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1 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S 2 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S 3 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Núcleo de Educação a Distância GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino Revisão Ortográfica: Mariana Moreira de Carvalho PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira. O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho. O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem. 4 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Prezado(a) Pós-Graduando(a), Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional! Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as suas expectativas. A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra- dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a ascensão social e econômica da população de um país. Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida- de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas pessoais e profissionais. Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi- ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu- ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe- rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de ensino. E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos conhecimentos. Um abraço, Grupo Prominas - Educação e Tecnologia 5 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S 6 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo- sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve- rança, disciplina e organização. Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho. Estude bastante e um grande abraço! Professora: Jeane França Santos Paixão 7 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc- nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela conhecimento. Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in- formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao seu sucesso profisisional. 8 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Pessoas com deficiência e seus apoiadores vivem atualmen- te em constante luta para inserir possibilidades de inclusão e que não se repitam experiências cruéis e assustadoras de abandono e extermínio vividos nos antepassados. Durante a história pessoas que expressassem alto nível de inteligência (Superdotados/Altas habili- dades) ou, níveis muito baixos de raciocínio (Deficiência Intelectual) eram considerados “diferentes” e tratadas como desiguais do restante da sociedade. À medida que ações e movimentos sobre a inclusão se espalham, surge a necessidade de novas nomenclaturas, conceitos e leis apropriados ao momento atual, que valorize todos como seres humanos que são, de forma que não passe a ideia de desrespeito ou inferioridade. A inclusão escolar é um processo fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, para que todos tenham acesso aos mesmos recursos e oportunidades. O processo de inclusão para alunos com diversas deficiências, tem avançado positi- vamente no Brasil. O AEE tem sido um avanço significativo em termos de apoio para essas crianças, embora precise de melhorias, como também as escolas e os profissionais da educação que devem estar preparadas para receber e atender alunos com deficiência. Deficiência Intelectual. Altas Habilidades. Superdotação. AEE. 9 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S CAPÍTULO 01 DA DEFICIÊNCIA MENTAL À INTELECTUAL Apresentação do Módulo ______________________________________ 10 20 42 25 A Deficiência Intelectual – DI ___________________________________ Inclusão para Alunos com Altas Habilidades/Superdotados ______ Atividades Físicas e Fatores de Risco de Doenças para Alunos com Deficiência Intelectual __________________________________________ CAPÍTULO 02 ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO Caracterização e Trabalho com Altas Habilidades _______________ 35 28Recapitulando ________________________________________________ Recapitulando _________________________________________________ 48 CAPÍTULO 03 ATENDIMENTO ESPECIALIZADO EDUCACIONAL – AEE A Sala de AEE nas Instituições Escolares _______________________ 52 Atendimento e Intervenção ao Aluno na Sala de AEE ____________ 58 Recapitulando ________________________________________________ 65 Fechando a Unidade ___________________________________________ 70 Referências ____________________________________________________ 73 10 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Neste módulo se encontram os conteúdos desenvolvidos na Disciplina AEE para Deficiência Intelectual, Altas Habilidades e Super- dotação. Traz um conhecimento amplo acerca de temas voltado para a educação especial, a partir de reflexões, caracterização e desafios vividos tanto pelos alunos e as famílias das crianças com necessidades especiais, como pelos profissionais da educação na busca pela inclu- são e atendimento desses alunos de forma efetiva e eficaz. Para tanto, nesta unidade de estudo vamos apresentar o pro- cesso do desenvolvimento da pessoa com deficiência e dos alunoscom altas habilidades/superdotação, em um contexto histórico tomado por preconceito e da discriminação, bem como a falta conhecimento para lidar com essas crianças. Levando em consideração as mudanças em decorrência das dificuldades vividas por essas pessoas e os significa- tivos avanços da legislação em medidas inclusivas para atendimento especializados no âmbito educacional. Assim, o módulo se divide da seguinte forma: o capítulo 1 abor- da os desafios das pessoas com deficiência, uma contextualização bre- ve sobre a mudança de nomenclatura em que modificou a expressão Deficiência Mental, para Deficiência Intelectual em consequência da busca por respeito e inclusão social. Traremos também os tipos de ativi- dades físicas direcionadas para os alunos com deficiência intelectual e os fatores de risco de doenças que podem afetar essas crianças. O capítulo 2 apresenta a caracterização e o processo de inclusão e dos alunos com altas habilidades/superdotação, destacando suas carac- terísticas, legislação que garante o direito à uma educação voltada às suas habilidades e os desafios para o ensino-aprendizado desses sujeitos. Por fim, no último capítulo trata do Atendimento Educacional Especializado – AEE, usando como referência discursiva a legislação vigente, abordando a importância do AEE para o desenvolvimento cog- nitivo do sujeito e a sala de recurso multifuncional com um ambiente rico em possibilidades de construção de ações e estratégias de inclusão desses alunos no ambiente escolar. 11 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Iniciando este estudo sobre a deficiência mental e deficiência intelectual, é importante salientar que durante a história essas pessoas viveram cercadas de preconceitos sendo discriminadas pela sociedade ou superprotegidas pelas famílias, como tentativa de não sofrer injus- tiças fora dela. Antes de dar ênfase as deficiências mental/intelectual e como se deu a mudança de nomenclatura delas, será apresentado um breve resgate da evolução histórica da pessoa com deficiência, em seguida será exposta a definição e caracterização da deficiência inte- lectual, finalizando o capítulo com a identificação de atividades físicas e fatores de risco de doenças para os alunos com deficiência intelectual. Durante séculos, foram vistas como “diferentes” nomeadas por vários adjetivos pejorativos como pessoas loucas, doente mentais, re- tardadas entre outros. Eram ignoradas por parte da população ficando à margem dos grupos sociais, isto é, excluídas da vida em coletivida- DA DEFICIÊNCIA MENTAL À INTELECTUAL A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S 11 12 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S de. No entanto, esta percepção começou a mudar, à medida em que o direito do homem às condições de igualdade, cidadania e educação, tornaram-se motivos de preocupação. Inclusive o Brasil tem avançado na legislação como podemos destacar na Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, lei nº 13.146/2015, a qual assegura e promove garantias de igualdade e liberdades fundamentais, e acesso à educação escolar a todos os seus alunos. Conforme reforça Gaudenzi e Ortega (2016): Com vistas à inclusão social e à cidadania plena e efetiva dos deficientes, no ano de 2015, o Brasil instituiu a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiên- cia, também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, que entrou em vigor em janeiro de 2016. A Lei ga¬rante, entre outras coisas, condições de acesso à educação e à saúde e estabelece punições para atitudes discriminató- rias contra essa parcela da população. (GAUDENZI E ORTEGA, 2016, p. 3062). É importante perceber que segundo as autoras, além de ser ga- rantidos pela lei, o acesso a vivência em meio a sociedade, também garan- te punições para quem descumpri-la ou descriminalizar essa população. Antes de discorrer sobre os temas mencionados, é primordial que seja de conhecimento de todos, saber a forma correta de se referir de forma geral, às pessoas com qualquer tipo de deficiência. A expressão “pessoa com deficiência” é a que deve ser usada atualmente, tanto em manifestações orais ou escritas quando quer se dirigir a alguém com de- ficiência. Falando de nomenclatura podemos adiantar (já que trataremos sobre esse tema mais adiante, no próximo tópico) que deficiência mental ou retardo mental também é um termo que não são usados atualmente. Desde 2004, a expressão foi substituída por Deficiência Intelectual. Apesar de existir um termo correto, é comum ver por aí o uso dos nomes: deficiente, portador de deficiência, pessoa com necessida- des especiais e outros. Parece correto, mas não é, são termos que de- vem ser evitados por serem considerados formas pejorativas. Vale lem- brar que a falta de informação leva ao preconceito e a discriminação. A preocupação com a questão do vocábulo, emergiu a partir do final da década de 1990, em movimentos mundiais e or- ganizações importantes como a Organização das Nações Unidas – ONU. Aqui no Brasil, foi adotado na Constituição Federal e em to- 13 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S das as leis e políticas públicas o termo correto que deve ser usado atualmente: “pessoa com deficiência”. Para melhor compreender esse indivíduo no cenário histórico da nossa civilização, é importante informar que em todo o mundo es- tima-se cerca de mais de um bilhão de pessoas que convivem com alguma forma de deficiência. Esse e outros dados estão apresentados no Relatório Mundial sobre a Deficiência (2011), que é um documento produzido pela Organização Mundial da Saúde – OMS. E estudos reve- lam que haverá um provável aumento deste número nos próximos anos. No Brasil, de acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2010), quase 46 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência. Este número representa cerca de 24% de brasileiros, sendo que 1% dessa população são pessoas com deficiên- cia intelectual, como podemos ver no gráfico 1 abaixo. Esta porcenta- gem está dividida por tipo e grau de dificuldade e deficiência. Gráfico 1 – Porcentagem da população com deficiência no Brasil em 2010 Fonte: IBGE, 2010 O gráfico, segundo o IBGE (2010), demonstra que aproximada- mente 20% tinham alguma dificuldade para enxergar, mais de 5% apre- sentavam dificuldades nos movimentos e na audição e quanto a deficiência mental/intelectual estava presente em mais de 1% da população brasileira. Vale salientar que esses números podem ter mudado atual- mente, uma vez que, este censo se refere a pesquisas feitas no ano de 2010, no site do próprio instituto até o momento da elaboração deste módulo, não havia divulgado novos dados sobre essa população. 14 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Conforme a OMS (2001), a definição de deficiência que vere- mos a seguir, foi publicada como uma primeira tentativa de organizar uma linguagem universal sobre deficiências: conceito de deficiência: substantivo atribuído a toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica, temporária ou permanente, e pode ser classificada em cinco grupos: física, auditiva, visual, intelectual ou múltipla. (apud, GARGHETTI, MEDEIROS E NUER- NBERG, 2017, p.103). Em outras palavras, de acordo com a descrição acima, pode- -se entender que a pessoa tem deficiência quandoapresenta algum impedimento numa parte do corpo ou numa função fisiológica do corpo incluindo funções mentais, seja por pouco tempo, ou a longo prazo, podendo ou não, afetar de alguma forma a realização plena na rotina diária. É pertinente salientar que o conceito de deficiência não pode ser confundido com o de incapacidade, segundo Sassaki (2005, p1.), "o conceito de incapacidade denota um estado negativo de funcionamento da pessoa, resultante do ambiente humano e físico inadequado ou ina- cessível, e não um tipo de condição”. Como exemplo, a incapacidade de uma pessoa cega para ler textos que não estejam em braile ou a incapacidade de uma pessoa em cadeira de rodas para subir degraus. Assim entende-se que a capacidade está ligada a situações de desvan- tagens impostas às pessoas com deficiência. A partir da compreensão de deficiência e entendendo quando uma pessoa é considerada com deficiência, pode parecer óbvio, toda- via é importante e válido lembrar que desde o mundo primitivo sempre houve pessoas que nasceram com alguma deficiência ou passaram a tê-la por acidentes ou outros motivos durante a vida, como podemos perceber no relato de Emílio Figueira descrito a seguir: Muitos hoje que falam ou mesmo trabalham com inclusão, pode acreditar que esse é um fenômeno novo. Só que as pessoas com deficiência sempre existiram [...] e passaram despercebidas ao longo de séculos. [...], sempre tivemos presentes na história de todos. E a partir dela, mesmo parecendo um clichê, podemos evitar erros e visões culturais do passado e, ao mesmo tempo, pautarmos pelas ações que deram certo. (FIGUEIRA, 2023, np). Emílio (figura 1), é uma pessoa com deficiência, brasileiro, jor- nalista e escritor. Embora por causa de uma asfixia durante o parto, ele tenha adquirido paralisia cerebral no final dos anos 60, ficando com sequelas na fala e nos movimentos, não se rendeu a rejeição social e caminhou contrário ao que muitos esperavam. Figueira estudou e se profissionalizou, hoje tem cinco graduações e dois doutorados, foi pro- 15 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S fessor de pós-graduação, autor de mais de 50 livros, dedica-se a es- crever sobre temas que envolvem educação e inclusão. E por isso é referência em educação inclusiva no Brasil. Figura1. Emílio Figueira Fonte: Blog deficiente ciente, 2014 Apesar dessa representação inspiradora de superação mostrar que pessoas com deficiência conseguem se construir em meio a vida so- cial, bem como contribuir para o crescimento social, em um resgate his- tórico é fácil perceber que a relação da sociedade, com as pessoas com deficiência tem mudado ao longo do tempo, embora na maior parte dos sé- culos a vida desses sujeitos tenha sido difícil e carregada de preconceitos. Tratando-se das pessoas com deficiência intelectual elas apre- sentam funcionamento da inteligência muito abaixo da média geral das pessoas, isso é suficientemente grave para limitá-las em lidar com uma ou mais áreas da vida diária normal dependendo do nível de desen- volvimento intelectual. Algumas delas chegam ao ponto de precisarem de apoio no dia a dia, e por esse motivo são discriminadas e também sofrem com o preconceito. Desde o descobrimento do Brasil ocorre intolerância, exclusão, indiferença, abandono até chegar à inclusão social na atualidade. Por cinco séculos as pessoas com deficiências ora, eram tratadas como invisíveis, ora, eram consideradas incapazes de se manterem ativas na sociedade e consequentemente deveriam ser afastadas do meio social. “E foi assim que grandes hospitais se tornaram depósito de pessoas” (GARGHETTI, MEDEIROS E NUERNBERG, 2013, p.107). Figueira (2008) enfatiza a respeito do Brasil, que “a situação das pessoas com deficiência começou a ser divulgada a partir de 1981. Inclusive, elas mesmas começaram a tomar consciência de si como 16 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S cidadãs, passando a se organizar em grupos ou associações” (FIGUEI- RA, 2008, p. 119). O ano de 1981 é enfatizado neste trecho por ter sido declarado pela Organização das Nações Unidas – ONU, como Ano Internacional da Pessoa Deficiente, marcando o início da ascensão à valorização, bem como a inclusão dessas pessoas e a conscientização mundial que os deficientes merecem ser respeitados, ter espaço dentro da sociedade e ser tratados com dignidade. Em consequência de busca por respeito e valorização das pes- soas com deficiência intelectual, aconteceu uma modificação em como se referir a elas. Diante disso, discorreremos como se deu a mudança de nomenclatura da deficiência mental para deficiência. Elencado o contexto histórico e algumas reflexões acerca das pessoas com deficiência, abordaremos a seguir uma contextualização para entender como se deu a mudança de nomenclatura da deficiência mental para deficiência intelectual. Apresentando as características e formas de diagnóstico. Na atualidade, o termo “deficiência intelectual (DI)” tem sido ado- tado pelo Brasil, substituindo deficiência mental e retardo mental. Esse termo é recomendado pela Associação Americana sobre Deficiência Inte- lectual e de Desenvolvimento -AAIDD, que defendeu e apoiou a mudança de terminologia de deficiência mental para deficiência intelectual. Considerando uma constante busca de nomenclaturas que tornem menos pejorativos os termos referentes as pessoas com defi- ciência, foi aprovada a mudança do termo deficiência mental para de- ficiência intelectual, em 06 de outubro de 2004 pela OMS, a partir da Declaração de Montreal sobre Deficiência Intelectual, em conjunto com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Anterior a respectiva modificação, a deficiência mental era o termo utilizado para se referir a pessoa com essa condição. Até o sécu- lo XVIII, de acordo com Garghetti, Medeiros e Nuernberg (2013), apud Aranha (2001), era confundida com doença mental e tratada em ins- tituições distantes da família. A partir do século seguinte, estudiosos da área da psicologia e da pedagogia se envolveram com a questão e realizaram as primeiras intervenções educacionais. É inegável que muito se discute sobre a importância de incluir as pessoas com deficiência, no entanto a deficiência mental vinha sen- do um universo pouco conhecido, visto que não havia muitos estudos a seu respeito. A produção científica na área foi aumentando, embora ainda bem escassa. Isto se tornava um problema sabendo que, quanto mais se conhece sobre um tema, mais se compreende e aumenta as chances de melhorar a vida das pessoas envolvidas e, nesse caso, con- sequentemente a inclusão social delas. 17 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Pessoas com deficiência mental, por muitos séculos sofreram discriminação ou passaram como invisíveis. Somente no século XX suas necessidades foram percebidas por uma postura de responsabili- dade pública. Se tratando de implementação de políticas públicas, o go- verno brasileiro, por meio do Ministério da Educação – MEC, desenvol- veu a política de educação inclusiva no ensino regular para as crianças com deficiência mental. Isso significa que podiam e deviam estudar, nas mesmas salas que todas as outras crianças, sem nenhuma separação. Como importante órgão da educação no Brasil, recorremos ao Ministério da Educação (1997), para entender melhor a conceituação de Deficiência mental. Era caracterizada pelo: funcionamento intelectual geral significativamente abaixo da média, oriundo do período de desenvolvimento, concomitante com limitações associadas a duas ou mais áreas da conduta adaptativa ou da capacidade do indivíduo em responderadequadamente às demandas da sociedade, nos seguintes as- pectos: comunicação, cuidados pessoais, habilidades sociais, desempenho na família e comunidade, independência na locomoção, saúde e segurança, desempenho escolar, lazer e trabalho. (MEC, 1997, p. 27) Dessa maneira, de acordo com a definição do MEC (1997), a pessoa com deficiência mental apresentava significativas limitações no que se referia ao funcionamento intelectual e no comportamento adaptativo. O diagnóstico geralmente era feito durante a infância ou na adolescência antes dos 18 anos de idade. Vale ressaltar que atualmen- te, após a mudança de nomenclatura, a deficiência intelectual continua com essa mesma definição. Além da limitação no comportamento ser um aspecto fundamen- tal como indicação para que a criança fosse diagnosticada, outro meio também utilizado como parâmetro de definição dos casos segundo Almei- da (2017), era a medida do coeficiente de inteligência (QI) na qual visa a relação entre a idade mental e a idade cronológica. Era usado como método para avaliar se a pessoa tinha deficiência mental, porque quando o resultado ficava muito abaixo da média da população, aproximadamente 70 ou menos, representava um atraso cognitivo em relação as respostas esperadas para a idade e realidade sociocultural. O teste de QI classificava a deficiência por níveis entre leve, moderado, grave ou profundo. Esse teste era considerado primordial para detectar a deficiência mental nas pessoas, embora alguns estudiosos criticassem e evidencia- vam a necessidade de aperfeiçoamento desse processo de diagnóstico sendo considerado precário. Apesar das críticas, atualmente ainda é usa- do o mesmo método para avaliação da deficiência intelectual, acompa- nhado de observações e entrevistas feitas por profissionais capacitados, 18 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S também considera a classificação pelos níveis citados anteriormente. Além da precariedade no método de diagnostico, havia outros incômodos entre profissionais da saúde e da educação, como podemos identificar nas palavras de Sassaki (2015, p.2), quando ressalta ser mais apropriado o uso do vocábulo deficiência intelectual “por referir-se ao fun- cionamento do intelecto especificamente e não ao funcionamento da men- te como um todo”. Em outra passagem o autor evidencia uma incoerência a respeito da deficiência mental e a doença mental quando alega que: consiste em podermos melhor distinguir entre deficiência mental e doença men- tal, dois termos que têm gerado confusão há vários séculos [...] Há cinco déca- das, especialistas se preocupam em explicar a diferença que existe entre os fenômenos deficiência mental e doença mental [...] pois são termos parecidos, que muita gente pensa significarem a mesma coisa (SASSAKI, 2005, p 2-3.). Segundo Sassaki (2005), era pertinente alterações na nomen- clatura da deficiência mental, na busca de melhor interpretação e evitar a confusão entre especialidades parecidas. Em outras narrativas, ainda sobre a deficiência mental, todavia, no contexto educacional é possível perceber dificuldades nos procedi- mentos de identificação e diagnósticos das pessoas com esta deficiên- cia, em especial as crianças em idade escolar, como é vista na narrativa seguinte do MEC (2006): A deficiência mental constitui um impasse para o ensino na escola comum e para a definição do seu atendimento especializado, pela complexidade do seu conceito e pela grande quantidade e variedades de abordagens dele. A dificul- dade em se detectar com clareza os diagnósticos de deficiência mental tem le- vado a uma série de definições e revisões do seu conceito. (MEC, 2006. p. 10). O texto enfatizado faz parte de um documento do Ministério da Educação (MEC), conforme descrito mostra a insatisfação com o con- ceito e as abordagens que trilham a identificação da deficiência mental em alunos no âmbito escolar. Diante dessas afirmações e analisando o que foi exposto anteriormente, é possível compreender a necessidade de revisões no conceito e na forma de diagnóstico a respeito da deficiência mental. Embora ocorreu mudança apenas no nome da deficiência, como já foi mencionado antes, o conceito e a forma de diagnóstico continuam. Em meio a esses fatores, considerando o contexto e o momen- to histórico, emergia uma perspectiva que houvesse alguma mudança. Foi-se avaliando também que o termo deficiência mental tinha cunho pejorativo e estigmatizante, associado a ideia de inferioridade. Com o objetivo de suprir as necessidades citadas acima, pro- 19 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S mover uma linguagem mais precisa, respeitosa e inclusiva, a Organi- zação Pan-Americana da Saúde e a Organização Mundial da Saúde realizaram uma conferência no qual o Brasil participou, em outubro de 2004, em Montreal no Canadá. Este evento aprovou o documento “Declaração de Montreal sobre Deficiência Intelectual” e a mudança da terminologia “deficiência mental” para “deficiência intelectual”. O docu- mento recomenda às organizações internacionais: Incluir a "DEFICIÊNCIA INTELECTUAL" nas suas classificações, programas, áreas de trabalho e iniciativas com relação à "pessoas com deficiências inte- lectuais" e suas famílias a fim de garantir o pleno exercício de seus direitos e determinar os protocolos e as ações desta área. [...] colaborar incluindo o apoio necessário para a participação social plena das pessoas com deficiên- cias intelectuais e modelos integrativos de serviços comunitários. (DECLA- RAÇÃO DE MONTREAL, 2004, online.) Como podemos notar, a Declaração de Montreal (2004), ressalta com letras garrafais a nova expressão aprovada e reforça a necessidade de se envolver as pessoas com deficiência intelectual e suas famílias na elaboração de políticas e programas que afetam suas vidas, bem como de se promover a igualdade de oportunidades e de tratamento para todas as pessoas com deficiência, independentemente de sua condição espe- cífica. A alteração do termo promove uma abordagem mais empática em relação às pessoas com deficiência intelectual, valorizando suas habilida- des e potenciais em vez de focar apenas em suas limitações. Além disso, a nova terminologia está em conformidade com os padrões internacionais de linguagem sobre deficiência, como a Classi- ficação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), que é uma ferramenta da OMS para descrever a saúde e a incapacida- de em todos os níveis da sociedade. Em função dessa mudança, uma influente organização ameri- cana achou conveniente também substituir a própria nomenclatura. Até 2006, a organização era conhecida como Associação Americana sobre Deficiência Mental (AAMR, em inglês), em uma importante reunião, de- cidiu a mudança do nome, a partir de 1° de janeiro de 2007, passou a chamar-se Associação Americana sobre Deficiências Intelectual e de Desenvolvimento (AAIDD, em inglês). Essas mudanças são importantes para o desenvolvimento da hu- manidade, no entanto, não é suficiente para superar a ideia de inferiorida- de e o estigma associado ao deficiente intelectual. A verdadeira mudança ocorrerá quando os preconceitos forem extintos, ou pelo menos ameniza- dos. As transformações mais importantes são do olhar da sociedade, em relação a pessoa com deficiência. Lima (2014), lembra que essa nova con- 20 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S figuração também não assegura a melhoria da qualidade do atendimento educacional para estes alunos. Na prática, se faz necessário que traga mudanças estruturais, políticas, sociais e educacionais que privilegiem as escolasque se proponham educar pessoas com deficiência intelectual. No próximo tópico trataremos sobre a deficiência intelectual, suas características, tipos de diagnósticos, e os fatores que causam a deficiência na criança. A DEFICIÊNCIA INTELECTUAL – DI Ao iniciar esse tópico, vale lembrar que conforme já foi apre- sentado anteriormente, registros históricos apontam que a deficiência foi marcada por preconceito e exclusão. Com a história da deficiência inte- lectual - DI não foi diferente, durante o desenvolvimento da humanidade essas pessoas passaram por preconceito e segregação, foram nomeadas por diversos nomes e ao decorrer do tempo aconteceram transformações tanto em relação ao tratamento dessas pessoas pela sociedade, quanto à forma de nomeação, até a determinação de leis para que seus direitos sejam assegurados e elas sejam incluídas e respeitadas na vida social. Iniciaremos as reflexões acerca da DI sobre o processo de re- conhecimento dessa categoria. Em sequência discorreremos sobre os aspectos característicos, os níveis de classificação do desenvolvimento cognitivo da pessoa com deficiência intelectual e os fatores que causam a deficiência. Durante muito tempo, a deficiência intelectual foi tratada e con- fundida pela medicina como doença mental, era considerada como he- reditária e incurável. Esse diagnóstico muitas vezes resultava no aban- dono das pessoas que apresentavam essa especificidade em hospícios e asilos (SANTOS, 2017). Nesse panorama, é apropriado mencionar que durante o sécu- lo XIX ocorreu um momento crucial no processo de desenvolvimento da educação especial. Por meio de estudos e observações, o médico Jean Itard, trouxe grande contribuição aos campos da pedagogia e da psico- pedagogia quando iniciou um trabalho com as pessoas com deficiência intelectual, e concluiu que elas podiam ser educadas. Com o passar dos séculos, as concepções sobre a deficiência intelectual foram se transformando, as instituições foram consolidando a educação junto a prática do cuidado com essas pessoas. No entanto, Aranha (2004) enfatiza que apesar de ser um avanço para a época, tais instituições também se configuravam como ambientes de segregação, uma vez que eram mantidas em isolamento do resto da sociedade, fos- 21 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S se a título de proteção, de tratamento ou de processo educacional. Os séculos seguintes foram marcados por movimentos de grande influência em vários países, em defesa dos interesses e neces- sidades das pessoas com deficiência intelectual. No Brasil esses movimentos inspiraram a criação da Associa- ção de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), iniciado em 1954, na cidade do Rio de Janeiro (SANTOS, 2017). Em consequência, no de- correr dos anos as APAE se tornaram as maiores prestadoras de ser- viço educacional e de habilitação da pessoa com DI em todo o país, já que, nessa época, a escola regular ainda não havia se estruturado adequadamente para receber todos os alunos. Atualmente, as APAE permanecem existindo, oferecendo serviços de apoio as famílias e ati- vidades educacionais para os alunos. Um marco importante no setor educacional, refere-se à neces- sidade de mudança para inserir as crianças com deficiência na escola regular. Diante de cobranças da sociedade por políticas de inclusão, as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, Resolução CNE/CEB nº 2/2001, no artigo 2º, determinaram que: Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às esco- las organizarem-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos. Os sistemas de ensino devem conhecer a demanda real de atendimento a alunos com necessidades educacionais especiais, [...]para atender a todas as variáveis implícitas à qualidade do pro- cesso formativo desses alunos (MEC, 2001, np). Como foi mencionado, o Ministério da Educação enfatiza que as escolas devem se organizar para matricular todos os alunos, inclu- sive as crianças com deficiência e atendê-los com uma educação de qualidade. A tentativa de incluir essas pessoas na educação regular, com êxito, é uma busca constante. Apesar de terem seus direitos as- segurados, é possível assistir falta de capacitação dos professores em lidar com a demanda de diversidade que só aumenta. Finalizada a contextualização do processo de reconhecimento e garantia de seus direitos, conforme explicitado no início desse capí- tulo, a DI é caracterizada por apresentar um atraso no seu desenvol- vimento e dificuldades para aprender e realizar tarefas do cotidiano, iniciada durante o período de desenvolvimento, antes dos 18 anos. O Ministério da Saúde (2020), aponta como uma condição complexa que traz dificuldades de longo prazo. Além de apresentar baixo desenvolvi- mento intelectual, mostra limitações em pelo menos duas das habilida- des seguintes, do chamado comportamento adaptativo: comunicação, 22 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S autocuidado, vida em casa e em comunidade, autonomia, adaptação social, saúde e segurança, funções escolares, lazer e trabalho. Pode ocorrer também casos de diminuição intelectual com início tardio, ou seja, na vida adulta. Tolezano, et al (2020, p.22) aler- ta que esses casos não são considerados deficiência intelectual e se originam, principalmente, por processos neurodegenerativos é a perda progressiva da estrutura ou funcionamento dos neurônios, como por exemplo na Doença de Alzheimer que é transtorno neu- rodegenerativo, causa a deterioração cognitiva e da memória, além de alterações comportamentais que comprometem a vida diária. Conforme Duarte (2018, p.18) alega, “a deficiência intelectual deve ser diagnosticada após os 5 anos de idade, quando é possível mensurar a inteligência por meio de testes de Quociente intelectual - QI”. Stephen Sulkes (2022, np) cita outros tipos de diagnósticos como: • Avaliações por neurologista, pediatra, psicólogo e outros pro- fissionais; • Exames maternos preventivos pré-natais; • Triagem do desenvolvimento; • Testes formais para o intelecto e habilidades; • Exames de diagnóstico por imagem; • Testes genéticos e outros testes laboratoriais. Se tratando do teste de QI, é uma avaliação que pontua o quo- ciente de inteligência e é um dos critérios de diagnóstico para a defici- ência. Para crianças menores de cinco anos, o termo usual para diag- nóstico é “atraso global de desenvolvimento” ao invés de deficiência intelectual. É feita esta distinção porque como já foi citado, os testes de QI só têm eficácia quando aplicados após os cinco anos de idade. Apesar de inúmeras críticas, o quociente de inteligência ainda é um dos critérios de diagnóstico que diante do resultado, classifica a Deficiência em quatro níveis de gravidade como podemos ver na tabela 1 a seguir proposta pela OMS: 23 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Tabela 1: Classificação do desenvolvimento intelectual Fonte: Revista pediátrica,2018 Vale lembrar que o QI de 70 é a média apresentada pela popu- lação, de acordo com a OMS apud Duarte (2018, p.18), quando o resul- tado do teste fica entre 50 e 70, indica desenvolvimento intelectual leve; entre 36 e 50, indica desenvolvimento intelectual moderado; entre 20 e 35, significa que acriança tem um nível de desenvolvimento intelectual grave e; retardo profundo, se o resultado for menor que 20. Salientando que essa classificação deve ser usada com o propósito de contribuir positivamente para as dimensões de desenvolvimento do indivíduo. O testede QI (quociente de inteligência), é uma análise das habilidades cognitivas feita através de uma série de perguntas, as quais medem o quanto uma pessoa pode usar a lógica e seus co- nhecimentos, como se fosse uma forma de medir a capacidade de raciocínio do homem. Existem diversos tipos de testes que podem ser encontrados na internet e qualquer pessoa pode fazer, porém é indicado que seja aplicado por um psicólogo. Considerando os níveis de classificação do desenvolvimento das pessoas com deficiência intelectual, o neuropediatra Julio Koneski (2017), explica sobre a evolução do cotidiano dessas pessoas: Pessoas com DI leve são capazes de ter uma vida independente e desem- penhar um papel socialmente adequado. São capazes de aprender a ler e escrever, e podem até cursar faculdades se forem bem conduzidas ao longo de sua vida escolar. No geral, tem empregos simples e são muito úteis para a sociedade. Casam-se com pessoas de inteligência também inferior e são capazes de gerar filhos saudáveis. DI moderados, com muito esforço e suporte adequados poderão aprender 24 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S a ler e escrever de um modo simples, e exercer atividade profissional su- pervisionada e limitada. No geral, são semidependentes, com limitações no relacionamento social e com grande dificuldade em tomadas de decisões. Os indivíduos com DI grave e profunda são dependentes para as atividades da vida diária, com limitada capacidade de comunicação, e necessidade de cuida- dores ao longo da vida para tomada de decisões (JULIO KONESKI, 2017, np). Como é observado, segundo o dr. Konesk (2017), as pessoas com deficiência Intelectual têm desempenhos diferentes de acordo com os respectivos níveis de desenvolvimento em que são classificados. Estudos demonstraram que a deficiência intelectual é causada por inúmeros fatores, que podem ser genéticos ou não, o fator comum é que algo interfere com o crescimento e o desenvolvimento do cérebro. Para melhor compreensão, veremos a seguir os argumentos que Tole- zano et al (2020) enfatiza sobre o tema: fatores ambientais, tais como: desnutrição, ausência de assistência pré-natal e baixa escolaridade resultam em uma prevalência maior de deficiência inte- lectual leve [...] de moderada a profunda é determinada preponderantemen- te nos fatores genéticos, a frequência da deficiência intelectual moderada a grave [...] resulta de mutações ou alterações cromossômicas que perturbam gravemente o neurodesenvolvimento. (TOLEZANO et al., 2020, p.22). Como destaca Tolezano et al (2020), no caso da deficiência intelectual leve, geralmente as causas são por fatores ambientais e apa- recem com mais frequência em países com menores níveis socioeconô- micos. Por outro lado, as classificações de moderada a profunda, são determinadas principalmente por fatores genéticos. Já as frequências de deficiência intelectual moderada a grave, são similares entre popula- ções e muitas vezes se apresenta por mutações cromossômicas (como exemplo, síndrome de Down). Além das causas citadas acima, Tolezano et al (2020, p.23), en- fatiza que pode ocorrer outros fatores que não estão associados as con- dições genéticas, mas isoladas são suficientes para causar deficiência in- telectual na criança. Como podemos ver nos exemplos exibidos a seguir: • Algumas infecções maternas no período da gestação (por exemplo, rubéola ou zica); • Problemas durante o parto; • Lesões traumáticas decorrentes de acidentes; • Desnutrição materna grave; • Consumo de álcool durante a gestação. Assim, em meio a esse conjunto de fatores, percebemos que as causas da deficiência intelectual estão associadas a condições genéticas que o ser humano não tem o controle de evitar, no entanto, as não genéti- 25 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S cas causadas por situações ocorridas no ambiente, sobretudo na gestação ou durante o parto, podem ser evitadas como é o exemplo do consumo de álcool pela mãe enquanto grávida, ou a infecção da rubéola, e a falta de acompanhamento pré-natal. É de conhecimento de todos que, durante a gestação a mulher tem direito a procurar uma unidade de saúde, inclusive gratuita, a ser acompanhada por profissionais da saúde que indicam exa- mes e vacinas para proteção de alguns problemas na mãe e na criança. As pessoas com deficiência intelectual têm ganhado espaço na área da educação, porém a deficiência ainda é considerada um desa- fio para a organização dos serviços públicos de saúde, que apresenta problemas para atender essa população, com pouca oferta de serviços, descontinuidade de atendimento e outras situações. Pois compreende- -se que embora não se constitua como doença, a deficiência intelectual exige demandas de cuidados que se estenderão ao longo da vida e, por isso, necessitam de rede de apoio para elas e para as famílias. No próximo tópico serão abordados os benefícios e tipos de atividades físicas direcionadas para os alunos com deficiência intelec- tual e os fatores de risco de doenças que podem afetar essas crianças. ATIVIDADES FÍSICAS E FATORES DE RISCO DE DOENÇAS PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL É de conhecimento geral que atividades físicas é importante para o corpo e para mente, traz benefícios para todos, sem distinção de sexo ou idade. Quando tratamos de pessoas com deficiência intelectual não é diferente, elas podem e devem realizar atividades físicas regula- res, respeitando o potencial biológico de cada indivíduo. Estudos mostram quando atividades físicas são inseridas na vida das pessoas com DI, na infância e continuam até a vida adulta, teremos uma oportunidade realista e eficaz em reduzir os efeitos negati- vos do processo de envelhecimento precoce e de melhorar a qualidade de vida ao longo das etapas do desenvolvimento. Sabemos que a pessoa com deficiência intelectual, apresentam características comuns a esse público que não podem ser ignoradas, como dificuldade de concentração, problemas de comunicação e interação. No entanto, a prática regular de exercícios de movimentos em aulas de edu- cação física ou não, melhora o humor, promove saúde, amplia as relações sociais e desenvolve a autonomia para realização das atividades diárias. O Ministério da Saúde (2021), aponta que uma vida ativa, re- sulta em melhorias de saúde e qualidade de vida das pessoas com deficiência praticantes de exercícios físicos. E quando a atividade física 26 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S é realizada em grupo apresentam: melhoria nas habilidades de socialização, ajudando na inclusão social, na cria- ção e no fortalecimento de laços sociais e vínculos. [...] o contato com outras pessoas que vivenciam a mesma condição é um ótimo estímulo para a saúde mental dos indivíduos, fortalecendo o sentimento de pertencimento ao grupo e possibilitando compartilhar perspectivas que podem auxiliar no desenvolvimento da resiliência frente às situações vivenciadas no cotidiano. (BRASIL, 2021, np.) Como podemos ver, o Ministério da Saúde (2021) lista inúme- ros benefícios que aumentam o desempenho em diferentes aspectos, quando realizadas em grupo proporciona socialização e interação. To- davia também é importante a prática de atividades individuais, uma vez que, considera as especificidades de cada pessoa. Embora citados todos esses pontos, enfatizando os benefícios resultantes da prática regular de atividades físicas, a realidade da popu- lação com deficiência intelectual entre adolescentes e adultos, revela um progressivo sedentarismo especialmente agravados na idade avançada. Raulino e Barros apud Castro (2013, p.38) afirmamque “a população com DI adolescente e adulta, tem uma porcentagem maior de indivíduos obe- sos do que a população em geral, e esses indivíduos são mais propensos a desenvolver obesidade do que os sem DI”. Isso acontece pelo fato de que os adolescentes quando deixam a infância, diminui o interesse pelas ativi- dades físicas e geralmente se submetem a péssimos hábitos alimentares. Nesse sentido, os efeitos de obesidade e falta de interesse dos adolescentes estão associados principalmente às barreiras que pesso- as com DI encontram para realizar atividade física regular, como Castro (2013, p.38) enfatiza quando destaca que o “suporte negativo e falta de incentivo de professores, limitações financeiras, falta de transporte, falta de opção, e falta de políticas claras para que haja o engajamento verdadeiro desses alunos com atividade física regular”. É importante identificar essas barreiras para poderem ser evita- das. Muito se discute a respeito da inclusão, no entanto a realidade não é eficaz ou suficiente para atender a demanda do dia a dia das pessoas com DI. Na escola, muitos professores falham em tentar ajustar a ativi- dade que presume estar à altura da limitação do aluno com deficiência e estendem esse ajuste a todos os alunos, as aulas se tornam chatas, lentas e monótonas. Professores culpam a falta de capacitação docen- te, falta de assistentes para apoio na aula, falta de material específico. A prática inclusiva muitas vezes se torna um desafio para o professor que precisa lidar com o atendimento à diversidade, nesse sentido, de- vem se capacitar para atender a demanda com eficiência. Cabe ao pro- fessor, incentivar o aluno a prática de exercício, a participação em jo- 27 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S gos, brincadeiras e esportes. Porém, para que isso ocorra, é necessária persuasão para explicar sobre a importância de ser fisicamente ativos, com o intuito de estimulá-los (CASTRO, 2013). Para que haja mudanças significativas nas capacidades físicas dos alu- nos, é preciso oferecer oportunidades que os estimulem a participar das aulas com atividades simples como, caminhadas, natação, dança, jogos com bolas, yoga e atividades com música e movimentos rítmicos, a fim de tornar a atividade agradável e prazerosa. Por fim, é importante lembrar que alunos com deficiência intelectual po- dem apresentar fatores de risco específicos para o desenvolvimento de doenças, e que o acesso a cuidados de saúde adequados é essencial para prevenir e tratar doenças. A UNIFESP (2023) destaca que pessoas com DI apresentam maior massa corporal e obesidade, redução da for- ça e potência muscular, doença cardíaca congênita, redução do condi- cionamento cardiovascular e atrasos no desenvolvimento, esses fatores de risco incluem obesidade, hipertensão arterial, diabetes, sedentaris- mo e alimentação inadequada. Esses autores destacam a importância de programas de prevenção e tratamento de doenças crônicas em pes- soas com deficiência intelectual. Vários estudos também relatam grande incidência de sobrepeso e obe- sidade principalmente em pessoas com Síndrome de Down, do que na população em geral, caracterizando um importante fator de risco para várias patologias, como as doenças as cardiovasculares (MELVILLE et al., 2005). Desta forma, para avaliação do risco cardiovascular, exames específicos têm grande importância para garantir a manutenção da saú- de e informações para o acompanhamento desta patologia. É de extrema importância ressaltar que para tentar mudar essa triste realidade, as pessoas com deficiência e seus apoiadores vivem atual- mente em constante luta para inserir possibilidades de inclusão e que não se repita as vivências cruéis e assustadoras experiências dos an- tepassados. Essas pessoas necessitam de espaço e serem tratadas, na educação, na saúde, no esporte, no lazer, e no geral dentro da sociedade, com res- peito e dignidade. Como diz o Art. 3º Inciso IV da Constituição Federal de 1988: “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. (BRASIL, 1988, np.) É nosso dever ajudar a tornar a vida de todos os cidadãos em pé de igualdade uma vez que, todos possuem os mesmos direitos. Esse é o caminho para o desenvolvimento. 28 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S QUESTÕES DE CONCURSO QUESTÃO 01 (UFAL – MÉDICO PSIQUIATRA – COPEVE/UFAL – 2019) A deficiência intelectual, anteriormente denominado retardo men- tal, pode ser causada por diversos fatores genéticos e ambientais, resultando assim em uma miscelânea de deficiências sociais e cognitivas. Para sua definição diagnóstica essas limitações devem estar presentes antes dos 18 anos de idade, envolvendo não só o desempenho intelectual como o comportamento adaptativo. Quanto à deficiência intelectual é correto afirmar: a) Na quinta edição do Manual diagnóstico e estatístico de transtorno mentais (DSM-5) são descritos diversos níveis de gravidade de defi- ciência intelectual determinados com base nas pontuações do QI. b) Na deficiência intelectual leve os adolescentes apresentam dificul- dade de socialização, mantendo-os isolados, o que levaria de 35 a 50, sendo necessário grande suporte social e vocacional. c) A deficiência intelectual não especificada engloba pessoas maiores de 5 anos com forte e suspeitas de deficiência intelectual em que a ava- liação é extremamente difícil, como portadores de cegueira e ou surdez d) A sífilis é a principal causa da deficiência intelectual e de malforma- ções congênitas produzidas por infecções maternas. Uma causa genéti- ca é a síndrome de prader-Willi decorrente de uma delação envolvendo o cromossomo 5. e) Epidemiologicamente esse distúrbio é mais comum no sexo feminino com incidência mais elevada nas crianças em idade pré-escolar e pre- valência entre 1 e 3% da população. QUESTÃO 02 (PREFEITURA DE JI PARANÁ/RO - MÉDICO PSQUIATRA – IBADE - 2019) Um paciente adulto jovem com deficiência intelectual segundo cri- térios da 5ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Trans- tornos Mentais (DSM 5), apresenta, quanto ao desenvolvimento do domínio prático, um histórico de período prolongado de ensino para dar conta de necessidades como alimentação, higiene e ves- tir-se, assim como para cooperar nas tarefas domésticas, necessi- tando de um apoio considerável de familiares e colegas para mane- jo da utilização de transportes e controle do dinheiro. A avaliação do quociente intelectual (QI) apontou um escore na faixa entre 40- 45. Pode-se especificar que sua gravidade atual é: a) Leve 29 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S b) Moderada c) Grave d) Profunda e) Indeterminada QUESTÃO 03 (PREFEITURA DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ- PSICÓLOGO – FEPE- SE - 2023) Relativamente a deficiências mentais e suas etiologias, é correto afirmar que: a) Deficiência mental e doença mental são termos sinônimos, uma vez que ambos expressam uma incapacidade ou limitação para interagir com o meio. b) As causas da deficiência mental (intelectual) são múltiplas e heterogê- neas, podendo ser genéticas ou não. Há também causalidade multifatorial. c) Com os atuais recursos tecnológicos, mais de três quartos dos indi- víduos que o buscam obtém um diagnóstico preciso de sua deficiência, mesmo nos casos leves. d) Eventos pré, peri e pós-natais, como a privação de oxigênio, o trau- matismo obstétrico e a hipoxia intrauterina, são causas genéticas das deficiências mentais. e) Dentre as causas não genéticas das deficiências, encontra-se desor- dens cromossômicas, como as aneuploidias, e rearranjos cromossômi- cos terminais.QUESTÃO 04 (PREFEITURA DE NOVA ODESSA - PSICÓLOGO – METRO CAPI- TAL SOLUÇÕES - 2022) No século XIX, iniciou-se a transformação da Saúde Mental do Bra- sil, onde as discussões em relação aos transtornos mentais ga- nharam força. Nesse período o doente mental era considerado um perigo para a sociedade, por isso, era ele excluído. Com a Reforma Psiquiátrica, esse conceito foi sendo mudado, surgindo novos mo- delos como principal objetivo: a) Excluir esses pacientes da sociedade. b) Reabilitar esses pacientes. c) Socializar esse paciente. d) Dar atenção a esses pacientes. e) Hospitalizar os pacientes com qualidade. QUESTÃO 05 (PREFEITURA DE ARACATUBA – PROFESSOR – VUNESP – 2019) A Resolução CNE/CEB nº 02/2001 que institui as diretrizes curricu- 30 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S lares nacionais para a Educação Especial. Educação na Perspec- tiva da Educação Inclusiva assegura a Educação Especial como modalidade da Educação Básica pautada em princípios éticos, po- líticos e estéticos devendo considerar as situações singulares, os perfis dos estudantes, bem como a) as potencialidade e limitações do desenvolvimento cognitivos dos alunos. b) os equipamentos de saúde e de apoio social disponíveis no entorno da escola. c) as condições sociais e econômicas das famílias dos alunos. d) os laudos médicos e psicológicos de diagnóstico da deficiência dos alunos. e) as características biopsicossociais dos alunos e suas faixas etárias. TREINO INÉDITO É de conhecimento geral que atividades físicas é importante para o corpo e para mente, traz benefícios para todos, sem distinção de sexo ou idade. Quando tratamos de pessoas com deficiência intelectual, sabemos que apresentam características comuns a esse público que não podem ser ignoradas, como dificuldade de concentração, problemas de comunicação e interação. Diante do exposto é correto afirmar que: a) Não podem praticar nenhum tipo de exercício. b) A prática de atividades físicas só deve ser feita na escola. c) A escola, sobretudo os professores, não devem aceitar alunos com deficiência nas aulas de educação física por serem perigosas para elas. d) Devem realizar atividades físicas regulares, respeitando o potencial biológico de cada indivíduo. e) Nenhuma das alternativas estão corretas. QUESTÃO DISSERTATIVA Ao longo desse capítulo estudamos todo desenvolvimento sobre o pro- cesso de mudança de nomenclatura da deficiência mental para deficiên- cia intelectual, que envolveu importantes nomes internacionais e influen- ciou a mudança da influente Associação Americana sobre Deficiências Intelectual e de Desenvolvimento (AAIDD). Após esse estudo sobre essa transformação, disserte sobre como se deu e os motivos que resultaram nessa mudança, bem como as consequências a partir dela. NA MÍDIA JOVENS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL BUSCAM AUTONOMIA MORANDO SOZINHOS EM PROJETO INOVADOR NO BRASIL. 31 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S A notícia traz uma matéria do fantástico que mostra jovens com deficiên- cia intelectual compartilhando moradia entre eles, longe das famílias vivendo experiências de autonomia exercendo suas próprias atividades. Ao longo deste capítulo vimos que a deficiência intelectual é caracteriza- da por apresentar um atraso no seu desenvolvimento e dificuldades para aprender e realizar tarefas do cotidiano. Apesar dessas características, é possível ter uma vida independente e desempenhar um papel socialmen- te adequado. Dependendo do nível de gravidade do desenvolvimento do raciocínio e se forem bem conduzidas ao longo da vida escolar, são ca- pazes de aprender a ler e escrever, cursar faculdade, ter empregos sim- ples, enfim, são muito úteis para a sociedade. Casam-se com pessoas de inteligência também inferior e são capazes de gerar filhos saudáveis. Data de publicação: 09 jan. 2022 Fonte: <Jovens com deficiência intelectual buscam autonomia morando sozinhos em projeto inovador no Brasil | Fantástico | G1 (globo.com)>. NA PRÁTICA ATIVIDADES ADAPTADAS PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA IN- TELECTUAL Nesta matéria, o Instituto Neuro saber, apresenta algumas reflexões acer- ca da inclusão de alunos com deficiência intelectual e exibe no primeiro tópico intitulado por “Quais atividades podem ser usadas para alunos com deficiência”, inúmeras ideias de atividades lúdicas, brincadeiras e recursos que podem ser usadas para crianças. São recursos de baixo custo, que te- mos em casa. Em outra indicação interessante, discorre de forma simples e clara sobre o que fazer para explicar os conteúdos em sala de aula de forma eficaz. Conteúdo de fácil entendimento e importante para inserir no dia a dia e vivenciar na prática com os alunos, enquanto profissional. Data de publicação: 19 jul. 2019 Fonte: https://institutoneurosaber.com.br/atividades-adaptadas-para- -alunos-com-deficiencia-intelectual/ PARA SABER MAIS Vídeo sobre o assunto: O que é Deficiência Intelectual? Fonte: < link> Canal NeuroSaber: O que é Deficiência Intelectual? 2017Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=W1qVdKTtS- tA&t=83s>Acesso em 22 abr. 2023 32 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Para iniciarmos este tópico, precisamos compreender que, no contexto escolar, há necessidade de que aquele que apresente carac- terísticas de altas habilidades/superdotação seja inserido e tenha suas necessidades educacionais asseguradas na instituição. Ao falarmos sobre inclusão e atendimento especializado, so- mente relacionamos a crianças com algum tipo de deficiência e/ou distúrbio relacionados à aprendizagem, contudo, cabe salientar que a criança que apresente altas habilidades/superdotação precisará de as- sistência de acordo com as particularidades apresentadas. O tema das altas habilidades/superdotação no Brasil não vem dos dias atuais, há indícios de sua chegada ao país por volta de 1929 com a estudiosa Helena Antipoff que deu início às pesquisas na referida área. E mesmo após os estudos acerca do tema, ainda se podem perceber diversas crenças sobre o tema por parte da maior parte das ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S 32 33 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S pessoas, incluindo professores que detém pouco um nenhum conheci- mento sobre como se caracteriza uma criança com altas habilidades/ superdotação, bem como desconhecem como se pode trabalhar, em sala de aula, com alunos com grau elevado no desenvolvimento. Junto às diversas necessidades especiais identificadas cons- tantemente em alunos nas escolas em todo o país, as altas habilidades/ superdotação vêm tomando lugar na preocupação por parte dos gover- nantes e órgãos governamentais que são voltados para os estudos e a implantação de políticas públicas que garantam aos profissionais de educação, sobretudo professores, práticas que contribuam na formação de alunos identificados com alto desempenho. Com isso, vale salientar que a primeira inclusão das altas ha- bilidades/superdotação em legislação denota do ano de 1971 na Lei de Diretrizes e Bases (BRASIL, 1971, np), no artigo 9º, Os alunos que apresentem deficiências físicas ou mentais, os que se encon- trem em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula e os su- perdotados deverão receber tratamento especial, de acordo com as normas fixadas pelos competentes Conselhos de Educação. A primeira vez em que foiexplicitamente manifestada a expres- são e a abordagem do tema de altas habilidades/superdotação na po- lítica da educação brasileira abre o caminho para avanços maiores na discussão sobre a temática, sobretudo na lei 9394/96 (BRASIL, 1996, p.17) ao contemplar as altas habilidades/superdotação inserido no ce- nário da educação especial: II- Terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas defici- ências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados. IV- Educação especial para o trabalho, visando sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelam capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habili- dade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora. Vale ressaltar os avanços alcançados após o Brasil partici- par efetivamente na Declaração de Salamanca (BRASIL, 1994, p.5), na qual destaca que a educação inclusiva deve garantir que “todas as crianças devem aprender juntas, sempre que possível, independente de quaisquer dificuldades ou diferenças que elas possam ter”. Desse modo, surge no contexto nacional a necessidade de ser implantada de inserir no sistema educacional a educação inclusiva e 34 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S de qualidade com o objetivo claro de promover aprendizagem em meio às diferenças. Assim, na lei federal 10.172 de 09 de janeiro de 2001 (BRASIL, 2001, p.47) se intensifica a apropriação do tema de altas ha- bilidades/superdotação: A educação especial se destina às pessoas com necessidades especiais no campo da aprendizagem, originadas quer de deficiência física, sensorial, mental ou múltipla, quer de características como altas habilidades, superdo- tação ou talentos. Seguindo a linha cronológica acerca das altas habilidades/su- perdotação, faz-se necessário destacar o ConBraSD (Conselho Brasileiro de Superdotação), órgão criado em Brasília no ano de 2003, que apesar de não ser governamental, objetiva incentivar e estimular a formação de recursos dos mais diversos para destiná-los pesquisa, educação atendi- mento e identificação de pessoas com altas habilidades. (GAMA, 2006). No ano de 2005, aconteceu a implantação dos Núcleos de Ati- vidades de Altas Habilidades/Superdotação (NAAH/S), cuja atuação se dava em todos os estados do país com a fundação de diversos centros que atuavam como referência para que aconteça o atendimento espe- cializado para alunos que apresentem altas habilidades/superdotação visando garantir tala atendimento àqueles advindos de escolas perten- centes à rede pública de ensino (BRASIL, 2006). Dessa maneira, fica evidente que com o passar do tempo o trabalho a respeito do efetivo ensino de qualidade à alunos com altas habilidades/superdotação obteve evoluções significativas e que apesar de haver ainda pouca identificação de crianças com tais habilidades no contexto educacional nacional, se percebe a busca constante para que habilidades importantes não sejam desperdiçadas por falta de estímu- los de forma adequada no atendimento. Sendo assim, precisaremos conhecer um pouco mais sobre as características das altas habilidades/superdotação, bem como se faz necessária uma reflexão e um olhar mais apurados para a identificação e o trabalho com as crianças que demonstram altas habilidades, sobre- tudo no cotidiano escolar. A Política Nacional de Educação Especial (1994) define como portadores de altas habilidades / superdotados os educandos 35 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S que apresentarem notável desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos, isolados ou combinados: capaci- dade intelectual geral; aptidão acadêmica específica; pensamento criativo ou produtivo; capacidade de liderança; talento especial para artes e capacidade psicomotora. (Saberes e práticas de inclusão) Como apresentado pelo Ministério da Educação Especial há al- guns aspectos que caracterizam uma criança com altas habilidades/super- dotação, sendo assim, na sequência trataremos sobre tais características. CARACTERIZAÇÃO E TRABALHO COM ALTAS HABILIDADES No ambiente escolar, sobretudo na sala de aula, é possível perceber diversas habilidades que diariamente são alcançadas pelas crianças que estão inseridas num amplo espaço de aprendizagem. A diversidade de saberes adquiridos pode acontecer desde aquele que apresenta dificuldade considerável para assimilar o conteú- do apresentado até aquele que se mostra acima da média ao desenvol- ver habilidades de diversos tipos. Com isso, podemos ter num mesmo espaço, aqueles que apre- sentam dificuldade de aprendizagem e aqueles com altas habilidades/ superdotados, mas é necessário que sejam identificados cada um nas suas particularidades, assim como é preciso que sejam trabalhadas. De acordo com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI - 2008) as altas habilidades/ superdotação tem como característica o potencial elevado para algumas aptidões, habilidades ou talentos que se apresentam em desempenho alto em algumas áreas de atividades do ser humano, podendo ser na intelectu- alidade, assim como na área acadêmica, artes e psicomotricidade. Para que aconteça a identificação de crianças tem sido for- temente pautada na concepção do Modelo dos Três Anéis (Renzulli, 1998, 2011). De acordo com esta perspectiva, as Altas habilidades / superdotação é resultante da junção de três aspectos: • habilidade intelectual acima da média; • comprometimento com a tarefa; • criatividade. Visto estes aspectos, é possível perceber que a definição ado- tada pela PNEEPEI (2008) para conceituar as altas habilidades/super- dotação tem muita influência no modelo acima descrito. O papel da escola na identificação e atendimento de crianças com altas habilidades/superdotação é de extrema importância, para deste modo 36 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S sejam garantidos os direitos, sobretudo a serviços especializados e per- sonalizados para potencializar as habilidades em que forem identificadas. Para tal identificação das potencialidades de alunos com altas habilidades/ superdotação, vale ressaltar a teoria de Gardner (1995) sobre as múltiplas inteligências, na qual considera diversos tipos de in- teligência as quais com o passar do tempo foram sendo estudadas: Na atualidade temos conhecimento de oito inteligências abaixo descritas (GAMA, 2006): 1. Inteligência linguística: sensibilidade para os sons, ritmos e significados das palavras: é a habilidade para usar a linguagem para convencer, agradar, estimular ou transmitir ideias; 2. Inteligência lógico-matemática: sensibilidade para padrões, ordem e siste- matizações, habilidade para explorar relações e categorias através da ma- nipulação de objetos ou símbolos, capacidade de lidar com o raciocínio, de reconhecer e resolver problemas; 3. Inteligência espacial: capacidade para perceber o mundo visual e espacial de forma precisa, habilidade para manipular formas e objetos; 4. Inteligência interpessoal: habilidade para entender e responder adequada- mente a humores, temperamentos e motivações de outras pessoas; 5. Inteligência intrapessoal: habilidade para reconhecer seus próprios sen- timentos, sonhos e ideias, bem como reconhecer necessidades, desejos e inteligências próprios; 6. Inteligência musical: habilidade para apreciar, compor ou reproduzir uma peça musical, para distinguirsons e ritmos; 7. Inteligência corporal-cinestésica: habilidade para utilizar a coordenação motora ampla ou fina no esporte, artes cênicas ou plásticas, controle de mo- vimentos do corpo e manipulação de objetos com destreza; 8. Inteligência naturalista habilidade para reconhecer flora e fauna, para fazer distinções e para agir produtivamente no mundo natural. “O desenvolvimento de cada uma, no entanto, dependerá tanto de fatores genéticos e neurobioló- gicos quanto de fatores motivacionais e culturais” (GAMA, 2006, p.35). Vale ressaltar que aquele indivíduo que possui Altas Habilidades/ Superdotação poderá desenvolver tais inteligências por meio de fatores motivacionais e culturais que podem afetar determinantemente o indivíduo. De acordo com a Diretriz Específica para o Atendimento de Estudantes com Altas habilidades ou Superdotação (BRASIL, 2021) o Censo Escolar aponta que os resultados para o quantitativo de alunos com altas habilidades/superdotação devem ser avaliadas considerando dois gráficos (gráfico 2 e 3) distintos: 37 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Gráfico 2. Estudantes com altas habilidades ou superdotação Fonte: Inep, MEC (2022). No gráfico 2, podemos ver as matrículas de alunos em classes re- gulares assim como os que estão em atendimento especializado nas salas de recursos multifuncionais entre os anos de 2008 e 2021 (BRASIL, 2021). Gráfico 3. Estudantes com deficiências e TEA matriculados em classes Regu- lares e em salas de Recursos multifuncionais em comparação com os alunos com altas habilidades ou superdotação no período de 2008 a 2021 Fonte: Inep, MEC (2022) No gráfico 3, percebemos a grande diferença entre o quantita- tivo de alunos com TEA 2 e de alunos com altas habilidades/superdota- ção nos quais se encontram matriculados nas salas de aula regulares, assim como no atendimento especializado nas salas de recursos multi- funcionais entre os anos de 2008 e 2021 (BRASIL, 2021). Conforme os gráficos apresentados, é possível perceber o quanto a identificação de alunos com altas habilidades/ superdotação 38 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S ainda é um grande desafio nas escolas, tendo em vista que por vezes não há maior quantitativo por falta de que sejam identificadas as ha- bilidades específicas de cada aluno matriculado nas escolas do país, sobretudo na rede pública de ensino. Em se tratando da identificação de alunos com altas habilida- des na escola, podemos destacar que a observação é primordial, de suma importância no processo para detectar e trabalhar com o aluno. Assim, diversos aspectos são levados em consideração durante o ano letivo para, desse modo, auxiliar o professor na utilização de estra- tégias e recursos educacionais durante o cotidiano escolar para averiguar a criatividade, o engajamento, e o desempenho que se apresenta supe- rior diante das atividades individuais ou coletivas (BRASIL, 2022). A Diretriz Específica para o Atendimento de Estudantes com Al- tas Habilidades ou Superdotação apresenta que entre os comportamentos destacados para serem observados na superdotação escolar e criativida- de, de acordo com a descrição de Renzulli e Reis (2007, p.43) na coletânea Construções da Prática Pedagógica - Altas habilidade/superdotação são: 1. Superdotação Escolar: ● Apresenta boas notas na escola; ● Apresenta grande vocabulário; ● Gosta de fazer perguntas; ● Necessita pouca repetição do conteúdo escolar; ● Aprende com rapidez; ● Apresenta longos períodos de concentração; ● Tem boa memória; ● É perseverante; ● Apresenta excelente raciocínio verbal e/ou numérico; ● É um consumidor de conhecimento; ● Lê por prazer; ● Gosta de livros técnicos/ profissionais; ● Tendência a gostar do ambiente escolar; ● tem necessidade de saber sempre mais e busca ativamente por novas aprendizagens; ● Demonstra perseverança nas atividades motivadoras a ele; ● Apresenta grande necessidade de estimulação mental; ● Tem paixão em aprender. Características afetivas e emocionais observadas no perfil da superdotação escolar: ● Necessidade de saber sempre mais e busca ativamente por novas aprendizagens; ● Pode estabelecer metas irrealisticamente altas para si mesmo; ● Apresentam sofrimento por não atingir metas irrealisticamen- 39 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S te altas. ● Demonstra perseverança nas atividades motivadoras; ● Apresenta grande necessidade de estimulação mental; ● Apresenta grande intensidade emocional; ● Tem paixão em aprender; ● Revela intenso perfeccionismo. 2. Superdotação do tipo criativo-produtivo: ● Não necessariamente apresenta QI superior ou muito superior; ● Pensa por analogias; ● É criativo e original; ● Usa o humor e ironia; ● Demonstra diversidade de interesses; ● Gosta de fantasiar; ● Gosta de brincar com as ideias; ● Não liga para as convenções; ● É inventivo, constrói novas estruturas; ● É sensível a detalhes; ● Procura novas formas de fazer as coisas; ● É produtor de conhecimento; ● Não gosta da rotina; ● Encontra ordem no caos. Características afetivas e emocionais observadas no perfil da superdotação criativa produtiva: ● Coloca quantidade significativa de energia emocional naquilo que fazem; ● Apresenta preocupação moral em idades precoces; ● Intensos sentimentos de frustração, paixão, entusiasmo, rai- va e desespero; ● Frequentemente questiona regras / autoridade; ● Demonstra sensibilidade / empatia; ● Demonstra autoconsciência; ● Demonstra perceptividade (insight); ● Demonstra capacidade de reflexão; ● Apresenta senso agudo de justiça; ● Apresenta imaginação vívida. É possível, ainda de acordo com a mesma diretriz, que sejam observadas outras características específicas, tais como (BRASIL, 2021): a. Características de Liderança 1. Aceita bem responsabilidades; procura cumprir o que pro- meteu. 2. Mostra autoconfiança; sente-se à vontade para mostrar seu trabalho à classe. 40 A E E P A R A D E F IC IÊ N C IA IN TE LE C TU A L, A LT A S H A B IL ID A D E S E S U P E R D O TA Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S 3. Parece ser querido por seus colegas de classe. 4. É cooperativo; se dá bem com os professores e colegas; tende a evitar brigas. 5. Pode se expressar bem; tem boa facilidade para falar e ser compreendido. 6. Adapta-se prontamente a situações novas; é flexível em pensamento e ação, aceita as mudanças na rotina. 7. Parece gostar mais de estar com outras pessoas do que estar só; é sociável. 8. Tende a liderar os outros quando eles estão ao seu redor; geralmente dirige a atividade na qual está envolvido. 9. Participa da maioria das atividades sociais promovidas pela escola. b. Características Artísticas – Artes Visuais 1. Gosta de participar de atividades de artes; prefere expressar visualmente suas ideias. 2. Incorpora grande número de elementos em seus trabalhos de arte; varia o tema e o conteúdo dos trabalhos. 3. Chega a soluções únicas e não convencionais a problemas artísticos. 4. Se concentra por períodos longos em projetos de arte. 5. Gosta de experimentar meios diferentes; experimenta usan- do uma variedade de materiais e técnicas. 6. Tende a selecionar a arte como meio de expressão para ati- vidades livres ou projetos de sala de aula. 7. É particularmente sensível ao ambiente; é um observador perspicaz, percebe o incomum e os detalhes. 8. Produz equilíbrio e ordem em seu trabalho de arte. 9. É crítico de próprio trabalho; estabelece altos padrões de qualidade; frequentemente refaz uma criação para poder refiná-la. 10. Demonstra interesse no trabalho de outros alunos. 11. Elabora as ideias de outras