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EDUCAÇÃO FÍSICA INCLUSIVA E ESPORTES ADAPTADOS Cintia Costa Medeiros Martins A educação física e os esportes adaptados Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Explicar a evolução da educação física e dos esportes adaptados. � Analisar a relação entre educação física e esportes adaptados em diferentes contextos socioculturais. � Discutir a influência da educação física na estruturação dos esportes adaptados. Introdução A realidade de grande parte dos portadores de necessidades educativas especiais no Brasil e no mundo revela poucas oportunidades para a prática de jogos, esportes ou atividade física regular. A prática de atividades físicas ou esportivas por portadores de algum tipo de deficiência — visual, auditiva, mental ou física — tem valor terapêutico e pode proporcionar benefícios físicos e psíquicos, como a oportunidade de testar seus limites e potencialidades, prevenir as enfermidades secundárias à sua deficiência e promover a integração social do indivíduo (SILVA, 2018). Neste capítulo, você vai aprender sobre a prática do esporte adaptado, e são necessários apoios de natureza social, material, afetiva e emocio- nal para o sucesso nessa ocupação. O apoio social é definido como “[…] qualquer informação, falada ou não, e ou auxílio material oferecido por grupos e/ou pessoas que se conhecem e que resultam em efeitos emocionais e/ou comportamentos positivos [...]” (PANZIERA; FRAGA; CARVALHO, 2016, p. 99). 1 Evolução da educação física e dos esportes adaptados O esporte adaptado é uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento da pessoa com deficiência na sociedade, e é eficaz na conscientização sobre a deficiência entre crianças, jovens e adultos. Além disso, pode provocar mudanças de atitudes em relação às pessoas com deficiência e proporcionar reflexões quanto à perspectiva de possibilidades de todos fazerem parte do mesmo grupo, valorizando as singularidades e assumindo um papel importante como compromisso com a inclusão social. A educação física adaptada, intimamente associada à área de desenvolvi- mento motor, facilita o desenvolvimento global de indivíduos com deficiência (CASTRO, 2005). Embora passe a ter maior reconhecimento a partir da criação dos Jogos Paralímpicos ou Paralimpíadas, em meados do século XX, o es- porte adaptado tem origem anterior ao surgimento desses jogos. Os esportes adaptados começaram a ganhar importância a partir da Primeira Guerra Mundial, pois países como a Alemanha e o Reino Unido buscavam amenizar os prejuízos sofridos pelos combatentes. Na Inglaterra, existiu uma associação de jogadores de golfe que acolhia amputados unilaterais de membros superiores (CARDOSO, 2011). No entanto, a popularização desses esportes aconteceu após a Segunda Guerra Mundial: O término da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foi um marco para a evolução do desporto adaptado para pessoas com deficiência; muitos solda- dos retornavam aos seus países e traziam em seu corpo marcas que jamais esqueceriam. O pós-guerra deixou muitos soldados mutilados, com distúrbios motores, visuais e auditivos, o que fez com que seus governos tomassem uma série de providências sobre a qualidade de vida desses indivíduos; com isso, muitos começaram a ter acesso a práticas esportivas e atividades físicas adaptadas como forma de tentar minimizar as adversidades causadas pela guerra (CARDOSO, 2011, p. 531). Devido ao avanço de pesquisas científicas em diversas áreas da saúde, como fisioterapia, medicina, educação física e psicologia, e também devido ao crescimento sociocultural, houve um maior entendimento de familiares, do próprio indivíduo com deficiência e da sociedade sobre o real conceito de deficiência em relação às limitações e às possibilidades. A partir disso, o esporte adaptado não é mais praticado somente com o objetivo de reabili- tação, da melhora puramente física e do combate a um quadro de depressão, A educação física e os esportes adaptados2 mas passa a assumir um caráter profissional, no campo do alto rendimento (PANZIERA; FRAGA; CARVALHO, 2016). Cada vez mais pessoas com deficiência optam pelo esporte devido ao cami- nho profissional que querem (e podem) por meio dele conseguir do que apenas devido à preocupação com a saúde em seus aspectos físicos ou cognitivos. O esporte adaptado como forma de reabilitação de pessoas com deficiência ganhou destaque na década de 1940, na cidade de Aylesbury, na Inglaterra, a partir da criação do Centro Nacional de Lesionados Medulares do Stoke Mandeville Hospital pelo neurologista Ludwig Guttmann. O objetivo do governo inglês era que esse centro servisse para o tratamento de soldados feridos na Segunda Guerra Mundial (GORGATTI; COSTA, 2008). Guttmann passou a utilizar o esporte como meio de reabilitação para as pessoas com deficiência, e obteve sucesso com a reabilitação de ex-comba- tentes a partir de jogos desportivos em cadeira de rodas (CARDOSO, 2011). O trabalho de reabilitação buscou, no esporte, não só o valor terapêutico, mas o poder de suscitar novas possibilidades, o que resultou na maior interação social dessas pessoas. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº. 9.394/96) e a Lei Brasileira da Inclusão (Lei nº. 13.146/2015) garantem que, por meio da inclusão escolar, as crianças com deficiência socializem e desenvolvam suas capacidades pessoais para exercerem atos da vida civil em condições de igualdade com outros indivíduos. Apesar das garantias legais, é notá- vel a falta de um acolhimento necessário para que haja um bom convívio, igualdade e participação social das pessoas com deficiência. Por meio desse acolhimento, a possibilidade de contato com outros conhecimentos pode influenciar novas reflexões e novos caminhos para uma educação inclusiva (PELIZZARI et al., 2002). A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (BRASIL, 2017) é um docu- mento normativo previsto na Constituição de 1988 (BRASIL, 1988), na LDB nº. 9.394/96 (BRASIL, 1996) e no Plano Nacional de Educação (BRASIL, 2014), elaborado por especialistas de várias áreas. Esse documento é plural e atual, e propõe um conjunto de conhecimentos que devem ser desenvolvidos na educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio). A BNCC (BRASIL, 2017) apresenta um conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens apontadas como essenciais, que os alunos devem desenvolver na educação básica. Assim, é assegurado a eles o direito de aprendizagens e desenvolvimento. 3A educação física e os esportes adaptados A partir da BNCC (BRASIL, 2017), as redes de ensino e as instituições escolares públicas e privadas passam a ter uma referência nacional e obrigatória para elaborar e adequar suas propostas pedagógicas e currículos (BRASIL, 2017). A ideia inicial consistiu em elaborar um documento coerente com a realidade das escolas brasileiras. Para atingir esse objetivo, seria necessário promover debates que envolvessem os profissionais da educação e toda a so- ciedade civil. A BNCC (BRASIL, 2017) sofre muitas críticas e instiga análises teóricas dos profissionais da educação. Para Almeida (2018), a BNCC é uma política pública causadora de polêmicas, posicionamentos e reflexões acerca de sua interpretação, aceitação e concepção na educação básica com intuito de possibilitar e desenvolver as aprendizagens essenciais, por meio de uma educa- ção humana integral, pautada na busca por uma sociedade justa, democrática e inclusiva. A versão final da BNCC (BRASIL, 2017) para a educação infantil e o ensino fundamental foi aprovada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) em 2017. A versão da BNCC do ensino médio foi aprovada em 2018. Assim, em 2019 as escolas iniciaram o processo de implantação das orientações estabelecidas na BNCC. A BNCC do ensino médio demorou mais tempo para ser homologada devido às questões associadas à reforma do ensino médio no governo Temer e às mudanças na LDB presentes na MedidaProvisória (MP) nº. 746/2016 e concretizada por meio da Lei nº. 13.415/2017, que objetiva que o currículo seja diversificado e flexível, além de fazer referência à educação em tempo integral (BRASIL, 2018). A Lei nº. 13.415/2017 diz que o currículo do ensino médio na BNCC deve ser composto por itinerários formativos, os quais são denominados: linguagens e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias, ciências da natureza e suas tecnologias, ciências humanas e sociais aplicadas, e formação técnica e profissional (BRASIL, 2018). A primeira mudança diz respeito à nomenclatura, em que os temas trans- versais passaram a ser chamados de temas contemporâneos transversais. A inclusão do termo “contemporâneos” para complementar o “transversais” evidencia o caráter de atualidade desses temas e sua relevância para a educa- ção básica, por meio de uma abordagem que integra e agrega, permanecendo na condição de não serem exclusivos de uma área do conhecimento, mas de serem abordados por todas elas de forma integrada e complementar. A se- gunda mudança diz respeito à ampliação dos temas; enquanto os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) abordavam seis temáticas, a BNCC aponta seis macroáreas temáticas (cidadania e civismo, ciência e tecnologia, economia, meio ambiente, multiculturalismo, e saúde) e engloba 15 temas contemporâ- neos “[…] que afetam a vida humana em escala local, regional e global [...]” A educação física e os esportes adaptados4 (BRASIL, 2017, p. 19). A incorporação de novos temas visa atender às novas demandas sociais e garantir que o espaço escolar seja um espaço cidadão e comprometido. Segundo os PCNs (BRASIL, 1997), a educação física escolar tem hoje uma proposta que procura democratizar, humanizar e diversificar a prática pedagógica dessa disciplina, incorporando as dimensões afetivas, cognitivas e socioculturais dos alunos. A história do ser humano é uma história de cul- tura. Todo e qualquer indivíduo nasce em um contexto cultural e tudo o que se faz está inserido nesse ambiente onde se produz e reproduz cultura, sendo esta produto da sociedade e da coletividade. Hoje a área da educação física contempla vários conhecimentos produzidos e usufruídos pela sociedade a respeito do corpo e do movimento. As atividades de movimento são conside- radas fundamentais para o desenvolvimento do ser humano, pois possibilitam o lazer e a expressão de sentimentos, afetos e emoções com oportunidades de promoção, recuperação e manutenção da saúde e como construção de novas aprendizagens. Os PCNs (BRASIL, 1997) abordam os conteúdos de educação física como conhecimento historicamente acumulado e socialmente transmitido entre pessoas que interagem e se movimentam como sujeitos sociais e cidadãos e que se relacionam dentro de um contexto sociocultural e produzem conhecimentos. Entre as produções da cultura corporal segundo os PCNs (BRASIL, 1997), algumas atividades foram incorporadas pela educação física em seus conte- údos: o jogo, o esporte, a dança, a ginástica e a luta. Estes têm em comum a representação corporal com características lúdicas e ressignificam a cultura corporal humana. Em seus temas transversais, estão a ética, a orientação sexual, as relações de gênero, o meio ambiente, o trabalho e consumo e a diversidade cultural. Todos esses temas têm enfoque na inclusão. Estudar o esporte e compreender seus valores para a sociedade são objetivos da educação física. Além disso, visualizar a democratização do esporte como formação cultural auxilia na compreensão sobre direitos e igualdade de participação, independentemente das diferenças. Liu, Kudláček e Ješina (2010, p. 65, tra- dução nossa) falam que: [...] educação por base no esporte adaptado sugere a escola como um ambiente ideal para estabelecer bases para um mundo melhor, pois as crianças não con- vivem com muitos preconceitos e as conotações negativas vêm da relação com a sociedade adulta. Além disso, consideram esse conteúdo, esporte adaptado, como um conjunto de atividades e possibilidades que educa sobre o esporte e questões de deficiências em um ambiente divertido e lúdico. 5A educação física e os esportes adaptados O esporte adaptado ajuda a promover atividades inclusivas tanto dentro dos currículos escolares de educação física quanto fora das escolas, oferecendo ferramentas para atingir esse objetivo. Ao ter contato com o esporte adaptado, o aluno sem deficiência consegue colocar-se no lugar do aluno com deficiência e entender, por meio da prática, as dificuldades encontradas. Valores como respeito, colaboração e amizade também se destacam nessa situação. Assim, o aluno com deficiência consegue transmitir esse conhecimento para outras pessoas sem deficiência, e as conotações negativas diminuem no convívio social (PANZIERA; FRAGA; CARVALHO, 2016). O esporte adaptado foi idealizado em 1944 pelo neurologista alemão Ludwig Gutt- mann. Esse médico desenvolvia suas atividades profissionais em lesados medulares e criou um programa de recuperação para seus pacientes, que envolveu uma série de modalidades esportivas em pacientes com problemas de lesões medulares, amputações e mutilações (REDE NACIONAL DO ESPORTE, 2013). 2 A educação física e os esportes adaptados nos contextos socioculturais Ainda que vivamos em uma era denominada de inclusiva, as pessoas com deficiência são vítimas das consequências do modelo médico-patológico, o qual marcou de forma explícita a educação especial por muitos anos. Hoje, mesmo que de forma velada, as pessoas com deficiência continuam a ser vistas como doentes, incapazes e inferiores. Alguns anos atrás, os indivíduos com deficiência não conseguiam se relacionar com outras pessoas, sentiam- -se sozinhas, abandonadas, depressivas e excluídas da sociedade e do meio em que viviam. Não existia oportunidade de emprego para essas pessoas, e a acessibilidade era inadequada. Todos esses fatores ocasionavam diversos problemas emocionais: A educação física e os esportes adaptados6 Apesar de uma era denominada inclusiva, esse grupo social continua sendo estigmatizado pelas suas deficiências. Ao se fazer parte de uma cultura de normalidade e de uma sociedade onde o capitalismo rege todas as esferas, inclusive a educação, o que se observa no cotidiano do ambiente escolar é um modelo focado apenas nas capacidades cognitivas e na contribuição que essa pessoa poderá oferecer à produção capitalista (DANTAS; RABELO; MARINHO, 2016, documento on-line). Segundo Cabral e Almeida (2019), embora as instituições que atendem pessoas com deficiência tenham surgido em meados do século XIX, a inclusão escolar para esses indivíduos no Brasil foi garantida em lei há pouco mais de 20 anos. Embora haja essa garantia legal, isso não assegura que ela ocorra na prática. Preconceito, desconhecimento e má vontade ainda são elementos que dificultam esse processo. No Brasil, os desafios para a inclusão são grandes. As faltas de adaptação, tanto na parte pedagógica quanto na parte arquitetônica, são comuns nos recantos educacionais do país. Além disso, os professores ainda encontram dificuldades e resistência para promover a inclusão. No entanto, esse dever é de todos. As aulas de educação física também têm esse compromisso e podem estimular a inclusão com a melhora dos movimentos e da interação entre os alunos (CABRAL; ALMEIDA, 2019). Pesquisas visam contribuir para o processo de inclusão que ocorre gradu- almente em nossa sociedade, analisando as possibilidades de adequações do currículo com o intuito de garantir direitos conquistados ao longo da história da educação inclusiva, sobretudo na educação física. Em meados do século XX, emerge outra perspectiva: as descobertas nas áreas das ciências cogniti- vas, neurobiologia, economia, educação e psicologia começam a questionar a supremacia da mentalidade racionalista. Torna-se indiscutível a importância cada vez maior que as emoções assumem em todos os acontecimentos que percorrem a vida dequalquer ser humano (CASASSUS, 2009). O desenvolvimento da sociedade a partir dos parâmetros da equidade social enquanto ser político pressupõe olhar as relações sociais a partir da diferença e das práticas geradoras da inclusão social. Nesse aspecto, o contexto educacional torna-se indispensável para o atendimento às diferenças. Embora muitas escolas regulares e clubes anunciem propostas inclusivas, no cotidiano há uma grande fragilidade quanto à acessibilidade dos alunos e das pessoas com deficiência nos espaços e na relação ensino–aprendizagem, sobretudo quanto às práticas inclusivas em aulas de educação física. Muitas escolas e clubes regulares possuem discurso inclusivo, mas não refletem acerca da inclusão em suas práticas educativas (BRASIL, 2010). 7A educação física e os esportes adaptados Situações inclusivas, voltadas para a cultura, a educação, o lazer e demais setores sociais, contemplando a diversidade da condição humana, são cons- truídas no dia a dia das relações interpessoais, sociais e políticas e tendem a reduzir os efeitos das situações discriminatórias, preconceituosas e excludentes que qualquer pessoa, com deficiência ou não, está exposta na vida social. Os fatores contextuais de ordem pessoal e ambiental podem tanto favorecer quanto criar e ampliar desvantagens para pessoas com deficiências. É no social que se inscrevem condições limitadoras e o papel da mídia em geral ao favorecer o amálgama deficiência–carência acentua, por certo, a des- vantagem do sujeito em relação ao meio. (MAZZOTTA; D’ANTINO, 2011, documento on-line). A educação, a cultura e o lazer constituem, sem dúvida, espaços estru- turados com fundamental poder de mediação na consolidação da inclusão social da pessoa com deficiência, assim como de todo e qualquer sujeito. Inclusão social é a importante participação ativa no grupo social, nas escolas, no trabalho, nos clubes, nas academias, no transporte público e nos esportes. Sendo assim, é pautada no respeito à diversidade de cada indivíduo presente na sociedade (MARQUES, 2016). Apesar da importância do professor no processo de inclusão das pessoas com deficiência, esse profissional não atua sozinho para que esse processo tenha êxito. Além de buscar informações, o professor deve contar com a colaboração da família e da equipe especializada da escola. Ao ter um aluno com deficiência incluído em sua unidade, todos os membros da escola devem participar do processo de inclusão social, fazendo a diferença no local onde aquela pessoa com deficiência está incluída. Os profissionais, incluindo o professor de educação física, devem partilhar as dificuldades que surgem nos momentos das aulas, participando dos progressos obtidos e sugerindo melhorias do local e dos materiais a serem utilizados na aula (SILVA, 2018). O esporte tem papel fundamental na interação social e para melhor qua- lidade de vida dos indivíduos. O esporte é mais procurado por pessoas com deficiência com o objetivo de superar seus limites, melhorar a autoestima e ajudar em sua reabilitação e na reinserção na sociedade, já que o corpo des- ses indivíduos sofreu severas mudanças. A deficiência adquirida causa uma modificação na estrutura física e psicológica do indivíduo, podendo gerar dificuldades em sua mobilidade e no desenvolvimento das tarefas diárias. Além disso, pode ocasionar depressão, devido à não aceitação de uma nova condição de vida. A educação física nos esportes adaptados é importante pois por meio destes, as pessoas podem expressar suas emoções, suas habilidades A educação física e os esportes adaptados8 e sua postura de alguém capaz de realizar atividades de “pessoas normais”. A partir disso, os indivíduos com deficiência começaram a perceber que podem ser eficientes na sociedade. Se podem praticar esportes adaptados, também podem trabalhar, namorar, passear e ter uma vida social (BAPTISTA et al., 2019, p. 53): Segundo Santos e Figueiredo, (2013, p. 107), entende-se que em nossa so- ciedade existem vários estudos e questionamentos sobre inclusão social, que se existe a inclusão social é porque há pessoas excluídas socialmente. Estes indivíduos têm sido discriminados pela sociedade, que julgam incapazes para desempenhar funções na sociedade, o que as exclui da vida social. No Brasil, há uma série de iniciativas governamentais relacionadas à edu- cação. Portanto, cabe à escola, ao estado e à sociedade encarar a realidade e transformar o processo de inclusão, pois ele implica a vivência e atitudes de respeito ao outro cidadão. A inclusão não acontece de forma isolada: são necessárias parcerias para que ela aconteça, favorecendo o significado de autonomia. Já para Moreira (2006), a inclusão social é entendida como a ação de proporcionar às populações socialmente excluídas oportunidades e condições de serem incorporadas à sociedade e poder usufruir de bens educacionais, materiais e culturais. Portanto, praticar a inclusão social é criar condições para que todos os habitantes possam viver com qualidade de vida e como cidadãos plenos e pessoas consideradas normais apesar de suas deficiências e sem discriminação. Um dos aspectos da inclusão social é possibilitar que cada brasileiro tenha a oportunidade de adquirir conhecimento básico sobre a ciência e seu funcionamento que lhe dê condições de entender o seu entorno, de ampliar suas oportunidades. No Brasil, há uma grande desigualdade em relação às oportunidades educacionais e de conhecimento, tornando mais difícil o processo de inclusão social. Para saber mais sobre os benefícios do esporte para pessoas com deficiência, assista ao vídeo Os benefícios do esporte para pessoas com deficiência - Conexão Futura do Canal Futura no YouTube. 9A educação física e os esportes adaptados 3 A influência da educação física na estruturação dos esportes adaptados Os esportes adaptados são vivências esportivas modificadas para atender às necessidades de pessoas com deficiência. Durante anos, assim como o lazer, os esportes adaptados foram considerados sem grande importância se comparados ao esporte tradicional, tornando-se uma atividade tardia na vida de pessoas com deficiência. Do ponto de vista individual, o esporte adaptado promove benefícios físicos, psicossociais e socioculturais, com o ganho de habilidades, destacando-se: autonomia, valorização pessoal, liberação de tensão, autocontrole, socialização, habilidade em lidar com diversas situações, atenção, melhora na funcionalidade, na coordenação, no planejamento motor, nos estímulos sensoriais, na força, na amplitude de movimento e no equilíbrio, além do estímulo de criatividade, do desenvolvimento de sentimentos e atitudes, da evolução da qualidade de vida e do bem-estar (FERREIRA et al., 2017). Conforme mencionado anteriormente, a história do desporto para as pessoas portadoras de necessidades especiais começou na cidade de Aylesbury, na Ingla- terra. A pedido do governo britânico, o neurologista Ludwig Guttmann criou o Centro Nacional de Lesionados Medulares do Stoke Mandeville Hospital, desti- nado a tratar homens e mulheres do exército inglês feridos na Segunda Guerra Mundial. A partir deste momento, surgiram duas correntes de pensamento. Uma delas, com enfoque médico, apresentada por Guttmann, utiliza o esporte como auxílio na reabilitação de seus pacientes e busca amenizar também os problemas psicológicos. O trabalho de reabilitação buscou no esporte não só o valor terapêutico, mas o poder de suscitar novas possibilidades, o que resultou em maior interação dessas pessoas. Por meio do esporte como reabilitação, ele estava devolvendo à comunidade um indivíduo com deficiência, capaz de ser eficiente pelo menos no esporte (COSTA; SOUSA, 2004). Outra corrente, vinda dos Estados Unidos, utiliza o enfoque esportivo como forma de inserção social, dando a conotação competitiva utilizada pelo desporto. Essas correntes, no decorrer da história, cruzam-se e formam objetivos comuns. Esta vai alémdo componente médico-terapêutico e estende- -se à incorporação da prática esportiva e do esporte de rendimento, tendo A educação física e os esportes adaptados10 em vista a integração do atleta e sua reabilitação social, como afirma Varela (1989). Embora já fossem promovidas atividades esportivas para portadores de deficiência, principalmente na Inglaterra, nos Estados Unidos e na Alemanha, foi em 1948 que esse conceito ganhou caráter oficial, com a realização dos Jogos de Stoke Mandeville. Os médicos de Aylesbury começaram a adotar, definitivamente, a prática sistemática do esporte como parte essencial da reabilitação médica e social dos pacientes. Guttmann foi o precursor da re- abilitação dos portadores de deficiência por meio do esporte (PANZIERA; FRAGA; CARVALHO, 2016). Apesar de parecer contraditório pelo paradigma higienista que sempre reinou em sua história, a educação física, no nosso entendimento, é uma das áreas do conhecimento que mais se desenvolveu nos últimos anos, em relação à especificidade de atendimento ao portador de deficiência. Ao perceber a diferença e valorizar a potencialidade dos indivíduos com deficiência, es- ses avanços puderam ser materializados e houve a concretização dos Jogos Paralímpicos (SILVA, 2018). Cada modalidade é dotada de particularidades que direcionam o planeja- mento e a subsequente condução das atividades. Um princípio primordial a ser observado é que, em função da classificação funcional, os atletas apresentam diferentes potenciais funcionais. O técnico deve conhecer o sistema de clas- sificação em suas particularidades, pois um erro de julgamento pode fazer um atleta ser treinado para uma função não condizente com seu potencial funcional (CABRAL; ALMEIDA, 2019). Além disso, para as modalidades que possuem semelhança com a versão convencional, é preciso que os professores de educação física tenham cons- ciência das diferenças existentes em relação ao esporte adaptado. Um atleta tetraplégico, por exemplo, não é capaz de executar as habilidades em que se exige controle da bola da mesma forma que amputados e paraplégicos, devido ao maior grau de comprometimento neuromuscular que afeta os membros superiores. Então, cada atleta está apto a desempenhar as funções de bloqueio e marcação que são funções táticas de grande importância para a equipe, ou seja, cabe ao professor motivar o atleta para o cumprimento daquela função (SEDORKO; FINCK, 2016). 11A educação física e os esportes adaptados O foco da prática pedagógica deve estar na pessoa que pratica a atividade. Portanto, ao lidar com o atleta com deficiência, é importante considerar as especificidades que o cercam. Dessa forma, o profissional deve controlar o ambiente e os objetivos de acordo com o indivíduo, para que a prática seja benéfica. Um aspecto interessante do esporte adaptado é que, diferentemente do esporte convencional, o processo de iniciação esportiva tende a ser acelerado. Espera-se que, na fase de iniciação esportiva, o atleta conheça os fundamentos básicos de cada modalidade, conforme destacam Graça e Mesquita (2006, p. 680): No caso de esportes em cadeira de rodas, ao receber um sujeito amputado ou com lesão na medula espinhal, o primeiro fundamento a ser trabalhado, deve ser o contato com a cadeira de rodas esportiva, pois isto possibilitará em fase posterior, conhecer os fundamentos específicos da modalidade escolhida. As principais estratégias para a aquisição de habilidades motoras e funda- mentos técnicos são os exercícios sincronizados e analíticos. Todavia, deve-se entender a função dessas estratégias e não tornar a técnica como um ponto de chegada, limitando a abordagem dada à modalidade esportiva. A técnica deve ser considerada como um ponto de partida, possibilitando a aquisição de um maior repertório motor, ou seja, mais ferramentas para a resolução dos problemas inerentes ao jogo (SILVA, 2018). Panziera, Fraga e Carvalho (2016) afirmam que o crescimento do esporte paralímpico se deve a três fatores: efetividade do esporte no processo de reabilitação, direito das pessoas com deficiência à prática do esporte e caráter da modalidade enquanto entretenimento. Segundo Ferreira et al. (2017), ao ensinar uma modalidade coletiva, deve-se combinar elementos específicos do jogo, como aspectos técnicos e táticos, com a compreensão do jogo, em ambientes abertos. No esporte adaptado, essas estratégias são fundamentais na aquisição de habilidades motoras, principalmente na fase de iniciação, em que relações com a cadeira de jogo e entendimento da modalidade, são imprescindíveis para o sucesso esportivo A educação física e os esportes adaptados12 Portanto, para obter êxito esportivo, deve-se levar em conta aspectos genéticos e a metodologia de cada professor, da aprendizagem e do trei- namento realizado com cada aluno. Nem todos conseguem obter o mesmo aprendizado; assim, um grande diferencial é a metodologia que o professor utiliza em suas aulas. Outro fator é a variedade de estímulos nas primeiras fases e o trabalho feito de acordo com a especificidade de cada modalidade (COSTA E SILVA, 2013). Sendo assim, o esporte adaptado é uma ferramenta para o processo de conscientização dos alunos sobre a deficiência. Destaca-se a resposta de um aluno sobre a relação entre a pessoa com deficiência e o brincar, jogar e com- partilhar, colocar-se no lugar do próximo, incluir o indivíduo com deficiência em seu meio. Costa e Souza (2004) afirmam que nosso entendimento não pode mais ficar vinculado à educação física tradicional. É necessário questionar as práticas sociais existentes, não apenas se referindo aos indivíduos com deficiência, mas sim a todas as pessoas excluídas pelos padrões da sociedade Em uma aula de educação física, os professores lidam com diferentes situações de- correntes das várias facetas do esporte. Essa multiplicidade confere ao esporte um caráter de imprevisibilidade. Dessa forma, é importante o professor estar preparado para os jogos adaptados, que possibilitem a estimativa do resultado esportivo de forma confiável. Para saber mais, assista ao vídeo Educação Física inclusiva no canal MultiRio no YouTube. Leia o artigo Educação física adaptada como perspectiva de inclusão: percepção de alunos sem deficiência na educação física escolar, de Milan, Salles e Rodrigues (2017), para saber mais sobre a educação física adaptada como perspectiva de inclusão nos esportes adaptados. 13A educação física e os esportes adaptados Contudo, apesar dos avanços e benefícios da educação física e dos espor- tes adaptados, percebe-se que ainda existem espaços a serem conquistados. Entre estes, destaca-se a formação profissional para atuação com pessoas com deficiência, que ainda carece de incremento na qualidade, por meio de melhorias e concretizações em prol da inclusão de pessoas com deficiência. Quanto às oportunidades de prática desportiva, indivíduos com deficiência ainda encontram muitas dificuldades e se deparam com falta de apoio, aces- sibilidade e preconceito para começar e manter a prática de uma modalidade desportiva adaptada. Por fim, o esporte adaptado ainda tem muito a proporcionar para pessoas com deficiência. A educação e a conscientização podem ser de grande im- portância para auxiliar na melhoria da qualidade de vida dessa população. ALMEIDA, D. F. Base Nacional Comum Curricular: concepção do componente Educação Física para o Ensino Fundamental. Dissertação (Mestrado em Educação: Currículo) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2018. BAPTISTA, J. et al. A influência psicológica do esporte na vida de atletas com deficiência. Revista Diálogos Interdisciplinares, [s. l.], v. 8, n. 1, p. 53–59, 2019. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 23 abr. 2020. BRASIL. Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e basesda educação nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394. htm. Acesso em: 23 abr. 2020. BRASIL. 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A educação física e os esportes adaptados16 Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. 17A educação física e os esportes adaptados