Buscar

Tecnologia da Construção Civil

Prévia do material em texto

Tecnologia da 
Construção Civil
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Ernesto Silva Fortes
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Estudos e Trabalhos Preliminares
• Introdução;
• Estudos e Trabalhos Preliminares.
• Apresentar os Estudos e Trabalhos Preliminares, que têm como objetivo descrever 
e apresentar os conjuntos de atividades e providências que devem ser tomadas e 
executadas como preparação para o início da obra. 
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Estudos e Trabalhos Preliminares
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Estudos e Trabalhos Preliminares
Introdução
O desenvolvimento de uma obra de construção civil passa, desde o processo de 
escolha do terreno e da criação do Projeto arquitetônico, até as etapas de acaba-
mento e limpeza final da obra. 
Para que tudo ocorra da melhor maneira possível, é fundamental planejar ade-
quadamente e ter conhecimento geral de todo o processo construtivo.
Assim, nesta Disciplina, são apresentadas Tecnologias da Construção Civil, di-
vidindo em seis módulos as etapas gerais de uma obra, levando em conta que elas 
variam de acordo com o Projeto e podem acontecer simultaneamente. 
Essas etapas são apresentadas sempre com base nos requisitos da nova Nor-
ma de Desempenho  de Edificações, ABNT NBR 15575/2013, e de outras 
normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que rege a cons-
trução de edificações. 
O objetivo da Disciplina Tecnologia de Construção Civil é apresentar as Técni-
cas e as Tecnologias utilizadas em obras e as principais especificações de materiais 
e componentes envolvidos nos diferentes subsistemas. 
A Disciplina tem seu foco principal nas boas práticas de construção, abordando 
todas as etapas do Fluxograma dos Processos, desde a definição do escopo inicial 
até o seu acabamento, abordando os principais Materiais e Tecnologias vigentes, e 
é constituída pelas seguintes partes:
• Parte 1: Estudos e Trabalhos Preliminares;
• Parte 2: Fundações e Sistemas Estruturais;
• Parte 3: Alvenaria: Estrutural e de Vedações;
• Parte 4: Sistemas de Coberturas;
• Parte 5: Sistemas Prediais;
• Parte 6: Esquadrias e Revestimentos.
Nesta Unidade, será discutida a primeira parte, Estudos e Trabalhos Preliminares.
Estudos e Trabalhos Preliminares
Antes do início da construção, algumas atividades prévias denominadas traba-
lhos preliminares, conforme especificado na Norma DNIT 104/2009-ES e nas 
normas complementares, devem ser realizadas e compreendem:
• Verificação das condições das construções vizinhas;
• Demolições, quando forem necessárias;
• Investigação do solo;
• Movimentação de terra;
• Projeto e montagem do canteiro de obras;
• Locação da obra.
8
9
O estudo e a realização dos trabalhos preliminares são padronizados e seguem 
as prescrições e os requisitos da Norma DNIT 104/2009-ES, complementada pe-
las seguintes normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT):
• ABNT NBR ISO 8812:2017 (Máquinas rodoviárias – Retroescavadeiras – 
Definições e especificações comerciais;
• ABNT NBR ISO 6165:2012 (Máquinas rodoviárias – Tipos básicos – Identi-
ficação e termos e definições);
• ABNT NBR ISO 7131:2015 (Máquinas rodoviárias – Pás-carregadeiras – 
Terminologia e especificações comerciais;
• ABNT NBR 6502:1995 (Rochas e solos) – define os termos relativos aos ma-
teriais da crosta terrestre, rochas e solos, para fins de Engenharia Geotécnica 
de fundações e obras de terra.
Construções Vizinhas
Antes do início da obra, o registro das condições das construções vizinhas deve 
ser realizado pelo Engenheiro responsável da obra, sendo ele registro composto 
por um relatório técnico com fotografias datadas da vizinhança e relatos das obser-
vações realizadas, antes do início das obras. 
A análise prévia das condições das construções vizinhas, além de auxiliar na de-
finição do tipo de fundação, previne problemas durante a execução da obra, como 
trincas e desabamentos de muros nas construções vizinhas. Sendo utilizada, tam-
bém, como base para possíveis casos judiciais devido a reclamações de vizinhos. 
A Figura 1 ilustra um registro fotográfico de uma construção vizinha antes do início 
da obra, na qual é possível perceber algumas trincas e fissuras no muro de alvenaria.
Fi gura 1 – Exemplo de um registro fotográfi co antes do início da obra
Fonte: UFPR, 2016
9
UNIDADE Estudos e Trabalhos Preliminares
Demolições
As demolições se traduzem em trabalhos efetuados para remover parcial ou to-
talmente estruturas existentes, de modo a viabilizar os trabalhos de reconstrução, e 
seguem as especificações da NR-18. 
O processo de demolição depende da estrutura existente e deve ser realizado 
por Empresas especializadas e é dividido nas seguintes etapas, conforme Figueire-
do de Sá (2013):
1. Definição das técnicas de demolição;
2. Medidas preparatórias;
3. Definição das fases da demolição.
As Técnicas de Demolição compreendem: 
• Uso de equipamentos mecânicos;
• Processos térmicos;
• Uso controlado de explosivos;
• Processos abrasivos;
• Critérios de seleção.
Definidas as técnicas de demolição, passa-se às medidas preparatórias, que se 
dividem em 6 critérios:
1. Escolha da Empresa especializada;
2. Avaliação da situação estrutural da obra;
3. Tipos de licença a serem obtidas;
4. Corte dos serviços (sistemas prediais: rede de água; rede de gás; rede de 
eletricidade e rede de telefones);
5. Montagem do canteiro;
6. Criação de uma estrutura de contenção da fachada.
E, por último, segue a definição das fases da demolição, que compreendem: 
1. Demolição elemento a elemento;
2. Demolição de edifícios de alvenaria tradicional;
3. Demolição de edifícios de concreto armado;
4. Trabalhos posteriores.
Concluída a fase de definição das etapas de uma demolição, já se tem requisitos 
suficientes para a caracterização dos equipamentos a serem utilizados, resumidos 
na Tabela 1.
10
11
T a bela 1 – Caracterização dosEquipamentos utilizados em demolições
Processos Formas Variações
Com recurso a equipamento mecânico
Por embate, empuxe, 
tração ou escavação
• Com ferramentas manuais;
• Com martelos pneumáticos, hidráulicos ou elétricos;
• Por impacto (bola de grande massa ou pilão);
• Com retroescavadoras, giratórias ou pá de arrasto e 
acessórios (tesoura, ripper, nihhler, alicate, triturador, 
pinças, martelo etc.);
• Por tração de cabos;
• Derrube ou afundamento.
Por rebentamento interior
• Com cavilhas mecânicas;
• Quebrador de cunhas (darda);
• Quebrador de pistões;
• Com macacos planos.
Por esmagamento exterior  
Processos térmicos
Lança térmica • A oxigênio;• A pólvora.
Maçarico
• A oxigênio;
• A pólvora;
• A plasma.
Lazer  
Uso controlado de meios explosivos
Explosões 
(no meio ambiente)
• Mecanismo tipo telescópio;
• Mecanismo tipo derrube;
• Mecanismo tipo implosão;
• Mecanismo tipo colapso sequencial.
Microexplosão
• Lenta com gás;
• Súbita com gás;
• Com cal viva;
• Química.
Expansão • Serra com disco;• Serra com fio.
Processos abrasivos
Corte com carborundum
Jacto de água 
(hidrodemolição)
Jacto de água e areia  
Processos elétricos
Aquecimento das armaduras
Eletrofratura
Aquecimento induzido de um 
material ferromagnético
Arco voltaico
Micro-ondas  
Processos químicos Ataque químicoAtaque eletroquímico  
Fonte: Figueiredo de Sá (2013)
11
UNIDADE Estudos e Trabalhos Preliminares
Investigação do Solo
De acordo com a ABNT NBR 6122/2010, para qualquer edificação, deve ser 
feita uma campanha de investigação geotécnica preliminar, constituída, no mínimo 
por sondagem à percussão (com SPT), visando à determinação da estratigrafia e 
classificação dos solos, a posição do nível d’água e a medida do índice de resistên-
cia a penetração Nspt, de acordo com a ABNT NBR 6502. 
A classificação dos solos deve ser, conforme mencionado anteriormente, de 
açodo com a ABNT NBR 6502:1995.
Para fins de Projeto e execução de fundações, devem ser realizadas as investi-
gações do terreno de fundação constituído por solo, rocha, mistura de ambos ou 
rejeitos, e compreende:
A sondagem a trado, poços e trincheiras, conforme, respectivamente, a NBR 
9603:2015, NBR 9604:2016 e a NBR 9820:1997; 
• Ensaios de penetração quase estática ou dinâmica, ensaios in situ de resistên-
cia e de deformabilidade; 
• Ensaios in situ de permeabilidade ou determinação da perda d’água;
• Medições de níveis d’água e de pressões neutras;
• Medições dos movimentos das águas subterrâneas; 
• Processos geofísicos de reconhecimento; 
• Realização de provas de carga no terreno ou nos elementos de fundação.
Nas investigações de campo, visitas ao local da obra são consideradas de impor-
tância fundamental.
Esse tópico será retomado mais detalhadamente na Unidade 2 – Fundações 
Sistemas Estruturais.
Movimentação de Terra
Efetuado o levantamento planimétrico do local da obra, conforme as especifi-
cações da ABNT NBR 13133:1996, já se tem condições para a elaboração dos 
referidos Projetos e para iniciar sua execução, iniciando pelo acerto da topografia 
do terreno, conforme especificações também da ABNT NBR 6122/2010. 
Os trabalhos de movimentação de terra, ou seja, as condições mínimas requeri-
das a serem respeitadas para as operações de escavação, carga, transporte e a clas-
sificação dos materiais escavados para a execução dos cortes com vistas à implan-
tação de plataformas de rodovias e edificações devem seguir as especificações da 
norma DNIT 106/2009-ES – Terraplenagem – Cortes: especificação de serviços.
De forma genérica, a terraplenagem ou movimento de terras pode ser entendida 
como o conjunto de operações necessárias para remover a terra dos locais em que 
12
13
se encontra em excesso para aqueles em que há falta, tendo em vista um determi-
nado Projeto a ser implantado. Assim, a construção de uma estrada de rodagem, 
de uma ferrovia ou de um aeroporto, a edificação de uma fábrica ou de uma usina 
hidrelétrica, ou mesmo de um conjunto residencial, exigem a execução de serviços 
de terraplenagem prévios, regularizando o terreno natural, em obediência ao Pro-
jeto que se deseja implantar (CASTRO, 2010; GRECO, 2012). 
Pode-se afirmar, portanto, que todas as obras de Engenharia Civil de grande ou 
pequeno porte, exigem a realização de trabalhos prévios de movimentação de terras.
Dependendo das características de execução das fundações e das demais ativi-
dades no início da obra, o momento em que ocorre a movimentação de terra pode 
ser variável.
Pode ser necessário executar as fundações antes de escavar o terreno (quando se 
trabalha com grandes equipamentos, para facilitar sua entrada e retirada) ou, quan-
do se tratar de fundações feitas manualmente, o acerto do terreno pode ser reali-
zado antes; portanto, a movimentação de terra deve ser cuidadosamente estudada. 
As etapas que influenciam no Projeto de movimentação de terra são, conforme 
(CASTRO, 2010; GRECO, 2012):
• Investigação do Subsolo;
• Sequência da execução do edifício;
• Níveis das construções vizinhas;
• Localização do canteiro de obras.
Terraplenagem
A Terraplenagem ou movimento de terra pode ser realizada de duas formas: 
pelo processo Manual ou Mecânico, seguindo as especificações e as recomenda-
ções da ABNT NBR ISO 8812:2017, ABNT NBR ISO 7131:2015, ABNT NBR 
6502:1995 e da NR-18. 
Assim sendo, de acordo com Castro (2010) e Greco (2012): 
• Terraplenagem manual: implica a movimentação das terras feitas pelo ho-
mem, até o aparecimento dos equipamentos mecanizados e mesmo depois, 
utilizando ferramentas tradicionais como pá e picareta para o corte e carroças 
ou vagonetas com tração animal para o transporte. Trata-se de um serviço de 
rendimento pequeno e depende de mão-de-obra abundante e barata. Mas, 
com o desenvolvimento tecnológico e social, a mão-de-obra foi se tornando 
cada vez mais escassa e, por consequência, mais cara. Todavia, a terraplena-
gem manual não significa excessiva lentidão dos trabalhos. Desde que a mão-
-de-obra seja numerosa, os prazos de execução da movimentação de terras em 
grandes volumes são razoáveis se comparados com a terraplenagem mecânica;
• Terraplenagem mecanizada: conforme especificações da ABNT NBR ISO 
8812:2017 e da ABNT NBR ISO 7131:2015, surgidas em consequência do 
13
UNIDADE Estudos e Trabalhos Preliminares
desenvolvimento tecnológico, apesar do elevado custo de aquisição, tornaram 
competitivo o preço do movimento de terras, em razão de sua alta produtividade. 
Conforme exemplificado anteriormente, percebe-se a notável economia de 
mão-de-obra decorrente da mecanização, o que vem ao encontro da escassez cada 
vez maior do trabalhador braçal, sobretudo, devido à industrialização. Resumindo, 
pode-se entender que a mecanização surge em consequência de 3 fatores:
• Escassez e encarecimento da mão-de-obra, causada pela industrialização;
• Elevada eficiência mecânica dos equipamentos, traduzindo-se em grande pro-
dutividade, o que significa preços mais baixos se comparados aos obtidos ma-
nualmente, especialmente em razão da redução de mão-de-obra; 
• Os equipamentos mecanizados (apesar do alto custo de aquisição) tornaram com-
petitivo o preço do movimento de terras, em razão de sua alta produtividade.
Para a escolha da terraplenagem mecânica, há de se levar em conta suas carac-
terísticas:
• Requerer grandes investimentos em equipamentos de alto custo; 
• Exigir serviços racionalmente planejados e executados, o que só pode ser con-
seguido por meio de Empresas de alto padrão de eficiência;
• Reduzir substancialmente a mão-de-obra empregada, mas, por outro lado, pro-
vocar a especialização profissional e, consequentemente, melhor remuneração;
• Permitir a movimentação de grandes volumes de terras em prazos curtos, 
graçasà eficiência de operação e, sobretudo, pela grande velocidade no trans-
porte, o que leva a preços unitários extremamente baixos, apesar do custo 
elevado dos equipamentos. 
Tipos de solos 
Para efeito dos serviços de movimento de terras, e seguindo as especificações e 
recomendações da ABNT NBR 6502:1995 e da NBR 6122:2010, são considera-
dos os seguintes tipos de solo:
• Solo arenoso: agregação natural, constituído de material solto sem coesão, 
pedregulhos, areias, siltes, argilas, turfas ou quaisquer de suas combinações, 
com ou sem componentes orgânicos. Escavado com ferramentas manuais, 
pás, enxadas, enxadões;
• Solo lamacento: material lodoso de consistência mole, constituído de terra 
pantanosa, mistura de argila e água ou matéria orgânica em decomposição. 
Removido com pás, baldes, drag-line;
• Solo de terra compacta: material coeso, constituído de argila rija, com ou 
sem ocorrência de matéria orgânica, pedregulhos, grãos minerais, saibros. 
Escavado com picaretas, pás, enxadões, alavancas, cortadeiras;
14
15
• Solo de moledo ou cascalho: material que apresenta alguma resistência ao 
desagregamento, constituído de arenitos compactos, rocha em adiantado es-
tado de decomposição, seixo rolado ou irregular, matacões, “pedras-bola” até 
25cm. Escavado com picaretas, cunhas, alavancas;
• Solo de rocha branda: material com agregação natural de grãos minerais, li-
gados mediante forças coesivas permanentes, apresentando grande resistência 
à escavação manual, constituído de rocha alterada, “pedras-bola” com diâme-
tro acima de 25cm, matacões, folhelhos com ocorrência contínua. Escavado 
com rompedores, picaretas, alavancas, cunhas, ponteiras, talhadeiras e, even-
tualmente, com uso de explosivos;
• Solo de rocha dura: material altamente coesivo, constituído de todos os tipos 
de rocha viva, como granito, basalto, gnaisse etc. Normalmente, escavado 
com o uso de explosivos.
Tipos de Movimentação de Terras
Definidos os tipos de solos, agora é necessário determinar que tipos de movi-
mentação de terra se pode encontrar em cada caso. Conforme as especificações 
da ABNT NBR 11682:2009 e da ABNT NBR 5681:2015, as movimentações de 
terra se definem em Aterro, Cortes e Mista: 
• Cortes: segmentos nos quais a implantação da Geometria projetada requer 
a escavação do material constituinte no terreno e segue as especificações da 
ABNT NBR 11682:2009 – Estabilidade de encostas. As operações de corte 
compreendem a escavação propriamente dita, a carga, o transporte, a descar-
ga e o espalhamento do material no destino final, conforme especificado na 
Figura 2, que apresenta um exemplo do processo de corte em uma movimen-
tação de terra.
Fi gura 2 – Ilustração de Processo de Corte
Fonte: Acervo do Conteudista
• Aterro: procedimento de preparar o terreno a fim de obter uma configura-
ção desejada, por meio da deposição de terra, acompanhado dos serviços de 
compactação, e que segue as especificações e as recomendações da ABNT 
NBR 5681:2015 – Controle tecnológico da execução de aterros em obras 
de edificações. 
15
UNIDADE Estudos e Trabalhos Preliminares
Figura 3 mostra um serviço de aterro com deposição de solo selecionado.
Figura 3 – Ilustração de serviço de aterro
Fonte: Acervo do Conteudista
Em algumas obras, são necessários os procedimentos de corte e aterro, chama-
dos de mista, conforme exemplificado na Figura 4. Portanto, nesse caso devem ser 
seguidas as especificações e as recomendações tanto da ABNT NBR 11682:2009 
quanto da ABNT NBR 5681:2015;
• Secção mista: situação combinada de corte e aterro. Também exige a com-
pactação que, em pequenas áreas aterradas, pode ser feita manualmente, uti-
lizando equipamentos, os chamados “sapos”, que podem ser rudimentares e 
fabricados em obras ou mecanizados.
Figura 4 – Ilustração de Procedimento de Aterro/Corte
Fonte: Acervo do Conteudista
Processos de Execução
Conforme mencionado antes, os serviços de Movimentação de Terra podem 
ser executados por Processos manuais ou mecânicos, e os equipamentos comu-
mente usados são os apresentados e especificados a seguir, de acordo com as es-
pecificações e os requisitos da ABNT NBR ISO 8812:2017 e da ABNT NBR ISO 
7131:2015:
• Processos manuais: aqueles nos quais é utilizada a força humana, por meio 
de ferramentas, restrito a pequenos movimentos de terra (100m³) ou a locais 
nos quais sejam obrigatório, em vista de condições peculiares;
16
17
• Processos mecânicos: aqueles em que, conforme as especificações da norma 
brasileira, para o movimento de terra, utilizam-se, basicamente, duas máquinas 
distintas, especificadas na ABNT NBR ISO 7131:2015 e na ABNT NBR ISO 
8812:2017: um equipamento que escava e carrega o material sobre outro 
equipamento, que o transporta até o local da descarga, sendo:
 » Pás-carregadeiras: equipamento que escava e carrega o material sobre ou-
tro equipamento e apresenta uma lança sem giro nem movimento vertical, 
a não ser em torno do eixo transversal, podendo-se mudar a posição da 
caçamba para a descarga, por meio de articulações. As pás-carregadoras 
podem ser de roda ou de esteira, conforme ilustrado na Figura 5; são classi-
ficadas e seguem as especificações da ABNT NBR ISO 7131:2015.
 
Figura 5 – Ilustração de Pá-carregadeira com rodas e esteira
Fonte: Adaptado de Divulgação
• Retroescavadeiras: definidas e especificadas pela ABNT NBR ISO 8812: 
2017, trabalha estacionada, isto é, sua estrutura se destina apenas a permitir 
o deslocamento sem, contudo, participar do ciclo de trabalho. As escavadeiras 
podem ser empregadas em trabalhos de escavação bastante diversos, depen-
dendo do tipo de lança que é utilizado.
 
Figura 6 – Ilustração de uma Retroescavadeira
Fonte: Divulgação
Como base no tipo de serviço a ser executado e do lugar a ser escavado, alguns 
tipos de lanças foram desenvolvidas ao longo dos anos, sendo algumas delas: 
• Escavo-carregadeira, conforme ilustrado na Figura 7: detém uma lança insta-
lada numa escavadeira convencional e se destina a escavar em taludes situados 
acima do nível do terreno em que a máquina se encontra.
17
UNIDADE Estudos e Trabalhos Preliminares
Figura 7 – Ilustração de uma Pá-carregadeira com Lança Escavo-carregadeira
Fonte: Divulgação
• Clamshell (com variantes na lança, dependendo do tipo de trabalho a 
ser executado): conforme ilustrado na Figura 8, é constituída de duas partes, 
comandadas por cabos que podem se abrir ou fechar como mandíbulas, pos-
suindo superfícies de corte ou dentes. Pode ser acoplada à escavadeira e pos-
sui rotação hidráulica (giro) de 360 graus, e é considerada a melhor alternativa 
para escavação vertical.
Clamshell acoplada a uma Escavadeira, disponível em: https://goo.gl/4FZfRR
Ex
pl
or
• Unidades de transportes: ao longo dos anos, foram desenvolvidas e aprimo-
radas unidades para o transporte de terra, nas quais são utilizados caminhões 
basculantes de descarga traseira feita por meio de braços de levantamento de 
comando hidráulico. 
A Figura 8 ilustra uma unidade de transporte sendo carregada com matéria de 
corte por uma Retroescavadeira. 
Figura 8 – Ilustração de uma unidade de transporte
Fonte: iStock/Getty Images
18
19
Cálculo do Volume em Escavações e/ou Aterros
Existem vários métodos para o cálculo de volumes de movimentos de terra, 
considerando operação de corte, de aterro ou de secção mista: Método da Malha 
Cotada, Cálculo de Volume de Prismas e Sólidos, Método das Seções Transversais, 
Método das Superfícies Equidistantes etc. 
Dentre eles, será explanado a seguir o Método da Malha Cotada, conforme ma-
terial desenvolvido por Orth (2009).
Aterros – Método das Malhas Cotadas
Conforme apresentado por Orth (2009), esse método para cálculo de volumes 
de terras é indicado quando os cortes, aterros ou secções mistas atingem grandes 
áreas, como:• Terrenos para construção de edificação;
• Loteamentos;
• Praças.
Na Figura 9, é apresentado por Orth (2009) o princípio básico do Método da 
Malha Cotada.
Figura 9 – P rincípio básico do método da Malha Cotada
Fonte: Acervo do Conteudista
Procedimentos de Cálculo
• Definir um sistema xy (eixos cartesianos a ser locado no terreno) fora da área 
a ser escavada e/ou aterrada;
• Dividir a área em quadrados ou retângulos, usando como referência os eixos. 
Assim, obtém-se uma malha quadrada ou regular;
19
UNIDADE Estudos e Trabalhos Preliminares
• Determinar as cotas de todos os vértices da malha (cota do terreno natural e 
cota de Projeto); 
• Calcular a altura de corte e de aterro de todos os vértices;
• Calcular os movimentos de terra (aterros, cortes, total).
Opção A
Usando a fórmula básica para cada célula da malha e somando os volumes:
Volume total = soma de volumes parciais ou:
Vt = V1 + V2 + V3 + ... + Vn
Opção B
Agrupando-se todas as fórmulas referentes às células individuais com as devidas 
simplificações, pelo uso da fórmula genérica a seguir. 
Fórmula genérica
Vt = (a x b) X (Sh’ + 2Sh’’ + 3Sh’’’ + 4 Sh’’) /4
• h = altura de movimentação de terra nos vértices da malha
• hmov =hnat – hproj;
Detalhamento do cálculo, segundo Orth (2009):
• Vt = volume total
 » De corte ou
 » De aterro ou
 » De movimento de terra
• aX b = área de uma célula da malha
• h = altura de movimentação de terra nos vértices da malha
• hmov = hnat – hproj;
A determinação das quatro alturas dos vértices da malha usada no cálculo é feita:
• Usando a técnica de interpolação (aproximação visual), sem planta de implanta-
ção de obra (curvas do terreno natural para o hnat e curvas retificadas para o hproj);
• hmov é a diferença de altura do terreno natural em função do corte ou do 
aterro feito;
• h’, h”, h’’’, h’’’’ = em função da posição do vértice na malha (= vezes que entra 
no cálculo de volume).
Calcular o volume total de movimento de terra, discriminando o volume de corte 
e o volume de aterro relativo ao Projeto a seguir, que consiste em aplainar a parte 
do lote, que está coberta pela malha, no nível de 6,5m.
20
21
Figura 10 – Projeto topográfi co
Fonte: Acervo do Conteudista
Na Tabela 2, são apresentados os cálculos das alturas e dos volumes da malha, 
para auxiliar para cálculos, apresentados por Orth (2009).
Tabela 2 – Cálc ulo das alturas e dos volumes da malha
Vértice Classe H nat H proj H mov C/A Cálculos
1 * 7,8 6,5 1,3 Corte Soma h’ corte = 1,3 m Soma h’ aterro = 0,8 m 
Soma h’’ corte = 0,7+0,4=1,1 m Soma h’’ corte 
= 0,3+0,4=0,7 m h’’’corte =0,1 m Vol corte = 
(12x12)x(1x1,3+2x1,1+4x0,1)/4 = 140,40 m3 
Vol aterro??? Vol total de mov. Terra ??? 
2 ** 7,2 6,5 0,7 Corte
3 * 6,5 6,5 0  
4 ** 6,9 6,5 0,4 Corte
5 **** 6,6 6,5 0,1 Corte
6 ** 6,2 6,5 0,3 Aterro
7 * 6,5 6,5 0  
8 ** 6,1 6,5 0,4 Aterro
9 * 5,7 6,5 0,3 Aterro
Fonte: Orth, 2009
As seguintes observações devem ser realizadas para a interpretação dos cálculos 
de volume: 
• Sempre fazer dois cálculos: 
 » Usando os hs de corte = Vcorte; 
 » Usando os hs de aterro = V aterro;
• Somando-se o Vcorte + Vaterro = Volume Total de movimento de terra, ne-
cessário para estimar o trabalho e seu custo (horas-homen ou horas-máquina);
• Descontando-se Vcorte – Vaterro = Volume Excedente para estimar as neces-
sidades e os custos de compra ou descarte de material (terra); 
• O resultado é o volume do espaço escavado ou aterrado e não do volume de 
terra a comprar ou descartar;
21
UNIDADE Estudos e Trabalhos Preliminares
• Em função do teor de argila no solo, pode-se estimar a taxa de empolamento 
(de 0% a 40% aproximadamente), e o consequente aumento de volume real 
da terra movimentada;
• Considerar a capacidade de transporte de material pelos caminhões tombadei-
ras = 6m3, em média.
O movimento de terra de um Projeto interfere diretamente no custo final da 
obra, principalmente, se houver necessidade de contenção, muro de arrimo etc. 
Por isso, é fundamental que se estude bem o terreno antes da elaboração do Proje-
to, de forma que ocorra o mínimo possível de serviços de terraplenagem. O ideal, 
sempre que viável, é que o Projeto se adapte às condições naturais do terreno.
Um cálculo de volume de movimento de terra bem estudado e discutido, ana-
lisando-se qual é o melhor método para cada situação, contribui para uma terra-
plenagem bem executada, sem grandes desvios do planejamento original e, conse-
quentemente, gastos acima do previsto.
Empolamento do Solo Escavado
Empolamento é o aumento do volume sofrido por um determinado material do 
seu estado natural para o estado solto ao ser transportado, ou seja, ocorre o au-
mento do índice de vazios entre as partículas sólidas. É expresso como sendo a per-
centagem do aumento de volume em relação ao volume original (GRECO, 2012).
Considerando-se uma determinada massa de solo natural, de volume natural 
(Vn), essa massa de solo apresentará um aumento de volume, ou empolamento, 
após o solo ser escavado, com um Volume solto (Vs) maior do que (Vn). A mesma 
massa de solo apresentará, depois de compactada, um Volume compactado (Vc) 
menor que (Vn) (CASTRO, 2010).
Em média, o Volume solto Vs é 25% maior do que o volume no terreno natural 
Vn, e o Volume compactado Vc é 15% menor. 
A massa específica aparente seca natural (γn) será, portanto, maior que a massa 
específica aparente seca solta (γs), e menor que a massa específica aparente seca 
compactada (γc) (CASTRO, 2010).
De acordo com, Castro (2010), no estudo do empolamento de solo, trabalha-se 
com três relações:
• A primeira das relações, denominada empolamento (ep), traduz a relação en-
tre o volume solto e o volume natural, senda dado por:
 » Ep = Vs/Vn;
 » Ep = γn/γs.
• A segunda das relações, denominada fator de empolamento, traduz a relação 
de redução da massa específica aparente seca ao se escavar o material, com 
valor sempre menor que 1, sendo dada por:
 » j = Vn/Vs; ou
 » j = 1/ep.
22
23
• A terceira das relações, denominada porcentagem (ou taxa) de empolamento 
[p(%) ou T. E.] , fornece a taxa de aumento, em porcentagem, do volume solto 
em relação ao volume natural, sendo dada por:
 » T.E. = p(%) = (ep – 1) 100%; ou
 » T.E. = p(%) = (γn/ γs – 1) 100%.
Exemplo 1
Cálculo da taxa de empolamento
Dados
(γn) = 1650 g/dm3
(γs) = 1370 g/dm3
Resolução
T E n
s
x
T E g dm
g dm
x
T
s
s
. . %
. .
/
/
%
.
� �
�
�
�
�
�
�
�
�
�
�
�
�
�
�
�
1 100
1650
1370
100
EE. , %� 20 44
Na Tabela 3, são apresentados alguns valores típicos de empolamento com base 
no tipo de solo encontrado no local (CASTRO, 2012).
 Tabela 3 – Valores típicos de empolamentos dos solos
Tipo de solo φ p(%) ep
Solos argilosos secos 0,71 40 1,4
Solos comuns secos ou úmidos 0,8 25 1,25
Solos arenosos secos 0,89 12 1,12
Fonte: Castro, 2012
Coeficiente de Empolamento ou de Conversão
CA = γn/γa
Onde
• γn é a massa específica aparente seca do material no estado natural;
• γa é a massa específica aparente seca do material compactado.
Fator de Empolamento de Volumes
Conforme discutido por Orth (2009), geralmente, os volumes de aterros devem 
ser corrigidos por um fator de empolamento, sendo denominado volume de aterro 
corrigido, que é obtido da seguinte forma:
FA = 1 / CA (1,05 a 1,4)
23
UNIDADE Estudos e Trabalhos Preliminares
Assim, o volume empolado de aterro, que equivale ao volume geométrico de 
escavação (do corte) necessário para a obtenção do aterro compactado será:
Vcor = FA.VA
Onde
• VA é o volume de aterro compactado.
Redução é a redução de volume sofrida por um material por efeito de compac-
tação de rolos, vibradores etc., compactandoo material em grau maior do que ele 
é encontrado em seu estado natural. 
Essa redução depende, naturalmente, do grau de compactação exigido e do material.
Projeto e Implantação do Canteiro de Obra
O Processo de Projeto e a montagem dos canteiros de obra são padronizadas 
e seguem as prescrições e os requisitos das seguintes normas da Associação 
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Códigos e Leis, além das experiências 
das construtoras:
• ABNT NBR 12284: 1991 – Áreas de vivência em canteiros de obras – Procedimento;
• A NR-18 (Norma Regulamentadora nº18) – Condições e meio ambiente de 
trabalho na indústria da construção;
• Acordo e Convenções Coletivas de Trabalho;
• Código Municipal de Obra;
• Código Sanitário Estadual;
• Legislação de Meio Ambiente.
A NBR-12.284 define o canteiro de obras como o conjunto de áreas destinadas 
à execução e ao apoio dos trabalhos da indústria da construção, dividindo-se em 
áreas operacionais e áreas de vivência.
A NR-18 (Norma Regulamentadora nº18) define o canteiro de obras como a 
área de trabalho fixa e temporária na qual se desenvolvem operações de apoio e 
execução de uma obra.
As considerações sobre o Projeto, apresentadas a seguir, a implantação e o fun-
cionamento do canteiro de obras, foram baseadas nas especificações das normas 
apresentadas a seguir. 
Planejamento e Organização do Canteiro de Obra
O planejamento e a organização do canteiro de obra devem preceder à realiza-
ção dos serviços de cada etapa da obra a fim de serem evitadas improvisações que 
fatalmente levam à desorganização da obra, ociosidade e subutilização dos equipa-
mentos e da mão-de-obra, transporte desnecessário e armazenamento inadequado 
24
25
dos materiais, desperdícios, perdas de produtividade, de tempo e de qualidade, 
levando a perdas financeiras irrecuperáveis.
A Logística aplicada ao planejamento e à organização do canteiro de obras de 
edificação constitui-se num processo de ações multidisciplinares voltadas à otimi-
zação, à racionalização e à eficácia do suprimento, do recebimento, do armazena-
mento, da movimentação, da disponibilização e do uso dos insumos, de materiais, 
das ferramentas, de equipamentos, de mão-de-obra e das informações nas frentes 
de trabalho.
A organização do canteiro consiste, em resumo, no uso racional do terreno não 
ocupado pela edificação para instalação da “fábrica” que vai produzir a edificação. 
São fatores condicionantes do planejamento e da organização do canteiro:
• Tipo, natureza e complexidade da obra;
• Topografia e condições ambientais;
• Características dos materiais empregados;
• Processos e métodos construtivos empregados;
• Tipos de equipamentos empregados;
• Prazos de execução de cada etapa e da obra total;
• Quantificação e tipificação da mão-de-obra a ser utilizada em cada etapa.
O Projeto do canteiro de obras é parte inicial integrante do Processo de constru-
ção, responsável por seu arranjo físico (layout) e pelo dimensionamento e localiza-
ção das áreas de recebimento e armazenagem de materiais, das áreas de trabalho, 
de vivência e de apoio, das vias de circulação e transporte, necessárias ao desen-
volvimento das operações de apoio e de execução dos serviços.
O Projeto do canteiro de obras deve contemplar cada fase da obra, de forma 
integrada e evolutiva, de acordo com as características de cada uma delas, e se 
adequar ao Processo de Produção empregado, de modo a oferecer condições sa-
tisfatórias de segurança, saúde e motivação dos trabalhadores dos serviços.
Deve, ainda, atender a uma Política de Segurança de Trabalho voltada à pre-
venção de acidentes, à promoção da saúde e à proteção da integridade física dos 
trabalhadores, de clientes e de terceiros, mantendo as atividades em padrões ade-
quados de produtividade com qualidade de serviço.
Os programas voltados à segurança, à saúde, à prevenção de acidentes e à 
preservação das condições de trabalho e do meio ambiente devem ser tratados em 
conjunto, e devem ser elaborados antes da implantação de um canteiro de obras.
O canteiro de obra é planejado para cada fase ou etapa distinta da obra, modi-
ficando-se a fim de se adequar a cada nova fase, com o objetivo de obter o melhor 
desempenho das atividades ali desenvolvidas e vai sendo modificado ao longo da 
execução da obra em função dos materiais presentes, dos serviços a serem exe-
25
UNIDADE Estudos e Trabalhos Preliminares
cutados, dos equipamentos utilizados e da mão-de-obra alocada nos serviços, de 
forma racional e otimizada.
Para o desenvolvimento do Projeto e montagem racional e otimizado do cantei-
ro de obras, deve-se levar em conta as várias etapas da obra divididas em:
• Fase Inicial – Corresponde à movimentação de terra, execução das fundações 
e do subsolo;
• Fase Intermediária – Fase de grande volume de produção: estrutura, coberta, 
alvenaria e instalações;
• Fase Final – Fase de revestimentos e acabamento da obra.
Antes do início, Licenças, Alvarás e Registros devem ser adquiridos para o bom 
andamento da obra.
São eles:
• Aprovação dos Projetos: alguns dos Projetos estão sujeitos à aprovação pré-
via em diferentes Órgãos ou Empresas de Serviço Público. Os principais são:
 » Projeto de Arquitetura – Prefeitura Municipal;
 » Projeto de Instalação Elétrica – Concessionária de Energia Elétrica;
 » Projeto de Instalação Hidrossanitária – Prefeitura Municipal e/ou Con-
cessionária de Água e Esgoto;
 » Projeto de Instalação Contra Incêndio – Corpo de Bombeiros;
 » Projeto de Instalação Telefônica – Concessionária de Telefonia;
• Licenciamento Ambiental – Licenças concedidas pelos órgãos ambientais do Mu-
nicípio. Estado e União que analisam o impacto ambiental do empreendimento;
• A.R.T./CREA - Anotação de Responsabilidade Técnica, no Conselho Regio-
nal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, de todos os autores dos Projetos 
e dos responsáveis por suas respectivas execuções;
• Alvará de Construção – É emitido pela Prefeitura Municipal do Município 
onde será executada a obra, após a aprovação dos Projetos;
• Matrícula da obra no INSS – Cadastro Específico no INSS – C.E.I. da obra:
 » Comunicação prévia da obra à DRT – É obrigatória a comunicação à 
Delegacia Regional do Trabalho, antes do início das atividades, das seguintes 
informações:
a) Endereço da obra;
b) Qualificação (CEI – INSS, CNPJ ou CPF) do contratante, empregador 
ou condomínio;
c) Número máximo de empregados previsto (inclusive subempreiteiros);
d) Datas previstas de início e término da obra.
26
27
Placas da Obra
As placas são confeccionadas em chapas de metal (zinco, aço zincado e alumí-
nio) com armação de madeira ou aço, destinadas a fornecer informações sobre a 
obra. O conteúdo, dimensões e especificações são regulamentados pela Legislação 
municipal ou especificados no Contrato de Execução da Obra.
O CREA (Conselho Regional de Engenharia, Agronomia e Arquitetura) exige 
que seja afixada na frente principal da obra uma placa com os nomes, os registros 
e as anotações das Empresas e dos profissionais responsáveis envolvidos nos Pro-
jetos e na execução da obra. 
Os Órgãos de Licenciamento exigem a afixação de placa contendo os dados da 
Licença em formato padronizado, para facilitar a sua fiscalização.
Outras placas são colocadas a fim de dar maiores informações ao público sobre a 
obra, como as Empresas fornecedoras e produtos envolvidos na execução da obra.
Preparação do Terreno
Uma vistoria minuciosa e um histórico do terreno devem ser feitos antes da ela-
boração dos Projetos, com a finalidade de localizar a existência de elementos tais 
como tubulações enterradas de qualquer natureza, poço, cacimbão, fossa, sumi-
douro, restos de edificações, nascentes, aterros de qualquer natureza, córregos etc.
Uma vistoria minuciosa deve ser novamente feita no terreno, antesda implanta-
ção do canteiro, a fim de se fazer o reconhecimento dos elementos já detectados e 
mencionados nos Projetos e especificações, bem como detectar novos elementos 
não detectados, tais como formigueiros, tronco de árvores, tubulações, erosões etc.
Antes da implantação do canteiro, alguns serviços poderão ser necessários na 
preparação do terreno, e dependem da localização da obra, sendo:
• Desmatamento – Retirada da vegetação de grande porte, devidamente autori-
zada pelo Órgão Ambiental competente, sendo feita manualmente com o uso 
de Motosserra ou por máquinas e equipamentos adequados;
• Roçado – Corte dos pequenos arbustos, feito manualmente com Roçadeira ou 
por processo mecânico;
• Destocamento – Extração dos tocos de árvores e arbustos resultantes do desmatamento;
• Capina – Retirada de toda a vegetação rasteira, feita manualmente com enxa-
da ou equipamento;
• Desentulho e limpeza – Consiste na retirada de todo material indesejável 
na obra;
• Terraplenagem – Consiste no conjunto de operações de corte, escavação, 
carga, transporte, descarga, compactação e acabamento, executadas no ter-
reno natural, a fim de dar uma nova conformação topográfica desejada. É 
indispensável o acompanhamento dos trabalhos pelo serviço de topografia.
27
UNIDADE Estudos e Trabalhos Preliminares
Programas de Segurança
De acordo com as especificações e recomendações da NR 5; da NR 7; da NR 
9 e da NR 18, fica estabelecida a obrigatoriedade da elaboração e da implementa-
ção, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores 
como empregados, a elaboração de Programas de Segurança, garantindo, assim, a 
segurança dos envolvidos em todas as etapas de execução da obra, sendo:
• PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria 
da Construção Civil – O programa serve como ponto de partida para que se 
implante um Sistema de Gestão da Segurança do Trabalho;
• PPRA – Programa de Prevenção e Riscos Ambientais – Visa à preservação da 
saúde e da integridade dos trabalhadores;
• PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – Objetiva a 
promoção e a preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores;
• SESMT – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medici-
na do Trabalho;
• CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – Objetiva a elabora-
ção de, por exemplo, Mapas de Riscos, discutir acidentes ocorridos, convocar 
reuniões extraordinárias etc.;
• Ordens de Serviço sobre Segurança e Medicina do Trabalho – objetiva a 
universalização das responsabilidades, não só sobre segurança e saúde do tra-
balhador, como também sobre os processos de execução dos serviços. 
Elementos do Canteiro de Obra
Seguindo as prescrições e os requisitos da ABNT NBR 12284:1991 e da NR-18, 
a seguir, apresentam-se os elementos que devem compor o canteiro de obras, e se 
dividem em Áreas de produção, Áreas de vivência, Elementos de proteção co-
letiva, Instalações hidrossanitárias, Instalações prediais, Elementos de apoio 
técnico/administrativo, Armazenagem e estocagem de materiais, e Sistema 
de transporte.
Áreas de Produção
As Áreas de Produção são destinadas ao apoio direto à execução da obra e incluem: 
• Central de argamassa e concreto: Local destinado ao preparo e à produção 
de concretos e argamassas. Área dimensionada conforme o número de betonei-
ras previsto em função do serviço demandado. A localização deve estar estrate-
gicamente o mais próximo possível das áreas de armazenagem dos agregados 
e dos equipamentos de transporte vertical. Deve ser provida de armazenagem 
própria de água, ser coberta e ter área na ordem de 20m². Um tablado de ma-
deira deve ser previsto para acondicionar os sacos de aglomerantes;
• Central de preparo de armaduras: Área destinada ao corte, dobramento e 
pré-montagem das armaduras; área da ordem de 50m2. A dobragem e o corte 
28
29
de vergalhões de aço em obra devem ser feitos sobre bancadas ou plataformas apro-
priadas e estáveis, apoiadas sobre superfícies resistentes, niveladas, não escorrega-
dias e afastadas da área de circulação de trabalhadores. Os locais de estocagem 
e corte dos vergalhões devem ser previamente estudados, vez que cada barra 
mede 12,00m de comprimento (6,00m dobradas em estoque) e devem ser 
apoiados sobre travessas de madeira, ferro ou concreto, a fim de se manterem 
afastados do solo. Os operários devem usar EPI – Luvas de raspa de couro e 
óculos de segurança. A área dos equipamentos de corte deve ser coberta.
Área de corte dos
varões de aço
Área de dobragem dos
varões de aço
Depósito dos varões
de aço dobrados
Área de pré-fabrico
de armaduras
Lo
ca
l d
e d
es
ca
rg
a
de
 va
rõ
es
 de
 aç
o
De
pó
sit
o d
e v
ar
õe
s d
e a
ço
De
pó
sit
o d
e d
es
pe
rd
íci
os
Figura 11 – Exemplo de divisão da área da Central de prepara das armaduras
• Área de carpintaria: A Carpintaria é composta basicamente de Bancada(s) 
de trabalho e Serra circular. Destinada ao corte e à montagem das formas 
e das esquadrias. Deve ser localizada próximo ao estoque de madeira, com 
comprimento mínimo de 6m e área coberta na ordem de 25m².
Área de execução e
reparação de formas
De
pó
sit
o d
e m
ad
eir
a
pa
ra
 co
fra
ge
ns
Depósito de formas
fabricadas
Depósito de formas
usadas De
pó
sit
o d
e p
ai
né
is
de
 co
fra
ge
ns
 pr
é-
fa
br
ica
do
s
Lo
ca
l d
e d
es
ca
rg
a
Figura 12 – Exemplo de divisão da área da Central de preparo das formas
29
UNIDADE Estudos e Trabalhos Preliminares
• Área de pré-moldados: Área destinada à execução, cura e armazenagem de 
elementos pré-moldados no canteiro de obras.
• Área de Serralheria: Área destinada à execução de grades, esquadrias e es-
truturas metálicas.
Áreas de Vivência
As áreas de vivência são regulamentadas pela NBR 12284:1991 e pela NR-18 
e são áreas destinadas aos operários que trabalham na obra, de modo a oferecer 
melhor qualidade de vida ao empregado e obter maior satisfação e motivação, ge-
rando maior produtividade e melhor qualidade dos serviços.
Segundo a NR-18, a área de vivência é obrigatoriamente composta de Insta-
lação sanitária, vestiário, refeitório, cozinha e ambulatório (quando possuir 
50 empregados).
As áreas de vivência devem ser mantidas em perfeito estado de conservação, 
higiene e limpeza e dispor de:
• Instalação sanitária: entende-se como instalação sanitária o local destinado ao 
asseio corporal e/ou ao atendimento das necessidades fisiológicas de excreção. 
As instalações sanitárias provisórias devem ser dimensionadas para atender ade-
quadamente ao número de operários, de forma que possam ser reutilizadas em 
outras obras. Segundo a NR-18, devem ser observadas as seguintes condições:
 » Ter paredes de alvenaria, de concreto ou de outro material de resistência 
equivalente (podendo ser de madeira), revestidas de material liso, lavável e 
impermeável, até a altura mínima de 1,80m, proibindo-se o uso de qualquer 
tipo de madeira. Quando utilizada pintura, esta deve ser de cor clara, com 
características equivalentes à tinta óleo ou esmalte;
 » Ter piso impermeável, lavável e não escorregadio;
 » Ter pé-direito mínimo de 2,50m;
 » Possuir iluminação e ventilação adequadas;
 » Um lavatório, um vaso sanitário e um mictório para cada grupo de 20 (vinte) 
trabalhadores, ou fração;
 » Um chuveiro para cada grupo de 10 (dez) trabalhadores ou fração, com divi-
sórias entre eles, com altura mínima de 1,80m;
 » A área de chuveiros deve ter piso rebaixado de, no mínimo, 0,05m em relação 
à área de circulação, com caimento para ralo ou canaleta de escoamento;
 » Cada chuveiro deve ter área mínima de 0,80m² e possuir saboneteira e ca-
bide individuais;
 » Ser independentepara homens e mulheres, com identificação nas portas;
 » O box sanitário deve ter área mínima de 1,00m², porta com trinco interno, 
papeleira e cesto para papel;
 » Os vasos devem ser do tipo bacia turca ou sifonado, com caixa ou válvula de 
descarga, e ligados à rede de esgoto ou fossa;
30
31
 » Os mictórios devem ser individuais do tipo cuba, devendo prever distância 
mínima de 0,60m entre eixos, ou coletivos, do tipo calha, considerando cada 
segmento de 0,60m como uma vaga ou unidade;
 » Os mictórios devem ser revestidos internamente de material liso, impermeável 
e lavável; ter as bordas inferiores com altura máxima de 0,50m do piso acaba-
do; ser providos de descarga com sistema contínuo ou automático; ser ligados 
com interposição de sifões hidráulicos diretamente à rede de esgoto ou fossas;
 » A instalação sanitária deve estar situada em locais de acesso fácil e seguro, 
não se permitindo deslocamento superior a 150m do posto de trabalho até 
os gabinetes sanitários, mictórios e lavatórios;
 » Ter toda fiação elétrica protegida por eletrodutos, com interruptores à altura 
de 1,10m do piso acabado;
 » Ser mantida em perfeito estado de conservação e limpa, permanentemente. Os 
produtos utilizados devem ser biodegradáveis e não devem deixar resíduos tóxicos;
• Vestiário: todo canteiro deve possuir vestiário para troca de roupa dos empre-
gados, dotados de bancos e armários individuais com fechadura ou cadeado, 
piso cimentado ou madeira, área de ventilação e possuir pé-direito mínimo de 
2,50m. Distância mínima de 1,60m entre frente aos armários; 
• Refeitório: nos canteiros de obra, é obrigatória a existência de local adequado 
para as refeições dos operários, não sendo permitida a sua localização em 
porão ou subsolo. Deve ser dotado de cobertura adequada, que os proteja das 
intempéries, piso lavável e pé-direito não inferior a 2,80m. 
Deve ser bem ventilado e iluminado, dotado de mesas e assentos, com lava-
tório instalado em sua proximidade, e não possuir comunicação direta com 
instalações sanitárias. 
O refeitório deve ter depósito (com tampa) para lixo e bebedouro com água 
potável, filtrada e fresca, sendo proibido o uso de copos coletivos. O refeitório 
deve atender a pelo menos metade dos operários por vez. Esse espaço é, ge-
ralmente, utilizado também como área de lazer.
Figura 13 – Exemplo de área do refeitório e sua divisão
Fonte: Acervo do Conteudista
31
UNIDADE Estudos e Trabalhos Preliminares
• Cozinha: atualmente, a alimentação dos operários somente é preparada no 
canteiro de obras quando não for possível ser realizada em outro local já pré-
-existente, que, geralmente, serve a várias obras, ou ser adquirida de fornece-
dor terceirizado. Nesse caso, reserva-se uma área para aquecimento dos ali-
mentos e da lavagem da louça. As instalações da cozinha são regulamentadas 
pela NR-18 e por Legislação complementar;
• Ambulatório: toda obra com 50 (cinquenta) ou mais operários deverá possuir 
um ambulatório dotado de medicamentos básicos e maca. Nesse ambulatório, 
deve haver o material necessário à prestação de Primeiros Socorros, conforme 
as características da atividade desenvolvida, que deve ser mantido guardado e 
aos cuidados de pessoa treinada para esse fim.
Elementos de Proteção Coletiva da Obra
• Tapume: denominação dada ao painel contínuo, construído em torno do can-
teiro de obras, com a finalidade de proteger o público contra possíveis danos 
decorrentes da execução dos trabalhos, bem como impedir o acesso à obra 
de animais e pessoas estranhas. É construído nos limites do terreno com vias 
públicas ou propriedades vizinhas.
O Código de Obra de cada município regulamenta alguns de seus aspectos 
construtivos, tais como altura mínima, ocupação dos passeios, material empre-
gado, aparência etc. A altura mínima é de 2,20m.
A chapa de madeira compensada resinada ou plastificada é o material mais uti-
lizado na confecção dos tapumes, podendo ser utilizadas chapas de metal com 
armação de madeira. Algumas Empresas usam painéis metálicos e grades, que 
são reutilizáveis em várias obras.
• Os tapumes devem ser pintados adequadamente e ter boa aparência, pois 
constituem a fachada da obra, refletindo a imagem da Empresa;
• Galeria: nas construções e reformas com mais de dois pavimentos executadas 
próximas ao alinhamento do logradouro, devem ser construídas galerias so-
bre o passeio, para segurança dos transeuntes, com altura interna mínima de 
3,00m. Na borda da cobertura da galeria, deve ser instalado um complemento 
em balanço, com 1,00m de extensão e inclinação de 45º;
• Plataformas de proteção (bandeja): na construção de edificações com mais 
de 4 (quatro) pavimentos ou altura equivalente, é obrigatória a instalação de 
uma plataforma de proteção especial, em balanço, em todo o seu perímetro, 
na altura da primeira laje, sendo chamada de plataforma primária. Essa plata-
forma deve ter 2,50m de balanço horizontal e um complemento de 80cm de 
extensão, com inclinação de 45° até a borda.
Acima e a partir da plataforma principal, devem ser instaladas plataformas 
secundárias a cada 3 (três) lajes, com 1,40m de balanço horizontal, e um com-
plemento de 80cm de extensão, com inclinação de 45° até a borda;
32
33
• Rede vertical de fachada: são redes de nylon (ou material similar), colocadas 
justapostas às fachadas, a fim de impedir a queda de pessoas e materiais para 
fora do alcance das bandejas;
• Guarda-corpo e rodapé: em toda a periferia da obra, devem ser instalados 
anteparos rígidos, em sistema de guarda-corpo e rodapé, com altura de 1,20m 
para o travessão superior, 0,70m para o intermediário e 0,20m para o rodapé.
O vão entre as travessas deve ser preenchido com tela ou outro dispositivo que 
garanta o fechamento seguro da abertura.
Instalação Hidrossanitária
• A obra deve ser provida de abastecimento permanente de água potável;
• O reservatório provisório deve ser dimensionado para atender ao consumo 
geral e a uma eventual falta de fornecimento de água;
• Os esgotos devem ser lançados na Rede Pública ou no Sistema de Fossa 
e Sumidouro;
• Um reservatório exclusivo deve ser instalado junto à Central de argamassas 
e concreto.
Instalação Elétrica
• A execução e a manutenção das instalações elétricas devem ser realizadas por 
trabalhador qualificado e supervisionado por profissional legalmente habilitado;
• Somente podem ser realizados serviços nas instalações quando o Circuito elé-
trico não estiver energizado;
• Quando não for possível desligar o Circuito, deverão ser adotadas todas as 
medidas de proteção, com a utilização de ferramentas e equipamentos de 
proteção individual;
• É proibida a existência de partes vivas expostas de circuitos e equipamen-
tos elétricos;
• Os condutores devem ter isolamento adequado, de modo a não obstruir a 
circulação de materiais, equipamentos e pessoal, e serem protegidos contra 
impactos mecânicos, umidade e agentes corrosivos;
• Todos os circuitos devem ser protegidos com chaves acondicionadas em Quadros;
• As estruturas e as carcaças dos equipamentos elétricos devem ser eletricamen-
te aterradas;
• Os equipamentos fixos deverão ter Circuito e Chave individuais;
• Os equipamentos e as máquinas elétricas móveis só poderão ser ligadas por 
meio de plugues e tomadas;
• Placas de sinalização e instruções devem ser afixadas estrategicamente;
• Os locais de trabalho devem ser bem iluminados e as lâmpadas para iluminação 
de locais de movimentação de materiais devem estar protegidas contra impactos.
33
UNIDADE Estudos e Trabalhos Preliminares
Elementos de Apoio Técnico/Administrativo
• Escritórios: local destinado à administração e à fiscalização da obra. O seu di-
mensionamento depende do número de profissionais envolvidos, podendo ser 
dividido em salas técnicas e administrativas. Devem ser providosde banheiros 
individualizados;
• Portaria: deve ficar junto à porta de acesso do pessoal e ser suficientemente am-
pla para manter um estoque de EPI, a ser fornecido aos visitantes. A guarita deve 
estar localizada de modo que o vigia possa controlar os acessos da obra e impedir 
a entrada de pessoas desprovidas dos Equipamentos de Proteção Individuais;
• Alojamento: deve ter área mínima de 3,00m2 por módulo cama/armário, 
incluindo a circulação. Proibido “treliche”. Não pode estar situado em subsolo 
ou porão; deve ter armários duplos e individuais, água potável, filtrada e fres-
ca, com lençol, fronha e travesseiro por cama.
Armazenagem e Estocagem de Materiais
• Depósito: são instalações destinadas à guarda de materiais de considerável 
quantidade e volume, por razões de segurança e deterioração. O seu dimen-
sionamento depende do volume estimado de material a ser estocado e do 
espaço disponível;
• Silos/baias: são instalações destinadas a armazenar agregados e aglomeran-
tes a granel. Devem ser localizados de forma a permitir fácil acesso de cami-
nhões basculantes. As baias devem ter separações de madeira ou alvenaria, 
para que não haja mistura entre os materiais;
• Almoxarifado: são instalações destinadas à guarda de ferramentas e materiais 
de pequeno porte e de valor elevado;
• Estocagem de materiais específicos
• Cimento:
 » Local protegido contra umidade;
 » Empilhados sobre estrado de madeira;
 » Prever carga na base de 3,0ton./ m2;
 » Dar saída por ordem de entrada;
 » Camadas sucessivas cruzadas (amarração);
 » Pilha máxima de 10 sacos;
 » Utilizar dentro do prazo especificado pelo fabricante;
• Cal:
 » Extinta e ensacada;
 » Empilhados sobre estrado de madeira;
 » Altura máxima de 2,0m;
34
35
 » Camadas sucessivas cruzadas (amarração);
 » A cal virgem não é mais utilizada nos canteiros de obra por ser economi-
camente inviável;
• Agregados:
 » Armazenados em silos ou em baias;
 » Acesso livre para descarrego;
 » Descarregar a altura inferior a 3,0m;
 » Evitar a ação prejudicial do vento;
 » O Estoque deve estar próximo ao acesso direto do basculamento do caminhão;
 » Deve-se prover delimitação quanto às laterais;
 » Evitar carreamento pela chuva e contaminação com terra, entulho e 
outros materiais;
 » A altura máxima do estoque sobre o terreno deve ser da ordem de 1,5 m;
 » Não estocar sobre laje (devido à sobrecarga);
• Tubos, vergalhões e perfis metálicos:
 » Área de comprimento mínimo de 7,5m para tubos, perfis e vergalhões, 
quando dobrados;
 » Área de comprimento mínimo de 13,5m para vergalhões de aço estirados;
 » Arrumados em camadas, com espaçadores transversais travados lateralmente;
 » As extremidades devem ser alinhadas para não avançar nas circulações;
 » Separados por tipos e bitolas, com altura máxima de 1,50m. Os locais 
de estocagem e corte dos vergalhões devem ser previamente estudados, 
vez que cada barra mede 12,00m de comprimento (6,00m dobradas em 
estoque); eles devem ser apoiados sobre travessas de madeira, ferro ou 
concreto, a fim de se manterem afastados do solo;
• Madeiras:
 » A estocagem da madeira na obra deve ser feita por tipo de madeira e 
por bitola;
 » As linhas, caibros e ripas são armazenados da mesma forma que os tubos 
e os vergalhões;
 » As peças devem ficar em local coberto de modo a não sofrerem a ação das 
intempéries, a fim de que não se alterem as suas características, e apoiadas 
sobre travessas de madeira para se manterem afastadas do piso;
 » Deve-se observar se as peças, principalmente as chapas de madeira com-
pensada, não estão sofrendo deformações;
 » Área dimensionada em função do comprimento máximo;
 » Em local afastado de inflamáveis;
35
UNIDADE Estudos e Trabalhos Preliminares
 » Extremidades alinhadas para não avançar na circulação;
 » Extintor de incêndio: CO2 de 6kg;
 » Em pilhas travadas lateralmente;
 » Altura máxima de 1,50m.
Sistema de Transporte
O Sistema de Transporte deve ser bem projetado, com layout bem definido, 
levando-se em conta a redução das distâncias e das operações de cargas e descar-
gas, o cruzamento das vias e o menor contato entre operário e material, sendo:
• Na horizontal – Carrinho de mão, jerica, padiola, bob-cat, pá-mecânica, re-
troescavadeira etc.;
• Na vertical – Elevadores, guincho de coluna, grua, sarilho etc.;
• Outros tipos – Bombas de argamassa e concreto, bombas d’água etc.
A Figura 15 apresenta exemplo de um Projeto de canteiro de obras, com todas as 
áreas que o compõem, incluindo as Redes de instalações e as vias de Comunicação.
Figura 14 – Exemplo de um Projeto de canteiro de obras
Fonte: Acervo do Conteudista
36
37
Locação da Obra
Locar uma obra é uma das etapas mais importantes da construção, e define-se 
como a implantação de um Projeto no terreno, de modo a determinar todos os 
referenciais necessários para a construção da obra, ou seja, passar do papel para 
a obra real, e consiste em posicionar no terreno todos os elementos indicados no 
desenho, como:
• Posição das estacas ou tubulões; 
• Posições das valas para os baldrames; 
• Posições dos eixos das paredes; 
• Dos pilares etc.
Os requisitos da ABNT NBR 14645-3:2011 e da ABNT NBR 15309:2005 
devem ser seguidas para garantir a qualidade do Projeto executado, a partir de um 
Projeto executivo.
Esse tópico será retomado mais detalhadamente na Unidade 2 – Fundações e 
Sistemas Estruturais.
37
UNIDADE Estudos e Trabalhos Preliminares
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Canteiro
https://goo.gl/Ktj8ty
Eurobras
https://goo.gl/Ak51wc
 Livros
Tecnologia de Obras e Infraestrutura
PINHEIRO, A. C. F. B.; CRIVELAR, M. Tecnologia de Obras e Infraestrutura. São 
Paulo: Érica 2014. (Livro Digital).
Fundações e Estruturas de Contenção 
BUDHU. Fundações e Estruturas de Contenção. São Paulo: LTC, 2013.
Introdução à Engenharia
HOLTZAPPLE, M. P.; REECE, W. D. Introdução à Engenharia. Rio de Janeiro: 
LTC, 2006.
Projeto na Engenharia
PAHL, Gerhard. Projeto na Engenharia. São Paulo: Edgard Blucher, 2005.
 Leitura
Conheça as 10 Etapas de uma Obra
https://goo.gl/fGHRea
38
39
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 6502:1995. 
Rochas e solos. Rio de Janeiro: ABNT, 1995.
______. NBR 9820:1997. Coleta de amostras indeformadas de solos de baixa 
consistência em furos de sondagem – Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1997.
______. NBR ISO 8812:2017 (Máquinas rodoviárias – Retroescavadeiras – Defi-
nições e especificações comerciais. Rio de Janeiro: ABNT, 2017.
______. NBR 11682:2009. Estabilidade de encostas. Rio de Janeiro: ABNT, 2009.
______. NBR 12284:1991 – Áreas de vivência em canteiros de obras – Procedi-
mento. Rio de Janeiro: ABNT, 1991.
______. NBR 15575: Normas de desempenho – Partes 1 a 5. Rio de Janeiro, 2013.
______. NBR 6122:2010. Projeto e execução de fundações. Rio de Janeiro: 
ABNT, 2009.
______. NBR 6502:1995 (Rochas e solos): define os termos relativos aos ma-
teriais da crosta terrestre, rochas e solos, para fins de engenharia geotécnica de 
fundações e obras de terra. Rio de Janeiro: ABNT, 1995.
______. NBR 7480:2007: Aço destinado a armaduras para estruturas de concre-
to armado – especificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2007.
______. NBR 9603:2015. Sondagem a trado – Procedimento. Rio de Janeiro: 
ABNT, 2015.
______. NBR ISO 6165:2012 (Máquinas rodoviárias – Tipos básicos – Identifica-
ção e termos e definições). Rio de Janeiro: ABNT, 2012.
______. NBR ISO 7131:2015 (Máquinas rodoviárias – Pás-carregadeiras – Termi-
nologia e especificações comerciais. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
______. NBR ISO 8812:2017. Máquinas rodoviárias – Retroescavadeiras – Defi-
nições e especificações comerciais.Rio de Janeiro: ABNT, 2017.
CASTRO, B. A. C. Terraplenagem. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Ho-
rizonte. 2010. (Disciplina Construção de Estradas e Vias Urbanas). Disponível em: 
<http://www.etg.ufmg.br/ensino/transportes/disciplinas/etg033/turmaa/tb13.pdf>
FARIA, J. A. Gestão de Obras e Segurança. FEUP – 2013/2014. Disponí-
vel em: <https://web.fe.up.pt/~construc/go/docs_GO/sebenta/por%20capitu-
los%202013/08-Movimentacaoterras-rev10fev14.pdf>.
FIGUEIREDO DE SÁ, J. C. D. Normalização dos trabalhos de demolição. Pro-
posta de elaboração de um modelo de um plano de demolição. 2013. 134f. (Dis-
sertação de Mestrado) – Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, 2013.
39
UNIDADE Estudos e Trabalhos Preliminares
GRECO, J. A. S. Terraplenagem (Notas de Aula). Apostila da Disciplina ETG033: 
Construção de Estradas e Vias Urbanas. Belo Horizonte: Universidade Fede-
ral de Minas Gerais, 2012. Disponível em: <http://etg.ufmg.br/~jisela/pagina/
notas%20aula%20Terraplenagem.pdf>.
ORTH, Dora. Topografia aplicada: implantação de obras. Curso de Arquitetura e 
Urbanismo. Apostila da Disciplina ECV 5631 – Unidade 5. Florianópolis: Univer-
sidade Federal de Santa Catarina, 2009. Disponível em: <www.grupoge.ufsc.br/
publica/Aulatopounid5a.ppt>.
40

Mais conteúdos dessa disciplina