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LEITURA E ESCRITA MUSICAL AULA 4 Prof. Alysson Siqueira 2 CONVERSA INICIAL Os objetivos desta etapa passam pela compreensão de alguns elementos importantes para interpretação e análise musical. Iniciaremos com o estudo sobre os intervalos – ferramenta crucial para entender as relações de altura entre notas musicais. Em seguida, vamos conhecer os modos litúrgicos, que podem ser compreendidos como uma alternativa para a urbanização sonora, diferente das escalas maior e menor. Por fim, vamos compreender como se estabeleceu o processo de criação melódica, com exemplos práticos, para que você também possa compor melodias à maneira dos compositores que se destacaram ao longo da história da música. Então, prepare seu caderno pautado e seu lápis para exercitar e aproveitar ao máximo este conteúdo! TEMA 1 – INTERVALOS Somente com tons e semitons, a medida de distância entre notas ficaria vaga e descontextualizada da escala de origem. Com o tempo, essas distâncias entre notas foram ganhando nomes específicos baseados em um sistema chamado de intervalos. Os intervalos podem ser simples ou compostos, melódicos ou harmônicos, ascendentes ou descendentes, conjuntos ou disjuntos. Intervalos simples são aqueles que estão compreendidos dentro da mesma oitava justa, que é um intervalo a ser estudado logo mais, enquanto os intervalos harmônicos excedem uma oitava. Quando duas notas ocorrem em sequência, temos um intervalo simples, porém, quando elas ocorrem ao mesmo tempo, o intervalo é harmônico. O intervalo que inicia com uma nota e parte para outra mais aguda é um intervalo ascendente. Já quando a segunda nota é mais grave que a primeira, temos um intervalo descendente. Com relação a intervalos simples e compostos, eles necessitam de um pouco mais de elaboração – o que faremos nos dois próximos subitens. 3 1.1 Intervalos simples A base para estabelecer os principais intervalos simples é a escala maior natural. Para facilitar o estudo, evitando acidentes, vamos nos basear na escala de dó maior natural: Figura 1 – Intervalos Os intervalos serão obtidos com base na distância entre cada uma das notas da escala e a primeira nota, Dó. As diferenças de altura são nominadas sempre com número ordinal e no feminino, seguido de letra maiúscula M ou J, que significam maior e justa, respectivamente. Assim, a nota Ré está uma segunda maior acima da nota Dó, enquanto o Sol está a uma quinta justa em relação ao mesmo Dó. Seguindo esse raciocínio, é possível, analisando as distâncias entre outas notas, obter outros tipos de intervalos. No quadro a seguir, apresentamos os intervalos mais usuais na música. Quadro 1 – Intervalos simples Intervalo Leitura Distância Intervalo Leitura Distância 2m Segunda menor 1 st 5J Quinta justa 3T e 1st 2M Segunda menor 1T 6m Sexta menor 4T 3m Terça menor 1T e 1 st 6M Sexta maior 4T e 1st 3M Terça maior 2T 7m Sétima menor 5T 4J Quarta justa 2T e 1st 7M Sétima maior 5T e 1st 4aum 5dim Quarta aumentada Quinta diminuta 3T (trítono) 8J Oitava justa 6T Fonte: Siqueira, 2023. Podemos observar no quadro que existem intervalos que utilizam a letra m minúscula, que significa menor, e o intervalo de segunda pode ser encontrado entre as notas Mi e Fá e também Si e Dó. Existem ainda os intervalos 4 enarmônicos, como a quarta aumentada (aum) e a quinta diminuta (dim) – intervalo de três tons conhecido como trítono. 1.2 Intervalos compostos Os intervalos que ultrapassam uma oitava são denominados intervalos compostos. Podemos compreendê-los como intervalos simples com o acréscimo de uma oitava. A regra geral para obter um intervalo composto consiste em somar sete ao número do intervalo simples correspondente. Exemplos: • 2M + 8J = 9M • 4J + 8J = 11J • 6M + 8J = 13J Por medirem distâncias entre notas maiores que uma oitava, os intervalos compostos são muito utilizados na harmonia, para nomear acordes com tensões, como as nonas. 1.3 Inversão de intervalos Considere intervalo ascendente entre Dó e Mi, sucessivos, em que temos uma 3M (terça maior). No entanto, se invertermos a posição, ficando a nota Mi como a mais grave e Dó a mais aguda, a nova distância entre as notas será de quatro tons, e o intervalo passa a ser de 6m (sexta menor). Essa operação de troca da posição das notas é chamada de inversão. Há uma forma mais prática de encontrar o intervalo invertido: primeiro se subtrai de 9 o número do intervalo de origem, ou seja, se temos o número 3, por exemplo, teremos o número 6 para o intervalo invertido. No sufixo, basta trocar o que era maior por menor, o que era aumentado por diminuto e vice- versa. Apenas os intervalos justos mantêm o mesmo sufixo. Exemplos: • 3M => 6m (3+6 = 9) • 4J => 5J (4+5 = 9) • 2aum => 7dim (2+7 = 9) É importante destacar que a inversão do intervalo de 4aum é 5dim; porém, como eles são enarmônicos, possuem mesma sonoridade. Essa informação será importante para os estudos de harmonia. 5 TEMA 2 – MODOS LITÚRGICOS Os modos possuem sua origem na Grécia Antiga, razão pela qual receberam nomes correspondentes a regiões daquele país, segundo sua antiga organização geopolítica. Os modos são as maneiras como as sete notas musicais estão organizadas, e, como cada região da Grécia organizava as notas à sua maneira, os nomes dos modos fazem alusão a esses lugares. Mas esses modos sofreram alguns ajustes ao longo do tempo e se estabeleceram da maneira que conhecemos hoje na música da igreja católica, razão pela qual prefere-se chamá-los atualmente de modos litúrgicos ou eclesiásticos. Figura 2 – Modo jônio O modo jônio organiza os sons da escala maior natural, e seus intervalos característicos são a 3M e a 6M, indicando ser uma escala maior, e ainda a 7M, chamada de sensível, muito importante no desenvolvimento da música tonal. Figura 3 – Modo dórico A característica marcante do modo dórico é a presença da 3m em contraposição à manutenção da 6M. Isso causa a sensação de uma escala mista, em que a primeira metade, ou tetracorde, soa uma escala menor, ao passo que a segunda parte, ou tetracorde, soa uma escala maior. Figura 4 – Modo frígio O modo frígio é o primeiro que apresenta uma 2m, além de ter a 3m e a 6m, que reforçam se tratar de uma escala menor, finalizando, inclusive, com a 7m, confirmando assim que todos os intervalos, exceto os justos, são menores. 6 Figura 5 – Modo lídio O modo lídio se caracteriza pelo surgimento da 4aum, o que o diferencia do modo jônio. Trata-se de um elemento surpresa muito explorado nos improvisos de jazz. Figura 6 – Modo mixolídio O modo mixolídio é uma mistura que inclui as 3 primeiras notas do modo lídio, ao passo que as últimas 5 notas são iguais às do modo dórico. Ela difere do modo jônio ainda por apresentar a 7m. É um modo muito utilizado na música regional do nordeste do Brasil, como nas canções Asa branca e O baião, de Luiz Gonzaga. Figura 7 – Modo eólio Já o modo eólio é a chamada escala relativa menor, com a presença da 3m, da 6m e da 7m, além de dar origem a importantes escalas menores, muito utilizadas na harmonia. Figura 8 – Modo lócrio Muito parecido com o modo frígio, o modo lócrio, além dos mesmos quatro intervalos menores, apresenta a 5dim, que gera um trítono com a nota de partida, oferecendo alternativas melódicas e harmônicas. 7 É possível também expressar cada um desses sete modos litúrgicos como uma sequência de tons e semitons: Jônio: TTSTTTS Dórico: TSTTTST Frígio: STTTSTT Lídio: TTTSTTS Mixolídio: TTSTTST Eólio: TSTTSTT Lócrio: STTSTTT Essas relações intervalares conferem aos modos sua sonoridade diferenciada. Pensar como uma sequênciade tons e semitons facilita a transposição dos modos a diversas alturas. Quando o modo jônio é tocado tendo como centro modal a nota Sol, teremos assim o Sol jônio. Assim, podemos utilizar os modos iniciando em qualquer nota e fazer músicas em Ré eólio, Fá lócrio, Mi mixolídio, e assim por diante. TEMA 3 – MÚSICA TONAL VERSUS MÚSICA MODAL Até a Idade Média, os modos foram o sistema musical mais utilizado. Porém, entre os séculos XVI e XVII, a música passou por uma importante transição, entre o modalismo e o tonalismo. Os séculos XVI e XVII assistiriam a uma série de transformações harmônicas que ao fim e ao cabo resultariam na substituição dos 12 modos de Glareanus pelo sistema maior-menor, e também na consolidação das cadências e encadeamentos de acordes baseados em funções harmônicas, que marcariam a música europeia a partir do século XVIII. (Ribeiro, 2014, p. 51) Nascia aí o tonalismo, que, apesar de sua rápida ascensão e domínio, não extinguiu o modalismo; na verdade, promoveu transformações, que veremos na sequência. A monodia, ou a existência de uma única melodia, é a principal característica do modalismo arcaico. Pode ser encontrada na música popular medieval, no blues arcaico, no canto gregoriano e na música da Grécia Antiga. Nesse sistema, as melodias são construídas em função de um centro modal, ou seja, a nota inicial funciona como um centro gravitacional; as melodias iniciam nele e retornam a ele, soando de forma circular. 8 Por volta do século X, surgiram os primeiros cuidados harmônicos, que conduziram a história da música para o caminho tonal. Já no século XVII, quando o tonalismo ascendeu, o modalismo perdeu forças; apenas dois séculos depois, quando o tonalismo demonstrou esgotamento potencial, alguns compositores buscaram resgatar a música modal. Neste momento, influenciados pela riqueza harmônica do tonalismo, muitos compositores buscaram ligar princípios harmônicos existentes no sistema tonal ao modalismo. Surge assim a harmonia modal, que utiliza os mesmos procedimentos aplicados às tonalidades maiores e menores nos modos litúrgicos, gerando novas possibilidades de acordes. Tempos depois, os compositores de jazz também aderiram ao uso de modos para suas composições O jazz ainda utiliza bastante harmonia modal; utiliza-se de melodia modal com acordes tonais, além de polimodalismo, explorado a partir do século XX, que se define com a alternância de modos durante uma mesma melodia. Na música tonal, a nota sensível é muito importante, porque sofre uma força de atração que a transporta imediatamente para a tônica. Em música tonal, tanto a melodia quanto a harmonia produzem um impulso de retorno à tônica, sempre que passam pela sensível, promovendo a sensação de movimento. Em resumo, a música tonal permite diversos caminhos até a tônica, já a modal gira em torno dela. Na música tonal, sempre que a melodia ou a harmonia passam pela sensível, produzem um impulso de retorno à tônica, que gera a sensação de movimento. Podemos dizer que a música tonal percorre diversos caminhos em direção à tônica, já a música modal orbita em torno dela. TEMA 4 – ESCALAS MENORES Construído a partir do sexto grau do modo jônio, ou da escala maior natural, o eólio é conhecido como escala menor natural. Figura 9 – Escala menor natural 9 Essa escala, chamada de primitiva ou arcaica por alguns pesquisadores, tem todas as mesmas notas da escala maior natural, no entanto apresenta relações intervalares diversas. Veja a comparação entre a sequência de tons e semitons que representa cada escala: Escala maior natural: TTSTTTS Escala menor natural: TSTTTST Porém, quando se buscou a utilização dessa escala no sistema tonal, o maior problema foi a ausência da sensível. Para conseguir que a harmonia tonal fosse realmente percebida no modo menor, a escala recebeu uma alteração em seu sétimo grau, de um semitom, que passou a ser, no caso de Lá menor, um Sol#. Assim, surgiu a escala menor harmônica. Com essa alteração, a escala ganhou um intervalo de segunda aumentada (2aum) entre o sexto e o sétimo graus. Figura 10 – Escala menor harmônica Além dessas duas escalas menores, existe também a escala menor melódica, que se caracteriza por apresentar relações intervalares diferentes entre suas formas ascendente e descendente. A descendente tem os mesmos intervalos da escala menor natural, mas na ascendente acontece um aumento do sexto grau, a chamada sexta dórica, e também um aumento do sétimo grau, que faz aparecer a sensível. Figura 11 – Escala menor melódica Podemos compreender a forma ascendente com base em 2 grupos de 4 notas, que chamaremos de tetracordes. O primeiro deles é igual ao primeiro tetracorde da escala menor natural, e o segundo, do 5º ao 8º graus, é idêntico ao segundo tetracorde da escala maior natural. Por esse motivo, é correto 10 afirmar que essa é uma escala menor mista, já que a parte ascendente da escala menor melódica é híbrida entre a menor natural e a maior natural. As formas ascendentes e descendentes diferenciadas dessa escala se devem justamente ao fato de ela apresentar um tetracorde do modo maior final da subida. Se houvesse equivalência, e se a descida ocorresse da mesma maneira, causaria a sensação de migrar do modo menor para o maior. Quando a escala utiliza formas ascendentes e descendentes diferentes, recebe a classificação de escala composta. TEMA 5 – ASPECTOS DA CONSTRUÇÃO MELÓDICA Se compararmos com a escrita de um idioma, as escalas são equivalentes ao alfabeto para a construção de melodias. É com as notas musicais de uma escala que construímos as palavras, as frases, os parágrafos, enfim, o texto musical. É preciso, portanto, conhecer maneiras de utilizá-las, considerando que a música tem elementos constituintes da melodia que devem ser considerados no processo de construção melódica. O mais primordial deles é o motivo. Para Arnold Schoemberg (1996, p. 35): O motivo geralmente aparece de uma maneira marcante e característica a início de uma peça. Os fatores constitutivos de um motivo são intervalares e rítmicos, combinados de modo a produzir um contorno que possui, normalmente, uma harmonia inerente. Visto que quase todas as figuras de uma peça revelam algum tipo de afinidade para com ele, o motivo básico é frequentemente considerado o “germe” da ideia: se ele inclui elementos, em última análise, de todas as figuras musicais subsequentes, poderíamos, então, considerá-lo como o “mínimo múltiplo comum”. O motivo, portanto, está ligado a aspectos intervalares e rítmicos. Com base nisso, é possível considerar que existem em vários tipos: melódicos, harmônicos, rítmicos, rítmicos-melódicos, rítmicos-harmônicos etc. Vejamos um exemplo clássico: 11 Figura 12 – Excerto da Quinta Sinfonia de Beethoven A Quinta Sinfonia de Beethoven é construída totalmente baseada em um padrão de quatro notas, que se repete e se transforma o tempo todo. Figura 13 – Motivo da Quinta Sinfonia de Beethoven Desde as primeiras quatro notas da Quinta Sinfonia de Bethoven, é possível observar o motivo, que é composto por três colcheias consecutivas na nota Sol, havendo em seguida um salto de 3M descendente, chegando a uma mínima na nota Mib. É possível observar que este é o “germe” da música, e Beethoven nos comunica isso, pois a apresentação do motivo acontece em uníssono com todos os instrumentos executando as mesmas notas em oitavas diferentes. Na segunda vez em que aparece o motivo, acontece uma transposição diatônica, o que significa que todas as notas descem um grau na tonalidade, mudando o salto de 3M para 3m, prevalecendo a terça diatônica. Na continuidade, o violino II retoma o motivo em sua altura original e inicia uma série de imitações rítmicas dos outros instrumentos, que costumam ser chamadasfugueta, pois se trata de um segmento musical inspirado na forma musical chamada fuga. A viola repete o motivo um tom acima e um compasso defasada; então a terça também passa a ser menor. Por último, o violino I, defasado em um compasso em relação à viola e dois em relação ao violino II, soa o motivo, em um intervalo de uma 6m acima do original, com um descendente de 3m. Como os motivos foram transpostos, a nota final em cada voz é diferente, formando assim o primeiro acorde da música. 12 Seguindo na comparação com uma língua, a música também permite a utilização de frases com poucas ou com muitas palavras. Schoenberg (1996, p. 29) explica que O termo frase significa, do ponto de vista da estrutura, uma unidade aproximada àquilo que se pode cantar em um só fôlego. Seu final sugere uma forma de pontuação, tal como uma vírgula. Alguns elementos frequentemente aparecem mais de uma vez no âmbito de uma frase. Não existe um tamanho-padrão em frases musicais, mas se pode ter clareza de que a frase é maior que o motivo, já que ela é constituída por ele. O mais importante é observar que a manipulação motívica e fraseológica deve primar pela manutenção da unidade musical. Para fazermos frases com base em um motivo, existem alguns métodos de variações motívicas. Como já demonstramos na Quinta Sinfonia de Beethoven, a transposição diatônica é um desses métodos e oferece diversidade melódica, mantendo a coerência do texto musical. Há ainda outras possibilidades de variações a serem exploradas. A mudança na duração de notas permite que os valores rítmicos sejam diminuídos ou aumentados. A repetição de notas consiste em tocar uma sequência de notas repetidas curtas em substituição e uma única nota mais longa. O deslocamento rítmico ocorre quando o motivo é deslocado na partitura de forma integral, ou seja, em vez de começar no primeiro tempo do compasso, começaria no segundo tempo, por exemplo. O prolongamento de notas promove o aumento na duração das notas e é muito usado no final do motivo. A adição de notas busca aumentar a variedade, incluindo novas notas. A inversão é obtida pelos sentidos dos intervalos, ou seja, o que era ascendente se torna descendente e vice-versa. Por fim, a transposição também pode ser cromática para preservar a íntegra das relações intervalares do motivo. NA PRÁTICA 1. Exercitando modos. Em seu instrumento, ou em um aplicativo de teclado virtual, toque a escala de Dó maior e terá o modo jônio. Toque a mesma escala começando da nota Ré 13 até o outro Ré e terá o modo dórico. Toque a mesma escala a partir do Mi e terá o modo frígio, e assim por diante. Assim, você tocará os modos, mas provavelmente não terá grande impacto, pois pode soar tudo Dó maior. Em seguida, comece sempre pela nota Dó, tocando os modos conforme as relações de tom e semitom vistas nesta etapa: Jônio: TTSTTTS Dórico: TSTTTST Frígio: STTTSTT Lídio: TTTSTTS Mixolídio: TTSTTST Eólio: TSTTSTT Lócrio: STTSTTT 2. Compondo uma melodia modal. • Crie um motivo rítmico com base no seu nome. • Escolha um modo que não seja o jônio. • Atribua diferentes alturas às durações escolhidas. • Manipule esse motivo de diferentes formas para criar uma frase. Se desejar, compartilhe o resultado na tutoria para seus professores darem seu parecer. FINALIZANDO Esta etapa nos trouxe subsídios para atuarmos em duas frentes de fundamental importância para a música: análise e criação. Do ponto de vista analítico, os conhecimentos aqui apresentados nos possibilitam identificar escalas e modos utilizados, além de motivos e frases, buscando compreender como o compositor construiu com base em suas ideias. A análise musical é uma prática valiosa para quem busca compreensão da teoria da música e dos processos criativos, além de também servir ao intérprete que busca excelência na execução da obra musical. Do ponto de vista da criação, escalas, modos e variação motívica são muito úteis para o processo criativo, e você, ao adquirir familiaridade com cada uma delas, certamente terá maiores recursos para realizar as suas criações quando lhe forem solicitadas. 14 REFERÊNCIAS RIBEIRO, V. S. O modalismo na música popular urbana do Brasil. 337 f. Dissertação (Mestrado em Música) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2014. SCHOENBERG, A. Fundamentos da composição musical. Tradução de Eduardo Seineman. São Paulo: Edusp, 1996.