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Modelos de Avaliação de ações


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Modelos de Avaliação de Ações
Sérgio Kannebley Jr.
USP - Ribeirão Preto
September 21, 2023
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 1 / 48
Introdução
Este caṕıtulo descreve modelos de valoração de ações utilizados para
descobrir ativos ”fora de preço”.
Esses modelos são utilizados em análises fundamentalistas, baseadas
em informações concernentes a lucratividade corrente e futura de uma
empresa a fim de acessar o valor justo de mercado de uma empresa.
▶ Para determinar um preço adequado para as ações de uma empresa, o
analista de t́ıtulos deve prever os dividendos e os ganhos que podem ser
esperados da empresa.
▶ O objetivo da análise fundamentalista é identificar ações que
supostamente estão com preços incorretos em relação a uma medida de
preço ”verdadeiro” (intŕınseco) que pode ser derivada a partir dos
dados financeiros observáveis.
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 3 / 48
Introdução
Os modelos apresentados serão:
Modelos de Balanço - Avaliação por Comparáveis
Modelos de Desconto de Dividendos (DDM)
Razão Preço / Lucro (P/L)
Modelos de fluxo de caixa livre
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 4 / 48
Valoração por Comparáveis
É usual dividirmos o processo de escolha e valoração de ativos em três
etapas:
Compare os ı́ndices de avaliação da empresa com as médias do setor:
essa é uma forma de saber quanto a empresa vale a partir de
comparações com outras que funcionam como referência no mercado.
Esse tipo de método pressupõe que o valor de um ativo deve ser
próximo a outros semelhantes dispońıveis no mercado.
https://www.fundamentus.com.br/index.php
https://www.youtube.com/@MaisPatrimonio
Entretanto, os valores dos ativos e dos passivos reconhecidos em
declarações contábeis são baseados nos valores históricos, não nos
valores correntes. São dependentes do método de contabilização.
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 6 / 48
https://www.fundamentus.com.br/index.php
https://www.youtube.com/@MaisPatrimonio
Indicadores Fudamentalistas
Exemplo: Lojas Renner
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 7 / 48
Indicadores Fudamentalistas - Valores Recomendáveis
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 8 / 48
Valoração por Comparáveis - Exemplo
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 9 / 48
Limitações do Valor Contábil
Shareholder’s equity” pode ser traduzido para o português como
”patrimônio ĺıquido do acionista” ou simplesmente ”patrimônio do
acionista” - requerente residual.
Essa é a parte do capital de uma empresa que pertence aos seus
acionistas após a dedução de d́ıvidas e obrigações.
▶ É uma medida importante da saúde financeira de uma empresa e
representa o valor residual dos ativos da empresa que pertence aos
acionistas.
o ponto é que os valores dos ativos e dos passivos reconhecidos em
declarações contábeis são baseados nos valores históricos, não nos
valores correntes. São dependentes do método de contabilização.
Valores de mercado envolvem ativos e passivos avaliados a valores
correntes
▶ Pode incluir também ativos intanǵıveis - o valor de uma boa marca ou
o conhecimento especializado desenvolvido ao longo de muitos anos.
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 10 / 48
Valor Contábil versus Valor de Mercado
Valor Contábil (Book Value) e o Valor de Mercado mede o valor
corrente das ativos e passivos geralmente divergem;
O Valor Contábil não necessariamente é um valor ”piso” da empresa.
Uma medida ”piso” para o preço das ações pode ser o valor de
liquidação da empresa por ação.
▶ Representa a quantia de dinheiro que poderia ser realizada ao
desmembrar a empresa, vender seus ativos, pagar suas d́ıvidas e
distribuir o restante aos acionistas.
Se uma empresa tem seu valor de mercado abaixo do valor de
liquidação pode estar sujeita a ”takeover” agressivo.
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 11 / 48
Valor Contábil versus Valor de Mercado
Outra medida do valor da empresa é o custo de reposição dos ativos
menos os passivos.
▶ custo de reposição é o custo de replicar os ativos e passivos ao valor de
mercado;
▶ Haveria uma tendência à convergência entre o valor de mercado da
empresa e seu custo de reposição em razão da pressão competitiva.
▶ A razão entre o preço de mercado e o custo de reposição é conhecida
como ”q de Tobin” - tenderia convergir para 1. Essa é uma hipótese
testável.
▶ Se o q for significativamente diferente de 1, pode influenciar decisões
relacionadas a fusões, aquisições, desinvestimentos e gastos de capital.
▶ Estimar o custo de reposição de ativos pode ser desafiador, pois requer
fazer suposições sobre o custo de novos ativos e sua qualidade.
▶ O q de Tobin pode estar contaminado pelos sentimentos do mercado,
nem sempre refletindo a eficiência fundamental das operações de uma
empresa.
▶ O conceito é mais comumente aplicado a indústrias de manufatura e
intensivas em capital, onde os ativos tanǵıveis desempenham um papel
significativo.
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 12 / 48
Valor Intŕınseco e Preço de Mercado
O retorno de uma ação, um peŕıodo à frente, é composto de
dividendos e ganhos ou perdas de capital
E (HPR) = E (r) =
E (D1) + E (P1)− P0
P0
(1)
em que E (P1)−P0
P0
é o ganho de capital e E (D1)
P0
é o dividend yield.
▶ O HPR esperado pode ser maior ou menor que a taxa de retorno
exigida.
Mas o CAPM informa o retorno esperado, ou requerido, ”k” para essa
ação. Então:
k = rf + β[E (rM)− rf ] (2)
▶ Se a ação estiver precificada corretamente, k = retorno esperado
▶ k é a taxa de capitalização de mercado
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 13 / 48
Valor Intŕınseco e Preço de Mercado
Exemplo: Suponha o peŕıodo de retenção de um ano da ação de uma
firma ABC, em que E (D1) = $4, P0 = $48, e E (P1) = $52. Então:
E (HPR) = E (r) =
4+ (52− 48)
48
= 0, 167 ou 16, 7% (3)
Suponha que rf = 6%, E (rM)− rf = 5% e β = 1, 2. Então:
k = 6%+ 1, 2× 5% = 12% (4)
E (r)− k = 4, 7%, o que seria um indicativo para se comprar a ação.
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 14 / 48
Valor Intŕınseco e Preço de Mercado
O valor intŕınseco,V0, é definido como o valor presente de todos os
pagamentos em dinheiro ao investidor na ação, incluindo dividendos,
bem como os rendimentos da venda final da ação, descontados à taxa
de juros apropriada ajustada ao risco, k. Então:
V0 =
E (D1) + E (P1)
1+ k
(5)
Se V0 > P0 então o ativo estaria subvalorizado no mercado - ”alpha
positivo” na terminologia do mercado. Em nosso exemplo:
V0 =
4+ 52
1, 12
= $50 (6)
Em equiĺıbrio de mercado, o preço de mercado atual refletirá as
estimativas de valor intŕınseco de todos os participantes do mercado.
▶ taxa de capitalização de mercado, k.
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 15 / 48
Modelos de Dividendos Descontados
A fórmula básica de Valor Presente se aplica à avaliação de ações.
Precisamos saber:
Expectativa de dividendos futuros;
Taxas de desconto para dividendos.
Notação:
Pt : preço esperado da ação em t (ex-dividendo);
Dt : dividendo esperado em dinheiro em t;
k taxa de capitalização de mercado.
Assim:
V0 =
D1 + P1
1+ k
(7)
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 16 / 48
Modelos de Dividendos Descontados
Resolvendo iterativamente para H peŕıodos de manutenção da ação:
V0 =
∑H
t=1Dt
(1+ k)t
+
PH
(1+ k)H
(8)
Sendo assim, o preço da ação é a soma dos
Do valor descontado dos dividendos futuros, t=1, . . . , H; e
O valor com desconto do preço do terminal, PH .
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 17 / 48
Modelos deDividendos Descontados
As principais diferenças no caso das ações são a incerteza dos dividendos,
a falta de uma data de vencimento fixa e o preço de venda desconhecido
na data do horizonte.
Se assumirmos que limT→∞ = PT
(1+k)T
= 0, então:
V0 =
∑∞
t=1Dt
(1+ k)t
(9)
Preços da ação é igual ao valor presente de todos os dividendos
futuros esperados em perpetuidade - modelo de dividendos
descontados (DDM)
Assumimos explicitamente ganhos de capital - estão refletidos nas
previsões dos dividendos;
O preço pelo qual você pode vender uma ação no futuro depende das
previsões de dividendos naquele momento.
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 18 / 48
DDM com taxa de Crescimento Constante
A Equação (9) requer previsões de dividendos para cada ano em um
futuro indefinido;
Para tornar o DDM aplicável precisamos introduzir algumas
suposições simplificadoras;
Uma suposição simplificadora é de que os dividendos tem uma
tendência crescente a uma taxa de crescimento estável que
chamaremos de g, isto é:
Dt+1 = Dt(1+ g) (10)
Com isso:
V0 =
∑∞
t=1D0(1+ g)t
(1+ k)t
(11)
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 19 / 48
DDM com taxa de Crescimento Constante
Modelo DDM de crescimento constante (Modelo de Gordon)
Sendo:
(1+ k)
(1+ g)
V0 − V0 =
D1
(1+ g)
(12)
Portanto:
V0 =
D1
k − g
=
D0(1+ g)
k − g
, para g < k (13)
Note que se g = 0, então V0 =
D1
k
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 20 / 48
DDM com taxa de Crescimento Constante
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 21 / 48
DDM com taxa de Crescimento Constante
Implicações: Valor Intŕınseco será maior quanto
▶ Maior for o dividendo esperado por ação;
▶ Menor a taxa de capitalização de mercado, k;
▶ Maior a taxa de crescimento esperada dos dividendos.
Espera-se que o preço das ações cresça na mesma proporção que os
dividendos.
P1 =
D2
k − g
=
D1(1+ g)
k − g
= P0(1+ g) (14)
Para uma ação cujo preço de mercado é igual ao seu valor intŕınseco
(V0 = P0), o retorno esperado no peŕıodo de manutenção será:
E (r) =
D1
P0
+
P1 − P0
P0
=
D1
P0
+ g = k (15)
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 22 / 48
Exemplo DDM
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 23 / 48
Estimando a taxa de crescimento dos dividendos, g
g = ROE × b (16)
g = taxa de crescimento dos dividendos
ROE = Retorno sobre o Patrimônio Ĺıquido
b = razão de retenção de lucros (plowback ratio) = 1 - taxa de
distribuição de dividendos
Notando que ROE = Lucros Totais
Valor Patrimonial
g =
Lucros Reinvestidos
Valor Patrimonial
=
Lucros Reinvestidos
Lucros Totais
× ROE (17)
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 24 / 48
Oportunidades de Investimentos e Preço das Ações
Considere um exemplo: Duas empresas. Cash Cow. Inc. e Growth
Prospects
▶ Situação inicial: Ambas tem projeção de lucro por ação de $ 5,00 e
taxa de capitalização, k, de 12,5%
▶ Então V0 = D1
k = 5
0,125 = $40, 00
Suponha agora uma possibilidade de investimento em um projeto com
taxa de retorno superior a k, 15%, para Growth Prosp.
▶ Isto implica em reter os lucros em 60%, isto é, b = 0, 6. Então
D1 = $2, 00.
▶ g = b× ROE = 0, 6× 0, 15 = 0, 09 = 9%.
▶ V0 = D1
k−g = 2
0,125−0,09 = $57, 14
O que deve ocorrer com o preço da ação? Note que g deve crescer.
Portanto, a despeito da queda dos dividendos no primeiro momento,
o valor intŕınseco deve subir ao longo do tempo.
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 25 / 48
Oportunidades de Investimentos e Preço das Ações
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 26 / 48
Oportunidades de Investimentos e Preço das Ações
O valor da empresa é igual ao valor dos ativos já existentes
▶ Valor sem crescimento da empresa
Mais o valor presente ĺıquido de seus investimentos futuros
▶ Valor presente das oportunidades de crescimento ou PVGO
P0 =
E1
k
+ PVGO (18)
No exemplo: 57, 14 = 40+ 17, 14
O crescimento aumenta o valor da empresa apenas se for alcançado
pelo investimento em projetos com oportunidades de lucro atraentes
(ou seja, com ROE > k ).
A partir de mais ativos a empresa gera mais receita e mais lucros.
▶ sob a hipótese de retornos constantes de escala.
https://www.youtube.com/watch?v=I1mR24RZldo&list=
PLbRIwXsAiB6twk0kxDnuMrO4h64c80Jcd&index=7
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 27 / 48
https://www.youtube.com/watch?v=I1mR24RZldo&list=PLbRIwXsAiB6twk0kxDnuMrO4h64c80Jcd&index=7
https://www.youtube.com/watch?v=I1mR24RZldo&list=PLbRIwXsAiB6twk0kxDnuMrO4h64c80Jcd&index=7
Oportunidades de Investimentos e Preço das Ações
Exemplo
▶ Empresa reinveste 60% de seus lucros
▶ Projetos geram ROE de 10 %
▶ A taxa de capitalização (k) é de 15%
▶ O dividendo de fim de ano esperado é de $ 2/ação
▶ Lucros de $5/ação
▶ g = ROE × b = 10%× 0, 6 = 6%
▶ P0 = 2
0,15−0,06 = $22, 22
PVGO = P0 − E1
k = 22.22− 5
0,15 = −$11, 11
PVGO é negativo. Isso ocorre porque o valor presente ĺıquido dos
projetos da empresa é negativo: a taxa de retorno desses ativos é
menor que o custo de oportunidade do capital.
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 28 / 48
Ciclos de Vida e Modelos de Crescimento com Múltiplos
Estágios
As empresas evoluem através de diferentes estágios em seus ciclos de vida.
Por exemplo,
1 Estágio de crescimento - vendas em rápida expansão, altas margens
de lucro e crescimento anormalmente alto no lucro por ação, muitas
novas oportunidades de investimento, baixo ı́ndice de distribuição de
dividendos.
2 Estágio de transição — taxa de crescimento e margem de lucro
reduzidas pela concorrência, menos novas oportunidades de
investimento, alto ı́ndice de pagamento.
3 Estágio de maturidade – o crescimento dos lucros, a taxa de
pagamento e o retorno médio sobre o patrimônio se estabilizam
durante o restante da vida da empresa.
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 29 / 48
Ciclos de Vida e Modelos de Crescimento com Múltiplos
Estágios
Exemplo: Honda Motor Co.
Suposição: Dois estágios de crescimento - rápida expansão e
maturação
▶ Preço Corrente (tempo = 0)= $32,88
▶ Beta = 0,95
▶ Taxa de juros livre de risco, rf = 2%
▶ Previsão de Prêmio de Risco de Mercado = 8%
▶ ROE = 10 %
▶ Dividendos Corrente = $0,75
▶ k = 0, 02+ 0, 95× (0, 10− 0, 02) = 9, 6%
Previsões
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 30 / 48
Ciclos de Vida e Modelos de Crescimento com Múltiplos
Estágios
V0 =
D1
(1+ k)
+
D2
(1+ k)2
+
D3
(1+ k)3
+
D4 + P4
(1+ k)4
(19)
V0 =
0, 78
(1, 096)
+
0, 85
(1, 096)2
+
0, 92
(1, 096)3
+
1, 0+ P4
(1, 096)4
(20)
g = ROE × b = 0, 10× (1− 0, 25) = 0, 075 = 7, 5% (21)
P4 =
D5
(k − g)
=
D4(1+ g)
(k − g)
=
1× (1, 075)
0, 096− 0, 075
= $51, 19 (22)
Então
V0 = $38, 29 > $32, 88
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 31 / 48
Ciclos de Vida e Modelos de Crescimento com Múltiplos
Estágios
Agora suponha que as perspectivas de crescimento da Honda estejam
superestimadas.
ROE = 9%
g = ROE × b = 0, 09× (1− 0, 25) = 0, 0675
V0 =
0, 78
(1, 096)
+
0, 85
(1, 096)2
+
0, 92
(1, 096)3
+
1, 0+ P4
(1, 096)4
(23)
P4 =
D5
(k − g)
=
D4(1+ g)
(k − g)
=
1× (1, 0675)
0, 096− 0, 0675
= $37, 456 (24)
Então
V0 = $(0, 71+ 0, 71+ 0, 70+ 26, 65) = $28, 87 < $32, 88
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 32 / 48
Modelos de Crescimento com Múltiplos Estágios
Modelos de crescimento em várias etapas permitem que os dividendos
por ação cresçam a diferentes taxas à medida que a empresa
amadurece.
Muitos analistas usam modelos de crescimento em três etapas.
▶ Eles podem assumir um peŕıodo inicial de alto crescimento de
dividendos (ou, em vez disso, fazer previsões de dividendos ano a ano
para o curto prazo),
▶ umpeŕıodo de transição e um peŕıodo de transição no meio, durante o
qual as taxas de crescimento de dividendos diminuem desde a taxa
inicial rápida
▶ um peŕıodo final de crescimento sustentável onde a taxa atinge um
ńıvel sustentável final.
Esses modelos não são conceitualmente mais dif́ıceis de trabalhar do
que um modelo de duas etapas, mas requerem muitos cálculos
adicionais e podem ser tediosos de fazer manualmente.
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 33 / 48
Razão Preço-Lucro
O múltiplo P/L (preço por lucro) é um dos indicadores mais utilizados
na análise fundamentalista.
Compara o valor de mercado da empresa com seu lucro e representa o
número de anos necessários para se obter o valor pago pela ação por
intermédio dos lucros distribúıdos, desde que:
i todo o lucro seja repassado aos acionistas
ii os resultados dos próximos anos sejam iguais aos do ano base
iii a cotação não se altere
O indicador é usualmente utilizado como uma proxy para a taxa de
crescimento da empresa, ou de seus dividendos.
https://www.youtube.com/watch?v=8yZNfDYgZiQ&list=
PLbRIwXsAiB6twk0kxDnuMrO4h64c80Jcd&index=3
https://www.youtube.com/watch?v=4p3PdOZdciw&list=
PLbRIwXsAiB6twk0kxDnuMrO4h64c80Jcd&index=6
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 34 / 48
https://www.youtube.com/watch?v=8yZNfDYgZiQ&list=PLbRIwXsAiB6twk0kxDnuMrO4h64c80Jcd&index=3
https://www.youtube.com/watch?v=8yZNfDYgZiQ&list=PLbRIwXsAiB6twk0kxDnuMrO4h64c80Jcd&index=3
https://www.youtube.com/watch?v=4p3PdOZdciw&list=PLbRIwXsAiB6twk0kxDnuMrO4h64c80Jcd&index=6
https://www.youtube.com/watch?v=4p3PdOZdciw&list=PLbRIwXsAiB6twk0kxDnuMrO4h64c80Jcd&index=6
Razão Preço-Lucro
O múltiplo preço-lucro da empresa (relação P/L), pode servir como
um indicador útil das expectativas de oportunidades de crescimento.
Rearranjando a equação (18) tem-se:
P0
E1
=
1
k
(1+
PVGO
E/k
) (25)
▶ PVGO
E/k expressa a razão entre o componente do valor da empresa devido
às oportunidades de crescimento e o componente do valor devido aos
ativos já existentes.
▶ Quando as oportunidades de crescimento futuro dominarem a
estimativa do valor total, a empresa terá um preço alto em relação aos
lucros atuais.
▶ Quando PVGO = 0, então P0 = E1
k . A ação é avaliada ao preço de
perpetuidade sem crescimento
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 35 / 48
Razão Preço-Lucro
Usando g = ROE × b, P0 =
D1
(k−g )
e lembrando que D1 = E1(1− b)
temos:
P0
E1
=
1− b
k − ROE × b
(26)
▶ Relação P/L aumenta com o ROE - projetos de alto ROE oferecem à
empresa boas oportunidades de crescimento
▶ Relação P/L aumenta para o plowback mais alto, b, desde que
ROE > k - múltiplo P/L mais alto se a empresa explorar as
oportunidades de forma mais agressiva, investindo mais ganhos nessas
oportunidades.
▶ Se ROE = k investidor fica indiferente entre reinvestir os lucros na
firma ou em outro ativo: P0
E1
= 1
k
▶ Ceteris paribus, quando o risco é maior, k é maior; portanto, P/L é
menor
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 36 / 48
Efeito do ROE e Plowback no crescimento e na relação
P/L
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 37 / 48
Problemas com o P/L
Os ı́ndices P/L geralmente têm sido inversamente relacionados à taxa
de inflação.
▶ Inflação tende a sobrestimar os lucros;
▶ Em tempos de alta inflação, a depreciação do custo histórico e os
custos de estoque tenderão a sub-representar os verdadeiros valores
econômicos, porque o custo de reposição de bens e equipamentos de
capital aumentará com o ńıvel geral de preços.
Outro fator de confusão no uso de ı́ndices P/L está relacionado ao
ciclo de negócios
▶ Idealmente os Lucros deveriam ser representados pelo seu componente
tendencial
▶ Em contraste, é a relação entre o preço e os ganhos contábeis passados
mais recentes (valores históricos)
Os ı́ndices P/L devem variar entre os setores e, de fato, variam.
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 38 / 48
Outros Múltiplos Comparáveis
Relação preço/valor patrimonial: indicador de quão agressivamente
o mercado avalia a empresa.
Relação preço/fluxo de caixa: o fluxo de caixa é menos afetado
pelas decisões contábeis. Alguns analistas usam o fluxo de caixa
operacional ao calcular esse ı́ndice; outros preferem “fluxo de caixa
livre”, isto é, fluxo de caixa operacional ĺıquido de novos
investimentos.
▶ Fluxo de caixa livre é o saldo de caixa que está livre em um negócio, ou
seja, o dinheiro livre depois de realizado todos os pagamentos
obrigatórios para o funcionamento da empresa.
https://www.suno.com.br/artigos/fluxo-caixa-livre/
Relação preço/vendas: Muitas empresas iniciantes não têm ganhos.
Como resultado, a razão preço-lucro para essas empresas não tem
sentido. Exemplo: Start-ups
Sérgio Kannebley Jr. Modelos de Avaliação de Ações FEA-RP 39 / 48
https://www.suno.com.br/artigos/fluxo-caixa-livre/
Exemplo
Fluxo de Caixa Livre(FCL) = FCO + FCI
FCO: Fluxo de Caixa Operacional – representa ao fluxo de operação
da empresa menos os seus gastos com industrialização,
comercialização e prestação de serviços;
FCI: Fluxo de Caixa de Investimentos – corresponde aos investimentos
feitos no imobilizado ou intanǵıvel do negócio. Por ser custo, o valor
é lançado como negativo.
Suponha que, no último trimestre, a sua empresa teve R$500.000,00 de
receitas. Seeus custos no peŕıodo foram de R$ 250.000,00 e foram
investidos R$ 100.000,00 em melhorias nos serviços e na infraestrutura.
Esse valor deve ser lançado como negativo, pois representa uma sáıda de
caixa. Então:
Fluxo de Caixa Livre(FCL) =$250.000, 00+ (−$100.000, 00)
= $150.000, 00
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Abordagem de Fluxo de Caixa Livre da Firma
Valor da firma descontando o fluxo de caixa livre da firma ao custo médio
ponderado de capital (WACC). O fluxo de caixa livre para a empresa,
FCFF, é igual a:
FCFF = EBIT× (1− tc) +Deprec.−Desp. de Capital− ∆C. de Giro Liq.
(27)
em que:
EBIT - lucros antes de juros e impostos
tc - Corporate income tax (IRPJ)
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Abordagem de Fluxo de Caixa Livre da Firma
Valor da Firma =
∑T
t=1 FCFFt
(1+WACC )t
+
VT
(1+WACC )T
(28)
WACC é a média ponderada do custo da d́ıvida depois dos impostos e
o custo do patrimônio ĺıquido em cada ano.
WACC = kE × E
D + E
+ kD × D
D + E
× (1− IR) (29)
▶ kE : custo do capital de fonte interna;
▶ kD : custo do capital de fonte externa (d́ıvida advinda de bancos).
▶ E: patrimônio ĺıquido da empresa.
▶ D: d́ıvida total.
▶ IR: Imposto de Renda.
Vt =
FCFFt+1
WACC−g = FCFFt (1+g )
WACC−g
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Abordagem de Fluxo de Caixa Livre para patrimônio
ĺıquido da Firma - FCFE
Fluxo de caixa livre para os acionistas (FCFE), descontando-os
diretamente ao custo do capital próprio é igual a:
FCFE = FCFF− Juros× (1− tc)−Desp. de Capital−∆D́ıvida Ĺıq. (30)
Valor Intŕınseco da Firma =
∑T
t=1 FCFEt
(1+ kE )t
+
VT
(1+ kE )T
(31)
kE é custo de capital próprio dado pelo CAPM, mas considerando o
fato de que o β muda à medida que a empresa reduz a alavancagem.
βU = βL
1+(D/E )×(1−tc)
Vt =
FCFEt+1
kE−g = FCFEt (1+g )
kE−g
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Comparativo
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Glossário
Ebitda: lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização. É
a partir do Ebitda que analistas e investidores medem o potencial de
geração de caixa de uma companhia;
Margem Ebitda: Ebitda/Receitas - indicador de margem de lucro
operacional de um negócio;
Patrimônio Ĺıquido (PL): diferença entre o valor dos ativos (bens e
direitos) de uma empresa e o seu passivo (obrigações);Retorno sobre o PL (ROE): razão entre o lucro ĺıquido da empresa no
último ano fiscal e o patrimônio ĺıquido. O valor resultante mostra
quão eficiente é a empresa ao usar seus ativos para obter lucro;
Lucro ĺıquido:diferença entre todas as receitas da companhia e todos
os gastos envolvidos na sua operação (custos, despesas e impostos);
Retorno sobre o Capital (ROIC): EBIT/Capital investido - avalia a
rentabilidade do investimento aplicado pelos acionistas e credores na
empresa.
D́ıvida Bruta: valor composto pela soma de todas as obrigações
financeiras da empresa que estão para ser quitadas;
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Glossário
D́ıvida Ĺıquida: d́ıvida bruta descontado o caixa ĺıquido que a
companhia possui;
Índice de preço sobre lucro (P/L): quanto mais elevado ele for, maior
será a disposição do mercado em pagar pelos lucros da companhia. E
pode indicar também que o mercado tem expectativas altas para o
papel;
Dividend Yield: razão entre os proventos distribúıdos pela empresa e
o preço das suas ações negociadas na bolsa de valores - é um
indicador que mede o rendimento de uma ação apenas com o
pagamento de dividendos.
P/VPA: preço de uma ação dividido pelo valor patrimonial
correspondente a ela - indicador diz quanto os investidores estão
dispostos a pagar pelo patrimônio ĺıquido da empresa;
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Glossário
PSR (Price to Sales Ratio): ı́ndice de preço em relação a vendas. É
obtido pelo valor da empresa dividido por sua receita operacional
ĺıquida;
Enterprise Value (EV/Ebitda): soma do valor de mercado das ações
de uma companhia com a d́ıvida ĺıquida dessa empresa. O valor é
obtido ao multiplicar o número de ações emitidas pelo preço da ação
em determinado momento;
CFS (Demonstração do Fluxo de Caixa): lucro ĺıquido adicionando ou
subtraindo diferenças resultantes de transações não
monetárias(mudanças nos ativos e passivos de uma empresa no
balanço de um peŕıodo para o outro) - efeitos das atividades
operacionais, de investimento e de financiamento sobre o fluxo de
caixa;
Dividend Payout: proporção de pagamento de dividendos - indicador
da poĺıtica de dividendos de uma empresa. Calculado como a
proporção dos lucros da empresa que são distribúıdos na forma de
proventos em dinheiro.
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