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Relações entre Educação Física e Saúde

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REFERENCIAL TEÓRICO
A discussão sobre as possíveis relações construídas historicamente entre educação física e esportes ou a prática dos exercícios da Saúde Vem, com decorrer dos anos, tema de debates no meio Acadêmico (MIRA, 2003, CARVALHO, 2012).
O comportamento relacionado à prática de atividade física vem ocupando espaço importante na literatura relacionada à promoção da saúde nos últimos anos. Importantes publicações têm acrescido, ao conhecimento científico, a magnitude das prevalências de inatividade física no mundo, seus diversos determinantes e suas consequências adversas para a saúde. (SPOHR et ali, 2014, p. 301).
O termo saúde e suas relações com a educação física escolar são compreendidos a partir de um contexto mais amplo. Quando relaciona-se à Educação Física à Saúde dos grupos humanos, pensa-se num termo o qual possui um importante vínculo com abordagens como: miséria, desnutrição, falta de habitação, dentre outros males que caracterizam-se como doenças para a sociedade (ALVES Junior, 2001).
Embora a educação física escolar não tenha como único objetivo oferecer uma formação educacional direcionada à promoção da saúde, o fato dos escolares terem acesso a um universo de informações e experiências que venham a permitir independência quanto à prática da atividade física ao longo de toda a vida, se caracteriza como importante consequência da qualidade e do sucesso de seus programas de ensino.
Além dos benefícios imediatos atribuídos a realização de esforços físicos adequados na infância e na adolescência, evidências apontam que as experiências positivas associadas à prática de atividades físicas vivenciadas nessas idades se caracterizam como importantes atributos no desenvolvimento de atitudes (GUEDES & GUEDES, 1997, p. 49; CARVALHO, 2012).
A nível conceitual, com frequência o termo saúde tem sido caracterizado dentro de uma concepção vaga e difusa, o que incentiva interpretações arbitrárias e, por vezes, carente de uma visão didática-pedagógica mais consistente. Essa arbitrariedade tem oferecido uma multiplicidade de opiniões, programas e Procedimentos relacionados à promoção da saúde no meio educacional. Em vista disso, os conceitos elaborados quanto ao que vem a ser saúde devem ser objeto de cuidadosa reflexão, para que se possa perceber e atuar de forma coerente no sentido de contribuir efetivamente na formação dos educandos (GUEDES, 1999).
Nesse sentido, a saúde não é mais considerada como ausência de doenças, como antes se costumava considerar. Esse conceito ainda permanece no ambiente profissional da educação física, sendo ainda circulante nos cursos de graduação. Porém, esse termo, nos últimos tempos, passou a ser interpretado pela Organização Mundial da Saúde como um completo bem-estar físico mental e social. Ou seja, compreendendo-a a partir de seu contexto mais amplo.
A produção do conhecimento na área específica tem privilegiado o tema em questão, uma vez que a base da formação do profissional de Educação Física compreende, essencialmente, a dimensão biológica, orgânica na compreensão do Homem e do seu corpo no estudo, na reflexão e também na intervenção (CARVALHO, 2001; CARVALHO, 2012).
O conceito de saúde está historicamente associado ao de doença. As concepções e práticas na área da saúde fundamentam seu desenvolvimento nessa relação. O conceito de saúde, ao longo do tempo, significou: ausência de doença (visão simplista), completo bem-estar físico-psíquico-social (visão idealista), estar em um padrão “normal” (normal/patológico, visão relativista), ou ainda disposição de superação das adversidades físicas, psíquicas e sociais (visão subjetivista) (CARVALHO, 2001).
O entendimento do termo Saúde, representado no Brasil, primeiramente pela produção teórica de Faria Júnior (1991) traz à tona a relação entre educação física e a saúde.
A saúde não é uma condição estática existente somente devido a ausência de doenças, mas o processo de aprendizagem, tomada de decisão e ação para otimização do bem-estar próprio. No documento final da 8ª conferência nacional de saúde, que faz alusão da Saúde como uma questão multifatorial, interpretada como o resultado das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, Liberdade, acesso e posse de terra e acesso a Serviços de Saúde (Faria Júnior, 1991, p. 16).
Mais recentemente, o documento produzido na Conferência Internacional sobre Exercício, Aptidão e Saúde, realizada no Canadá em 1988, com a finalidade de estabelecer consenso quanto ao estado atual do conhecimento nessa área, procurou definir saúde como condição humana com dimensões física, social e psicológica, caracterizada por um continuum com polos positivos e negativos. A saúde positiva está associada à capacidade de apreciar a vida e de resistir aos desafios do cotidiano, e não meramente a ausência de doenças; enquanto a saúde negativa está associada à morbidez e, no extremo, à mortalidade (GUEDES, 1999).
Infelizmente, em razão da progressiva automação e mecanização observada nos dias de hoje, onde a necessidade de realizar movimentos é compensada pelos avanços tecnológicos, a sociedade atual vem cultivando hábitos de vida cada vez mais sedentários. Além disso, entre crianças e adolescentes, percebe-se também o surgimento de novas opções lúdicas, substituindo atividades tradicionais que envolvem algum esforço físico pelas novidades eletrônicas, agravando enormemente este tipo de problema já nas idades mais precoces (GUEDES, 1999).
Uma das principais preocupações da comunidade científica, na área da educação física e da saúde pública, vem sendo a busca de alternativas que possam auxiliar na tentativa de reverter a elevada incidência de distúrbios orgânicos associados à falta de atividade física (GUEDES & GUEDES, 1997).
A educação Física como disciplina no componente curricular, figura área de fundamental importancia para o ensino. E sua abrangência nessa área, estende-se a partir da pratica esportiva, a qual prima pelo desenvolvimento de uma vida saudável. Nesse sentido, parece existir fundamento lógico para a modificação da orientação oferecida às aulas de educação física para um enfoque de educação para a saúde (GUEDES, 1999, CARVALHO, 2012). 
Com base em uma nova visão que vem norteando os estudos voltado ao movimento humano, acredita-se de que qualquer tentativa de resposta a esta questão deve estar orientada para os aspectos que possam se relacionar, de maneira direta e efetiva, com a educação para a saúde (GUEDES, 1999, p. 10).
Infelizmente, tal perspectiva não contempla a educação física em um contexto mais efetivo. Especialmente, isso decorre pelo fato de o professor de Educação Física ser colocado como simples coadjuvante do processo educacional (GUEDES, 1999).
Nessa perspectiva, a função proposta aos professores de educação física é a de incorporarem nova postura frente à estrutura educacional, procurando adotar em suas aulas, não mais uma visão de exclusividade à prática de atividades esportivas e recreativas, mas, fundamentalmente, alcançarem metas voltadas à educação para a saúde, mediante seleção, organização e desenvolvimento de experiências que possam propiciar aos educandos não apenas situações que os tornem crianças e jovens ativos fisicamente, mas, sobretudo, que os conduzam a optarem por um estilo de vida saudável ao longo de toda a vida (GUEDES, 1999).
O professor deve contextualizar os conteúdos da educação física escolar tornando o grupo político frente as suas condições de vida a discutir com eles. Os diversos fatores relacionados aos exercícios físicos que influenciam na sua saúde, a falta de espaços públicos para a prática de exercícios, a dificuldade de acesso ao lazer, as más condições de trabalho, transporte, educação e etc (MIRA, 2003).
O saber que se exige do profissional hoje é de natureza interdisciplinar envolvendo as áreas biológica, psíquica e social. Portanto, há necessidade de integrar funcionalmente os profissionais; A saúde está diretamente vinculada à capacidade de cidadania e depoder (CARVALHO, 2001).
Dessa forma, sugere-se que a escola de maneira geral, e a disciplina de educação física em particular, assumam a incumbência de desenvolver programas que levem os educandos a perceberem a importância de se adotar um estilo de vida saudável, fazendo com que a atividade física direcionada à promoção da saúde torne-se componente habitual no cotidiano das pessoas (GUEDES, 1999).
Provavelmente, a falta de fundamentação mais consistente quanto aos princípios teóricos relacionados à atividade física, à aptidão física e à saúde tem levado os jovens, e a sociedade em geral, a um nível de desinformação desencadeando falta de interesse pela prática de atividade física relacionada à saúde. Dessa forma, ao aceitar a premissa de que o desenvolvimento de atitudes positivas em relação à atividade física relacionada à saúde, durante os anos de escolarização, é importante requisito para participação voluntária mais efetiva na idade adulta, torna-se imperativo a adoção de estratégias de ensino que contemplem não apenas o aspecto prático, mas sobretudo a abordagem de conceitos e princípios teóricos que proporcione subsídios aos educandos no sentido de adotarem hábitos saudáveis de prática da atividade física por toda a vida. P. 13. (GUEDES, 1999).
Desse modo, as intervenções durante os anos de escolarização, mediante programas que possam contribuir no sentido de inibir o aparecimento dos fatores de risco em crianças e jovens, poderá minimizar futuros transtornos do ponto de vista da saúde pública de toda nossa população (GUEDES, 1999).
ALVES Junior, E. Atividade física e saúde na perspectiva para o século XXI: preparando os jovens para o envelhecimento. In: Mourão et ali (orgs.). Anais da III semana da Educação Física, Esporte e Lazer. Rio de Janeiro: UGF, 2001, p. 37-45.
CARVALHO, Y. M. Atividade física e saúde: onde está e quem é o “sujeito” da relação?. In: Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 22, n. 2, p. 9-21, jan. 2001.
CARVALHO, F. F. Educação física e saúde coletiva: diálogo e aproximação. In: Corpus Et Scientia. v. 8, n. 3, p. 109-126, dez. 2012. Rio de Janeiro. ISSN: 1981-6855.
DEVIDE, F.P. A educação física escolar como via de educação para a saúde. IN: BAGRICHEVSKY, M.; PALMA, AL.; ESTEVÃO, A. A saúde em debate na educação física. Edibes: Blumenau, dezembro, 2003.
GUEDES, J. E. R. P, GUEDES, D. Características dos programas de educação física escolar. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, 11(1):49-62, jan./jun. 1997.
MIRA, C. M. Exercício Físico e Saúde: da Crítica Prudente. In: Bagrichevisky, M.; Palma, A.; Estavão, A. (orgs.). A Saúde em Debate na Educação Física. Blumenau SC: Edibes, 2003.
FARIA JÚNIOR, Alfredo Gomes de. Educação Física, Desporto e Promoção da Saúde. Oeiras: Câmara Municipal de Oeiras, 1991.
PALMA, A. Educação física, corpo e saúde: uma reflexão sobre outros “modos de olhar”. In: Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 22, n. 2, p. 23-39, jan. 2001.
RODRIGUES, J. D.; FERREIRA, D. K.; SILVA, P. A.; CAMINHA, I. O.; FARIAS JUNIOR, J. C. Inserção e atuação do profissional de educação física na atenção básica à saúde: revisão sistemática. In: Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, Pelotas/RS, 18(1):5-15, Jan/2013.
SPOHR, C. F. FORTES M. O. ROMBALDI, A. J. HALLAL, M., AZEVEDO, R. Física escolar: efetividade de um ano do projeto “Educação Física. In: Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, Pelotas/RS, 19(3):300-313, Mai/2014.