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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro 
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro 
Universidade Federal Fluminense 
Curso de Licenciatura em Letras- UFF / CEDERJ 
 
Disciplina: PORTUGUÊS 1 
 
EXERCÍCIOS – REVISÃO 1 
 
Leia o texto a seguir para responder às questões 1 e 2: 
 
 
A vaguidão específica 
 
“As mulheres têm uma maneira de falar que eu chamo de vago-específica” 
 (Richard Gehman) 
 
_ Maria, ponha isso lá fora em qualquer parte. 
_ Junto com as outras? 
_ Não ponha junto com as outras, não. Senão pode vir alguém e querer fazer qualquer coisa com 
elas. Ponha no lugar do outro dia. 
_ Sim senhora. Olha, o homem está aí. 
_ Aquele de quando choveu? 
_ Não, o que a senhora foi lá e falou com ele no domingo. 
_ Que é que você disse a ele? 
_ Eu disse para ele continuar. 
_ Ele já começou? 
_ Acho que já. Eu disse que podia principiar por onde quisesse. 
_ É bom? 
_ Mais ou menos. O outro parece mais capaz. 
_ Você trouxe tudo pra cima? 
_ Não senhora, só trouxe as coisas. O resto não trouxe porque a senhora recomendou para deixar até 
a véspera. 
_ Mas traga. Na ocasião, nós descemos tudo de novo. é melhor senão atravanca e ele reclama como 
na outra noite. 
_ Está bem. Vou ver como. 
 
(FERNANDES, Millôr - Trinta anos de mim mesmo) 
 
 
1- A linguagem possibilita a relação do homem com o mundo e com seus semelhantes. No texto em 
foco, apesar das referências vagas, você acha que houve comunicação entre as duas interlocutoras – 
Maria (aparentemente, a empregada) e sua patroa? Comente. 
 
 
 
 
 
 
2- Dentre as funções da linguagem elencadas por Jakobson, qual a que mais se evidencia no texto 
em análise? 
 
 
 
 
 
 
Leia o texto de Zuenir Ventura para responder às questões 3, 4 e 5: 
 
 
 
3- Vamos falar um pouco do fator da textualidade denominado COESÃO. 
Uma das formas de coesão gramatical – a coesão referencial – realiza-se por meio dos mecanismos 
da anáfora (remissão para trás), da catáfora (remissão para frente) e da elipse (omissão). 
Tomando-se o título do texto – “Um vício novo” - identifique o mecanismo de coesão endofórica 
referencial utilizado. 
 
 
 
 
 
 
 
4- Aponte as relações lógicas estabelecidas pelos conectores sublinhados no enunciado a seguir: 
 
Nunca pratiquei jogo de azar, não fumo há quase vinte anos e bebo com moderação. Nem desse 
vício novo, o do celular, eu padeço. Só quando viajo minha mulher bota no meu bolso para não me 
perder, como já aconteceu no aeroporto de uma cidade estranha, onde fiquei à espera de alguém que 
iria me buscar e não foi. 
 
 
 
 
 
 
5- A substituição é um dos mecanismos de coesão lexical. Realiza-se por meio da 
sinonímia/antonímia; hiperonímia/hiponímia; holonímia/meronímia. 
Tomando-se o item lexical “celular”, destaque outros itens lexicais que o recuperam e identifique o 
mecanismo de substituição empregado. 
 
 
 
 
Resposta comentada: 
 
1) A capacidade de se comunicar por meio da linguagem verbal é característica do ser humano , sendo essa a função 
social da linguagem. No texto apresentado, as duas interlocutoras se entendem por partilharem experiências e 
referências comuns. Assim, o que para um leitor comum seriam referências vagas, para elas fazem sentido, dentro do 
contexto e da situação comunicativa em que se encontram. (Cadernos Didáticos, Aula 1) 
 
2) Como uma das interlocutoras – Maria - está o tempo todo dando informações à patroa, ao responder às suas 
perguntas, é a função informativa a predominante. (Cadernos Didáticos, Aula 1, página 17) 
 
3) O mecanismo de coesão referencial utilizado é o da CATÁFORA, já que o título remete para o que será explicitado 
no correr do texto – o uso excessivo do celular. (Cadernos Didáticos, Aula 8, página 131) 
 
4) Relação de tempo e relação de conformidade. (Cadernos Didáticos, Aula 6, páginas 96-98) 
 
5) Itens lexicais que substituem “celular”: aparelhinho (hiperônimo); telemóvel (sinônimo); telefone (sinônimo), 
aparelho (hiperônimo). (Cadernos Didáticos, Aula 9, páginas 148-151) 
 
Leia os fragmentos de texto a seguir, extraídos da revista Veja (fevereiro de 2014, páginas 96 e 
101), para responder às questões 6, 7 e 8: 
 
Fragmento 1 Fragmento 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6- Você já estudou os mecanismos linguísticos responsáveis pela coesão gramatical e lexical. 
Observe, no fragmento 1, as substituições lexicais que são empregadas para “fone de ouvido” e, a 
seguir, identifique a relação estabelecida entre a expressão “fone de ouvido” e seus substitutos. 
 
 
 
 
7- Observe o trecho seguinte: 
 
Os fones são presença obrigatória na mochila dos jovens, mas seu uso abusivo pode causar danos 
irreversíveis à audição. (adaptado) 
 
Reescreva o enunciado, fazendo as alterações necessárias, usando “embora”, em vez de “mas”. 
Cuidado para não mudar o foco do argumento mais forte! 
 
 
 
8- De acordo com o fragmento 2, 
 
Crianças de até 10 anos podem ter perda de audição irreversível porque usam excessivamente fones 
de ouvido. 
 
Aponte, no trecho acima, o enunciado que indica a causa e o que indica a consequência. A seguir, 
reescreva a frase, alterando o conector, mas mantendo a relação de causalidade ampla. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para responder às questões 4 e 5, leia o fragmento seguinte, extraído da 1ª folha do jornal O 
GLOBO de 26 de novembro de 2013: 
 
9- Identifique, fazendo um comentário, a ambiguidade encontrada no título do fragmento abaixo: 
 
 
 
 
 
 
10- No estudo do vocabulário de uma língua, observamos que as palavras podem ter um significado 
neutro e podem, ainda, apresentar uma carga semântica positiva ou negativa. O título “Barraco na 
fazenda” se enquadra em qual dessas três possibilidades? Reescreva o enunciado, substituindo o 
termo que revela essa carga por outro, de sentido neutro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resposta comentada: 
6- As substituições para “fone de ouvido” são: dispositivo eletrônico; instrumento de trabalho; apetrecho 
indispensável; esses aparelhinhos; acessório de moda. Todas configuram a relação hipônimo (fone de ouvido) / 
hiperônimo (substitutos). O aluno deve dar, no mínimo, três substitutos. 
 
7- Embora os fones de ouvido sejam presença obrigatória na mochila dos jovens, seu uso abusivo pode causar danos 
irreversíveis à audição. 
 
8- Causa: “porque usam excessivamente fones de ouvido” 
Consequência: “crianças de até 10 anos podem ter perda de audição irreversível” 
Reescritura: 
Como (ou correlatos) usam excessivamente fones de ouvido, crianças de até 10 anos podem ter perda de audição 
irreversível. 
 
Crianças de até 10 anos podem ter perda de audição irreversível, visto que (já que) usam excessivamente fones de 
ouvido. 
 
Crianças de até 10 anos usam excessivamente fones de ouvido, por isso (ou correlatos) podem ter perda de audição 
irreversível. 
 
Crianças de até 10 anos podem ter perda de audição irreversível, por usarem excessivamente fones de ouvido. 
 
Se usam fones de ouvido excessivamente, crianças de até 10 anos podem ter perda de audição irreversível. 
 
9- Trata-se da ambiguidade intencional polissêmica. O título “Barraco na fazenda” dá margem a duas possíveis 
interpretações: uma literal (um casebre numa fazenda) e outra, figurada, pois “barraco”, na linguagem coloquial, quer 
dizer “confusão”. 
 
10- Há uma carga pejorativa na seleção do termo “barraco”,como oco rreria, também, caso fossem utilizados termos 
equivalentes, tais como “bacharia”, “babado” – também expressões populares. A substituição por termo neutro se daria 
pelo emprego, por exemplo, do vocábulo “confusão”

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