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Proteção do Meio Ambiente

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1 
 
 
 
PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE 
 2 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia-se com a ideia visionária e da realização do sonho 
de um grupo de empresários na busca de atender à crescente demanda de 
cursos de Graduação e Pós-Graduação. E assim foi criado o Instituto, como uma 
entidade capaz de oferecer serviços educacionais em nível superior. 
O Instituto tem como objetivo formar cidadão nas diferentes áreas de co-
nhecimento, aptos para a inserção em diversos setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e assim, colaborar na 
sua formação continuada. Também promover a divulgação de conhecimentos 
científicos, técnicos e culturais, que constituem patrimônio da humanidade, 
transmitindo e propagando os saberes através do ensino, utilizando-se de publi-
cações e/ou outras normas de comunicação. 
Tem como missão oferecer qualidade de ensino, conhecimento e cultura, 
de forma confiável e eficiente, para que o aluno tenha oportunidade de construir 
uma base profissional e ética, primando sempre pela inovação tecnológica, ex-
celência no atendimento e valor do serviço oferecido. E dessa forma, conquistar 
o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos de quali-
dade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
 
 
SUMÁRIO 
NOSSA HISTÓRIA............................................................................................ 2 
1.INTRODUÇÃO ............................................................................................... 4 
2.O CONCEITO DE MEIO AMBIENTE ............................................................. 6 
3.PRINCÍPIOS AMBIENTAIS ............................................................................ 8 
3.1. Princípio da Prevenção .............................................................................. 9 
3.2. Princípio da Precaução ............................................................................ 10 
3.3. Prevenção e Precaução como processos de legitimação do risco ambiental
........................................................................................................................ 11 
4.O PAPEL DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ................................................... 12 
5.O PAPEL DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA PRESERVAÇÃO DO MEIO 
AMBIENTE.........................................................................................................18 
6.O DESENVOLVIMENTO HUMANO E AS PREOCUPAÇÕES FUTURAS ... 20 
6.1.Mudanças Climáticas ................................................................................ 21 
6.2.Desenvolvimento Sustentável ................................................................... 22 
7.GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE .......................................... 23 
7.1.Sistemas de Gestão .................................................................................. 26 
8.PRECAUÇÃO COMO ATRIBUTO PARA PROTEÇÃO DE FUTURAS 
GERAÇÕES.................................................................................................... 28 
REFERÊNCIAS .................................................................................... 31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
 
 
 
(Fonte: Google) 
1. INTRODUÇÃO 
Com a consolidação do sistema capitalista (que tem como uma de suas 
premissas a acumulação do capital e o incentivo ao consumo), a problemática 
ambiental vem ganhando cada vez mais destaque, se agravando a partir da 
década de 1980 com o surgimento do processo de Globalização, que tinha como 
objetivo homogeneizar as civilizações do mundo, colocando como base os 
moldes da população norte-americana. 
Indiscutivelmente, a crise ambiental é uma das questões fundamentais 
enfrentadas pela humanidade e exige a necessidade de uma mudança de 
mentalidade, em busca de novos valores e uma ética em que a natureza não 
seja vista apenas como fonte de lucro e passe, acima de tudo, a ter foco como 
um meio de sobrevivência, para as espécies que habitam o Planeta, inclusive o 
ser humano. (MARÇAL, 2005) 
De mesmo modo, Ely (1998) reflete que os problemas ambientais levaram 
o homem a reconhecer que a qualidade do meio em que vivem é fundamental 
para o desenvolvimento econômico e tecnológico de um país. Dessa forma, não 
 5 
 
 
há como melhorar a qualidade de vida, sem uma concomitante melhoria 
ambiental. 
Na medida em que as sociedades humanas se territorializaram - 
construindo seus ambientes a partir de interações com espaços concretos de um 
planeta que possui grande diversidade de formas geológicas e biológicas -, 
emergiram incontáveis exemplos de práticas materiais e percepções culturais 
referidas ao mundo natural. A produção de um entendimento sobre esse mundo 
tornou-se um componente básico da própria existência social (PÁDUA, 2010). 
Desse modo, faz-se extremamente necessário uma compreensão 
holística sobre o que vem a ser meio ambiente, como forma de integrar todos os 
elementos que influenciam no seu constante processo de transformação, 
almejando, a partir de então, novas relações com este meio na tentativa 
reestabelecer, principalmente, o seu processo de exploração superando a 
representação da natureza como um objeto, visão esta que desencadeou toda a 
problemática ambiental instaurada na atualidade. Diante do exposto, o meio 
ambiente não tem apenas um sentido estático, como reforçado por Dulley 
(2004), haja vista ser constituído por relações dinâmicas entre seus elementos 
componentes, tanto vivos como não vivos. Segundo Sgarbi et. al. (2008), os 
estudos sobre a sustentabilidade têm apresentado um crescente interesse na 
comunidade acadêmica, despertando não só o interesse dos estudiosos da área 
socioambiental, mas também dos pesquisadores de temas como estratégia, 
competição, gestão, dentre outros. Neste contexto, a presente comunicação se 
configura por ser um ensaio teórico, que busca refletir, a luz da literatura 
existente, a problemática ambiental, bem como evidenciar o despertar do ser 
humano para com as causas ambientais nas últimas décadas, através de uma 
sistematização dos principais acontecimentos que contribuíram para o 
tratamento da questão ambiental nas esferas científicas, sociais, políticas e 
econômicas. 
Nos dias atuais, nos mais diversos locais do mundo, ocorre uma crescente 
em relação a uma formação de atitudes coletivas em defesa do meio ambiente. 
Dentre esses grupos estão surgindo movimentos sociais, políticos, científicos, 
com espaço na televisão e em redes sociais na rede mundial de computadores. 
 6 
 
 
Todos cada vez mais engajado para o estabelecimento de um meio ambiente 
sólido e ecologicamente equilibrado. 
O acesso à informação forma pessoas conscientes da necessidade de se 
manter o equilíbrio do meio ambiente, sob pena da mais completa deterioração 
da qualidade de vida. Assim, o presente estudo tem como objeto a proteção 
jurídica do meio ambiente que acontece, basicamente, por dois caminhos, quais 
sejam, o da repressão e o da prevenção. Sendo a via repressiva aquela que 
engloba a responsabilização nos âmbitos penal, administrativo e cível. Por outro 
lado, a via preventiva como resultado principal da Educação Ambiental. 
 
2. O CONCEITO DE MEIO AMBIENTE 
O meio ambiente integra tanto a natureza original e artificial, quanto o 
solo, a água, o ar, a flora, o patrimônio histórico, paisagístico e turístico, ou seja, 
o meio físico, biológico, químico. 
A Lei Federal nº 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio 
Ambiente em seu artigo 3º, inciso I, conceitua o meio ambiente como “um 
conjunto de condições, leis, influências e integrações de ordem física, química e 
biológica,que permite, obriga e rege a vida em todas as suas formas”. 
Ensina José Afonso da Silva (2000, p. 20) que: 
 
O meio ambiente é, assim, a interação do conjunto de elementos 
naturais, artificiais e culturais que propiciem o desenvolvimento 
equilibrado da vida em todas as suas formas. A integração busca 
assumir uma concepção unitária do ambiente, compreensiva dos 
recursos naturais e culturais. 
 
Segundo Celso Fiorillo (2008, p.20), a Constituição Federal de 1988 
tutelou alguns tipos de meio ambiente, classificando em meio ambiente Natural, 
meio ambiente Artificial, meio ambiente Cultural e do Trabalho. Ademais nossa 
 7 
 
 
Constituição tratou de dois objetos de proteção ambiental: o meio ambiente em 
si, e a qualidade de vida. 
O Meio Ambiente Natural é aquele que envolve aspectos físicos, como o 
solo, subsolo, os mares, rios, a fauna e flora, tutelado pelo artigo 225, § 1º, I, III, 
VII. da CF: 
 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade 
de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de 
defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações. 
§1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder 
Público: 
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o 
manejo ecológico das espécies e ecossistemas; [...] 
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e 
seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a 
alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada 
qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que 
justifiquem sua proteção; [...] 
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas 
que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção 
de espécies ou submetam os animais a crueldade. 
 
O Meio Ambiente Artificial são “as cidades”, se refere aos espaços 
urbanos construídos, que é formado pelo conjunto de edificações e pelos 
equipamentos públicos. Segundo Celso Fiorillo (2002, p. 21): 
 
O meio ambiente artificial recebe tratamento constitucional não apenas 
no art. 225, mas também nos arts. 182, ao iniciar o capítulo referente 
à política urbana; 21, XX, que prevê a competência material da União 
Federal de instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive 
habitação, saneamento básico e transportes urbanos; 5º, XXIII, entre 
alguns outros”. 
 
O Meio Ambiente Cultural se encontra conceituado no art. 216 da CF, 
como: “O bem que compõe o chamado patrimônio cultural traduz a história de 
 8 
 
 
um povo, a sua formação, cultura e, portanto, os próprios elementos 
identificadores de sua cidadania, que constitui princípio fundamental norteador 
da República Federativa do Brasil”. 
E o Meio Ambiente do Trabalho é aquele em que as pessoas exercem 
suas atividades do dia-a-dia, suas atividades laborais. 
 
Constitui meio ambiente do trabalho o local onde as pessoas 
desempenham suas atividades laborais relacionadas à saúde, sejam 
remuneradas ou não, cujo equilíbrio está baseado na salubridade do 
meio e na ausência de agentes que comprometam a incolumidade 
físico-psíquica dos trabalhadores, independente da condição que 
ostentem...” (FIORILLO, 2008, p. 22 ). 
 
Edis Milaré (1992, p.8-9) também classifica o meio ambiente em: 
 
(1)meio ambiente natural (constituído pelo solo, a água, o ar 
atmosférico, a flora, a fauna, enfim, a biosfera); (2) meio ambiente 
cultural (integrado pelo patrimônio artístico, histórico, turístico, 
paisagístico, arqueológico, espeleológico); e (3) meio ambiente 
artificial (formado pelo espaço urbano construído, consubstanciado no 
conjunto de edificações, e pelos equipamentos públicos: ruas, praças, 
áreas verdes, enfim, todos os assentamentos de reflexos urbanísticos). 
Nem se há de excluir do seu âmbito o meio ambiente do trabalho dadas 
as inegáveis relações entre o local de trabalho e o meio externo. 
Anacefalia, leucopenia, saturnismo, asbestose e silicose são palavras 
que saíram dos compêndios médicos para invadir o cotidiano dos 
trabalhadores que mourejam em ambientes de trabalho hostis. 
 
3. PRINCÍPIOS AMBIENTAIS 
Os princípios jurídicos refletem a cultura sócio-jurídica de uma sociedade 
em um dado momento (ou no decorrer) de sua história, sendo o conteúdo 
principial formado pelos valores superiores aceitos como verdade por essa 
sociedade. 
É predominante na doutrina que os princípios são normas jurídicas que 
representam valores aceitos e realizados ao longo do tempo a partir da 
 9 
 
 
experiência social de uma determinada sociedade. Assim, os princípios jurídicos 
são compostos de valores que, erigidos à categoria de normas jurídicas pelo 
legislador, servem de fundamento para o ordenamento jurídico e atuam como 
vetor na construção e aplicação das demais normas jurídicas. 
Os princípios do direito ambiental foram elaborados para dar legitimidade 
jurídica aos Estados a criarem políticas públicas voltadas à proteção ambiental. 
Por isso, os princípios do direito ambiental possuem a função de ordenar a 
construção normativa ambiental internacional, regional e nacional. 
3.1. Princípio da Prevenção 
O princípio da prevenção atua nos casos em que, segundo a doutrina, há 
“conhecimento científico” sobre as consequências de determinada 
atividade. Contudo, noção de “conhecimento científico”, embora conste de 
textos normativos, não é capaz de indicar, por si só, qual o conhecimento 
científico considerado para fins da legislação. O conhecimento científico não é 
unívoco (especialmente quando se trata de estabelecer relações de causa-
efeito), está sempre em movimento (falseabilidades) e não se comunica 
diretamente com os outros sistemas. A ciência, em larga medida, oferece 
suporte legitimador às normas jurídicas (assim como o direito oferece suporte de 
legitimação à política), mas é o direito quem escolhe e processa qual é a verdade 
científica a ser estabelecida como norma jurídica. O que o princípio da prevenção 
indica, portanto, a existência de padrões fixados por normas jurídicas relativos à 
qualidade ambiental de um dado ecossistema (equilíbrio necessário para as 
funções e serviços ecossistêmicos) ou ao impacto tolerável das condutas que se 
pretende desenvolver e que podem ser utilizados para estabelecer uma projeção 
das consequências esperadas e, correlativamente, das medidas que devem ser 
adotadas para evitar o dano ou mitigar suas consequências. 
O princípio da prevenção não está enunciado explicitamente na 
Constituição Federal, mas pode ser extraído do próprio art. 225, quando diz que 
impõe-se ao poder público e à coletividade o dever de defender e preservar o 
meio ambiente ecologicamente equilibrado. Também é extraído do §1º, do art. 
225, que dispõe sobre obrigações específicas para o poder público, por exemplo 
https://www.aurum.com.br/blog/direito-ambiental/
 10 
 
 
ao determinar a criação de espaços especialmente protegidos, “sendo a 
alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer 
utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua 
proteção” (inciso III); exigir estudo de impacto ambiental para instalação de obra 
ou atividade potencialmente poluidora (inciso IV); controlar a produção, 
comercialização e emprego de técnicas que comportem risco ao meio ambiente 
(inciso V); proteger fauna e flora, vedadas práticas que coloquem em risco a sua 
função ecológica ou provoquem a extinção de espécies. 
Em todos esses casos se vê a manifestação do princípio da prevenção, 
ou seja, de estratégias visando a evitar certas consequências sabidamente 
danosas ao meio ambiente. A criação de espaços territoriaisprotegidos, como 
as unidades de conservação (mas também áreas de reserva legal e preservação 
permanente, que tipicamente delimitam espaços em propriedades privadas), é 
exemplo de medida que se adota, por meio de regulação/intervenção na 
propriedade privada, para garantir a manutenção dos ecossistemas contra a 
própria supressão no uso do espaço (para agricultura, pecuária ou atividades 
urbanas). 
O princípio da prevenção também pode legitimar a proibição de certas 
atividades ou substâncias em razão das consequências adversas associadas a 
elas. A proibição do uso asbesto/amianto, a proibição de certos agrotóxicos, etc. 
são intervenções na liberdade de iniciativa (garantida constitucionalmente) 
legitimadas pelo, também garantido constitucionalmente, princípio da 
prevenção. 
3.2. Princípio da Precaução 
O princípio da precaução encontra longa tradição no direito ambiental, 
tanto nacional quanto internacional. Sua formulação também não está explícita 
na Constituição Federal, mas está presente em vários tratados. 
O princípio da precaução, não propõe a proibição de atividades quando 
não houver certeza científica sobre suas consequências (diversamente do 
princípio da prevenção, que pode levar a essa proibição, quando as 
 11 
 
 
consequências assim recomendarem) e ressalva, ainda, o aspecto econômico 
das medidas a serem adotadas. Como se vê, o princípio da precaução enuncia, 
em si, a problemática do tratamento do risco: a adoção de medidas eficazes é, 
em si, um risco, na medida em que não se sabe se essas medidas são 
necessárias e podem ser custosas. Ainda, pela literalidade do princípio, não se 
deve adotar medidas de proteção com relação a consequências desconhecidas, 
se essas medidas forem excessivamente custosas. 
3.3. Prevenção e Precaução como processos de legitimação do risco 
ambiental 
Enquanto princípios jurídicos, prevenção e precaução atuam 
normativamente – isto é, são programas que condicionam a validade jurídica de 
decisões –, mas também fornecem prestações importantes para o sistema 
político. A possibilidade de evocação dos princípios da prevenção e da 
precaução, pelo sistema político, pode legitimar decisões da administração 
ambiental relativas à liberação/proibição de atividades e produtos; 
concessão/indeferimento de licença ambiental; obrigatoriedade/não-
obrigatoriedade de rotulagem e informações etc. Assim, as formas jurídicas 
propiciadas pelos princípios da prevenção e precaução permitem ao sistema 
político desonerar-se dos riscos políticos de decisões que podem ter 
consequências ao meio ambiente, recorrendo a esses princípios. 
Essa é uma prestação importante para o sistema político, que é onde são 
processadas, socialmente, as decisões tomadas para toda a coletividade. 
Quando se fala em regulação (intervenção econômica, impostos, limitação a 
patentes, mudanças curriculares, aprovação de novos medicamentos, 
agrotóxicos, subsídios à pesquisa científica, padrões ambientais - para citar 
alguns exemplos) o ponto de vista é o do sistema político, que precisa lidar o fato 
de que não pode, efetivamente, controlar os demais. O sistema político, do modo 
como opera (mudando constantemente de tópicos, se orientando pela opinião 
pública, entrega de resultados simbólicos etc.) não tem condições de reter riscos. 
Na maior parte das vezes, o sistema político conduz os riscos ao sistema jurídico, 
que desenvolve suas próprias formas para lidar com esses riscos (e, por sua 
 12 
 
 
vez, quando não é capaz de lidar com esses riscos os transfere e ao sistema 
econômico). 
Essas estratégias não são exclusivas do sistema jurídico. A comunicação 
sobre o risco é processada socialmente nos vários sistemas da sociedade (risco 
econômico, risco jurídico, risco científico, risco sanitário, risco amoroso etc.) e 
mostra uma forte tendência a ser repassada de um sistema para o outro, isto é, 
a comunicação sobre o risco é uma comunicação que remete o problema a outro 
sistema (frequentemente desaguando na economia ou, nos casos mais graves, 
na educação – daí a tão frequente promessa de que a educação ambiental seria 
a solução de todos os problemas ecológicos). Os movimentos ambientalistas 
atuam como catalisadores desse movimento, conduzindo (ou provocando) 
instabilidades geradas em outros sistemas para o sistema jurídico. 
No direito, particularmente no direito ambiental, a partir dos princípios da 
prevenção e da precaução são desenvolvidas estratégias e formas jurídicas que 
podem ser utilizadas por outros sistemas e pelo próprio direito para processar o 
risco, legitimando, do ponto de vista do sistema, a tomada de uma decisão 
arriscada e repassando o risco a um outro sistema. 
É o caso do licenciamento ambiental e da obrigatoriedade de informar 
riscos (em audiências públicas ou rotulagem de produtos). Outras formas 
conhecidas também se desenvolvem, como a própria responsabilidade objetiva 
(fundada no risco), a flexibilização do nexo causal, a inversão do ônus da prova, 
mas o que realmente parece estar no núcleo das questões envolvendo 
prevenção/precaução é o problema da regulação ambiental, isto é, a fixação de 
padrões e sua posterior aplicação e a obrigatoriedade de comunicar riscos. 
 
4. O PAPEL DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 
Em termos de legislação ambiental, a brasileira é considerada uma das 
mais completas e avançadas do mundo. A legislação brasileira foi aprimorada 
com o objetivo de proteger o meio ambiente de abusos, bem como reduzir as 
 13 
 
 
consequências devastadoras da exploração. O aprimoramento da legislação, na 
atualidade, configura-se em um ponto importante para a proteção ambiental no 
país. 
Diante disso, é importante verificar as normas jurídicas brasileiras, 
relacionadas à proteção ambiental. O sistema jurídico brasileiro possui um 
importante ordenamento estruturado no Direito Ambiental, com vistas ao 
controle, à fiscalização e à atuação preventiva ao dano ambiental, agregando, 
para tanto, diversas frentes de proteção ao meio ambiente. 
A Constituição Federal, também conhecida como a lei maior do país, foi a 
primeira a tratar de modo ostensivo a questão ambiental, prevendo mecanismos 
de proteção e de controle. Por isso, a Constituição de 1988 foi considerada por 
muitos como a Constituição Verde. De acordo com seu Art. 225, Inciso VII, todos 
têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, cabendo ao Poder 
Público, dentre outras medidas, proteger a fauna e a flora. Além disso, o artigo 
veda práticas que coloquem em risco sua função ecológica e provoquem a 
extinção de espécies ou submetam animais a crueldade. 
Em seu Título VIII, Capítulo VI, Art. 225, caput, que trata da Ordem Social, 
preceituase que “(...) todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida.”. 
Impõe-se, também, ao Poder Público e à coletividade, o dever de defender e 
preservar o meio ambiente para presentes e futuras gerações. 
Através de um regramento moderno e inovador, a Constituição de 1988 
também concedeu o direito à propriedade, mas condiciona esse direito a vários 
princípios, dentre os quais a proteção ao meio ambiente. Devido à importância 
das questões ambientais, a matéria foi abordada em outros títulos e capítulos, 
referendando a importância da proteção e da preservação do meio ambiente. 
A Lei nº 9.605/98 configurou-se, também, em um avanço na proteção 
ambiental, referindo-se aos crimes ambientais e determinando sanções penais 
e administrativas, derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. 
 14 
 
 
Antes da inclusão da Lei 9.605/98 no ordenamento jurídico brasileiro, a 
política criminal referenteao setor ecológico, mostrava-se quase ineficiente e 
ultrapassada, enquanto no âmbito civil a legislação ambiental tanto em nível 
constitucional quanto infraconstitucional era uma das mais avançadas. Pairava 
a latência de que a ciência criminal acompanhasse a evolução do mundo 
moderno, incluindo aí a proteção às condições naturais indispensáveis à vida, 
com ênfase aos seres da biota animal, florestal, e a proteção a não poluição dos 
bens ambientais. (FREITAS; GARCIA, 2009) 
Com a instituição de sanções penais e administrativas derivadas de 
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, passou-se a adotar uma 
postura diferenciada em relação ao meio ambiente. O crime está relacionado à 
violação do direito: 
 
Crime é uma violação ao direito. Assim, será um crime ambiental todo 
e qualquer dano ou prejuízo causado aos elementos que compõem o 
ambiente: flora, fauna, recursos naturais e o patrimônio cultural. Por 
violar direito protegido, todo crime é passível de sanção (penalização), 
que é regulado por lei. (DURAM, 2019, n.p.) 
 
Antes da lei, os poluidores e os causadores de degradação ambiental não 
recebiam nenhuma penalidade por suas atitudes contra o meio ambiente. Assim, 
muitos empresários aproveitavam-se da falta de legislação para degradar o meio 
ambiente. Exemplo disso eram obras de mineração, as quais causavam 
extensas degradações ambientais, onde o máximo que a legislação previa era o 
pagamento de algum valor como forma de indenização aos donos de terras 
vizinhas. Além disso, era ignorada pelos empresários qualquer tipo de prática de 
preservação ambiental que pudesse ser aplicada a seus negócios. 
É importante destacar que a primordial finalidade da Lei nº 9.605/98 
constitui-se na reparação do dano ambiental. Por essa razão, a maioria dos 
dispositivos da parte geral está relacionada à questão. A lei tem, pois, o objetivo 
tanto preventivo quanto repressivo, no sentido de que dispõe de fixação de valor 
para reparação de dano ambiental através de sentença penal condenatória, 
enquanto que a prevenção ocorre devido ao temor da pena e da indenização. 
 15 
 
 
Com a Lei nº 9.605/98, as penas foram uniformizadas e tiveram gradação 
adequada. As infrações foram claramente definidas, contrariamente ao que 
ocorria, na legislação anterior, a qual definia a responsabilidade das pessoas 
jurídicas, mas não das pessoas físicas, ou seja, as grandes empresas eram 
responsabilizadas pelos danos que os empreendimentos causavam ao meio 
ambiente. 
Incluem-se, nos crimes ambientais, condutas que ignoram normas 
ambientais, mesmo que não estejam relacionadas diretamente a danos ao meio 
ambiente, além de agressões que ultrapassam os limites estabelecidos por lei. 
Enquadram-se, nesses casos, empreendimentos que não possuem a devida 
licença ambiental, incorrendo em desobediência à exigência da legislação 
ambiental e, consequentemente, são passíveis de punição por multa e/ou 
detenção. 
A Lei de Crimes Ambientais prevê que as penas sejam aplicadas 
conforme a gravidade da infração. Quanto mais reprovável for a conduta, mais 
severa será a punição do ato lesivo. A pena pode ser privativa de liberdade, 
quando o sujeito é condenado a cumprir sua pena em regime penitenciário, ou 
restritiva de direitos, onde se enquadram as penalidades: prestação de serviço 
à comunidade, interdição temporária de direitos, suspensão de atividades, 
prestação pecuniária, recolhimento domiciliar ou multa. 
A legislação prevê penalizações diferenciadas para pessoa jurídica 
(empresa) que viole algum direito ambiental, podendo ser penalizada com multa 
e/ou restrição de direitos, suspensão parcial ou total das atividades, interdição 
temporária do estabelecimento, obra ou atividade, proibição de contratar com o 
Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações. 
O crime ambiental também é passível de ação civil pública, a qual foi 
regulamentada pela Lei nº 7.347/85. A ação civil é um instrumento jurídico de 
proteção ao meio ambiente que tem como objetivo a reparação do dano onde 
ocorreu a lesão de recursos ambientais. A ação civil poderá ser proposta pelo 
Ministério Público, Defensoria Pública, União, Estados, Distrito Federal, 
 16 
 
 
Municípios, empresas públicas, fundações, sociedades de economia mista e 
associações com finalidade de proteção ao meio ambiente. 
Outro avanço foi a instituição da Lei nº 6.938, publicada em 31 de agosto 
de 1981, que institui a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), um marco e 
importante avanço em proteção ao meio ambiente brasileiro. Com a nova 
legislação, os recursos naturais, que antes eram explorados sem nenhuma 
supervisão, passaram a ser monitorados, possibilitando, assim, um melhor 
acompanhamento pelos órgãos fiscalizadores, o que favoreceu o incremento da 
preservação ambiental. 
O licenciamento ambiental também se configura em outro avanço e tem 
sido uma ferramenta importante, pois regulamenta ações de empresários. O 
licenciamento ambiental é o instrumento que certifica que o empresário está 
cumprindo a legislação e, para obter o certificado, independente do porte de sua 
organização, precisa conhecer as necessidades e as restrições ambientais do 
local e adequar-se à legislação ambiental competente. 
Com o licenciamento ambiental, almeja-se que o empresário conheça e 
ponha em prática as medidas preventivas e de controle que são necessárias e 
compatíveis com o desenvolvimento sustentável, sendo de suma importância o 
papel do empreendedor, que deve identificar os efeitos que seu negócio possa 
causar ao meio ambiente, bem como a forma de gerenciá-lo. 
O empreendedor deve ter consciência de que, para explorar os recursos 
naturais de uma região, precisa ter conhecimento das necessidades da 
comunidade e das restrições de exploração local, sendo necessário cumprir 
todas as exigências legais para obter a licença ambiental. O objetivo disso é 
garantir que medidas preventivas e de controle possam ser adotadas em seus 
empreendimentos. 
A adequação das organizações à legislação ambiental configura-se em 
uma premissa para se alcançar um desenvolvimento econômico e social, sem, 
contudo, comprometer a proteção ambiental. É preciso proteger o meio ambiente 
de ações exploratórias, sem o devido controle e respeito a normas ambientais. 
 17 
 
 
O licenciamento das atividades exige o Estudo de Impacto Ambiental 
(EIA), que avalia os efeitos do projeto ao ambiente. Ele deve conter: 
 Comparação entre as alternativas tecnológicas e de localização da 
construção (e a alternativa de não fazer nada); 
 Descrição dos impactos na instalação e na operação (positivos ou 
negativos / diretos ou indiretos / curto, médio ou longo prazo / reversíveis 
ou não); identificar a área afetada e descrever suas mudanças físicas, 
biológicas e/ou socioeconômicas; 
 Definição de quais vão ser as medidas para reduzir os prejuízos 
ambientais e permitir o monitoramento da situação. (em resumo, é um 
relatório de PNV com o impacto ambiental como principal critério). 
Depois do estudo pronto, ele é publicado também na forma de Relatório 
de Impacto ao Meio Ambiente (RIMA), resumido e voltado para leigos. Obs: é 
possível fazer um Relatório Ambiental Preliminar (RAP) e tornar o EIA-RIMA 
dispensáveis. 
Assim, o licenciamento prossegue em 3 fases: 
 Licença Prévia (LP): fase inicial do projeto. Apresenta os requisitos 
básicos de localização, instalação e operação. Nesta fase já é solicitado 
o Estudo de Impacto Ambiental. Validade de 5 anos. 
 Licença de Instalação (LI): fase de implantação do projeto. Autoriza as 
obras para a instalação, de acordo com as descrições anteriores. 
Validade de até 6 anos. 
 Licença de Operação (LO): fase de operação do projeto. Autoriza,após o 
fim da implantação, o início do funcionamento de seus equipamentos, de 
acordo com as descrições anteriores. Validade entre 2 e 10 anos. 
Entre as atividades que precisam do licenciamento ambiental, estão: 
loteamentos e condomínios; indústrias; usinas elétricas; áreas de extração 
mineral; comércio varejista de combustíveis; aterros sanitários; sistemas de 
saneamento; hospitais; cemitérios; etc. 
 18 
 
 
Atualmente, a legislação ambiental brasileira está avançada. As normas 
são voltadas para o estabelecimento de uma gestão ambiental e aborda quase 
todos os temas (exceto resíduos sólidos, que precisa ser mais bem tratado). A 
tendência é a melhoria contínua, com normas cada vez mais pró ativas. 
 
5. O PAPEL DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA PRESERVAÇÃO 
DO MEIO AMBIENTE 
 
(Fonte: Rawpixel.com / Shutterstock.com) 
Inicialmente, é importante destacar que entende-se por educação 
ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade 
constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências 
voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, 
essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. 
Deste modo, já é possível perceber que a educação ambiental é um 
importante componente da educação nacional, devendo assim sempre estar 
presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo 
educativo, em caráter formal e não formal. 
 19 
 
 
Ademais, a legislação brasileira preconiza que os princípios básicos da 
educação ambiental é o enforque humanista, holístico, democrático e 
participativo; a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a 
interdependência entre o meio natural, o sócio-econômico e o cultural, sob o 
enfoque da sustentabilidade; o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, 
na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade; a vinculação entre a ética, 
a educação, o trabalho e as práticas sociais; a garantia de continuidade e 
permanência do processo educativo; a permanente avaliação crítica do processo 
educativo; a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, 
nacionais e globais; o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade 
individual e cultural. 
Insta salientar também que são objetivos fundamentais da educação am-
biental o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em 
suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, 
psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos; 
a garantia de democratização das informações ambientais; o estímulo e o 
fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e 
social; o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e 
responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a 
defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da 
cidadania; o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis 
micro e macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade 
ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, 
solidariedade, democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade; o 
fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia; o 
fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade como 
fundamentos para o futuro da humanidade. 
Diante do exposto é possível compreender a importância que a educação 
ambiental possui na busca pela preservação do meio ambiente, a educação é 
uma das mais importantes armar que o ser humano possui para lutar contras as 
mais variadas questões. 
 
 20 
 
 
6. O DESENVOLVIMENTO HUMANO E AS PREOCUPAÇÕES 
FUTURAS 
Tratar de perspectivas do futuro é assunto recorrente, já que a 
sobrevivência humana está atrelada também a procedimentos de melhoramento 
da vida e à existência de recursos naturais no planeta. Assim, falar em proteção 
de gerações futuras implica também tratar de responsabilidades quanto à 
manutenção de vidas que estão por vir. 
Segundo Pfeiffer, Murguía e Gandhi, a modernidade separou a ordem 
‘natural’ da ‘humana’ como se o homem não pertencesse ao natural, criando o 
pensamento utópico de que a natureza é um instrumento para suprir as 
necessidades humanas e que, portanto, deveria ser submetida às leis da razão. 
Durante os séculos XVIII e XIX, não havia dúvida de que os seres humanos – 
por meio do domínio da ciência, técnica, arte e filosofia – poderiam controlar os 
fenômenos naturais que pudessem significar um entrave para alcançar o 
progresso. A ciência, a técnica, o progresso e a racionalidade eram os 
componentes que garantiriam um futuro mais livre e mais humano, razão pela 
qual o avanço nos conhecimentos práticos e teóricos eram essenciais para que 
o ser humano não fosse submetido às leis naturais, devendo a natureza ser meio 
para alcançar a felicidade humana. 
No entanto, a promessa da ciência moderna acabou se convertendo em 
ameaça contra a natureza e contra o próprio ser humano que pretendeu exercer 
seu domínio. A permanente busca por novidades e o uso desenfreado dos 
recursos naturais geraram um alerta quanto à diminuição e limitação dos 
recursos naturais do planeta. 
O avanço industrial e tecnológico trouxe consigo diversos benefícios para 
a humanidade, mas promoveu também a ideia de que os recursos naturais 
poderiam ser utilizados sem limites e que as consequências poderiam ser 
remediadas por novas tecnologias, o que não tem se mostrado factível, pelo 
contrário, tem criado diversas incertezas quanto ao futuro. As mudanças 
climáticas, advindas da ação humana na natureza, também têm sido objeto de 
especial preocupação já que o desenvolvimento desenfreado acabou por alterar 
 21 
 
 
a vida e o habitat de diversos seres vivos. Tais fatos ensejam a adaptação do 
modo de vida humana, voltada ao aspecto sustentável. 
Para melhor compreender o atual cenário planetário, faz-se necessário 
tecer breves argumentações a respeito das consequências que as ações 
humanas têm causado ao planeta, para, posteriormente, adentrar às reflexões 
bioéticas acerca do princípio da proteção e seus desdobramentos. 
6.1. Mudanças Climáticas 
As mudanças climáticas representam outro problema de escala mundial, 
já que respondem a uma cadeia de produção iniciada pelo desenvolvimento 
industrial, que desencadeou o atual alto nível de poluição, ocasionando 
aquecimento global; que, por sua vez, tem causado o aumento da temperatura 
média do planeta, elevando o nível do mar, o que acarreta o desaparecimento 
de ilhas, alagamento de cidades litorâneas e até mesmo a alteração do ciclo de 
vida de diversas espécies da natureza. Tais fatos são alarmantes para o futuro 
no planeta, já que a vida depende do equilíbrio de todo o ecossistema. 
A resposta do meio ambiente às ações humanas pode ser compreendida, 
na concepção da metamorfose, como possibilidade de alterações catastróficas 
ambientais. Nesse prisma, Beck afirma que a ênfase em descobrir soluções para 
evitar ou diminuir as mudanças climáticas cega os sujeitos para o fato de que 
esta não deixa de ser agente central da metamorfose, que já alterou o modo de 
vida humano no mundo. Exemplo disso é o fato de que o aumento do nível do 
mar tem criado paisagens de desigualdade, desenhando novos mapas com 
modificação das linhas fronteiriças entre os Estados. 
Garvey, por sua vez, ressalta que apesar de os estudos éticos estarem 
mais preocupados com questões inerentes à clonagem, eutanásia ou 
modificações genéticas, por exemplo, a reflexão acerca das mudanças 
climáticas se mostra indispensável, porquanto o mundo está mudando, sendonecessário adotar ações em resposta a tais mudanças. O autor ressalta ainda 
que a ciência é capaz de nos dar maior controle sobre os fatos, mas não é capaz 
de dar respostas eficazes para alterar o atual cenário mundial. 
 22 
 
 
As mutações climáticas, advindas de buracos na camada de ozônio, 
aumento da temperatura planetária, degelo de calotas polares e desertificação 
de regiões, representam problemas ambientais que ameaçam o ecossistema da 
Terra, mas também influenciam nos campos político e econômico, já que a 
modificação geográfica e de fronteiras representa também alteração de 
territórios. 
Sob outra perspectiva, a busca por respostas rápidas e pontuais aos 
problemas existentes introduz uma lógica de imediatismo exacerbado, que 
impede de pensar em medidas em longo prazo, como é o caso da necessidade 
da adoção de um modo de vida que resulte em menos impactos negativos ao 
planeta. 
Assim, é fundamental a existência de estudos e reflexões éticas acerca 
das ações humanas e a forma como a ciência se desenvolve, avaliando suas 
consequências para a vida das pessoas, para a sua saúde e para o próprio 
planeta. Como se observa, o mundo contemporâneo tem atravessado uma série 
de mudanças capazes de comprometer até mesmo a continuidade de sua 
existência e dos seres que nele habitam. 
6.2. Desenvolvimento Sustentável 
Nascimento, ao tratar do desenvolvimento sustentável como uma das 
soluções para a crise ambiental vivida no mundo, apresenta uma crítica quanto 
à adoção de meios mais eficazes para preservação dos recursos naturais, entre 
eles, as mudanças culturais, defendendo a necessidade de adoção de outros 
valores e comportamentos, tais como: 
 que noção de felicidade se desloque do ‘consumir’ para o ‘usufruir’; 
 transferência da moda, visando à durabilidade do produto; e 
 pressões para a valorização e melhora de transportes coletivos. 
Para ele, o desenvolvimento sustentável deve ser compreendido em sua 
complexidade, abordando cautelosamente os aspectos tecnológicos e sua 
promessa de superação dos limites dos recursos naturais, agregado à 
necessidade de uma mudança radical na forma como se produz e consome bens 
 23 
 
 
e serviços. Manifesta-se ainda reticente quanto à adoção de políticas para 
decrescimento populacional, defendendo que a solução está na mudança de 
postura na forma como se lida com os recursos naturais e o pouco receio de que 
estes efetivamente acabem. 
 
O autor aduz que o século XXI traz consigo três signos, quais sejam: a 
contradição entre os indícios de crescimento da crise ambiental e a 
fragilidade das medidas adotadas; [a incerteza] quanto ao futuro da 
humanidade no acirramento das crises econômica e ambiental; [e a 
esperança] de que transformações sociais ocorram, mudando – para 
melhor – o padrão civilizatório a que estamos prisioneiros. 
 
Como se nota, tratar da temática ambiental quanto ao futuro remete a uma 
série de problemas, que partem desde o avanço industrial, tecnológico e suas 
promessas para o futuro, incluindo a reflexão acerca da ação antrópica na 
natureza e a forma como se deixa de observar o modo de vida sustentável. Tais 
temáticas, apesar de distintas, conectam-se na medida em que trazem a 
necessidade de reflexão quanto ao mundo para o qual se está caminhando. 
 
7. GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE 
Há, na área ambiental, vários questionamentos e muitos desafios, o que 
tornou a questão ambiental um dos mais importantes desafios da sociedade 
contemporânea. Não há necessidade de estudos aprofundados para se concluir 
que a preservação do meio ambiente é essencial e constitui-se na única forma 
de garantir a sobrevivência das gerações futuras. 
Por outro lado, a questão ambiental está diretamente relacionada à 
atividade econômica. A ideia do Direito Ambiental brasileiro é que ele está 
intimamente ligado ao desenvolvimento econômico e ao desenvolvimento social, 
e não apenas em matéria de preservação ambiental, propriamente dita (DURAM, 
2019). 
 24 
 
 
A questão primordial da atualidade está em torno da promoção do 
desenvolvimento econômico e social, mas sem, contudo, comprometer questões 
ambientais. É nesse contexto que a gestão ambiental vem-se destacando, 
auxiliando organizações a adequarem-se diante das exigências legais, 
contribuindo diretamente para com o desenvolvimento sustentável. 
É importante entender, nesse contexto, o significado de desenvolvimento 
sustentável. A origem do termo sustentabilidade é latina, vem de sustentare, que 
significa sustentar, conservar, proteger e manter em equilíbrio. De acordo com 
Kato (2008), há um consenso entre os pesquisadores em relação a seu conceito, 
que deve ser tratado de forma abrangente, pois é uma questão complexa com 
diversas abordagens. 
Meadows; Meadows e Randers (1992) definem a sustentabilidade como 
uma técnica de desenvolvimento que resulta na melhoria da qualidade de vida e 
simultaneamente na minimização de impactos ambientais negativos. Diante da 
realidade social e econômica brasileira, a sustentabilidade representa um 
caminho a ser seguido ante os desafios que se impõem, sendo, na atualidade, a 
forma mais efetiva de garantir uma qualidade de vida às presentes e futuras 
gerações, possibilitando, também, o desenvolvimento da economia e da 
sociedade. 
De acordo com Rodrigo C. Rocha Loures (2009), torna-se evidente que o 
conceito de sustentabilidade está atrelado à questão ambiental, mas não se 
reduz a ela. A sustentabilidade é uma temática vinculada à cultura, à sociedade 
e ao próprio ser humano. Está associada ao compromisso social e ao processo 
participativo de construção no qual instituições políticas, sociedade civil e grupos 
de interesse organizados encontram espaço para exercerem papel de 
representação política e institucional. 
Nesse contexto, verifica-se a importância de os gestores dispensarem 
atenção a técnicas sustentáveis frente aos problemas ambientais. O emprego 
dessas técnicas nos processos de produção é essencial para a preservação do 
meio ambiente e implica, de forma direta, na qualidade de vida das pessoas. Por 
 25 
 
 
isso, o emprego de técnicas sustentáveis é essencial. Além do mais, muitas 
vezes, contribuem para com a redução de custos na produção. 
É importante destacar que a gestão ambiental surgiu devido à 
necessidade de um desenvolvimento sustentável. O conceito de gestão 
ambiental surgiu através da premissa do desenvolvimento sustentável como 
uma forma de administrar os recursos naturais e as atividades dentro de 
processos de produção de bens e de serviços. As políticas de gestão ambiental 
foram, portanto, instituídas pela necessidade de se elaborarem metas e objetivos 
para se alcançar a sustentabilidade, além de criar um compromisso estatal e 
empresarial (AQUINO AND GUTIERREZ, 2012): 
 
Neste contexto, a gestão ambiental tem ganhado destaque e uma 
dimensão estratégia das empresas, como forma de planejar o 
desenvolvimento, a implantação e manutenção de uma política 
ambiental para o desenvolvimento sustentável se caracterizam como 
conjunto de princípios, estratégias e diretrizes de ações e 
procedimentos para proteger a integridade dos meios físicos e bióticos, 
bem como dos grupos sociais que deles dependem. Inclui também, o 
monitoramento e o controle de elementos essenciais à qualidade de 
vida, em geral, e à salubridade humana, em especial. (PAGÉS, 2015, 
n.p.) 
 
Assim, a gestão ambiental configura-se na forma de planejar o 
desenvolvimento, a implantação e a manutenção de uma política ambiental para 
as organizações públicas e privadas, visando ao desenvolvimento sustentável. 
Inclui, também, ao processo, o monitoramento e o controle de elementos 
essenciaisà qualidade de vida e à salubridade humana. A gestão ambiental é 
de extrema importância e utiliza-se de mecanismos e instrumentos de gestão 
que estabelecem ações precisas: 
 
A gestão ambiental é realizada através de mecanismos e instrumentos 
de gestão que estabelecem ações precisas e específicas para todos 
os agentes que participam dos processos produtivos e econômicos. Os 
problemas identificados são objetivos e as intervenções direcionadas 
para resultados previamente determinados que busquem a 
permanente melhoria da qualidade dos serviços, produtos e ambientes 
impactados pelas organizações privadas ou públicas. Este processo 
de aprimoramento é constante e deve ser estabelecido através de 
 26 
 
 
políticas, diretrizes e programas relacionados ao meio ambiente e 
externo às atividades desenvolvidas, colaborando com outros setores 
econômicos, comunidades próximas ou afetadas, órgãos ambientais e 
de saúde pública e do trabalho, desenvolvendo e adotando processos 
que evitem ou minimizem os impactos ambientais e sociais dos 
empreendimentos (HENDGES, 2010, n.p.). 
 
Como bem pontuado por Hendges, o êxito da gestão ambiental depende 
da colaboração de todos os envolvidos, devendo ser incluídas, também, as 
comunidades próximas ou afetadas, bem como órgãos ambientais e de saúde 
pública e do trabalho. É essencial que todo trabalho adote processos que evitem 
ou minimizem impactos ambientais e sociais de empreendimentos. O propósito 
é usar todo conhecimento, experiência e tecnologia para minimizar os impactos 
diretos de ações devastadoras sobre o meio ambiente e contribuir diretamente 
para com a sustentabilidade. 
No contexto atual, é fundamental a implantação de um sistema de gestão 
ambiental. Organizações têm sido pressionadas por diversos fatores, como a 
pressão do mercado, requisitos legais, preservação e melhoria de imagem 
institucional. Empresas que já aderiram à Gestão Ambiental e introduziram 
técnicas de sustentabilidade têm obtido resultados positivos, passando a contar 
com maior credibilidade junto a seus consumidores, sendo beneficiadas, 
também, em alguns casos, com redução de custo nos processos de produção e, 
por conseguinte, maior lucro. 
Diante desse cenário, é necessário que o desenvolvimento econômico 
esteja atrelado à consciência ambiental. As duas questões estão 
intrinsecamente interligadas, não sendo possível promover o desenvolvimento 
econômico sem o meio ambiente. Devido à urgência em prover a proteção e a 
sustentabilidade, a Gestão Ambiental tornou-se, pois, uma estratégia de negócio 
que vem crescendo gradativamente no meio empresarial. 
7.1. Sistemas de Gestão 
Fundada em 1947, em Genebra, e presente em cerca de 160 países a 
organização não-governamental - International Organization for Standardization 
(ISO) promove a normatização de produtos e serviços. 
 27 
 
 
Conferindo maior organização, produtividade, credibilidade e 
consequentemente aumentando a competitividade empresarial nos mercados 
nacional e internacional, a adoção das normas ISO torna-se vantajosa. A sua 
credibilidade ocorre pela verificação dos requisitos através de auditorias 
externas independentes. 
As principais normas e diretrizes de sistemas de gestão tratam da 
qualidade, meio ambiente, segurança e saúde e da responsabilidade social. As 
diretrizes para o estabelecimento das especificações dos sistemas de gestão 
servem de base para obter a certificação. 
O conhecido ISO 14001:2004 surgiu em resposta as demandas da 
sociedade e as exigências do mercado, somente em 1990 as empresas 
começaram a refletir sobre a qualidade ambiental e a conservação dos recursos 
naturais. Nesta época foi dado início à sistematização de procedimentos, 
padronização e normalização, destinados a orientar as empresas a adequarem-
se a determinadas normas de aceitação e reconhecimento geral. 
Configurando-se posteriormente como importantes componentes nas 
estratégias empresariais. 
Objetivos das normas da série ISO 14000 
 Harmonizar iniciativas de normalização pelos países; 
 Estabelecer padrões que levem a excelência ambiental; 
 Servir de guia para avaliação de performance ambiental; 
 Simplificar exigências de registros e selos ambientais; 
 Minimizar barreiras comerciais. 
Características das normas da série ISO 14000 
 São voluntárias, porém poderão ser requeridas pelos clientes; 
 São consistentes com a série de normas de gerenciamento da qualidade 
(ISO 9000); 
 Flexibilidade na sua aplicação; 
 28 
 
 
 Poderão ser utilizadas como auto declaração de conformidade ou serem 
usadas para certificação por terceira parte. 
Benefícios das normas da Série ISO 14000 
 Focalização mundial em questões relacionadas à gestão ambiental; 
 Demonstração de compromisso ambiental pelas empresas; 
 Promoção de normas voluntárias e de consenso internacional; 
 Auxilia as empresas a cumprirem e manterem o atendimento às leis 
ambientais; 
 Estabelecimento de critérios para que as empresas possam ir além do 
exigido, quanto as leis ambientais. 
 
8. PRECAUÇÃO COMO ATRIBUTO PARA PROTEÇÃO DE 
FUTURAS GERAÇÕES 
A proteção deve ocorrer de forma ativa, por meio da adoção de práticas 
que visem diminuir os efeitos negativos da ação humana e os impactos que esta 
pode acarretar para a vida planetária. O princípio da proteção pode ser atrelado 
ao princípio da precaução, como forma de nortear o gerenciamento dos riscos 
advindos das atividades humanas no planeta. 
Segundo Garrafa et al., a precaução pode ser compreendida como: 
 
[...] a adoção de medidas protetoras relativas a possíveis danos ou 
riscos que poderiam ser produzidos por determinados produtos ou 
tecnologias. [...]. Nessa linha de ideias, seu propósito precípuo é a 
proteção da humanidade e do meio ambiente contra possíveis 
ameaças dos atos humanos. 
 
A precaução mostra-se importante ferramenta, principalmente quando se 
sabe da existência dos riscos de determinada ação, mas estes não são 
totalmente conhecidos ou previsíveis. 
 29 
 
 
Como forma de proteger o meio ambiente, os Estados devem observar o 
princípio da precaução, de modo que, na iminência de ameaças de danos sérios 
ou irreversíveis, devem ser adotadas medidas para prevenir a degradação 
ambiental. Com isso, o princípio da precaução tem por finalidade “a 
implementação de melhores decisões possíveis em estados de incerteza e de 
conhecimento indisponível, inacessível ou mesmo inexistente”. 
Por sua vez, Hammerschmidt diferencia os princípios da prevenção e da 
precaução, visto que o primeiro refere-se à gestão de riscos e danos já 
conhecidos e mensuráveis, cujas consequências movem-se dentro das certezas 
das ciências; o segundo, por sua vez, enfrenta os riscos gerados pela incerteza 
dos saberes científicos, que são imensuráveis e imprevisíveis. Ou seja, enquanto 
o primeiro refere-se ao perigo concreto, o segundo refere-se ao perigo abstrato, 
mas iminente. 
A ideia de precaução revela a necessidade de uma ética da decisão 
aplicada a um contexto de incertezas, causada pelo paradigma da segurança 
existencial – pautada no progresso e na tecnologia –, que acabou dando lugar 
ao medo – gerado pela ideia de que se vive constantemente exposto ao risco. A 
importância do princípio da precaução está justamente no pressuposto de que é 
necessário gerir os riscos ambientais, adotando-se uma atitude de “antecipação 
preventiva que se revela a longo prazo como menos onerosa para a sociedade 
e o ambiente e mais justa e solidária com as gerações futuras”. 
O princípio da precaução responde às incertezas não apenas quanto à 
relação de causalidade entre o ato e suas consequências, mas também quanto 
à realidade e medida do risco e do dano. Contudo,a aplicação de tal princípio 
não se mostra simples, visto que exige a gestão do exercício ativo da dúvida, ou 
seja, a uma ampliação da incerteza, do que pode ou não ocorrer. Saliente-se 
que a “incerteza não exonera de responsabilidade; ao contrário, ela reforça a 
criar um dever de prudência”. 
O princípio da precaução, agregado ao de proteção, centra-se na ideia de 
que medidas para a proteção ambiental devem ser adotadas de forma imediata, 
sendo que a incerteza ou ausência de certeza científica absoluta quanto aos 
 30 
 
 
riscos e danos não deve ser utilizada como desculpa para postergar ações, mas 
para adotá-las o quanto antes. 
Nesse sentido, o olhar crítico e reflexivo da bioética auxilia a reconhecer 
e a incentivar a adoção de medidas práticas de precaução, para efetivar o 
princípio da proteção às gerações futuras, as quais estão atreladas aos riscos 
trazidos pelo desenvolvimento científico e pelo modo de vida das pessoas, que, 
em sua maioria, está adstrito à lógica de produção para consumo, ao invés de 
redução racional de consumo para preservação de recursos naturais. 
O princípio da precaução impele à utilização inversa das tecnologias 
produzidas, para que deixem de satisfazer exclusivamente à lógica do consumo 
e sirvam para reduzir os níveis de poluição, evitar extinção de espécies e o 
crescimento do desequilíbrio ambiental, bem como incentivar ações de 
conscientização social. Segundo Porto e Garrafa, faz-se necessário que as 
pessoas deixem de viver a lógica consumista (sem qualquer noção de 
responsabilidade) e passem a adotar uma lógica mais cidadã e de comunhão 
consensual para preservação do planeta, de modo a abandonar o individualismo 
exacerbado, para passar a reconhecer e dignificar o outro, agindo coletivamente 
para o bem comum. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 31 
 
 
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 32 
 
 
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