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Evolução da Análise do Discurso

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já que ela passou por várias fases, na medida em que formulava e 
reformulava seu procedimento de análise e seu objeto de estudo ao longo do 
tempo. As fases podem ser descritas da seguinte forma: 
• AD1: o discurso é uma máquina autodeterminada sobre si mesma, de tal 
modo que um sujeito-estrutura determina os sujeitos como produtores de 
seus discursos; os sujeitos acreditam que produzem os seus discursos, 
quando na verdade são assujeitados ao discurso. A proposta metodológica 
era o estabelecimento de um corpus fechado de sequências discursivas 
selecionadas num espaço discursivo fechado, dominado por condições de 
produção estáveis e homogêneas.
• AD2: caracterizada pela introdução do conceito de formação discursiva, 
implodindo a noção de máquina estrutural fechada da fase anterior. O 
estabelecimento do corpus se dá de modo a se observarem as interinfluências 
entre duas formações distintas.
Uma formação discursiva é um conjunto de 
regras anônimas, históricas, sempre determinadas no 
tempo e no espaço, que definiriam em uma época 
dada, e para uma área social, econômica, geográfica 
ou linguística dada, as condições de exercício da 
função enunciativa. 
(FOUCAULT, Michel. Arqueologia do saber. 
São Paulo: Loyola, 1996)
• AD3: há a definitiva desconstrução da noção de maquinaria discursiva. 
Adota-se a perspectiva segundo a qual os diversos discursos que atravessam 
uma Formação Discursiva não se constituem independentemente uns dos 
outros para, em seguida, serem postos em relação, mas se formam de 
maneira regulada no interior de um interdiscurso. O objeto de análise passa 
a ser o interdiscurso (Cf. Tópico 3, item d).
Costa (2005) defende a emergência de uma quarta fase para a Análise 
do Discurso francesa. Tal fase seria caracterizada, sumariamente, por uma 
concepção de sujeito relativamente assujeitado. Os graus de assujeitamento 
dependeriam das diversas instâncias da sociedade, por uma 
interdisciplinaridade constitutiva, o estudo do discurso deve ser conjugado a 
outras disciplinas como a antropologia, a comunicação, a sociologia etc, pela 
preferência por uma análise qualitativa e interpretativa dos fatos discursivos 
e pela concepção de discurso como forma de intervenção no mundo..
ANÁLISE DA CONVERSAÇÃO
A Análise da Conversação consiste numa abordagem discursiva que teve 
origem na década de 60 (assim como a AD francesa), ligada aos estudos 
sociológicos. Segundo Dionísio (2001), a maior preocupação da AC é 
compreender o modo pelo qual a linguagem é estruturada para favorecer a 
comunicação, reconhecendo que a conversação nos diz algo sobre a natureza 
da língua como fonte para se fazer a vida social.
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