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Gerenciamento da Qualidade na Construção Civil

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Gerenciamento de 
Construção Civil
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Paulo Renato Pakes
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Gerenciamento da Qualidade
• Gerenciamento da Qualidade do Projeto.
• Conceituar qualidade e Gestão da Qualidade;
• Apresentar a importância e os passos do Gerenciamento da Qualidade;
• Apresentar especifi cidades da Gestão da Qualidade na Construção Civil brasileira.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Gerenciamento da Qualidade
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Gerenciamento da Qualidade
Gerenciamento da Qualidade do Projeto
O Gerenciamento da Qualidade do Projeto é responsável por incluir os Proces-
sos responsáveis por fazer com que a política de qualidade da Organização seja 
incorporada ao Projeto, determinando as responsabilidades e os objetivos da qua-
lidade (PMI, 2017; CAVALCANTI; SILVEIRA, 2014).
Não atender aos requisitos de qualidade estabelecidos pode ser um fator determi-
nante para a acumulação de diversas consequências negativas para o Projeto, sendo 
que esse processo utiliza diversas Normas e Sistemas de Qualidade já consagrados 
no Mercado, como ISO 9000, 5S e outras (SILVEIRA; CAVALCANTI, 2014).
Mas qual seria o conceito de qualidade?
Crosby (1985), tido como um dos “gurus da qualidade”, traz em suas palavras 
que qualidade é a “Conformidade com os requisitos”.
Dessa forma, tudo o que se deseja medir como índices de qualidade deve ter uma 
definição clara do que seriam tais requisitos, para que não sejam causados conflitos.
Cabe destacar, também, que a qualidade é subjetiva, isto é, a percepção do que 
é qualidade pode mudar de Projeto para Projeto.
Toledo et al. (2014) salientam que não são permitidas a identificação e a observa-
ção direta do que seria a qualidade, pois o que pode ser identificado e observado de 
tal maneira são as características; portanto, a qualidade é notada por meio de carac-
terísticas, fato esse que a torna fruto da interpretação de um conjunto de atributos.
Essa perspectiva permite que a qualidade assuma uma dimensão subjetiva e, ao 
assumir tal dimensão, a aplicação dessa palavra torna-se confusa, já que cada pes-
soa, ao mencionar esse termo, estará usando como referencial seu ponto de vista, 
que difere do ponto de vista de outra pessoa.
O entendimento do que é a qualidade e as necessidades da qualidade para o 
Projeto é importante para o direcionamento de outras gerências do Projeto, como 
escopo, tempo, custos e aquisições, entre outras, podendo agir como um baliza-
dor para a prevenção de erros e de cuidados para a boa execução (SILVEIRA; 
CAVALCANTI, 2014).
A Gestão da Qualidade Total
A qualidade também possui diferentes modelos de referência. Podemos afirmar 
que um dos mais populares é a Gestão da Qualidade Total (GQT) – Total Quality 
Management (TQM).
O TQM é um modelo de referência que auxilia na implantação e na concepção 
da gestão da qualidade, sendo um direcionador das políticas, processos e práticas 
relacionados às atividades da qualidade.
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Tal termo foi cunhado após a metade da década de 1980, tendo como ideia 
central o posicionamento da qualidade como um elemento de gerenciamento orga-
nizacional, ampliando seu alcance para além das atividades de controle (TOLEDO 
et al., 2014; CARVALHO; PALADINI, 2012).
Kerzner (2012) afirma que o TQM busca integrar elementos organizacionais, 
objetivando a realização da melhoria contínua, a fim de fornecer produtos e servi-
ços que serão aceitos pelo seu cliente final.
Todo o foco da TQM é o cliente e a sua garantia de satisfação; para isso, os erros 
e todo e qualquer causa de desvio, seja nos processos para obtenção do produto, 
seja no serviço, devem ser prevenidos (KERZNER, 2012; FIGUEIREDO NETO; 
SOUZA, 2010).
O cerne da TQM é que tudo o que for relacionado à qualidade não deve estar 
presente apenas no Departamento de Controle de Qualidade, sendo que deve ser 
disseminada por toda a Organização, com todos os envolvidos responsáveis pela 
existência do negócio (funcionários, fornecedores e até mesmo a Sociedade), para 
que se garanta a satisfação de todas as partes interessadas, sendo o TQM um 
dos meios de se atingir tal satisfação (TOLEDO et al., 2014; MARTINS; COSTA 
NETO, 1998).
O Quadro 1 busca evidenciar quais seriam os interesses ligados às partes inte-
ressadas (stakeholders).
Quadro 1 – Exemplo genérico de meios para satisfazer os stakeholders de uma Empresa
Clientes Empregados Acionistas Fornecedores Sociedade
• Preço
• Qualidade
• Variedade de 
produtos
• Rapidez de entrega
• Confiabilidade no 
prazo de entrega
• Inovação dos 
produtos
• Moral
• Higiene e Segurança 
do Trabalho
• Salários
• Crescimento Pessoal 
e Profissional
• Dividendos
• Valorização do 
patrimônio
• Parceria
• Volume de 
Transações
• Preço de Compra
• Preservação do 
meio ambiente
• Recolhimento 
de impostos
Fonte: Martins e Costa Neto (1998)
A abordagem do TQM tem sete elementos centrais. Toledo et al. (2014) os 
denominam foco no cliente, liderança e apoio da alta administração, envolvimento 
das pessoas, abordagem de processo, melhoria contínua, abordagem factual para 
tomada de decisão e relação com os fornecedores.
A seguir, cada um desses elementos será detalhado, de acordo com Toledo (2014):
• Foco no cliente: toda Organização apresenta dependência direta de seus 
clientes para se manter viva no Mercado; sendo assim, as necessidades dos 
clientes devem sempre ser identificadas em planos futuros e atuais;
• Liderança e apoio da alta administração: a alta administração é quem esta-
belece quais são os propósitos e os caminhos da Empresa, sendo conveniente 
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UNIDADE Gerenciamento da Qualidade
a criação e a manutenção de um ambiente interno em que as pessoas estejam 
comprometidas com o alcance dos objetivos e as metas impostos à Organização;
• Envolvimento das pessoas: a alma de uma Organização são as pessoas. 
Portanto, o envolvimento de todos na busca da satisfação das expectativas dos 
interessados na Organização é uma meta a ser perseguida; 
• Abordagem de Processo: o alcance de um resultado determinado é realizado 
de forma mais eficiente quando se faz uma gestão das atividades e dos recursosrelacionados como um Processo. A abordagem por Processos está a cargo 
de definir e gerenciar sistematicamente os Processos e suas interações, para 
alcançar os resultados conforme a política de qualidade e o direcionamento 
estratégico (ISO, 2015);
• Melhoria contínua: a melhoria contínua deve ser sempre buscada com o obje-
tivo de aprimorar o desempenho da Organização, sendo necessário, para isso, 
considerar os resultados obtidos por meio de análises e as avaliações críticas 
feitas pela direção, a fim de observar quais são as necessidades e oportunida-
des de se executar uma melhoria contínua (TOLEDO, 2014; ISO, 2015);
• Abordagem factual para tomada de decisão: boas decisões são tomadas 
com base numa boa análise dos dados e informações obtidas (TOLEDO; 
2014). Para que esse nível de abordagem seja bem fundamentado, é necessá-
rio o monitoramento, a medição, a análise e a avaliação do desempenho da 
Organização por meio de indicadores;
• Relação com os fornecedores: é evidente a existência de uma relação mútua 
entre fornecedores e uma Organização, e para que isso ocorra de maneira 
eficaz, deve ser fixado um relacionamento que proporcione benefícios para 
ambas as partes, visando à agregação de valor (TOLEDO; 2014).
Qualidade em Projetos
Mendes, Valle e Fabra (2009) alegam que a qualidade em Projetos é um assunto 
tratado com pouca importância pelas Organizações, existindo relativa dificuldade 
em abordá-lo.
As Empresas conhecem técnicas de qualidade que partem do pressuposto que as 
atividades são rotineiras; porém, em Projetos, sabe-se que certas atividades são de 
caráter único, não sendo repetidas posteriormente; portanto, surge a necessidade 
de utilização de técnicas específicas.
Soma-se a esse fato que algumas das melhorias de qualidade só poderão ser 
aplicadas no próximo Projeto. O PMI (2017) estabelece que o gerenciamento da 
qualidade nos Projetos busca garantir que os requisitos do Projeto e do produto 
sejam atendidos, cumpridos e validados.
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Segundo o PMI (2017), são três os Processos referentes ao gerenciamento da 
qualidade em um Projeto: planejamento da qualidade, gerenciamento da qua-
lidade e monitorar a qualidade.
Discorreremos ao longo deste material sobre eles.
Processos de gerenciamento de qualidade na fase de execução
Planejar o gerenciamento da qualidade
O Planejamento da Gestão da Qualidade é o processo de identificar os requisitos 
de qualidade do Projeto, suas entregas e as documentações referentes à comprova-
ção dos cumprimentos dos requisitos de qualidade estabelecidos (PMI, 2017).
Ainda conforme o PMI (2017), o Planejamento da Qualidade deve ser feito em 
paralelo com os outros processos de Planejamento, pois pode ser que mudanças 
sugeridas nas entregas para atender aos padrões de qualidade exijam alterações em 
custos ou cronogramas, por exemplo.
Um bom planejamento da qualidade requer bom conhecimento do escopo e das 
normas aos quais ele está sujeito (CARVALHO; RABECHINI JR., 2015). Isso se 
deve ao fato de que o Gerenciamento do Projeto é um processo que deve ser feito 
de maneira integrada.
O Processo de Gerenciamento da Qualidade pode ser organizado utilizando 
diversas das consagradas ferramentas da qualidade ou mesmo por técnicas não 
relacionadas apenas à qualidade.
De acordo com o PMI (2017), nessa etapa, pode-se usar o Processo do bench-
marking, que é a comparação entre práticas reais ou planejadas, buscando absor-
ver nos resultados dessas comparações as melhores práticas, técnicas de medição 
de desempenho e os padrões de qualidade do Projeto.
Outra ferramenta que pode ser utilizada é o brainstorming, que é a coleta de 
informações por meio de reuniões não esquematizadas, buscando explorar o poten-
cial criativo das pessoas envolvidas no Projeto (TOLEDO et al., 2014). A utilização 
de entrevistas com as partes interessadas, participantes e especialistas pode auxiliar 
também na identificação das expectativas de qualidade do Projeto (PMI, 2017).
O planejamento da qualidade deve considerar aspectos referentes a custo-bene-
fício, devendo considerar um equilíbrio entre as duas partes para que se atenda aos 
requisitos de qualidade estabelecidos (CAVALCANTI; SILVEIRA, 2014).
Outro aspecto que o Planejamento da qualidade deve considerar são os custos 
da qualidade.
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UNIDADE Gerenciamento da Qualidade
Segundo o PMI (2017), os três custos relacionados à qualidade são:
• Custos de prevenção: custos relacionados à prevenção da má qualidade dos 
produtos, entregas e serviços relacionados ao Projeto;
• Custos de avaliação: custos relacionados a avaliar, a medir e a auditar os pro-
dutos, as entregas e os serviços relacionados ao Projeto;
• Custos de falhas (internos/externos): custos relacionados as não conformi-
dades dos produtos, entregas e serviços em relação às necessidades ou expec-
tativas das partes interessadas.
Em Projetos de Construção Civil, uma falha pode representar danos irreversíveis e fatais (por 
exemplo, um desabamento de um edifício). Então, é inaceitável o desprezo às demandas da 
qualidade nesse tipo de empreendimento.
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Nessa, etapa devem ser definidos, também, meios de representação de dados 
(PMI, 2017). Uma das técnicas mais comuns em qualidade quando se fala em 
representação de dados é o Fluxograma, que visa a uma representação gráfica e 
simplificada do processo.
Por meio dele, torna-se possível visualizar todos os passos envolvidos num pro-
cesso, seja ele de qual hierarquia for (MARSHALL JR. et al., 2006).
Geralmente, os processos são representados por retângulos e as tomadas de 
decisão são devidamente representadas por losangos. Existe uma permissão para 
a utilização de uma infinidade de representações gráficas em nível de Figuras geo-
métricas e outras simbologias, cores e tamanhos; portanto, é necessário que a Em-
presa padronize os modelos utilizados para facilitar o entendimento deles (PINHO 
et al., 2007). 
A Figura 1 ilustra dois modelos típicos de Fluxograma.
Figura 1 – Modelos de Fluxograma
Fonte: Carvalho e Rabechini Jr, 2015
O mapeamento de processos pode ser útil para a identificação e as estimativas 
dos custos da qualidade de um processo, podendo, em suas ramificações, apresentar 
os valores referentes à execução do processo apresentado, se feito de acordo com as 
normas de conformidade e o quanto custaria o desvio dessas normas (PMI, 2017).
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As principais definições dessa etapa, de acordo com o PMI (2017) são: definir os 
padrões, objetivos, papéis e responsabilidades da qualidade no Projeto; processos 
sujeitos a revisão da qualidade; atividades de controle e gerenciamento da quali-
dade; ferramentas da qualidade que serão usadas e procedimentos em geral para 
tratar as não conformidades, a melhoria contínua e as ações corretivas.
Processos de Gerenciamento de Qualidade na fase de execução
Gerenciar a Qualidade
O processo de Gerenciar a Qualidade (ou Garantia da Qualidade) é uma fase 
de auditoria dos resultados e requisitos do Projeto para garantir que os requisitos 
determina dos no Plano de Gerenciamento da Qualidade estejam sendo cumpridos 
(PMI, 2017; CARVALHO; SILVEIRA, 2014).
Para Carvalho e Paladini (2012), Gestão da Qualidade define-se na consistência 
de um conjunto de atividades coordenadas para dirigir e controlar uma Organiza-
ção em relação à qualidade.
O Processo de Gerenciamento da Qualidade em Projetos envolve quatro etapas, 
que seriam, basicamente, reunião de abertura; coleta de evidências; observa-
ções e reunião de encerramento (CARVALHO; RABECHINI JR., 2015).
Essa fase é baseada no ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act). O PDCA é uma ferra-
menta gerencial que objetiva a promoção da melhoria contínua da Organização e 
do controle de Processos por meio do Planejamento da Qualidade, Monitoramento 
e Manutenções das diretrizes estabelecidas, fechando, assim, todo o ciclo (MAR-
SHALL JR. et al., 2006; PACHECO et al., 2010).
A Figura 2 apresenta um exemplo de funcionamento da estrutura PDCA.
Figura 2 – Processo de melhoriacontínua
Fonte: Carvalho e Rabechini Jr., 2015
O monitoramento da qualidade é um importante fator para que a melhoria con-
tínua seja disseminada pela Organização responsável pelo Projeto, podendo usar 
os conhecimentos e os ajustes obtidos nesse processo e em outros.
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UNIDADE Gerenciamento da Qualidade
Nessa etapa, é importante realizar coletas de dados referentes ao status e como 
cada atividade vem sendo desenvolvida.
Para medir a qualidade das entregas, o uso de uma lista de verificação (checklist) 
é o mais adequado, conforme o PMI (2017). Sua função é verificar se um conjunto 
de itens foi cumprido numa determinada etapa.
O quadro abaixo apresenta um exemplo de lista de verificação.
Quadro 2 – Exemplo de lista de verificação
Checklist do Processo – Desenvolver o Plano de Gerenciamento do Projeto
• Plano de Projeto concluído e aprovado;
• Plano de Projeto distribuído conforme definido no plano;
• Linhas de base de prazo, custo e escopo salvos pós-aprovação do plano do Projeto.
Fonte: Escritório de Projetos, 2017
O quadro acima apresenta um exemplo de Lista de Verificação em que todos 
os itens são devidamente cumpridos. Quando um item presente numa lista de ve-
rificação não é cumprido, podemos afirmar que a entrega não está de acordo com 
algum requisito e ela deve ser revista para a adequação.
Outra ferramenta da qualidade utilizada nesse processo é o Diagrama de Cau-
sa e Efeito, conhecido, também, como Diagrama Espinha-de-Peixe ou Diagrama 
de Ishikawa.
Essa ferramenta tem por objetivo descobrir a causa-raiz de uma determinada 
não conformidade, perguntando quais são as possíveis causas desse problema, 
usando técnicas grupais, como o brainstorming, por exemplo (CARVALHO; RA-
BECHINI JR., 2015).
A Figura 4 apresenta uma ilustração desse modelo.
Figura 4 – Diagrama Causa e Efeito
Fonte: PMI, 2017
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Um facilitador para a identificação de causas é utilizar os 6Ms (Materiais, Mé-
todos, Máquinas, Mão de Obra, Meios de Mediação e Meio Ambiente), visto que 
provavelmente o problema irá ser causado por algo que está dentro de uma dessas 
variantes (CARVALHO; RABECHINI JR., 2015).
A utilização de termos sinônimos também é válida, conforme o exemplo apre-
sentado na Figura acima.
Técnicas para a priorização dos problemas a serem tratados também podem ser 
aplicadas por meio do diagrama de Pareto.
Essa ferramenta baseia-se num princípio da qualidade que diz que 80% das não 
conformidades encontradas estão relacionadas a 20% das causas potenciais, que 
devem ser priorizadas no desenvolvimento de ações de melhoria (CARVALHO; 
RABECHINI JR., 2015).
A construção desse diagrama baseia-se na definição do problema investigado, 
levantamento das causas e contagem das quantidades de ocorrências existentes, 
ordenamento dessas causas em ordem decrescente, cálculo da porcentagem que 
cada uma dessas causas representa sobre o total (determinando a frequência de 
ocorrência e a frequência acumulada) e, com isso, descobrir quais são as causas 
que mais colaboram para a ocorrência do problema estudado (CARVALHO; RA-
BECHINI JR., 2015; TOLEDO et al., 2014).
A Figura 5 mostra um exemplo de Diagrama de Pareto para uma obra que apre-
senta um atraso em relação à data acertada no escopo.
Figura 5 – Diagrama de Pareto
Fonte: Carvalho e Rabechini Jr., 2015
Analisando a Figura 6, vemos que se forem resolvidos problemas envolvendo a 
falta de material e mão de obra, 74,2% da totalidade dos problemas encontrados 
seriam eliminados.
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UNIDADE Gerenciamento da Qualidade
Essas ferramentas apresentadas podem ser usadas para a composição de rela-
tórios da qualidade, nos quais devem ser descritos os problemas, as sugestões de 
melhorias futuras e as ações corretivas necessárias, os documentos de teste e a ava-
liação de cumprimento dos requisitos, além, é claro, de solicitações de mudança no 
Projeto ou mesmo nos Procedimentos de Gerenciamento das Áreas (PMI, 2017).
Conheça mais sobre a qualidade e a sua aplicabilidade na Construção Civil.
Acesse o link: https://goo.gl/3DHFFEEx
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Processos de Gerenciamento de Qualidade 
na fase de monitoramento e controle
Monitorar a Qualidade
Controlar a qualidade é o Processo de monitoramento e registro dos resultados 
da execução das atividades de Gerenciamento da Qualidade para garantir o cum-
primento das entregas do Projeto dentro das expectativas das partes interessadas, 
com um nível de assertividade aceito por elas (PMI, 2017).
Esse processo deve ser feito durante todo o andamento do Projeto, para forne-
cer embasamento confiável de que o Projeto está realmente atendendo os objeti-
vos estabelecidos.
Os instrumentos para o Gerenciamento de Qualidade já são os próprios instru-
mentos adequados ao seu monitoramento.
Os Processos da Qualidade são importantes para verificar se o trabalho está 
sendo feito de forma correta, mas o importante é fazê-lo corretamente da primeira 
vez, para evitar retrabalhos.
Qualidade na Construção Civil
O Setor de Construção Civil no Brasil tem estabelecido, de forma institucional, 
métricas específicas para a qualidade em obras visando à difusão do uso de ferra-
mentas de qualidade nas Empresas nacionais no intuito de prepará-las para a com-
petição com Empresas internacionais, focando a produção com melhor qualidade, 
menor custo e melhores índices de produtividade (PINHEIRO; CRIVELARO, 2014).
A seguir, vamos abordar duas dessas métricas de âmbito nacional, apontando 
sua origem, finalidade e características.
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Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H)
O Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H) foi 
estabelecido em 1998, com o objetivo de organizar o Setor da Construção Civil 
em torno das questões da melhoria da qualidade e da modernização produtiva 
(PBPQ-H, 2017).
Dentre as várias ações envolvidas pelo Programa, as seguintes se destacam: 
qualificação de construtoras e projetistas, melhoria da qualidade de matérias, for-
mação e requalificação de mão de obra, normalização técnica, capacitação de la-
boratórios, aprovação técnica de tecnologias inovadoras, comunicação e troca de 
informações (PINHEIRO; CRIVELARO, 2014).
Dentre os objetivos principais do PBQP-H, Pinheiro e Crivelaro (2014) citam:
• Promover o aperfeiçoamento da estrutura de elaboração e difusão de normas 
técnicas, códigos de práticas e códigos de edificações;
• Promover a articulação internacional, apoiando a introdução de inovações 
tecnológicas;
• Desenvolver e implementar garantias de garantia de qualidade em Projetos, 
obras, materiais, componentes e sistemas construtivos;
• Criação de programas específicos visando à formação e à requalificação de 
mão de obra em todos os níveis da Construção Civil.
Para conhecer mais sobre a importância do PBQP-H: https://goo.gl/oAGdps
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Programa de Qualidade da Construção Habitacional (QUALIHAB)
O Programa de Qualidade da Construção Habitacional (QUALIHAB) foi institu-
ído pelo governo do Estado de São Paulo, em 1996, e é administrado pela Com-
panhia de Desenvolvimento Habitacional do Estado de São Paulo (CDHU) com o 
objetivo de garantir que a população de baixa renda tenha acesso à moradia de 
boa qualidade, com baixo custo, que atenda às necessidades de expansão de uma 
família e seja durável, visto que são imóveis financiados em longo prazo (CDHU, 
2017; PINHEIRO; CRIVELARO, 2014).
O QUALIHAB é estruturado por uma Coordenação Geral e três Comitês: 
1. Projetos e Obras;
2. Materiais, Componentes e Sistemas Construtivos; 
3. Interno.
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UNIDADE Gerenciamento da Qualidade
A missão do QUALIHAB é motivar as Empresas a evoluírem seus Processos 
Produtivos e Produtos, criando maior valor agregado, desenvolver novas habilida-
des e criar novas profissões para fixar os trabalhadores na Construção Civil e mo-
dificando o papel das construtoras para que elas passem a agir como montadoras 
e integradoras de serviços e produtos, fornecendo, assim, bases para que elas as-
sumam um papel de concorrência internacional(PINHEIRO; CRIVELARO, 2014).
Dentre os objetivos do QUALIHAB há o de otimizar e garantir a qualidade das 
habitações, envolvendo toda a cadeia da Construção Civil, firmando Acordos Seto-
riais que abordem aspectos referentes a/à:
• Implantação de Programas Setoriais de Qualidade;
• Maximização da relação custo/beneficio;
• Agregação de valores sociais visando à satisfação do usuário;
• Otimização no uso de recursos humanos, materiais e energéticos;
• Buscar a padronização e a produtividade, transformando a atividade de cons-
truir em operações de montagem de componentes racionalizados.
Para conhecer todas as diretrizes do QUALIHAB: https://goo.gl/pEXPWV
Ex
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Como melhorar a qualidade da obra?
Para entender melhor questões sobre qualidade na Construção Civil (planejamento, 
aspectos de produtividade, indicadores de performance e gestão de resíduos, assista a 
palestra do consultor Edmilson Antônio.
https://youtu.be/64sJrcUpb-s
 Leitura
As 7 Ferramentas da Qualidade
Para aprender mais sobre as ferramentas da qualidade, sugere-se a leitura do material.
https://goo.gl/dQBfjg
Como controlar os processos que são requisitos de qualidade na construção?
Sobre controle de qualidade na Construção Civil, recomenda-se a leitura.
https://goo.gl/R9xKu4
Qualidade na Construção Civil: um estudo de caso em duas empresas da construção civil em Aracaju
Para a compreensão de como um Sistema de Gestão da Qualidade na Construção 
Civil funciona na prática em Empresas desse Setor, sugerimos a leitura de um estudo 
de caso em Empresas de Construção Civil em Aracaju – SE.
https://goo.gl/gLPAz2
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UNIDADE Gerenciamento da Qualidade
Referências
ASSOCIAÇÃO Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO 8402/1994: Sistemas 
de Gestão da Qualidade. Rio de Janeiro: ABNT, 2001.
ASSOCIAÇÃO Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO 9001/2015: Sistemas 
de Gestão da Qualidade. Rio de Janeiro: ABNT, 2015
CARVALHO, Marly Monteiro de; RABECHINI JR, Roque. Fundamentos em 
Gestão de Projetos: construindo competências para gerenciar Projetos. 4.ed. São 
Paulo: Atlas, 2015. 504p.
CAVALCANTI, Francisco Rodrigo P.; SILVEIRA, Jarbas A. N. Fundamentos de 
Gestão de Projetos: Gestão de Riscos. São Paulo: Atlas, 2016. 365p.
CDHU. Qualihab. Disponível em <http://www.cdhu.sp.gov.br/producao-new/
qualihab.asp>. Acesso em: 2 jun. 2018.
CROSBY, P. B. Qualidade é investimento. Rio de Janeiro: José Olympio, 
1985. 327p.
FIGUEIREDO NETO, Manoel Valente; SOUSA, Ruthelle Maria de Carvalho. Sis-
temas de Gestão da Qualidade: as perspectivas normativas e os sistemas de 
auditoria. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIII, n. 81, out. 2010. Disponível em: 
<http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?artigo_id=8495&n_link=re-
vista_artigos_leitura>. Acesso em set.: 2017.
KERZNER, H. Gestão de Projetos: as melhores práticas. 3.ed. Rio de Janeiro: 
Bookman, 2012. 796p.
MARSHALL JR, I. et al. Gestão da Qualidade. 8.ed. Rio de Janeiro: FGV, 
2006. 196p
MARTINS, R. A.; COSTA NETO, P. L. O. Indicadores de Desempenho para a 
Gestão da Qualidade Total: uma proposta de sistematização, Revista Gestão e 
Produção, São Carlos, v. 5, n. 3, p. 298-311, dez. 1998.
MENDES, J. R. B.; VALLE, A. B.; FABRA, M. Gerenciamento de Projetos. Rio 
de Janeiro: FGV, 2014. 220p.
MONTES, E. Listas de verificação da qualidade. Disponível em <https://es-
critoriodeProjetos.com.br/listas-de-verificacao-da-qualidade>. Atualizado em: 27 
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OAKLAND, J. Gerenciamento da Qualidade Total (TQM). São Paulo: Nobel, 
1994. 459p.
PACHECO, A. P. R. et al. O ciclo PDCA na gestão do conhecimento: uma 
abordagem sistêmica. Disponível em: <http://isssbrasil.usp.br/artigos/ana.pdf>. 
Acesso em: 12 nov. 2017.
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PBPQ-H. Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat. 
Disponível em: <http://pbqp-h.cidades.gov.br/pbqp_apresentacao.php>. Acesso 
em: 2 jun. 2018. 
PINHEIRO, A. C. F. B.; CRIVELARO, M. Qualidade na construção civil. São 
Paulo: Érica, 2014. 120p.
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