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By @kakashi_copiador
Aula 02 - Profª Monik
Begname
INCRA (Analista em Reforma e
Desenvolvimento Agrário - Engenharia
Florestal) Conhecimentos Específicos -
2023 (Pré-Edital)
Autor:
Monik Begname de Castro
26 de Abril de 2023
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Monik Begname de Castro
Aula 02 - Profª Monik Begname
Índice
..............................................................................................................................................................................................1) Manejo Florestal de Florestas Nativas - Teoria 3
..............................................................................................................................................................................................2) Manejo Florestal de Florestas Nativas - Questões Comentadas (Múltiplas Bancas) 35
..............................................................................................................................................................................................3) Manejo Florestal de Florestas Nativas - Lista de Questões (Múltiplas Bancas) 45
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MANEJO DE FLORESTA NATIVA 
Explorar produtos e serviços florestais em áreas tropicais de alta diversidade é uma tarefa complexa. 
Para que essa atividade seja executada de forma eficiente são necessários vários estudos e análises prévias 
da área. 
Por que manejar as florestas? 
As principais razões para manejar a floresta são: 
Continuidade da produção. A adoção do manejo garante a produção de madeira na área indefinidamente, 
e requer a metade do tempo necessário na exploração não manejada. 
Rentabilidade. Os benefícios econômicos do manejo superam os custos. Tais benefícios decorrem do 
aumento da produtividade do trabalho e da redução dos desperdícios de madeira. 
Segurança de trabalho. As técnicas de manejo diminuem drasticamente os riscos de acidentes de trabalho. 
No Projeto Piloto de Manejo Florestal (Imazon/WWF), os riscos de acidentes durante o corte na operação 
manejada foram 17 vezes menor se comparado às situações de perigo na exploração predatória. 
Respeito à lei. Manejo florestal é obrigatório por lei. As empresas que não fazem manejo estão sujeitas a 
diversas penas. Embora, a ação fiscalizatória tenha sido pouca efetiva até o momento, é certo que essa 
situação vai mudar. Recentemente, tem aumentado as pressões da sociedade para que as leis ambientais e 
florestais sejam cumpridas. 
Oportunidades de mercado. As empresas que adotam um bom manejo são fortes candidatas a obter um 
“selo verde”. Como a certificação é uma exigência cada vez maior dos compradores de madeira, 
especialmente na Europa e nos Estados Unidos, as empresas que tiverem um selo verde, provando a 
autenticidade da origem manejada de sua madeira, poderão ter maiores facilidades de comercialização no 
mercado internacional. 
Conservação florestal. O manejo da floresta garante a cobertura florestal da área, retém a maior parte da 
diversidade vegetal original e pode ter impactos pequenos sobre a fauna, se comparado à exploração não 
manejada. 
Serviços ambientais. As florestas manejadas prestam serviços para o equilíbrio do clima regional e global, 
especialmente pela manutenção do ciclo hidrológico e retenção de carbono. 
 A seguir, iremos estudar alguns fundamentos básicos do Manejo Florestal. Então, vamos lá?! 
 
 
Monik Begname de Castro
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Fundamentos do Manejo Florestal 
Sistema de Manejo ou Sistema Silvicultural 
De acordo com a forma de extração das árvores os sistemas de manejo aplicados em florestas 
tropicais classificam-se, basicamente, em duas categorias: monocíclicos e policíclicos. 
a) Monocíclico: nesse sistema, a retirada da madeira comercial se dá de uma só vez, e a próxima colheita é 
baseada nas mudas das espécies comerciais existentes no momento do primeiro corte. Os ciclos de corte 
dependem do crescimento médio das espécies a regenerar, mas em geral, são longos, de 70 a 100 anos. 
Em outras palavras, o sistema monocíclico é aquele em que todo o estoque de árvores de madeira 
comercial é removido em uma única operação, com o objetivo de criar uma floresta alta equiânia a partir 
de regeneração natural, para exploração em rotações definidas. Os sistemas monocíclicos modificam 
drasticamente a composição de espécies, a estrutura de idade, a estrutura diamétrica e o estoque de 
nutrientes da floresta. Esse sistema pode ser dividido em: 
• Sistema Uniforme Malaio (SUM), considerado clássico; 
• Sistema Uniforme Malaio Modificado (SUMM); 
• Sistema Tropical de Cobertura (STC); 
• Sistema de Corte Raso. 
 
Sistema Malaio Uniforme (MUS) 
É baseado na regeneração natural, em que se aplica, em uma única ocasião, o corte raso 
do estoque aproveitável, após o estabelecimento da regeneração natural. Foi 
desenvolvido principalmente para o manejo de florestas de dipterocarpáceas, um grupo 
de espécies madeireiras com características ecológicas intolerante à sombra. O sistema 
exige alta densidade de regeneração natural, avaliada por amostragem linear, envolvendo 
longas rotações. Objetiva transformar uma floresta heterogênica em uma floresta mais 
homogênea em espécie, idade e tamanho e, por essa razão, envolve assistência ao longo 
da rotação, que pode ser sistemática ou seletiva. 
Esse sistema originou-se a partir de duas necessidades circunstanciais: 
i) a necessidade de realizar a operação de exploração da floresta, em uma única operação, 
devido à introdução da colheita mecanizada (fator econômico); e 
ii) a elevada demanda de madeira, bem como a ausência de procura por lenha (fator 
escassez); 
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O MUS preconiza o corte de todas as árvores com Diâmetro à Altura do Peito-DAP maior 
que 45cm e eliminação, posterior, de todas as espécies indesejáveis que competiam com 
a regeneração natural das espécies desejáveis. 
A aplicação desse sistema no manejo de florestas neotropicais não tem sido verificada e a 
razão para isso é o fato do sistema demandar uma homogeneidade de comportamento 
ecológico das espécies envolvidas, o que não acontece na Amazônia, e uma grande 
volumetria por hectare, para justificar o corte raso. 
b) Policíclico: nesse sistema, uma parte ou todas as árvores comerciais que atingiram o tamanho de corte 
são retiradas. As árvores de tamanho intermediário que permanecem na floresta passam a constituir o 
estoque remanescente para o próximo corte. Devido a isso, os ciclos de corte são bem menores que os do 
sistema monocíclico, variando de 20 a 40 anos. 
Em outros termos, o sistema policíclico é aquele em que as operações de colheita são aplicadas, 
periodicamente, em apenas uma parte dos indivíduos e das espécies comerciais, fazendo-se os cortes em 
intervalos regulares, denominados ciclos de corte, com o objetivo de manter a floresta alta multiânea ou 
inequiânea, manejada, prioritariamente, para espécies comerciais. Inclui principalmente: 
• Sistema Seletivo da Indonésia 
• Sistema de Espécies Listadas (SEL) 
• Sistema CELOS do Suriname (Center for Agricultural Research in Suriname) 
 
 
Sistema Seletivo da Indonésia: consiste na exploração das árvores comerciais com 
diâmetro de no mínimo 50cm, deixando pelo menos 25 árvores por ha com um diâmetro 
mínimo de 35cm. O ciclo de corte adotado é de 35 anos quando se espera repor o volume 
retirado na primeira exploração. 
SistemaCELOS: objetiva estimular o crescimento das árvores comerciais residuais de 
tamanho médio a grande, em florestas que sofreram exploração seletiva, de modo que os 
cortes subsequentes possam ser realizados em ciclos de 20-25 nãos. 
Os sistemas policíclicos são mais apropriados para o manejo das florestas nativas, por se 
assemelharem aos processos naturais de sucessão em clareiras. Além do mais, os sistemas policíclicos, 
desde que aplicados adequadamente, propiciam: 
• A conservação da biodiversidade e do estoque de nutrientes; 
• Manutenção das estruturas da floresta, de todas as opções de produção de produtos florestais 
madeireiros e não madeireiros e de serviços e benefícios para satisfação das necessidades e 
aspirações do homem; 
• Os riscos de infestação de pragas e doenças são menores; 
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• Causam menos impactos à biodiversidade, pois não requerem os tratamentos radicais para 
conversão da estrutura inequiânea em equiânea; 
• Provocam, provavelmente, menores alterações na evapotranspiração e na hidrologia; 
• Modificam ligeiramente o estoque de nutrientes na fitomassa e a função filtrante da floresta e, 
portanto, a reposição de nutrientes por via atmosférica é mantida. 
 A seguir irei apresentar a vocês a comparação entre o sistema monocíclico e o policíclico: 
Referenciando-se Policíclico Monocíclico 
Objetivo Floresta de seleção Floresta uniforme 
Semelhança ao processo natural 
Considerável: somente modificações 
florísticas 
Menos considerável: modificações 
florísticas e estruturais 
Custos de transformação Menores Maiores 
Colheita de madeira 
Mais cedo, menor volume, porém mais 
frequente 
Mais tarde, maior volume, porém 
apenas uma vez por rotação 
Danos ao povoamento residual Relativamente altos e frequentes 
Baixo, somente na regeneração e 
apenas uma vez por rotação 
Controle Difícil Menos difícil 
De maneira geral, um sistema silvicultural consiste em três fases principais: 
1. Colheita ou exploração de um crescimento prévio. 
2. Regeneração das áreas de colheita. 
3. Favorecimento, ou seja, assistência silvicultural a regeneração e ao estoque em crescimento. 
Operação Tipo Característica 
Exploração 
Seletiva 
Corte seletivo em uma área 
específica, adotando-se um ciclo 
de corte 
Corte raso 
Corte raso numa área, em uma 
única operação. 
Regeneração 
Natural 
Mudas da regeneração natural 
ou rebrota 
Artificial Mudas de viveiro 
Tratamento silvicultural 
De baixa intensidade 
De alta intensidade 
Ciclo de Corte 
 O ciclo de corte é o período entre duas reduções de densidade, ou seja, é o tempo necessário para 
que o estoque em crescimento atinja o estoque florestal. Pode-se entender o ciclo de corte como o período 
de tempo planejado no qual todas as porções de uma área florestal devem ser cortadas em uma sequência 
ordenada1. 
 
1 MORAES E SILVA, V. S. Manejo de Florestas Nativas: Planejamento, Implantação e 
Monitoramento. UFMT. 2006. 
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A periodização do ciclo de corte permite um manejo com rendimento sustentado. Em um ciclo de 
corte de 30 anos, por exemplo, deve-se dividir a área em 30 unidades de produção com a mesma 
produtividade. A cada ano reduz-se a densidade na sequência da primeira unidade até a trigésima. A partir 
desta idade a primeira unidade terá atingido o nível de estoque total, permitindo assim, reiniciar o ciclo de 
utilização. Neste período a floresta terá recuperado em espécie, área basal e volume, o que foi retirado na 
primeira extração. 
 
Figura 1 - Ilustra uma área dividida em 30 Unidades de Produção Anual (UPA).2 
Análise estrutural de Floresta Nativa 
 O Manejo de Florestas tropicais heterogêneas constitui o maior desafio da Ciência Florestal, devido 
a sua complexidade e a dificuldade de interpretação das múltiplas inter-relações do ecossistema natural. 
Essas dificuldades redobram-se na proporção direta do aumento da diversidade de espécies que compõem 
a comunidade vegetal. A vegetação é um fenômeno natural complexo, que pode ser medido por diversos 
parâmetros e está relacionado com alguns fatores do meio, tais como: climáticos, edáficos e bióticos, dando 
como resultado distintas classificações dos tipos ecológicos. 
No manejo de florestas nativas tropicais, a análise estrutural da floresta deve contemplar uma 
abordagem criteriosa: 
▪ Da composição florística 
▪ Dos parâmetros fitossociológicos das estruturas horizontal e vertical 
▪ Das estruturas dos diâmetros, da área basal e do volume. 
▪ Avaliações sobre: 
o Arquitetura 
o Iluminação e classe de copa 
o Porte e sanidade dos troncos das árvores 
o Infestação de cipós 
o Identificação de espécies raras 
 
2 Informativo Técnico 1 - Manejo Florestal e Exploração de Impacto Reduzido em Florestas Naturais de 
Produção da Amazônia. Belém, 2014. < http://www.ift.org.br/wp-
content/uploads/2014/11/Informativo-T%C3%A9cnico-1.pdf> 
 
Unidade de Manejo Florestal 
(UMF) = conjunto de UPA. 
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A análise estrutural da vegetação é utilizada para caracterizar os elementos, que possibilitam 
verificar as condições atuais da floresta e determinar a composição entre diferentes tipos florestais. O 
procedimento metodológico empregado para análise estrutural das florestas tropicais está descrito na 
sequência. 
a) Composição Florística 
Os estudos relacionados com a composição florística iniciam-se com a coleta de material botânico, 
se possível fértil, das espécies arbóreas, que deverá ser enviado a um herbário, onde será classificado e, 
quando possível, identificado. Dessa identificação resulta a listagem de espécies amostradas ou ocorrentes 
na área de estudo, agrupadas por família, conforme sistema de taxonomia vegetal utilizado na classificação 
de espécies. 
A interpretação da listagem de espécies é uma análise da composição florística muito usual. Consiste 
em classificar as espécies que ocorrem na área conforme seu grupo ecológico: pioneira, secundária inicial, 
secundária tardia e clímax. Além dessa abordagem, as análises da florística podem incluir estimativa de: 
• índice de similaridade de espécies; 
• diversidade de espécies; 
• agregação de espécies; e 
• associação de espécies. 
b) Diversidade Florística 
b.1) Diversidade 
A diversidade abrange dois diferentes conceitos: Riqueza e Uniformidade. Riqueza refere-se ao 
número de espécies presentes na flora e/ou, na fauna, em uma determinada área. Uniformidade refere-se 
ao grau de dominância de cada espécie, em uma área. 
Existem vários índices de quantificação da diversidade de um ecossistema, os quais possibilitam 
inclusive comparação entre os diferentes tipos de vegetação. 
1. Índice de diversidade de Shannon-Weaver 
O índice de Shannon mede o grau de incerteza em prever a que espécie pertencerá um indivíduo 
escolhido, ao acaso, de uma amostra com S espécies e N indivíduos. Quanto menor o valor do índice de 
Shannon, menor o grau de incerteza e, portanto, a diversidade da amostra é baixa. A diversidade tende a 
ser mais alta quanto maior o valor do índice. Esse índice expressa a riqueza e a uniformidade da 
comunidade. Segundo alguns autores, seus valores variam de 1,5 a 3,5, raramente passando de 4,5. 
OBS.: Esse índice considera igual peso entre as espécies raras e abundantes. 
𝐻′ = − ∑ 𝑝𝑖
𝑆
𝑖=1
∗ (𝑙𝑛 𝑝𝑖)Em que: 
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𝑝𝑖 =
𝑛𝑖
𝑁
; ni = número de indivíduos amostrados da i-ésima espécie; N = número total de indivíduos 
amostrados. 
S = número total de espécies amostradas; 
Quanto maior for o valor de H', maior será a diversidade florística da população em estudo. 
Este índice pode expressar riqueza e uniformidade. 
2. Índice de dominância de Simpson 
O índice de dominância de Simpson mede a probabilidade de dois indivíduos selecionados ao acaso 
na amostra pertencerem a mesma espécie3. Existem duas versões da fórmula para calcular D. Qualquer uma 
das duas é válida, mas você precisa ser consistente. 
𝐷 = ∑ (
𝑛
𝑁
)
2
; 𝐷 =
∑ 𝑛(𝑛 − 1)
𝑁(𝑁 − 1)
 
Em que: 
- n = o número total de organismos de uma espécie particular. 
- N = o número total de organismos de todas as espécies. 
Varia de 0 a 1 e quanto mais alto for, maior a probabilidade de os indivíduos serem da 
mesma espécie, ou seja, maior a dominância e menor a diversidade. 
O índice é uma representação da probabilidade de que dois indivíduos, dentro da mesma região e 
selecionados aleatoriamente, sejam da mesma espécie. O intervalo do índice de Simpson vai de 0 a 1, assim: 
 
- Quanto mais próximo o valor de D a 1 se aproxima, menor a diversidade do habitat. 
- Quanto mais próximo o valor de D a 0 se aproxima, maior a diversidade do habitat. 
Ou seja, quanto maior o valor de D, menor a diversidade. Isto não é fácil de interpretar intuitivamente 
e pode gerar confusão, razão pela qual o consenso foi alcançado para subtrair o valor de D para 1, sendo o 
seguinte: 1- D. 
 
3 SOUZA, A.L.; SOARES, C.P.B. Florestas nativas: estrutura, dinâmica e manejo. 1ª edição. Viçosa: UFV, 
2013, 322p. 
 
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Nesse caso, o valor do índice também oscila entre 0 e 1, mas agora, quanto maior o valor, maior a 
diversidade da amostra. Nesse caso, o índice representa a probabilidade de que dois indivíduos 
selecionados aleatoriamente de uma amostra pertençam a espécies diferentes. 
É determinado pela expressão: 
𝐶 = 1 − 
∑ 𝑛𝑖(𝑛𝑖 − 1)𝑆
𝑖=1
𝑁(𝑁 − 1)
 
Em que: 
ni = número de indivíduos amostrados da i-ésima espécie; 
N = número total de indivíduos amostrados. 
S = número total de espécies amostradas; 
O valor estimado de C varia de 0 (zero) a 1 (um), sendo que para valores próximos de um, 
a diversidade é considerada maior. 
3.Equabilidade de Pielou 
O índice de Equabilidade de Pielou pertence ao intervalo [0,1], em que 1 representa a máxima 
diversidade, ou seja, todas as espécies são igualmente abundantes, ou seja, a mesma quantidade de 
indivíduos. 
𝐽 =
𝐻′
𝐻′𝑚𝑎𝑥
 
 
Em que: 
Hmáx = ln (S); 
S = número total de espécies amostradas; 
H' = índice de diversidade de Shannon-Weaver da comunidade. 
4. Quociente de Mistura (QM) 
O quociente de mistura é um fator que mede a heterogeneidade florística, pois indica, em média, o 
número de árvores de cada espécie que é encontrado no povoamento. Dessa forma, tem-se um fator para 
medir a intensidade de mistura das espécies e os possíveis problemas de manejo, dada as condições de 
variabilidade de espécies. O procedimento para determinação deste índice é dividindo-se o número de 
espécies encontradas na amostra pelo total de indivíduos arbóreos encontrados na referida amostra, pela 
equação: 
𝑄𝑀 =
𝑛° 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑝é𝑐𝑖𝑒𝑠
𝑛° 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑣í𝑑𝑢𝑜𝑠
 
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O Quociente de Mistura (QM) indica quantas árvores de cada espécie são encontradas em média em 
uma determinada área florestal, o que permite ter uma primeira, porém empírica, ideia das condições de 
mistura. Indica quais dificuldades que deverão ser enfrentadas, por quem quiser transformar agrupamentos 
florestais muito heterogêneos em áreas eficientemente manejadas. 
Quanto mais próximo de 1 (um) o valor de QM, mais diversa é a população. 
 
 
(VUNESP - Analista Técnico Científico (MPE SP)/Engenheiro Agrônomo/2016) Assinale a alternativa 
correta quanto aos índices de quantificação da diversidade de um ecossistema. 
a) Quanto menor for o valor de H’ no índice de Shannon-Weaver, maior será a diversidade florística da 
população em estudo. 
b) O índice de Shannon-Weaver considera igual peso entre as espécies raras e abundantes. 
c) O índice de dominância de Shannon-Weaver mede a probabilidade de 2 (dois) indivíduos, selecionados 
ao acaso na amostra, pertencer à mesma espécie. 
d) O índice de Simpson (C) pertence ao intervalo [0,1], no qual 1 representa a máxima diversidade, ou seja, 
todas as espécies são igualmente abundantes. 
e) O índice de Pielou (J’) dá uma ideia geral da composição florística de uma floresta, pois indica, em média, 
o número de indivíduos de cada espécie que é encontrado no povoamento. 
Comentários: 
a) Errada. Quanto maior menor for o valor de H’ no índice de Shannon-Weaver, maior será a diversidade 
florística da população em estudo. 
b) Correta. O índice de Shannon-Weaver considera igual peso entre as espécies raras e abundantes. 
Vimos em aula que o índice de Shannon-Weaver considera igual peso entre as espécies raras e abundantes. 
Por isso, a alternativa está correta. 
c) Errada. O índice de dominância de Simpson Shannon-Weaver mede a probabilidade de 2 (dois) 
indivíduos, selecionados ao acaso na amostra, pertencer à mesma espécie. 
O índice de Shannon mede o grau de incerteza em prever a que espécie pertencerá um indivíduo escolhido, 
ao acaso, de uma amostra com S espécies e N indivíduos. 
d) Errada. O Equibilidade de Pielou índice de Simpson (C) pertence ao intervalo [0,1], no qual 1 representa 
a máxima diversidade, ou seja, todas as espécies são igualmente abundantes. 
e) Errada. O índice de Pielou (J’) dá uma ideia geral da composição florística de uma floresta, pois indica, 
em média, o número de indivíduos de cada espécie que é encontrado no povoamento. 
É derivado do índice de diversidade de Shannon e permite representar a uniformidade da distribuição dos 
indivíduos entre as espécies existentes, e não o número de indivíduos de cada espécie que é encontrado no 
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povoamento. Seu valor apresenta uma amplitude de 0 (uniformidade mínima) a 1 (uniformidade máxima). 
Quanto maior o valor de J, maior será a diversidade florística da comunidade em estudo. 
Gabarito: B 
(IBFC - Perito Criminal (PC-RJ)/Engenharia Ambiental, Florestal, Agrícola e Agronomia/2013) A 
composição florística pode ser medida pelo quociente de mistura, usado para fornecer a intensidade de 
mistura das espécies. O quociente de mistura é um fator que mede a heterogeneidade florística, pois indica, 
em média, o número de árvores de cada espécie que é encontrado no povoamento. Dessa forma, tem-se 
um fator para medir a intensidade de mistura das espécies e os possíveis problemas de manejo, dadas as 
condições de variabilidade de espécies. A caracterização da composição florística da vegetação, através do 
quociente de mistura (QM), foi aplicada pela primeira vez por Jentsch, em 1911. A equação para 
determinação deste índice é: 
a) QM = nº de espécies x nº de indivíduos. 
b) QM = nº de espécies÷ nº de indivíduos. 
c) QM = nº de indivíduos ÷ nº de espécies. 
d) QM = (nº de indivíduos + nº de espécies) ÷ nº de indivíduos. 
e) QM = nº de indivíduos x nº de espécies x área. 
Comentários: 
Conforme vimos em aula, o Quociente de Mistura (QM) pode ser calculado da seguinte forma: 
𝑄𝑀 =
𝑛° 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑝é𝑐𝑖𝑒𝑠
𝑛° 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑣í𝑑𝑢𝑜𝑠
 
Logo, o gabarito da questão é a alternativa B. 
Gabarito: B 
 
b.2) Agregação de espécies 
A agregação refere-se à distribuição espacial de uma espécie. Devido à dificuldade da análise de 
distribuição espacial ou de agrupamento das espécies tropicais, os métodos mais comuns são os que se 
baseiam na suposição de que as plantas ocorrem em grupos e em determinada distribuição de espécies. 
Diferentes índices são propostos para comparar diferentes padrões de dispersão em populações 
É importante conhecer algumas características da vegetação vinculadas ao padrão espacial das 
espécies e à distribuição de frequências, uma vez que as comunidades vegetais são constituídas por um 
conjunto de variáveis com maior ou menor grau de inter-relação e com densidade absoluta (abundância) 
variável. O padrão de distribuição espacial de uma espécie refere-se à distribuição espacial dos indivíduos 
pertencentes àquela espécie. Os indivíduos da população de uma espécie podem apresentar-se: 
Aleatoriamente distribuídos: 
𝑆2
𝑀
= 1 
Regularmente distribuídos: 
𝑆2
𝑀
< 1 𝑜𝑢
𝑆2
𝑀
< 𝑀 
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Em grupos ou agregados: 
𝑆2
𝑀
> 1 
Em que: 
S² = variância do número de árvores; 
M = média do número de árvores por parcelas 
 
Professora, mas como é feito a identificação de qual padrão de agregação a espécie possui? 
As estimativas do padrão de distribuição espacial, por espécie, podem ser feitas mediante o 
emprego de índices de agregação, utilizando-se dados de inventário florestal realizado por amostragem 
em parcelas de área fixa. 
Existem diversos índice de agregação, dentre ele: 
Índice de MacGuinnes (𝑰𝑮𝑨𝒊): estima o grau de agregação da espécie, em densidade observada (Di) e 
esperada (di). 
𝐼𝐺𝐴𝑖 =
𝑛𝑖
𝑈𝑇 [𝑙𝑛 (1 −
𝑈𝑖
𝑈𝑇
)]
 
Em que: 
Di = densidade absoluta da i-ésima espécie; 
di = densidade esperada da i-ésima espécie; 
ni = número de indivíduos amostrados da i-ésima espécie; 
Ui = número de unidades de amostra em que a i-ésima espécie ocorre; 
UT = número total de unidades de amostra. 
Como interpretar esse o Índice de MacGuinnes? 
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Valores de 𝑰𝑮𝑨𝒊 Distribuição espacial 
𝑰𝑮𝑨𝒊 < 𝟏 Distribuição uniforme 
𝑰𝑮𝑨𝒊 = 𝟏 Distribuição aleatório 
𝟏 < 𝑰𝑮𝑨𝒊 ≤ 𝟐 Tendência ao agrupamento 
𝑰𝑮𝑨𝒊 > 𝟐 Evidência padrão de distribuição agregado 
Índice de Fracker e Brischle (Ki): é obtido pela expressão 
𝐾𝑖 =
|𝐷𝑖 − 𝑑𝑖|
𝑑𝑖
2 
Em que: 
Di = densidade absoluta da i-ésima espécie; 
di = densidade esperada da i-ésima espécie; 
Valores de 𝑲𝒊 Distribuição espacial 
𝑲𝒊 ≤ 𝟎, 𝟏𝟓 Distribuição aleatório 
𝟎, 𝟏𝟓 < 𝑲𝒊 ≤ 𝟏, 𝟎 Tendência ao agrupamento 
𝑲𝒊 > 𝟏, 𝟎 Padrão é agregado 
 
Índice de Payandeh (𝑷𝒊): determina o grau de agregação da espécie por meio da relação entre a variância 
do número de árvores por parcela e a média do número de árvores. 
𝑃𝑖 =
𝑆𝑖
2
𝑀𝑖
 
Em que: 
𝑆𝑖
2 = variância do número de árvores da i-ésima espécie; 
𝑀𝑖 = média do número de árvores da i-ésima espécie; 
Valores de 𝑰𝑴𝒊 Distribuição espacial 
𝑷𝒊 < 𝟏, 𝟎 Distribuição aleatório 
𝟏 < 𝑷𝒊 ≤ 𝟏, 𝟓 Tendência ao agrupamento 
𝑷𝒊 > 𝟏, 𝟓 Agrupamento 
Índice de Morisita (𝑰𝑴𝒊): pouco influenciado pelo tamanho da unidade de amostra e apresenta excelente 
qualidade na detecção do grau de dispersão, é estimado pela expressão: 
𝐼𝑀𝑖 =
∑ 𝑛𝑖𝑗(𝑛𝑖𝑗−1)
𝑈𝑇
𝑗=1
𝑛1(𝑛1 − 1)
. 𝑈𝑇 
Em que: 
𝑛𝑖𝑗 = número de indivíduos da i-ésima espécie na j-ésima parcela; 
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𝑛𝑖 = número total de indivíduos da i-ésima espécie; 
UT = número total de parcelas; e 
j = 1, 2, ..., UT 
Valores de 𝑰𝑴𝒊 Distribuição espacial 
𝑰𝑴𝒊 = 𝟏, 𝟎 Distribuição aleatório 
𝑰𝑴𝒊 < 𝟏, 𝟎 Distribuição uniforme 
𝑰𝑴𝒊 > 𝟏, 𝟎 Padrão de distribuição é agregado 
b.3) Índices de similaridade de Jaccard e Sorensen 
Para quantificar a similaridade de comunidades, podem ser utilizados índices de similaridade, 
entre os quais se destacam os coeficientes de similaridade de Jaccard (SJ) e Sorensen (SO). Esses índices 
são obtidos, pelas seguintes fórmulas: 
𝑆𝐽𝑖𝑗 =
𝑐
𝑎 + 𝑏 − 𝑐
 
Em que: 
a = número de espécies ocorrentes na parcela 1 ou comunidade; 
b = número de espécies ocorrentes na parcela 2 ou comunidade; 
c = número de espécies comuns às duas parcelas ou comunidade; 
𝑆𝑂𝑖𝑗 =
2𝑐
𝑎 + 𝑏
 
Em que: 
a = número de espécies ocorrentes na parcela 1 ou comunidade; 
b = número de espécies ocorrentes na parcela 2 ou comunidade; 
c = número de espécies comuns às duas parcelas ou comunidade; 
c) Estrutura Horizontal 
Na análise horizontal são calculados os seguintes parâmetros populacionais por espécie: 
Abundância ou densidade: é o número de indivíduos de cada espécie na composição florística do 
povoamento. (n°/ha) 
Dominância: expressa o grau de ocupação da área da floresta por cada espécie. 
Frequência: mede a distribuição de cada espécie, em termos percentuais, sobre a área. 
Valor de cobertura: é soma das estimativas de densidade e dominância relativa; 
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Valor de importância: é a combinação, em uma única expressão, dos valores relativos de densidade, 
dominância e frequência. 
1) Densidade 
É o número de indivíduos de cada espécie ou do conjunto de espécies que compõem uma 
comunidade vegetal por unidade de superfície, geralmente hectare. 
Densidade absoluta (DA): é o número TOTAL de indivíduos de uma determinada espécie em uma área 
total amostrada. 
𝐷𝐴𝑖 =
𝑛𝑖
𝐴
 
Em que: 
DAi= densidade absoluta da i-ésima espécie, em número de indivíduos por hectare; 
ni= número de indivíduos da i-ésima espécie na amostragem; 
A= área total amostrada, em hectare (ha). 
Densidade relativa (DR): é definida como a porcentagem do número de indivíduos de uma determinada 
espécie em relação ao total de indivíduos amostrados. 
𝐷𝑅𝑖 =
𝑛𝑖
𝑁
∗ 100; 𝐷𝑅𝑖 =
𝐷𝐴𝑖
𝐷𝑇𝐴
∗ 100; 𝐷𝑇𝐴 = ∑ 𝐷𝐴𝑖 
Em que: 
DRi = densidade relativa (%) da i-ésima espécie; 
DAi = densidade absoluta da i-ésima espécie, em número de indivíduos por hectare; 
DTA = densidade total, em números de indivíduos por hectare. 
ni= número de indivíduos amostrados da i-ésima espécie; 
N = número total de indivíduos amostrados; 
2) Frequência 
Expressa o número de ocorrências de uma determinada espécie nas diferentes parcelas alocadas. 
Frequência absoluta (FA): é a porcentagem de unidades de amostragem com ocorrência da espécie, em 
relação ao número total de unidades de amostragem. 
𝐹𝐴𝑖 =
𝑃𝑖
𝑃
∗ 100 
Em que: 
FAi = frequência absoluta da i-ésima espécie na comunidade vegetal; 
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Pi = número de parcelas ou pontos de amostragem em que a espécie ocorreu; 
P = Número total de parcelas ou pontos de amostragem. 
Frequência relativa (FR): é obtida da relação entre a frequência absoluta de cada espécie e a soma das 
frequências absolutas de todas as espécies amostradas. 
𝐹𝑅𝑖 =
𝐹𝐴𝑖
∑ 𝐹𝐴
∗ 100 
Em que: 
FRi = frequência relativa da i-ésima espécie na comunidade vegetal; 
FAi = frequência absoluta da i-ésima espécie na comunidade vegetal; 
∑ 𝐹𝐴= somatório das frequências absolutas de todas as espécies amostradas. 
3) Dominância 
É um parâmetro que expressa a influência de cada espécie na comunidade, através de sua 
biomassa. Para comunidades florestais, a dominância geralmente é obtida através da área basal que 
expressa quantos metros quadrados a espécie ocupa numa unidade de área. A área basal é obtida pelo 
somatório das áreas seccionais (gi): 
𝐺 = ∑ 𝑔𝑖 
𝑛
𝑖=1
= ∑
𝜋. 𝐷𝐴𝑃2(𝑚)
4
𝑛
𝑖=1
 𝑜𝑢 ∑
𝜋. 𝐷𝐴𝑃2(𝑐𝑚)
40.000
𝑛
𝑖=1
 
Dominânica absoluta (DoA): é calculada a partir da somatória da área basal dos indivíduos de cada espécie. 
𝐷𝑜𝐴 =
𝑔𝑖
𝐴(ℎ𝑎)
 
Em que: 
𝑔𝑖= é a área basal de cada indivíduo da espécie; 
A= área total amostrada. 
Dominância relativa (DoR): representa a relação entre a área basal total de uma espécie e a área basal total 
de todas as espécies amostradas. 
𝐷𝑜𝑅 =
𝑔𝑖
𝐺
∗ 100 
Em que: 
𝑔𝑖= é a área basal de cada indivíduo da espécie; 
G = é a soma das áreas basais de todas as espécies. 
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4) Índice de Valor de importância (IVI) 
Representa a importância ecológica da espécie em termos de distribuição horizontal e resulta em 
valores relativos já calculados para a densidade, frequência e dominância, atingindo, portanto, valor 
máximo de 300. 
𝑉𝐼𝑖 = 𝐷𝑅𝑖 + 𝐷𝑜𝑅𝑖 + 𝐹𝑅𝑖; 𝑉𝐼𝑖(%) =
𝐷𝑅𝑖 + 𝐷𝑜𝑅𝑖 + 𝐹𝑅𝑖
3
 
Em que: 
VI = Valor de Importância absoluto 
DRi = densidade relativa (%) da i-ésima espécie; 
FRi = frequência relativa da i-ésima espécie na comunidade vegetal 
DoRi = dominância relativa (%) da i-ésima espécie; 
5) Índice de Valor de cobertura (IVC) 
É a soma dos valores relativos e dominância de cada espécie, atingindo, portanto, valor máximo de 
200. 
𝑉𝐶𝐼 = 𝐷𝑅𝑖 + 𝐷𝑜𝑅𝑖; 𝑉𝐶𝐼(%) =
𝐷𝑅𝑖 + 𝐷𝑜𝑅𝑖
2
; 
Em que: 
VC = Valor de Importância absoluto 
DRi = densidade relativa (%) da i-ésima espécie; 
DoRi = dominância relativa (%) da i-ésima espécie; 
d) Estrutura vertical 
As estimativas dos parâmetros fitossociológicos da estrutura vertical, somadas as da estrutura 
horizontal, propiciam análise mais completa da importância ecológica das espécies na comunidade 
florestal. A análise de estrutura vertical engloba as estimativas dos parâmetros de posição sociológica e 
regeneração natural. 
Somente parâmetros da estrutura horizontal, em muitos casos não permitem uma caracterização 
verdadeira de ordem de importância ecológica das espécies. Dessa maneira as espécies que compõem a 
floresta, ficam mais corretamente situadas na ordem ecológica que lhes correspondem, por meio da 
associação das estruturas horizontal e vertical, o que permite uma planificação silvicultural sobre bases 
reais. 
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1) Posição sociológica 
A expansão vertical das espécies informa sobre a composição florística dos distintos extratos da 
floresta e do papel que exercem as diferentes espécies em cada um deles. A posição sociológica é 
caracterizada pelos seguintes estratos4: 
a) Superior: que abrange as árvores cujas copas formam o dossel mais alto da floresta; 
b) Médio: que corresponde as árvores cujas copas se encontram abaixo do dossel mais alto, mas na 
metade superior do espaço ocupado pela vegetação; 
c) Inferior: inclui as árvores cujas copas se encontram na metade inferior do espaço ocupado pela 
floresta; 
d) Sub–bosque: arbustos e pequenas árvores abaixo do estrato inferior. 
A presença das espécies nos diferentes estratos da floresta é de grande importância fitossociológica, 
especialmente quando se trata de florestas muito irregulares e heterogêneas. Em geral, “uma determinada 
espécie tem seu lugar assegurado na estrutura e composição da floresta, quando se encontram 
representadas em todo seu estrato e, ao contrário, aqueles que se encontram somente no estrato superior 
médio, ou inferior é muito duvidosa sua sobrevivência no desenvolvimento da floresta até o clímax”. 
Excetuam-se a essa regra aquelas espécies que por características próprias nunca chegam a passar 
do piso inferior, sendo pouco desenvolvidas e tolerantes a sombra e, provavelmente, sempre serão partes 
de sua composição. 
Com base nessa teoria pode-se afirmar que as espécies que apresentam posição sociológica regular, 
isto é, maior número de indivíduos no piso inferior e diminuição até o piso superior são as mais estáveis 
ecologicamente dentro da comunidade florestal. A determinação das espécies que apresentam essa 
posição sociológica regular, segue o critério que no piso inferior há um número de indivíduos maior ou pelo 
menos igual aos pisos subsequentes (médio e superior). 
Para calcular o valor absoluto da Posição Sociológica (PSAi) de uma espécie, somam-se os valores 
fitossociológicos da mesma em cada estrato, e estes se obtém multiplicando o valor correspondente do 
estrato pelo número de árvores da espécie no mesmo estrato, conforme demonstrado na fórmula a seguir: 
A posição sociológica absoluta de cada espécie (PSAi) é obtida pelo somatório dos produtos do valor 
fitossociológico absoluto de cada estrato pelo número de indivíduos por hectare daquela espécie no mesmo 
estrato, conforme expressão a seguir: 
𝑃𝑆𝐴𝑖 = 𝑉𝐹(𝐸𝑖) ∗ 𝑛(𝐸𝑖) + 𝑉𝐹(𝐸𝑚) ∗ 𝑛(𝐸𝑚) + 𝑉𝐹(𝐸𝑠) ∗ 𝑛(𝐸𝑠) 
Em que : 𝑃𝑆𝐴𝑖 – Posição Sociológica Absoluta; 
 
4 MORAES E SILVA, V. S. Manejo de Florestas Nativas: Planejamento, Implantação e 
Monitoramento. UFMT. 2006. 
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VF – Valor Fitossociológico; 
N – Número de árvores de cada espécie; 
Ei – Estrato inferior; 
Em – Estrato médio; 
Es – Estrato superior. 
A Posição Sociológica Relativa (PSrel) de cada espécie é expressa em percentagem do total dos 
valores absolutos. Quanto mais regular for a distribuição dos indivíduos de uma espécie na estrutura vertical 
de uma floresta, tanto maior será o seu valor na Posição Sociológica Relativa. 
A Posição Sociológica Relativa (PSrel), será calculada em função da soma total da Posição 
Sociológica absoluta, assim: 
𝑃𝑆𝑟𝑒𝑙 =
𝑃𝑆𝐴𝑖
∑ 𝑃𝑆𝐴𝑖
𝑛
𝑖=1
∗ 100 
2) Regeneração Natural 
 Na regeneração natural a própria natureza estabelece o equilíbrio dinâmico, porque o habitat é 
propício à germinação das sementes e ao desenvolvimento das mudas, favorecendo a regeneração, 
principalmente das espécies adaptadas ao sítio. 
 O termo regeneração natural, no sentido dinâmico, significa o processo de renovação da cobertura 
vegetal de uma área. No sentido estático, representa os indivíduos da fase jovem de uma espécie ou de um 
grupo de espécies. Portanto, cada classe de tamanho é a regeneração natural da classe de tamanho 
imediatamente superior. 
 A estrutura da regeneraçãonatural é estuda pelas estimativas de densidade, frequência, classes de 
tamanho e regeneração natural relativa. A regeneração natural relativa de uma espécie é a média aritmética 
dos três parâmetros: densidade relativa, frequência relativa e classe relativa de tamanho da regeneração 
natural. 
Sistema de colheita 
Um plano de manejo florestal envolve, entre outras, atividades relacionadas com os processos de 
colheita de madeira (exploração florestal). Para que o manejo seja sustentável, é imprescindível, dentre 
outras restrições, que a exploração seja de baixo impacto ambiental. Uma exploração bem planejada e 
cuidadosamente executada não apenas contribui significativamente para a sustentabilidade do plano de 
manejo, como também resulta em substancial redução nos custos totais da colheita da madeira. 
A seguir irei descrever de forma sucinta as principais atividades relacionadas à colheita de madeira. 
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20
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==d8eaf==
Descrição das principais atividades 
1. Mapeamento e zoneamento da propriedade: o zoneamento é essencial, pois permitiria diferenciar as 
áreas com vocação florestal daquelas que deveriam ser mantidas fora do alcance da exploração 
madeireira. Faz-se o zoneamento ou divisão da propriedade florestal em áreas exploráveis; áreas de 
preservação permanente e áreas inacessíveis à exploração. 
Áreas de preservação permanente: são áreas que deverão ser identificadas e demarcadas, de acordo 
com a legislação florestal. Essas áreas estão incluídas as margens de rios; ao redor das lagoas, lagos ou 
reservatórios d’águas naturais ou artificiais; nascentes e “olhos d’água”, qualquer que seja a sua situação 
topográfica, num raio mínimo de 50 metros de largura; topo de morros, montes, montanhas e serras; e 
encostas (ladeiras) com declividade superior a 45 graus 
Áreas incessíveis à exploração: áreas onde a exploração madeireira causaria impactos ambientais, 
aumentaria os riscos de acidentes e representaria custos elevados são classificadas como áreas 
inacessíveis à exploração, mesmo que para elas não existam restrições legais. Por exemplo, as áreas de 
floresta com inclinação superior a 40% devem ser classificadas como inacessíveis, uma vez que o custo 
de arraste e os impactos ambientais seriam significativos utilizando trator de esteira ou trator florestal 
(skidder). 
Áreas exploráveis: As florestas restantes da propriedade com um bom estoque de madeiras formam as 
áreas exploráveis. 
 
2. Plano de manejo florestal: deverá ser elaborado conforme o roteiro básico, protocolado nas formas 
digitais e impresso em papel na Gerência Executiva do IBAMA (GEREX) ou em órgão estadual 
conveniado, onde será analisado tecnicamente e juridicamente e aprovado para que as demais 
atividades de manjo da floresta tenham continuidade. 
 
3. Delimitação das UPAs: refere-se à divisão da área de floresta de produção em unidades 
organizacionais, isto é, unidades de produção anual (UPA) e unidades de trabalho ou talhão (UT) para 
colheita de madeira e aplicação de tratamentos silviculturais. 
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Fonte: Informativo técnico 1 (IFT)5 
4. Divisão das UPAs em UTs: refere-se à divisão das UPAs em talhões ou UTs. O tamanho de cada UT 
depende, entre outros fatores, de características como relevo, topografia, formato da área etc. 
 
5. Inventário 100% com mapeamento de árvores: refere-se aos inventários de prospecção pré-corte em 
100% das árvores com um diâmetro mínimo de corte (DMC), ou seja, inventariar e localizar no mapa, na 
escala de 1:1000, todas as árvores de tamanho comercial, por exemplo, com DAP ≥ 50 cm, da lista de 
espécies de valor comercial. No inventário de prospecção com mapeamento de árvores deverão ser 
coletados os seguintes dados: 
a) Coordenadas (x,y) para localização, mapa, de cada árvore com DMC. 
b) Número da plaqueta afixada no tronco da árvore com DMC. 
c) Altura da sapopema, em metros. 
d) Diâmetro de tronco à altura de 1,30m do solo (DAP), ou diâmetro de tronco acima da sapopema. 
e) Altura comercial (comprimento da tora, em metros). 
f) Qualidade da tora. 
g) Direção natural de queda. 
h) Presença/suspeita de oco. 
O inventário florestal 100% pode ser executado logo depois da delimitação da UT e da abertura das trilhas 
de orientação. 
 
5 INFORMATIVO TÉCNICO 1 - MANEJO FLORESTAL E EXPLORAÇÃO DE IMPACTO REDUZIDO EM FLORESTAS 
NATURAIS DE PRODUÇÃO DA AMAZÔNIA. Belém, 2014. < http://www.ift.org.br/wp-content/uploads/2014/11/Informativo-
T%C3%A9cnico-1.pdf> 
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6. Corte de cipós: Os cipós são plantas trepadeiras que se desenvolvem sobre os troncos e copas de outras 
árvores. Eles dificultam as operações de corte e aumentam os riscos de acidentes durante a exploração. 
O corte de cipós é uma forma de diminuir os problemas relacionados à exploração madeireira. Os cipós 
devem ser cortados somente na área onde as árvores serão extraídas, ou ainda em áreas de floresta 
juvenil, onde não existem árvores maduras. O corte de cipós nessas áreas resulta nos seguintes 
benefícios: 
▪ Redução de danos: o corte de cipós reduz o número de árvores danificadas, bem como o tamanho 
da clareira formada pela queda da árvore. 
▪ Redução de riscos de acidentes 
▪ Aumento na capacidade de regeneração da floresta: os cipós competem por luz e nutrientes com 
as árvores. Nas áreas exploradas pela atividade madeireira onde não foi feito o corte de cipós, estes 
tendem a se restabelecer primeiro, dificultando a regeneração e o crescimento da floresta. Por outro 
lado, as árvores que tiverem os cipós cortados podem ter um crescimento maior. 
 
Fonte: IFT, 2013. 
O corte de cipós deve ser feito no mínimo um ano antes da exploração, para garantir que os cipós 
mais resistentes apodreçam e se desprendam das árvores. É importante notar que, embora as folhas 
dos cipós caiam duas a três semanas após o corte, o apodrecimento e queda dos seus caules têm início 
somente depois de seis meses, sendo que os mais resistentes só caem um ano após o corte. 
7. Instalação e primeira medição de parcelas permanentes: refere-se ao estabelecimento e à medição 
das parcelas permanentes. Essa atividade objetiva controlar a exploração florestal, ou seja, conhecer a 
estrutura e arquitetura da floresta para, posteriormente, avaliar os impactos da aplicação das atividades 
de exploração florestal e verificar se as prescrições e o nível de colheita foram adequadamente 
executados. (por exemplo, se a intensidade de cortes e as regras básicas estabelecidas para a colheita 
de baixo impacto não foram violadas). 
 
8. Determinação da intensidade de corte: a decisão sobre quanto, onde e o que colher deve ser 
fundamentada, sobretudo, em critérios legais nos resultados das análises da composição florísticas e 
das estruturas fitossociológicas: horizontal; vertical; paramétrica (diâmetros, áreas basais e volume); 
estrutura interna; englobando a qualidade de fuste e valor da madeiras; e, por fim, as análises 
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qualitativas, incluindo-se infestação de cipós, danos, presença de outros valores importantes para 
conservação.9. Seleção e marcação das árvores para abate: numa primeira etapa, a seleção das árvores é feita no 
escritório utilizando-se a listagem de espécies, o mapa de localização das árvores e as demais 
informações obtidas do inventário 100%, tais como: espécie, DAP, volume comercial, qualidade de 
tora, presença de danos (podridão, oco) e habitat em geral. É possível que a seleção feita no escritório 
tenha que ser complementada por um trabalho de campo que deverá ser executado juntamente com a 
marcação definitiva das árvores para abate comercial. As árvores a serem abatidas devem ser marcadas 
com tinta. A marca poderá ser um círculo duplo, traçado na altura do DAP. Finalmente, como resultado 
desse processo de seleção poderá ser elaborado o mapa de corte que, juntamente com as demais 
instruções de abate, serão repassados à equipe de corte. 
 
10. Rede viária florestal e pátios de estocagem de toras: são as estradas de acesso à área de manejo 
florestal (AMF), as estradas primárias, secundárias e terciárias e os pátios de estocagem de toras das 
unidades de trabalho (UTs) e de baldeio ou intermediárias. 
Estradas primárias: permitem o transporte de madeira, de equipamentos e pessoal por caminhões e 
por tratores, dos pátios de estocagem até a unidade de processamento. Devem permitir o tráfego 
permanente e regular de veículos. Fazem parte da infraestrutura permanente de um projeto de manejo, 
portanto devem ser locadas sobre terrenos altos, bem drenados e trafegáveis. 
Trilhas secundárias ou de arraste: são espaços abertos entre as árvores, partindo das trilhas principais 
e em direção das árvores marcadas para o abate. Estas trilhas não são permanentes, não necessitam 
obrigatoriamente serem abertas, seguem o formato “espinha de peixe”, são normalmente utilizadas 
para extração da madeira do local de abate até as trilhas principais, e seus trajetos variam nos diferentes 
ciclos de cortes. 
Pátios de estocagem de toras das UTs: são planejadas e construídas nas UTs e ao longo das estradas 
terciárias e secundárias, podem ser distribuídos de forma sistemática ou direcional e se destinam à 
estocagem das toras extraídas das UTs. 
Pátios de baldeio ou intermediários: são planejados e construídos ao longo das estradas primárias ou 
principais e, ou, daquelas estradas de acesso e destinam à estocagem de toras procedentes dos pátios 
de estocagem das UTs até que o transporte final seja realizado, principalmente no período de chuvas. 
 
11. Plano operacional anual (POA): as atividades desenvolvidas em cada UPA deverão obedecer aos POAs, 
para os quais deverão ser elaborados relatórios de exploração contendo o detalhamento das atividades 
programadas e realizadas. 
 
12. Abate direcional: é a primeira operação propriamente dita relacionada com a colheita da madeira. As 
técnicas de corte de árvores aplicadas na exploração madeireira manejada buscam evitar erros, tais 
como o corte acima da altura ideal e o destopo abaixo do ponto recomendado. Esses erros causam 
desperdícios excessivos de madeira, danos desnecessários à floresta e uma maior incidência de 
acidentes de trabalho. O corte das árvores na exploração manejada também considera o 
direcionamento de queda das árvores para proteger a regeneração de árvores de valor comercial e 
facilitar o arraste das toras. Antes de derrubar uma árvore, o operador deve preparar uma “área de fuga”. 
Recomendações: as árvores devem ser derrubadas num arranjo denominado “espinha de peixe”, ou 
seja, não abater árvores perpendicularmente às trilhas de arraste; não deixar as copas das árvores nas 
trilhas de arraste; evitar a concentração de copas numa mesma área e o abate de grupos de árvores, de 
modo a evitar a formação de clareiras; observar que somente as pessoas que compõem a equipe de 
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abate devem permanecer nas áreas de abate; e utilizar pessoal bem treinado, equipamentos, vestuários 
e ferramentas de cortes adequados. A equipe de corte é composta por um ou dois motosserristas e um 
ajudante. 
 
13. Traçamento dos fustes: consiste no seccionamento do tronco em toras, o corte da madeira da copa e 
o rebaixamento da galhada. Normalmente, são feitos três traçamentos dos fustes comerciais. O 
primeiro é executado na floresta, onde os fustes são traçados no diâmetro mínimo comercial ou no 
comprimento de máximo aproveitamento. Nessa etapa, normalmente, são eliminadas as porções dos 
fustes com defeitos, é feito o rebaixamento da galhada e, ou, o traçamento da lenha. O segundo 
traçamento é feito no pátio de estocagem, onde os fustes são preparados para embarque e transporte. 
O terceiro é executado na unidade de processamento da madeira. 
 
14. Arraste: para transportar as toras do local de queda das árvores até os pátios de estocagem utilizam-se 
os mais variados veículos de carga, desde tração animal, passando por tratores agrícolas e de esteira até 
o trator florestal de pneus (skidder). O trator florestal (skidder) e o trator de esteira adaptado com 
guincho e torre são as máquinas recomendadas para o arraste das toras em uma exploração manejada 
de terra firme. Em termos comparativos, o skidder tem um melhor desempenho, uma vez que foi 
desenvolvido especificamente para as operações de exploração madeireira. O trator de esteira, por 
outro lado, foi projetado para a abertura de estradas 
 
15. Carregamento da madeira: estão disponíveis diversos métodos e equipamentos, porém, devem-se 
utilizar sempre os mais adequados para cada situação. É importante que essa atividade seja executada 
com rapidez, segurança e com o menor custo operacional. Antes de concluir a expedição é importante 
certificar-se da conclusão do romaneio (numeração, cubagem e registros de toras para rastreamento da 
madeira) e estar de posse do Documento de Origem Florestal - DOF. 
 
Vamos relembrar? 
 
 
O Documento de Origem Florestal (DOF), emitido pelo Sistema DOF, é uma licença 
obrigatória para o controle do transporte e armazenamento de produtos e 
subprodutos florestais de origem nativa, inclusive o carvão vegetal nativo (Portaria MMA 
nº 253/2006). O documento deve conter informações sobre as espécies, tipo do material, 
volume, valor do carregamento, placa do veículo, origem, destino, além da rota detalhada 
do transporte. 
O DOF acompanha o produto ou subproduto florestal nativo por meio de transporte 
rodoviário, aéreo, ferroviário, fluvial, marítimo ou conjugado nessas modalidades. 
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 112, DE 21 DE AGOSTO DE 2006. 
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Art. 2º Para os efeitos desta Instrução Normativa entende-se por: 
I - produto florestal: aquele que se encontra no seu estado bruto ou in natura, na forma 
abaixo: 
 a) - madeira em toras; 
 b) - toretes; 
 c) - postes não imunizados; 
 d) - escoramentos; 
 e) - palanques roliços; 
 f) - dormentes nas fases de extração/fornecimento; 
 g) - estacas e moirões; 
 h) - achas e lascas; 
 i) - pranchões desdobrados com motosserra; 
 j) - bloco ou filé, tora em formato poligonal, obtida a partir da retirada de costaneiras; 
 k) - lenha; 
 l) - palmito; 
 m) - xaxim; e 
 n) - óleos essenciais. 
 Parágrafo único. Considera-se, ainda, produto florestal, referido neste artigo, as plantas 
ornamentais, medicinais e aromáticas, mudas, raízes, bulbos, cipós e folhas de origem 
nativa ou plantada das espécies constantes da lista oficial de flora brasileira ameaçada de 
extinção e dos anexos da CITES, para efeito de transporte com DOF. 
 II - subproduto florestal: aquele que passou por processo de beneficiamento na forma 
relacionada:a) - madeira serrada sob qualquer forma, laminada e faqueada; 
 b) - resíduos da indústria madeireira (aparas, costaneiras, cavacos e demais restos de 
beneficiamento e de industrialização de madeira) quando destinados para fabricação de 
carvão; 
 c) - dormentes e postes na fase de saída da indústria; 
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 d) - carvão de resíduos da indústria madeireira; 
 e) - carvão vegetal nativo empacotado, na fase posterior à exploração e produção. 
 f) - xaxim e seus artefatos na fase de saída da indústria. 
Art. 9° Fica DISPENSADA da obrigação de uso do DOF nos casos de transporte de: 
 I - material lenhoso proveniente de erradicação de culturas, pomares ou de poda de 
arborização urbana; 
 II - subprodutos que, por sua natureza, já se apresentam acabados, embalados, 
manufaturados e para uso final, tais como: porta, janela, móveis, cabos de madeira para 
diversos fins, lambri, taco, esquadria, portais, alisar, rodapé, assoalho, forros, 
acabamentos de forros e caixas, chapas aglomeradas, prensadas, compensadas e de fibras 
ou outros objetos similares com denominações regionais. 
 III - celulose, goma-resina e demais pastas de madeira; 
 IV - aparas, costaneiras, cavacos e demais restos de beneficiamento e de industrialização 
de madeira, serragem, paletes e briquetes de madeiras e de castanha em geral, folhas de 
essências plantadas, folhas, palhas e fibras de palmáceas, casca e carvão produzido da 
casca de coco, moinha e briquetes de carvão vegetal, escoramentos e madeira beneficiada 
entre canteiros de obra de construção civil, madeira usada em geral, reaproveitamento de 
madeira de cercas, currais e casas; 
 V - carvão vegetal empacotado do comércio varejista; 
 VI - bambu (Bambusa vulgares) e espécies afins; 
 VII - vegetação arbustiva de origem plantada para qualquer finalidade. 
 VIII - plantas ornamentais, medicinais e aromáticas, mudas, raízes, bulbos, cipós e folhas 
de origem nativa das espécies não constantes da lista oficial de espécie ameaçada de 
extinção e dos anexos da CITES. 
16. Transporte da madeira: os tipos de transporte mais utilizados em colheita de madeira em florestais 
tropicais são o rodoviário e o hidroviário. Porém, existem outros meios, tais como o transporte 
ferroviário e o aéreo. 
 
17. Descarregamento da madeira: aconselha-se realizá-lo com máquina e com a máxima rapidez, 
economia e segurança possível. Essa operação pode ser realizada com carregadeira, guincho autocarga, 
ou usando-se simplesmente uma rampa para que as toras rolem para o pátio. 
 
18. Segunda medição de parcelas permanentes: essa medição é realizada nas parcelas permanentes após 
a exploração (Você se lembra que já realizamos uma medição, porém ela foi realizada antes da colheita!?), 
com o intuito de avaliar os impactos da exploração florestal sobre a arquitetura e estrutura da floresta, 
quantificar os cortes efetuados, quantificar e qualificar os danos ao povoamento remanescente e avaliar 
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a necessidade, tipos, intensidade e formas de tratamento silviculturais. Nesta etapa, ainda é 
recomendado plaquetar as arvores para monitoramento. 
 
19. Silvicultura pós-colheita: essa atividade é fundamental após a colheita de madeira em florestas nativas 
para que a floresta seja considerada manejada. Engloba principalmente os tratamentos silviculturais de 
limpeza, corte de cipós, refinamentos, liberação e plantios de enriquecimentos. Têm em vista não só 
aumentar a composição de espécies comerciais, a produtividade, a qualidade e o valor econômico da 
floresta remanescente da colheita de baixo impacto, mas também mitigar os efeitos ambientais 
adversos e potencializar benefícios do manejo sustentável da floresta. 
 
20. Plantio de enriquecimento: visa melhorar a composição de espécies do povoamento florestal, por meio 
do plantio de mudas de espécies, de valor comercial, ambiental e, ou, social. 
 
21. Monitoramento ou inventário contínuo: servem para avaliar as mudanças na composição florística e 
nas estruturas e arquitetura da floresta remanescente da exploração florestal. Parcelas permanentes 
devem ser instaladas, assim como devem ser feitas medições sucessivas e periódicas delas para: avaliar 
os processos de dinâmica de sucessão natural, de crescimento e produção florestal de espécies, de 
classes de diamétricas e regimes de manejo; avaliar necessidades, tipos, intensidade e ocasiões 
apropriadas de aplicação dos cortes de colheita e dos tratamentos silviculturais sobre o povoamento 
remanescente. Com os resultados obtidos do monitoramento poderão ser aprimorados os regimes de 
manejo prescritos e aplicar tratamentos silviculturais mais apropriados. 
 
Corte Seletivo 
A extração de madeira é um dos principais fatores que têm levado a altas taxas de desmatamento 
das florestas brasileiras, principalmente a Amazônica, onde cerca de 80% desse desmatamento pode estar 
relacionado a extrações ilegais. Considerando os efeitos que a extração madeireira tem sobre as florestas 
tropicais, faz-se necessário a implementação de estratégias de exploração que sejam menos prejudiciais a 
esses ecossistemas. Frente a essa demanda de manejo menos prejudiciais, o corte seletivo se destaca como 
uma alternativa frente ao corte madeireiro desorganizado e sem planejamento e tem se tornado uma 
atividade realizada nas florestas tropicais que apresenta grande importância econômica. 
Há vários métodos e fórmulas empregados na determinação do corte, sendo alguns empregados no 
manejo de florestas equiâneas e outros no manejo de florestas inequiâneas. Seja qual for o método usado, 
o controle do corte é feito por: área, volume ou por área-volume. É importante ressaltar que o volume de 
corte calculado é apenas uma aproximação. Os métodos de controle do corte existentes, e que iremos 
apresentar ao longo desta aula, servem de guia para a regulação de florestas naturais inequiâneas. 
1. Controle do Corte pela Área 
Qualquer que seja a propriedade florestal, tem-se dois tipos de áreas florestais: 
1) Áreas de Florestas de Proteção Integral - referem-se às áreas frágeis ou áreas de preservação 
permanente e que, portanto, devem ser mantidas sob cobertura florestal permanente, tais como: solos 
críticos; áreas de captação de água; encostas íngremes; áreas situadas em altitudes elevadas; e florestas 
reservadas para preservação do ecossistema e de espécies vegetais e animais; e 
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2) Áreas de Florestas de Produção (AFP) – referem-se às florestas destinadas à produção sustentada de 
Produtos Florestais Madeireiros (PFM) e de Produtos Florestais Não-Madeireiros (PFNM), nas quais 
frequentemente os objetivos de proteção e, ou, de conservação são tidos como secundários. São áreas 
escolhidas pelo seu potencial de produção perpétua de madeiras de alta qualidade. A produção florestal não 
deve ser considerada um uso marginal. 
O princípio do controle por área é o seguinte: o volume a ser obtido é estimado pela 
madeira a ser removida na área determinada pelo controle do corte. A cada ano uma área 
será submetida à exploração ou colheita, podendo o volume variar. 
O controle do corte pela área pode ser exemplificado pelo manejo em regime de corte seletivo de 
uma área de floresta de produção (AFP), cujo ciclo de corte é de 20 anos. 
 
A cada ano, 1/20da AFP poderá ser colhida e dessa colheita resulta um volume de corte (Vcorte) e, 
em seguida, a área é submetida a tratamento silvicultural que, por sua vez, pode produzir um volume (Vtr). 
O tratamento silvicultural visa aumentar a produtividade e a qualidade da floresta manejada, para sustentar 
novas colheitas após decorridos os sucessivos ciclos de corte. 
 
Você deve estar se perguntando, mas como assim produzir volume de madeira a partir de 
tratamentos silviculturas?! Pois bem, vimos anteriormente que os tratamentos são todas aquelas 
intervenções realizadas na floresta que visam aumentar a sua qualidade e a produtividade. Uma floresta só 
é considerada manejada se houver prescrições e aplicações de tratamentos silviculturais, mesmo que sejam 
os mais elementares possíveis. Os tratamentos silviculturais que são aplicáveis no manejo das florestas 
naturais são: 
➢ Corte de cipós 
➢ Exploração florestal 
➢ Refinamento 
➢ Liberação 
➢ Plantio de enriquecimento 
O volume final (Vf) será igual a Vcorte + Vtr. Uma vez que as áreas não são equiprodutivas, é óbvio 
que, na prática, a adoção destes procedimentos irá resultar em volumes flutuantes a cada ano. 
 
Suponha, por exemplo, uma área de floresta de produção de 400 hectares, onde são estimados: 
 
• Um ciclo de corte de 20 anos; 
• Uma colheita seletiva no ano zero de aproximadamente 40 m³/ha; 
• Um refinamento no quarto ano de 15 m³/ha (Tratamento silvicultural - Vtr). 
• A cada ano, a partir do ano zero, haverá uma colheita anual de 400/20 = 20 ha/ano. 
 
Nesta situação, o volume anual de colheita poderá variar muito, devido, às diferentes capacidades 
produtivas que porventura venham a existir entre as Unidades de Produção (UP’s). 
 
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2. Controle pelo volume 
No controle pelo volume, basicamente, ao invés da determinação de corte ser pela área, conforme 
vimos anteriormente, a colheita será programada pelo volume. O controle do corte pelo volume foi muito 
útil no passado, porém, atualmente, pouco aplicado. Esse método pode ser útil para proporcionar diretrizes 
ao manejo, porém, as estimativas são pouco precisas. 
3. Combinação de área e de volume 
O uso do volume ou da área como meio de controle de corte numa floresta, apresenta muitas 
limitações e não nos fornece resultados exatos. Assim, é interessante, na prática, combinar os dois tipos de 
controle. Trata-se de uma alternativa de grande aplicação no caso de grandes empresas que não usam 
modelos de programação matemática para regulação florestal. O procedimento consiste basicamente em 
combinar uma série de passos, envolvendo considerações sobre áreas e demandas, em termos de volume, 
e codificar esses passos em um programa de computação que permita efetuar algumas simulações. 
 
Os principais passos nesse tipo de controle podem ser resumidos assim: 
1) estabelecer uma regra para o corte, por exemplo, cortar primeiro os povoamentos mais velhos; 
2) ordenar os povoamentos, ou compartimentos, na ordem em que eles serão explorados; 
3) usar o controle por área ou por volume e determinar o corte anual, ou ambos; 
4) comparar os fluxos de caixa em cada ano e rearranjar os povoamentos em classes de idade. 
 
 
 
Tratamentos silviculturais aplicados às florestas tropicais 
Tratamentos silviculturais são todas aquelas intervenções realizadas na floresta que visam aumentar 
a sua qualidade e a produtividade. Uma floresta só é considerada manejada se houver prescrições e 
aplicações de tratamentos silviculturais, mesmo que sejam os mais elementares possíveis. 
Os tratamentos silviculturais que são aplicáveis no manejo das florestas naturais são: 
➢ Corte de cipós 
1 2 3 4 5 
6 7 8 9 10 
11 12 13 14 15 
16 17 18 19 20 
Ano 4: 20 ha para exploração. 
Considere a produção aproximada 
de 40m³ por ha, então: 
Vcorte = 20 ha *40 m³ = 800 m³ 
Vtr = 20 ha * 15 m³/ha = 300 m³ 
Vf = 1100 m³ 
Ano 0: 20 ha para exploração. 
Considere a produção 
aproximada de 40m³ por ha, 
então: 20*40 = 800 m³. 
Lembrado que esse valor pode 
variar muito de um hectare para 
outro. 
Vcorte = 800 m³ 
Vtr = 0 
 Vf = 800 m³ 
 
 
Vtr = 15 m³ 
Vf = 815 m³ 
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➢ Exploração florestal 
➢ Refinamento 
➢ Liberação 
➢ Plantio de enriquecimento 
A) Corte de cipós: a presença de cipós, dependendo do grau de infestação, pode representar forte 
competição e condição inadequada à sucessão natural e ao crescimento e produção das espécies arbóreas 
de valor comercial. Por isso, sua população deverá ser controlada, não só para reduzir a competição por 
luz, umidade e nutrientes, mas também para facilitar o acesso às áreas de colheitas, reduzir os danos de 
abate de árvores durante a colheita, evitar acidentes durante as atividades de exploração, o refinamento e 
a liberação e melhorar a qualidade dos fustes das árvores de valor comercial. 
O corte de cipós pode ser feito com facão ou foice e em dois lugares: rente ao chão e o mais alto 
possível. O corte de cipós realizado pelo menos um ano antes do abate de árvores comerciais diminui os 
danos da colheita de madeira, contudo, onera consideravelmente o manejo florestal. 
B) Exploração ou colheita florestal: refere-se ao conjunto de operações que começa com o planejamento 
e compreende a derrubada ou corte ou abate direcional das árvores, o arraste das toras, o seu manuseio no 
pátio de estocagem e o seu transporte. Anteriormente, a exploração florestal era vista como operação 
distinta dos tratamentos silviculturais. Atualmente, quando a exploração é bem planejada e 
cuidadosamente executada, pode ser considerada um dos tratamentos silviculturais mais eficientes. 
Cada operação pode afetar um ou vários componentes do ecossistema: a água; o solo; a fauna; a 
vegetação, ou seja, a arquitetura, a composição florística, e as estruturas horizontal, vertical, interna e 
paramétrica. Enfim, essas operações podem afetar positivamente e negativamente a qualidade e a 
produtividade das florestas. Contudo, representam tratamentos siviculturais, somente as operações de 
exploração florestal que efetivamente modificam a estrutura e a arquitetura da floresta, ou seja, a 
abertura de acessos, o corte de cipós o abate de árvores e o arraste de toras. Somente o abate de árvores 
comerciais tem sido avaliado como tratamento silvicultural, porque representa a operação fundamental de 
qualquer sistema sivicultural. 
D) Refinamento e liberação: 
Refinamento: compreende a eliminação de indivíduos arbóreos com características indesejáveis. É 
aplicado uniformemente na floresta. Reduz a área basal para um nível planejado e, consequentemente, a 
competição. 
Liberação: refere-se ao favorecimento de indivíduos arbóreos desejáveis. É feita somente no entorno da 
árvore desejada. 
Entende-se como indivíduo arbóreo desejável aquele pertencente à lista de espécies comerciais. E 
indivíduos alvos a se eliminar incluem as árvores tortuosas, senescentes, ocas, podre, morta, severamente 
danificadas, mesmo que pertençam à lista de espécies desejáveis, como também árvores bem formadas de 
espécies não comerciais, mas que estejam competindo com as desejáveis. 
O refinamento pode ser feito de duas formas: 
1. Abate de árvores 
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2. Anelamento e, ou, envenenamento arbóreo. 
A escolhaentre as formas vai depender do comportamento ecofisiológico das espécies e de fatores 
econômicos. 
E) Plantio de enriquecimento: visa melhorar a composição de espécies do povoamento florestal, por meio 
do plantio de mudas de espécies nativas de valor comercial, ambiental, e, ou, social. Embora o termo técnico 
seja plantio de enriquecimento, a semeadura também pode ser recomendada. 
O plantio de enriquecimento deve ser recomendado mais como uma medida mitigadora de efeitos 
ambientais negativos do que opção silvicultural. Prescreve-se, o plantio de enriquecimento nas situações 
em que: 
✓ A regeneração natural das espécies comerciais é deficitária; 
✓ Há extinção local de espécies de valor econômico, social ou ambiental; 
✓ Há interesse na introdução de espécies de valor econômico, social ou ambiental; 
✓ Há espécies raras, espécies em perigo ou consideradas em extinção; 
✓ Há necessidade de recuperar as clareiras provocadas por abate, trilhas de arraste e pátios de 
estocagem de madeira. 
 
Plano de Manejo 
Antes de iniciar a elaboração de um plano de manejo, é recomendável fazer minucioso levantamento 
da política e legislações florestais, para se ter uma visão atual e prever as tendências futuras da gestão das 
florestas em escalas nacionais, regionais e local. 
Segundo os órgãos gestores do manejo florestal sustentável com fins madeireiros, para florestas nativas e 
suas formas sucessoras no bioma Amazônia, manejo florestal é a administração da floresta para obtenção 
de benefícios econômicos, sociais, e ambientais, respeitando os mecanismos de sustentação do 
ecossistema e considerando, cumulativamente ou alternativamente, a utilização de múltiplas espécies de 
madeiras e de múltiplos produtos e subprodutos não madeireiros, bem como a utilização de outros bens e 
serviços de natureza florestal. 
O manejo florestal sustentável de uso múltiplo deve atender aos seguintes princípios gerais e 
fundamentos técnicos, conforme normas legais vigentes: 
Princípios: 
a) Conservação dos recursos naturais. 
b) Conservação da estrutura da floresta e de suas funções 
c) Manutenção da diversidade biológica 
d) Desenvolvimento socioeconômico da região 
Fundamentos técnicos: 
a) Caracterização do meio físico e biológico. 
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b) Determinação do estoque. 
c) Intensidade de exploração compatível com a capacidade do sítio. 
d) Promoção da regeneração natural da floresta. 
e) Adoção de sistema silvicultural adequado. 
f) Adoção de sistema de exploração adequado. 
g) Monitoramento do desenvolvimento da floresta remanescente. 
h) Garantia da viabilidade técnico-econômica e dos benefícios sociais. 
i) Garantia de medidas mitigadoras dos impactos ambientais. 
As atividades de manejo florestal, mesmo que realizadas com observância dos princípios, critérios e 
indicadores de sustentabilidade, podem causar efeitos adversos e benéficos sobre os meios abióticos, 
bióticos e antrópicos. Portanto, a sustentabilidade do manejo requer cuidadosa gestão (planejamento, 
controle e ordenamento) dos recursos florestais disponíveis, de modo a harmonizar benefícios ambientais 
e socioeconômicos. Harmonizar benefícios ambientais, sociais e econômicos é dever do poder público e da 
coletividade. 
Plano de manejo 
Um plano de manejo pode ser conceituado de diferentes maneiras: 
a) Plano de manejo é um documento técnico mediante o qual, com fundamentos nos objetivos gerais de 
uma Unidade de Conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da 
área e o manejo dos recursos naturais. (Lei nº 9.985/2000). 
b) Plano de manejo é um documento técnico mediante o qual, com fundamentos nos objetivos gerais de 
uma propriedade, são estabelecidos o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o 
manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da 
propriedade. 
c) Plano de manejo florestal é um documento-base para descrever procedimentos de manejo adotados na 
área florestal. 
d) Plano de manejo é o instrumento que possibilita conciliar os benefícios ambientais, sociais e econômicos 
em uma propriedade. 
e) Plano de manejo florestal sustentável (PMFS) é o documento técnico básico que apresenta as diretrizes 
e procedimentos para administração da floresta de acordo com os princípios do manejo florestal 
sustentável. 
Em síntese, um plano de manejo é instrumento básico de gestão da propriedade florestal. 
Dependendo do tipo e do tamanho da propriedade e da escala das operações, o plano de manejo pode ser 
visualizado em três níveis: 
▪ Estratégico (visão de longo prazo, por exemplo, considerando um ciclo de corte de 25 anos) 
▪ Tático (para um período de cinco seis ou sete anos) 
▪ Operacional anual (POA) 
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Os POAs relacionam as atividades a serem executadas, isto é, contêm os cronogramas físicos de 
execução de atividades. 
Existem diferentes categorias ou modalidades de planos de manejo, cada um com um roteiro 
específico ou estrutura básica para elaboração do referido PMFS. Os roteiros seguem instruções ou 
resoluções normativas publicadas pelo órgão gestor da atividade. Em geral, um PMFS deve incluir: 
1) Informações gerais da propriedade. 
2) Objetivos e justificativas do manejo. 
3) Caracterização do meio físico, biológico e socioeconômico. 
4) Zoneamento da(s) propriedade(s). 
5) Inventário da área de manejo florestal (AMF). 
6) Determinação da colheita. 
7) Sistema de colheita. 
8) Sistema silviculturais. 
9) Avaliação de impacto ambiental. 
10) Monitoramento da floresta. 
11) Análise de viabilidade econômica. 
12) Plano operacional anual das UPAs. 
13) Referências. 
14) Documentos a serem anexados aos PMFS. 
O Plano operacional anual (POA) engloba: 
1) Infraestrutura de colheita. 
2) Censo ou inventário pré-exploratório 100%, com mapeamento das árvores pré-comerciais e 
potencialmente comerciais de cada unidade de trabalho (UT). 
3) Mapas das UTs. 
4) Sistemas de colheita. 
5) Tratamentos silviculturais. 
6) Proteção florestal. 
7) Monitoramento da UPA manejada. 
8) Avaliação de impacto ambiental na UPA. 
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QUESTÕES COMENTADAS 
 
Manejo Florestal (Bancas diversas) 
1. (UFMT/Engenheiro Florestal/2018) A análise da estrutura da vegetação é fundamental para o 
melhor conhecimento da situação da floresta e permite delinear procedimentos para proteção ou 
manejo. Sobre o tema, analise as afirmativas. 
I - A abundância representa o número de indivíduos de cada espécie na composição florística. 
II - O valor de importância é a combinação dos valores relativos de densidade, abundância e dominância. 
III - Os índices de Shannon, Simpson e Pielou representam, respectivamente, a dominância, a equabilidade 
e a diversidade. 
IV - A dominância representa o grau de ocupação da área da floresta para cada espécie. 
Estão corretas as afirmativas 
a) II e III. 
b) I e III. 
c) I e IV. 
d) II e IV. 
Comentários: 
I - Correta. A abundância representa o número de indivíduos de cada espécie na composição florística. 
Abundância ou densidade: é o número de indivíduos de cada espécie na composição florística do 
povoamento. (n°/ha) 
II - Errada. O valor de importância

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