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AV1 contratos em espécie

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O contrato de compra e venda em sede de Direito Privado consiste em um instrumento de extrema importância para a circulação de riquezas na sociedade. Partindo da premissa que as partes precisam estipular um valor sério para que o contrato atenda ao requisito especial e aos paradigmas principiológicos, que motivos podem ser alegados para que a lei possa afastar como critério de fixação do preço o livre arbítrio de uma só das partes?
Compra e venda é um tipo contratual, em que, de acordo com o art. 481 do Código Civil Brasileiro, uma das partes contratantes é obrigada a transferir o domínio de certa coisa, mediante pagamento da outra parte, de certo preço em dinheiro. O Código Civil traz como componente de seu texto a bilateralidade, consensualidade, onerosidade e entrega da coisa vendida como requisitos substanciais para a garantia da eficiência dessa forma contratual. 
Nele, é possível verificar-se a existência do impedimento de deixar ao arbítrio exclusivo de uma das partes a fixação do preço; tornando o contrato nulo – art. 489. 
Porém, existem cenários em que a lei obstará o livre arbítrio da parte, como em casos de abuso de direito/poder, má-fé, desequilíbrio contratual, preço considerado excessivo, simulação ou fraude. A lei entrará nessas situações como uma protetora dos interesses das partes, visando sempre a equidade e a segurança jurídica. 
Interessante analisar que, nos casos de afastamento do livre arbítrio por precificação, é possível observar o princípio do equilíbrio das relações de consumo regido pelo “pacta sunt servanda” que busca garantir o equilíbrio entre as partes. 
CRACKEN, Roberto Mac. Cláusula potestativa gera desequilíbrio contratual. Conjur. Disponível em https://www.conjur.com.br/2014-mai-16/roberto-mac-cracken-clausula-potestativa-gera-desequilibrio-contratual/. Acesso em 10 de abril de 2024.
FACHINI, Tiago. O que é o princípio do pacta sunt servanda? Aplicação e exceções. Projuris. Disponível em: https://www.projuris.com.br/blog/pacta-sunt-servanda/#:~:text=A%20express%C3%A3o%20pacta%20sunt%20servanda,que%20foi%20acordado%20em%20contrato. Acesso em 10 de abril de 2024.
FERREIRA, Manuela. Requisitos para que um contrato de compra e venda tenha validade jurídica. Jusbrasil. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/artigos/04-requisitos-para-que-um-contrato-de-compra-e-venda-tenha-validade-juridica/1257463653. Acesso em 10 de abril de 2024.
Comentário 1: ANNA CLARA DE SOUZA GUIMARÃES
O contrato de compra e venda é um instrumento fundamental para a circulação de bens e serviços na sociedade. O Código Civil traz sua definição no artigo 481, como aquele no qual “um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro”.
A fim de assegurar sua validade e eficácia, o Código traz alguns requisitos indispensáveis dos quais esse tipo de contrato deve preencher, dentre eles a consensualidade entre os negociadores, bilateralidade, onerosidade e obrigação de entrega do objeto do contrato.
Nesse sentido, artigo 489 do Código Civil veda expressamente a fixação do preço por uma das partes, tornando o contrato nulo na hipótese de deixá-la ao arbítrio exclusivo de uma das partes.
Ademais, a lei pode afastar o livre arbítrio de uma das partes caso haja evidências de abuso de poder econômico, desequilíbrio contratual, ou se o preço estipulado for considerado manifestamente irrisório ou excessivo. Isso porque, tais condições estariam ferindo o princípio da boa-fé objetiva, além da equidade contratual, o que justifica a intervenção da lei para proteção do interesse das partes envolvidas.
Em suma, a nulidade do contrato de compra e venda nessa hipótese, visa à garantia da segurança jurídica das partes envolvidas e negociações justas e equilibradas à luz dos princípios do direito civil.
Resposta: 
Comentário 2: Luiz Nathan de Oliveira Guimarães
O contrato de compra e venda é fundamental no Direito Privado, sendo essencial para a circulação de riquezas na sociedade. Para garantir a validade e a justiça do contrato, é necessário que o valor estipulado pelas partes seja sério e equilibrado, atendendo aos requisitos especiais e aos princípios principiológicos.
 A lei pode afastar o livre arbítrio na fixação do preço por uma única parte em determinadas circunstâncias. Um dos motivos é a ocorrência de lesão ou desproporção manifesta, onde o preço estabelecido por uma das partes é excessivamente baixo ou alto, resultando em uma vantagem exagerada ou onerosidade excessiva para a outra parte. Nesses casos, a lei intervém para proteger a parte em desvantagem e garantir a equidade contratual.
 Além disso, situações de abuso de direito, má-fé, simulação ou fraude também podem justificar a intervenção legal para afastar o livre arbítrio na fixação do preço. A boa-fé objetiva e a função social do contrato são princípios que orientam a intervenção legal, visando assegurar a justiça, a equidade e a correção das distorções na fixação do preço no contrato de compra e venda.
Resposta:

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