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Relatorio Tecnico uso do QRcode (1)

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ 
ESCOLA POLITÉCNICA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM 
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS 
 
 
MARIA LUCIA MIYAKE OKUMURA 
OSIRIS CANCIGLIERI JUNIOR 
CLODOALDO VERÍSSIMO DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
A APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NO PROCESSO DE 
DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DE PRODUTOS INCLUSIVOS: UM ESTUDO 
NO ACESSO AO CÓDIGO QR PELO USUÁRIO COM DEFICIÊNCIA VISUAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2012
 
 
MARIA LUCIA MIYAKE OKUMURA 
OSIRIS CANCIGLIERI JUNIOR 
CLODOALDO VERÍSSIMO DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NO PROCESSO DE 
DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DE PRODUTOS INCLUSIVOS: UM ESTUDO 
NO ACESSO AO CÓDIGO QR PELO USUÁRIO COM DEFICIÊNCIA VISUAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2012 
Relatório Técnico apresentado ao Programa de 
Pós-Graduação em Engenharia de Produção e 
Sistemas – PPGEPS, vinculado ao título da 
Dissertação: A Engenharia Simultânea aplicada 
ao Projeto De Desenvolvimento Integrado de 
Produtos Inclusivos: Uma Proposta de 
Framework Conceitual. 
 
Orientador: Prof. Osiris Canciglieri Junior, P.hD. 
 
 
Equipe técnica 
 
Maria Lucia Miyake Okumura, M.Eng. 
Prof. Clodoado Veríssimo de Oliveira, Esp. 
Prof. Osiris Canciglieri Junior, P.hD. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dados da Catalogação na Publicação 
Pontifícia Universidade Católica do Paraná 
Sistema Integrado de Bibliotecas – SIBI/PUCPR 
Biblioteca Central 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Okumura, Maria Lucia Miyake 
O41a A aplicação da tecnologia assistiva no processo de desenvolvimento 
2012 integrado de produtos inclusos : um estudo no acesso ao código QR pelo 
 usuário com deficiência visual / Maria Lucia Miyake Okumura, Osiris Canciglieri 
 Junior, Clodoaldo Veríssimo de Oliveira ; orientador, Osíris Canciglieri Junior. 
 – 2012. 
 61 f. : il. ; 30 cm 
 
 Relatório Técnico (mestrado) – Pontifícia Universidade Católica do Paraná, 
 Curitiba, 2012 
 Bibliografia : f. 55-58 
 
 1. Dispositivo de auto-ajuda para pessoas com deficiência. 2. Engenharia 
 simultânea. 3. Deficientes visuais. 4. Engenharia de produção. I. Okumura, 
 Maria Lucia Miyake. II. Canciglieri Junior, Osíris. III. Oliveira, Clodoaldo 
 Veríssimo de. IV. Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Programa de 
 Pós-Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas. V. Título. 
 CDD 20. ed. – 670 
 
 
MARIA LUCIA MIYAKE OKUMURA, CLODOADO VERÍSSIMO DE OLIVEIRA E 
OSIRIS CANCIGLIERI JUNIOR. A Aplicação da Tecnologia Assistiva no 
Processo Integrado de Desenvolvimento de Produtos Inclusivos: Um Estudo no 
Acesso ao Código QR pelo usuário com deficiência visual. Programa de Pós-
Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas, Escola Politécnica, Pontifícia 
Universidade Católica do Paraná. Curitiba: PUCPR, 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradecemos a todos que colaboram para a realização deste Relatório Técnico. 
Nosso agradecimento especial: 
 
- a Deus, nosso Senhor, nossa esperança, nosso caminho; 
 
- à equipe do Laboratório de Concepção e Desenvolvimento de Produtos do 
Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção e Sistemas (PPGEPS) da 
Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR); 
 
- à Instituição, equipe e alunos do Centro de Informática para Deficientes Visuais 
Professor Hermann Görgen; 
 
- ao Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção e Sistemas 
(PPGEPS) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR); 
 
- à Rosana Maria Beltrame Canciglieri pelo apoio e revisão do trabalho; 
 
- ao Prof. Flávio José Arns do Governo do Estado de Paraná e da Secretaria de 
Estado da Educação (SEED/PR) pelo incentivo à pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 RESUMO 
 
O processo de Desenvolvimento Integrado de Produto ao abranger a área de 
Tecnologia Assistiva proporciona a elaboração de produtos inclusivos, visando 
atender o maior número de usuários. Para isso, integram-se as ferramentas, 
métodos e conceitos da Engenharia Simultânea, Desenho Universal e Acessibilidade 
para atender pessoas com alguma limitação física ou sensorial, como pessoas com 
deficiência e idosas. O foco desta pesquisa está no uso do código de barra QR de 
duas dimensões, aparelho celular e recursos de informática orientados para pessoas 
com deficiência visual como dispositivos e recursos da Tecnologia Assistiva. O 
objetivo deste Relatório Técnico é descrever as atividades de capturar a imagem do 
código QR através do aparelho celular, bem como a aquisição e geração da imagem 
por meio de dispositivos da informática, cujos processos são executados 
exclusivamente por pessoas com deficiência visual. Estas atividades consistem em 
detalhar o método e processo aplicado como produto da Tecnologia Assistiva A 
análise dos resultados obtidos apresenta a relação entre o usuário e a interação dos 
materiais selecionados e utilizados durante a execução dos procedimentos. 
 
Palavras-chave: Tecnologia Assistiva, QR-Code, Pessoas com Deficiência Visual, 
Produto Inclusivo, Desenvolvimento de Produto. 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
Figura 1 – Procedimentos técnicos ........................................................................... 13 
Figura 2 – Aparelhos celulares orientados para pessoas com deficiência visual e 
diversos tipos de teclas dos aparelhos celulares disponibilizados no mercado. ....... 23 
Figura 3 – Aparelho celular com aplicativo Talks. ..................................................... 24 
Figura 4 – Código de barra de 1 dimensão e 2 dimensões ....................................... 27 
Figura 5 – Dispositivo de captura de imagem do código-QR no processo de indústria 
automotiva. ................................................................................................................ 27 
Figura 6 – Aparelho celular e captura do código QR. ................................................ 29 
Figura 7 – Gráfico de evolução do código de barra. .................................................. 30 
Figura 8 – Estrutura geral do código QR ................................................................... 30 
Figura 9 – Estrutura do posicionamento padrão (Finder Pattern). ............................. 31 
Figura 10 – Configuração padrão do Código QR. ..................................................... 31 
Figura 11 – Estruturas do símbolo do código QR por versão .................................... 33 
Figura 12 – Estrutura do código QR e a Informação de versão. ............................... 34 
Figura 13 – Informação do formato no símbolo do Código QR. ................................ 34 
Figura 14 – Estrutura de preenchimento dos dados e do ECC. ................................ 35 
Figura 15 – Configuração dos aparelhos celulares selecionados. ............................ 39 
Figura 16 – Aplicativo de leitura do Kaiwa ................................................................ 41 
Figura 17 – Site utilizado para gerar imagem do Código QR. ................................... 43 
Figura 18 – Imagem de código QR para processo de captura. ................................. 44 
Figura 19 - Localização do código QR no papel em relevo. ...................................... 44 
Figura 20 – Acessibilidade do site usando leitor de tela ............................................ 46 
Figura 21 – Sites selecionados para o processo de aquisição do código QR. .......... 47 
Figura 22 – Captura de imagem em ângulo diferente e caracteres JISX. ................. 49 
Figura 23 – Bilhete de passagem no Japão. .............................................................59 
Figura 24 – Identificação do paciente no hospital de Japão, Hong-Kong e Singapura 
com uso do scanner .................................................................................................. 59 
Figura 25 – Identificação de alimentos em Taiwan com uso do scanner .................. 59 
Figura 26 – Identificação de exame de laboratório clínico ........................................ 60 
Figura 27 – Proposta de catálogo de Pizza com uso do aparelho celular ................. 60 
Figura 28 – Aplicações comerciais. ........................................................................... 60 
Figura 29 – Customização do Código QR por designers. ......................................... 61 
Figura 30 – Revista Time e Designer do Código QR. ............................................... 61 
 
 
 
Quadro 1 – Resultado preliminar da amostra do Censo demográfico de 2010 por tipo 
de deficiência ............................................................................................................ 17 
Quadro 2 – Processo de envelhecimento ................................................................. 19 
Quadro 3 – Tipos e capacidade de dados do código QR .......................................... 28 
Quadro 4 – Alinhamento padrão e módulos por versão do código QR. .................... 32 
Quadro 5 – Quantidade de bits ocupado por tipo de caracter ................................... 36 
Quadro 6 – Capacidade de correção de erro ............................................................ 37 
Quadro 7 – Aplicativos de leitura de código QR para aparelho celular. .................... 40 
 
Gráfico 1 – Composição etária da população com pelo menos uma deficiência e 
proporção de pessoas com pelo menos uma das deficiências investigadas por idade 
no Brasil no ano de 2000. ......................................................................................... 18 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
2D Bi-dimensional 
Anatel Agência Nacional de Telecomunicações 
BCH Bose-Chaudhuri-Hocquenghem 
CAT Comitê de Ajudas Técnicas 
CEN / 
CENELEC 
European Committee for Standardization / European Committee for 
Electrotechnical Standardization 
CORDE 
Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de 
Deficiência 
ECC Error Correction Codewords 
http HyperText Transfer Protocol 
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
ISO/IEC 
 "International Organization for Standardization / International 
Electrotechnical Commission 
JISX Japanese Industrial Standard Extends 
Led Light-emitting diode 
OCR Optical Character Recognition 
ONU Organização das Nações Unidas 
PcD Pessoas com Deficiência 
PDF Portable Data File 
PDIP Processo de Desenvolvimento Integrado de Produto 
PNAD Pesquisa Nacional por Amostragem por Domicílio 
PPGEPS 
Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção e 
Sistemas 
PUCPR Pontifícia Universidade Católica do Paraná 
QR Quick Response 
RAM Random Access Memory 
SACI Solidariedade, Apoio, Comunicação e Informação 
SEDH Secretaria Especial de Direitos Humanos 
TA Tecnologia Assistiva 
URL Uniform Resource Locator 
WHO World Health Organization 
WWW World Wide Web 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11 
1.1 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 11 
1.2 OBJETIVO .......................................................................................................... 12 
1.3 METODOLOGIA DA PESQUISA ........................................................................ 13 
1.4 ESTRUTURA DO RELATÓRIO .......................................................................... 14 
2 TECNOLOGIA ASSISTIVA .................................................................................... 15 
2.1 ACESSIBILIDADE .............................................................................................. 16 
2.2 PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E PESSOAS IDOSAS ....................................... 17 
2.3 DEFICIÊNCIA VISUAL E TECNOLOGIA DE COMUNICAÇÃO .......................... 20 
2.3.1 Tecnologia de comunicação ......................................................................... 21 
2.3.2 Sistema Braille ............................................................................................. 22 
2.3.3 Acessibilidade no aparelho celular para pessoas com deficiência visual .... 23 
2.3.4 Acessibilidade na informática por pessoas com deficiência visual .............. 25 
3 CÓDIGO DE BARRA DE 2 DIMENSÕES: QR-CODE......................................... 27 
3.1 CARACTERÍSTICAS DO CÓDIGO-QR .............................................................. 29 
3.2 CAPACIDADE DE CORREÇÃO DE ERROS ....................................................... 37 
4 APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE BARRA 2D – QR CODE NO APARELHO 
CELULAR ............................................................................................................. 38 
4.1 PROCESSO DE CAPTURA DO CÓDIGO QR ..................................................... 38 
4.1.1 Seleção do aparelho celular ......................................................................... 38 
4.1.2 Seleção do aplicativo software de leitor de código de barra ........................ 40 
4.1.3 Preparação da imagem do código QR para processo de captura ................ 42 
4.2 PROCESSO DE AQUISIÇÃO E GERAÇÃO DO CÓDIGO QR ................................. 45 
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS ........................................................... 48 
5.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS: PROCESSO DE CAPTURAR O CÓDIGO QR .. 48 
5.1.1 Influência do modelo do aparelho celular ..................................................... 48 
5.1.2 Desempenho dos programas de leitor de código de barra e leitor de tela ... 49 
5.1.3 Versão do código QR e o número de caracteres ......................................... 50 
5.1.4 Luminosidade do ambiente .......................................................................... 50 
5.1.5 Relevos para localização ............................................................................. 51 
5.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS: PROCESSO DE AQUISIÇÃO E GERAÇÃO DO 
CÓDIGO QR .............................................................................................................. 51 
 
 
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................................ 53 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 55 
APÊNDICE A – APLICAÇÂO DO CÓDIGO QR ....................................................... 59 
ANEXO A – CUSTOMIZAÇÃO DO CÓDIGO QR ..................................................... 61 
 
 
 
11 
1 INTRODUÇÃO 
 
 A área da Tecnologia Assistiva vem se expandindo em diversos segmentos 
do conhecimento, atribuindo a inovação e adaptação dos produtos que auxiliam ou 
ampliam as habilidades funcionais das pessoas com mobilidade física limitada, 
percepção sensorial reduzida, idosas e das pessoas com deficiência, tais como 
ferramentas ou utensílios de apoio para executar alguma atividade. 
A possibilidade de adaptação utilizando as tecnologias existentes no mercado 
contribui significantemente no produto da Tecnologia Assistiva (TA) reduzindo o 
custo desde o início do projeto, como o caso do código de barras de duas 
dimensões (2D) – QR Code no aparelho celular, que é o objeto explorado neste 
relatório. 
 Neste contexto, o presente Relatório Técnico é proveniente de um dos 
estudos de casos apresentados na dissertação de mestrado de Okumura (2012). A 
pesquisa da dissertação é uma proposta de framework composta de Processo de 
Desenvolvimento Integrado de Produto (PDIP) no ambiente da Engenharia 
Simultânea buscando projetar um produto que atenda o maior número possível de 
usuários baseadona TA e denominado de produto inclusivo. Assim, entre os 
conceitos teóricos e a aplicação nos estudos de casos, o framework conceitual 
proposto apresentou aspectos flexíveis, de tal forma que permite projetar conforme a 
função do produto, atividade e característica do usuário. 
 O estudo de caso abordado neste relatório concerne ao PDIP da TA visando 
um produto inclusivo e classificado como de uso individualizado para usuário. Neste 
processo, é relevante mencionar que a Engenharia Simultânea permitiu um 
ambiente de integração de conhecimento das áreas multidisciplinares envolvidas na 
macrofase de elaboração de projetos, abrangendo, assim, os requisitos necessários 
para desenvolver o projeto de produto inclusivo. 
 
1.1 JUSTIFICATIVA 
O aparelho de telefonia móvel é uma das tecnologias bem aceitas na 
sociedade e presentes no cotidiano de muitas pessoas, apresentando variedades de 
modelos. Além do simples uso de chamadas telefonicas, o aparelho celular 
 
 
12 
apresenta outras funções que foram agregadas devido à evolução e inovação 
tecnológica para atender um mercado de grande concorrência, as exigências do 
cliente, bem como oferecer conforto no seu uso. 
Segundo Anatel (2012), o mês de agosto de 2012, fechou com 257,90 
milhões de linhas ativas na telefonia móvel com teledensidade de 131,16 acessos 
por 100 habitantes no Brasil. 
Em vista da utilidade do aparelho celular, se atribuídas algumas funções 
específicas, pode se tornar em um dispositivo da TA que atendem pessoas com 
deficiência visual. Neste aspecto, o presente relatório apresenta o processo de 
capturar e gerar a imagem do código de barras 2D – QR Code por pessoas com 
deficiência visual que o utilizarão como ferramenta de apoio. O relatório mostra 
também a performance dos materiais selecionados para o teste e a interação do 
mesmo com o usuário. 
Além disso, abre-se a possibilidade de profissionais de outras áreas aplicarem 
o recurso do código de barra 2D – QR em seus produtos ou serviços, como 
dispositivo da TA para atender a diversidade social e contribuir na autonomia das 
pessoas com deficiência visual, idosos ou pessoas com alguma limitação para 
enxergar. 
 
1.2 OBJETIVO 
O objetivo do Relatório Técnico é descrever as atividades de capturar a 
imagem do código QR através do aparelho celular, bem como a aquisição da 
imagem por meio de dispositivos da informática, cujos processos são executados 
exclusivamente por pessoas com deficiência visual. Estas atividades consistem em 
detalhar o método e processo aplicados como produto da TA, e também relacionar a 
interação dos materiais selecionados e utilizados com o usuário durante a execução 
dos procedimentos. 
Para alcançar o objetivo, as atividades da pesquisa foram realizadas no 
Centro de Informática para Deficientes Visuais Professor Hermann Görgen, situado 
no Centro de Curitiba, que apresenta equipamentos apropriados e configurados para 
alunos com deficiência visual e no Laboratório de Concepção e Desenvolvimento de 
 
 
13 
Produtos do Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção e Sistemas 
(PPGEPS) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). 
 
1.3 METODOLOGIA DA PESQUISA 
O Relatório Técnico é uma pesquisa de natureza aplicada, pois apresenta 
uma aplicação prática para gerar conhecimentos dirigidos à solução de problemas 
específicos. Assim, busca-se entender um fenômeno específico de abordagem 
qualitativa com um objetivo científico exploratório, cujo enfoque principal encontra-se 
na descrição do processo. No procedimento técnico (Figura 1), primeiramente está o 
embasamento da literatura nos temas que envolveram esta pesquisa: 
 
a) a tecnologia assistiva desdobrando-se nos temas da acessibilidade, 
pessoas com deficiência visual e pessoas idosas, e tecnologia de 
comunicação para pessoas com deficiência visual; 
b) o código de barra de 2D, que é o escopo deste trabalho. 
 
 Figura 1 – Procedimentos técnicos 
 
 Fonte: Autores (2012). 
 
Na sequência foram selecionados os aparelhos celulares e os programas 
computacionais (software) disponíveis no mercado para aplicação nas atividades de 
 
 
14 
captura de imagem do código QR e aquisição e geração do código QR executadas 
pelo usuário com deficiência visual. Ao final, apresenta-se a análise dos resultados 
obtidos de cada atividade e a conclusão do relatório técnico. 
 
1.4 ESTRUTURA DO RELATÓRIO 
A estrutura do Relatório Técnico é organizada em 6 (seis) Capítulos conforme 
os temas especificados no procedimento técnico que foram descritos na metodologia 
de pesquisa. Deste modo, os Capítulos são compostos de: 
- Capítulo 1: apresenta a introdução do Relatório que contextualiza o tema 
abordado, a justificativa, o objetivo, a metodologia da pesquisa e a estrutura do 
mesmo; 
- Capítulo 2: consiste no embasamento bibliográfico acerca da tecnologia 
assistiva e seu usuário, onde são explanados os tópicos sobre a acessibilidade, 
pessoas com deficiência visual e pessoas idosas, e deficiência visual e tecnologia de 
comunicação; 
- Capítulo 3: compreende a revisão bibliográfica referente o código de barra 
de 2 dimensões - QR Code, e apresenta também as características do Código-QR e 
a capacidade de correção de erros; 
- Capítulo 4: concerne na aplicação do código de barra 2D – QR Code no 
aparelho celular, e divide-se no processo de captura do código QR e no processo 
para aquisição e geração do código QR; 
- Capítulo 5: apresenta a análise dos resultados obtidos do processo de 
captura do código QR e do processo de aquisição e geração do código QR; 
- Capítulo 6: apresenta a conclusão final do Relatório e recomendações para 
estudos futuros. 
 
 
 
15 
2 TECNOLOGIA ASSISTIVA 
 
O Comitê de Ajudas Técnicas (CAT) (2007) juntamente com a Coordenadoria 
Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência/Secretaria Especial de 
Direitos Humanos (CORDE/SEDH) definiram a conceituação e nos estudos de 
normas de tecnologia assistiva, estabeleceram: 
 
Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica 
interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, 
práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à 
atividade e participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou 
mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de 
vida e inclusão social. 
 
Tendo em vista a abrangência do conceito, compreende-se que os produtos 
da Tecnologia Assistiva (TA) ampliam-se de tal forma para atender quaisquer 
circunstâncias do usuário e contribuir na sua inclusão social. 
De acordo com Story et al. (1998), a TA surgiu juntamente com a Engenharia 
de Reabilitação, em meados do século 20, devido a necessidade de melhorar as 
próteses e órteses de milhares de soldados que retornaram com deficiência física da 
Segunda Guerra Mundial em 1940. Desta forma, a partir da década de 1950, os 
centros de engenharia de reabilitação buscaram soluções, pesquisando áreas de 
tecnologias e reabilitação, incluindo questões de mobilidade, comunicação e 
transporte. Com isso, a área de engenharia de reabilitação tornou-se especializada, 
com fundamentação e aplicação de metodologias científicas, cuja função assiste 
tecnologicamente o usuário específico com aplicação de dispositivos acerca de 
aumentar as capacidades físicas, sensoriais e cognitivas, e assim proporcionar certa 
autonomia. 
Mediante o contexto, encontra-se o propósito comum entre a engenharia de 
reabilitação e a TA, incluindo desenho universal, o qual orienta para reduzir as 
barreiras físicas e atitudinais entre pessoas com e sem deficiência. No entanto, a TA 
atende às necessidades específicas dos indivíduos e o desenho universal tem a 
visão de atender a todos, assim, verifica-se que existe uma lacuna entre o conceito 
de “universal” e “apoio”, porém Storyet al.(1998) salientam que pode existir pontos 
em comum para alguns produtos cuja estrutura projetada possibilita atender a 
maioria das pessoas, e mais a função de tecnologia assistiva. Normalmente, estes 
 
 
16 
produtos são concebidos como um dispositivo de alta tecnologia, tais como software 
de reconhecimento de voz. Portanto, a cooperação entre os profissionais de áreas 
diferentes podem contribuir na diversidade de atender o usuário, quanto à 
investigação de novos designers e aprofundar as técnicas de reabilitação, 
ergonomia de deficiência e envelhecimento, assim como envolver nos estudos de 
ambientes funcionais, seguro, atrativo e de expectativas de negócios. 
Entre as classificações de recursos da TA, conforme UNIT-ISO 9999 (2008) e 
Bersch (2008) encontram-se os produtos designados para auxílios de pessoas 
cegas ou para pessoas com visão subnormal que são: equipamentos que visam a 
autonomia das pessoas com deficiência visual na realização de tarefas como 
consultar o relógio, usar calculadora, verificar a temperatura do corpo, identificar se 
as luzes estão acesas ou apagadas, cozinhar, identificar cores e peças do vestuário, 
verificar pressão arterial, identificar chamadas telefônicas, escrever, ter mobilidade 
independente etc. Inclui também auxílios ópticos, lentes, lupas e telelupas; os 
softwares leitores de tela, leitores de texto, ampliadores de tela; os hardwares como 
as impressoras Braille, lupas eletrônicas, linha Braille (dispositivo de saída do 
computador com agulhas táteis) e agendas eletrônicas. 
 
2.1 ACESSIBILIDADE 
 
A acessibilidade concerne em identificar e eliminar os elementos obstrutivos 
para conceber o pleno acesso às pessoas com deficiência ou com mobilidade 
reduzida, e assim, a acessibilidade exerce função na integração e inclusão social. 
A Lei Federal nº 10.098/2000 (BRASIL, 2000b) estabelece normas quanto a 
promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade 
reduzida, mediante a supressão de barreiras e de obstáculos nas vias e espaços 
públicos, no mobiliário urbano, na construção e reforma de edifícios e nos meios de 
transporte e de comunicação. 
A Acessibilidade Brasil (2009) complementa que a ONU (Organização das 
Nações Unidas) preconizou condições sociais igualitárias até 2010, pela 
equiparação de oportunidades e inclusão da pessoa com deficiência, desde o direito 
de nascer, e inclusive no trabalho, que lhe assegura lugar na comunidade humana. 
 
 
17 
Alguns destes princípios são: 
 
a) valorização das diferenças e necessidades decorrentes da deficiência; 
b) defesa da igualdade de direitos entre a pessoa com deficiência e qualquer outra; 
c) identificação de seus direitos em conseguir que o Estado e a sociedade deem 
solução de continuidade das restrições de participação, provenientes do ambiente 
humano e físico contra a pessoa com deficiência. 
 
2.2 PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E PESSOAS IDOSAS 
Define-se “deficiência” como toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou 
função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o 
desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano; 
e, deficiência permanente, aquela que ocorreu ou se estabilizou durante um período 
de tempo suficiente para não permitir recuperação ou ter probabilidade de que se 
altere, apesar de novos tratamentos (BRASIL, 2007). 
 Segundo IBGE (2011) o resultado preliminar da amostra do Censo 
demográfico de 2010 mostra que entre 190.755.799 da população no Brasil, estão 
45.623.910 pessoas com pelo menos uma das deficiências investigadas, 
correspondendo a 23,9% do total. Este resultado revela aspectos mais detalhados 
de grau de deficiência comparado ao Censo do ano de 2000, conforme ilustra o 
Quadro 1. 
 
Quadro 1 – Resultado preliminar da amostra do Censo demográfico de 2010 por tipo de deficiência 
Tipo de 
deficiência 
Não consegue 
de modo 
algum 
Grande 
dificuldade 
Alguma 
dificuldade 
Total 
Visual 528.624 6.056.684 29.206.180 35.791.488 
Auditiva 347.481 1.799.885 7.574.797 9.722.163 
Motora 740.456 3.701.790 8.831.723 13.273.969 
Intelectual - - - 2.617.025 
 Fonte: Adaptado de IBGE (2011). 
 
 
 
 
 
18 
Consta na análise por grupo de idade no Censo de 2000 (BRASIL, 2003), 
referente à proporção de pessoas com pelo menos uma deficiência ou incapacidade, 
que para as crianças de 0 a 14 anos de idade, 4,3% delas apresenta pelo menos um 
tipo de incapacidade. Essa proporção passa a 15,6% das pessoas em idade ativa 
(15 a 64 anos). Mais da metade das pessoas de 65 anos ou mais declararam ser 
portadoras de alguma deficiência ou incapacidade. O crescimento da proporção se 
verifica com a idade e é consequência do aumento das limitações nas atividades, o 
que decorre do envelhecimento. 
 Desta forma, na composição da pirâmide etária, conforme apresentado no 
Gráfico 1, do total de pessoas com pelo menos um tipo de deficiência constata-se 
que o maior número absoluto de pessoas com deficiência encontra-se na população 
de 40 a 49 anos de idade, especialmente a feminina, e aumenta a proporção de 
deficiências investigadas, conforme o avanço da idade. Logo, existem no Brasil, 
quase 4,5 milhões de pessoas de 40 a 49 anos com pelo menos uma deficiência ou 
incapacidade, sendo 2,4 milhões de mulheres e quase 2,1 milhões de homens. 
Assim, predomina o grupo de pessoas com pelo menos alguma dificuldade de 
enxergar. No caso de dificuldades para ouvir ou de locomoção, os grupos mais 
numerosos são os de pessoas de 60 a 69 anos de idade. Neste aspecto, destaca-se 
que a proporção de pessoas com deficiência (PcD) aumenta com a idade, passando 
de 4,3% nas crianças até 14 anos, para 54% do total das pessoas com idade 
superior a 65 anos. Logo, à medida que a estrutura da população está mais 
envelhecida, a proporção de pessoas com deficiência aumenta. 
 
Gráfico 1 – Composição etária da população com pelo menos uma deficiência e proporção de 
pessoas com pelo menos uma das deficiências investigadas por idade no Brasil no ano de 2000. 
 
 
Fonte: IBGE (2003). 
 
 
19 
Em 2008, a Pesquisa Nacional por Amostragem por Domicílio (PNAD) fez 
uma pesquisa e apresentou a estimativa que existam aproximadamente 19 milhões 
de pessoas idosas no Brasil, cuja população masculina é cerca de 9 milhões, e 10 
milhões de feminina (BRASIL, 2010). Consta na pesquisa que entre a população 
idosa, 70% das pessoas vivem de forma independente e, aproximadamente 20% 
apresentam alguma deficiência ou incapacidade para realizar alguma atividade 
cotidiana. 
De acordo com a Tábua de Mortalidade do Brasil (IBGE, 2011) projetada para 
o ano de 2010, a esperança de vida ao nascer, para ambos os sexos, foi de 73,48 
anos. Este processo de aumento da longevidade de população brasileira, combinado 
com a redução do nível geral da fecundidade, indica o prognóstico de aumento, em 
termos absolutos, da população envelhecida para próximos anos. Assim, IBGE 
(2011) coloca em estado de atenção as políticas sociais e econômicas que devem 
levar em consideração este contingente de população envelhecida, além do país 
estar em crescente processo de urbanização. 
 
Quadro 2 – Processo de envelhecimento 
Funções Fisiológicas Características 
Antropometria 
- a estatura diminui gradativamente; 
- redução dos alcances e das flexibilidades, principalmente dos braços. 
Força muscular - força muscular decresce gradativamente. 
Processos Cognitivos 
- dificuldade no processamento dos estímulos de tarefas complexas; 
- dificuldade de reter novas informações na memória de curta duração; 
- esquecer o objetivo da ação em plena fase de execução. 
Visão 
- aumenta gradativamente a distância de focalizar o objeto e perda na 
velocidade de acomodação da imagem; 
- diminui a percepção de pequenos detalhes; 
- o cristalino e o humor vítreo perdem transparência, necessitando de 
maior intensidade de luz; 
-declina a capacidade de discriminar cores. 
Audição 
- diminui a capacidade de audição, sobretudo os agudos; 
- dificuldade para identificar sons de baixa intensidade ou discriminar 
entre vários sons. 
Fonte: Baseado em Iida (2005). 
 
Em vista do crescimento de pessoas idosas na população mundial, a 
acessibilidade e usabilidade dos produtos e serviços tornou-se essencial, conquanto 
 
 
20 
nem todos os idosos são PcD. Portanto, é imprescindível reconhecer as limitações 
funcionais e cognitivas das pessoas idosas, pois as necessidades e capacidades 
das pessoas alteram-se à medida que a idade for avançando, e assim, as 
habilidades dos indivíduos podem comprometer-se consideravelmente com o 
envelhecimento. Para tanto, buscam-se organização de normalização que atendam 
as necessidades das pessoas com deficiência e pessoas idosas no desenvolvimento 
de soluções na área de TA e projeto de desenvolvimento acessível para garantir os 
seus interesses (CEN;CENELEC, 2002). 
Segundo Iida (1985), “o processo de envelhecimento provoca uma 
degradação progressiva da função cardiovascular, forças musculares, flexibilidade 
das articulações, órgãos dos sentidos e da função cerebral”, conforme demonstrado 
no Quadro 2. 
 
2.3 DEFICIÊNCIA VISUAL E TECNOLOGIA DE COMUNICAÇÃO 
Conforme Decreto Federal nº 5.296/2004 (BRASIL, 2004), ITS e Microsoft 
(2008), Brasil (2007), conceitua-se a deficiência visual: 
a) Cegueira – na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor 
olho, com a melhor correção óptica; 
b) Baixa Visão – significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a 
melhor correção óptica; 
c) Os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os 
olhos for igual ou menor que 60°; 
d) Ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores. 
Ressaltamos a inclusão das pessoas com baixa visão a partir da edição do 
Decreto nº 5.296/04. As pessoas com baixa visão são aquelas que, mesmo 
usando óculos comuns, lentes de contato, ou implantes de lentes intra-
oculares, não conseguem ter uma visão nítida. As pessoas com baixa visão 
podem ter sensibilidade ao contraste, percepção das cores e intolerância à 
luminosidade, dependendo da patologia causadora da perda visual. 
 
 
 
 
 
21 
O fato da perda de visão, na maioria dos casos, está relacionado com o 
envelhecimento fisiológico, e consta que cerca de 80 milhões de PcD visual no 
mundo, 45 milhões são cegas, devido aumentar o comprometimento visual com o 
passar da idade, assim, aproximadamente 4% das pessoas com mais de 60 anos 
são cegas, e dentre as causas frequentes estão a catarata, glaucoma, degeneração 
macular e retinopatia diabética (WHO, 2005). 
 
2.3.1 Tecnologia de comunicação 
A comunicação está entre as atribuições essenciais para acessibilidade que 
transpõe obstáculos de diferentes formas que podem ser: falada, escrita, gestual, 
língua de sinais, digital, entre outras (ITS; MICROSOFT, 2008). 
Segundo as normas ABNT (NBR 15599:2008) as barreiras na comunicação 
são definidas como “qualquer entrave ou obstáculo que dificulte ou impossibilite a 
expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio dos meios ou sistemas 
de comunicação, sendo ou não de massa”. 
De acordo com Galvão Filho e Damasceno (2002) os recursos de 
acessibilidade para uso de computador, relacionada às PcD com mobilidade 
reduzida ou com alguma limitação, classificam em três grupos: 
a) Adaptações físicas ou órteses: são todos os aparelhos ou adaptações 
fixadas e utilizadas no corpo da PcD e que facilitam a interação do mesmo 
com o computador; 
b) Adaptações de hardware: são todos os aparelhos ou adaptações 
presentes nos componentes físicos do computador, nos periféricos, ou 
mesmo, quando os próprios periféricos, em suas concepções e 
construção, são especiais e adaptados; 
c) Softwares especiais de acessibilidade: são os componentes lógicos das 
tecnologias de informação e comunicação quando construídos como 
Tecnologia Assistiva, ou seja, são os programas especiais de computador 
que possibilitam ou facilitam a interação do usuário com deficiência com a 
máquina. 
 
 
 
22 
Segundo a Intervox (2011), a importância da comunicação por meio de 
recursos da tecnologia contribui para a PcD visual nos aspectos de melhorar as 
condições de acesso à educação e consequentemente, possibilitar uma melhoria na 
qualidade de vida, seja no desenvolvimento intelectual, cognitivo, pessoal ou 
profissional, além de possibilitar a comunicação, seja profissional ou nas formas de 
entretenimento com outros indivíduos em condições de igualdade. 
A Rede Saci (2011) salienta que o sistema de comunicação, numa visão da 
área de terapia ocupacional, pode se relacionar como apoio para desenvolver 
aspectos motores e cognitivos do indivíduo e também para auxiliar na realização de 
suas atividades. Para este aspecto, as principais características são: velocidade em 
que a mensagem pode ser enviada; se o dispositivo é portátil; acessibilidade do 
usuário em várias posições; a dependência de fontes de poder manuais ou 
eletrônicas; a qualidade da saída e tempo de duração; a independência do usuário; 
a flexibilidade do vocabulário (programável ou fixo); o tempo requerido para a 
reparação e manutenção do dispositivo; técnicas de seleção (varredura, direta, 
codificação). 
 
2.3.2 Sistema Braille 
 
O sistema Braille foi elaborado por Louis Braille em 1825, baseado na escrita 
em relevo usada para transmissão e leitura de mensagens secretas de militares, 
para a comunicação noturna na época da guerra. É um método de leitura e escrita 
composto de símbolos formados nas combinações de seis pontos dispostos numa 
cela com duas colunas de três pontos, cujos sinais codificam letras do alfabeto, 
pontuações, números, notas musicais e outros. A leitura dos pontos em relevo é tátil, 
cada símbolo acomoda-se na ponta do dedo para identificação e interpretação. A 
escrita pode ser manual, usando reglete e punção ou uma máquina de escrever em 
Braille, ou ainda utilizando uma impressora em Braille (OKUMURA, 2012). Portanto, 
o sistema Braille contribui fortemente no acesso a leitura e escrita das pessoas 
cegas, principalmente relacionada à alfabetização de alunos com deficiência visual. 
Desta forma, existe certo esforço por parte da sociedade brasileira e pela 
força da Lei de apresentar impressos em Braille para atender pessoas com 
 
 
23 
deficiência visual, possibilitando, assim, uma comunicação ao alcance dos produtos 
e serviços ofertados. No entanto, os impressos em Braille atende somente pessoas 
cegas que dominam a leitura do sistema Braille, sendo que entre as pessoas com 
deficiência visual no Brasil, cerca de 150 mil são cegos e os demais são 
considerados baixa visão, ou seja, com algum comprometimento visual (IBGE, 
2005). Além disso, a escrita no sistema Braille ocupa espaço considerável, devido os 
símbolos em Braille terem tamanho padrão, de forma que, cada letra em relevo 
acomoda-se na ponta do dedo no momento da leitura, assim, o Braille utiliza mais 
área na folha de papel do que a impressão em tinta. 
Nestes termos, segundo a projeção da OMS, é previsto 75 milhões de cegos 
em 2020 para população mundial e a relação à baixa visão aproximadamente três 
vezes mais (WHO, 2004). Sendo assim, para comunicar e atender a maioria das 
pessoas com deficiência visual deveria existir a opção de impressos com letras 
ampliadas ou monocromáticas. 
2.3.3 Acessibilidade no aparelho celular para pessoas com deficiência visual 
 O aparelho celular pode ser considerado como dispositivo da TA para PcD 
visual quando possui alguns recursos como ampliação, alternativa de mudar a tela 
para monocromática e leitor de tela. 
 
Figura 2 – Aparelhos celulares orientados para pessoas com deficiência visual e diversos tipos de 
teclas dos aparelhos celulares disponibilizados no mercado. 
 
 Fonte: Adaptadode SAMSUNG (2011); NOKIA (2011). 
 
 
 
24 
 
Em termos de configuração do aparelho, existem diversos modelos conforme 
ilustrado na Figura 2, sendo alguns com teclados em Braille e outros com teclas de 
fácil percepção pelo tato. No entanto, algumas pessoas cegas mais habilidosas, 
conseguem manusear os aparelhos celulares do tipo touch screem ou mesmo 
dispositivos com teclado comum, se houver recurso do leitor de tela ou a 
possibilidade de conectar um teclado avulso no dispositivo. 
O aplicativo - software que tem a função de leitor de tela no aparelho celular é 
o Talks da empresa Nuance (2011), que está entre o mais conhecido e utilizado 
atualmente e instituições que distribuem para pessoas com deficiência visual pode 
adquirir a versão completa ou receber uma versão simplificada. Em ambos os casos, 
o programa Talks é instalado no aparelho celular e depois é validado para o uso pela 
empresa Nuance (2011). Existem outros leitores como o aplicativo VoiceOver que 
já vem instalado no aparelho Iphone 4 ou Iphone 3GS da APLE (TEIXEIRA, 2011). 
Através do leitor de tela é possível consultar a agenda dos contatos para telefonar, 
enviar e receber mensagem, e outras funções. Para atender as pessoas com baixa 
visão, existe a opção para configurar o aplicativo podendo ampliar as informações 
da tela do aparelho celular em até 250 vezes, alterar o visual da tela para preto e 
branco ou na escala de cinza, conforme ilustra a Figura 3. 
 
 Figura 3 – Aparelho celular com aplicativo Talks. 
 
 Fonte: Okumura (2012). 
 
 
Configuração Talks:
- Ampliação: 100%, 125%, 
150%, 200%, 250%.
- Filtro de cores: Preto/branco, 
escala de cinza.
- Inversão de cores: sim; não.
- Velocidade de deslocamento. 
 
 
25 
2.3.4 Acessibilidade na informática por pessoas com deficiência visual 
A inovação tecnológica trouxe contribuições significantes para muitas áreas, 
principalmente quando relacionada ao uso do computador e a rede internet, que 
abriram o acesso às informações e comunicações de forma global. Estas 
tecnologias de informação e de comunicação (TIC´s) também são abarcadas como 
TA para atender a população com necessidades especiais promovendo a inclusão 
social, digital e educacional. Assim, os TIC´s no processo educacional para pessoas 
com deficiência visual facilitam o aprendizado com os recursos de escrita, leitura e 
pesquisa de informação (SACI, 2011), tornando-se ferramentas essenciais para os 
seus estudos. 
Um dos recursos que permite à pessoa com deficiência visual ter o acesso ao 
mundo da informática é o programa “leitor de telas”, através do sintetizador de voz, 
possibilitando a leitura, a escrita de textos no computador e inclusive de navegar na 
rede de internet. Desta forma, os textos, encontrados impressos em tinta no papel, 
podem ser acessíveis, se digitalizados através do periférico “scanner” acoplado no 
computador, que captura a imagem do texto e a transforma no arquivo de símbolos, 
em seguida, executa-se o programa OCR (Optical Character Recognition) para 
reconhecer as letras do texto para que o programa de “leitor de tela” possa efetuar a 
leitura ou enviar para impressão em Braille. 
Os programas de computador que atribuem a função do sintetizador de voz 
são considerados uma das principais ferramentas da TA para autonomia das 
pessoas com deficiência visual, pois possibilitam o acesso ao mundo da informática 
e promovem a inclusão digital. Desta forma, estes programas permitem alcançar 
recursos que o ambiente de informática oferece para o aprendizado, pesquisa de 
informação e participação na rede social e virtual. Entre os programas acessíveis 
presentes no mercado estão (SACI, 2011; ASSISTIVA, 2011): 
a) DOSVOX: Programa desenvolvido e distribuído gratuitamente pelo 
Núcleo de Computação da Universidade Federal do Rio de Janeiro 
(2011). A principal característica deste software é a interatividade com 
o usuário, por meio de diálogo de voz humana gravada, que estabelece 
fácil compreensão e operação via teclado. 
b) Virtual Vision: Programa leitor de tela desenvolvido pela empresa 
brasileira MicroPower (2011) e distribuída gratuitamente por 
 
 
26 
estabelecimentos conveniados. O software utiliza o Delta Talk que faz 
o sintetizador de voz em português com boa qualidade de áudio. 
c) Jaws: Programa leitor de tela desenvolvido pela norte-americana 
Freedom Scientific (2011). Este software é considerado o mais 
requisitado no mundo por configurar para diversos idiomas e 
apresentar mais opções de acesso no computador. 
d) NVDA NonVisual Desktop Access: Programa leitor de tela de 
distribuição gratuita pela NV Acess com sede na Austrália. O 
protagonista do programa é Michael Curran, estudante cego e fundador 
da NV Acess. Atualmente participam várias pessoas voluntariamente 
de diversos países para melhorar e atualizar o programa. Este leitor é 
configurável para 20 idiomas diferentes e possui a versão compacta e 
portátil que permite o uso do programa gravado em dispositivo móvel – 
pendrive ou CD, possibilitando a conexão USB ou drive de CD de 
computador sem a necessidade de instalação do mesmo. Ressalta-se 
outra atividade da NV Acess que tem consórcio com a empresa Adobe 
para melhorar a acessibilidade dos arquivos em PDF (NV ACESS, 
2011). 
 
 
 
27 
3 CÓDIGO DE BARRA DE 2 DIMENSÕES: QR-CODE 
 
O QR-Code é um código de barra presente no mercado e o seu nome provem 
da abreviação das palavras “quick response” pela capacidade rápida de 
interpretação. 
 
Figura 4 – Código de barra de 1 dimensão e 2 dimensões 
 
 Fonte: Baseado em Kieseberg et.al. (2010). 
 
O código QR foi desenvolvido em 1994 pela empresa japonesa Denso-Wave 
(2011) do grupo Toyota, e aprovado como padrão internacional ISO no ano 2000 
(ISO/IEC 18004, 2006). Este código de barras QR é bi-dimensional (2D), conforme 
ilustrado na Figura 4, pelo fato de armazenar os dados em duas direções, horizontal 
e vertical, na estrutura da matriz diferenciando do código de barra de uma 
dimensão, que é linear e os dados estão somente na posição horizontal. 
 
 Figura 5 – Dispositivo de captura de imagem do código-QR no processo de indústria automotiva. 
 
 Fonte: Denso-Wave (2011). 
 
 
28 
A princípio, o uso do código QR foi destinado para controle de produção de 
peças automotivas (Figura 5) para auxiliar no rastreamento dos produtos, devido à 
facilidade na captura da imagem do código utilizando dispositivos com câmera, 
como scanner de mão, e transferir os dados para o microcomputador através da 
interface RS-232C. 
O código QR foi rapidamente difundido em vários países, principalmente no 
Japão, por atribuir as seguintes características (SOON, 2008; ISO/IEC 18004, 2006): 
 
a) maior capacidade de armazenamento de dados; 
b) suportar codificação de diferentes tipos de caracteres: alfanumérico, kanji 
(símbolo japonês), cyrillic (símbolo russo), outros símbolos, código binário 
e código de controle (Quadro 3); 
c) a empresa Denso-Wave tem a patente da tecnologia e disponibilizou a 
licença de uso livre para o domínio público e sem custo; 
d) apresenta estrutura padrão que não exige pré-requisitos de uso; 
e) os aplicativos de leitura estão disponíveis para instalação no aparelho 
celular. 
 
 Quadro 3 – Tipos e capacidade de dados do código QR 
Código QR – Capacidade de Dados 
Somente Numérico Até 7.089 caracteres 
Alfanumérico Até 4.296 caracteres 
Binário Até 2.953 bytes 
Kanji, completo com kana (símbolo da letra japonesa) Até 1.817 caracteres 
 Fonte: Adaptado de Denso-Wave (2012). 
 
Desta forma, esta tecnologia foi bem aceita no mercado e após o 
desenvolvimento de aplicativos de leitor de código QR para instalar no aparelho 
celular tornou-se um dos principais dispositivo para leitura do código de barraQR, 
passando a ser um novo escopo de estratégias para outras áreas também, 
principalmente relacionadas às áreas de comunicação. 
Em vista da popularização e crescimento no acesso à rede de internet, o 
código de barra QR vem sendo muito utilizado pelo setor de marketing para 
publicação de propagandas de produtos, armazenando o endereço de acesso do 
 
 
29 
catálogo na internet (URL). Assim, normalmente, o código QR é lido por meio do 
aparelho celular, e direcionado para visitar o site do divulgador. 
Desse modo, encontram-se disponíveis diversos tipos de aplicativos com 
função de leitura do código de barra para aparelhos celulares, que são de fácil 
acesso para instalar, conforme ilustrado na Figura 6. O código de barra pode ser 
considerado como ferramenta bem utilizada no mercado global, cuja tecnologia é 
inovadora e expandiu devido atribuir facilidade no uso e maior segurança das 
informações, principalmente, para identificar o produto, característica da mercadoria, 
boleto de pagamento, crachá de identificação entre outros. 
 
 Figura 6 – Aparelho celular e captura do código QR. 
 
 
 Fonte: Revista INFO (2009). 
 
3.1 CARACTERÍSTICAS DO CÓDIGO-QR 
Segundo a Denso-Wave (2011), o código de barra 2D foi elaborado com o 
intuito de aprimorar e aumentar a capacidade de armazenamento do código de 
barra, principalmente as especificações do produto, podendo suportar, conforme o 
seu tipo, até um arquivo em PDF (Portable Data File) com 4200 caracteres 
alfanuméricos. Isto devido o fato de que os primeiros códigos de barra codificavam 
somente números em quantidade limitada (Figura 7), e as empresas 
automobilísticas necessitavam catalogar diferentes partes do veículo para 
gerenciamento de inventário, assim, desde ano de 2003, utilizam o código 2D para o 
controle de grandes variedades de componentes. Na sequência, foi otimizado em 
 
 
30 
1999 o padrão japonês para QR-Code, padrão JISX 0510, que reconhece os 
símbolos da escrita japonesa (Kanji). 
 
 Figura 7 – Gráfico de evolução do código de barra. 
 
 Fonte: Adaptado de Soon (2008). 
 
 
Conforme Soon (2008), ISO/IEC 18004 (2006) e Red Titan (2012), a 
configuração do símbolo que forma o código QR (Figura 8) é formada por elementos 
de funções padrões e região de codificação que são: 
 
I. Funções padrões: posicionamento padrão, sincronização padrão, alinhamento 
padrão e área de separação (detector de padrão); 
II. Região de codificação: informação do formato, informação de versão e 
espaço para dados (dados e ECC - Error Correction Codewords). 
 
 Figura 8 – Estrutura geral do código QR 
 
 Fonte: Baseado em ISO/IEC 18004 (2006);Red Titan (2012). 
 
 
31 
a) Posicionamento Padrão (Finder Pattern): referência padrão fixa nas 
posições definidas na matriz do símbolo QR, que permite ao programa 
(software) de decodificação sincronizar e mapear as coordenadas por 
meio destes elementos. Existem três elementos de posicionamento padrão 
que são iguais de tamanho, ângulo e formato. O formato é quadrado 
concêntrico e sobreposto de módulos com áreas escuras (7x7), claras 
(5x5) e escuras (3x3), assim a proporção entre as larguras de cada 
módulo padrão de posicionamento é 1 : 1 : 3 : 1 : 1 (Figura 9), os quais 
ocupam respectivamente a parte superior direita, superior esquerda e 
inferior a esquerda. Este posicionamento padrão auxilia para detectar a 
localização e orientação do símbolo em todas as direções, abrangendo 
360º (YOKOTA, 2009). 
 
 
Figura 9 – Estrutura do posicionamento padrão (Finder Pattern). 
 
 Fonte: ISO/IEC 18004 (2006). 
 
 Figura 10 – Configuração padrão do Código QR. 
 
 Fonte: Baseado de Soon (2008); ISO/IEC 18004 (2006); Red Titan(2012). 
 
 
 
32 
b) Sincronização Padrão (Timing Pattern): identifica a coordenada central 
dos módulos de dados. Este elemento padrão está disposto na posição 
horizontal e vertical da matriz, na linha seis, cujos módulos são escuros e 
claros alternados, iniciando e terminando com módulos escuros, formando 
caminhos que sincronizam para fornecer a posição dos dados, assim, 
auxiliam para determinar as coordenadas dos módulos contendo dados 
quando o símbolo do código QR encontra-se com alguma distorção 
(Figura 10). 
 
Quadro 4 – Alinhamento padrão e módulos por versão do código QR. 
 
Fonte: Baseado em ISO/IEC 18004 (2006). 
 
 
 
c) Alinhamento Padrão (Alignment Patterns): Este elemento padrão está 
presente na versão dois e superior na matriz do código QR. O alinhamento 
padrão tem formato quadrado concêntrico e sobreposto de módulos com 
áreas escura (5x5), clara (3x3) e um módulo central único escuro. O 
número de padrão de alinhamento está relacionado à versão do símbolo 
do código QR (Quadro 4), e as posições na matriz estão estabelecidas 
(Figura 11). A função do alinhamento padrão é corrigir as distorções não 
lineares do símbolo, assim, o posicionamento deste padrão auxilia para 
detectar a coordenada central da matriz. 
 
 
Versão 
do 
Símbolo 
Número de 
Alinhamento Padrão 
Número de 
Módulos 
Total Interno 
1 Não tem 21x21 5 
2 1 25x25 9 
6 1 41x41 25 
7 6 45x45 29 
14 13 73x73 57 
21 22 101x101 85 
40 46 177x177 161 
 
 
33 
 Figura 11 – Estruturas do símbolo do código QR por versão 
 
 
 
 
 
 Fonte: Baseado em ISO/IEC 18004 (2006). 
 
 
 
 
34 
Figura 12 – Estrutura do código QR e a Informação de versão. 
 
 Fonte: Baseado em ISO/IEC 18004 (2006). 
 
 
d) Informação de versão: refere-se à versão do símbolo do código QR que 
aparece na matriz apresentado a partir da versão 7 ou superior. Esta 
informação de versão é constituída de 18 bits contendo 6 bits de dados e 
mais 12 bits de correção de erro utilizando os páreos (18,6) do código 
Golay, Algorítmo de “error-correcting code used”. A informação de versão 
aparece duas vezes no símbolo (Figura 12) para confirmar a decodificação 
correta do símbolo conforme a versão utilizada na geração. Deste modo, a 
área que a informação de versão ocupa é 6x3 módulos acima da linha de 
sincronização padrão e a esquerda do separador padrão localizado à 
direita superior da matriz, e a área ocupada por 3x6 módulos para a 
esquerda de sincronização padrão e acima do símbolo de posicionamento 
padrão. 
 
Figura 13 – Informação do formato no símbolo do Código QR. 
 
 Fonte: Baseado em ISO/IEC 18004 (2006). 
 
 
 
 
 
 
35 
e) Informação do formato: Esta referência é uma sequência de 15 bits 
contendo 5 bits de dados e 10 bits de correção de erros, que são dados 
essenciais para decodificação do código QR. Os dados de correção de 
erros estão relacionados à Teoria de códigos de BCH (Bose-Chaudhuri-
Hocquenghem). A informação do formato tem área reservada, pré-definida 
e em duplicidade, conforme ilustrado na Figura 13. A redundância de 
dados auxilia na decodificação correta das informações. 
 
f) Área de Separação e detecção de padrão (Separator for position and 
Detection Patterns): Esta área é definida como elemento padrão, tem a 
largura de um módulo, que reserva um espaço claro e sequencial no 
formato “L”. A função da área de separação é auxiliar para detectar os 
elementos padrões, assim apresenta em volta dos símbolos de 
posicionamento padrão, isolando da matriz, que ficam nos cantos 
superiores e no canto esquerdo inferior. 
 
 Figura 14 – Estrutura de preenchimento dos dados e do ECC. 
 
 Fonte: Baseado em ISO/IEC 18004 (2006); Red Titan (2012). 
 
g) Espaço de dados (Data and ECC): Este espaço está reservado para 
preencher as informações de dados e códigos de correção de erro (ECC), 
os quais são codificados em números binários, “0” e “1”, e armazenados 
conforme regras estabelecidas (Figura 14), apresentando áreasescuras e 
claras. Na área de ECC são incorporados os códigos de Reed-Solomon 
para detecção e correção de erros. O armazenamento das informações é 
 
 
36 
preenchido em duas colunas de largura do módulo, de modo alternado, 
iniciando-se da direita para a esquerda na direção de baixo para cima. 
Chegando ao topo, muda-se para coluna à esquerda e segue o 
preenchimento alternado na direção para baixo. Observa-se que as áreas 
reservadas para os símbolos com função padrão são saltadas e, também, 
a cada módulo (bit) é colocado na primeira posição do módulo, como 
indicado o preenchimento do “E9” na Figura 14. Cada símbolo de dados é 
dividido exatamente em caracteres binários de 8 bits, sendo que, em caso 
de bits remanescentes (resto), estes são preenchidos com valor zero 
antes de converter em código QR. Assim como, os caracteres ocupam 
números diferentes de bits para codificar em dados, conforme apresentado 
no Quadro 5. 
 
Quadro 5 – Quantidade de bits ocupado por tipo de caracter 
Tipo de caracter Quantidade de bits 
Numérico 3,3 bits/caracter 
Alfanumérico 5,5 bits/caracter 
Binário - modo 8 bits/caracter 
Kanji 13 bits/caracter 
 Fonte: adaptado de Soon (2008). 
 
Conversion 
h) Área vazia (Quiet Zone): esta área é clara e demarca o limite externo do 
código QR. 
 
Desse modo, uma das principais características do Código QR é não haver 
necessidade do ususario determinar o posicionamento ou ângulo do seu dispositivo 
para capturar a imagem, pois o código é reconhecido na posição correta pelas 
funções padrões. Além disso, o Código QR pode ser combinado a outro formando 
um símbolo de porte maior ou ainda, pode ser dividido em até 16 símbolos 
separados. 
 
 
 
 
 
37 
3.2 CAPACIDADE DE CORREÇÃO DE ERROS 
 
Quadro 6 – Capacidade de correção de erro 
Nível 
Percentual máximo de 
recuperação de dados 
L 7% 
M 15% 
Q 25% 
H 30% 
Fonte: Soon (2008); ISO/IEC 18004 (2006). 
 
 
Diante de recursos para detecção e correção de erros, emprega-se o 
algoritmo Reed-Solomon na elaboração do código QR. O código de correção de erro 
(ECC) é gerado e adicionado na sequencia dos códigos de dados armazenados, 
que asseguram os mesmos em casos de perder alguma informação. A capacidade 
de recuperação e correção de erros está dividida em quatro níveis, conforme 
ilustrado no Quadro 6. Assim, o código QR com manchas e distorções possa ser 
recuperado, abrindo a possibilidade de criar código QR artísticos sem perder a 
funcionalidade, utilizando cores e acrescentando outros designers no símbolo do 
código. 
 
 
 
 
 
38 
4 APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE BARRA 2D – QR CODE NO APARELHO 
CELULAR 
 
As atividades da pesquisa foram realizadas no Laboratório de Concepção e 
Desenvolvimento de Produtos do PPGEPS da PUCPR e no Centro de Informática 
para Deficientes Visuais Professor Hermann Görgen já que esta instituição dispõe 
de equipamentos configurados para atender alunos com deficiência visual. 
Esclarece-se também que um dos integrantes do grupo desta pesquisa é uma 
pessoa cega, usuário de aparelho celular e tem conhecimento e experiência em 
recursos de informática adaptados para pessoas com deficiência visual. 
Seguindo o procedimento técnico da pesquisa, primeiramente foram 
selecionados os aparelhos celulares, os programas software para captação da 
imagem e as imagens do código QR para executar o processo. No processo de 
aquisição do código de barra QR foram selecionados os programas software 
geradores para instalar e operar no microcomputador. Assim, os programas e os 
dispositivos seguiram critérios de seleção, abordando principalmente a 
acessibilidade para pessoas com deficiência visual. 
 
4.1 PROCESSO DE CAPTURA DO CÓDIGO QR 
4.1.1 Seleção do aparelho celular 
 
 Os critérios para a configuração mínima necessária para seleção do aparelho 
de celular foram: 
 
1. Possuir o sistema operacional compatível para instalação do programa de 
leitor de tela; 
2. Possuir câmera para o processo de captura de imagem; 
3. Ter memória suficiente para instalação dos programas software leitor de tela e 
leitor de código de barra; 
4. Conexão WEB para acesso a internet para baixar (download) os aplicativos 
de leitor de código de barra ou ter cabo de conexão para o microcomputador. 
 
 
39 
Nos aparelhos da Nokia (2011) selecionados (Figura 15) foi instalado o 
programa leitor de tela Talks da Nuance (2011) na memória RAM. No aparelho 
Nokia E5-00 foi instalado o programa Talks versão 5.32, o mais atualizado, devido 
possuir capacidade maior de memória. Estes aparelhos celulares pertencem aos 
usuários que frequentam a instituição e os aplicativos possuem a licença de uso 
fornecida pelo programa “Bradesco Celular para Pessoas com Deficiência Visual”. 
O programa leitor de tela, o Voice Over, vem instalado no aparelho da Apple 
(2011) Iphone 4 pelo fabricante, bastando configurar e ativar o programa. 
 
Figura 15 – Configuração dos aparelhos celulares selecionados. 
Aparelho 
Celular 
 
Modelo Nokia 6120 Nokia N95 Nokia E5-00 Apple Iphone 4 
Sistema 
operacional 
Symbian 60 Symbian 60 Symbian 60 iOS 6 
Câmera 2 megapixels 5 megapixels 5 megapixels 8 megapixels 
Mémoria 
RAM 
35 Mb Flash 64 Mb SDRAM 256 Mb SDRAM 512 EDRAM 
Memória 
Cartão 
1GB 
Micro-SD 
2Gb 
Micro-SD 
4Gb 
Micro-SD 
4Gb 
Micro-SD 
Software 
Leitor de tela 
Nuance Talks 
5.03 
Nuance Talks 
5.03 
Nuance Talks 5.32 Voice Over 
Fonte: Autores (2012). 
 
 
 
 
 
40 
4.1.2 Seleção do aplicativo software de leitor de código de barra 
Os aplicativos de leitor de Código de Barra, software para instalar no aparelho 
celular, foram selecionados conforme os seguintes critérios: 
 
1. Compatível para instalação nos aparelhos celulares definidos; 
2. Acessibilidade pela pessoa com deficiência visual no site onde se encontra 
o aplicativo, seja acessando o ambiente da internet no computador ou 
diretamente no aparelho celular, para efetuar download do programa e a 
instalação do mesmo; 
3. O aplicativo ser compatível com o programa leitor de tela; 
4. Aplicativo preferencialmente com opção para configuração em Língua 
Portuguesa. 
 
Quadro 7 – Aplicativos de leitura de código QR para aparelho celular. 
Aplicativo Leitor 
de Código QR 
Nokia 6120 Nokia N95 Nokia E5-00 
Apple 
Iphone 4 
Kaiwa 
http://reader.kaywa.com 
Instalado no 
aparelho. 
Instalado no 
aparelho. 
Não 
disponível. 
Instalado no 
aparelho. 
Beetagg 
http://get.beetagg.com 
Instalado 
pelo 
computador 
Instalado no 
aparelho. 
Instalado no 
aparelho. 
Instalado no 
aparelho. 
I-Nigma 
www.i-nigma.mobi 
Instalado 
pelo 
computador 
Instalado no 
aparelho. 
Instalado no 
aparelho. 
Instalado no 
aparelho. 
Lynkee 
http://m.lynkee.com 
Instalado no 
aparelho. 
Instalado no 
aparelho. 
Não 
disponível. 
Instalado no 
aparelho. 
UpCode 
http://www.upcode.mobi/ 
Instalado no 
aparelho. 
Instalado no 
aparelho. 
Instalado no 
aparelho. 
Instalado no 
aparelho. 
Neoreader 
http://get.neoreader.com/ 
Instalado no 
aparelho. 
Instalado no 
aparelho. 
Instalado no 
aparelho. 
Instalado no 
aparelho. 
Scanlife 
http://www.getscanlife.com/ 
Instalado 
pelo 
computador 
Instalado 
pelo 
computador 
Instalado 
pelo 
computador 
Instalado 
pelo 
computador 
Mobiletag 
http://m.mobiletag.com/ 
Não 
acessível. 
Não 
acessível. 
Não 
acessível. 
Não 
acessível. 
EasyQR 
http://www.easyqr.com/ 
Não 
acessível 
Não 
acessível 
Não 
acessível 
Instalado no 
aparelho 
QRReader 
https://itunes.apple.com/br/app/qr-
reader/id416340726?mt=8 
Não 
disponível 
Não 
disponível 
Não 
disponível 
Instalado no 
aparelho 
Qrafter 
https://itunes.apple.com/us/app/qrafter-
qr-code-reader-
generator/id416098700?mt=8 
Não 
disponível 
Não 
disponível 
Não 
disponível 
Instalado no 
aparelho 
Fonte: Autores (2012). 
 
 
 
41 
Os programas selecionados foram: Kaiwa (2012),Beetagg (2012), I-Nigma 
(2012), Lynkee (2012), UpCode (2012), Neoreader (2012), Scanlife (2012), 
Mobiletag (2012), EasyQR(2012), QRReader (2012) e Qrafter (2012). Estes 
aplicativos atendem aos critérios, porém nem todos são instaláveis em todos os 
aparelhos celulares selecionados devido à incompatibilidade da versão do sistema 
operacional, que faz diferenciar os programas um do outro, que por sua vez, não se 
encontra disponível para todos os modelos de aparelho celular. Desta forma, foram 
instalados nos aparelhos celulares conforme demonstrado no Quadro 7. 
Entre os aplicativos de leitores selecionados, o Kaiwa está disponível a opção 
na Língua Portuguesa (Figura 16). A maior parte dos aplicativos identificou o 
aparelho celular quando iniciava a instalação diretamente no dispositivo acessando 
o endereço do aplicativo (browse). Alguns aplicativos apresentaram também, a 
opção de informar a marca e o modelo antes de iniciar a instalação do mesmo. 
 
 Figura 16 – Aplicativo de leitura do Kaiwa 
 
 Fonte: Autores (2012), adaptado de KAIWA (2012). 
 
 
 
 
 
42 
4.1.3 Preparação da imagem do código QR para processo de captura 
 
Na preparação da imagem do Código QR para o processo de captura de 
imagem foram considerados os seguintes tópicos: 
 
1. Versão do código QR: foram configurados nas versões 2, 6, 7 e 14; 
2. Tamanho do símbolo: foram impressos nos tamanhos, em centímetros: 2, 
3, 5 e 7. 
3. Número de caracteres: palavras e frases de 5 a 255 caracteres. 
4. Iluminação do local: utilizada lâmpada fluorescente, lâmpada 
incandescentes e luminária de Led; 
5. Distância para detecção: distância do aparelho celular e da imagem para 
capturar; 
6. Tipo de papel: branca e colorida; 
7. Cor da impressão da imagem: preta e colorida. 
 
Para gerar a imagem do código de barra QR em versões, nível de 
capacitação de erros diferentes, foi acessado o site da Raco Industries (2012). 
Assim como, para gerar código QR com forma e cor diferentes do símbolo foi 
utilizado o site QRDesigner (2012), conforme ilustrado na Figura 17. 
O site da QRDesigners permite gerar código QR nas cores preta, vermelha, 
azul e verde, e formatar a parte escura do símbolo nas formas quadradas, circulares 
e arredondada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
 Figura 17 – Site utilizado para gerar imagem do Código QR. 
 
Fonte: Autores (2012), baseado em Raco Industries (2012); QRDesigner (2012). 
 
 
Foram também utilizados os sites da internet: QRdesign (2012), Atomurl 
(2012), Kaywa (2012) e Goqr (2012) (Figura 18) para gerar código QR, que são os 
mesmos utilizados para o processo de aquisição do código. 
 
 
 
44 
 
Figura 18 – Imagem de código QR para processo de captura. 
 
Fonte: Autores (2012). 
 
 Para a pessoa com deficiência visual localizar o código QR no papel de forma 
tátil, foram utilizados recursos em relevo fazendo-se vinco, escrita em Braille e 
pontos em volta da imagem do Codigo QR, conforme ilustrado na Figura 19. 
 
Figura 19 - Localização do código QR no papel em relevo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Autores, 2012. 
 
 
 
Marcas em relevo em 
volta de cada código 
QR 
 
 
45 
4.2 PROCESSO DE AQUISIÇÃO E GERAÇÃO DO CÓDIGO QR 
 
 A aquisição de imagem do código de barra QR foi efetuada diretamente nos 
sites de internet que têm páginas para gerar o código levando-se em consideração 
os seguintes critérios: 
 
1. que o site apresente acessibilidade de tal forma que o programa leitor de tela 
consiga interpretar e o usuário possa navegar manuseando o teclado; 
2. que o site não apresente instruções de escolha ou solicitação de informações 
que o leitor de tela não consiga interpretar, para que o usuário possa 
prosseguir a atividade sem depender de auxílio de alguém que enxergue, 
como é o caso de confirmação de informações que solicita ao usuário digitar 
as letras que aparecem distorcidas dentro de uma caixa de imagem para 
segurança de spam em rede; 
3. que o site contenha, preferencialmente, a opção de navegar com aparelho 
celular, pois estes endereços têm menos serviços de marketing, o que facilita 
a navegação; 
4. que a página apresente preferencialmente a opção da Língua Portuguesa; 
5. que possibilite a gravação, ou seja, salvamento da imagem do código QR, via 
teclado, em arquivo do microcomputador. 
 
Diante das considerações, os sites selecionados para aquisição de imagem 
do Código QR foram: QRDesign (2012), Atomurl(2012), Kaywa(2012) e Goqr(2012). 
O site do QRDesign é brasileiro e usa somente a Língua Portuguesa. O site de 
Kaywa apresenta a opção de usar a Língua Portuguesa. 
Durante o primeiro teste de acessibilidade, o site de Atomurl não permitiu 
totalmente o manuseio via teclado e também apresentou serviços de marketing no 
início da página deixando lento o acesso, assim, foi excluído da relação (Figura 20). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 Figura 20 – Acessibilidade do site usando leitor de tela 
 
 Fonte: Autores (2012) adaptado de ATOMURL(2012). 
 
Assim, foram selecionados para o processo de aquisição do código QR os 
sites QRDesign, Kaywa e Goqr (Figura 21), apresentando as seguintes 
características: 
 
1. O site do QRDesign permite entrar com as informações do tipo texto, posição 
geográfica, endereço URL, e-mail e número de telefone; 
2. O site do Kaywa permite entrar com as informações do tipo texto até 160 
caracteres. Também possibilita a geração do código QR de: mensagens, 
endereço URL, número de telefone e informações de contato (nome, 
endereço, telefone, site etc.); 
3. O site Goqr permite a entrada de informações do tipo texto até 300 
caracteres. Permite a entrada de informações do tipo telefone, mensagem e 
informações de contato. 
4. Os sites QRDesign e Kaywa oferecem outros serviços tarifados como de 
customização da imagem do código QR. 
 
 
 
 
 
 
 
47 
Figura 21 – Sites selecionados para o processo de aquisição do código QR. 
 
Fonte: Autores (2012) baseado em QRDESIGN (2012); KAYWA (2012); GOQR (2012). 
 
 
 
 
48 
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS 
 
Este Capítulo apresenta a análise dos resultados obtidos no processo de 
captura do código QR e no processo de aquisição e geração do código QR 
executadas pela pessoa com deficiência visual. 
5.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS: PROCESSO DE CAPTURAR O CÓDIGO QR 
Antes de iniciar o processo de captura do código QR, o usuário com 
deficiência visual recebeu a explicação dos procedimentos a serem seguidos. Assim, 
o processo foi iniciado com o acionamento do aparelho celular, a configuração do 
leitor de tela e a instalação do aplicativo leitor de código de barra. Na sequência, o 
usuário escolheu o aplicativo para executar e direcionava o aparelho celular para o 
local que estava o código QR impresso. Todos os procedimentos foram efetuados 
de forma que o executasse a atividade com autonomia, sem o apoio de pessoa com 
visão normal. 
Desta forma, no processo de captura da imagem do código QR pelo usuário 
com deficiência visual, através do aparelho celular adaptado com leitor de tela, 
influênciaram os seguintes fatores: desempenho do aparelho celular, programa de 
leitura de código de barra, versão do código QR, luminosidade do ambiente e relevo 
para localização, e que são detalhados nos tópicos a seguir. 
 
5.1.1 Influência do modelo do aparelho celular 
 A performance dos aparelhos celulares está relacionada aos dispositivos mais 
recentes lançados no mercado, assim, o dispositivo E5-00 da Nokia e o Iphone 4 da 
Apple tiveram melhor desempenho para capturar a imagem do Código QR. Neste 
aspecto, percebeu-se que os programas de leitura de código QR nem sempre estão 
disponíveis para celulares de lançamento no mercado, como ocorreram com o 
celular E5-00 e Iphone4. Para os celulares da Apple existem outros aplicativosexclusivo de leitor de código de barra. 
Entre o celular N95 e E5-00 da Nokia, apesar de terem configuração 
semelhante, o desempenho foi diferente devido forte influência nas questões do 
tamanho e posição que se encontrava a imagem, e a distância do aparelho e a 
 
 
49 
imagem; o N95 levava mais tempo que o E5-00 para capturar o código QR. Assim, o 
Nokia 6120, que tem configuração mais simples, ficou com o menor desempenho 
perante outros dispositivos. Neste ponto, verificou-se que o E5-00 e o Iphone4 
conseguem capturar a imagem do código QR em ângulos diferentes, inclusive na 
tela de computador e versões de código QR usando caracteres JISX (Figura 22). 
 
Figura 22 – Captura de imagem em ângulo diferente e caracteres JISX. 
 
 
 
 Fonte: Autores (2012) baseado em Denso-Wave (2011). 
 
5.1.2 Desempenho dos programas de leitor de código de barra e leitor de tela 
 Cada aplicativo de leitor de código de barra apresentou diferente modo de 
operação. A captura de imagem de código QR pelos aplicativos Kaiwa e I-Nigma foi 
interpretada pelo leitor de tela na sequência em que o texto era mostrado na tela do 
aparelho celular. Em relação aos outros aplicativos, apesar do texto ser mostrado na 
tela do aparelho celular, não foi possível a interpretação pelo leitor de tela. Dessa 
forma, foi necessário o envio da imagem decodificada para um aplicativo de texto 
(como o envio de mensagem) para que o leitor de tela fosse capaz de fazer a 
interpretação do texto. Para a opção de ampliar a tela, orientada para pessoas com 
baixa visão, os resultados mostraram-se da mesma forma, somente os textos 
interpretados que apareceram na tela foram ampliados. 
 
 
50 
Nos aparelhos da Nokia, os aplicativos da Beetagg, UpCode, Neoreader, Lynkee e 
Scanlife apresentaram o mesmo desempenho para o processo de captura da 
imagem, no entanto, o Beetagg ofereceu operação mais simples, facilitando o 
manuseio pelo usuário. 
 Assim, conforme o usuário, entre os aplicativos de captura de imagem, a do I-
Nigma e do Beetagg tiveram melhor desempenho para executar e também o retorno 
de interpretação do código QR pelo leitor de tela. 
Apesar do programa do I-Nigma ter rápido captura e interpretação do código 
QR, o aplicativo não interpretou algumas letras da Língua Portuguesa como “Ç” e 
acentuação, e na tela do aparelho celular apareceu figura quadrada ou o símbolo do 
kanji no lugar destes caracteres, o qual não foi interpretado pelo leitor de tela que 
estava configurada para Língua Portuguesa. 
 No aparelho da Apple também, os programas exclusivos tiveram bons 
desempenho para capturar a imagem, mas demonstrou que há necessidade de 
habilidade e prática do usuário para operar estes aplicativos, principalmente o fato 
da tela ser touch screen e os comandos estarem em diferentes posições. 
 
5.1.3 Versão do código QR e o número de caracteres 
 As versões do código QR estão relacionadas ao número e tipo de caracteres 
do texto que formam a imagem de código QR, assim, quanto maior o número de 
caracteres, a imagem do código QR tende a estar mais preenchidas e detalhadas. 
Com isto, o tamanho da imagem e a impressão no papel influênciam na identificação 
das partes claras e escuras da imagem pelo aplicativo de leitor de código de barra. 
No entanto, observou-se que o tamanho de imagem superior a 5 cm dificulta a 
focalização da tela do aparelho celular para capturar a imagem. 
 
5.1.4 Luminosidade do ambiente 
 No fator de luminosidade do ambiente foram utilizadas lâmpadas 
fluorescentes, incandescentes e led. Diante da claridade do ambiente para capturar 
o código QR, as lâmpadas fluorescentes favorecem a captura, no entanto, a cor do 
papel e a cor da tinta usada para impressão tiveram maior influência. A imagem 
 
 
51 
impressa no papel branco com tinta preta obteve melhor resultado para capturar a 
imagem. 
Porém, o fator mais crítico neste ítem foi a sombra projetada pelo usuário com 
o aparelho celular sobre a imagem no momento da atividade, ou seja, conforme o 
tipo e localização da fonte de luz, a sombra do usuário dificultava a resposta do 
aplicativo de leitor de tela, fazendo com que fosse necessário procurar uma posição 
melhor do aparelho celular para a captura da imagem. Assim, a luminosidade, a 
distância do aparelho celular e da imagem influencia a captura do código QR. 
 
5.1.5 Relevos para localização 
Os relevos colocados na folha de papel auxiliaram o usuário com deficiência 
visual a localizar a imagem impressa, facilitando o direcionamento do aparelho 
celular e a focalização na imagem do código QR. Para os celulares iphone4 e E5-00 
que tem tecnologias mais avançadas, o relevo não se faz necessário, porém para 
outros modelos de configuração mais simples o relevo é essencial para localizar o 
código. O relevo é importante para o usuário perceber o código QR bem como 
identificar se existe mais de uma imagem impressa no papel. 
 
5.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS: PROCESSO DE AQUISIÇÃO E GERAÇÃO DO 
CÓDIGO QR 
Este processo de aquisição e geração do código QR favorece a pessoa com 
deficiência visual, pois possibilita a criação de um código personalizado que conterá 
anotações pessoais ou de uso cotidiano facilitando a sua autonomia. A aquisição da 
imagem depende da acessibilidade dos sites da rede internet que possibilita do leitor 
de tela interpretar, assim como, da disponibilidade das informações para introduzir 
os dados e gerar o código QR. 
Vale ressaltar o conhecimento de informática e a prática do usuário neste 
processo que a partir do endereço do site executou todo o processo. A partir daí o 
processo teve sequência com o usuário entrando no site e encontrando o local para 
inserir uma informação. Em seguida o ususario digitou a informação, gerou o código 
e transferiu a imagem para uma pasta do computador. Para confirmar a geração do 
 
 
52 
código, o usuário executou a captura da imagem através do aparelho de celular. 
Para definir o tamanho da imagem, o usuário executou software de tratamento de 
imagem ou o próprio aplicativo gerador de imagem possibilitou a escolha do 
tamanho. 
Diante dos resultados, entre os sites selecionados, o Goqr foi o que permitiu 
ao usuário informar, gerar e capturar o código facilmente e com autonomia. Nos 
sites do QRDesign e Kaiwa o processo de aquisição do código também foi completo, 
mas houve interferência de pessoas sem deficiência visual para informar o conteúdo 
da tela do computador. 
 O processo de imprimir o código QR e colocar as marcas em relevo foram as 
etapas pós-aquisição de imagem que dependeram do auxílio de pessoas sem 
deficiência visual, bem como a classificação do tamanho ideal da imagem conforme 
o propósito de uso. Assim, no caso de identificação de recipientes ou objetos 
pequenos, como por exemplo condimentos (sal, pimenta, açúcar, orégano, etc) que 
estão dentro de frascos pequenos e iguais, o tamanho do código impresso foi de 2 
cm X 2 cm. Já para notação, como informações de contato, a impressão do código 
ficou entre 3 cm x 3 cm a 5 cm x 5 cm, que possibilitaram fácil captação do aparelho 
celular no momento da leitura do código QR. 
 
 
 
 
 
53 
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 
 
 Os processos descritos detalhadamente neste relatório, de capturar a imagem 
do código QR através do aparelho celular e a aquisição e geração da imagem 
exclusivamente por pessoa com deficiência visual, apresentaram a possibilidade de 
utilizar as tecnologias existentes no mercado para atender na área de TA, por 
conseguinte contribuindo como mais uma alternativa de instrumento mediador para 
auxiliar nas atividades das pessoas com limitação visual. 
 Neste aspecto, apesar da tecnologia do código QR ser de uso público, o seu 
uso ainda depende do conhecimento das pessoas e dos dispositivos. Assim, como 
os modelos dos aparelhos celulares de última geração permitem a instalação de 
aplicativos

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