Buscar

Importância do Sistema de Gestão Integrado

Prévia do material em texto

DESCRIÇÃO
O Sistema de Gestão Integrado (SGI) é uma excelente ferramenta para a gestão de ações relativas à melhoria da qualidade,
ao tratamento do meio ambiente e ao desenvolvimento de medidas preventivas sobre a saúde e a segurança ocupacional.
PROPÓSITO
Demonstrar ao engenheiro de segurança do trabalho a importância de aplicar a normatização ABNT/NBR/ISO utilizando um
Sistema de Gestão Integrado que permitirá uma visão completa da implantação das normas de segurança do trabalho em
empresas.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer a importância da normatização e o papel da ABNT
MÓDULO 2
Reconhecer as auditorias de conformidade e as certificações ISO
MÓDULO 3
Descrever o SGI e sua implementação
INTRODUÇÃO
A IMPORTÂNCIA DOS SISTEMAS DE GESTÃO
INTEGRADA PARA AS EMPRESAS
AVISO: orientações sobre unidades de medida.
AVISO: ORIENTAÇÕES SOBRE UNIDADES DE MEDIDA
Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de tecnologia e
didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo,
javascript:void(0)
os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem seguir o padrão internacional de separação dos
números e das unidades.
MÓDULO 1
 Reconhecer a importância da normatização e o papel da ABNT
LIGANDO OS PONTOS
Foto: Shutterstock.com
As normas técnicas comercializadas pela ABNT no Brasil são de grande importância para as empresas, pois trazem
soluções já definidas e padronizadas para questões operacionais comuns do dia a dia. Além disso, o seu emprego é
esperado ou até definido pelo mercado. Mas você conhece sua origem e importância? Saberia como implementá-las? Para
responder a essas perguntas, vamos estudar um caso prático baseado na empresa ZPK Logística.
A ZPK Logística é uma empresa brasileira legalmente estabelecida e que se instalou recentemente no estado do Rio de
Janeiro. Seus principais acionistas são grandes empresas de e-commerce nacionais. Ela é especializada no transporte de
cargas leves e apresenta como diferenciais o alto nível de automação de suas operações e a velocidade com que realiza o
transporte de cargas, conseguida graças a parcerias com empresas de aviação e de transporte rodoviário.
Em uma recente Assembleia de Acionistas, a diretoria apresentou os resultados de seu projeto de implementação dos
sistemas de gestão de acordo com as normas ABNT NBR ISO 9001:2015 (Gestão da Qualidade), ABNT NBR ISO
14001:2015 (Gestão Ambiental), e ISO 45001:2018 (Gestão da Saúde e Segurança Ocupacional), assim como os benefícios
desse projeto. O projeto foi desenvolvido com o apoio de uma consultoria conceituada e especializada, tanto na
implementação de sistemas de gestão como na preparação de empresas para certificação. A equipe ainda está se
adaptando ao novo sistema.
A diretoria defendeu a importância desse projeto, destacando as aplicações práticas e os benefícios da aplicação do
conteúdo das três normas:
O sistema de melhoria contínua que os três sistemas de gestão estabelecem permitirão a identificação e o
aproveitamento de oportunidades de melhorias nos processos de planejamento, operação, monitoramento e correção
dos modelos de gestão empregados.
A Gestão da Qualidade vai possibilitar o acompanhamento próximo e o aperfeiçoamento dos processos de produção
inovadores empregados nos sistemas de produção. A identificação e o tratamento rápidos das causas de falhas as fará
tender a zero, aumentando a produtividade e a lucratividade.
A Gestão Ambiental será fundamental para uma empresa de logística que mantém veículos trafegando por todo o país
e instalações que movimentam uma grande variedade de cargas que liberam gases e resíduos poluentes e agressivos
ao meio ambiente. Iniciativas como eletrificação, monitoração remota e até eventual automação da frota serão
incentivadas.
A Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional será fundamental para a aplicação de ações preventivas que reduzam
acidentes e doenças do trabalho, principalmente em um ambiente operacional onde máquinas que se movimentam o
tempo todo atuam próximas a trabalhadores. Essas ações deverão ser logo percebidas pelas equipes, melhorando a
produtividade e o clima organizacional.
Os acionistas receberam muito bem o projeto e reconheceram a sua importância para a empresa e os seus negócios, além
de seu alinhamento às boas práticas de governança e expectativas do mercado atual. Muitos até consideraram que a
implantação do sistema de melhoria contínua já justificava o trabalho.
Mas os acionistas destacaram a importância de se avaliar a conformidade dos processos com as normas periodicamente e
de se obter a certificação dessas avaliações. Os diretores concordaram com essas considerações e se comprometeram a
estudar o assunto. Eles também se comprometeram a dar a máxima transparência para os resultados futuros dessa
implementação.
Após a leitura do case , é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
1. OS DIRETORES E ACIONISTAS VALORIZARAM MUITO A IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE
MELHORIA CONTÍNUA QUE COMPÕEM OS SISTEMAS DE GESTÃO IMPLANTADOS. CHEGARAM
A AFIRMAR QUE ESSA IMPLANTAÇÃO JÁ JUSTIFICAVA OS GASTOS TOTAIS COM O PROJETO.
MAS SERÁ QUE FAZ SENTIDO ESSA VALORIZAÇÃO? POR QUÊ?
A) Não. A melhoria contínua não visa ou permite reduzir gastos da operação.
B) Sim, já que, por meio dessa valorização, as causas de falhas podem ser identificadas e tratadas, reduzindo a tendência
de sua ocorrência a zero. Com isso, há redução de perdas na produção.
C) Não, já que essa técnica só é aplicável para a gestão da qualidade, apenas gerando reduções de perdas relativas a má
qualidade.
D) Sim, já que, por meio dessa valorização, as atividades comuns entre os sistemas de gestão podem ser identificadas e
integradas através da melhoria contínua.
E) Não, já que essa técnica elimina os riscos dos processos abrangidos.
2. OS ACIONISTAS CRITICARAM A FALTA DE UMA AVALIAÇÃO DE CONFORMIDADE DOS TRÊS
SISTEMAS DE GESTÃO IMPLANTADOS COM AS SUAS NORMAS DE ORIGEM NAQUELE
MOMENTO, LOGO APÓS A IMPLANTAÇÃO DO PROJETO. A DIRETORIA RESPONDEU QUE IRIA
CONSIDERAR A QUESTÃO. MAS SERÁ QUE FAZ SENTIDO REALIZAR ESSE TIPO DE
AVALIAÇÃO LOGO APÓS O TÉRMINO DO PROJETO DE IMPLANTAÇÃO?
A) Sim, se o acionista pediu, tem que ser feito, mesmo que não haja necessidade.
B) Não. Com o projeto recém-implantado por uma consultoria especializada, é pouco provável que existam não
conformidades a identificar.
C) Não, já que esse tipo de avaliação só é realizado para a certificação da implantação desses sistemas de gestão.
D) Sim, pois é importante garantir que o projeto atingiu os seus objetivos, independentemente de quem o implantou.
E) Tanto faz, já que foi uma consultoria que realizou e as pessoas ainda estão aprendendo a operar o sistema.
GABARITO
1. Os diretores e acionistas valorizaram muito a implantação do sistema de melhoria contínua que compõem os
sistemas de gestão implantados. Chegaram a afirmar que essa implantação já justificava os gastos totais com o
projeto. Mas será que faz sentido essa valorização? Por quê?
A alternativa "B " está correta.
A valorização faz sentido, já que esse sistema permite a avaliação contínua dos processos, com a identificação e o
tratamento das causas de falhas, reduzindo assim a possibilidade de sua ocorrência, e gerando uma tendência de redução
de falhas a zero. Com isso, há uma redução das perdas da empresa com essas falhas.
2. Os acionistas criticaram a falta de uma avaliação de conformidade dos três sistemas de gestão implantados com
as suas normas de origem naquele momento, logo após a implantação do projeto. A diretoria respondeu que iria
considerar a questão. Mas será que faz sentido realizar esse tipo de avaliação logo após o término do projeto de
implantação?
A alternativa "B " está correta.
Como a implantação havia ocorrido um pouco antes dessa reunião, a equipe ainda está ganhando experiência. Além disso, a
implantação foi desenvolvidapor uma consultoria especializada, logo a realização de uma avaliação agora não faz sentido,
pois os sistemas ainda se encontram em maturação. Essa avaliação fará sentido após alguns meses ou anos.
3. NA APRESENTAÇÃO PARA OS ACIONISTAS, OS DIRETORES
DESTACARAM AS VANTAGENS OPERACIONAIS E FINANCEIRAS DO
PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DOS SISTEMAS DE GESTÃO. MAS SERÁ
QUE OS GANHOS QUE ESSE PROJETO TRARÁ PARA A EMPRESA VÃO
EFETIVAMENTE BENEFICIAR A SUA REPUTAÇÃO NO MERCADO, OU
APENAS OS SEUS RESULTADOS? EXPLIQUE A SUA RESPOSTA.
RESPOSTA
Haverá ganhos nos resultados e na reputação. Os ganhos de produtividade, de redução de custos, de
redução de impactos do meio ambiente e de acidentes e doenças ocupacionais, entre outros, afetarão
positivamente os resultados, mas também devem trazer impactos positivos para a reputação da empresa, o
que poderá gerar novos negócios e aumentar o seu valor de mercado.
ENTENDENDO A IMPORTÂNCIA DAS NORMAS TÉCNICAS
PARA AS EMPRESAS
javascript:void(0)
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
EM SUA VIDA PESSOAL E PROFISSIONAL, VOCÊ JÁ DEVER
TER LIDO OU OUVIDO INÚMERAS VEZES A SIGLA ABNT. ELA
ESTÁ PRESENTE EM SITES, LIVROS, REVISTAS, EM
MENSAGENS DE PROPAGANDA E, É CLARO, NAS NORMAS
QUE ESSA ORGANIZAÇÃO DESENVOLVE E/OU COMERCIALIZA.
Essas normas estão muito presentes no dia a dia de empresas e profissionais de todas as áreas. Sua influência pode nem
ser desconhecida pelos clientes e público em geral. Isso ocorre porque elas são muito empregadas em processos de gestão,
nas linhas de produção, nas especificações técnicas e certificações de produtos/serviços comercializados, na prevenção de
acidentes de trabalho, nas garantias para a saúde do trabalhador, na qualidade percebida pelo cliente etc., e nem há
indicações disso. Em resumo, elas estão amplamente presentes na nossa vida, e nem nos damos conta disso.
 SAIBA MAIS
Vale destacar que as normas ABNT costumam ser referenciadas, por exemplo, em textos técnicos e acadêmicos. São
comuns citações como “segundo a norma ABNT Nº XXXX, isto é feito desta forma” ou a “norma ABNT YYYY define esse
termo da seguinte maneira”. Ao envolver um aspecto técnico para o qual há uma norma, é importante referenciá-la, deixando
claro assim que ela foi considerada no trabalho ou estudo relatado. Mesmo para fins legais e judiciais, essas referências
podem ser importantes e necessárias.
MAS O QUE SE PODE ENTENDER COM ESSA DISSEMINAÇÃO
DE SEU USO? POR QUE TANTAS REFERÊNCIAS? SERÁ QUE O
SEU EMPREGO É OBRIGATÓRIO? E DE ONDE VEM ESSAS
NORMAS? QUAIS AUTORIDADES OU TÉCNICOS AS
ESCREVEM? EU POSSO SER CERTIFICADO? ESSAS
QUESTÕES SÃO DÚVIDAS COMUNS, E VAMOS RESPONDÊ-LAS
AO LONGO DESTE MÓDULO.
Vejamos logo a primeira dúvida: por que precisamos estudar isso agora? Acontece que o Sistema de Gestão Integrado de
Qualidade, Meio Ambiente e de Saúde e Segurança Ocupacional (SGI) envolve a aplicação de conjuntos das normas que
estabelecem quesitos para os sistemas de gestão propostos pelas normas da ABNT/ISO: 9001:2015 (Qualidade) e
14001:2015 (Meio Ambiente), e pela norma ISO 45001:2018 (Saúde e Segurança Ocupacional - em português).
Esses quesitos estão relacionados a responsabilidades, sistemas, registros, políticas, processos, práticas de gestão, ações
operacionais, sistemas/bases de dados, entre outros recursos e meios que integram as normas e permitem a sua aplicação
eficaz e eficiente. Antes de mais nada, vamos entender um pouco mais sobre a origem dessas normas.
A ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS
A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) É
UMA ENTIDADE PRIVADA E SEM FINS LUCRATIVOS, FUNDADA
EM 1940. ELA É MEMBRO FUNDADOR E REPRESENTA O
BRASIL NA INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR
STANDARDIZATION (ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DE
NORMALIZAÇÃO - ISO). AS NORMAS TÉCNICAS PODEM SER
ACESSADAS PELA INTERNET CONFORME INDICADO NO
EXPLORE + NO FINAL DESTE CONTEÚDO. A ABNT TAMBÉM
REPRESENTA O BRASIL EM FÓRUNS NACIONAIS E
INTERNACIONAIS DE NORMALIZAÇÃO E OUTROS EVENTOS
CORRELACIONADOS.
A ABNT é muito conhecida pelas normas que comercializa, emitidas por ela, pela ISO ou por organizações normatizadoras
de outros países. Também presta serviços como treinamentos, consultorias, e certificações técnicas. Estudaremos as
certificações técnicas no módulo seguinte.
A ABNT É ACREDITADA PELA COORDENAÇÃO GERAL DE
ACREDITAÇÃO (CGCRE) DO INMETRO, QUE É O ORGANISMO
ACREDITADOR NO BRASIL.
ABNT, 2021
 VOCÊ SABIA
As aplicações da Acreditação podem ser consultadas no site da ABNT no item Certificação – ABNT Certificadora. A
acreditação é um tipo de credenciamento e garante que a ABNT está capacitada a executar as chamadas avaliações de
conformidade. Conformidade do que e com o quê? De produtos, serviços ou sistemas com as normas que a associação
distribui no Brasil. É por isso que você pode encontrar o selo ou a identificação da ABNT em diversos equipamentos,
ferramentas e outros objetos que usa no dia a dia, incluindo recursos usados na segurança do trabalho.
A ABNT E AS NORMAS TÉCNICAS
A ABNT DEFINE O TERMO NORMALIZAÇÃO COMO SENDO “O
PROCESSO DE FORMULAÇÃO E APLICAÇÃO DE REGRAS
PARA A SOLUÇÃO OU PREVENÇÃO DE PROBLEMAS, PARA O
BENEFÍCIO E COM A COOPERAÇÃO DE TODOS OS
INTERESSADOS, E, EM PARTICULAR, PARA A PROMOÇÃO DA
ECONOMIA GLOBAL” (ABNT, 2021)
Essa definição nos ensina que as normas técnicas estabelecem padrões a serem seguidos de modo a evitar problemas.
MAS VOCÊ SABE QUE PROBLEMAS SÃO ESSES?
São aqueles que podem afetar tanto as necessidades de soluções ou a operação das empresas quanto o atendimento às
necessidades das pessoas. Nesses problemas, incluem-se perigos que colocam em risco a saúde e a segurança dos
trabalhadores, por exemplo. A normalização realmente é uma atividade muito significativa para a ABNT. Essa associação
produz normas próprias, assim como distribui no Brasil normas da ISO e de organizações normatizadoras de outros países.
Isso ocorre em decorrência de sua associação com a ISO.
Pode parecer estranho utilizarmos normas produzidas em outros países, mas não há maiores impedimentos, salvos o
respeito aos direitos autorais e o pagamento pela sua aquisição. Isso ocorre devido à eventual falta de uma norma brasileira
correspondente, ao bom nível da norma ou até à necessidade de seu uso em algum processo de produção ou equipamento
importado, por exemplo.
CLARO QUE ESSAS NORMAS NÃO COBREM TODOS OS
ASPECTOS OU PROBLEMAS DA VIDA CORPORATIVA, MAS
TRATAM DE UM CONJUNTO DE TEMAS BASTANTE
ABRANGENTE, E PARA O QUAL HAVIA NECESSIDADE DE UMA
PADRONIZAÇÃO A SER DEFINIDA PARA O MERCADO. ESSAS
NORMAS SÃO SEGUIDAS POR EMPRESAS E PROFISSIONAIS
QUE PRECISAM DESENVOLVER AS SUAS ATIVIDADES
ADEQUADAMENTE.
 DICA
Uma rápida consulta ao site da ABNT, no item Normalização – ABNT Catálogo, vai revelar que há uma infinidade de normas
e outros documentos lá publicados, e que cobrem temas bastante diversificados. A pesquisa pode ser feita por código da
norma ou por assunto, por exemplo.
Note que os códigos de identificação das normas que a ABNT desenvolveu ou adaptou são iniciados pela sigla NBR (Norma
Brasileira). Nos casos em que há uma adaptação de normas internacionais da ISO, essa sigla é associada ao seu código. As
normas de outras organizações também apresentam códigos próprios. Por fim, há uma sequência numérica atribuída
conforme o seu objetivo, e o ano de sua edição, além de um título que descreve sucintamente o seu objetivo. Exemplo:
Norma NBR ISO 9001:2015 - Sistemas de Gestão da Qualidade – Requisitos.
A IMPORTÂNCIA DAS NORMAS TÉCNICAS PARA AS
EMPRESAS E AS PESSOAS
AS NORMAS TÉCNICAS (DA ABNT, ISO ETC.) NÃO SÃO LEIS OU
REGULAMENTAÇÕES EMITIDAS OU PROMULGADAS PELO
PODER PÚBLICO E DE USO COMPULSÓRIO. A ABNT É UMA
ORGANIZAÇÃO TÉCNICA PRIVADA, E NÃO PODE OBRIGAR AS
EMPRESAS SEGUIR AS NORMAS QUE COMERCIALIZA. DAÍ,
AFIRMA-SE QUE A SUA ADOÇÃO PELAS EMPRESAS É
VOLUNTÁRIA.
As normas apresentam padrões técnicos amplamente discutidos e aceitos no Brasil e no mundo. Elas são referências
técnicas que orientam diversosaspectos da operação das empresas e das nossas vidas, e sua adoção pode prevenir perdas
para todos. Retomando a análise da definição de normalização apresentada pela ABNT, vale destacar que as normas vêm
nos apresentar soluções padronizadas para problemas comuns das empresas.
Vejamos três exemplos:
Foto: Shutterstock.com
Suponha que uma empresa química, preocupada com a sua imagem no mercado e com a possibilidade de receber
penalizações das autoridades, decida melhorar a forma como descarta os seus resíduos. Ela pode consultar as normas da
ABNT sobre o assunto, e ainda deixar claro para as suas partes relacionadas que está seguindo as normas que tratam
desses resíduos.
Foto: Shutterstock.com
Imagine agora uma construtora que pretende levantar a estrutura de um prédio e que quer se certificar de estar usando
corretamente os aditivos para o concreto. Ela pode consultar as normas sobre aditivos de concreto divulgadas.
Foto: Shutterstock.com
Já um condutor de motocicleta que deseje adquirir um bom capacete pode buscar os selos e a conformidade da ABNT, que
distribui normas sobre capacetes e viseiras para motociclistas.
A verdade é que a utilização dos padrões definidos nas normas técnicas auxilia a mitigar riscos, ou seja, faz parte do
gerenciamento de riscos de empresas e de pessoas, como se pode observar pelos exemplos acima. Aliás, há uma série de
normas dedicadas ao gerenciamento de riscos (série 31000).
AS NORMAS TÉCNICAS NO APOIO AOS NEGÓCIOS
Observe que o emprego de normas aceitas internacionalmente pode facilitar a realização de negócios com empresas de
outros países. Vejamos um exemplo:
 EXEMPLO
Suponha que uma empresa europeia está buscando um fornecedor de um produto. Ela abre uma cotação de preços e lança
um edital internacional, onde anuncia as características que o produto deve ter, incluindo a conformidade com determinada
norma ISO (ou DIN (Deutsches Institut für Normung) , BSI (British Standards Institution) etc.), além de outros
quesitos para a contratação, o fornecimento, a instalação, a garantia, entre outros objetivos.
Uma empresa brasileira decide participar da concorrência após constatar que seu produto atende aos requisitos do edital,
incluindo a norma técnica lá citada. A proposta de fornecimento do produto vai declarar que o produto está em conformidade
com a nota, e apresentar a forma como a empresa vai atender aos demais quesitos. Assim, com os quesitos atendidos e os
preços competitivos, a empresa brasileira poderá eventualmente ser escolhida e formalizar o negócio com a europeia.
Situações como a desse exemplo acontecem o tempo todo e estimulam as empresas a adotar as normas técnicas. O
emprego da norma traz confiança ao comprador, que já sabe o que esperar do produto. As normas podem ser o diferencial e
um trunfo em uma negociação. Mas note que, em negociações como a do exemplo anterior, há uma expectativa do
comprador de que o produto a ser adquirido esteja de fato em conformidade com a norma indicada no edital da cotação de
preços. A frustração dessa expectativa pode trazer consequências ruins, tanto para a imagem quanto financeiras e legais
para o vendedor.
UMA SOLUÇÃO MUITO USADA PARA GERAR A CONFIANÇA
NECESSÁRIA PARA A REALIZAÇÃO DE NEGÓCIOS ESTÁ NA
CERTIFICAÇÃO DA CONFORMIDADE DO PRODUTO OU
SERVIÇOS COM AS DISPOSIÇÕES DAS NORMAS. É COMUM EM
EDITAIS A SOLICITAÇÃO DO CERTIFICADO DE
CONFORMIDADE EMITIDO POR ÓRGÃOS CERTIFICADOS
AUTORIZADOS. VEREMOS ISSO MELHOR NO MÓDULO 2.
OS RISCOS DE NÃO SE USAR AS NORMAS TÉCNICAS
Já vimos que o emprego das normas pode levar uma empresa a operar, produzir ou atender melhor, viabilizando ou
facilitando o atingimento de seus objetivos de negócio. Por outro lado, a não aplicação ou a aplicação incorreta das normas
pode trazer consequências adversas para empresas e pessoas, causando perdas, danos e acidentes que poderiam ter sido
evitados ou amenizados se as normas tivessem sido observadas.
Foto: Shutterstock.com
Nessas situações, a não utilização das normas ou seu uso inadequado pode gerar questionamentos, penalizações
contratuais ou até sansões e processos legais, principalmente se houver uma exposição desnecessária a riscos ou um
descaso com as partes afetadas. É por isso que os riscos da não utilização ou da utilização parcial de normas técnicas
devem ser detalhadamente avaliados pelas empresas.
A AUTORIA DAS NORMAS TÉCNICAS NO BRASIL
A essa altura, você deve estar se perguntando: quem escreve essas normas? A ABNT mantém comissões técnicas temáticas
que desenvolvem as suas normas, assim como analisam as normas internacionais. E o processo de sua aprovação pode
incluir consultas públicas, em que as pessoas interessadas no tema podem opinar ou fornecer sugestões sobre o seu
conteúdo antes da sua aprovação final e publicação. Para maiores informações sobre esses comitês, consulte o site da
ABNT no item Normalização – Comitês Técnicos.
OS PREÇOS DAS NORMAS TÉCNICAS NO BRASIL
Como já vimos, as normas não são gratuitas, algumas apresentam preços bastante expressivos. Esses valores devem cobrir
os direitos autorais e custos e produção e distribuição. É importante observar que é possível comprar normas diretamente de
organizações normatizadoras no exterior. Uma boa notícia para os profissionais de Engenharia e Arquitetura afiliados ao
Sistema Confea/Crea/Mútua é que essa entidade mantém um acordo com a ABNT, garantindo-lhes um desconto significativo
nos preços das normas. O acesso de profissionais e empresas associados a esse sistema ocorre através do site da ABNT
Catálogo / Confea. Algumas normas permitem uma visão prévia antes da aquisição.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS É UMA ENTIDADE SEM FINS
LUCRATIVOS, ASSOCIADA A ISO - INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION.
UMA DE SUAS PRINCIPAIS ATIVIDADES É A DISTRIBUIÇÃO DE NORMAS TÉCNICAS, MAS ELA
TAMBÉM PRESTA SERVIÇOS. MARQUE A AFIRMAÇÃO CORRETA SOBRE SUAS NORMAS E
SERVIÇOS.
A) A ABNT presta serviços gratuitos para a sociedade.
B) Suas normas têm efeito de lei e se sobrepõem a outras legislações e regulamentações.
C) As normas que ela distribui são gratuitas.
D) Ela presta serviços de treinamento e de certificação de produtos, serviços e sistemas de gestão, entre outros.
E) Ela não oferece treinamentos de certificação para profissionais.
2. SOBRE OS PROCESSOS DE AVALIAÇÃO DE CONFORMIDADE E DE CERTIFICAÇÃO
ORIENTADOS OU CONDUZIDOS PELA ABNT, ASSINALE A AFIRMAÇÃO CORRETA.
A) Os profissionais que conduzem as avaliações e as certificações não precisam ser certificados.
B) A implantação de qualquer uma das normas comercializadas pela ABNT pode ser certificada.
C) A certificação é definitiva, ou seja, não precisa ser renovada.
D) A certificação avalia se os quesitos das normas implementados correspondem às interpretações da ABNT.
E) Só podem ser cerificados os sistemas de gestão.
javascript:void(0)
javascript:void(0)
GABARITO
1. A Associação Brasileira de Normas Técnicas é uma entidade sem fins lucrativos, associada a ISO - International
Organization for Standardization. Uma de suas principais atividades é a distribuição de normas técnicas, mas ela
também presta serviços. Marque a afirmação correta sobre suas normas e serviços.
A alternativa "D " está correta.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas é uma entidade privada brasileira. Além de comercializar normas técnicas suas
e de terceiros, ela presta serviços de treinamento e trabalhos de certificação de produtos, serviços e sistemas de gestão,
além de outros serviços, como os de consultoria.
2. Sobre os processos de avaliação de conformidade e de certificação orientados ou conduzidos pela ABNT,
assinale a afirmação correta.
A alternativa "D " está correta.
As normas ABNT têm inúmeras aplicações. O processo de certificação é aplicado a algumas das normas, não a todas.
Quando ocorre a certificação das normas, o processo é conduzido por profissional habilitado.
MÓDULO 2
 Reconhecer as auditorias de conformidadee as certificações ISO
LIGANDO OS PONTOS
Foto: Shutterstock.com
As auditorias de conformidade são bastante comuns às empresas que implantaram normas técnicas e que também se
interessaram pela certificação dessa conformidade. Mas por que as auditorias de conformidade e a sua certificação são
importantes? E para que serve essa certificação? Para compreender isso, vamos ver o que ocorre na nossa conhecida ZPK
Logística.
A empresa ZPK logística tem 5 centros regionais de distribuição junto a grandes aeroportos brasileiros. Além disso, possui
inúmeras parcerias com empresas de logística locais, que fazem a entrega aos clientes. Esses centros estão aparelhados
com equipamentos de última geração, como robôs fixos e móveis, drones de solo e voadores, e outros recursos de
tecnologia de ponta. Esses recursos tecnológicos funcionam junto com suas equipes operacionais (humanas).
No caso que discutimos no módulo anterior, vimos que a diretoria da ZPK Logística apresentou para os acionistas os
resultados de seu projeto de implantação dos sistemas de gestão de qualidade, ambiental e de saúde e segurança
ocupacional. Também vimos que a diretoria se comprometeu a analisar a possibilidade de realizar avaliações e conformidade
sobre a implantação desses três sistemas.
Após considerar os prós e os contras sobre a realização dessa auditoria de conformidade solicitada, a diretoria decidiu
autorizar a realização desse trabalho apenas no 12º mês após a implementação, já buscando a certificação da implantação
desses sistemas.
Os resultados dessa auditoria foram apresentados ao Conselho de Administração. Não conformidades foram encontradas e
corrigidas. Assim, a diretoria esperava conseguir a aprovação para prosseguir com a implantação do Sistema e Gestão
Integrado. Mas os conselheiros não concordaram com essa ideia.
O debate girou em torno do fato de se ter feito uma auditoria de primeira parte. Os conselheiros entendiam que deveria ter
sido contratada uma auditoria de terceira parte, e obtida a certificação para os três sistemas. A diretoria discordou dessa
ideia, e o debate ficou acalorado.
Finalmente, chegou-se a um acordo: manteve-se o resultado da auditoria de primeira parte, e autorizado o prosseguimento
do projeto do SGI. Completado o projeto, será contratada uma organização certificadora independente que fará a auditoria
para a certificação dos três sistemas de gestão, agora atuando integrados.
Mas ainda restou uma discussão sobre os ganhos alcançados com a integração de elementos comuns aos três sistemas. A
constatação dos possíveis ganhos com a integração ajudou a reduzir resistências de alguns conselheiros e diretores sobre
os custos das certificações, já que serão parcialmente compensados por esses ganhos. Mas eles se renderam realmente ao
considerarem o conjunto dos benefícios que a empresa terá com o projeto associado às três certificações.
Após a leitura do case , é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
1. SERÁ QUE FOI CORRETA OU OPORTUNA A OPÇÃO PELA CONTRATAÇÃO DE UMA
ORGANIZAÇÃO CERTIFICADORA INDEPENDENTE PARA FAZER A AUDITORIA DE TERCEIRA
PARTE? HAVERIA OUTRAS POSSIBILIDADES?
A) A contratação da auditoria de terceira parte junto a uma organização certificadora independente é opcional. Portanto, essa
é uma decisão soberana da administração.
B) O emprego da auditoria de primeira parte ou de terceira parte para a auditoria de conformidade é opcional. O importante é
a ação da organização certificadora sobre os resultados da auditoria.
C) A contratação da auditoria de terceira parte junto a uma organização certificadora independente é obrigatória.
D) A auditoria e a certificação podem ser executadas por qualquer auditoria independente. Não precisa ser uma organização
certificadora.
E) A organização certificadora pode ser usada, fazendo a auditoria de primeira parte como teste e a de terceira parte para
valer.
2. PARTE DA DISCUSSÃO ENVOLVEU O BALANÇO ENTRE OS GANHOS QUE SE ESPERA
OBTER COM O PROJETO E OS GASTOS COM A CERTIFICAÇÃO. OS GANHOS ESPERADOS
FORAM CONSIDERADOS COMPENSADORES E AJUDARAM A REDUZIR AS RESISTÊNCIAS
PARA A REALIZAÇÃO DESSES GASTOS. MAS QUE GANHOS SÃO ESSES?
A) Reduções de gastos graças ao compartilhamento de recursos proporcionados pelo SGI.
B) Renegociações de preços das certificações.
C) Contratação de empresas não autorizadas e mais baratas a fazer as certificações.
D) As eliminações de sistemas de gestão desnecessários.
E) As reduções de gastos com as ações de melhoria da qualidade, de proteção do meio ambiente e de redução de acidentes
de trabalho e doenças ocupacionais.
GABARITO
1. Será que foi correta ou oportuna a opção pela contratação de uma organização certificadora independente para
fazer a auditoria de terceira parte? Haveria outras possibilidades?
A alternativa "C " está correta.
A auditoria de primeira parte é executada por equipe interna da empresa e poderia valer como teste. A auditoria de terceira
parte ou de certificação deve ser executada pela organização certificadora, que poderá ou não conceder essa certificação.
2. Parte da discussão envolveu o balanço entre os ganhos que se espera obter com o projeto e os gastos com a
certificação. Os ganhos esperados foram considerados compensadores e ajudaram a reduzir as resistências para a
realização desses gastos. Mas que ganhos são esses?
A alternativa "A " está correta.
Um dos principais benefícios da implantação do SGI envolve o compartilhamento de recursos entre os três sistemas de
gestão, reduzindo seus custos operacionais.
3. VIMOS QUE OS CONSELHEIROS E OS DIRETORES DEBATERAM
SOBRE NÃO CONFORMIDADES, GANHOS COM O PROJETO E O
MOMENTO EM QUE DEVERIA OCORRER A CERTIFICAÇÃO DE CADA
SISTEMA. MAS NINGUÉM QUESTIONOU A CERTIFICAÇÃO DOS TRÊS
SISTEMAS DE GESTÃO. CITE AO MENOS TRÊS BENEFÍCIOS QUE A
EMPRESA TERÁ COM A CERTIFICAÇÃO DOS TRÊS SISTEMAS DE
GESTÃO E QUE FORAM TÃO BEM ACEITOS POR ESSES EXECUTIVOS.
RESPOSTA
Melhorar suas vendas, pois os clientes, principalmente, os corporativos, podem dar preferência ou até
exigir essas certificações para fazer negócios.
O alinhamento dos sistemas de gestão às especificações das normas poderá reduzir desperdícios ou
erros na prestação dos serviços.
Aumento da competividade e da produtividade graças às reduções de custos de produção.
O QUE É A AUDITORIA DE CONFORMIDADE E A
CERTIFICAÇÃO ISO?
javascript:void(0)
AS AUDITORIAS DE CONFORMIDADE DAS NORMAS
CONCEITO E IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA DE
CONFORMIDADE
VOCÊ TALVEZ JÁ TENHA ESCUTADO O TERMO AUDITORIA
NAS ORGANIZAÇÕES. PODEMOS DEFINI-LA COMO UM TIPO DE
AVALIAÇÃO QUE VISA IDENTIFICAR SE PROCESSOS,
PROJETOS, DOCUMENTOS, PRÁTICAS OU AÇÕES
DESENVOLVIDAS NA EMPRESA OCORRERAM DENTRO DO
ESPERADO OU AINDA CONFORME PADRÕES ESTABELECIDOS
PELO MERCADO, POR ÓRGÃOS REGULADORES DO
GOVERNO, POR ORGANIZAÇÕES NORMATIVAS DE MERCADO,
OU ATÉ PELAS PRÓPRIAS EMPRESAS.
No contexto do nosso estudo, o termo auditoria é usado para designar trabalhos de avaliação de processos, projetos ou
sistemas de gestão, que visam avaliar se esses foram implementados dentro do disposto nas normas técnicas
correspondentes. Vejamos um exemplo:
 EXEMPLO
Suponha que um Sistema de Gestão Ambiental, desenvolvido com base nos quesitos estabelecidos pela norma ABNT NRB
ISO 14001:2015, é implantado em determinada empresa. Ele pode ser auditado com o objetivo de avaliar se os quesitos
dessa norma foram efetivamente implementados, se estão em produção, e se essa implementação ocorreu dentro das
interpretações e das disposições estipuladas pela ABNT e ISO.
Isso quer dizer que esse sistema de gestão pode ter sido implementado de maneira errada?
Se entendermos uma implementação divergente dos padrões da ABNT e ISO como um erro, a resposta é sim. E poderá
atingir resultados inferiores às expectativas da empresa e de suas partes relacionadas. Por outro lado, a eventual não
conformidade com quesitos da norma não significa que esse sistema será necessariamente ineficiente ou ineficazpara a
empresa. Ele pode operar de forma satisfatória para os objetivos da empresa e para as expectativas da sua administração,
apesar das não conformidades. Isso depende, portanto, dos objetivos e das expectativas em relação a esse sistema.
Porém, como os quesitos da norma não foram implementados da maneira esperada, os resultados obtidos desse sistema
não serão semelhantes àqueles que seriam alcançados se a norma estivesse sendo implementada dentro dos padrões
dessa norma. Isso é certo!
A CERTIFICAÇÃO DA CONFORMIDADE ISO
Continuando com o exemplo do item anterior, um dos objetivos da auditoria de conformidade pode ser a validação formal
dessa conformidade, com a emissão de um certificado de conformidade da ISO por uma organização certificadora
autorizada. Acontece que, se a norma não for implementada estritamente dentro das disposições e dos quesitos da norma
ABNT NBR ISO 14001:2015, ela não poderá receber essa certificação.
MAS ESSA NÃO CERTIFICAÇÃO É UM PROBLEMA?
Depende! Por exemplo: se essa certificação for do interesse da administração para atender aos seus objetivos de
negócio, ela ficará frustrada. Para que a implementação da norma seja certificada, será necessário corrigir a sua
implementação, adequando-a aos quesitos da norma.
Você deve estar considerando muito rígido esse processo, não é? Será que funciona assim mesmo na prática? Como
veremos nos próximos itens, ela é praticada desse modo no Brasil e no mundo e há motivos claros que justificam essa
rigidez.
 SAIBA MAIS
Observe que essa dificuldade valoriza muito as empresas que conseguem certificar seus processos, produtos e sistemas. E
o mercado reconhece isso. Por isso, diversas empresas investem muito nessa certificação, pois precisam dela para atingir os
objetivos de seus negócios, desde o atendimento de exigências de clientes até o valor agregado à empresa.
CONSIDERAÇÕES SOBRE AS AUDITORIAS DE
CONFORMIDADE
Como já vimos, as normas apresentam formas de tratamento de problemas que as empresas enfrentam no seu dia a dia.
Isso quer dizer que, se a norma não for implantada ou não for seguida adequadamente, os problemas vão continuar ou
podem até se agravar.
Para garantir que as normas sejam implementadas adequadamente, as empresas costumam realizar trabalhos de auditoria
de conformidade. O escopo dessas auditorias envolve a comparação entre a forma correta ou esperada de aplicação dos
requisitos, das disposições e recomendações registrados nas normas, com processos, produtos ou sistema de produção,
atestando, ou não, a conformidade de sua implementação e execução.
Foto: Shutterstock.com
Esses trabalhos são comuns e costumam figurar nos planejamentos anuais das áreas de auditoria interna, de compliance, de
qualidade, ou até de produção. Também é bastante comum o emprego de empresas terceirizadas para essa tarefa. A
princípio, qualquer gestor de processo pode realizar esse tipo de trabalho periodicamente, visando garantir que não
ocorreram desvios das práticas em relação às normas. Ele fará isso porque essa conformidade é uma de suas
responsabilidades.
MÉTODO E TIPOS DE AUDITORIAS
AS AUDITORIAS DE CONFORMIDADE
As auditorias de conformidade podem seguir padrões próprios da empresa, se isso for de seu interesse. Mas sua aplicação
será para fins internos da empresa. Se o objetivo for a realização de uma auditoria nos padrões da ISO e, principalmente, a
obtenção do certificado de conformidade da ISO, a metodologia a ser usada deverá ser a apresentada pela norma NBR ISO
19011:2018 - Diretrizes para auditoria de sistemas de gestão, que faz parte da série de normas ISO 9000 (qualidade).
Essa norma está ligada à série ISO 9000 por ter sido originalmente criada para a auditoria de Sistemas de Gestão da
Qualidade. Mas, atualmente, ela deve ser usada para todos os sistemas de gestão propostos pelas normas ABNT ISO, o que
inclui os conhecidos Sistemas de Gestão Ambiental e de Gestão da Saúde e da Segurança Ocupacional.
 ATENÇÃO
É importante observar que há soluções automatizadas de mercado já adaptadas à norma NBR ISO 19011:2018, e que
podem ser usadas para o registro de documentação, etapas, testes, e demais registros e relatórios requeridos pela norma.
Também há cursos de preparação para aplicação dessa norma que fazem parte dos conjuntos aplicados para a certificação
profissional de auditores.
As auditorias de conformidades podem e devem ser aplicadas em qualquer dos três tipos de auditorias que veremos a
seguir.
AS AUDITORIAS DE PRIMEIRA PARTE OU INTERNAS
São trabalhos realizados por equipes da própria empresa. Esses trabalhos podem ser usados para avaliar a aplicação de
uma norma ou o conjunto de normas específicas, ou ainda avaliar sistemas de gestão da implementação e manutenção
dessas normas.
Note que esse tipo de auditoria não pode ser usado para emitir uma certificação técnica para o mercado. Para isso, é
necessária a contratação de uma organização certificadora autorizada e independente (imparcial), como veremos a seguir.
AS AUDITORIAS DE SEGUNDA PARTE
Essas são auditorias que clientes ou parceiros comerciais podem ter interesse em fazer em uma empresa com a qual
mantêm ou pretendem manter um relacionamento comercial. No contexto do SGI, essa auditoria pode avaliar a sua eficácia,
eficiência e aderência às normas de gestão que o compõe. Note que podem fazer a diferença em uma negociação, levando
a contratação ou não da empresa.
AS AUDITORIAS DE TERCEIRA PARTE OU INDEPENDENTES
A auditoria de terceira parte ou auditoria independente é aquela que envolve a prestação de serviços de auditoria, ou
seja, as empresas que executam esses exames não possuem vínculo ou subordinação com a empresa auditada. Essa é a
condição para que a empresa seja considerada independente da empresa auditada, o que lhe permite realizar avaliações
isentas, ou seja, sem interferências ou vetos dos auditados. Trata-se de um tipo de auditoria muito comum, e que serve a
vários propósitos onde a independência é um diferencial.
No nosso contexto, as organizações certificadoras precisam ter independência em relação às empresas auditadas. Essa
condição lhes garante a negativa da certificação caso não seja constatado que os quesitos da norma em análise foram
cumpridos. Esse é o tipo de auditoria que pode ser realizada para se avaliar a conformidade de processos, de produtos, ou
de sistemas de gestão de empresas com os quesitos citados em normas da ABNT, ISO, Inmetro (Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia) , Ministério do Trabalho (normas regulamentadoras), ou Fundacentro (Fundação Jorge
Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Trabalho) (normas de Higiene Ocupacional), entre outras possibilidades.
A CERTIFICAÇÃO TÉCNICA
CERTIFICAÇÃO ISO
A certificação pela ISO pode ser descrita como o registro formal de que uma auditoria de terceira parte foi realizada e
concluiu que a implementação de uma norma foi executada dentro do esperado. Isso quer dizer que foi constatada por uma
organização certificadora que ocorreu a aplicação correta dos quesitos e das demais disposições apresentadas nessa
norma, ou seja, que há uma conformidade com a norma.
VALE DESTACAR QUE ESSE TIPO DE AUDITORIA DE
CONFORMIDADE PARA CERTIFICAÇÃO (OU AUDITORIA DE
CERTIFICAÇÃO) SÓ PODE SER REALIZADA POR UMA
ORGANIZAÇÃO CERTIFICADORA DEVIDAMENTE ACREDITADA.
TAMBÉM É OBRIGATÓRIO O EMPREGO DA METODOLOGIA
APRESENTADA PELA NORMA NBR ISO 19011:2018, ALÉM DA
APLICAÇÃO DAS INTEPRETAÇÕES DOS QUESITOS
AVALIADOS, CONFORME A ORGANIZAÇÃO NORMATIZADORA
QUE A EMITIU (POR EXEMPLO, ABNT, ISO, INMETRO ETC.).
Podem ser avaliados quanto à sua conformidade os processos, os produtos e/ou os sistemas de gestão já implantados em
uma empresa. Essa avaliação deve ser realizada obrigatoriamente por uma organização certificadora autorizada e
independente. No caso das normas da ISO, por exemplo, a certificadora precisa ser acreditada junto a ISO, como é o caso
da ABNT. Isso também ocorre com padrões normativos emitidos pelo Inmetro,ou outras organizações nacionais ou
internacionais.
Note que uma condição para uma norma ser certificada está na existência de requisitos ou dispositivos normativos a serem
implantados. Muitas normas não os apresentam, e não podem assim ser certificadas. Já outras que os apresentam podem
ter sua implantação certificada. Esse é o caso das normas que compõem o SGI e que reúnem quesitos propostos para a
implantação de Sistemas de Gestão da Qualidade, Ambiental e de Saúde e Segurança Ocupacional.
CONDUÇÃO DA AUDITORIA PARA CERTIFICAÇÃO
A auditoria de certificação, conforme já vimos no início deste módulo, deve seguir critérios rígidos, claros, e aplicados com
máxima correção, transparência e padronização. A metodologia a ser empregada precisa estar de acordo com a norma NBR
ISO 19011:2018, que é própria para suportar essa atividade. Essa auditoria precisa ser rígida porque dela depende a
reputação tanto da empresa que busca certificar o seu processo de gestão quanto da própria organização certificadora.
Imagem: Shutterstock.com
As empresas sabem que essa certificação é difícil de ser obtida, e que os processos de preparação para a auditoria de
certificação e de realização das auditorias é custoso, demorado, e até incerto. A organização certificadora pode não certificar
o processo, ou condicionar a concessão da certificação à solução de pendências a serem resolvidas pela empresa. Apesar
dos riscos da não certificação, dos altos custos envolvidos, e das dificuldades a enfrentar, muitas empresas investem pesado
na certificação, confiando que ela será benéfica para seu processo de produção, a qualidade de seus produtos, a otimização
de seus gastos operacionais, a sua reputação, e ainda as suas vendas futuras.
VALE OBSERVAR QUE HÁ PENDÊNCIAS QUE IMPEDEM A
CERTIFICAÇÃO, E HÁ OUTRAS QUE NÃO IMPEDEM A
CERTIFICAÇÃO INICIAL, MAS PRECISAM SER RESOLVIDAS
ATÉ A SUA RENOVAÇÃO NO ANO SEGUINTE. HÁ CRITÉRIOS
DEFINIDOS PELA ISO PARA CLASSIFICAR ESSAS PENDÊNCIAS
COMO IMPEDITIVAS OU NÃO, QUANTO À CERTIFICAÇÃO.
TRABALHOS DE PREPARAÇÃO PARA CERTIFICAÇÃO
Para que a empresa tenha um processo certificado, ela precisa ter implementado os quesitos apresentados em norma. Antes
da avaliação formal da qualidade para a certificação, as empresas costumam revisitar esses processos, visando confirmar se
os quesitos da norma estão adequadamente implantados e em produção.
 SAIBA MAIS
Outra prática muito usada é a contratação de uma consultoria que possa conduzir uma simulação da avaliação de
certificação. Essas avaliações são uma boa forma de identificar ajustes e adaptações necessários para adequação total à
norma cuja implementação será certificada. Essa pré-certificação também serve de treino para as equipes das empresas,
preparando-as para entender o que será feito e como cooperar adequadamente para a realização do trabalho.
Vamos conhecer agora alguns aspectos importantes que devemos observar nessas preparações e simulações para a
certificação:
INTEPRETAÇÃO DAS NORMAS
É preciso haver garantias de que os profissionais que conduziram essas adaptações e simulações de avaliações conheçam
a interpretação correta da aplicação dos quesitos das normas. Para tanto, eles precisam conhecer essas intepretações. Daí,
podemos considerar que a escolha de profissionais já certificados para essas tarefas seja a opção mais adequada.
AVALIAÇÃO DE COMPLIANCE
Há empresas que contratam trabalhos de consultoria, ou de suas equipes internas (expor exemplo, auditoria interna,
compliance etc.), para desenvolver avaliações de conformidade com os requisitos de normas ABNT, para o atendimento de
seus interesses internos. Note que não é uma simulação de certificação, mas, sim, uma aferição de aderência ou
conformidade aos padrões normativos para fins gerenciais. Novamente, há a necessidade de que os profissionais que
conduzirão esses trabalhos conheçam as interpretações corretas da norma.
NBR ISO 19011:2018
A metodologia apresentada nesta norma deve ser usada na simulação. Como seu uso é obrigatório para as auditorias reais,
utilizá-la na simulação será fundamental para a preparação ou a efetiva realização da certificação tanto de sistemas de
gestão de qualidade quanto de outros temas, como gestão do meio ambiente ou gestão da segurança da informação.
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
ATUAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES CERTIFICADORAS
Imagem: Shutterstock.com
A organização certificadora pode avaliar e, se for o caso, certificar produtos, serviços, ou sistemas de gestão da qualidade
dos processos de produção. Essa certificação significa que produtos e serviços estão sendo produzidos ou executados
estritamente de acordo com o descrito na norma técnica correspondente. No caso dos sistemas de gestão, sua operação
deve atender aos quesitos da norma correspondente.
 ATENÇÃO
Essa certificação não é definitiva. A avaliação de conformidade que a origina precisa ser realizada anualmente, ou seja, há a
necessidade de uma manutenção da aplicação dos quesitos para que a certificação se mantenha.
Outro aspecto importante que precisamos observar é a interpretação sobre a implantação prática desses quesitos e dos
critérios previstos nas respectivas normas. Essas intepretações são padronizadas pela organização normatizadora, como é o
caso da ABNT, e a implantação será considerada como conforme se essas interpretações forem seguidas.
A CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL DO AUDITOR DE
CONFORMIDADE
Você talvez esteja se perguntando que profissionais podem fazer essas auditorias de conformidade, e ainda se você poderia
ser um deles. A resposta é sim! Mas você precisa antes fazer cursos sobre as normas que apresentam sistema de gestão e
de formação de auditores, com base na norma NBR ISO 19011:2018, ministrado por organizações certificadoras. Com isso,
você poderá receber a sua certificação profissional como auditor de conformidade.
Foto: Shutterstock.com
IMPORTANTE OBSERVAR QUE HÁ MERCADO PARA ESSES
PROFISSIONAIS CERTIFICADOS TANTO EM ORGANIZAÇÕES
CERTIFICADORAS COMO EM EMPRESAS QUE PRECISAM SE
PREPARAR PARA A CERTIFICAÇÃO, E DEPOIS MANTER ESSA
CONQUISTA.
OS CUSTOS DA CERTIFICAÇÃO
O processo de certificação é bastante oneroso. Há de se considerar que a empresa precisa investir na adaptação de seus
processos às normas, avaliar internamente essa adaptação, contratar uma auditoria de terceira parte de uma organização
certificadora, realizar o trabalho, e renová-lo anualmente. E há quesitos normativos que podem encarecer ainda mais essa
adaptação.
SE A EMPRESA QUISER CERTIFICAR VÁRIOS PROCESSOS,
POR EXEMPLO, ESSES CUSTOS SE MULTIPLICAM PELA
QUANTIDADE DE PROCESSOS!
A certificação dos sistemas de gestão de processos como o apresentado pela NBR ISO 9001:2015 é feita processo a
processo. Vejamos um exemplo:
 EXEMPLO
Suponha uma empresa que tenha 1000 (mil) processos documentados, reunindo aí processos de produção e de apoio
(administrativos). Se essa empresa quiser se apresentar como toda certificada, ela precisará certificar cada um desses 1000
processos. Como você pode supor, não fica nada barato e será bastante trabalhoso. Muitas empresas consideram
necessária a certificação de todos os processos, já outras certificam apenas alguns.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. VIMOS QUE A AUDITORIA DE CERTIFICAÇÃO, DEVE SER MUITO CRITERIOSA, RÍGIDA E
BASEADA NA NORMA NBR ISO 19011:2018. UM DOS MOTIVOS QUE JUSTIFICAM ESSA RIGIDEZ
NA APLICAÇÃO É A(O):
A) Aumento do preço do trabalho.
B) Preservação da conformidade alcançada.
C) Preservação do valor e a credibilidade dessa certificação.
D) Preservação da reputação da organização que emitiu a norma.
E) Satisfação dos acionistas e administradores.
2. A CERTIFICAÇÃO TÉCNICA PELA ISO É MUITO VALORIZADA E DESEJADA PELO MERCADO.
MUITAS EMPRESAS EM TODO O MUNDO INVESTEM MUITO PARA OBTÊ-LA, ENTENDENDO QUE
ESSA CONQUISTA VALORIZA A SUA GESTÃO E OS SEUS PRODUTOS JUNTO AO MERCADO.
ESSA CERTIFICAÇÃO SIGNIFICA QUE:
A) A empresa segue os princípios da governança corporativa,que foram validados pela certificação.
B) A comprovação de um produto, processo ou sistema está em total conformidade com uma norma técnica.
C) Os seus produtos serão mais caros já que estão em conformidade com a certificação.
D) A norma técnica foi certificada, já que corresponde ao disposto na especificação técnica do produto ou processo.
E) Foi usada uma boa metodologia de mercado na auditoria de certificação.
GABARITO
1. Vimos que a auditoria de certificação, deve ser muito criteriosa, rígida e baseada na norma NBR ISO 19011:2018.
Um dos motivos que justificam essa rigidez na aplicação é a(o):
A alternativa "C " está correta.
A seriedade, a rigidez e o critério usados no trabalho são importantes para a preservação da reputação, tanto da empresa,
cujo processo, produto ou sistema está sendo certificado, quanto da própria organização certificadora. Dessa reputação e
rigidez, dependem a valorização e a credibilidade da certificação pelo mercado.
2. A certificação técnica pela ISO é muito valorizada e desejada pelo mercado. Muitas empresas em todo o mundo
investem muito para obtê-la, entendendo que essa conquista valoriza a sua gestão e os seus produtos junto ao
mercado. Essa certificação significa que:
A alternativa "B " está correta.
A certificação pela ISO atesta que foi reconhecida a conformidade entre uma norma técnica e um produto, sistema ou
processo avaliado em uma auditoria de terceira parte.
MÓDULO 3
 Descrever o SGI e sua implementação
LIGANDO OS PONTOS
Imagem: Shutterstock.com
O Sistema de Gestão Integrado (SGI) reúne três sistemas de gestão que controlam três temas-chave para as empresas de
hoje. Mas como e por que essa integração ocorre? Por que é interessante integrá-los? E quais seriam as vantagens de
certificá-los? Para entender isso, vamos ver o que ocorre na empresa ZPK Logística.
Chegou a hora da implementação do SGI na ZPK Logística. Para isso, foram tomadas as seguintes providências iniciais:
Definição da equipe e do gestor do projeto.
A equipe definiu o escopo do projeto, a estimativa de gastos, o cronograma preliminar, a análise de riscos, o programa
de trabalho, a forma de divulgação do projeto, e a requisição de recursos, entre outros elementos.
A equipe apresentou para os diretores todo esse planejamento, que foi aprovado, e sua continuidade aprovada.
Foram então entrevistados os gestores e as equipes dos sistemas de gestão atuais, e levantadas informações sobre as
políticas, os processos, os recursos, os sistemas etc.
Nesse momento, com todas as informações em mãos, a equipe de projeto passou a analisar algumas decisões que precisam
ser tomadas pela diretoria. Essa equipe precisa levar a sua recomendação para apoio a essa tomada de decisão. Vejamos
os problemas que estão sobre a mesa:
Os sistemas de apoio aos três sistemas de gestão foram desenvolvidos internamente. Mas esse desenvolvimento não
está completo. Vários controles e outros registros estão em planilhas e bases de dados locais, não integradas aos
sistemas principais.
Alguns profissionais-chave do Sistema de Gestão da Qualidade, considerado supereficiente e ajustado até então,
deixaram a empresa para desenvolver um projeto próprio de e-commerce.
A empresa recebeu algumas autuações relacionadas à falta de cuidado com o meio ambiente. De caminhões
desregulados e poluidores até o despejo de óleos e outros líquidos poluentes em mananciais próximos, foram 10
autuações recebidas. E muitos consideram que houve falhas da equipe do Sistema de Gestão Ambiental, que não
identificou e tratou essas questões antes da fiscalização.
Ocorreram falhas de gestão de riscos da saúde e da segurança ocupacional na empresa. Essas constatações não
pegaram bem para essa equipe de gestão!
Após a leitura do case , é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos e ajudar a equipe de
projeto com as decisões a serem tomadas?
1. FICOU CLARO QUE HÁ PROBLEMAS NOS TRÊS SISTEMAS QUE FORMARÃO O SGI. ESSES
PROBLEMAS MOSTRAM REDUÇÕES INESPERADAS DE UMA EQUIPE, E POSSÍVEIS FALHAS
DAS OUTRAS DUAS EQUIPES QUE PODEM (OU NÃO) SER CORRIGIDAS COM A SUA
SUBSTITUIÇÃO PARCIAL OU TOTAL. A INTEGRAÇÃO DE ELEMENTOS TRAZIDA PELO
PROJETO PODE RESOLVER PARTE OU TODA A FALTA DA EQUIPE DO SISTEMA DE
QUALIDADE, MAS IMPLICARIA MANUTENÇÃO DA EQUIPE DOS OUTROS SISTEMAS QUE
PODEM TER CAUSADO OS PROBLEMAS RELATADOS. E O GESTOR DO PROJETO ACHA QUE
SERIA RUIM PARA A IMAGEM DO PROJETO FAZER DEMISSÕES APENAS PARA TROCAR A
EQUIPE. CONSIDERANDO O CONTEÚDO DA ETAPA DE TREINAMENTO DE IMPLEMENTAÇÃO
DO SGI, O QUE PODERIA SER FEITO?
A) Todos devem ser substituídos, mesmo que isso impacte a implementação do SGI. É melhor trazer pessoas novas e
treiná-las do zero.
B) Os líderes dos três sistemas atuais devem ser substituídos, com o treinamento e a orientação dos demais.
C) Manter e treinar a equipe atual, avaliando se mais pessoas precisarão ser contratadas ou realocadas para repor aquelas
que saíram. Convém debater com elas os problemas identificados e as soluções das suas causas.
D) Manter e treinar a equipe atual, não repondo a equipe que saiu, mesmo que isso sobrecarregue os demais. Convém
debater com eles os problemas identificados, e as soluções das suas causas.
E) Deixar a diretoria decidir e esperar o resultado.
2. OS CUSTOS COM O AJUSTE E A ADAPTAÇÃO DO SISTEMA AUTOMATIZADO DA EMPRESA
PODEM SER ALTOS. POR OUTRO LADO, ESSES SISTEMAS PODEM TRAZER IDEIAS E
EXPERIÊNCIAS EXTERNAS QUE PODEM RENOVAR OS PROCESSOS ATUAIS DA ZPK. UMA
DICA: OS CUSTOS DE CADA SISTEMA E OS PRAZOS DE IMPLANTAÇÃO SÃO ASPECTOS-
CHAVE, POIS PODEM TANTO ENCARECER O PROJETO QUANTO ATRASÁ-LO. COMO OS
SISTEMAS AUTOMATIZADOS ATUAIS ESTÃO COM PROBLEMAS, NÃO SERIA INTERESSANTE
CONTRATAR UM SISTEMA DE MERCADO JÁ PRONTO PARA RODAR UM SGI?
A) Sem dúvida, é necessário manter os sistemas atuais, mesmo que se tenha de investir muito neles.
B) É claro que se deve comprar a solução externa e se beneficiar com as experiências de terceiros que estão embutidas
neles.
C) É preciso levantar os prós e os contras de cada sistema, incluindo os custos e os cronogramas de ajuste, e comparar para
decidir o que fazer.
D) É preciso manter o sistema atual para o curto prazo e recomendar a compra do sistema novo no longo prazo.
E) Aguardar os resultados após decisão da diretoria.
GABARITO
1. Ficou claro que há problemas nos três sistemas que formarão o SGI. Esses problemas mostram reduções
inesperadas de uma equipe, e possíveis falhas das outras duas equipes que podem (ou não) ser corrigidas com a
sua substituição parcial ou total. A integração de elementos trazida pelo projeto pode resolver parte ou toda a falta
da equipe do sistema de qualidade, mas implicaria manutenção da equipe dos outros sistemas que podem ter
causado os problemas relatados. E o gestor do projeto acha que seria ruim para a imagem do projeto fazer
demissões apenas para trocar a equipe. Considerando o conteúdo da etapa de treinamento de implementação do
SGI, o que poderia ser feito?
A alternativa "C " está correta.
Não é interessante para o projeto abrir mão de pessoas experientes e conhecedoras da empresa e dos elementos dos
sistemas de gestão agora. Por outro lado, o treinamento sobre o projeto e a discussão das causas dos problemas podem ser
suficientes para corrigir as ações da equipe.
2. Os custos com o ajuste e a adaptação do sistema automatizado da empresa podem ser altos. Por outro lado,
esses sistemas podem trazer ideias e experiências externas que podem renovar os processos atuais da ZPK. Uma
dica: os custos de cada sistema e os prazos de implantação são aspectos-chave, pois podem tanto encarecer o
projeto quanto atrasá-lo. Como os sistemas automatizados atuais estão com problemas, não seria interessante
contratar um sistema de mercado já pronto para rodar um SGI?
A alternativa "D " está correta.
Um dos principais benefícios da implantação do SGI envolve o compartilhamento de recursos entre os três sistemas de
gestão, reduzindo seus custos operacionais.O investimento agora em mudanças no sistema atual ou em um novo sistema
vai atrasar o projeto. A menos que os sistemas atuais se mostrem muito ruins, o procedimento mais adequado pode ser ficar
com esses sistemas ligados da forma que estão, e programar um projeto de melhoria deles, onde se poderá debater essas
possibilidades de troca ou de evolução dos sistemas atuais.
3. ASSUMINDO QUE SERÁ MANTIDA A EQUIPE E OS SISTEMAS ATUAIS,
E QUE ESSES SERÃO SUFICIENTES PARA TOCAR O PROJETO, QUAIS
SERIAM AS PRÓXIMAS ETAPAS?
RESPOSTA
As próximas etapas seriam:
Análise e definição das integrações possíveis
Definição de políticas, objetivos e processos para o SGI
Definição das estruturas de monitoramento e de responsabilidades
Implementação da integração dos elementos
Acionamento e monitoramento do SGI
javascript:void(0)
O QUE É UM SGI?
CONCEITO DE SISTEMA DE GESTÃO
A essa altura, você já deve ter até decorado que o Sistema de Gestão Integrado é composto ou integrado pelos Sistemas de
Gestão da Qualidade, Gestão Ambiental, e de Gestão da Saúde e Segurança Ocupacional, propostos respectivamente pelas
normas NBR ISO 9001:2015, NBR ISO 14001:2015, E ISO 45001:2018.
MAS VOCÊ SABE O QUE É UM SISTEMA DE GESTÃO, PARA
QUE ELE SERVE E POR QUE É INTERESSANTE ADOTAR UM
ENFOQUE INTEGRADO PARA A SUA OPERAÇÃO?
VAMOS ENTENDER TUDO ISSO AO LONGO DESTE MÓDULO.
PARA COMEÇAR, VAMOS COMPREENDER O QUE É UM
SISTEMA DE GESTÃO, CONHECENDO A DEFINIÇÃO
APRESENTADA PELA NORMA ABNT NBR ISO 9000:2015 -
SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE - FUNDAMENTOS E
VOCABULÁRIO. ESSA NORMA O DEFINE COMO “UM
CONJUNTO DE ELEMENTOS INTER-RELACIONADOS OU
INTERATIVOS DE UMA ORGANIZAÇÃO (...) PARA
ESTABELECER POLÍTICAS (...), OBJETIVOS (...) E PROCESSOS
(...) PARA ALCANÇAR ESSES OBJETIVOS”.
Como se pode observar, esse sistema de gestão envolve políticas, objetivos e processos, ou seja, não é um sistema
automatizado! A verdade é que esse sistema envolve vários recursos, documentos, áreas, pessoas e até sistemas
automatizados e recursos de informática, mas também vai muito além disso. Nesse ponto, é interessante aprofundarmos
nosso entendimento sobre os termos que compõem a definição acima no ambiente corporativo.
O CONCEITOS-CHAVE PARA O SISTEMA DE GESTÃO
O CONCEITO DE GESTÃO
Os administradores e gestores estão executando a gestão da empresa ao desempenhar os seus papéis, que podem incluir,
por exemplo:
O direcionamento, o acompanhamento e a aprovação das atividades do dia a dia das empresas.
A condução e o controle da aquisição, organização, alocação e o controle de recursos financeiros, materiais e humanos
necessários para a execução das atividades da empresa.
A identificação, a análise e o tratamento preventivo ou corretivo dos riscos ou das situações de exceção (não previstas) que
possam afetar os resultados dos processos e da empresa.
Como se pode observar pelos exemplos acima, o bom exercício da gestão torna viável o atingimento dos objetivos
estratégicos, táticos e operacionais da empresa, além da própria entrega de valor aos seus stakeholders. Trata-se de uma
função corporativa fundamental para a garantia dos resultados e da perenidade da empresa, que são objetivos-chave
também da boa governança corporativa.
ISSO QUER DIZER QUE A MÁ GESTÃO PODE LEVAR A PERDAS
DE EFICÁCIA E DE EFICIÊNCIA DAS EMPRESAS, COM
IMPACTOS DIRETOS NA PRODUTIVIDADE, RENTABILIDADE E,
NO EXTREMO, NA PRÓPRIA PERENIDADE DA EMPRESA. HÁ
AINDA OS PREJUÍZOS À REPUTAÇÃO DA EMPRESA, QUE
PODEM AFETAR O SEU VALOR DE MERCADO OU O
RELACIONAMENTO COM PARTES INTERESSADAS.
O CONCEITO DE SISTEMA
VOLTANDO À DEFINIÇÃO DE SISTEMA DE GESTÃO, VOCÊ
DEVE TER OBSERVADO QUE ESSA COMEÇA COM A
EXPRESSÃO “UM CONJUNTO DE ELEMENTOS INTER-
RELACIONADOS OU INTERATIVOS...”, CORRESPONDENDO À
DEFINIÇÃO PROPOSTA PELA MESMA NORMA ABNT NBR ISO
9000:2015 PARA O TERMO SISTEMA.
Como se pode observar, essa definição não especifica que esses elementos são partes de um sistema automatizado.
Realmente, no mundo de hoje, sempre que se fala em sistema pensamos logo em algum aplicativo de computador ou até de
smartphone. Eles são quase onipresentes nos processos e nas demais atividades corporativas. Mas o termo é mais
abrangente que isso. Há vários tipos diferentes de sistemas que podem apresentar propósitos, estruturas e características
extremamente diferentes.
Vejamos três exemplos a seguir:
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
SISTEMA CIRCULATÓRIO DO CORPO HUMANO
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
Congrega inúmeras organizações públicas e privadas que atuam no mercado financeiro. Inclui o Conselho Monetário
Nacional, o Banco Central, além de inúmeros bancos, financeiras, seguradoras etc.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Reúne uma infinidade de hospitais, clínicas, postos de atendimento, profissionais etc.
SISTEMA CIRCULATÓRIO DO CORPO HUMANO
Mantém o nosso sangue circulando pelo corpo.
Note que as diferenças entre os vários tipos de sistemas podem ser enormes. No mundo corporativo, há, por exemplo, os
sistemas de informação, os sistemas de gestão, os sistemas de comunicação, os sistemas de logística ou os sistemas de
produção, entre vários outros tipos. São sistemas diferentes uns dos outros.
AS FINALIDADES DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E DE
GESTÃO
OS SISTEMAS CORPORATIVOS POSSUEM UM ASPECTO
BÁSICO EM COMUM: PODEM ATUAR EM CONJUNTO NA
MESMA EMPRESA, AUXILIANDO-A A VIVER NO SEU MEIO
AMBIENTE, QUE É O SEU SETOR DE NEGÓCIOS! É ESSE O
TIPO DE SISTEMA AO QUAL AS NORMAS SE REFEREM. COMO
JÁ VIMOS, UM SISTEMA REÚNE UM CONJUNTO DE
ELEMENTOS, INCLUINDO OBJETIVOS, POLÍTICAS, NORMAS,
MÉTODOS, PADRÕES, ÁREAS, PESSOAS, EQUIPAMENTOS
ETC., QUE AGEM EM CONJUNTO PARA VIABILIZAR O SEU
FUNCIONAMENTO E O ATINGIMENTO DA FINALIDADE À QUAL
SE DESTINA.
Nos sistemas de gestão propostos pelas normas técnicas da ABNT e ISO que formam o nosso contexto, a sua finalidade
está na gestão dos diversos recursos alocados para tratar temas relacionados à qualidade, ao meio ambiente e à saúde e
segurança ocupacional, que compõem o SGI. São três sistemas de gestão diferentes, que serão unidos pelo SGI. Nós
veremos como isso funciona mais adiante. No momento, observe que, para cumprir as suas finalidades, os sistemas de
gestão precisam utilizar ou controlar recursos alocados a outros processos ou sistemas que coexistem na empresa.
E COMO ISSO OCORRE?
Inicialmente, considere que toda a empresa possui uma estrutura organizacional, composta por diversos departamentos ou
áreas que interagem o tempo todo entre si no dia a dia. Essas interações entre as áreas formam fluxos internos de
informações e recursos que compõem os processos da empresa. Toda essa movimentação viabiliza que cada processo
desenvolva e entregue o produto ou serviço que deve produzir. Esses processos podem dividir recursos entre si. Essa
percepção do funcionamento conjunto e interativo de diferentes sistemas esclarece a parte da definição de sistemas de
gestão que fala de “inter-relacionamentos ou interações”.
A IMPLANTAÇÃO DO SGI
Há várias metodologias que podem ser aplicadas para a gestão do projeto de implantação do SGI. A escolha da metodologia
é uma das ações prévias que a empresa precisa fazer para desenvolver esse trabalho. Outras ações envolvem a escolha de
um gestor ou equipe de gestão do projeto, a definição de sua composição, a decisão sobre o emprego de consultorias
externas especializadas etc.
 ATENÇÃO
É importante observar que as formas e as etapas de implementação tanto dos SGI quanto dos sistemas de gestão variam de
empresa para empresa, ainda que atuem no mesmo setor de negócios ou com os mesmos produtos e serviços, concorrendo
uma com a outra. Acontece que os elementos que compõem esses sistemas variam de uma empresa para outra.
Claro que, se essas implementações seguem as mesmas normas, os quesitos precisam ser semelhantes e implementados
dentro dos mesmos critérios e entendimentos. Porém, as pessoas, os processos, a infraestrutura e até os recursos
disponíveis deverão ser diferentes. E isso geraos diferentes caminhos trilhados por cada empresa para se chegar às
implementações dos mesmos quesitos com o mesmo significado.
A seguir, vamos estudar as principais etapas para a implementação do SGI.
PLANEJAMENTO
O planejamento é fundamental. Dele depende o sucesso de qualquer projeto, incluindo o do SGI. Trata-se de um momento
em que o conhecimento, a experiência e a imaginação da equipe encarregada da implementação do SGI é aplicada na
antecipação do que precisará ser feito durante a execução.
Dessa etapa, sairá uma definição de escopo, estimativa de gastos, um cronograma preliminar, uma análise de riscos, um
programa de trabalho, a alocação da equipe, divulgação do projeto, e a requisição de recursos, entre outros elementos.
Também será efetuada uma apresentação para a administração, que precisará apreciar e aprovar o escopo e a proposta de
trabalho (incluindo minimamente o escopo, as estimativas de gastos, o cronograma preliminar, e os benefícios esperados), e
autorizar a continuidade do projeto.
O bom dessa etapa é que tudo está “no papel”. Riscos podem ser antecipados e tratados, desenhos da solução poderão ser
feitos e refeitos. E tudo a um baixo custo.
LEVANTAMENTO DA SITUAÇÃO ATUAL
O planejamento da implementação do SGI começa pelo levantamento da situação atual da empresa e dos três sistemas de
gestão envolvidos no projeto (de qualidade, ambiental e de saúde e segurança ocupacional).
Já sabemos que o SGI integra as atividades, os recursos e outros elementos comuns aos sistemas de gestão de qualidade,
meio ambiente e saúde e segurança ocupacional. Isso quer dizer que esses elementos podem ou não, já estar
implementados completamente, restando apenas integrá-los totalmente ou parcialmente. Como parcialmente podemos
entender que só um ou outro sistema já está em operação, ou mesmo nenhum sistema está em operação.
Durante essa etapa, serão realizadas e documentadas entrevistas e reuniões de brainstorm com equipes de gestão e
operação, visando obter o entendimento e o desenho dos processos que compõem os sistemas de gestão. Serão também
extraídas e analisadas bases de dados de performance retiradas de sistemas de informação empregados no monitoramento
dos sistemas de gestão.
Esses levantamentos das implementações atuais vão permitir a definição mais clara do que precisará ser feito. Com isso, o
planejamento precisará ser revisto e atualizado, principalmente, no que tange ao programa de trabalho e cronograma.
ANÁLISE E DEFINIÇÃO DAS INTEGRAÇÕES POSSÍVEIS
Com a visão detalhada da situação atual em mãos, a equipe poderá identificar as oportunidades de integração de elementos
e planejar como estas serão efetuadas.
Essas integrações precisarão ser debatidas e aprovadas junto às equipes gestoras dos três sistemas, e depois aprovadas
pela administração.
Haverá uma nova revisão para atualização do programa de trabalho e do cronograma, e demais documentações do
planejamento.
DEFINIÇÃO DE POLÍTICAS, OBJETIVOS E PROCESSOS PARA O SGI
Um aspecto importante do projeto envolve o debate com a administração sobre a integração das políticas e os objetivos dos
três sistemas de gestão, criando assim elementos para o SGI. São incluídas aqui uma revisão e uma integração dos
processos e do gerenciamento de seus riscos.
A definição do sistema de gestão esclarece que, para cada um desses sistemas, deve haver um conjunto de políticas,
objetivos e processos estabelecidos, que permitam fazer a gestão do tema que ele trata.
Para entendermos mais claramente como isso funciona, considere, como exemplo, os três sistemas de gestão que compõem
o SGI: Gestão da Qualidade, Gestão Ambiental e Gestão da Saúde e Segurança Ocupacional. Minimamente, uma empresa
precisaria dispor de três conjuntos e políticas, objetivos e processos, sendo um para cada um desses sistemas.
Quando falamos de políticas e objetivos, considerando que são documentos, pode não parecer muito significativo integrá-los
através do SGI. Claro que pode haver diretrizes e objetivos compartilhados, o que pode gerar desdobramentos práticos mais
vantajosos se realizados em conjunto.
Porém, quando falamos de processos de gestão, isso envolve inúmeros recursos que podem estar espalhados por todas as
unidades produtivas da empresa. Os ganhos de uma integração via SGI podem ser bastante significativos. E isso sem contar
as vantagens de se levar em consideração os três temas ao mesmo tempo durante as tomadas de decisão.
Todos esses elementos, após revisados e aprovados pela futura equipe de gestão do SGI (definida durante essas etapas
iniciais) e pela administração, serão usados para a definição final do cronograma, dos processos e da alocação de recursos.
DEFINIÇÃO DAS ESTRUTURAS DE MONITORAMENTO E
RESPONSABILIDADES
Nesta etapa, são definidos os indicadores de processo que serão usados no monitoramento das operações e na validação
do atingimento dos objetivos. Também serão definidos os sistemas, as estruturas e os responsáveis pela sua computação,
extração, divulgação, análise e atuação sobre os seus resultados.
Observe que esses indicadores serão a base da tomada de decisão. Assim, eles devem refletir a performance da operação,
ser representativos dos processos, e ainda ser computados de forma fidedigna e isenta, entre outras qualidades.
TREINAMENTO E ORIENTAÇÃO DA EQUIPE DO SGI
Nesta etapa, a equipe do futuro sistema, que é preferencialmente formada pela equipe dos três sistemas atuais, é treinada e
orientada sobre as mudanças que virão.
A manutenção das equipes atuais é a ação preferencial, pois retém, assim, a sua experiência e inteligência sobre os três
temas em análise. Por outro lado, grande parte dela poderá não ver mudanças em suas atividades, caso essas não venham
a ser integradas.
IMPLEMENTAÇÃO DA INTEGRAÇÃO DOS ELEMENTOS
Este é o momento em que o planejamento toma uma forma real. A essa altura, já se sabe quem fará o que e onde; o quanto
será gasto; que recursos serão alterados ou implementados etc. É o momento de fazer acontecer!
As integrações e implementações são executadas de acordo com o programa de trabalho e o cronograma. As equipes são
treinadas e orientadas sobre o que deve ser feito e os resultados esperados. Ao final desta etapa, temos o SGI
implementado e entrando em operação de teste. Trata-se do acionamento do SGI.
ACIONAMENTO E MONITORAMENTO DO SGI
A operação em teste nada mais é do que a operação normal, só que fortemente acompanhada e monitorada, com ajustes e
correções sendo feitas de imediato. Após um período razoável de teste, o acompanhamento é reduzido e temos a sua
operação normal.
O monitoramento, efetuado agora em ritmo normal, também vai continuar sendo executado permanentemente. A partir dele,
serão identificadas e tratadas as falhas. Assim, entra em ação o PDCA, com a melhoria contínua dos processos que
compõem o novo sistema.
PDCA
PDCA é um método de gerenciamento de melhoria contínua. A sigla significa Plan (Planejar), Do (Executar), Check
(Monitorar), Act (atuar).
Pode-se, também, realizar uma auditoria de primeira parte, visando à validação da conformidade dos sistemas que compõem
o SGI após as alterações e as integrações feitas.
CERTIFICAÇÃO DO NOVO SISTEMA
Após implantado o SGI e consolidada a sua implementação e operação, pode-se considerar a realização de uma auditoria de
terceira parte para certificação. Note que o SGI não pode ser certificado, já que não existe uma norma com quesitos só para
ele. Aliás, ele é o somatório de elementos de três sistemas, ou seja, não é um sistema independente. Contudo, os três
sistemas de gestão que ele integra podem ser certificados (ou recertificados, se já o tiverem sido no passado).
OS GANHOS OBTIDOS COM O SGI
VOCÊ PODE ESTAR PENSANDO: MAS O QUE A EMPRESA
GANHA COM ESSA INTEGRAÇÃO PARCIAL DE TRÊS
SISTEMAS?
javascript:void(0)
OS GANHOS COMEÇAM PELA REDUÇÃO DE GASTOS COM A
INTEGRAÇÃO DE ELEMENTOS COMUNS. AO INVÉS DE HAVER,
POR EXEMPLO, TRÊS ÁREAS OU TRÊS SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO DE SUPORTE A TRÊS SISTEMAS,PODE-SE TER
UMA SÓ ÁREA OU SISTEMA, CLARO QUE COM MAIOR
CAPACIDADE, QUE ATENDERÁ AOS TRÊS SISTEMAS DE
GESTÃO. PORTANTO, HÁ CLARAMENTE UMA OTIMIZAÇÃO DE
CUSTOS OPERACIONAIS. TAMBÉM SE PODE TER POLÍTICAS E
OBJETIVOS INTEGRADOS, O QUE FACILITA O CONTROLE, A
ALOCAÇÃO DE RECURSOS E A PRÓPRIA GESTÃO DOS
SISTEMAS.
Essa integração ainda traz um peso maior para os três temas nas ações e decisões da empresa. Inclusive, pode ser
considerada uma boa prática de governança, já que trata de temas de grande interesse estratégico para a empresa, como a
qualidade, o meio ambiente e a saúde e a segurança ocupacional. Assim, a sua implementação vai afetar os
relacionamentos com as partes interessadas, além de sua reputação e valor de mercado.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. NESTE MÓDULO, VIMOS UMA SEQUÊNCIA DE ETAPAS NECESSÁRIAS PARA A
IMPLEMENTAÇÃO DO SGI. AVALIE AS AFIRMATIVAS A SEGUIR.
I – TODAS AS ETAPAS SÃO IDÊNTICAS EM TODAS AS EMPRESAS. ELAS SÃO DESENVOLVIDAS
SEMPRE DA MESMA MANEIRA E COM ELEMENTOS E ESTRUTURAS TAMBÉM IDÊNTICOS PARA
QUALQUER EMPRESA.
II – O SGI É COMPOSTO PELOS MESMOS TRÊS SISTEMAS DE GESTÃO, INTEGRANDO SEUS
ELEMENTOS COMUNS.
III – O SGI DEVERÁ SER AUDITADO PARA CERTIFICAÇÃO E CERTIFICADO COM BASE NA SUA
NORMA ESPECÍFICA.
SOBRE ESSAS AFIRMAÇÕES, PODE-SE CONCLUIR QUE:
A) Apenas a afirmativa II está correta.
B) Apenas a afirmativa III está correta.
C) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
D) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
E) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
2. AVALIE AS AFIRMATIVAS SOBRE OS SISTEMAS QUE SUPORTAM A OPERAÇÃO DO SGI.
I – TODOS OS SISTEMAS PODEM SER DEFINIDOS GENERICAMENTE COMO UM CONJUNTO DE
ELEMENTOS INTER-RELACIONADOS OU INTERATIVOS, QUE VISAM CUMPRIR DETERMINADA
FINALIDADE.
II – ALÉM DOS SISTEMAS DE GESTÃO, OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO TAMBÉM FAZEM
PARTE DO SGI, OPERACIONALIZANDO PARTE DAS FUNÇÕES QUE OS COMPÕEM E GERANDO
BASES DE DADOS E INDICADORES PARA A TOMADA DE DECISÃO.
III – OS SISTEMAS DE GESTÃO DEIXAM DE EXISTIR INDIVIDUALMENTE, POIS TODOS OS SEUS
ELEMENTOS SÃO INTEGRADOS AO SGI.
SOBRE ESSAS AFIRMAÇÕES, PODE-SE CONCLUIR QUE:
A) Apenas a afirmativa II está correta.
B) Apenas a afirmativa III está correta.
C) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
D) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
E) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
GABARITO
1. Neste módulo, vimos uma sequência de etapas necessárias para a implementação do SGI. Avalie as afirmativas a
seguir.
I – Todas as etapas são idênticas em todas as empresas. Elas são desenvolvidas sempre da mesma maneira e com
elementos e estruturas também idênticos para qualquer empresa.
II – O SGI é composto pelos mesmos três sistemas de gestão, integrando seus elementos comuns.
III – O SGI deverá ser auditado para certificação e certificado com base na sua norma específica.
Sobre essas afirmações, pode-se concluir que:
A alternativa "A " está correta.
As formas de implementação dos elementos dos sistemas de gestão variam de empresa para empresa, apesar de os
resultados corresponderem aos mesmos quesitos das normas. É importante ressaltar que o SGI não tem uma norma própria
e não pode ser auditado e certificado. Auditados e certificados são os três sistemas que ele integra.
2. Avalie as afirmativas sobre os sistemas que suportam a operação do SGI.
I – Todos os sistemas podem ser definidos genericamente como um conjunto de elementos inter-relacionados ou
interativos, que visam cumprir determinada finalidade.
II – Além dos sistemas de gestão, os sistemas de informação também fazem parte do SGI, operacionalizando parte
das funções que os compõem e gerando bases de dados e indicadores para a tomada de decisão.
III – Os sistemas de gestão deixam de existir individualmente, pois todos os seus elementos são integrados ao SGI.
Sobre essas afirmações, pode-se concluir que:
A alternativa "C " está correta.
Os sistemas de informação internos da empresa não deixam de existir mediante a implantação do SGI. O SGI traz
padronização dos formatos das informações e integra os diversos sistemas de informação da empresa.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste conteúdo, aprendemos o que são as normas técnicas, como são criadas, e qual é o papel que representam nas
empresas e em suas vendas. Também aprendemos qual é o papel e a importância da ABNT e da ISO.
Além disso, conhecemos o que são sistemas de gestão, como são compostos, e como podem ser integrados através do
Sistema de Gestão Integrado - SGI. Vimos que o SGI não é um sistema individualizado e auditável, por exemplo. Ele é
composto por três sistemas de gestão independentes, mas que se integram parcialmente por meio dele.
Aprendemos ainda a importância estratégica e operacional do SGI. Vimos que sua implementação pode afetar diretamente
os relacionamentos que mantêm com as partes relacionadas e com o mercado em geral.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR ISO 9000: Sistemas de gestão da qualidade –
Fundamentos e vocabulário. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
______. NBR ISO 9001: Sistemas de gestão da qualidade – Requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
______. NBR ISO 14001: Sistemas de gestão ambiental — Requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro: ABNT,
2005.
______. NBR ISO 19011: Diretrizes para auditorias de sistema de gestão da qualidade e/ou ambiental. Rio de Janeiro:
ABNT, 2018.
______. ISO 45001: Sistemas de gestão de saúde e segurança ocupacional - Requisitos com orientação para uso. Rio
de Janeiro: ABNT, 2018.
CRUZ, T. Sistema de gestão integrada. São Paulo: Atlas, 2019.
ROSSETTI, J. P.; ANDRADE, A. de. Governança corporativa: fundamentos, desenvolvimento e tendências. São Paulo:
Atlas, 2019.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos explorados neste conteúdo:
Leia o documento O que significa a ABNT NBR ISO 9001 para quem compra?, do Comitê Brasileiro de Qualidade -
CB25, que pode ser encontrado no site do Inmetro.
Visite o site da ABNT e conheça as normas técnicas.
Pesquise o catálogo de normas técnicas da ABNT no site da ABNT Catálogo.
CONTEUDISTA
Ronaldo Augusto Granha