para fins sexuais. São pessoas 
consideradas incapazes para compreender e aceitar validamente atos de conotação sexual, 
razão pela qual não podem contra estes oferecer resistência. Não se fala mais em presunção 
de violência, e sim em vulnerabilidade, decorrente do incompleto desenvolvimento físico, 
moral e mental dos menores de 14 anos, pois estas pessoas ainda não estão prontas para 
participar de atividades sexuais. Nas palavras de Rogério Greco: “O tipo não está presumindo 
nada, ou seja, está tão somente proibindo que alguém tenha conjunção carnal ou pratique 
outro ato libidinoso com menor de 14 anos, bem como com aqueles mencionados no § 1.º do 
art. 217-A do Código Penal”. Antes da Lei 12.015/2009, o art.224, a, do Código Penal 
determinava a presunção de violência quando a vítima não era maior de 14 anos. No 
dia do seu décimo quarto aniversário ainda subsistia a violência ficta, ao contrário do 
que se dá nos dias atuais, em que a pessoa é vulnerável até o dia anterior aos seus 14 
anos – MASSON.113 
Súmula 593 do STJ - O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção 
carnal ou prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual 
consentimento da vítima para a prática do ato, sua experiência sexual anterior ou 
existência de relacionamento amoroso com o agente. (SÚMULA 593, TERCEIRA SEÇÃO, 
julgado em 25/10/2017, DJe 06/11/2017) 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
 
 
 
 
 
113
 Direito penal esquematizado, vol. 3 :parte especial, arts. 213 a 359-H / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014. 
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138 
QUESTÃO 528 
 
CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-PB - Delegado de Polícia Civil. 
No crime de estupro em que a vulnerabilidade decorre de deficiência mental, a 
fundamentação do juiz está vinculada à conclusão da perícia quanto ao discernimento e à 
possibilidade de resistência à prática sexual. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
No crime de estupro em que a vulnerabilidade é decorrente de enfermidade ou deficiência 
mental (art. 217-A, § 1º, do CP), o magistrado não está vinculado à existência de laudo 
pericial para aferir a existência de discernimento ou a possibilidade de oferecer resistência 
à prática sexual, desde que a decisão esteja devidamente fundamentada, em virtude do 
princípio do livre convencimento motivado. STJ. EDIÇÃO N. 151: DOS CRIMES CONTRA A 
DIGNIDADE SEXUAL – I. 
4. O magistrado singular não está vinculado às conclusões da perícia, de modo que, ainda que 
o laudo não tivesse atestado a vulnerabilidade da vítima, o que não ocorreu, a existência de 
fundamentação apta a justificar a incapacidade da ofendida de compreender o caráter ilícito 
dos fatos é suficiente para a manutenção da condenação do paciente. (STJ. AgRg no HC 
469930 / SP, DJe 17/10/2018). 
HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. INADEQUAÇÃO. ESTUPRO DE 
VULNERÁVEL. VÍTIMA MAIOR DE IDADE E PORTADORA DE ENFERMIDADE MENTAL. 
AUSÊNCIA DE LAUDO PERICIAL. VULNERABILIDADE COMPROVADA POR OUTROS MEIOS. 
POSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO. ABSOLVIÇÃO E/OU 
DESCLASSIFICAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. REVOLVIMENTO DE MATERIAL FÁTICO-
PROBATÓRIO. PROVIDÊNCIA INVIÁVEL NA VIA ELEITA. WRIT NÃO CONHECIDO. (STJ. HC 
542030 / MSHABEAS CORPUS2019/0321247-7, DJe 14/02/2020) 
Gabarito: ERRADO. 
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QUESTÃO 529 
 
CESPE - 2015 - TRE-GO - Analista Judiciário - Área Judiciária. 
Cometerá o crime de estupro a mulher que constranger homem, mediante grave ameaça, a 
com ela praticar conjunção carnal. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
O estupro é crime comum ou geral, pois pode ser cometido por qualquer pessoa, seja 
elado sexo masculino ou feminino, e também pelos transexuais. Vale destacar, porém, que na 
modalidade “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção 
carnal”, o estupro subsiste como crime próprio (ou especial), poisa lei continua a exigir a 
relação heterossexual: homem como autor e mulher como vítima. Cuida-se de crime próprio, 
e não de crime de mão própria. Com efeito, o núcleo do tipo é “constranger”, e o 
constrangimento pode ser efetuado pelo próprio autor da conjunção carnal (exemplo: o 
próprio estuprador aponta uma arma de fogo para a vítima, mandando-a tirar a roupa e 
aceitar a cópula vagínica), ou então por outra pessoa, inclusive por uma mulher (exemplo: a 
mulher aponta um revólver para a vítima, e em seguida um homem com ela mantém 
conjunção carnal) – MASSON.114 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 530 
 
MPE-SC - 2014 - MPE-SC - Promotor de Justiça - Matutina. 
Analise o enunciado da questão abaixo e assinale se ele é Certo ou Errado. 
São considerados vulneráveis, para fins sexuais, apenas menores de 14 anos, conforme 
expressamente dispõe o Código Penal Brasileiro. 
 
114 Direito penal esquematizado, vol. 3 :parte especial, arts. 213 a 359-H / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014. 
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140 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Sujeito passivo é a pessoa vulnerável, figurando nesse rol os menores de 14 anos, os 
portadores de enfermidade ou deficiência mental que não têm o necessário discernimento 
para a prática do ato, bem como aqueles que, por qualquer outra causa, não podem oferecer 
resistência – MASSON.115 
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) 
anos: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. 
§ 1º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, 
por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática 
do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 531 
 
CESPE - 2012 - TJ-AC - Técnico Judiciário - Área Judiciária. 
Considere que Antônio tenha mantido conjunção carnal consensual com Maria, de treze anos 
de idade, sem qualquer violência ou ameaça. 
Nessa situação, a conduta de Antônio, mesmo com o consenso da vítima, caracteriza o crime 
de estupro de vulnerável. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
 
115 Direito penal esquematizado, vol. 3 :parte especial, arts. 213 a 359-H / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014. 
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141 
Julgou o STJ: 
"[...] a Terceira Seção pacificou o entendimento de que a presunção de violência nos crimes 
contra os costumes cometidos contra menores de 14 (quatorze) anos, prevista na antiga 
redação do art. 224, "a", do Código Penal, possui caráter absoluto, constituindo critério 
objetivo para verificar a ausência de condições de anuir com o ato sexual. [...]" – AgRg nos 
EREsp 1435416 SC, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, TERCEIRASEÇÃO, julgado em 
22/04/2015, DJe 05/05/2015. 
1. Pacificou-se a jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça no sentido de que, 
segundo o sistema normativo em vigor após a edição da Lei n.º 12.015/09, a conjunção 
carnal ou outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos configura o crime do artigo 
217-A do Código Penal independentemente de grave ameaça ou violência (real ou 
presumida), razão pela qual tornou-se irrelevante eventual consentimento ou 
autodeterminação da vítima para a configuração do delito - AgRg no REsp 1363531 MG, Rel. 
Ministra MARIA THEREZA DE ASSISMOURA, SEXTA TURMA, julgado em 27/06/2014, DJe 
04/08/2014. 
Súmula 593 do STJ - O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção 
carnal ou prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual 
consentimento da vítima para a prática do ato, sua experiência sexual anterior ou 
existência de relacionamento amoroso com o agente. (SÚMULA 593, TERCEIRA SEÇÃO, 
julgado em 25/10/2017, DJe 06/11/2017). 
 Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 532 
 
CESPE - 2011 - PC-ES - Delegado de Polícia. 
O agente que, mediante violência, constranger mulher adulta à prática de conjunção carnal e 
ato libidinoso consistente em sexo oral responderá por dois delitos, em continuidade 
delitiva. 
 
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142 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
O estupro é crime pluriofensivo. O art. 213 do Código Penal tutela dois bens jurídicos: a 
dignidade sexual e, mais especificamente, a liberdade sexual, bem como a integridade 
corporal e a liberdade individual, pois o delito tem como meios de execução a violência à 
pessoa ou grave ameaça. 
O núcleo do tipo é “constranger”, no sentido de coagir alguém a fazer ou deixar de fazer algo. 
Consiste, em suma, no comportamento de retirar de uma pessoa sua liberdade de 
autodeterminação. Inicialmente, portanto, o estupro em muito se assemelha ao crime de 
constrangimento ilegal, definido no art. 146 do Código Penal. Todavia, o crime contra a 
liberdade sexual contém elementos especializantes (princípio da especialidade) que o 
tornam sensivelmente mais grave. Com efeito, ao contrário do que se verifica no 
constrangimento ilegal, no art. 213 do Código Penal a coação da vítima se destina a uma 
finalidade específica, representada pela conjunção carnal ou outro ato libidinoso. 
Cuida-se de tipo misto alternativo, crime de ação múltipla ou de conteúdo variado. A lei 
descreve vários núcleos, e a realização de mais de um deles em relação à mesma vítima 
configura um único delito. Entretanto, a variedade de condutas deve ser sopesada pelo 
magistrado na dosimetria da pena-base, como circunstância judicial desfavorável, com fulcro 
no art. 59, caput, do Código Penal – MASSON.116 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 533 
 
FCC - 2022 - DPE-PB - Defensor Público. 
O crime de estupro de vulnerável, conforme o Superior Tribunal de Justiça, prescinde de 
contato físico direto do réu com a vítima. 
 
 
116
 Direito penal esquematizado, vol. 3 :parte especial, arts. 213 a 359-H / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014. 
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143 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Entendemos não ser necessário o contato físico entre o agente e a vítima para efeitos de 
reconhecimento do delito de estupro, quando a conduta do agente for dirigida no sentido de 
fazer com que a própria vítima pratique o ato libidinoso, a exemplo do que ocorre quando o 
agente, mediante grave ameaça, a obriga a se masturbar. - GRECO117. 
O estupro de vulnerável se consuma com a prática de qualquer ato de libidinagem ofensivo à 
dignidade sexual da vítima. Para que se configure ato libidinoso, não se exige contato físico 
entre ofensor e vítima. Assim, doutrina e jurisprudência sustentam a prescindibilidade do 
contato físico direto do réu com a vítima, a fim de priorizar o nexo causal entre o ato 
praticado pelo acusado, destinado à satisfação da sua lascívia, e o efetivo dano à dignidade 
sexual sofrido pela ofendida. STJ. 6ª Turma. HC 478.310, Rel. Min. Rogério Schietti, julgado 
em 09/02/2021. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 534 
 
FGV - 2021 - PC-RN - Delegado de Polícia Civil Substituto. 
Maicon, 25 anos, e Maria, 13 anos, que não era mais virgem, iniciaram relacionamento 
amoroso, com a concordância dos pais da menor. Após dois meses de namoro, ainda antes do 
aniversário de 14 anos de Maria, o casal praticou relação sexual, o que ocorreu com o 
consentimento de Joana, mãe da adolescente, que, após conversar com Maicon, incentivou o 
ato sexual entre os dois como prova de amor. Tomando conhecimento do ocorrido dias 
depois, André, pai de Maria, ficou indignado com o ato sexual e registrou o fato na delegacia. 
Diante desse quadro, é correto afirmar que Maicon e Joana responderão por estupro de 
vulnerável, na forma majorada. 
 
 
117 Direito Penal: Parte Especial – Arts. 121 a 234-C – v. 2 / André Estefam. – 9. ed. – São Paulo : SaraivaJur, 2022. 
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144 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Tanto MAICON como JOANA responderam pelo crime de estupro de vulnerável (CP, art. 217-
A), na forma majorada (art. 226, I). Isto porque o crime foi cometido com o concurso de 2 
(duas) de pessoas. E, neste ponto, cabe dizer que, ao incentivar o ato sexual entre os dois 
como prova de amor, JOANA atuou como verdadeira partícipe. De qualquer forma, mesmo 
que não tivesse contribuído diretamente pela prática do crime, a mãe poderia ser 
responsabilizada pela sua condição de garante, que, nos termos do art. 13, § 2º, alínea a, do 
CP, possui o dever legal de proteção, vigilância e cuidado. 
Importante lembrar que adotamos a teoria objetivo-formal (teoria restritiva) no conceito de 
autoria. Dessa forma, será considerado autor quem pratica o NÚCLEO do tipo. Por sua vez, 
partícipe é quem de qualquer modo concorre para o crime, sem praticar o núcleo do tipo. 
Assim, Maicon está na condição de autor e Joana de partícipe (moral). 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 535 
 
MPDFT - 2021 - MPDFT - Promotor de Justiça Adjunto. 
É possível a desclassificação do crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do CP) para o de 
importunação sexual (art. 215-A, do CP), se as carícias forem por cima da roupa. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Em razão do princípio da especialidade, é descabida a desclassificação do crime de 
estupro de vulnerável (art. 217-A do Código Penal - CP) para o crime de importunação 
sexual (art. 215-A do CP), uma vez que este é praticado sem violência ou grave 
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145 
ameaça, e aquele traz ínsito ao seu tipo penal a presunção absoluta de violência ou de 
grave ameaça. Jurisprudência em teses do STJ. Edição 152. Tese 2. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 536 
 
MPDFT - 2021 - MPDFT - Promotor de Justiça Adjunto. 
Não é possível a configuração do crime de assédio sexual (Art. 216-A, do CP) entre professor 
e aluno, porque inexiste relação hierárquica ou de ascendência, inerentes ao exercício do 
emprego, cargo ou função, próprios do tipo. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
[...] É patente a aludida "ascendência", em virtude da "função" desempenhada pelo 
recorrente - também elemento normativo do tipo -, devido à atribuição que tem o professor 
de interferir diretamente na avaliação e no desempenho acadêmico do discente, contexto 
que lhe gera, inclusive, o receio da reprovação. Logo, a "ascendência" constante do tipo 
penal objeto deste recurso não deve se limitar à ideia de relação empregatícia entre as 
partes. Interpretação teleológica que se dá ao texto legal. REsp 1759135/SP, Rel. Ministro 
SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, Rel. p/ Acórdão Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA 
TURMA, julgado em 13/08/2019, DJe 01/10/2019. 
É possível a configuração do crime de assédio sexual (art. 216-A do CP) na relação 
entre professor e aluno. Jurisprudência em teses do STJ. Edição 152. Tese 5. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
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146 
QUESTÃO 537 
 
FGV - 2022 - MPE-GO - Promotor de Justiça Substituto. 
Quanto à interpretação conferida ao delito previsto no Art. 218-B, §2º, I, do Código Penal 
(“favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de criança ou 
adolescente ou de vulnerável”), é correto afirmar que a configuração do delito em questão 
não pressupõe a existência de terceira pessoa. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. 1. 
ART. 240, § 1º, DO ECA. PENA REDUZIDA NA DECISÃO MONOCRÁTICA. IMPLEMENTO DO 
PRAZO PRESCRICIONAL. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE RECONHECIDA. 2. ART. 218-B, § 2º, I, DO 
CP. ALEGADA ATIPICIDADE. NÃO VERIFICAÇÃO. AUSÊNCIA DE INTERMEDIADOR. FIGURA 
DESNECESSÁRIA. 3. AGRAVO REGIMENTAL PROVIDO EM PARTE, PARA JULGAR EXTINTA A 
PUNIBILIDADE PELO CRIME DO ART. 240 DO ECA, E PARA FIXAR O REGIME ABERTO E 
SUBSTITUIR A PENA DO ART. 218-B DO CP. 1. Reduzida a pena do crime do art. 240, § 1º, do ECA 
para 2 anos de reclusão (redação anterior à Lei n. 11.829/2008), a prescrição ocorre em 4 anos, 
nos termos do art. 109, inciso V, do CP. Dessa forma, tendo a sentença condenatória sido 
publicada em 28/5/2014 e o acórdão recorrido em 2/9/2019, tem-se o decurso do prazo 
necessário ao reconhecimento da extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva 
estatal, com relação ao referido tipo penal. 2. Quanto à alegada atipicidade do crime art. 218-
B, § 2º, I, do CP, é assente no STJ a desnecessidade da figura do terceiro intermediador 
para configurar referido tipo penal. Com efeito, "o art. 218-B, § 2º, inciso I, do Código 
Penal, na situação de exploração sexual, não exige a figura do terceiro intermediador". 
(EREsp n. 1.530.637/SP, relator Ministro Ribeiro Dantas, Terceira Seção, DJe de 17/9/2021.) 3. 
Agravo regimental a que se dá parcial provimento, para julgar extinta a punibilidade do 
recorrente com relação ao crime do art. 240, § 1º, do ECA, e para fixar o regime aberto e 
substituir a pena pelo crime do art. 218-B, § 2º, I, do CP (AgRg no AREsp 1966268 / PB, DJe 
13/06/2022). 
Gabarito: CERTO. 
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147 
QUESTÃO 538 
 
MPDFT - 2021 - MPDFT - Promotor de Justiça Adjunto. 
A incidência da causa de aumento de pena referente à condição de padrasto do autor (art. 
226, II, do CP) afasta a aplicação da agravante relativa à prevalência das relações domésticas 
em ambiente familiar (art. 61, II, “f”, do CP), sob pena de bis in idem. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 226. A pena é aumentada: 
II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, 
companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro 
título tiver autoridade sobre ela. 
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou 
qualificam o crime: 
II - ter o agente cometido o crime: 
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de 
hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica. 
Não há bis in idem na incidência da agravante genérica do art. 61, II, f, 
concomitantemente com a causa de aumento de pena do art. 226, II, ambas do CP, no 
crime de estupro. Jurisprudência em teses do STJ. Edição 152. Tese 7. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
 
 
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148 
QUESTÃO 539 
 
MPDFT - 2021 - MPDFT - Promotor de Justiça Adjunto. 
A contemplação lasciva pode tipificar o crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do CP). 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
A contemplação lasciva configura o ato libidinoso constitutivo dos tipos dos art. 213 e 
art. 217-A do CP, sendo irrelevante, para a consumação dos delitos, que haja contato 
físico entre ofensor e vítima. Jurisprudência em teses do STJ. Edição 152. Tese 7. 
Gabarito: CERTO. 
 
 
QUESTÃO 540 
 
Banca Coluna Criminal. 
Entende o STJ que o avançado estado de embriaguez da vítima, que lhe retire a capacidade 
de oferecer resistência pode, a depender do caso em analise, revelar sua vulnerabilidade e 
caracterizar o crime de estupro de vulnerável. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
O avançado estado de embriaguez da vítima, que lhe retire a capacidade de oferecer 
resistência, é circunstância apta a revelar sua vulnerabilidade e, assim, configurar a 
prática do crime de estupro previsto no § 1º do art. 217-A do Código Penal. 
Jurisprudência em teses do STJ. Edição 153. Tese 6. 
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149 
1. A indução ao consumo excessivo de bebida alcoólica pode ser utilizado como meio 
para submeter a Vítima a um estado de supressão da consciência ou de incapacidade de 
atuar conforme sua vontade, tornando-a vulnerável para os fins do art. 217-A, § 1.º, do 
Código Penal. (REsp 1775136/AC, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 
03/12/2019, DJe 17/12/2019). 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 541 
 
Banca Coluna Criminal. 
Entende o STJ que a prática de conjunção carnal contra vítima imobilizada configura o crime 
de estupro de vulnerável 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
A prática de conjunção carnal ou de atos libidinosos diversos contra vítima 
imobilizada configura o crime de estupro de vulnerável do art. 217-A, § 1º, do CP, ante 
a impossibilidade de oferecer resistência ao emprego de violência sexual. 
Jurisprudência em teses do STJ. Edição 153. Tese 5. 
1. Verifique-se que, apesar de a reprovação da violência não sofrer alteração deontológica 
significativa - ambos sendo igualmente reprováveis
e abjetos, a vítima sem potencial motor ou a 
vítima com relativo potencial motor -, é certo que, quando se encontra completamente 
imobilizada, ela está, de fato e de direito, incapacitada de oferecer resistência, completamente 
vulnerável, à revelia da sorte escolhida por seu agressor unilateralmente. 2. Se completamente 
inerte e incapaz de usar seu potencial motor (oferecer resistência) contra a violência sexual, 
haverá crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do CP). Se ainda lhe restar capacidade de 
discernir sobre a ilicitude da conduta, possibilidade de ofertar alguma resistência e não houver 
elementos biológicos incapacitantes, haverá o crime de estupro do art. 213 do CP. (REsp 
1706266/MT, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 18/10/2018, DJe 
24/10/2018). 
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150 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 542 
 
Banca Coluna Criminal. 
Nos crimes sexuais praticados contra criança e adolescente, admite-se a oitiva da vítima na 
modalidade "depoimento sem dano". 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Nos crimes sexuais praticados contra criança e adolescente, admite-se a oitiva da 
vítima por profissional preparado e em ambiente diferenciado na modalidade do 
"depoimento sem dano", prevista na Lei n. 13.431/2017, medida excepcional que 
respeita sua condição especial de pessoa em desenvolvimento. Jurisprudência em teses 
do STJ. Edição 153. Tese 13. 
4. Ainda que assim não fosse, este Superior Tribunal, na linha do entendimento externado 
pelo Tribunal a quo, tem reiteradamente decidido que, nos crimes sexuais praticados, 
em tese, contra crianças e adolescentes, a inquirição da vítima por meio de profissional 
preparado e em ambiente diferenciado, denominado "depoimento sem dano", não 
configura nulidade ou constrangimento ilegal à liberdade de locomoção do acusado. 
Precedentes. 5. Trata-se de medida excepcional, destinada a evitar que as vítimas sejam 
submetidas aos traumas da violência sexual, em tese, perpetrada pelo agressor, 
devendo prevalecer sobre a publicidade do ato processual, considerando-se, sobretudo, a 
condição peculiar das vítimas, de pessoas em desenvolvimento, nos termos do art. 227 da 
Constituição da República, c/c o art. 3º, parágrafo único, do Estatuto da Criança e do 
Adolescente (HC 244559/DF, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado 
em 07/04/2016, DJe 20/04/2016) 
Gabarito: CERTO. 
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151 
QUESTÃO 543 
 
Banca Coluna Criminal. 
Entende o STJ que o estado de sono da vítima pode caracterizar a vulnerabilidade prevista 
no art. 217-A, § 1º, do Código Penal - CP. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
O estado de sono, que diminua a capacidade da vítima de oferecer resistência, 
caracteriza a vulnerabilidade prevista no art. 217-A, § 1º, do Código Penal - CP. 
Jurisprudência em teses do STJ. Edição 151. Tese 9. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 544 
 
Banca Coluna Criminal. 
Em delitos sexuais, comumente praticados às ocultas, a palavra da vítima possui especial 
relevância, mesmo que não esteja em consonância com as demais provas acostadas aos 
autos. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Em delitos sexuais, comumente praticados às ocultas, a palavra da vítima possui 
especial relevância, desde que esteja em consonância com as demais provas acostadas 
aos autos. Jurisprudência em teses do STJ. Edição 151. Tese 2. 
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152 
4. No caso, todavia, a palavra das vítimas não foi corroborada pelos demais elementos 
colhidos durante a instrução do processo, de modo que não há provas suficientes para a 
prolação de um decreto condenatório, devendo prevalecer o princípio segundo o qual, na 
dúvida interpreta-se em favor do acusado (AgRg no AREsp 1595939/GO, Rel. Ministro 
RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 19/05/2020, DJe 27/05/2020). 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 545 
 
CESPE - 2018 - ABIN - Agente de Inteligência. 
Acerca dos crimes contra a incolumidade pública, julgue o item que se segue. 
Em se tratando dos crimes de incêndio e desabamento, admite-se a modalidade culposa. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Atendendo à regra contida no parágrafo único do art. 18 do Código Penal, determina o § 2º 
do art. 250 do mesmo diploma legal que, se o incêndio for culposo, a pena será de 
detenção, de 6(seis) meses a 2 (dois) anos. Assim, poderá o agente ter causado o incêndio em 
virtude de ter deixado de observar o seu necessário dever objetivo de cuidado, a exemplo 
daquele que, no interior de um cinema, após ter sido descoberto pelo “lanterninha”, tentou 
livrar-se do cigarro que estava fumando, -o, ainda aceso, para longe, vindo a cair em local 
onde se encontravam materiais combustíveis, fazendo eclodir o incêndio – GRECO.118 
Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de 
outrem: 
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. Incêndio culposo 
§ 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de seis meses a dois anos. 
 
118 Curso de Direito Penal: parte especial, volume III / Rogério Greco. – 14a ed. Niterói, RJ: Impetus,2017. 
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153 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 546 
 
CESPE - 2018 - ABIN - Agente de Inteligência - adaptada. 
Acerca dos crimes contra a incolumidade pública, julgue o item que se segue. 
O crime de explosão é considerado um crime de perigo abstrato. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
A explosão é crime material ou causal, e de perigo concreto. Consuma-se com a 
explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substâncias de 
efeitos análogos, desde que da conduta resulte perigo à vida, à saúde ou ao patrimônio de 
pessoas indeterminadas, o qual não se presume, devendo ser demonstrado na situação 
concreta. O bem jurídico penalmente tutelado é a incolumidade pública – MASSON.119 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
QUESTÃO 547 
 
CESPE - 2018 - ABIN - Agente de Inteligência. 
A conduta de disseminar germes patológicos com o objetivo de infectar plantas e animais 
não configura o crime de epidemia. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
 
119
 Direito penal esquematizado, vol. 3: parte especial, arts. 213 a 359-H / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014. 
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154 
O bem juridicamente penalmente protegido é a saúde pública. O objeto material é o germe 
patogênico, compreendido como o micro-organismo capaz de produzir moléstia 
infectocontagiosa, nociva à saúde humana. Exemplos: bactérias, bacilos, vírus, protozoários, 
fungos etc. O crime é comum ou geral. Pode ser cometido por qualquer pessoa,
inclusive por 
quem esteja contaminado pela moléstia infecciosa. Animais e plantas não são sujeitos 
passivos do tipo penal em análise – MASSON.120 
Ensina CUNHA121: Somente a propagação de doença humana é que configura o crime, já que 
em se tratando de enfermidade que atinja plantas ou animais, o crime será o do art. 61 da Lei 
9.605/98. 
Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à agricultura, à 
pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos: 
Pena - reclusão, de dez a quinze anos. 
§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro. 
§ 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois anos, ou, se resulta morte, de dois 
a quatro anos. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 548 
 
Quadrix - 2020 - CRO-DF - Fiscal I. 
À luz do Código Penal brasileiro, julgue o item. 
Entende‐se por charlatanismo o ato de inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou 
infalível. 
 
 
120 Direito penal esquematizado, vol. 3: parte especial, arts. 213 a 359-H / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014. 
121 Manual de direito penal parte especial (arts. 121 ao 361) I Rogério Sanches Cunha- 8. ed. rev., ampl. e atual. - Salvador: JusPODIVM, 2016. 
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155 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina MASSON122: O bem jurídico penalmente tutelado é a saúde pública. O anúncio da 
falsa cura muitas vezes acarreta a decisão de pessoas ingênuas no sentido de se 
desnecessário o auxílio médico para proceder ao tratamento convencional da doença, 
resultando em riscos para a saúde ou mesmo para a vida. Cura secreta é o tratamento de 
doença de maneira oculta, mediante a utilização de procedimentos ignorados pelas ciências 
médicas. Cura infalível, por sua vez, é o tratamento plenamente eficaz, apto a restabelecer, 
inevitavelmente, a saúde do paciente. O tipo penal contém dois núcleos: “inculcar” e 
“anunciar”. Trata-se de tipo misto alternativo, crime de ação múltipla ou de conteúdo 
variado, poiso tipo penal contém dois núcleos, e a prática de ambos, no tocante ao mesmo 
objeto material e no mesmo contexto fático, configura um único delito. Inculcar é 
aconselhar, apregoar, sugerir; anunciar é noticiar, divulgar pelos mais variados meios 
(panfletos, cartazes, rádio, televisão etc.). O crime é comum ou geral, podendo ser cometido 
por qualquer pessoa, inclusive pelos profissionais da área da saúde (médicos, enfermeiros, 
fisioterapeutas, dentistas, farmacêuticos etc.). 
Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 549 
 
Quadrix - 2020 - CRO-DF - Fiscal I. 
À luz do Código Penal brasileiro, julgue o item. 
Curandeirismo é o ato de exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista 
ou farmacêutico sem autorização legal ou excedendo‐lhe os limites. 
 
 
122 Direito penal esquematizado, vol. 3: parte especial, arts. 213 a 359-H / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014. 
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156 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina MASSON123: Curandeirismo, por seu turno, é a prática consistente no ato de 
restabelecer a saúde alheia por pessoa a quem não é atribuída função, capacidade ou 
poder para tal fim. Em regra, é realizada por indivíduo sem qualquer título ou idoneidade 
técnica ou profissional para alcançar a cura. A atividade do curandeiro não precisa ser 
completamente inovadora e totalmente falha, de modo a permitir que somente as pessoas 
menos esclarecidas possam cair no golpe. O curandeirismo é crime comum ou geral. Pode 
ser cometido por qualquer pessoa desprovida de conhecimentos médicos. Não se admite a 
modalidade culposa. Se o curandeirismo for praticado mediante remuneração, e é isto o 
que normalmente acontece, incidirá também a pena de multa. O curandeirismo é crime 
habitual. Sua consumação reclama a prática reiterada de qualquer dos atos descritos no art. 
284 do Código Penal, demonstrando um estilo de vida ilícito por parte do agente. O 
curandeirismo, além de reclamar a habitualidade, é também crime formal, de 
consumação antecipada ou de resultado cortado. Consuma-se com a prática repetida de 
qualquer dos comportamentos descritos pelo tipo penal, pouco importando se sobrevém 
dano ou prejuízo a alguém. 
Art. 284 - Exercer o curandeirismo: 
I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância; 
II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio; 
III - fazendo diagnósticos: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica também 
sujeito à multa. 
A questão retrata o tipo do artigo 282: 
 
123 Direito penal esquematizado, vol. 3: parte especial, arts. 213 a 359-H / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014. 
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157 
Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou 
farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 550 
 
CESPE - 2018 - ABIN - Agente de Inteligência. 
Os tipos penais definidos como incitação ao crime e apologia de crime são espécies de crimes 
contra a paz pública. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina MASSON124: O bem jurídico penalmente protegido é a paz pública, ou seja, o 
sentimento coletivo de paz e segurança assegurado pela ordem jurídica. Nenhum crime 
ou seu autor, ainda que seja nobre o motivo determinante, pode ser publicamente exaltado. 
O ato de louvar, de público, um crime (sempre estúpido) ou o invulgar malfeitor é 
inaceitável, pois apresenta-se como uma perigos a sugestão a pessoas já propensas à 
delinquência ou facilmente insinuáveis a enveredar pelo caminho da ilicitude. O núcleo do 
tipo é “fazer” apologia, no sentido de elogiar, louvar, enaltecer, exaltar fato criminoso ou 
autor de crime. Como a lei se refere a “fato criminoso” – cuja definição pode se encontrar no 
Código Penal ou na legislação extravagante –, a apologia de contravenção penal (ou de seu 
autor), e também de comportamentos meramente imorais (ou de seu autor), constitui-se em 
fato atípico, em face da ausência de elemento constitutivo do tipo. Cuida-se de crime 
formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado: consuma-se no instante em 
que o agente faz, publicamente (crime de perigo comum), apologia de fato criminoso ou de 
 
124 Direito penal esquematizado, vol. 3: parte especial, arts. 213 a 359-H / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014 
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158 
autor de crime, criando situação de perigo à paz pública (crime de perigo abstrato), 
mediante o sentimento de insegurança transmitido à coletividade, proporcionado pela 
probabilidade da prática de novos delitos. É indiferente, contudo, se outras pessoas repetem 
ou não o fato criminoso enaltecido pelo sujeito ativo – grifamos. 
Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime: 
Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 551 
 
CESPE - 2018 - ABIN - Agente de Inteligência. 
No caso de três ou mais pessoas associarem-se com a intenção de cometer um único assalto 
a banco, estará configurado o crime de associação criminosa. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina MASSON125: O núcleo do tipo é “associarem-se”, ou seja, aliarem-se, reunirem-se, 
congregarem-se três ou mais pessoas para o fim específico de cometer crimes. A união 
estável e permanente é a nota característica que diferencia a associação criminosa do 
concurso de pessoas (coautoria ou participação) para a prática de delitos em geral. No art. 
288 do Código Penal é imprescindível o vínculo associativo, revestido de estabilidade 
e permanência, entre seus integrantes. Em outras palavras, o acordo ilícito entre três ou 
mais pessoas deve versar sobre uma duradoura, mas não necessariamente perpétua, atuação 
em comum, no sentido da realização de crimes indeterminados ou somente ajustados quanto 
à espécie, que pode ser de igual natureza ou homogênea (exemplo: furtos), ou ainda de 
natureza diversa ou heterogênea (exemplo: furtos, estelionatos e apropriações indébitas), 
mas nunca no tocante à quantidade. Exemplo: cinco pessoas se unem, sem previsão de data 
 
125 Direito penal esquematizado, vol. 3: parte especial, arts. 213 a 359-H / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014 
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159 
para a dissolução do agrupamento, visando a concretização de furtos de automóveis no 
estado do Ceará. Ausente esse vínculo associativo, a união de três ou mais indivíduos para 
a prática de um ou mais crimes caracteriza o concurso de pessoas (coautoria ou 
participação), nos moldes do art. 29, caput, do Código Penal. Exemplo: cinco pessoas se 
reúnem para furtar dois automóveis em Salvador. Alcançado o objetivo, os veículos são 
vendidos, reparte-se o dinheiro arrecadado e os sujeitos retornam cada um às suas vidas. Na 
associação criminosa, pouco importa se os delitos para os quais foi constituída venham ou 
não a ser praticados. Em outras palavras, o crime tipificado no art. 288 do Código Penal é de 
natureza formal, consumando-se coma simples associação estável e permanente de três ou 
mais pessoas para a prática de crimes, ainda que no futuro nenhum delito seja efetivamente 
realizado. Por sua vez, afasta-se a punição do concurso de pessoas na hipótese em que, nada 
obstante a reunião de dois ou mais indivíduos em busca de um fim comum, não se dá causa, 
no mínimo, a um crime tentado. Em outras palavras, a punibilidade do concurso de pessoas 
pressupõe a prática de atos de execução por no mínimo um dos envolvidos na empreitada 
criminosa. É o que se convencionou chamar de participação impunível, descrita no art. 31 do 
Código Penal: “O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa 
em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado”. O art. 288, 
caput, do Código Pena uti izou a pa avra “crimes” em sentido t cnico, razão pe a qua 
o agrupamento de três ou mais pessoas para o fim de cometer contravenções penais 
não enseja o reconhecimento da associação criminosa. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 552 
 
CESPE - 2018 - ABIN - Oficial de Inteligência. 
A associação de pessoas para a prática de determinada infração penal caracteriza 
organização criminosa se houver estrutura organizada, hierarquia e divisão de tarefas entre 
os agentes, independentemente do número de associados ou do crime praticado pelo grupo. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
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160 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina MASSON126: A associação criminosa é delito comum ou geral: pode ser praticado por 
qualquer pessoa, independentemente de especial situação fática ou jurídica. O crime estará 
caracterizado tanto para aqueles que se reuniram ab initio como para as pessoas que 
ingressaram no agrupamento ilícito após a sua efetiva constituição. Desponta também como 
crime plurissubjetivo, plurilateral ou de concurso necessário, pois o tipo penal reclama 
a pluralidade de indivíduos para a sua caracterização. E, no âmbito dessa classificação, 
constitui-se em crime de condutas paralelas, uma vez que os diversos sujeitos (ao menos 
três) auxiliam-se, mutuamente, com o objetivo de produzirem o mesmo resultado, qual seja, 
a união estável e permanente especificamente voltada à prática de crimes. 
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a 
participação de criança ou adolescente. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 553 
 
Banca Coluna Criminal. 
O crime de constituir milícia privada é crime de elevado potencial ofensivo, incompatível 
com os benefícios elencados pela Lei 9.099/1995 e tem como objeto de proteção a paz 
pública. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
 
126 Direito penal esquematizado, vol. 3: parte especial, arts. 213 a 359-H / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014 
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161 
Ensina MASSON127: O bem jurídico protegido pelo art.288-A do Código Penal é a paz 
pública, ou seja, o sentimento coletivo de paz e tranquilidade assegurado pela ordem 
jurídica. Organização paramilitar é uma associação civil, desvinculada do Estado, armada e 
com estrutura análoga às instituições militares, que utiliza táticas e técnicas policiais ou 
militares para alcançar seus objetivos. Milícia particular é o agrupamento armado e 
estruturado de civis –inclusive com a participação de militares fora das suas funções – com a 
pretensa finalidade de restaurar a segurança em locais controlados pela criminalidade, em 
face da inoperância e desídia do Poder Público. Grupo de extermínio é a associação de 
matadores, composta de particulares e muitas vezes também por policiais autointitulados de 
“justiceiros”, que buscam eliminar pessoas deliberadamente rotuladas como perigosas ou 
inconvenientes aos anseios da coletividade. Em face da pena cominada –reclusão, de 4 
(quatro) a 8 (oito) anos –, a constituição milícia privada é crime de elevado potencial 
ofensivo, incompatível com os benefícios elencados pela Lei 9.099/1995. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 554 
 
Quadrix - 2018 - CRM-PR - Advogado. 
Acerca dos crimes contra a fé pública e a Administração Pública, julgue o item. 
O bem jurídico tutelado no crime de fraudes em certames de interesse público não é a fé 
pública, mas sim a Administração Pública, em seus aspectos material e moral. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina MASSON128:
Diante das inúmeras falcatruas cometidas em provas e concursos, 
causadas pela péssima (ou nenhuma) fiscalização promovida pelo Estado e pelo 
desvirtuamento de conduta dos responsáveis pela promoção dos certames em geral, o 
 
127 Direito penal esquematizado, vol. 3: parte especial, arts. 213 a 359-H / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014 
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162 
legislador agiu às pressas e aproveitou-se de um projeto de lei em vias de aprovação para 
nele incluir o crime ora previsto no art. 311-A do Código Penal. O bem jurídico penalmente 
tutelado é a fé pública, no tocante à lisura, à impessoalidade, à moralidade, à isonomia, à 
probidade e à credibilidade depositadas nos certames de interesse público, notadamente em 
face do seu caráter sigiloso. Tais características asseguram a todos os interessados, e 
também à coletividade, a garantia da disputa de vagas em igualdade de condições, 
possibilitando a escolha dos mais capacitados unicamente pelo mérito, de forma 
democrática e em sintonia com os anseios da sociedade. 
Também ensina GRECO129: A fé pública é o bem juridicamente protegido pelo tipo 
penal que prevê o delito de fraudes em certames de interesse público. Objeto material são 
todas as informações de conteúdo sigiloso, utilizadas ou divulgadas indevidamente pelo 
agente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do 
certame. 
ATENÇÃO: A QUADRIX entende ser crime contra administração pública. Caso sua banca seja 
esta, aconselho a marcar como certo a resposta “administração pública”. 
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou 
de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: 
I - concurso público 
II - avaliação ou exame públicos 
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; 
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa 
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de 
pessoas não autorizadas às informações mencionadas no caput 
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
 
129 Curso de Direito Penal: parte especial, volume III / Rogério Greco. – 14a ed. Niterói, RJ: Impetus, 2017. 
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163 
§ 3º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por funcionário público. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 555 
 
CESPE - 2018 - MPE-PI - Analista Ministerial - Área Processual. 
Considerando a jurisprudência dos tribunais superiores no que se refere a ação penal 
pública e privada, a crimes contra a fé pública e a crimes contra a ordem tributária, julgue o 
item seguinte. 
É indispensável o lançamento definitivo do tributo para a tipificação dos crimes materiais 
contra a ordem tributária. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina MASSON130: O crime contra a ordem tributária é de natureza material ou causal, 
reclamando para sua consumação a supressão ou redução do tributo. Por sua vez, o delito 
definido no art. 293 do Código Penal é formal, de consumação antecipada ou de resultado 
cortado, aperfeiçoando-se com a realização da conduta legalmente descrita, 
independentemente da produção de prejuízo a alguém. 
Julgou o STJ: 
Consoante recente orientação jurisprudencial do egrégio Supremo Tribunal Federal, seguida 
por esta Corte, eventual crime contra a ordem tributária depende, para sua 
caracterização, do lançamento definitivo do tributo devido pela autoridade 
administrativa. O crime de descaminho, por também possuir natureza tributária, eis que 
tutela, dentre outros bens jurídicos, o erário público, deve seguir a mesma orientação, já que 
pressupõe a existência de um tributo que o agente logrou êxito em reduzir ou suprimir 
(iludir) HC 109.205/PR, rel. Min. Jane Silva, 6.ªTurma, j. 02.10.2008. 
 
130
 Direito penal esquematizado, vol. 3: parte especial, arts. 213 a 359-H / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014 
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164 
Nesse contexto, a constituição definitiva do crédito tributário no âmbito administrativo 
funciona como condição objetiva de punibilidade. 
Gabarito: CERTO. 
 
 
QUESTÃO 556 
 
FGV - 2022 - PC-AM - Delegado de Polícia. 
Quanto ao crime de descaminho, cuidando-se de crime formal, mostra-se irrelevante o 
pagamento do tributo. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ao contrário do que ocorre com o delito de contrabando (art. 334-A), no descaminho não há 
proibição de importação ou exportação da mercadoria. O agente, no entanto, ilude, ou seja, 
tenta se livrar, enganar, fraudar, total ou parcialmente, do pagamento de direito ou imposto 
que, normalmente, recairia sobre a mercadoria, devido pela entrada, pela saída, ou pelo seu 
consumo, almejando, dessa forma, lucrar com seu comportamento que, consequentemente, 
traz prejuízo não somente ao erário público, como também às demais pessoas (físicas ou 
jurídicas) que importam ou exportam as mercadorias com fins comerciais e que efetuam 
corretamente o pagamento de direito ou imposto, fazendo com que ocorra uma desigualdade 
no valor final dessas mercadorias. Trata-se de um crime, portanto, em que o agente tem por 
finalidade burlar a fiscalização tributária, objetivando deixar de levar a efeito o pagamento o 
tributo que era devido. 
O STJ, reconhecendo a natureza formal do delito de descaminho, decidiu: 
“O aresto objurgado alinha-se a entendimento pacificado neste Sodalício no sentido de que o 
delito de descaminho é formal, se configurando com o simples ato de iludir o pagamento do 
imposto devido pela entrada de mercadoria no país, não sendo a constituição definitiva do 
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165 
crédito tributário, pois, condição de procedibilidade para a ação penal” (STJ, AgRg no AREsp 
773.535/ES, Rel. Min. Jorge Mussi, 5ª T., DJe 29/06/2016) - GRECO131. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 557 
 
FGV - 2022 - PC-AM - Delegado de Polícia. 
O princípio da insignificância é admitido na doutrina e na jurisprudência em relação ao 
delito de descaminho. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
O princípio da insignificância tem sido aplicado por nossos Tribunais Superiores à infração 
penal tipificada no art. 334 do diploma repressivo, conforme se verifica na seguinte decisão: 
“Para crimes de descaminho, considera-se, para a avaliação da insignificância, o patamar de 
R$ 20.000,00, previsto no art. 20 da Lei nº 10.522/2002, atualizado pelas Portarias 75 e 
130/2012 do Ministério da Fazenda. Precedentes” (STF, HC 120.617/PR, 1ªT., Rel.ª Min.ª Rosa 
Weber, julg. 4/2/2014) - GRECO132. 
Gabarito: CERTO.
131 Direito penal / Cleber Masson. – 10 ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. 
132 Direito penal / Cleber Masson. – 10 ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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166 
QUESTÃO 458 
 
CESPE - 2010 - ABIN - Oficial Técnico de Inteligência - Área de Direito l. 
Com base nos delitos em espécie, julgue os próximos itens. 
Um agente que tenha adquirido cinco cédulas falsas de R$ 50,00 com o intuito de introduzi-
las no comércio local deve responder pelo tipo de moeda falsa, visto que, nessa situação, não 
se aplica o princípio da insignificância como causa excludente de tipicidade. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina MASSON133: O princípio da insignificância –causa supralegal de exclusão da tipicidade 
– não é admitido na seara dos crimes contra a fé pública, aí incluindo se a moeda falsa, 
ainda que a contrafação ou alteração recaia sobre moedas metálicas ou papéis-moeda de 
ínfimo valor. 
A Turma indeferiu habeas corpus em que condenado pela prática do delito previsto no art. 
289, § 1.º, do CP – por guardar em sua residência duas notas falsas no valor de R$ 50,00 – 
pleiteava a aplicação do princípio da insignificância. (…) Enfatizou-se, ademais, que o bem 
violado seria a fé pública, a qual é um bem intangível e que corresponde à confiança que a 
população deposita em sua moeda, não se tratando, assim, da simples análise do valor 
material por ela representado. STF- HC 96.153/MG. 
Gabarito: CERTO. 
 
 
 
 
 
 
133
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QUESTÃO 559 
 
CESPE - 2009 - SEAD-SE (FPH) - Procurador. 
Acerca dos crimes contra a fé pública, julgue os itens subsequentes. 
É atípica a conduta de quem restitui à circulação cédula recolhida pela administração pública 
para ser inutilizada. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com fragmentos de 
cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para 
o fim de restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização; restituir à circulação 
cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos para o fim de inutilização: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a doze anos e multa, se o crime é cometido 
por funcionário que trabalha na repartição onde o dinheiro se achava recolhido, ou nela tem 
fácil ingresso, em razão do cargo. 
Ensina MASSON134: O art. 290 do Código Penal constitui-se em tipo misto alternativo, 
crime de ação múltipla ou de conteúdo variado. Estará caracterizado um único delito quando 
o agente realizar mais de uma conduta no tocante ao mesmo objeto material (cédula, nota ou 
bilhete). Exemplo: “A” forma uma cédula com fragmentos de cédulas verdadeiras e, em 
seguida, a coloca em circulação. Contudo, será forçoso o reconhecimento do concurso de 
crimes (tipo misto cumulativo) quando o agente praticar duas ou mais conduta sem relação 
a objetos diversos. Exemplo: “A” forma uma cédula com fragmentos de cédulas verdadeiras, 
e também suprime sinal indicativo de inutilização de cédula já recolhida, para o fim de 
restituí-la à circulação. Os crimes tipificados no art. 290 do Código Penal ofendem interesses 
da União. Encaixam-se, portanto, na competência da Justiça Federal, nos moldes do art. 109, 
inc. IV, da Constituição Federal. 
 
134
 Direito penal esquematizado, vol. 3: parte especial, arts. 213 a 359-H / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014 
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168 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 560 
 
CESPE - 2015 - TRE-GO - Analista Judiciário - Área Judiciária. 
No que se refere aos crimes contra o patrimônio, contra a dignidade sexual e contra a fé e a 
administração públicas, julgue o item que se segue. 
Cometerá o delito de falsidade ideológica o médico que emitir atestado declarando, 
falsamente, que determinado paciente está acometido por enfermidade. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Trata-se de um tipo penal específico. 
Ensina GREGO135: O delito de falsidade de atestado médico vem tipificado no art. 302. 
Cuida-se, in casu, de uma modalidade especializada de falsidade ideológica, punida 
menos severamente. De acordo com a redação típica do delito em estudo, podemos apontar 
os seguintes elementos que se configuram na infração penal: a) a conduta de dar o médico; 
b) no exercício de sua profissão; c) atestado falso. O núcleo dar é utilizado pelo texto legal no 
sentido de entregar, fornecer, produzir. Na verdade, é um misto de confecção e entrega, ou 
seja, o médico elabora o atestado e o entrega ao solicitante. Tratando-se de crime próprio, 
somente o médico poderá ser sujeito ativo do delito tipificado no art. 302 do Código 
Penal. O sujeito passivo é o Estado, bem como aquelas pessoas (físicas ou jurídicas) que, de 
alguma forma, foram prejudicadas com o comportamento praticado pelo sujeito ativo. 
Consuma-se o delito com a efetiva entrega do atestado falso pelo médico, 
independentemente de ser ele utilizado pelo solicitante. Tratando-se de crime 
plurissubsistente, torna-se possível o raciocínio correspondente à tentativa, embora essa 
seja difícil de ocorrer. 
 
135 Curso de Direito Penal: parte especial, volume III / Rogério Greco. – 14a ed. Niterói, RJ: Impetus, 2017. 
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169 
Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso: 
Pena - detenção, de um mês a um ano. 
Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 561 
 
FGV - 2022 - PC-AM - Delegado de Polícia. 
Quanto ao crime de falsidade ideológica, não é possível a configuração do delito na 
modalidade crime omissivo. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou 
nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de 
prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a 
três anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, se o documento é particular. 
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do 
cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a 
pena de sexta parte. 
1.ª conduta – O núcleo do tipo é “omitir”, no sentido de deixar de inserir ou não fornecer 
a declaração que devia constar em documento público ou privado. Trata-se, nessa hipótese, 
de crime omissivo próprio ou puro, pois a lei descreve
uma conduta negativa, um deixar 
de fazer. Exemplo: “A”, ao celebrar compromisso de compra e venda de imóvel de sua 
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170 
propriedade e receber como sinal determinada quantia em dinheiro, deixa de mencionar a 
existência de hipoteca incidente sobre o bem - MASSON136. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
QUESTÃO 562 
 
CESPE - 2016 - TCE-PA - Auditor de Controle Externo - Procuradoria. 
No que concerne aos crimes em espécie, julgue o item seguinte. 
Particular que apresentar em seu trabalho atestado médico falso, com assinatura e carimbo 
de médico inexistente, responderá pelo crime de falsidade ideológica, na modalidade do uso. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina GREGO137: Depois de incriminar a falsificação de diversos documentos, públicos e 
particulares, o legislador volta sua atenção ao uso de tais papéis. Com efeito, tão criminoso 
quanto a falsificação documental, material ou ideológica, é o uso do documento falso. 
É com o uso que o documento falso vai exercer a função malévola a que se destina. Cuida-se 
de crime remetido, pois sua conduta típica se remete aos arts.297 a 302 do Código Penal. É 
também delito acessório (de fusão ou parasitário), pois não tem existência autônoma, 
reclamando a prática de crime anterior. De fato, somente se pode falar em uso de documento 
falso quando um documento foi objeto de prévia falsificação. Além disso, o art. 304 do 
Código Penal constitui-se em norma penal embranco ao avesso, pois o preceito secundário 
não estabelece a pena cominada ao delito, sendo necessária a complementação por outras 
normas penais. Nesse contexto, o art. 304 do Código Penal submete à mesma pena o 
falsificador e o usuário, igualando a gravidade da falsificação e do uso do documento falso. 
Em compasso com a regra aplicável aos crimes contra a fé pública, o documento falsificado 
 
136 Direito penal / Cleber Masson. – 10 ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. 
137 Curso de Direito Penal: parte especial, volume III / Rogério Greco. – 14a ed. Niterói, RJ: Impetus, 2017. 
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171 
ou alterado deve ostentar potencialidade lesiva. Em outras palavras, é indispensável seja 
idôneo a ludibriar as pessoas em geral. A falsificação grosseira, perceptível ictu oculi, afasta a 
falsidade documental e, por corolário, o uso de documento falso, em face de ausência de 
potencialidade de dano à fé pública. 
Deste modo, trata-se de crime próprio, não se enquadrando na falsidade ideológica. 
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os 
arts. 297 a 302: 
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 563 
 
CESPE / CEBRASPE - 2020 - MPE-CE - Analista Ministerial - Direito. 
No crime de favorecimento pessoal, a prestação de auxílio por irmão do criminoso configura 
hipótese de redução de pena. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é 
cominada pena de reclusão: 
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. 
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão: 
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa. 
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do 
criminoso, fica isento de pena. 
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172 
Ensina MASSON138: O bem jurídico penalmente tutelado é a Administração da Justiça, 
relativamente à eficiência da atuação das autoridades públicas responsáveis pela persecução 
penal. Busca-se impedir a criação de obstáculos no combate ao crime, pois as pessoas em 
geral se de um lado não têm a obrigação legal de colaborar com a justiça, de outro lado 
também não podem dificultar suas atividades. O núcleo do tipo é “auxi iar”, conjugado à 
expressão “a subtrair-se”: pune-se a conduta de quem idoneamente ajuda o autor de crime 
a fugir, esconder-se ou de qualquer modo evitar a ação da autoridade pública. Não é 
necessário que o autor de crime esteja sendo perseguido ou procurado pela 
autoridade pública no momento em que o auxílio lhe é prestado. Basta a possibilidade 
de vir a fazê-lo, a qual é inquestionável justamente em decorrência da prática do delito. Nos 
termos do art. 348, § 2.º, do Código Penal: “Se quem presta o auxílio é ascendente, 
descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento depena”. Cuida-se de escusa 
absolutória, imunidade penal material ou absoluta, causa de impunibilidade absoluta, 
condição negativa de punibilidade ou causa pessoal de exclusão da pena. O favorecimento 
pessoal inter proximos está amparado nos laços de afeto que unem os membros de uma 
mesma família. O fundamento da opção legislativa é indiscutível: não há como obrigar, ainda 
que juridicamente, uma pessoa a negar auxílio ao seu cônjuge ou a familiar próximo. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 564 
 
CESPE - 2020 - MPE-CE - Técnico Ministerial. 
Ana, servidora do MP/CE, aproveitou-se do acesso que sua função pública lhe permitia para 
se apropriar de valores do órgão. Durante o inquérito policial, preocupada com eventual 
condenação, Ana ofereceu vantagem pecuniária a uma amiga que não exerce função pública, 
para prestar depoimento falso em seu favor, a qual assim o fez. 
Nessa situação hipotética, a conduta de Ana ao oferecer dinheiro para que a amiga mentisse 
não caracteriza crime de corrupção ativa. 
 
 
138 Direito penal esquematizado, vol. 3: parte especial, arts. 213 a 359-H / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014 
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173 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
No crime de corrupção ativa o sujeito passivo é o Estado, bem como, secundariamente, o 
funcionário público, diferentemente do que ocorre na assertiva, onde o sujeito passivo é 
particular. A servidora será enquadrada no tipo do art. 343 do CP. 
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, 
perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade 
em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação: 
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa. 
A doutrina e jurisprudência convencionaram chamar este crime de corrupção ativa de 
testemunha ou perito, até mesmo pela sua íntima ligação com o crime de falso testemunho 
ou falsa perícia, definido no art. 342 do Código Penal. Esta nomenclatura é, inclusive, a 
adotada pelo Supremo Tribunal Federal. Trata-se de tipo misto alternativo, crime de ação 
múltipla ou de conteúdo variado. Se o agente praticar dois ou mais verbos, em relação à 
mesma testemunha ou perito e no mesmo contexto fático, há um único crime. A corrupção 
ativa de testemunha ou perito é crime de forma livre, pois pode ser cometido por qualquer 
meio: escrito, oral, gestos etc. Elemento subjetivo é o dolo, acrescido de um especial fim de 
agir (elemento subjetivo específico), consistente na intenção de efetuar o suborno para que a 
testemunha, perito, contador, tradutor ou
intérprete faça afirmação falsa, negue ou cale a 
verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação. Não se admite a 
modalidade culposa. O crime é formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado. 
Consuma-se com a prática da conduta dedar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer 
outra vantagem. No entanto, exige-se, contudo, que o comportamento ilícito chegue ao 
conhecimento da testemunha ou perito (em sentido amplo) – MASSON.139 
Gabarito: CERTO. 
 
 
 
 
139 Direito penal esquematizado, vol. 3: parte especial, arts. 213 a 359-H / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014 
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174 
QUESTÃO 565 
 
FGV - 2022 - MPE-BA - Estagiário de Direito. 
Os delitos de corrupção ativa e passiva constituem exceção à teoria monista, porquanto 
descrevem conduta bilateral em tipos penais diversos. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Diz o ditado popular que se existe o corrupto é sinal de que também existe o corruptor. 
Embora, em muitos casos, prevaleça a sabedoria popular, verificaremos que isso não ocorre, 
sempre, com o crime de corrupção, seja ela passiva ou mesmo ativa. Conforme esclarece 
Hungria: 
“A corrupção nem sempre é crime bilateral, isto é, nem sempre pressupõe (em qualquer de 
suas modalidades) um pactum sceleris. Como a corrupção passiva já se entende consumada 
até mesmo na hipótese de simples solicitação, por parte do intraneus, da vantagem indevida, 
ainda que não seja atendida pelo extraneus, assim também a corrupção ativa se considera 
consumada com a simples oferta ou promessa de vantagem indevida por parte do extraneus, 
pouco importando que o intraneus a recuse.” HUNGRIA, Nélson. Comentários ao código 
penal, v. IX, p. 429 - GRECO140. 
“Não há bilateralidade entre os crimes de corrupção passiva e ativa, uma vez que estão 
previstos em tipos penais distintos e autônomos, são independentes e a comprovação de um 
deles não pressupõe a do outro.” (HC 306397/DF, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, QUINTA 
TURMA, Julgado em 24/02/2015,DJE 06/04/2015). 
Gabarito: CERTO. 
 
 
 
140 Curso de Direito Penal: parte geral, volume I / Rogério Greco. – 19. ed. – Niterói, RJ: Impetus, 2017. 
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175 
QUESTÃO 566 
 
CESPE - 2020 - MPE-CE - Técnico Ministerial. 
Ana, servidora do MP/CE, aproveitou-se do acesso que sua função pública lhe permitia para 
se apropriar de valores do órgão. Durante o inquérito policial, preocupada com eventual 
condenação, Ana ofereceu vantagem pecuniária a uma amiga que não exerce função pública, 
para prestar depoimento falso em seu favor, a qual assim o fez. 
Nessa situação hipotética, a amiga de Ana deverá responder pelo crime de falso testemunho, 
deixando o fato de ser punível se, antes da sentença, ela declarar a verdade. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina GRECO141: O § 2º do art. 342 do Código Penal, com a redação determinada pela Lei nº 
10.268, de 28 de agosto de 2001, assevera que o fato deixa de ser punível se, antes da 
sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a 
verdade. Assim, como diz o mencionado parágrafo, a retratação deverá ser levada a efeito 
no processo em que o falso foi cometido, sempre antes da prolação da sentença, após o 
que já não mais será possível a retratação, mesmo que tal fato seja levado em consideração 
para efeito de modificação da decisão por meio de recurso ao Tribunal competente para sua 
apreciação, podendo, no entanto, ser beneficiado com a aplicação da circunstância atenuante 
prevista no art. 65, III, b, do Código Penal. Quando a lei menciona sentença, o faz em sentido 
amplo, podendo tanto ser a proferida pelo juízo de primeiro grau quanto pelo colegiado, 
oportunidade em que será reconhecida como acórdão. Assim, nos processos de competência 
originária dos Tribunais, a retratação deverá ser levada a efeito antes da prolação do 
acórdão. 
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, 
contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, 
ou em juízo arbitral: 
 
141 Curso de Direito Penal: parte especial, volume III / Rogério Greco. – 14a ed. Niterói, RJ: Impetus, 2017. 
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Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa 
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o 
agente se retrata ou declara a verdade. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 567 
 
CESPE - 2020 - MPE-CE - Técnico Ministerial. 
Ana, servidora do MP/CE, aproveitou-se do acesso que sua função pública lhe permitia para 
se apropriar de valores do órgão. Durante o inquérito policial, preocupada com eventual 
condenação, Ana ofereceu vantagem pecuniária a uma amiga que não exerce função pública, 
para prestar depoimento falso em seu favor, a qual assim o fez. 
Nessa situação hipotética, Ana deve ser responsabilizada pelo crime de apropriação indébita, 
com aumento de pena correspondente ao dano ao patrimônio público. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Responderá por peculato. 
Ensina GRECO142: O chamado peculato-apropriação encontra-se no rol dos delitos 
funcionais impróprios, haja vista que, basicamente, o que o especializa em relação ao delito 
de apropriação indébita, previsto pelo art. 168 do Código Penal, é o fato de ser praticado por 
funcionário público, em razão do cargo. A conduta praticada pelo funcionário público, isto é, 
pelo intraneus, em virtude da quebra ou abuso da confiança nele depositada pela 
Administração Pública, sofre um juízo de reprovação em muito superior àquele que é levado 
a efeito contra o particular (extraneus), conforme se verifica nas penas cominadas às duas 
infrações penais, uma vez que para o delito de peculato prevê a lei penal uma pena de 
reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa, enquanto para a apropriação indébita a pena 
 
142 Curso de Direito Penal: parte especial, volume III / Rogério Greco. – 14a ed. Niterói, RJ: Impetus, 2017. 
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é de reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. A conduta núcleo, portanto, constante da 
primeira parte do art. 312 do Código Penal, é o verbo apropriar, que deve ser entendido no 
sentido de tomar como propriedade, tomar para si, apoderar-se indevidamente de dinheiro, 
valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse ou a detenção 
(embora o artigo só faça menção expressa àquela), em razão do cargo. Aqui, o agente inverte 
o título da posse, agindo como se fosse dono, vale dizer, com o chamado animus rem sibi 
habendi. Não importa, ainda, a natureza do objeto material, isto é, se público ou privado. 
Assim, pratica o delito de peculato o funcionário público que se apropria tanto de um bem 
móvel pertencente à Administração Pública quanto de outro bem, de natureza particular, 
que se encontrava temporariamente
apreendido ou mesmo guardado. 
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem 
móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em 
proveito próprio ou alheio: 
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 568 
 
FGV - 2022 - Prefeitura de Manaus - AM - Advogado. 
Sem ter acesso direto ao valor em espécie, determinado prefeito desvia grande soma de 
recursos público de empresas públicas municipais, utilizando o valor para custear sua 
campanha de reeleição. 
Considerando que as empresas públicas gozam de autonomia administrativa e financeira, é 
correto afirmar que o prefeito praticou peculato-desvio. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
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Governador do Estado que desvia grande soma de recursos públicos de empresas estatais, 
utilizando esse dinheiro para custear sua campanha de reeleição, pratica o crime de 
peculato- desvio. As empresas estatais gozam de autonomia administrativa e financeira. 
Mesmo assim, pode-se dizer que o Governador tem a posse do dinheiro neste caso? É 
possível. Isso porque a posse necessária para configuração do crime de peculato deve ser 
compreendida não só como a disponibilidade direta, mas também como disponibilidade 
jurídica, exercida por meio de ordens. 
Configura o crime de peculato-desvio o fomento econômico de candidatura à reeleição 
por Governador de Estado com o patrimônio de empresas estatais. STJ. 5ª Turma. REsp 
1.776.680-MG, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 11/02/2020 – Dizer o Direito143. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 569 
 
FGV - 2022 - Prefeitura de Manaus - AM – Advogado - adaptada. 
Em relação ao crime de peculato-desvio, é correto afirmar que o mero proveito econômico é 
suficiente para tipificar o crime. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 312 do CP - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem 
móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em 
proveito próprio ou alheio: 
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
A segunda parte do art. 312 do Código Penal prevê o peculato-desvio. Aqui, o agente não 
atua com animus rem sibi habendi, ou seja, não atua no sentido de inverter a posse da coisa, 
agindo como se fosse dono, mas sim desvia o dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, 
 
143 Dizer o Direito / Márcio André, informativo 666 do STJ. 
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179 
em proveito próprio ou alheio. Conforme esclarece Noronha: “Desviar é desencaminhar e 
distrair. É a destinação diversa que o agente dá à coisa, em proveito seu ou de outrem. Ao invés 
do destino certo e determinado do bem de que tem a posse, o agente lhe dá outro, no interesse 
próprio ou de terceiro, já que, se for em proveito da própria administração, não poderá haver 
desvio de verba. Tal proveito pode ser material (como se o funcionário empresta o dinheiro que 
deve ter sob sua guarda, percebendo, então, os juros) ou moral (quando, p. ex., o empréstimo de 
dinheiro é sem juros, visando o funcionário a recompensa de outra natureza).” – GRECO144. 
Julgou o STJ: O mero proveito econômico não é suficiente para tipificar o crime de 
peculato-desvio, é necessário que o agente pratique alguma conduta voltada ao desvio 
de verbas públicas. STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 144.053-RJ, Rel. Min. Jesuíno Rissato 
(Desembargador Convocado Do TJDFT), Rel. Acd. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 
19/10/2021. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 570 
 
CESPE / CEBRASPE - 2020 - SEFAZ-AL - Auditor Fiscal da Receita Estadual. 
Com relação a aspectos do direito penal, julgue o item a seguir. 
Funcionário público que é responsável pela fiscalização da entrada e saída de mercadorias 
no estado e deliberadamente não verifica o correto pagamento do imposto devido comete o 
crime de descaminho. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou 
descaminho (art. 334): 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. 
 
144 Curso de Direito Penal: parte especial, volume III / Rogério Greco. – 14a ed. Niterói, RJ: Impetus, 2017. 
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180 
Ensina MASSON145: O funcionário público que facilita o contrabando ou descaminho 
responde pelo crime mais grave, tipificado no art. 318 do Código Penal, justamente em 
razão da sua condição funcional, a qual torna mais reprovável a conduta por ele praticada. O 
núcleo do tipo é “facilitar”, isto é, auxiliar, tornar mais fácil, simplificara prática do 
contrabando ou descaminho. Essa facilitação pode ser realizada por ação (retirando 
obstáculos legalmente existentes) ou por omissão (deixando de criar obstáculos previstos 
em lei). Cuida-se de crime próprio ou especial, assim como os demais delitos funcionais. 
Nada obstante, não pode ser cometido por qualquer funcionário público, mas somente por 
aquele dotado do especial dever funcional de impedir o contrabando ou o descaminho. Isto 
porque o tipo penal contém a expressão “com infração de dever funcional”. Com efeito, se a 
conduta for realizada por qualquer outra pessoa, seja particular, seja um outro funcionário 
público que não tenha a obrigação de inviabilizar o contrabando ou descaminho, a ela será 
imputado o crime previsto no art. 334 do Código Penal (contrabando ou descaminho), na 
condição de partícipe. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 571 
 
CESPE - 2019 - DPE-DF - Defensor Público. 
Com relação aos delitos tipificados na parte especial do Código Penal, julgue o item 
subsecutivo. 
Segundo o STJ, a previsão legal do crime de desacato a funcionário público no exercício da 
função não viola o direito à liberdade de expressão e de pensamento previstos no Pacto de 
São José da Costa Rica. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
 
145 Direito penal esquematizado, vol. 3: parte especial, arts. 213 a 359-H / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014 
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181 
Todo funcionário público, do mais humilde ao mais graduado, representa o Estado, agindo 
em seu nome e em seu benefício, buscando sempre a consecução do interesse público. 
Consequentemente, no exercício legítimo do seu cargo, o agente público deve estar 
protegido contra investidas violentas ou ameaçadoras. Esta é a razão da criação do crime de 
desacato pelo art. 331 do Código Penal – MASSON.146 
“(…) 1. Consoante entendimento pacificado pela Terceira Seção desta Corte Superior, no 
julgamento do HC n. 379.269/MS, desacatar funcionário público no exercício da função ou 
em razão dela continua a ser crime, conforme previsto no art. 331 do Código Penal – CP, não 
havendo que falar em ofensa ao direito à liberdade de expressão, prevista em Tratado 
Internacional de Direitos Humanos. Precedentes (STJ, AgRg no REsp 1791198/RO, Rel. Min. 
Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, DJe 09/04/2019). 
Gabarito:
CERTO. 
 
QUESTÃO 572 
 
CESPE - 2019 - PRF - Policial Rodoviário Federal. 
Em uma rodovia federal, próxima à fronteira do Brasil com o Paraguai, um caminhão foi 
parado e vistoriado por policiais rodoviários federais. Além do motorista e de um passageiro, 
o veículo transportava, ilegalmente, grande quantidade de mercadoria lícita de procedência 
estrangeira, mas sem o pagamento dos devidos impostos de importação. O motorista, 
penalmente imputável e proprietário do caminhão, admitiu a propriedade dos produtos. O 
passageiro, que se identificou como servidor público alfandegário lotado no posto de 
fiscalização fronteiriço pelo qual o veículo havia passado para adentrar no território 
nacional, alegou desconhecer a existência dos produtos no caminhão e que apenas pegou 
carona com o motorista. 
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item a seguir. 
A conduta do motorista configura crime de descaminho em sua forma consumada, ainda que 
não tenha havido constituição definitiva do crédito tributário e a ocorrência de efetivo 
prejuízo ao erário. 
 
146 Direito penal esquematizado, vol. 3: parte especial, arts. 213 a 359-H / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014 
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182 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
No descaminho, destaca-se o interesse patrimonial do Estado, em face do prejuízo na 
arrecadação dos tributos devidos. De acordo com as lições de Luiz Regis Prado: “A 
consumação do delito de descaminho se perfaz com a liberação da mercadoria pela 
alfândega. Caso o delito seja perpetrado em outro local, estase realiza, na modalidade de 
exportação, quando a mercadoria transpõe alinha de fronteira do território nacional, 
enquanto, na hipótese de importação, a consumação se dá no momento em que o produto 
ingressa no país, ainda que se encontre nos limites da zona fiscal.” - GRECO147 
 
“O aresto objurgado alinha-se a entendimento pacificado neste Sodalício no sentido de que o 
delito de descaminho é formal, se configurando com o simples ato de iludir o pagamento do 
imposto devido pela entrada de mercadoria no país, não sendo a constituição definitiva do 
crédito tributário, pois, condição de procedibilidade para a ação penal” (STJ, AgRg no AREsp 
773.535/ES, Rel. Min. Jorge Mussi, 5ª T., DJe 29/06/2016) 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 573 
 
Quadrix - 2018 - CRM-PR - Advogado. 
Acerca dos crimes contra a fé pública e a Administração Pública, julgue o item. 
O crime de prevaricação, previsto no artigo 319 do Código Penal, é classificado como crime 
funcional impróprio, pois somente pode ser praticado por quem ostente a qualidade de 
funcionário público. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
147 Curso de Direito Penal: parte especial, volume III / Rogério Greco. – 14a ed. Niterói, RJ: Impetus, 2017 
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183 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina MASSON148: Prevaricação é a infidelidade ao dever de ofício, à função exercida. É o 
não cumprimento pelo funcionário público das obrigações que lhe são inerentes, em razão 
de ser guiado por interesses ou sentimentos próprios. A prevaricação somente pode ser 
praticada pelo funcionário público. Trata-se de crime de mão própria, de atuação pessoal 
ou de conduta infungível, pois a execução da conduta criminosa não pode ser delegada a 
outra pessoa. Não admite coautoria, mas somente participação. 
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra 
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 574 
 
FGV - 2021 - PC-RN - Delegado de Polícia Civil Substituto. 
João, fiscal de um Município do Estado Alfa, passava por uma rua de comércio popular com a 
família, quando seu filho avistou um comerciante vendendo balões de personagens infantis e 
insistiu que queria um. João, então, se dirigiu ao vendedor e exigiu que ele lhe desse o balão 
pretendido pelo filho, que estava sendo vendido para outro casal, dizendo que trabalhava 
para a Prefeitura e que, se não fosse atendido, chamaria a guarda municipal para apreender 
os objetos e lavrar o auto próprio. Ao proceder da forma narrada, João praticou, em tese, a 
conduta tipificada como concussão. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
 
148 Direito penal esquematizado, vol. 3: parte especial, arts. 213 a 359-H / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014 
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184 
Ensina MASSON149: A concussão é crime em que o funcionário público, valendo-se do 
respeito ou mesmo receio que sua função infunde, impõe à vítima a concessão de vantagem a 
que não tem direito. Há violação da probidade do funcionário público e abuso da 
autoridade ou poder de que dispõe. O bem jurídico primordialmente tutelado é a 
Administração Pública, especialmente no campo do seu prestígio, da moralidade e da 
probidade administrativa. No entanto, também se protegem, mediatamente, o patrimônio e a 
liberdade individual do particular prejudicado pela conduta criminosa. Estamos diante, pois, 
de um crime pluriofensivo. A vantagem indevida há de beneficiar o próprio funcionário 
público ou então terceira pessoa. A lei é clara nesse sentido, pois se utiliza da expressão 
“para si ou para outrem”. Em síntese, não há concussão quando a vantagem indevida 
aproveita à própria Administração Pública, podendo falar, nesse caso, em excesso de exação 
(CP, art. 316, § 1.º), desde que a vantagem indevida se constitua em tributo ou contribuição 
social. 
 Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função 
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
Gabarito: CERTO. 
 
 
QUESTÃO 575 
 
FGV - 2022 - PC-AM - Delegado de Polícia. 
Determinado ocupante de cargo público indicou duas servidoras para o exercício de cargos 
em comissão. Valendo-se da posição hierárquica, desde a data da investidura de cada uma 
delas, o agente passou a exigir, para si, vantagem mensal indevida, à ordem de R$ 2.000,00. 
Referido comportamento foi reiterado 49 vezes, alcançando o valor total de R$ 146.000,00. 
Os pagamentos ocorriam mediante envelopes depositados sobre a mesa de trabalho do 
acusado ou mediante transferências bancárias, com manutenção de rigoroso controle por 
parte do agente, que mantinha contracheque das servidoras e caderno de registro de 
créditos. 
 
149 Direito penal esquematizado, vol. 3: parte especial, arts. 213 a 359-H / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014 
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185 
Para o enquadramento jurídico-penal, é correto afirmar que tal comportamento constitui o 
delito de concussão. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
A concussão é
crime em que o funcionário público, valendo-se do respeito ou mesmo 
receio que sua função infunde, impõe à vítima a concessão de vantagem a que não tem 
direito. O núcleo do tipo é “exigir”, no sentido de ordenar ou impor. O verbo transmite a 
ideia de imposição e intimidação no comportamento do funcionário público, que se 
aproveita do temor proporcionado à vítima em decorrência dos poderes inerentes ao cargo 
público por ele ocupado (metus publicae potestatis). Não há, contudo, emprego de violência à 
pessoa - MASSON150. 
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função 
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 576 
 
FGV - 2021 - PC-RN - Delegado de Polícia Civil Substituto. 
Gustavo, ouvido na condição de testemunha em ação penal, prestou declarações falsas em 
busca de auxiliar seu amigo Luiz, que figurava como réu no processo. Dias depois, após 
alegações finais apresentadas pelo Ministério Público, mas antes da sentença, Gustavo se 
arrependeu de sua conduta, comparecendo em juízo e apresentando declarações no sentido 
de que tinha prestado informações na condição de testemunha que não condiziam com a 
realidade, se retratando daquelas declarações prestadas em audiência. O magistrado 
 
150 Direito penal / Cleber Masson. – 10 ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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186 
competente determinou a reprodução da prova, bem como a extração de cópias para apurar 
o ocorrido. 
Com base nas informações expostas, a autoridade policial deverá concluir que Gustavo 
praticou a conduta tipificada abstratamente como crime de falso testemunho, mas o fato não 
será punível em razão da retratação realizada. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina MASSON151: Retratar-se é desdizer-se, retirar o que foi dito, assumir que errou. O 
falso testemunho consuma-se com a assinatura do depoimento pela testemunha, e a falsa 
perícia com a apresentação do laudo ou parecer, ou então com a tradução ou interpretação. 
Entretanto, o legislador deixou claro que, mesmo após sua consumação, o crime definido no 
art. 342 do Código Penal se sujeita a uma condição resolutiva, consistente na retratação até a 
prolação da sentença no processo em que o falso foi prestado. 
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, 
contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, 
ou em juízo arbitral: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. 
§ º2 O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o 
agente se retrata ou declara a verdade. 
Gabarito: CERTO. 
 
 
 
 
QUESTÃO 577 
 
 
151 Direito penal esquematizado, vol. 3: parte especial, arts. 213 a 359-H / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014 
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FCC - 2022 - DPE-PB - Defensor Público. 
É possível a extinção da punibilidade pela retratação do agente no crime de falso 
testemunho, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
O bem jurídico penalmente tutelado é a Administração da justiça, no tocante à veracidade 
das provas e ao prestígio e seriedade da sua coleta. O falso testemunho e a falsa perícia são 
nocivos e nefastos à realização da justiça, pois se opõem à verdade, que é o fim que ela busca. 
No entanto, também se protegem, mediatamente, os direitos inerentes à pessoa física ou 
jurídica prejudicada pela conduta criminosa. – MASSON152. 
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, 
contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, 
ou em juízo arbitral: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa 
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o 
ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. 
Assim, como diz o mencionado parágrafo, a retratação deverá ser levada a efeito no 
processo em que o falso foi cometido, sempre antes da prolação da sentença, após o que já 
não mais será possível a retratação, mesmo que tal fato seja levado em consideração para 
efeito de modificação da decisão por meio de recurso ao Tribunal competente para sua 
apreciação, podendo, no entanto, ser beneficiado com a aplicação da circunstância atenuante 
prevista no art. 65, III, b, do Código Penal. Quando a lei menciona sentença, o faz em sentido 
amplo, podendo tanto ser a proferida pelo juízo de primeiro grau quanto pelo colegiado, 
oportunidade em que será reconhecida como acórdão. Assim, nos processos de competência 
 
152 Direito penal / Cleber Masson. – 10 ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. 
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188 
originária dos Tribunais, a retratação deverá ser levada a efeito antes da prolação do 
acórdão - GRECO153. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 578 
 
MPDFT - 2021 - MPDFT - Promotor de Justiça Adjunto. 
Inserir informação falsa no currículo lattes pode configurar o crime de falsidade ideológica 
(art. 299 do CP). 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Não é típica a conduta de inserir, em currículo Lattes, dado que não condiz com a 
realidade. Isso não configura falsidade ideológica (art. 299 do CP). STJ. 6ª Turma. RHC 
81.451-RJ, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 22/8/2017. 
Informação inteiro teor – Informativo 610 do STJ: A plataforma Lattes é virtual e nela o 
usuário, mediante imposição do "login" e senha, insere as informações. Não se trata de um 
escrito palpável, ou seja, um papel do mundo real, mas de uma página em um sítio 
eletrônico. Nesse sentido, embora possa existir "documento eletrônico", não está ele 
presente no caso concreto, porquanto somente pode ser assim denominado aquele 
constante de página ou sítio na rede mundial de computadores que possa ter sua 
autenticidade aferida por assinatura digital. A regulamentação que garante a autenticidade, a 
integridade e a validade jurídica de documentos em forma eletrônica se dá pela Medida 
Provisória n. 2.200-2, de 24 de agosto de 2001, que instituiu a Infraestrutura de Chaves 
Públicas Brasileira (ICP-Brasil) e a responsabilidade por essa base é da Autarquia Federal, o 
ITI - Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, ligado à Presidência da República. 
Reitere-se que, na hipótese, não se pode ter como documento o currículo inserido na 
plataforma virtual Lattes do CNPq, porque desprovido de assinatura digital e, pois, sem 
 
153 Curso de Direito Penal: parte especial, volume III / Rogério Greco. – 14a ed. Niterói, RJ: Impetus, 2017. 
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validade jurídica. Mas ainda que pudesse ser considerada a sua validade, para fins penais,
tem-se que, como qualquer currículo, seja clássico (papel escrito) ou digital, o Currículo 
Lattes é passível de averiguação, ou seja, as informações nele contidas deverão ser objeto de 
aferição por quem nelas tem interesse, o que denota atipicidade. Nesse sentido, a doutrina 
afirma que "havendo necessidade de comprovação - objetiva e concomitante -, pela 
autoridade, da autenticidade da declaração, não se configura o crime, caso ela seja falsa ou, 
de algum modo, dissociada da realidade". 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 579 
 
MPDFT - 2021 - MPDFT - Promotor de Justiça Adjunto. 
Para a caracterização do crime de falso testemunho (art. 342 do CP), as afirmações feitas por 
testemunha em Comissão Parlamentar de Inquérito devem possuir relevância jurídica e 
potencialidade lesiva. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
O delito de falso testemunho consiste em crime formal, cuja consumação ocorre no momento 
da afirmação falsa a respeito de fato juridicamente relevante". Por conseguinte, irrelevante 
aferir a eventual potencialidade lesiva do falso testemunho ou o seu grau de influência no 
convencimento do julgador do processo principal. (AgRg no HC 660.380/SP, Rel. Ministro 
FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, DJe 25/05/2021). 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
 
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QUESTÃO 580 
 
MPDFT - 2021 - MPDFT - Promotor de Justiça Adjunto. 
Médico de hospital particular, ainda que conveniado com o Sistema Único de Saúde (SUS), 
não pode ser equiparado a funcionário público, para fins penais. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
3. O médico particular, em atendimento pelo SUS, equipara-se, para fins penais, a funcionário 
público. Isso por efeito da regra que se lê no caput do art. 327 do Código Penal. 4. Recurso 
ordinário a que se nega provimento.” (RHC 90523, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Segunda 
Turma, julgado em 19/04/2011). 
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora 
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. 
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade 
paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada 
para a execução de atividade típica da Administração Pública. 
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste 
Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou 
assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa 
pública ou fundação instituída pelo poder público. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÃO 581 
 
FUNDATEC - 2021 - GHC-RS - Advogado. 
A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada em 
razão da qualificação do órgão expedidor. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Súmula 546 do STJ - A competência para processar e julgar o crime de uso de 
documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o 
documento público, não importando a qualificação do órgão expedidor. (SÚMULA 546, 
TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 14/10/2015, DJe 19/10/2015). 
"CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA - JUSTIÇA FEDERAL E JUSTIÇA ESTADUAL - USO 
DE DOCUMENTO FALSO - CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO - APRESENTAÇÃO À 
AGENTE DA POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL - LESÃO A BEM JURÍDICO TUTELADO PELA 
UNIÃO - PRECEDENTES - COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. [...] O uso de Carteira 
Nacional de Habilitação falsa perante autoridade da Polícia Rodoviária Federal lesa serviço 
da União. Precedentes. 2.- É irrelevante para determinar a competência do Juízo no crime de 
uso de documento falso a qualificação do órgão expedidor do documento público pois o 
critério a ser utilizado se define em razão da entidade ou do órgão ao qual ele foi 
apresentado, porquanto são estes que efetivamente sofrem os prejuízos em seus bens e 
serviços. 3.- Competência da Justiça Federal, nos termos do art. 109, IV, da Constituição 
Federal. [...]" (CC 115285 ES, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Rel. p/ Acórdão 
Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 13/08/2014, DJe 09/09/2014) 
Gabarito: ERRADO 
 
 
 
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QUESTÃO 582 
 
FUNDATEC - 2021 - GHC-RS - Advogado. 
A omissão, em documento público ou particular, de declaração que dele deveria constar, ou 
nele inserir ou fazer inserir declaração falsa, diversa da que devia ser escrita, com o fim de 
prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante, 
configura o crime de falsidade ideológica. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou 
nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de 
prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a 
três anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, se o documento é particular. 
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do 
cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a 
pena de sexta parte. 
Ensina MASSON154: Elemento subjetivo: É o dolo, acrescido de um especial fim de agir 
(elemento subjetivo específico), representado pela expressão “com o fim de prejudicar 
direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante”. Como o 
dolo abrange a ciência da falsidade da declaração, não há crime quando o particular 
presta declaração perante o funcionário público desconhecendo sua falsidade. 
Todavia, se o funcionário público perceber a falsidade e elaborar o documento, somente ele 
será responsabilizado pelo delito, em face do seu dever legal de impedir a inserção de 
declaração falsa em documento público, com fundamento no art. 13, § 2.º, a, do Código Penal. 
Não se admite a modalidade culposa. 
 
154 Direito penal esquematizado, vol. 3: parte especial, arts. 213 a 359-H / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014 
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Gabarito: CERTO 
 
QUESTÃO 583 
 
CESPE - 2018 - MPE-PI - Analista Ministerial - Área Processual. 
Rita, depois de convencer suas colegas Luna e Vera, todas vendedoras em uma joalheria, a 
desviar peças de alto valor que ficavam sob a posse delas três, planejou detalhadamente o 
crime e entrou em contato com Ciro, colecionador de joias, para que ele adquirisse a 
mercadoria. Luna desistiu de participar do fato e não foi trabalhar no dia da execução do 
crime. Rita e Vera conseguiram se apossar das peças conforme o planejado; entretanto, como 
não foi possível repassá-las a Ciro no mesmo dia, Vera levou-as para a casa de sua mãe, 
comunicou a ela o crime que praticara e persuadiu-a a guardar os produtos ali mesmo, na
residência materna, até a semana seguinte. 
Considerando que o crime apresentado nessa situação hipotética venha a ser descoberto, 
julgue o item que se segue, com fundamento na legislação pertinente. 
A mãe de Vera responderá pelo crime de favorecimento real, não sendo cabível isenção de 
pena em razão do parentesco. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina GRECO155: O delito de favorecimento real encontra-se tipificado no art. 349 do Código 
Penal. De acordo com a mencionada figura típica, podemos apontar os seguintes elementos: 
a) a conduta de prestar a criminoso; b) fora dos casos de coautoria ou de receptação; c) 
auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime. Ao contrário do que ocorre com o 
delito de favorecimento pessoal, no delito tipificado no art. 349 do Código Penal a conduta 
do agente é dirigida no sentido de prestar auxílio a criminoso, a fim de tornar seguro o 
proveito do crime. Prestar auxílio significa ajudar, socorrer. O agente, portanto, auxilia o 
autor da infração penal, a que o artigo denomina criminoso, a preservar, a conservar o 
 
155 Curso de Direito Penal: parte especial, volume III / Rogério Greco. – 14a ed. Niterói, RJ: Impetus, 2017 
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proveito do crime. Para que ocorra o favorecimento real, não poderá o agente ter, de alguma 
forma, concorrido para o crime anterior, que culminou com seu proveito. 
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria ou de receptação, auxílio 
destinado a tornar seguro o proveito do crime: 
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. 
O tipo penal não traz escusa absolutória como traz o crime de favorecimento pessoal. 
 Gabarito: CERTO 
 
QUESTÃO 584 
 
CESPE - 2018 - Polícia Federal - Escrivão de Polícia Federal. 
João integra uma organização criminosa que, além de contrabandear e armazenar, vende, 
clandestinamente, cigarros de origem estrangeira nas ruas de determinada cidade brasileira. 
A partir dessa situação hipotética, julgue o item subsequente. 
Considere que João e sua organização criminosa utilizem transporte marítimo clandestino 
para fazer ingressarem no território brasileiro os cigarros contrabandeados. Nessa situação, 
a pena pelo crime de contrabando será aumentada pela metade. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. 
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em transporte aéreo, 
marítimo ou fluvial. 
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Ensina GRECO156: O agente que se utiliza de qualquer dessas modalidades de transporte para 
a prática do contrabando, incorre em um maior juízo de censura, uma vez que dificulta, com 
esse comportamento, a ação fiscalizadora das autoridades competentes. Para que ocorra a 
aplicação da majorante, faz-se necessário que o transporte por via aérea, marítima ou 
fluvial seja clandestino. Caso o agente, v.g., tenha se submetido regularmente à fiscalização 
aduaneira, na chegada da sua viagem ao Brasil, seja qual for o transporte utilizado (aéreo, 
marítimo ou fluvial), se trouxer em sua bagagem mercadoria proibida, não haverá 
possibilidade de aplicação da majorante em estudo, pois, caso contrário, seria ela aplicada à 
quase totalidade dos contrabandos, excepcionando-se, somente, o transporte terrestre. 
Qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo do delito de contrabando, haja vista que o tipo do 
art. 334-A do Código Penal não exige nenhuma qualidade ou condição especial. O sujeito 
passivo é o Estado. O delito de contrabando se consuma quando da entrada (importação) ou 
saída (exportação) do território nacional da mercadoria proibida. 
 Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 585 
 
CESPE - 2018 - EMAP - Analista Portuário - Área Jurídica. 
Julgue o item seguinte, a respeito dos crimes contra a administração pública. 
As condutas dos ilícitos de corrupção passiva e de corrupção ativa são bilaterais e, assim, a 
condenação do corrupto passivo está vinculada à condenação do corruptor ativo. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina GRECO157: Diz o ditado popular que se existe o corrupto é sinal de que também existe 
o corruptor. Embora, em muitos casos, prevaleça a sabedoria popular, verificaremos que isso 
não ocorre, sempre, com o crime de corrupção, seja ela passiva ou mesmo ativa. Conforme 
 
156 Curso de Direito Penal: parte especial, volume III / Rogério Greco. – 14a ed. Niterói, RJ: Impetus, 2017 
157 Curso de Direito Penal: parte especial, volume III / Rogério Greco. – 14a ed. Niterói, RJ: Impetus, 2017 
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esclarece Hungria: “A corrupção nem sempre é crime bilateral, isto é, nem sempre 
pressupõe (em qualquer de suas modalidades) um pactum sceleris. Como a corrupção 
passiva já se entende consumada até mesmo na hipótese de simples solicitação, por parte do 
intraneus, da vantagem indevida, ainda que não seja atendida pelo extraneus, assim também 
a corrupção ativa se considera consumada com a simples oferta ou promessa de vantagem 
indevida por parte do extraneus, pouco importando que o intraneus a recuse.” 
Conquanto exista divergência doutrinária acerca do assunto, prevalece o entendimento de 
que, via de regra, os crimes de corrupção passiva e ativa, por estarem previstos em tipos 
penais distintos e autônomos, são independentes, de modo que a comprovação de um deles 
não pressupõe a do outro (RHC 52.465-PE, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 23/10/2014). 
 Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 586 
 
CESPE - 2018 - EMAP - Analista Portuário - Área Jurídica. 
Julgue o item seguinte, a respeito dos crimes contra a administração pública. 
Funcionário público que utilizar o cargo para exercer defesa de interesse privado lícito e 
alheio perante a administração pública, ainda que se valendo de pessoa interposta, cometerá 
o crime de advocacia administrativa. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina MASSON158: O crime de advocacia administrativa caracteriza-se pela defesa de 
interesses privados perante a Administração Pública, aproveitando-se o funcionário 
público das facilidades proporcionadas pelo seu cargo. A conduta é ilícita, poisa missão de 
todo agente público é única e exclusivamente a defesa e a promoção de interesses públicos, e 
nunca particulares, mesmo que legítimos. O bem jurídico penalmente protegido é a 
 
158 Direito penal esquematizado, vol. 3: parte especial, arts. 213 a 359-H / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014 
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Administração Pública, relativamente ao seu regular funcionamento e à moralidade 
administrativa. O núcleo do tipo é “patrocinar”, ou seja, amparar, advogar, defender ou 
pleitear interesse privado de outrem. O patrocínio – que não depende de qualquer vantagem 
econômica em contrapartida ao agente público – pode ser direto, quando exercido pelo 
próprio funcionário público, ou indireto, na hipótese em que
ele se vale de terceira pessoa, a 
qual age sob o manto do seu prestígio. Cuida-se de crime próprio ou especial, pois somente 
pode ser praticado por funcionário público. O crime é formal, de consumação antecipada ou 
de resultado cortado. Consuma-se com o simples patrocínio pelo funcionário público do 
interesse privado e alheio, independentemente da efetiva obtenção de benefício pelo 
particular. 
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração 
pública, valendo-se da qualidade de funcionário: 
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. 
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa. 
 Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 587 
 
Banca Coluna Criminal. 
Aquele que patrocina, indiretamente, interesse privado legítimo perante a administração 
pública, valendo-se da qualidade de funcionário não comete crime, já que se trata de 
interesse legítimo. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Trata-se do crime de advocacia administrativa. 
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O crime de advocacia administrativa caracteriza-se pela defesa de interesses privados 
perante a Administração Pública, aproveitando-se o funcionário público das facilidades 
proporcionadas pelo seu cargo. A conduta é ilícita, pois a missão de todo agente público é 
única e exclusivamente a defesa e a promoção de interesses públicos, e nunca particulares, 
mesmo que legítimos. O interesse patrocinado pode ser legítimo (advocacia 
administrativa imprópria) ou ilegítimo (advocacia administrativa própria). Veja-se, 
destarte, que não há obrigatoriedade da ilegitimidade do interesse patrocinado, mas, nesse 
último caso, incide a figura qualificada – MASSON159. 
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração 
pública, valendo-se da qualidade de funcionário: 
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. 
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 588 
 
CESPE - 2018 - ABIN - Oficial de Inteligência. 
No que se refere aos tipos penais, julgue o próximo item. 
O crime de violação de sigilo funcional é subsidiário, apenas se caracterizando se a revelação 
de fato sigiloso conhecido em razão do cargo não constituir crime mais grave. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
 
159 Direito penal / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014. 
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199 
Ensina MASSON160: O bem jurídico penalmente tutelado é a Administração Pública, 
relativamente à proteção de informações que devem permanecer em segredo no tocante às 
pessoas em geral. Trata-se de crime de mão própria, de atuação pessoal ou de conduta 
infungível, pois somente pode ser praticado pelo funcionário público que em razão do cargo 
tinha o dever de guardar o segredo do Estado. O crime é formal, de consumação 
antecipada ou de resultado cortado, e também de perigo concreto, motivo pelo qual não 
se reclama o efetivo dano à Administração Pública, sendo suficiente a probabilidade de lesão 
ao interesse coletivo. 
 A pena cominada ao delito de violação de sigilo funcional, previsto no caput, bem como no § 
1ºdo art. 325 do Código Penal, é de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa, se 
o fato não constitui crime mais grave, evidenciando, assim, expressamente, a sua 
natureza subsidiária - GRECO.161 
 Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 589 
 
CESPE - 2018 - ABIN - Agente de Inteligência. 
Acerca dos crimes contra a administração pública, julgue o item a seguir. 
Situação hipotética: Gustavo, sabedor de um crime praticado por seu filho Cácio, procurou a 
autoridade policial e assumiu a autoria do delito, com o objetivo de impedir que ele fosse 
processado e condenado. 
Assertiva: Nessa situação, a conduta de Gustavo configura o tipo penal de autoacusação falsa. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
 
160 Direito penal esquematizado, vol. 3: parte especial, arts. 213 a 359-H / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014 
161 Curso de Direito Penal: parte especial, volume III / Rogério Greco. – 14a ed. Niterói, RJ: Impetus, 2017 
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200 
Ensina GRECO162: O delito de autoacusação falsa encontra moldura no art. 341 do Código 
Penal. Embora não muito comum, são diversos os motivos que podem levar alguém a se auto 
acusar falsamente: razões de natureza pecuniária, mercenária, a exemplo daquele que 
recebe alguma vantagem para assumir um crime praticado por outra pessoa; espírito de 
sacrifício, quando um pai, por exemplo, diz ser o autor do crime cometido por seu filho; álibi, 
quando o agente, na verdade, quer se livrar das consequências de uma infração penal mais 
grave e, para isso, se auto imputa outra, menos grave, que, segundo o agente, aconteceu no 
mesmo dia e hora, só que em local muito distante do crime verdadeiro; exibicionismo, 
quando o agente quer ganhar reputação perante a bandidagem etc. O delito se consuma no 
momento em que a autoacusação falsa é levada ao conhecimento da autoridade 
competente, independentemente de que esta última tenha tomado qualquer providência no 
sentido de apurar os fatos. Dependendo da forma como o delito for praticado (escrita, verbal 
etc.), será possível ou não o reconhecimento da tentativa. 
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa 
 Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 590 
 
CESPE - 2018 - ABIN - Agente de Inteligência. 
Acerca dos crimes contra a administração pública, julgue o item a seguir. 
O crime de corrupção ativa e o de corrupção passiva são considerados crimes próprios 
praticados contra a administração pública. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
 
162 Curso de Direito Penal: parte especial, volume III / Rogério Greco. – 14a ed. Niterói, RJ: Impetus, 2017 
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201 
A corrupção ativa é crime simples (ofende um único bem jurídico); comum (pode ser 
cometido por qualquer pessoa); formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado 
(consuma-se com a prática da conduta, independentemente da superveniência do 
resultado); de dano (causa lesão à Administração Pública); de forma livre (admite qualquer 
meio de execução); em regra comissivo; instantâneo (consuma-se em momento 
determinado, sem continuidade no tempo); unissubjetivo, unilateral ou de concurso 
eventual(normalmente praticado por um só agente, mas admite o concurso); e 
unissubsistente ou plurissubsistente. A corrupção passiva é crime simples (ofende um 
único bem jurídico); próprio (somente pode ser cometido pelo funcionário público); formal, 
de consumação antecipada ou de resultado cortado (consuma-se com a prática da conduta, 
independentemente da superveniência do resultado naturalístico;
se o funcionário público 
praticar ou deixar de praticar o ato de ofício, porém, incidirá a causa de aumento de pena 
contida no § 1.º do art. 317); de dano (causa prejuízo à Administração Pública); de forma 
livre(admite qualquer meio de execução); comissivo ou omissivo; instantâneo(consuma-se 
em um momento determinado, sem continuidade no tempo); unissubjetivo, unilateral ou de 
concurso eventual (normalmente praticado por um só agente, mas admite o concurso); e 
unissubsistente ou plurissubsistente (conforme a conduta seja exteriorizada em um ou mais 
atos de execução).163 
 Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 591 
 
CESPE - 2018 - ABIN - Agente de Inteligência. 
Acerca dos crimes contra a administração pública, julgue o item a seguir. 
Situação hipotética: Com o intuito de prejudicar a candidatura de Flávio, seu concorrente 
eleitoral, Alberto procurou uma delegacia de polícia e imputou falsamente a Flávio os crimes 
de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Reduzida a termo essas declarações, a 
autoridade policial instaurou inquérito policial para apurar os delitos. 
Assertiva: Nessa situação, Alberto responderá pelo crime de fraude processual. 
 
163 Direito penal esquematizado, vol. 3: parte especial, arts. 213 a 359-H / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014 
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202 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Será denunciação caluniosa. 
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração 
de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra 
alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome 
suposto. 
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção. 
A denunciação caluniosa é formada pela fusão do crime de calúnia (CP, art.138) com a 
conduta lícita de noticiar à autoridade pública (magistrado, delegado de Polícia, 
representante do Ministério Público etc.) a prática de crime ou contravenção penal e sua 
respectiva autoria. Trata-se, portanto, de crime complexo em sentido amplo. Trata-se de 
crime material ou causal. Consuma-se com a efetiva instauração da investigação 
policial, de processo judicial, de investigação administrativa, inquérito civil ou ação 
de improbidade administrativa contra alguém, em razão da imputação falsa de crime ou 
contravenção penal de que o sabia inocente – MASSON.164 
ATENÇÃO: O caput do artigo 339 sofreu atualização em 21/12/2020. 
Art. 339. Dar causa a instauraça o de inquérito policial, de procedimento investigatório 
criminal, de processo judicial, de processo administrativo disciplinar, de inquérito civil 
ou de ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime, infração 
ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe inocente. 
 
164 Direito penal esquematizado, vol. 3: parte especial, arts. 213 a 359-H / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014 
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Agora, com a Lei n. 14.110/20, mesmo que o ato de improbidade não corresponda a crime, 
configura denunciação caluniosa. Fora revogado, tacitamente, o artigo 19 da Lei de 
improbidade administrativa.165 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 592 
 
CESPE - 2017 - TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária. 
Situação hipotética: Jonas usou de grave ameaça contra perito com o objetivo de favorecer os 
interesses da empresa onde trabalha, que está envolvida em contenda submetida ao juízo 
arbitral. 
Assertiva: Nessa situação, o crime cometido por Jonas é tipificado como coação no curso do 
processo. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ensina GRECO166: O delito de coação no curso do processo encontra-se tipificado no art. 344 
do Código Penal. De acordo com a redação constante da mencionada figura típica, podemos 
apontar os seguintes elementos: a) a conduta de usar de violência ou grave ameaça; b) com 
o fim de favorecer interesse próprio ou alheio; c) contra autoridade, parte, ou qualquer 
outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou 
administrativo, ou em juízo arbitral. A utilização da violência ou da grave ameaça deve 
ser dirigida finalisticamente no sentido de obter algum favorecimento de interesse 
próprio ou alheio que esteja sendo considerado em processo judicial, policial ou 
administrativo, ou em juízo arbitral. A conduta do agente é dirigida contra autoridade 
(juiz de Direito, Promotor de Justiça, delegado de Polícia, defensor público etc.), parte (autor 
e réu), ou contra qualquer pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, 
 
165 Rogério Sanches Cunha / apontamentos iniciais no endereço: instagram.com/p/CJEYaZEFCRY/?igshid=ugabl0u52xbm 
166 Curso de Direito Penal: parte especial, volume III / Rogério Greco. – 14a ed. Niterói, RJ: Impetus, 2017 
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policial ou administrativo, ou em juízo arbitral, a exemplo do que ocorre com os peritos, 
escrivães, escreventes, oficiais de justiça, jurado etc. 
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou 
alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a 
intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à violência. 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 593 
 
FGV - 2022 - Prefeitura de Manaus - AM - Advogado. 
Quanto ao delito de coação no curso do processo, é irrelevante para a configuração do crime 
se a ameaça deriva de um motivo justo. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, 
contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em 
processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à violência. 
Parágrafo único. A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até a metade se o processo envolver crime 
contra a dignidade sexual. (Incluído pela Lei nº 14.245, de 2021). 
O núcleo do tipo é “usar”, no sentido de empregar ou utilizar violência (vis absoluta) ou 
grave ameaça (vis compulsiva) com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, para 
coagir qualquer pessoa envolvida em processo judicial, policial ou administrativo, ou em 
juízo arbitral. 
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Violência é o emprego de força física contra alguém, mediante lesão corporal (exemplo: 
ferimentos provocados por socos efetuados contra o perito) ou vias de fato (exemplo: 
empurrão desferido contra a testemunha antes da sua entrada na sala de audiências). 
Grave ameaça, por sua vez, é a promessa de realização de mal grave,
apto a intimidar a 
autoridade, parte ou qualquer das outras pessoas indicadas no art. 344 do Código Penal. A 
gravidade da ameaça deve ser avaliada no caso concreto, é dizer, levando em conta a 
condição da pessoa contra quem se dirige a ameaça. Como se sabe, palavras que muitas 
vezes intimidam uma testemunha podem não ser aptas a amedrontar uma autoridade 
policial. A ameaça não precisa conter a promessa de mal injusto. Basta que a 
intimidação diga respeito a uma conduta ilícita do sujeito ativo – MASSON167. 
Gabarito: CERTO. 
 
 
QUESTÃO 594 
 
CESPE - 2017 - TCE-PE - Auditor de Controle Externo. 
No que se refere aos crimes praticados por funcionário público contra a administração em 
geral, julgue o seguinte item. 
Praticará o crime de corrupção passiva o médico — seja ele servidor público ou não — que, 
em atendimento pelo Sistema Único de Saúde, exigir do segurado quantia em dinheiro para a 
realização de consulta. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Será o crime de concussão, tipificado no artigo 316 do CP. 
 
167 167 Direito penal / Cleber Masson. – 4.ª ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014. 
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206 
Ensina MASSON168: A concussão é crime em que o funcionário público, valendo-se do 
respeito ou mesmo receio que sua função infunde, impõe à vítima a concessão de vantagem a 
que não tem direito. O núc eo do tipo “exigir”. O art. 316, caput, do Código Penal deixa 
claro que a exigência também pode ser direta ou indireta. Exigência direta é a formulada 
pelo funcionário público na presença da vítima (facie ad faciem), taxativamente. Exigência 
indireta o funcionário público se vale da colaboração de interposta pessoa. Ao contrário da 
concussão, em que o funcionário público exige vantagem indevida, intimidando a vítima, na 
corrupção passiva ele solicita ou recebe igual vantagem, ou então aceita a promessa de sua 
entrega. 
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função 
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 595 
 
Quadrix - 2017 - CFO-DF - Procurador Jurídico. 
No que diz respeito a crimes contra a Administração Pública, contra a fé pública e relativos à 
licitação, julgue o item subsequente. 
Considere-se que o funcionário público Roberto, por indulgência, tenha deixado de 
responsabilizar subordinado seu que cometeu infração no exercício do cargo. Ainda assim, a 
infração foi descoberta e seu subordinado punido. Nessa situação, é correto afirmar que 
Roberto poderá ser responsabilizado por infração administrativa, mas não por prática de 
crime. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
 
168 Direito penal esquematizado, vol. 3: parte especial, arts. 213 a 359-H / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014 
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207 
O art. 320 do Código Penal prevê o delito de condescendência criminosa, aplicável ao caso. 
Na condescendência criminosa o funcionário público deixa de responsabilizar seu 
subordinado pela infração cometida no exercício do cargo ou, faltando-lhe atribuições 
para tanto, não leva o fato ao conhecimento da autoridade competente, unicamente pelo seu 
espírito de tolerância ou clemência. Não há intenção de satisfazer interesse ou sentimento 
pessoal, senão estaria configurado o delito de prevaricação (CP, art. 319), nem o propósito 
de receber vantagem indevida, pois em caso contrário o crime seria o de corrupção passiva 
(CP, art. 317). Aqui, o móvel do superior hierárquico funda-se exclusivamente na 
tolerância com o seu subordinado – MASSON.169 
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que 
cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao 
conhecimento da autoridade competente: 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 596 
 
CESPE - 2016 - TCE-PA - Auditor de Controle Externo - Área Fiscalização. 
Cada item a seguir apresenta uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada 
de acordo com o Código Penal, com a legislação penal extravagante e com a jurisprudência 
do STJ. 
João, policial civil, exigiu vantagem indevida de particular para não prendê-lo em flagrante. A 
vítima não realizou o pagamento e prontamente comunicou o fato a policiais civis. Nessa 
situação, como o delito de concussão é formal, o crime consumou-se com a exigência da 
vantagem indevida, devendo João por ele responder. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
169 Direito penal esquematizado, vol. 3: parte especial, arts. 213 a 359-H / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014 
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 COMENTÁRIO 
Firmou-se em sede jurisprudencial o entendimento no sentido de tratar-se a concussão de 
crime formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado. É suficiente, 
portanto, a exigência – que deve chegar ao conhecimento da vítima – pelo funcionário 
público, para si ou para outrem, da vantagem indevida, prescindindo-se do seu recebimento 
– MASSON.170 
O crime de concussão, por ser delito formal e instantâneo, se consuma no momento em que o 
agente exige a vantagem indevida, sendo o recebimento em si, mero exaurimento da ação 
delituosa (STJ - RHC: 48159 MT 2014/0122028-9, Relator: Ministro SEBASTIÃO REIS 
JÚNIOR, Data de Julgamento: 15/03/2018, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 
27/03/2018) 
Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 597 
 
MPE-SC - 2016 - MPE-SC - Promotor de Justiça - Matutina. 
O crime de tráfico de influência, previsto no art. 332 do Código Penal, apresenta uma causa 
de aumento de pena em seu parágrafo único, qual seja, se o agente alega ou insinua que a 
vantagem é também destinada ao funcionário que vai praticar o ato. Referida causa de 
aumento determina que a pena seja aumentada da metade. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
 
170 Direito penal esquematizado, vol. 3: parte especial, arts. 213 a 359-H / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014 
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209 
Ensina GRECO171:O delito tipificado no art. 332 do Código Penal, reconhecido anteriormente 
como exploração de prestígio, teve sua redação alterada pela Lei nº 9.127, de 16 de 
novembro de 1995, que modificou, ainda, a sua rubrica, passando a ser reconhecido como 
delito de tráfico de influência. O dolo é o elemento subjetivo exigido pelo tipo penal que 
prevê o delito de tráfico de influência, não havendo previsão para a modalidade de natureza 
culposa. Deverá a conduta, no entanto, ser dirigida finalisticamente no sentido de obter 
vantagem de qualquer natureza, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário 
público no exercício da função. Os núcleos solicitar, exigir, cobrar e obter

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