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O Pensamento Econômico Brasileiro – uma síntese 14/05/2021 Por que estudamos o pensamento econômico? I. O pensamento econômico representa o conjunto de opiniões, desejos e crenças referente a temas econômicos, especialmente em relação aos efeitos de determinadas políticas sobre o desempenho de uma economia numa determinada época e espaço. Exemplos: o pensamento liberal clássico, neoclássico, keynesiano, estruturalista, marxista etc. II. As práticas políticas sofrem grande influência do pensamento econômico. Exemplo: a política de industrialização substitutiva de importações; ou o neoliberalismo dos anos 90. O estudo do pensamento econômico Ao estudar o pensamento econômico de um determinado autor (ou grupo de autores), devemos considerar: As contribuições teórica e suas repercussões sobre a Ciência Econômica atual. As recomendações de política econômica. No caso do Brasil: As influências recebidas do exterior (pelos economistas clássicos, por exemplo). As implicações das ideias econômicas sobre a atuação do Estado na economia. Principais aspectos do pensamento liberal ou neoliberal I. As livres forças dos mercados garantem a alocação ótima dos recursos e fatores de produção na economia. Mercados que devem ser livres: Mercados de bens e serviços Mercado de trabalho Mercado de bens e serviços internacional Mercado de crédito Mercado financeiro Mercados financeiros internacionais Mercados cambiais Principais aspectos do pensamento liberal ou neoliberal II. O Estado não deve substituir o mercado no processo de alocação de recursos na economia. III. Cabe ao Estado, sob o ponto de vista econômico: Garantir a estabilidades institucional (direito de propriedade, garantia dos contratos, cumprimento de regras etc.) Garantir a livre concorrência Garantir a estabilidade da moeda (inflação baixa) Atuar como agente regulador, buscando eliminar ou minimizar as imperfeições de mercado Principais aspectos do pensamento liberal ou neoliberal Principais influências: Economia Política Clássica: Adam Smith, David Ricardo, Stuart Mill, dentre outros. Economia Neoclássica: Alfred Marshall, economistas matemáticos: modelos de equilíbrio geral e análise microeconômica. O Pensamento Desenvolvimentista Defendem a participação do Estado como agente coordenador das decisões econômicas em uma economia de mercado. Consideram que os mercados não são perfeitos e que os modelos neoclássicos não são suficientes para explicar o processo de desenvolvimento econômico. Consideram muitas vezes a história como “método de análise”. Argumentam que a história muitas vezes contradiz as previsões dos modelos econômicos neoclássicos. Tem, como inspiração, a macroeconomia keynesiana, além de autores de outras disciplinas (interdisciplinaridade). Não acreditam no princípio das vantagens comparativas como modelo explicativo do desenvolvimento econômico. O pensamento econômico brasileiro Grande parte dos pensadores, economistas ou não, estiveram direta ou indiretamente envolvidos nas decisões políticas. Alguns defenderam ou mesmo representaram interesses privados nacionais. A partir da década de 30, os debates passam a contemplar questões ditas estruturais: Industrialização x produção primária Estado x livre mercado Protecionismo x liberalismo O pensamento econômico brasileiro Seguindo a divisão realizada por Ricardo Bielschowsky (Pensamento Econômico Brasileiro: o ciclo ideológico do desenvolvimentismo, indicado no programa deste curso – 1930/1964): => O pensamento liberal brasileiro (denominado pelo autor de neoliberal no sentido de que incorpora a realidade brasileira): Eugênio Gudin => O pensamento desenvolvimentista do setor privado: Roberto Simonsen => O pensamento desenvolvimentista nacionalista do setor público: Celso Furtado => O pensamento desenvolvimentista não nacionalista do setor público: Roberto Campos => O pensamento socialista brasileiro: aqueles ligados ao PCB Questão Qual o pensamento que prevalece hoje no Brasil? Tendências: Um novo desenvolvimentismo ou Um novo neoliberalismo