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ANTIBIOTICOS

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THAUANA LESSA 1 
 
 Antibióticos
GENERALIDADES 
São substâncias químicas de origem natural ou 
sintética que suprimem o crescimento ou promovem a 
destruição de bactérias. 
Para minimizar os efeitos adversos em seres humanos, 
a maioria é projetada para atuar seletivamente em 
processos que são únicos para o patógeno-alvo 
(toxicidade seletiva). 
BACTÉRIAS 
• Sem parede: micoplasma 
• Com parede: 
o Gram positivo 
o Gram negativo 
• Com parede atípica: 
o Micobactérias 
o Espiralados 
o Clamidias 
o Riquétsias 
 
Gram Positiva 
o Mais espessa 
o Majoritariamente Peptideoglicano 
o Ácido teicoico= todo polímero formado por resíduos 
de glicerol ou ribitol unidos por ligações fosfodiester 
Função: Fortalecimento da parede celular; sequestro de 
íons cálcio; ativação das proteções inatas do 
hospedeiro 
o Ácido lipoteicoicos (LTA)= ác. Teicoico ligados à 
fração lipídica. 
o Principais bactérias gram positivas: 
C. tetani: causa tétano 
C. botulium: causa botulismo 
M. tuberculosis: causa tuberculose 
S. aureus: causa infecção de feridas, furúnculos 
esepticemias. 
S. pneumoniae: causa pneumonia e meningite. 
C. trachomatis: causa doenças oftalmológicas e 
pode causar infertilidade. 
T. pallidum: causa sífilis 
Gram Negativa 
o Formada por pouco peptideoglicano – mais 
suscetível a quebras 
o Não possui ácidos teicoicos 
o Possui membrana externa (Resistencia à fagocitose) 
e espaço periplasmático (possui enzimas hidrolíticas 
responsáveis pela quebra de macromoléculas) 
o Lipopolissacarídeo (LPS): constituído de lipídeo A, 
antígeno O e núcleo polissacarídeo. Possui potente 
ativador das respostas inatas do hospedeiro. 
o Principais bactérias gram negativas: 
E. coli: causa septicemia, infecções de feridas e 
infecções do trato urinário. 
H. influenzae: causa infecção aguda do 
tratorespiratório e meningite. 
H. pylori: causa úlcera péptica e cânceres gástricos. 
K. pneumoniae: bactéria que se tornaram muito 
esistentes, causa pneumonia, septicemia e infecção 
do trato urinário. 
N. gonorrhea: causa gonorreia. 
P. aeruginosa: causa septicemias, infecções 
espiratórias e infecções do trato urinário. 
Salmonella: causa intoxicação alimentar. 
 
BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES 
O grupo mais crítico de todos inclui bactérias 
multirresistentes, que são particularmente perigosas 
em hospitais, casas de repouso e entre os pacientes 
cujos cuidados exigem dispositivos como ventiladores e 
cateteres intravenosos. Entre elas, estão 
Acinetobacter, Pseudomonas e várias 
Enterobacteriaceae (incluindo Klebsiella, E. coli). 
São bactérias que podem causar infecções graves e 
frequentemente mortais. Essas bactérias tornaram-se 
resistentes a um grande número de antibióticos, 
incluindo carbapenemas e cefalosporinas de terceira 
geração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mecanismo de Resistência: mutação genética, 
conjugação, transdução, transformação. 
Esses mecanismos geram: 
o Produção de enzima que inativam o fármaco. 
o Modificação da bactéria para que a penetração 
do fármaco seja reduzida. 
o Expressão de bombas de efluxo que removem o 
fármaco da célula. 
o Alteração estrutural na molécula-alvo para o 
fármaco. 
 
THAUANA LESSA 2 
 
ANTIBIOTICOTERAPIA 
Tipos de Antibióticos 
Bacteriostáticos: Reduzem o número de 
microrganismos viáveis, a erradicação da infecção 
depende menos do hospedeiro. Tratamento mais 
rápido. 
Bactericidas: Impedem o crescimento bacteriano, 
permitindo que os mecanismos imunes do hospedeiro 
eliminem a bactéria. A erradicação depende do 
hospedeiro. Tratamento mais lento. 
 
 
 
Fatores envolvidos na eficácia terapêutica 
• Extensão da infecção; 
• Bactericidas x bacteriostáticos; 
• Espectro antibacteriano 
• Fatores farmacológicos; 
• Esquema posológico; 
• Condições relacionadas ao paciente; 
Condições relacionadas ao paciente 
• Idade (aminoglicosídeos → ototoxicidade idosos) 
• Gravidez (tetraciclina→ alteração óssea no feto) 
• Lactantes (sulfonamidas → hemólise lactente) 
• Presença de alergias (penicilinas) 
• Exposição ambiental 
• Imunossuprimidos 
• Função hepática e renal 
• Fatores genéticos 
TRATAMENTO EMPÍRICO 
Definição: consiste no uso inicial de um fármaco 
baseando-se nos agentes mais prevalentes ainda sem 
identificação (antibiótico de amplo espectro ou com 
espectro estendido), devendo ser diminuído assim 
quando possível. 
• Diminuir dose assim que possível 
• Passar para a via oral assim que possível 
• Alta hospitalar precoce 
• Fazer medicação ambulatorial ou domiciliar assim 
que melhorar 
• Com antibiograma, se possível, trocar para 
antibióticos de menor espectro (tratamento 
específico). 
 
 
 
 
 
 
ALVOS DOS ANTIBIÓTICOS 
 
CLASSES DOS ANTIBIÓTICOS 
CLASSES SUB-CLASSES 
Inibidores da 
síntese da 
parede 
1. β-lactâmicos 
a) Penicilinas – Penicilina, 
amoxicilina 
b) Cefalosporinas – 
Cefalexina, ceftriaxona 
c) Monobactâmicos - 
Aztreonam 
d) Carbapenêmicos – 
Imipenem, ertapenem 
2. Glicopeptídeos -
Vancomicina, teicoplanina 
3. Outros: bacitracina, 
fosfomicina, nitrofurantoína 
Inibidores da 
membrana 
 
1. Daptomicina 
2. Polimixinas 
Antimetabólitos 
 
1. Sulfonamidas - 
Sulfametoxazol, 
sulfadiazina 
2. Trimetropima 
Inibidores da 
síntese do DNA 
 
1. Fluorquinolonas -
Ciprofloxacino, 
levofloxacino, 
2. Gemifloxacino 
Inibidores da 
síntese 
Proteica 
 
1. Tetraciclinas -
Tetraciclina, doxiciclina, 
tigeciclina 
2. Macrolídeos -
Claritromicina, 
azitromicina, eritromicina 
3. Aminoglicosídeos - 
Amicacina, gentamicina, 
tobramicina 
4. Lincosaminas -
Clindamicina 
5. Anfenicois - Cloranfenicol 
6. Oxazolidinonas -
Linezolida 
LEMBRE-SE 
 
CONCEITO: 
Concentração mínima 
inibitória (CMI) é a 
concentração mínima 
que um antibiótico 
necessita de ter para que 
consiga inibir o 
crescimento bacteriano. 
NÃO é indicado a associação de bactericidas com 
bacteriostáticos, pois o segundo atrapalha a ação 
dos bactericidas. 
 
THAUANA LESSA 3 
 
INIBIDORES DA SÍNTESE DA PAREDE 
Antibióticos que interferem na síntese de 
peptídeoglicanos que formam a parede celular dos 
microrganismos. 
β-LACTÂMICOS 
Penicilinas, Cefalosporinas, Monobactâmicos e 
Carbapenêmicos 
Estrutura química: Estruturas centrais de quatro 
famílias de antibióticos β-lactâmicos. 
O anel indicado com B é o anel β-lactâmico. 
 
Anel betalactâmico pode ser clivado por β-
lactamases. Uma vez clivado, o fármaco perde sua 
funcionalidade. 
Mecanismo de ação: inibidores da síntese da 
parede celular. 
 
 
 
 
 
 
Bloqueio da fase de transpeptidação do 
peptidoglicano: ligam-se covalentemente (forte) ao 
sítio ativo das proteínas de ligação da penicilina (PBP) 
impedindo sua ação de ligação cruzada dos polímeros. 
Resultado: bactéria sofre lise osmótica → efeito 
bactericida. 
Toxicidade seletiva (mamíferos não tem parede) 
Espectro de ação depende: 
• Grau de dificuldade em penetrar a membrana 
externa e parede celular 
• Capacidade de ligação às transpeptidases 
específicas 
Mecanismo de resistência dos β-lactâmicos: 
• Inativação do antibiótico pelas β-lactamases 
• Modificação das PBP-alvo 
• Penetração reduzida do fármaco até as PBPalvo 
(infrarregulação das porinas) 
• Efluxo do antibiótico 
Inibidores irreversíveis de β-lactamases: 
• Ácido clavulânico (clavulanato): amoxicilina + 
clavulanato; ticarcilina + clavulanato 
• Sulbactam: ex: ampicilina + sulbactam 
• Tazobactam: ex: piperaciclina + tazobactam 
ceftolozana + tazobactam (Zerbaxa®, 2018) 
• Avibactam: ex: ceftazidima + avibactam (Torgena®, 
2018) 
• Vaborbactam: ex: meropenem + vaborbactam 
 
 
 
Penicilinas 
Penicilina G 
• Protótipo 
• Ação bactericida 
• Instável em meio ácido → uso parenteral 
• Cobertura para Gram +, Gram – e anaeróbios da 
boca e orofaringe 
• Rápida excreção renal; 
• Susceptível à β-lactamases 
 
 
Penicilinasde espectro ampliado: boa ação contra 
gram positivas e gram negativas. 
 
 
Etapas da síntese da parede celular: 
1. Síntese dos monômeros de mureína 
2. Polimerização 
3. Ligações cruzadas dos polímeros → 
catalisadas pelas proteínas de ligação da 
penicilina (PBP), que são transpeptidases. 
NÃO atuam como antibióticos, apenas impedem 
a sua degradação. O ideal é a associação desses 
inibidores com antibióticos afim de aumentar o 
espectro (efetividade em maior número de cepas). 
THAUANA LESSA 4 
 
 
 
Usos Clínicos: 
• Amoxicilina: ITU, otite média, bronquite, pneumonia 
• Benzilpenicilina: Meningite bacteriana, endocardite, 
sífilis 
• Oxaciclina (gram +) e Meticilina: infecções de pele e 
tecidos moles (furúnculo, abscesso, celulite), 
endocardite, osteomielite, gastrenterite, síndrome da 
pele escaldada e síndrome do choque tóxico. 
 
Efeitos adversos: 
• Poucos efeitos tóxicos diretos 
• Hipersensibilidade (compostos degradáveis viram 
antigênicos) - 1 a 10% dos pacientes 
o Agudas (rara): choque anafilático (30 seg) 
o Imediatas (mais graves): angioedema, 
broncoconstrição, distúrbios TGI e choque 
o Tardias: (2 ou + dias, 80 a 90 % dos casos): 
erupções bolhosas, lesões da mucosa oral. 
• TGI: Alteração da microbiota normal → risco de 
infecções secundárias (candidíase, colite 
pseudomembranosa). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cefaloporinas 
Mecanismo de ação: Semelhante ao de todos os β-
lactâmicos, inibem a formação da parede bacteriana 
(bactericida). 
 
 
 
 
 
Alta toxicidade seletiva: usado na gravidez, lactação 
e pediatria. 
Resistência: 
• Tem aumentado devido a betalactamases 
codificadas por plasmídeos. 
• Alterações nas proteínas da membrana externa ou 
nas proteínas de ligação. 
 
 À medida que se avança na geração aumenta a 
sensibilidade de gram negativas e aumenta a 
resistência as B-lactamases. 
Usos Clínicos: Septicemia, Pneumonia, Meningite, 
Sinusite, ITU. 
Efeitos adversos: Geralmente são bem tolerados 
• Diarreia 
• Hipersensibilidade: 1- 3%, pode ocorrer alguma 
sensibilidade cruzada em pacientes alérgicos à 
penicilina. 
• Irritação local: dor após injeção IM e tromboflebite 
após injeção IV 
Monobactâmicos 
Efetivo apenas contra bacilos/cocobacilos gram-
negativos aeróbios, como as espécies de 
Pseudomonas, Klebsiella, N. meningitidis, H. Influenza, 
Serratia, E. Coli 
Não tem ação contra microrganismos gram-positivos ou 
anaeróbios. 
Resistente à maioria das betalactamases; único 
betalactâmico resistente à metalobetalactamases (mas 
EBSL hidrolisam); 
MRSA (S. aureus resistentes a meticilina) e 
ORSA (S. aureus resistentes a oxacilina) 
Em alguns hospitais ultrapassam de 50% dos 
isolamentos estafilocócicos; 
Resistência: gene mecA (ou SCCmec) que codifica 
o desenvolvimento de uma nova PBP, a PBP2a. 
Esse novo receptor não tem afinidade pelos 
antibióticos betalactâmicos; 
Frequentemente, os MRSA adquiridos em hospital 
se mostram resistentes a vários outros 
antimicrobianos; 
Os glicopeptídeos, a linezolida e a tigeciclina são 
a opção terapêutica nesses casos; 
 
• Possui tempo de meia vida mais curta e um 
espectro de ação amplo, que aumenta de acordo 
com a geração. 
• Quanto maior a geração, melhor a capacidade de 
combater bactérias gram-negativas. 
• Quanto maior a geração, menor o risco de 
resistências bacterianas. 
 
THAUANA LESSA 5 
 
Usos: pneumonia e outras infecções do trato 
respiratório, meningite, sepse e infecções do trato 
urinário por patógenos gram-negativos sensíveis 
• Ativo em patógenos específicos da UTI 
• Uso em pacientes alérgicos a penicilina que 
toleram o aztreonam. 
• Vias IM e IV, meia-vida plasmática cerca 2 horas 
• Na terapia empírica, pode ser associado com 
aminoglicosídeos e cefalosporinas de 3ª geração 
Efeito adversos: semelhantes aos de outros 
antibióticos betalactâmicos; geralmente bem tolerado 
Carbapenêmicos 
Mecanismo de ação: Semelhante ao de todos os β-
lactâmicos, inibem a formação da parede bacteriana 
Fármacos: imipeném, meropeném, doripeném e 
ertapeném 
Imipeném: 
• A associação imipeném + cilastatina sódica 
Função: inibir a inativação do imipeném pelas 
enzimas renais. Demonstra eficácia contra muitas 
infecções polimicrobianas e mistas, aeróbias e 
anaeróbias 
• Ação em alguns patógenos resistentes às 
cefalosporinas, aminoglicosídeos e/ou penicilinas 
• Não é indicado para o tratamento de meningite. 
Meropeném: 
Infusão prolongada está indicado para o tratamento de 
infecções graves, ocasionadas por bactérias 
multirresistentes, sendo intrinsicamente mais potente 
contra Acinetobacter baumannii e Pseudomonas 
aeruginosa, tais como: pneumonia associada ao uso 
de ventiladores mecânicos, meningite, septicemia, 
infecções em pacientes com fibrose cística 
Associação: + vaborbactam 
Ertapeném: 
Meia-vida longa, mas diminui atividade contra 
Acinetobacter e Pseudomonas. 
Características: 
• Mais resistentes aos micro-organismos produtores 
de betalactamases (mas não as carbapenemases e 
metalobetalactamases) 
• Amplo espectro: gram positivos e negativos, 
aeróbios e anaeróbios 
• Reservados para infecções hospitalares graves 
causadas por bactérias altamente resistentes. 
Efeitos adversos: São mais frequentes no Imipeném 
• Náuseas, vômitos, diarreia, exantemas cutâneos e 
reações no local de infusão. 
• A ocorrência de níveis excessivos de imipeném em 
pacientes com insuficiência renal pode provocar 
crises convulsivas. 
• Os pacientes alérgicos às penicilinas podem ser 
alérgicos aos carbapenêmicos, porém a incidência 
de reatividade cruzada é baixa. 
GLICOPEPTÍDEOS 
Vancomicina e Teicoplanina 
Mecanismo de ação: altera síntese de parede (inibe a 
síntese dos polímeros e consequentemente, o 
alongamento do peptidoglicano, a célula torna-se 
suscetível à lise). Também altera a permeabilidade da 
membrana e a síntese de RNA. 
Possuem o espectro de ação estreito, sendo efetivo 
para tratamento contra Streptococos e Staphylococos. 
Vancomicina 
Antibiótico produzido pelo Streptococcus orientalis e 
Amycolatopsis orientalis 
Ativa apenas contra bactérias Gram-positivas: 
estreptococos, pneumococos, estafilococos 
Usos: 
• Tratamento MRSA (I.V) e em outras infecções 
graves. 
• Infecções por gram-positivos em alérgicos à 
penicilinas ou cefalosporinas (I.V) ou para 
pacientes que não responderam ao tratamento com 
fármacos destas classes. 
• Eficaz no tratamento de septicemia, infecções 
ósseas, infecções do trato respiratório inferior e 
infecções na pele e estruturas da pele causadas por 
micro-organismos sensíveis. 
• Colite pseudomembranosa por C. difficile (V.O) 
• Para endocardite causada por Enterococcus 
faecalis, só é eficaz em combinação com um 
aminoglicosídeo (gentamicina). 
 
 
 
 
 
 
 
Quando a solicitação de vancocinemia é 
justificada para a individualização da 
terapêutica? 
Doentes críticos, função renal alterada ou flutuante, 
falta de resposta clínica adequada após três a cinco 
dias de terapia com vancomicina ou uso 
concomitante de drogas nefrotóxicas 
(aminoglicosídeos, piperacilina-tazobactam, 
anfotericina B, diuréticos de alça, AINES). 
THAUANA LESSA 6 
 
Teicoplanina 
• Semelhante a vancomicina 
• Meia-vida longa (45 - 70 horas), I.V e I.M 
• Efeitos adversos significativos 
• Uma alternativa para vancomicina, daptomicina e 
linezolida no tratamento de infecções complicadas 
na pele e nas estruturas cutâneas, causadas por 
microrganismos gram-positivos resistentes 
(incluindo MRSA). 
Efeitos adversos dos glicopeptideos: 
• Febre, eritemas e flebite no local da infusão 
• Ototoxicidade e Nefrotoxicidade (↑risco com 
associações) 
• Infusão rápida→ síndrome do “homem 
vermelho”: urticária, exantema, febre, hipotensão 
grave (fazer infusão lenta ou pré-tratamento com 
anti-histamínico). 
 
 
 
 
 
BACITRACINA 
Mecanismo de ação: Impedir o alongamentodo 
peptidoglicano 
Reservada para uso tópico (muito nefrotóxica), 
normalmente associada com neomicina. 
Indicações: 
• Infecções de pele e mucosas causadas por 
microrganismos sensíveis, sobretudo gram + (ex: 
piodermite, acne infectada, furúnculos, queimaduras 
infectadas) 
• Profilaxia de infecções decorrentes de ferimentos 
cortantes, queimaduras pouco extensas. 
FOSFOMICINA 
Mecanismo de ação: Inibe o estágio inicial da síntese 
do peptidoglicano. 
Amplo espectro, baixa toxicidade e 1⁄2 vida longa, 
posologia usual de 1 a 2 envelopes. 
Indicações: 
Tratamento de curta duração de infecções não 
complicadas das vias urinárias baixas, como cistite 
aguda e recidivante, uretrite não específica, bacteriúria 
na gravidez e infecção urinária pós-operatória. 
 
NITROFURANTOÍNA 
Além de inibirem a síntese na parede: geram 
intermediários reativos que inativam proteínas 
ribossomais e outras macromoléculas, inibindo 
síntese proteica e de ácidos nucleicos. 
Específico para infecções agudas e crônicas do trato 
urinário, principalmente por E. coli, Enterococcus 
faecalis e S. aureus. 
INIBIDORES DE MEMBRANA 
Aumentam a permeabilidade da membrana de 
fosfolipídios de células bacterianas, levando ao 
vazamento de conteúdos intracelulares. 
Daptomicina 
Bactericida concentração-dependente 
Espectro: gram-positivas 
Mecanismo de ação: despolarização da membrana 
celular, com efluxo de potássio → síntese de 
macromoléculas interrompida → morte 
Usos: 
• Infecções complicadas de pele e tecidos moles 
• Bacteremia por S. aureus 
• Tratamento de infecções causadas por 
microrganismos gram-positivos resistentes, 
incluindo os MRSAs e os enterococos resistentes à 
vancomicina (VREs). 
Efeitos colaterais: miopatia, neuropatia, anafilaxia, 
diarreia por C. difficile 
Polimixinas 
Fármacos: Polimixinas B e E (colistimetato) 
Mecanismo de ação: são detergentes catiônicos que 
rompem a membrana externa. Também inativam 
endotoxina. 
Espectro de ação: atividade bactericida seletiva e 
rápida em bacilos Gram-negativos, principalmente 
Pseudomonas e enterobactérias. 
Uso clínico: infecções do TU, TR, meninges e sangue 
(preferencialmente quando outros fármacos menos 
tóxicos são ineficazes ou contra-indicados); tratamento 
tópico em ouvido, olhos, pele e mucosas. 
Efeitos adversos: nefrotoxicidade, neurotoxicidade. 
 
 
 
 
VRSA ou GRSA (S. aureus vancomicina ou 
glicopeptídeo resistentes) 
Mecanismo de resistência relacionado ao 
espessamento da parede celular ou ao 
aprisionamento das drogas pela hiperprodução de 
componentes da parede. 
THAUANA LESSA 7 
 
ANTIMETABÓLITOS 
Sulfas (sulfametoxazol, sulfadiazina), Trimetropima 
Os antimetabólicos possuem como mecanismo de ação 
o bloqueio seletivo de vias metabólicas bacterianas. 
Os derivados de ácido fólico são necessários para a 
síntese de nucleotídeos, síntese e maturação do DNA, 
ou seja, é essencial para a multiplicação celular. 
Diferente dos humanos, as bactérias precisam 
sintetizar seu próprio ácido fólico a partir do PABA. 
Esse processo proporciona bons alvos para fármacos, 
como as sulfonamidas e a trimetoprima. 
 
SULFONAMIDAS 
Mecanismo de ação: atuam sobre a primeira etapa da 
produção dos derivados do ácido fólico, por meio da 
competição com o ácido p-aminobenzoico (PABA) 
pela enzima di-hidropteroato sintetase (competem 
pelo sitio de ligação), impedindo a formação do ácido 
di-hidropteroico. 
 
 
É um mecanismo de competição reversível, ou seja, 
se você aumenta a disponibilidade de ácido p-
aminobenzoico favorece a produção de folato. 
As bactérias utilizam a via do Folato para a produção de 
purinas (bases nitrogenadas) e a partir delas, a 
produção de DNA e RNA. 
 
 
 
Características: 
• Amplo espectro: alguns gram-positivos e gram-
negativos, Chlamydia trachomatis, Toxaplasma 
gondii (protozoário), Pneumocystis jirovecii (fungo) 
• A atividade é insuficiente contra anaeróbios 
• P. aeruginosa apresenta resistência intrínseca 
(mecanismo de resistência natural) 
• Resistência em muitas cepas originalmente 
sensíveis! 
o Aumento da produção do PABA 
o Produção de enzimas com baixa afinidade 
o Redução da permeabilidade à sulfonamida 
Presença de pus → antagoniza efeito bacteriostático. 
Usos clínicos: 
• A associação sulfametoxazol-trimetoprima 
(cotrimoxazol), é preferencial para infecções como 
pneumonia por P. jirovecii, nocardiose e 
toxoplasmose. 
• Também pode ser utilizado nas seguintes infecções: 
o Otite média, sinusite e exacerbação aguda de 
bronquite crônica, como alternativa para 
pacientes alérgicos aos ß-lactâmicos 
o Infecções do trato urinário e renais (ex: cistite, 
pielonefrite) 
o Infecções gastrintestinais - diarreia do viajante, 
cólera, shigelose, febre tifoide e paratifoide 
Sulfadiazina de prata: tratamento de feridas 
infectadas. 
Efeitos adversos: 
• Anormalidades hematológicas: leucopenia, 
trombocitopenia, agranulocitose, anemia hemolítica 
e supressão da medula óssea 
• Reações cutâneas graves, como a dermatite 
esfoliativa, síndrome de Steven-Johnson e a 
necrólise epidérmica tóxica. 
• Cristalúria, com consequente insuficiência renal 
pode ocorrer em pacientes hipoalbuminêmicos. 
• Outras: Febre, cefaleia, nefrotoxicidade, flebite, 
vasculite, hipercalemia e anafilaxia. 
TRIMETROPRIM 
Mecanismo de ação: atua na última etapa da produção 
dos derivados do ácido fólico, que é a redução de ácido 
di-hidrofólico a ácido tetra-hidrofólico, por meio do 
bloqueio da enzima di-hidrofolato redutase. 
Bloqueio da multiplicação celular → Efeito bactristático. 
 
Inibição da di-hidropterotato sintetase → inibição da 
produção de folato → efeito bacteriostático. 
 
Sulfonamida + inibidor da di-hidrofolato redutase 
(trimetoprima ou pirimetamina) = sinergismo → 
reforça o efeito bacteriostático. 
 
THAUANA LESSA 8 
 
INIBIDORES DA SÍNTESE DE DNA 
O metabolismo, a replicação e a transcrição do DNA e 
do RNA são, em muitos aspectos, similares aos dos 
seres humanos. Entretanto, a topoisomerase II 
bacteriana é diferente, sendo um bom alvo para 
fármacos como as fluoroquinolonas. Existem também 
inibidores específicos da RNA polimerase 
bacteriana (rifampicina). 
FLUORQUINOLONAS 
O principal alvo é a DNA girasse (topoisomerase II). 
As quinolonas: análogos fluorados do ácido nalidíxico. 
Ativas contra diversas bactérias Gram-negativas e 
Gram-positivas. 
Acumulam-se em vários tecidos, principalmente nos 
rins e pulmões. 
São bactericidas. 
Mecanismo de ação: Se ligam na topoisomerase II 
(DNA girase) – responsável pelo relaxamento do DNA 
superenovelado - ou na topoisomerase IV - 
responsável pela separação do DNA na célula filha → 
inibe replicação do DNA. 
Os principais antibióticos dessa classe são: 
1ª geração: ácido nalidíxico, ácido pipemídico 
2ª geração: norfloxacino, ciprofloxacino e ofloxacino 
3ª geração: levofloxacino, gatifloxacino, moxifloxacino 
4ª geração: gemifloxacino, trovafloxacino 
 À medida que se avança na geração aumenta a 
sensibilidade para gram positivas. 
 
 
 As quinolonas de 3ª geração são conhecidas 
como quinolonas respiratórias: boas opções de 
tratamento para infecções respiratórias altas e 
pneumonias adquiridas na comunidade (PAC) e 
pneumonia atípica. 
Usos Clínicos: 
• Com exceção do moxifloxacino (cujos níveis 
urinários são relativamente baixos) são efetivas no 
tratamento de infecções do trato urinário 
provocadas por muitos organismos. 
• Infecções de tecidos moles, ossos e 
articulações, bem como intra-abdominais, 
incluindo aquelas provocadas por organismos 
multirresistentes como Pseudomonas e 
Enterobacter. 
• Sinusite, otite, conjuntivite 
• Diarreia bacteriana causada por Shigella, 
Salmonella, E. coli. 
• As quinolonas respiratórias são boas opções de 
tratamento para infecções respiratórias e 
pneumonias adquiridas na comunidade. Assim 
como, para pneumonia atípica– atuam nas bactérias 
atípicas Chlamydia pneumoniae, Mycoplasma 
pneumoniae e espécies de Legionella 
 
 
 
Efeitos Colaterais: No geral, são bem toleradas 
Gastrintestinais: anorexia, náuseas, vômitos e 
desconforto abdominal. 
SNC: Cefaleia, tontura, insônia e alterações do humor. 
Alucinações, delírios e convulsões são raras 
(idosos) 
Convulsões: associação com teofilina ou AINEs 
Alergias e reações cutâneas: Reações fototóxica 
Anticácidos contendo alumínio ou magnésio 
(cátions) reduzem absorção das fluoroquinolonas 
quando administradas V.O 
THAUANA LESSA 9 
 
Artropatia (reversível): Podem comprometer a 
cartilagem em crescimento → contra-indicado em 
pacientes menores de 18 anos. 
Prolongamento de QT (levofloxacino, moxifloxaxino, 
gemifloxacino) → deve-se evitar uso em pacientes 
tratados com antiarrítmicos ou outros fármacos que 
possam prolongar o intervalo QT (ex: tricíclicos) 
 Contra-indicações: gravidez, lactação, insuficiência 
renal e hepática e em pacientes menores de 18 
anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIFAMICINA 
Mecanismo de ação: liga-se e inibe a enzima 
RNApolimerase DNA dependente dos procariotos, 
sendo assim, inibe a síntese de RNA. Efeito bactericida. 
Usos clínicos: tratamento da tuberculose associada a 
outros antibióticos, quimioprofilaxia de meningite por N. 
meningitidis e H. influenzae e tratamento da osteomielite. 
INIBIDORES DA SÍNTESE PROTEICA 
Tetraciclinas, Aminoglicosídeos, Macrolídeos, 
Lincosaminas, Anfenicois, Oxazolidinonas. 
Os ribossomas bacterianos diferem estruturalmente 
dos ribossomas citoplasmáticos dos mamíferos e são 
compostos de subunidades 30S e 50S. Essa 
particularidade estrutural das bactérias é um alvo dos 
fármacos inibidores da síntese proteica e minimiza 
potenciais consequências adversas resultantes da 
interrupção da síntese proteica nas células do 
hospedeiro mamífero. 
 
 
 
 
 
 
TETRACICLINAS 
São Bacteriostáticos 
Amplo espectro: ativas contra muitas bactérias Gram-
positivas e Gram-negativas, micoplasmas, 
clamídias e riquétsias 
Administradas por via oral (exceto tigeciclina) 
Disponíveis no Brasil: tetraciclina, minociclina, 
doxiciclina, limeciclina, oxitetraciclina e tigeciclina. 
Mecanismo de ação: Ligam-se reversivelmente à 
subunidade 30S do 
ribossomo bacteriano, 
em uma posição que 
bloqueia a ligação do 
aminoacil-tRNA ao 
local aceptor no 
complexo mRNA-
ribossomo inibindo a 
síntese proteica. 
Farmacocinética: 
• Atravessam a placenta e também são excretadas no 
leite. 
• A doxiciclina e a tigeciclina são eliminadas por 
mecanismos não renais → não precisam de ajuste 
de dose na insuficiência renal. 
 Em pacientes com comprometimento renal, 
prefere-se a doxiciclina ou tigeciclina. 
• A tigeciclina tem meia-vida de 36 horas e não são 
sensíveis a vários tipos de bomba de efluxo. 
 FDA-2016: “Quinolonas podem estar 
associadas a eventos adversos sérios (injúrias em 
tendões, músculos, articulações, nervos e no sistema 
nervoso central) e este risco suplanta o benefício de 
seu uso em pacientes com sinusite aguda, 
exacerbação aguda de bronquite crônica e 
infecções urinárias não complicadas, onde outras 
opções terapêuticas, como os antibióticos 
betalactâmicos, estão disponíveis” 
Etapas da síntese proteica bacteriana e alvos de 
diversos antibióticos. 
As tetraciclinas (T) ligam-se à subunidade 30S e 
impedem a ligação da próxima unidade tRNA 
carregada. O cloranfenicol (C) e os macrolídeos 
(M) ligam-se à subunidade 50S e bloqueiam a 
formação da ligação peptídica. 
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• A administração com 
produtos lácteos ou 
antiácidos com magnésio e 
alumínio ou suplementos 
com ferro diminuem a 
absorção, particularmente 
para a tetraciclina, devido à 
formação de quelatos não 
absorvíveis. 
 
• Fixam-se nos tecidos em calcificação (dentes e 
ossos). 
• Somente minociclina e doxiciclina alcançam níveis 
terapêuticos no líquido cerebrospinal (LCS). 
Usos Clínicos: 
• Clamídias (uretrite, endocervicites, conjuntivite) 
• Riquétsias (febre das montanhas, febre tifoide e do 
grupo tifoide) 
• Mycoplasma pneumoniae 
• Algumas espiroquetas 
Efeitos Colaterais: 
Náusea, vômitos e diarreia 
Se depositam nos ossos e dentes em crescimento, 
provocando manchas, hipoplasia dentária e 
deformidades ósseas. 
Alteram a microbiota normal → distúrbios funcionais 
intestinais, prurido anal, candidíase (vaginal ou oral) ou 
colite associada ao Clostridioides difficile. 
Contra-indicação: em mulheres grávidas, lactantes e 
crianças. 
Doxiciclina 
Infecções respiratórias (micoplasma, H. Influenza, 
Klebsiella), infecções urinárias (Klebsiella, E. Coli 
Moraxella), infecções de tecidos moles, infecções por 
clamídias e riquétsias, diarreia do viajante 
Tigeciclina 
Opção terapêutica para MRSA ou ORSA (S. aureus 
meticilina ou oxacilina resistentes), uso em infecções 
complicadas de tecidos moles e intra-abdominais, 
sepse e pneumonia adquirida na comunidade. 
AMINOGLICOSÍDEOS 
Estreptomicina, Neomicina, Tobramicina, 
Gentamicina e Amicacina. 
São bactericidas 
Maior efeito em bactérias aeróbias Gram-negativas 
Em infecções graves, geralmente podem ser usados 
em combinação β-lactâmicos ou vancomicina. 
Mecanismo de ação: 
Fixam-se na subunidade 
ribossomal 30S, onde 
interferem com a montagem 
do aparelho ribossomal 
funcional e/ou causam a 
leitura incorreta do código 
genético pela subunidade 
30S do ribossoma completo, 
inibindo a síntese proteica e/ou produzindo proteínas 
defeituosas. 
 
 
 
 Efeito concentração-dependente: O efeito 
bactericida depende da concentração máxima 
(Cmáx) do fármaco acima da concentração 
inibitória mínima (CIM) do microrganismo. 
 
 Efeito pós-antibiótico (EPA) significativo: 
supressão bacteriana continuada após a 
concentração do antimicrobiano cair abaixo da 
CIM. Quanto maior a dosagem, mais longo o 
EPA. Devido a essas propriedades, o aumento do 
intervalo entre dosagens (uma dose alta única é 
administrada por dia) é usado com mais frequência 
do que dosagens diárias divididas. Isso diminui o 
risco de nefropatia e aumenta a adesão ao 
tratamento. 
Espectro antibacteriano: 
São eficazes contra a maioria dos bacilos aeróbicos 
gram-negativos, incluindo Pseudomonas aeruginosa, 
Klebsiella pneumoniae e Enterobacter sp. 
Sinergismo com betalactâmicos ou glicopeptídeos. 
Usos Clínicos: 
• Estreptomicina: IM (tuberculose, brucelose) 
• Neomicina: uso tópico na pele e mucosas (ex: lesões 
ulcerativas, queimaduras, feridas) 
• Tobramicina: inalatória e ocular (Pseudomonas na 
FC) e ocular 
• Gentamicina: uso tópico e injetáve 
Uso parenteral: Gentamicina e Amicacina 
• Uso em infecções graves contra Gram-negativos 
aeróbios (P. aeruginosa, Klebsiella spp., 
Acinetobacter spp., Enterobacter spp., E. Coli, 
Proteus sp. Serratia spp.) 
• Ativos contra S. aureus 
Os antimicrobianos que interrompem a síntese 
proteica em geral são bacteriostáticos; os 
aminoglicosídeos são os únicos a atuar como 
bactericidas. 
 
THAUANA LESSA 11 
 
• Associação com betalactâmicos ou vancomicina 
• Amicacina: é resistente a muitas enzimas que 
inativam outros aminoglicosídeos. 
Efeitos Colaterais: ototóxicos e nefrotóxicos 
o É mais provável ocorrer quando a terapia 
continua por mais de 5 dias, em doses altas, nos 
idosos e no quadro de insuficiência renal. 
o O uso concomitante com diuréticos de alça ou 
outros agentes antimicrobianos nefrotóxicos 
(ex: vancomicina ou anfotericina) pode 
potencializar a nefrotoxicidade. 
• Uma reação rara, porém grave, é bloqueio 
neuromuscular e apneia (reversível). 
MACROLÍDEOS 
Eritromicina, Claritromicina, Azitromicina 
São bacteriostáticos ou bactericidas (dosagem 
mais elevada). 
Mecanismo de ação: inibem a síntese de proteínas 
através de sua ligação às subunidades ribossômicas 
50S de microrganismos sensíveis. Ligam-se 
irreversivelmente a umlocal na subunidade 50S do 
ribossomo bacteriano, inibindo, assim, etapas de 
translocação na síntese de proteínas. 
Espectro de ação e usos Clínicos: 
Eritromicina 
Ativa principalmente em bactérias gram-positivas 
(sobretudo pneumococos, estreptococos, estafilococos, 
corinebactérias), clamídias, micoplasma e treponema. 
Amplamente utilizada nas infecções por 
corinebactérias (difteria, sepse por corinebactéria) 
Inativa contra enterobactérias e Pseudomonas spp 
 Pode ser usada em pacientes alérgicos à 
benzilpenicilina. 
Claritromicina 
Altamente ativa contra a maioria dos estreptococos e 
estafilococos; ativa contra H. influenza e M. 
catarrhalis 
Útil na erradicação de H. pylori 
Menor incidência de intolerância gastrintestinal e 
administração menos frequente, em relação a 
eritromicina. 
Azitromicina 
Espectro ampliado: maior atividade contra gram 
negativas, sobretudo H. influenzae 
Bastante ativa contra espécies de Chlamydia. 
O fármaco é liberado lentamente dos tecidos (meia-
vida tecidual de 2 a 4 dias) = permitem a 
administração de dose única diária. 
A pneumonia adquirida na comunidade pode ser 
tratada com azitromicina administrada como uma dose 
de ataque de 500 mg, seguida por uma dose única 
diária de 250mg nos quatro dias seguintes. 
Não inibe CYP hepáticas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Efeitos Colaterais: 
• Mais comuns: cólicas abdominais, náuseas, 
vômitos e diarreia (em até 1/3 dos pacientes). 
• Hepatite colestática (menos comum com 
azitromicina e claritromicina) 
• Prolongamento do intervalo QT, em razão do efeito 
sobre os canais de potássio. 
• O prolongamento do intervalo QT pode causar 
arritmia tipo torsades de pointes. (Cuidado: 
pacientes com bradicardia, arritmias, IC, distúrbios 
eletrolíticos, uso de fármacos que prolongam o 
intervalo QT, idosos). 
LINCOSAMINAS 
Modificações químicas produziram a Clindamicina → 
potência bacteriana aumentada e melhor absorção oral. 
Mecanismo de ação: atuam da mesma forma que os 
macrolídeos 
Bacteriostáticos ou bactericidas 
Usos Clínicos: 
• Vias: oral, parenteral e tópica 
• É ativa em aeróbios gram-positivos 
(estafilococos, estreptococos e pneumococos) 
• Ativa em Bacteroides spp. e outras bactérias 
anaeróbias (útil no tratamento de abcessos) 
MACROLÍDEOS – Primeira escolha no 
tratamento de pneumonias por bactérias 
atípicas 
(Mycoplasma pneumoniae, Legionella 
pneumophila, Chlamydia spp.) 
Como alternativa terapêutica em pacientes alérgicos 
à penicilina, nas seguintes infecções 
estreptocócicas: 
• Infecções do trato respiratório por estreptococos 
do grupo A 
• Pneumonia por S. pneumoniae 
• Infecções superficiais de pele (Streptococcus 
pyogenes) 
• Profilaxia de febre reumática (faringite 
estreptocócica) 
THAUANA LESSA 12 
 
• Aeróbios gram-negativos e enterococos são 
resistentes. 
Efeitos Colaterais: 
• Comuns: são diarreia, náuseas e exantema cutâneo. 
• Por vezes ocorre comprometimento da função 
hepática (com ou sem icterícia) e neutropenia 
• Fator de risco de diarreia e colite 
pseudomembranosa causada por C. difficile 
CLORANFENICOL 
Amplo espectro: ativo contra organismos gram-
positivos e gram-negativos aeróbios e anaeróbios, 
riquétsias e clamídeas 
Mecanismo de ação: semelhante os macrolídeos 
O uso sistêmico deve ser reservado à infecções graves 
nas quais outros antibióticos menos tóxicos são 
ineficazes ou contra-indicados. 
Usos Clínicos: 
• Infecções causadas por H. influenzae resistente a 
outros fármacos 
• Meningites (por estreptococos ou meningococos) em 
pacientes nos quais a penicilina não pode ser 
utilizada 
• Abcessos cerebrais por bacteroides 
• Febre tifoide e salmoneloses invasivas 
• Uso ocular: seguro e eficaz nas conjuntivites 
bacterianas. 
Efeitos adversos: 
Alterações hematológicas: depressão medula óssea 
(reversível) e anemia aplásica (idiossincrática, 
irreversível, rara); 
Síndrome do bebê cinzento: palidez cianótica e 
colapso vasomotor, frequentemente acompanhado de 
respiração irregular e morte. 
OXAZOLIDINONAS 
Mecanismo de ação: inibidor da síntese proteica. 
Bacteriostática, mas com ação bactericida contra 
estreptococos. 
Espectro: grande variedade de bactérias gram-
positivas, incluindo MRSA, S. pneumoniae resistente à 
penicilina e enterococos resistentes à vancomicina 
‣ Atividade limitada contra gram-negativos. 
Alto custo 
Usos Clínicos: Deve ser utilizada em infecções graves 
por patógenos multirresistentes. 
Efeitos adversos: Principal toxicidade é 
hematológica; os efeitos são reversíveis e geralmente 
leves. A trombocitopenia é a manifestação mais 
comum. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DICA! Antes de prescrever um antibiótico, o 
médico deve responder às seguintes perguntas: 
1. É indicado o uso de antibiótico? 
2. Foi obtido material para exame laboratorial e 
cultura? 
3. Quais são as bactérias mais prováveis no caso em 
questão? 
4. Se houver diversos antibióticos disponíveis, qual o 
melhor? 
5. A associação de antibióticos é adequada? 
6. Quais são os importantes fatores referentes ao 
paciente? 
7. Qual a melhor via para administração do 
antibiótico? 
8. Qual a dose apropriada? 
9. O tratamento inicial precisa ser modificado, após o 
conhecimento dos resultados da cultura? 
10. Qual a duração do tratamento, e há possibilidade 
de aparecimento de resistência durante 
tratamento prolongado? 
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