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Direito Agràrio

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Introdução ao Direito Agrário 
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1 
 
 
O conceito de direito agrário................................................................................2 
A reforma agrária.................................................................................................5 
Princípios gerais do direito agroambiental...........................................................8 
Implicações jurídicas..........................................................................................13 
Invisibilidade do imóvel rural..............................................................................15 
Direito agrário: Art. 184 e 191 da constituição federal.......................................18 
Direito agrário é o estatuto da terra...................................................................20 
Da regulamentação dos agrotóxicos.................................................................23 
O direito agrário e o princípio democrático........................................................25 
Atividade agrária e regularidades ambientais....................................................27 
As normas constitucionais de direito agrário no Brasil......................................30 
Referências bibliográficas..................................................................................32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O CONCEITO DE DIREITO AGRÁRIO 
 
 
 
Sabemos que Direito Agrário é o ramo do Direito que visa o estudo das 
relações entre o homem e a propriedade rural. 
Direito Agrário acompanha a evolução do Direito Ambiental, na medida em que 
vai sendo estudado sob as novas teorias Geopolíticas. As formas hoje 
existentes de direito alternativas, vem surgindo com a evolução de novas ideias 
e novos estudos interdisciplinares. Trazendo da História e dos conhecimentos 
Geográficos as ideias sobre a relação entre o Homem e a terra rural, o próprio 
homem foi criando regras jurídicas para disciplinar seu comportamento sobre o 
meio ambiente em que vive, para que utilize da topografia regional de maneira 
adequada. À luz da Geopolítica, o Direito Agrário se inter relaciona primeiro 
com o Direito Ambiental e depois com o Direito Territorial e o Direito 
Internacional. Há ainda a perspectiva de um Direito Agroambiental, 
introduzindo percepções ecológicas na construção do Direito Agrário, de modo 
que estuda-se não somente as questões relativas ao agronegócio[5] mas 
também as dimensões da proteção ambiental, bem como, os impactos 
ambientais da agricultura. 
O Direito Agrário está prevista no Brasil entre os artigos 184 e 191 da 
Constituição Federal. Em sua competência está a definição das políticas de 
uso do solo, a Reforma agrária, a definição do que é minifúndio, latifúndio - 
medidas em porções ideais considerando aquilo que seja uma faixa de terra 
capaz de assegurar a sustentabilidade de um núcleo familiar mínimo, em cada 
tipo de terreno - nalgumas legislações chamadas de módulo rural. 
 
 
No Brasil o diploma legal principal a disciplinar o Direito Agrário é 
o Estatuto da Terra. 
 
 
Para tratar de Direito Agrário é imprescindível discorrer acerca da agricultura, 
do seu descobrimento, e seu significado, que é a atividade do homem no 
cultivo da terra; produzindo, extraindo, quer para seu próprio consumo ou com 
o escopo de atingir uma escala de abrangência maior. 
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―Remontam aos primórdios da civilização as origens do Direito Agrário. E não 
poderia ser outra a constatação, pois que o primeiro impulso do homem foi 
retirar da terra os alimentos necessários à sua sobrevivência. Depois, quando 
os homens se organizaram em tribos, tornou-se imprescindível a criação de 
normas reguladoras das relações entre eles, tendo por objeto o ―agro‖. Nascia, 
ali, com tais normas, o ordenamento jurídico agrário‖. (Marques (2015, p. 1) 
―A sesmaria é o latifúndio, inacessível ao lavrador sem recursos. A posse é, 
pelo contrário – ao menos nos seus primórdios, – a pequena propriedade 
agrícola, criada pela necessidade, na ausência de providência administrativa 
sobre a sorte do colono livre, e vitoriosamente firmada pela ocupação‖. 
(PEREIRA, José Edgar Penna Amorim, 2003, p. 25 
Apesar da maior facilidade na obtenção das terras em comparação à fase 
anterior, no regime de posses, o pequeno proprietário para exercer a tutela 
possessória devia se atentar a sua função social, como denota-se de 
PINHEIRO FILHO, 2016 ―nessa fase, também conhecida como de ocupação, 
ao pequeno lavrador só era exigido que ele fizesse da terra sua morada 
habitual e a cultivasse com o próprio trabalho e o de sua família‖. 
Buscamos no mercado bons livros de bons autores para que possa agregar 
conhecimento: 
 
 
 Leitura Complementar: 
Livro: Direito Do Agronegócio - Teoria E Prática 
Autor: Lucas Monteiro De Souza, Rafael molinari 
Rodrigues 
Editora: LTr; 1ªª edição (31 outubro 2019) 
 
 
 
Foi a Lei de Terras (Resolução de 1850) e o Estatuto da Terra (Lei 4504/1964) 
que estabeleceram freios para a situação, que até hoje ainda é ponto de 
conflito no campo. Entendido o contexto em que está inserido o Direito Agrário, 
vamos conhecer o conceito, o objeto, o relacionamento desta disciplina com 
outras ciências, a natureza jurídica do direito agrário, suas fontes e princípios. 
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A questão agrária está vinculada a relações jurídicas, econômicas e sociais 
oriundas da atuação humana no setor primário da economia (agricultura, 
pecuária, pesca e extrativismo mineral) e de sua repercussão (no meio 
ambiente, na indústria, no transporte e comercialização de produtos). 
 
 
―Direito Agrário é o ramo do direito positivo que regula as relações jurídicas do 
homem com a terra‖ (Wellington Pacheco Barros). 
 
 
 A primeira ideia que precisamos entender é que o direito agrário preocupa-se 
com o homem e a propriedade que produz, aquela que é viável 
economicamente. Então podemos designar como ―agrário‖ o bem que admite 
exploração econômica. O designativo ―rural‖ acabou deixado de lado porque 
definia mais o ―campo‖ ou ainda, visto que imóvel ―rural‖ era termo antagônico 
ao imóvel ―urbano‖ (no direito romano). Sabemos que estas expressões não 
são abandonadas na explicação dos pontos importantes do direito, porém, 
tecnicamente, a palavra ―agrária‖ passou a melhor expressar a ciência que 
analisamos agora. 
Sodero aponta quais são as atividades agrárias: ―(...) Observe-se que a 
atividade agrária é produtiva por excelência. Por meio dela se realizam o cultivo 
da terra, pela exploração agrícola, extrativa, agro-industrial e florestal; bem 
como a exploração de animais, ou seja, a pecuária. Já as atividades agrárias 
vinculadas se dirigem à conservação dos recursos naturais considerados 
renováveis, terra, água e ar; às conexas à de produção, têm por fim 
transformar ou vender os produtos agropecuários‖. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A REFORMA AGRÁRIA 
 
 
 
Após o descobrimento do Brasil pelos portugueses, estabeleceu-se a estratégia 
de ocupação das terras abundantes utilizando pouca mão de obra local. 
As plantações eram voltadas para a exportação, utilizando mão de obra 
composta majoritariamente por escravos africanos. Apesar da abundância de 
terras, o acesso à terra sempre foi dificultado pela presença perene do 
"proprietário". Conforme Celso Furtado, amesma foi explorada pela chamada 
"empresa agrícola-comercial", consequência da expansão comercial europeia. 
A pecuária foi introduzida por causa da demanda por carne e animais de 
tração e carga tanto da empresa agromercantil quanto da posterior exploração 
mineira. 
As primeiras concessões de terras brasileiras foram feitas a homens de 
recursos, ou seja, economicamente poderosos, capazes de assumirem custos 
com grandes instalações e aquisição de escravos. A nova população de 
homens livres que chegava não tinha acesso às terras, que já possuíam donos. 
Tornavam-se, assim, dependentes dos grandes proprietários, trabalhando 
como artesãos, soldados ou eram aventureiros, o que permitia que o controle 
da terra fosse mantido. O pequeno plantador se transforma em morador e os 
sitiantes se tornavam empreiteiros para derrubadas ou agregados para tarefas 
auxiliares das empresas. 
Celso Furtado e Roberto Campos (1950-67) cita a doação de terras 
para cafezais no Espírito Santo a famílias (quase todas alemãs) que ficaram 
sob o controle dos comerciantes, que acabaram por monopolizar a terra. Esse 
autor afirma que "a propriedade da terra foi utilizada pra formar e moldar um 
certo tipo de comunidade, que já nasce tutelada e a serviço dos objetivos da 
empresa agro-mercantil". O que explica por que a massa escrava liberta 
também se transformou em comunidades tuteladas, sem afetar muito os 
negócios da empresa agromercantil no país. Nesse sentido, se insere a 
afirmação de autores que qualificaram o latifúndio como um sistema de poder, 
pela manutenção do controle da terra. 
No Brasil, em dois momentos históricos do século XX, os movimentos 
campesinos defenderam a tese da revolução agrária. O primeiro se deu entre 
os anos de 1920 e 1930, com a Coluna Prestes e a criação do Partido 
Comunista Brasileiro (PCB). Outro momento se deu na década de 1960, com a 
criação das Ligas Camponesas (com o lema "Reforma Agrária na lei ou na 
marra") e no episódio da Guerrilha do Araguaia. 
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No dia 13 de março de 1964, no Comício da Central do Brasil, o 
presidente João Goulart assinou o decreto n.º 53 700, que determinava 
a desapropriação de terras nas margens das rodovias e estradas de ferro. João 
Pinheiro Neto, presidente da Superintendência da Política Agrária (Supra), 
entidade responsável pela implantação da reforma agrária, foi quem elaborou o 
decreto, mas, com a deposição do governo em 31 de março de 1964, o novo 
regime anulou o referido decreto de 13 de março. Pinheiro Neto foi afastado da 
direção da Supra, teve os direitos políticos suspensos pelo Ato Institucional 
Número Um, foi preso e respondeu a três inquéritos policiais militares. 
No Brasil, a Constituição de 1988 garante a desapropriação do latifúndio 
improdutivo para finalidade pública e interesse social, como a desapropriação 
da terra com finalidade de reforma agrária ou para a criação de reservas 
ecológicas, não sendo permitida, no entanto, a desapropriação de propriedades 
que tenham sido invadidas. É feita indenização aos ex-proprietários. 
Um aspecto frequentemente criticado nesse sistema é a falta de ajuda 
financeira para os camponeses assentados, o que, muitas vezes, acaba por 
gerar um novo êxodo rural. "Êxodo rural" é a expressão pela qual se designa o 
abandono do campo por seus habitantes, que, em busca de melhores 
condições de vida, se transferem de regiões consideradas de menos condições 
de sustentabilidade a outras, podendo ocorrer de áreas rurais para centros 
urbanos. 
 
 
Reforma agrária é a reorganização da estrutura fundiária com o objetivo de 
promover e proporcionar a redistribuição das propriedades rurais, ou seja, 
efetuar a distribuição da terra para realização de sua função social. 
 
 
 
A Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro DE 1993, dispõe sobre a regulamentação 
dos dispositivos constitucionais relativos à reforma agrária, previstos no 
Capítulo III, Título VII, da Constituição Federal. Abaixo citaremos alguns artigos 
desta lei para conhecimento: 
 
Art. 2º A propriedade rural que não cumprir a função social prevista no art. 9º é 
passível de desapropriação, nos termos desta lei, respeitados os dispositivos 
constitucionais. 
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§ 7o Será excluído do Programa de Reforma Agrária do Governo Federal 
quem, já estando beneficiado com lote em Projeto de Assentamento, ou sendo 
pretendente desse benefício na condição de inscrito em processo de 
cadastramento e seleção de candidatos ao acesso à terra, for efetivamente 
identificado como participante direto ou indireto em conflito fundiário que se 
caracterize por invasão ou esbulho de imóvel rural de domínio público ou 
privado em fase de processo administrativo de vistoria ou avaliação para fins 
de reforma agrária, ou que esteja sendo objeto de processo judicial de 
desapropriação em vias de imissão de posse ao ente expropriante; e bem 
assim quem for efetivamente identificado como participante de invasão de 
prédio público, de atos de ameaça, sequestro ou manutenção de servidores 
públicos e outros cidadãos em cárcere privado, ou de quaisquer outros atos de 
violência real ou pessoal praticados em tais situações. 
Art. 10. Para efeito do que dispõe esta lei, consideram-se não aproveitáveis: 
I - as áreas ocupadas por construções e instalações, excetuadas aquelas 
destinadas a fins produtivos, como estufas, viveiros, sementeiros, tanques de 
reprodução e criação de peixes e outros semelhantes; 
II - as áreas comprovadamente imprestáveis para qualquer tipo de exploração 
agrícola, pecuária, florestal ou extrativa vegetal; 
III - as áreas sob efetiva exploração mineral; 
IV - as áreas de efetiva preservação permanente e demais áreas protegidas 
por legislação relativa à conservação dos recursos naturais e à preservação do 
meio ambiente. 
V - as áreas com remanescentes de vegetação nativa efetivamente conservada 
não protegida pela legislação ambiental e não submetidas a exploração nos 
termos do inciso IV do § 3º do art. 6º desta Lei. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO AGROAMBIENTAL 
 
 
 
Dando início aos nossos estudos, pontuamos os principais instrumentos de 
proteção ambiental. 
Principais instrumentos de proteção ambiental: 
 Estudo de Impacto Ambiental (EIA) 
 Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) 
 Plano de Controle Ambiental (PCA) 
 Relatório de Controle Ambiental (RCA) 
 Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) 
 Relatório Ambiental Preliminar (RAP) 
 Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) 
 
A Lei da Ação Civil Pública (lei 7.347, de 24/7/85) tutela os valores ambientais, 
disciplina as ações civis públicas de responsabilidade por danos causados ao 
meio ambiente, consumidor e patrimônio de valor artístico, estético, histórico, 
turístico e paisagístico. 
Em 1988, a Constituição Federal dedicou normas direcionais da problemática 
ambiental, fixando as diretrizes de preservação e proteção dos recursos 
naturais e definindo o meio ambiente como bem de uso comum da sociedade 
humana. 
O artigo 225 da Constituição Federal Brasileira de 1988 diz: 
―todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder 
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para às presentes 
e futuras gerações.‖ 
Além disso, a Rio-92 – Conferência da ONU sobre meio ambiente e 
desenvolvimento – sacramentou a preocupação mundial com o problema 
ambiental, reforçando princípios e regras para o combate à degradação 
ambiental no documento intitulado "Agenda 21", que consolidam a diretriz do 
desenvolvimento sustentável. 
A lei 6.938, regulamentada pelo decreto 99.274, de 6 de junho de 1990, institui 
também o Sistema Nacionaldo Meio Ambiente (SISNAMA), constituído por 
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órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos municípios 
e pelas fundações instituídas pelo poder público, responsáveis pela proteção e 
melhoria da qualidade ambiental, conforme a seguinte estrutura: 
 
Órgão superior: conselho de governo 
Órgão consultivo e deliberativo: Conselho Nacional do Meio Ambiente 
(CONAMA) 
Órgão central: Ministério do Meio Ambiente (MMA) 
Órgão executor: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos 
Naturais Renováveis (IBAMA) 
Órgãos seccionais: órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela 
execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades 
capazes de provocar a degradação ambiental; 
Órgãos locais: órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e 
pela fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições. 
 
No Brasil, o emergente Direito Ambiental estabelece novas diretrizes de 
conduta, fundamentadas na Política Nacional do Meio Ambiente (lei 6.938, de 
31/8/81). Esse código estabelece definições claras para o meio ambiente, 
qualifica as ações dos agentes modificadores e provê mecanismos para 
assegurar a proteção ambiental. 
Direito ambiental é um ramo do direito, constituindo um conjunto de normas 
jurídicas e princípios jurídicos voltados à proteção da qualidade do meio 
ambiente. Para alguns, trata-se de um direito "transversal" ou "horizontal", que 
tem por base as teorias geopolíticas ou de política ambiental transpostas em 
leis específicas, pois abrange todos os ramos do direito, estando intimamente 
relacionado com o direito constitucional, direito administrativo, direito 
civil, direito penal, direito processual e direito do trabalho. 
 
No ano de 1972 foi realizada, em Estocolmo, Suécia, a I Conferência Mundial 
sobre Meio Ambiente, marco inicial das reuniões envolvendo representantes de 
diversos Estados para a debate sobre a questão ambiental no mundo. O Brasil, 
que vivia sobre o regime da ditadura militar um período denominado 
como milagre econômico, participou da Conferência, se posicionando a favor 
do crescimento econômico ambientalmente irresponsável. 
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Durante os anos 80, a discussão sobre a questão ambiental frente ao 
desenvolvimento econômico foi retomada. Em 1983, a Organização das 
Nações Unidas, em assembleia geral, indicou a então primeira-ministra da 
Noruega, Gro Harlem Brundtland, para a presidência da Comissão Mundial 
sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CMMAD), criada para estudar o 
tema. Esta comissão, apresentou, em 1987, seu relatório intitulado Our 
Common Future (Nosso futuro comum), também conhecido como Relatório 
Brundtland, que cunhou a expressão desenvolvimento sustentável. 
Em 1992, o Brasil recepcionou a Conferência das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), mais conhecida como ECO-
92 ou Rio-92, na qual participaram mais de 150 países. Esta é considerada 
uma das mais importantes conferências sobre o assunto, na qual vários 
documentos foram produzidos, entre eles a Convenção da Biodiversidade e 
a Agenda 21. 
BENJAMIN nos oferece a seguinte retrospectiva histórica: 
I - Primeira fase: do descobrimento, em 1500, até aproximadamente a metade 
do Século XX, período em que a proteção ambiental no Brasil recebeu pouca 
atenção, à exceção de umas poucas normas isoladas. 
II - Segunda fase: fase fragmentária, onde o legislador, "preocupado com 
largas categorias de recursos naturais, mas ainda não preocupado com o meio 
ambiente em si mesmo considerado, impôs controles legais às atividades 
exploratórias". São desse período o Código Florestal (1965), os Códigos de 
Caça, de Pesca e de Mineração (todos de 1967), a Lei de Zoneamento 
Industrial (1980) e a Lei dos Agrotóxicos (1989). 
III - Terceira fase: prenunciada pela edição da Lei 6938/81, tem início a "fase 
holística" do Direito Ambiental onde, na dicção de BENJAMIN, "o ambiente 
passa a ser protegido de maneira integral, vale dizer, como sistema ecológico 
integrado". 
Em junho de 2012 o Brasil foi novamente anfitrião da ONU, recebendo 
representantes de todo o planeta para debater o futuro do Direito Ambiental, 
em conferência que vem sendo chamada de "Rio + 20". Trata-se de um 
período particularmente crítico para o Brasil, já que enfrentamos nos últimos 
anos uma série de retrocessos na área ambiental, de que são exemplos a 
iminente revogação do Código Florestal de 1965 e diversos megaprojetos de 
grave repercussão ambiental, como é o caso da Usina de Belo Monte. 
 
 
 
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Direito ambiental no Brasil 
 
Os antecedentes históricos da legislação ambiental brasileira remontam às 
Ordenações Filipinas que estabeleciam normas de controle da exploração 
vegetal no país, além de disciplinar o uso do solo, conspurcação de águas de 
rios e regulamentar a caça. Sobre a evolução histórica da legislação o principal 
trabalho nesta matéria é o livro de Ann Helen Wainer. 
A Lei n.º 12.651/2012[19] revogou o antigo Código Florestal Brasileiro Lei n.° 
4.771/65. Na antiga lei foram tratados de forma pioneira assuntos relacionados 
ao direito material fundamental. De acordo com LEUZINGER et alii,[20] o 
Código Florestal vigente "confere alto grau de proteção não apenas aos 
ecossistemas florestais, mas também a outras formas de vegetação 
encontradas nos espaços ambientais indicados, consubstanciados nas áreas 
de preservação permanente (APPs) e nas áreas de reserva legal (RL)". 
Todavia, a matéria do meio ambiente só foi introduzida em nosso ordenamento 
jurídico através da Lei 6.938/81, que estabeleceu a PNMA - Política Nacional 
do Meio Ambiente. Nesse sentido, afirma RODRIGUES[21]: "Pode-se dizer que 
a lei 6938/81 (Política Nacional do Meio Ambiente) foi, por assim dizer, o marco 
inicial, o primeiro diploma legal que cuidou do meio ambiente como um direito 
próprio e autônomo. Antes disso, a proteção do meio ambiente era feita de 
modo mediato, indireto e reflexo, na medida em que ocorria apenas quando se 
prestava tutela a outros direitos, tais como o direito de vizinhança, propriedade, 
regras urbanas de ocupação do solo, etc." 
Em 1985 foi editada a Lei 7.347, que proporcionou a oportunidade de agir 
processualmente, através da Ação Civil Pública, toda vez que houvesse lesão 
ou ameaça ao meio ambiente, ao consumidor, aos bens e direitos de valor 
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. No projeto da citada Lei, em 
seu artigo 1º, inciso IV, foi a primeira oportunidade onde se falou de defesa 
dos direitos difusos e coletivos do cidadão; porém, este inciso foi vetado pelo 
Presidente da República. 
A previsão de utilização da ação civil pública para a defesa de quaisquer 
interesses difusos, entretanto, foi introduzida novamente em nosso 
ordenamento jurídico quando da edição da Lei 8.078/90, que acrescentou o 
inciso IV, do artigo 1º, da Lei 7.347/85, anteriormente vetado. A Lei 8.078/90 
também definiu os direitos metaindividuais, criando os institutos dos Direitos 
difusos, coletivos e individuais homogêneos. 
A tal respeito, afirmam alguns autores que a Constituição Federal de 
1988 trouxe ao nosso ordenamento jurídico a defesa dos bens coletivos, 
através da inclusão da redação constante no artigo 225. Admite, inclusive, a 
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existência de uma terceira espécie de bem: o bem ambiental. Este bem é 
caracterizado por não ter uma propriedade definida, isto é, não é interesse 
único do particular, nem tampouco é considerado bem público: é um bem 
comum, de uso coletivo de todo um povo. 
FIGUEIREDO oferece, contudo, uma visão diversa do tema, asseverando que 
a defesa dos interesses difusos e coletivos, "se adequadamente exercida pelo 
Estado,não poderia merecer outra qualificação que não a de tutela de 
interesses públicos primários. Sob este enfoque, não há por que afirmar que o 
advento da consciência acerca da existência de interesses difusos teria 
causado uma crise profunda e incontornável na dicotomia clássica direito 
público/direito privado". 
Em 18 de julho de 2000 foi publicada a Lei Federal n. 9.985, que regulamenta o 
art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal e institui o Sistema 
Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. De acordo com 
BENJAMIN, a configuração jurídico-ecológica das unidades de conservação 
depende do cumprimento de cinco pressupostos: relevância natural, 
oficialismo, delimitação territorial, objetivo conservacionista e regime especial 
de proteção e administração. LEUZINGER afirma que esta lei "tem por mérito a 
sistematização do tratamento normativo destas unidades de conservação 
(UCs), que antes estavam previstas, de forma desordenada, em diferentes leis 
e atos normativos". 
Em 30 de junho de 2003, sob os auspícios do Instituto Brasileiro de Advocacia 
Pública - IBAP, foi criada na cidade de São Paulo a Associação dos 
Professores de Direito Ambiental do Brasil - APRODAB, primeira entidade do 
gênero no planeta. Reunindo praticamente a totalidade dos principais 
doutrinadores de Direito Ambiental do Brasil, desde então a APRODAB realiza 
anualmente o Congresso Brasileiro do Magistério Superior de Direito 
Ambiental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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IMPLICAÇÕES JURÍDICAS 
 
 
Direito Agrário se compõe do estatuto jurídico da propriedade da terra e da 
atividade agrária, e que é indispensável que o princípio da função social da 
terra informe esse estatuto (Ígor TEN6RIO, 1975:6). 
O Direito agrário é considerado um novo ramo do direito, possuindo inúmeros 
conceitos, alguns de forma mais técnica, mais formal e outros de maneira mais 
singela e um tanto objetiva. Entrementes, elencamos alguns conceitos, para 
melhor elucidar pedagogicamente a definição de Direito agrário. Dentre os 
conceitos citamos primeiramente, Paulo Torminn Borges: 
―É o conjunto de normas jurídicas que visam disciplinar as relações do homem 
com a terra, tendo em vista o progresso social e econômico do rurícola e o 
enriquecimento da comunidade.‖ (BORGES, 1994, pág. 17). 
Um mecanismo jurídico democrático orientado pela concepção de justo 
demanda, sobretudo, o convite de todos os atores sociais para a discussão da 
importância da pessoa na articulação política, social e econômica da 
sociedade. 
A análise do status da pessoa e de sua implicação jurídica perpassa pela 
conclusão de que a ciência jurídica em grande medida foi e continua sendo 
responsável pela legitimação das decisões da sociedade no que diz respeito ao 
enquadramento das pessoas no meio, conferindo a elas alocações artificiais 
conforme contextos escolhidos, os quais podem ser político, econômico, social 
ou cultural. 
Em Umberto Machado de Oliveira a função fundamentadora dos princípios é 
apresentada de forma pedagógica e extremante compreensível. 
―Eficácia derrogatória e diretiva. Por ela, segundo Espínola, as normas que 
confrontem os centros de irradiação normativa assentados nos princípios 
(constitucionais), perdem sua validade (no caso da eficácia diretiva) e/ou sua 
vigência (em se tratando da eficácia derrogatória), tudo isso em face do 
contraste normativo com normas de estalão constitucional‖. (OLIVEIRA, 2010, 
pág. 96). 
 
―O papel de orientarem as soluções jurídicas a serem aplicadas em situações 
concretas submetidas à apreciação do intérprete. São, desse modo, vetores de 
sentido jurídico às demais normas, em face dos fatos e atos que exijam 
compreensão normativa. Assim, os princípios jurídicos desempenham o papel 
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de guiamento do momento cognoscitivo do responsável pela aplicação das 
regras jurídicas, diante de um caso em que lhe é solicitada uma solução‖. 
(OLIVEIRA, 2010, pág. 97). 
Outro doutrinador que aprofundou estudos sobre os princípios do Direito 
agrário foi Vicente Gonçalves de Araújo Júnior. Em sua obra vemos os 
princípios que ele enfatizou: 
―1º) função social da propriedade; 
2º) progresso econômico do rurícola; 
3º) progresso social do rurícola; 
4º) fortalecimento da economia nacional, pelo aumento da produtividade; 
5º) fortalecimento do espírito comunitário, mormente de família; 
6º) desenvolvimento do sentimento de liberdade (pela propriedade) e de 
igualdade (pela oferta de oportunidades concretas); 
7º) implantação da Justiça distributiva; 
8º) eliminação das injustiças sociais no campo; 
9º) povoamento da zona rural, de maneira ordenada; 
10º) combate ao minifúndio 
11º) combate ao latifúndio 
12º) combate a qualquer tipo de propriedade rural ociosa, sendo aproveitável e 
cultivável; 
13º) combate à exploração predatória ou incorreta da terra.‖ (JÚNIOR, 2002) 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INVISIBILIDADE DO IMÓVEL RURAL 
 
 
 
―O interessado deve retificá-las por meio da Declaração para Cadastro Rural 
(DCR) e, com isso, o próprio sistema gera novo certificado com a Guia de 
Recolhimento da União (GRU) e valores atualizados‖. ( Incra ) 
 
Lei 13.465, de 11 de julho de 2017 - Dispõe sobre a regularização fundiária 
rural e urbana, sobre a liquidação de créditos concedidos aos assentados da 
reforma agrária e sobre a regularização fundiária no âmbito da Amazônia 
Legal. 
Lei 11.952, de 25 de junho de 2009 - Dispõe sobre a regularização fundiária 
das ocupações incidentes em terras situadas em áreas da União, no âmbito da 
Amazônia Legal. 
Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Institui o Código Civil. 
Lei 10.267, de 28 de agosto de 2001 - Altera dispositivos das Leis 4.947/66, 
6.015/73, 6.739/79, 9.393/96 e cria o Cadastro Nacional de Imóveis Rurais – 
CNIR. 
Lei 8.935, de 18 de novembro de 1994 - Regulamenta o art. 236 da 
Constituição Federal, dispondo sobre serviços notariais e de registro. (Lei dos 
cartórios). 
Lei 8.629, de 25 de fevereiro de 1993 - Dispõe sobre a regulamentação dos 
dispositivos constitucionais relativos à reforma agrária, previstos no Capítulo III, 
Título VII da Constituição Federal. Estabelece os critérios para classificação do 
imóvel rural quanto ao tamanho e produtividade. 
Lei 6.634, de 2 de maio de 1979 - Dispõe sobre a Faixa de Fronteira, altera o 
Decreto-lei 1.135, de 3 de dezembro de 1970. 
Lei 6.015, de 31 de dezembro de 1973 - Dispõe sobre os registros públicos. 
Lei 5.868, de 12 de dezembro de 1972 - Cria o Sistema Nacional de Cadastro 
Rural. 
 Lei 5.709, de 7 de outubro de 1971 - Regula a aquisição de imóvel rural por 
estrangeiro residente no país ou pessoa jurídica estrangeira autorizada a 
funcionar no Brasil. 
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16 
 
Lei 4.947, de 6 de abril de 1966 - Fixa Normas de Direito Agrário, dispõe sobre 
o Sistema de Organização e Funcionamento do Instituto Brasileiro de Reforma 
Agrária. 
Lei 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Dispõe sobre o Sistema Tributário 
Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, 
Estados e Municípios. 
Lei 4.504, de 30 de novembro de 1964 - Dispõe sobre o Estatuto da Terra. 
Decreto nº 10.165, de 10 de dezembro de 2019 - Altera o Decreto nº 9.309, de 
15 de março de 2018, que dispõe sobre a regularização fundiária das áreas 
rurais. 
Decreto nº 9.309, de 15 de março de 2018 - Regulamenta a Lei n º 11.952, de 
25 de junho de 2009, para dispor sobre a regularização fundiária das áreas 
rurais. 
Decreto 4.449, de 30 de outubro de 2002 - Regulamenta a Lei 10.267/2001. 
Decreto 85.064, de 26 de agosto de 1980 - Regulamenta a Lei nº 6.634, de 2 
de maio de 1979, que dispõe sobre a Faixa de Fronteira. 
Decreto 74.965, de 26 de novembrode 1974 - Regulamenta a Lei 5.709, de 7 
de outubro de 1971, que dispõe sobre a aquisição de imóvel rural por 
estrangeiro residente no País ou pessoa jurídica estrangeira autorizada a 
funcionar no Brasil. 
Decreto 72.106, de 18 de abril de 1973 - Regulamenta a Lei 5.868, de 12 de 
dezembro de 1972, que institui o Sistema Nacional de Cadastro Rural e dá 
outras providências. 
Decreto 62.504, de 8 de abril de 1968 - Regulamenta o artigo 65 da Lei 4.504, 
de 30 de novembro de 1964, o artigo 11 e parágrafos do Decreto-Lei 57, de 18 
de novembro de 1966. 
Decreto 59.566, de 14 de novembro de 1966 - Regulamenta a Lei 4.504, de 30 
de novembro de 1964 e a Lei 4.947, de 6 de abril de 1966. 
Decreto 55.891, de 31 de março de 1965 - Regulamenta o Estatuto da Terra no 
que se refere a zoneamentos e cadastros. 
Em caso de descaracterização da área total do imóvel, o Incra envia ofício ao 
interessado, ao cartório de registro de Imóveis e à prefeitura do município de 
localização da área. No caso de parte dele, haverá atualização da área 
remanescente no Sistema Nacional de Cadastro Rural. A solicitação pode ser 
feita presencialmente, nas superintendências regionais e unidades avançadas 
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17 
 
do Incra, nas Unidades Municipais de Cadastramento existentes em 
municípios, ou por correspondência, via Correios. 
Se a área do imóvel for inferior à 3 (três) Módulos de Exploração Indefinida 
(MEI), sendo a primeira aquisição, a descaracterização poderá ser feita 
normalmente, com os mesmos procedimentos utilizados para imóveis de 
brasileiros. No caso de o estrangeiro ser proprietário de mais de um imóvel no 
Brasil, ou, se a área for superior a 3 (três) ** MEI, o estrangeiro deverá 
apresentar a autorização do Incra para a aquisição do imóvel, conforme o caso. 
No Registro de Imóveis, o imóvel será rural, independentemente de sua 
localização, se constar da matrícula o código que o Incra lhe atribuir, ou 
melhor, se houver referência ao Certificado de Cadastro de Imóvel Rural — 
CCIR —, considerando-se a unidade imobiliária o prédio rústico descrito na sua 
respectiva matrícula, em observância ao princípio da unitariedade da matrícula, 
ou seja, cada imóvel terá sua própria matrícula e cada uma representará um 
único imóvel, conforme artigo 176, § 1º, inciso I, da Lei nº 6.015/73. 
É evidente que no procedimento de certificação do memorial descritivo 
georreferenciado, para os fins e efeitos do Registro de Imóvel, não se aplica o 
conceito agrário de imóvel rural. A identificação do imóvel rural referida nos §§ 
3º e 4º do artigo 176 da Lei nº 6.015/93 é requisito da matrícula. É exigência 
imposta ao Registro de Imóveis. A Lei nº 6.015/73, com suas alterações 
introduzidas pela Lei nº 10.267/2001, não se dirige ao cadastro do Incra. 
Definitivamente, não há Lei que imponha ao proprietário a obrigação de 
promover o georreferenciamento de todas as áreas rurais contíguas que lhe 
pertençam e que estejam matriculadas no Registro de Imóveis competente, 
quando pretender realizar algum ato relativo a uma de suas propriedades 
imobiliárias. Melhor esclarecendo — embora pareça já estar se tornando 
repetitivo —, se uma pessoa detém a titularidade em mais de uma matrícula de 
imóvel rural que estejam contiguamente localizados e pretenda realizar alguma 
modificação em uma área correspondente a alguma das matrículas, não estará 
obrigada a promover o georreferenciamento de todas as outras áreas, mas 
apenas daquela que sofrerá a alteração. No entanto, a afirmação contrária 
encontra fundamento legal, porquanto, ao proprietário que desmembra, 
remembra, parcela ou aliena a área descrita na sua respectiva matrícula, a Lei 
impõe a obrigação de georreferenciá-la, sob pena de não conseguir efetivar o 
registro do título que deu causa a esses fatos imobiliários. 
 
 
 
 
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DIREITO AGRÁRIO: ART. 184 E 191 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
 
 
 
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de 
reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, 
mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula 
de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir 
do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. 
 § 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro. 
 § 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de 
reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de desapropriação. 
 § 3º Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório 
especial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação. 
 § 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida 
agrária, assim como o montante de recursos para atender ao programa de 
reforma agrária no exercício. 
 § 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações 
de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária. 
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua 
como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona 
rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho 
ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. 
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. 
 
Os representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional 
Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o 
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-
estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de 
uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia 
social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução 
pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte 
Constituição da República Federativa do Brasil. 
A usucapião rural, também conhecida por usucapião pro labore, encontra 
guarita no texto constitucional brasileiro no artigo 191. Apresenta modos 
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peculiares de aquisição de propriedade como forma de conferir ao indivíduo e 
sua família a segurança sobre o aspecto da titularidade da terra no intuito de 
residir e laborar para o sustento próprio. 
Por força do art. 22, I, da Constituição Federal, compete a União legislar 
privativamente sobre direito agrário, despontando dentre outras, a lei 4.947/66, 
art. 1º, que dispõe sobre o direito agrário e a reforma agrária, e a lei 4.504/64, 
conhecida por Estatuto da Terra, as quais estabelecem normas e princípios 
específicos que comprovam a especialidade, autonomia e independência do 
direito agrário. 
Em linhas gerais o direito agrário está intimamente ligado com a terra, o cultivo, 
a produtividade, a utilidade, dispondo-se a qualificar o aproveitamento da terra 
por meio da função social e econômica, e quando não é atendida pelo 
proprietário rural, impõe-se penalidades como a desapropriação e a prescrição 
extintiva, esta própria do instituto da usucapião. 
Feitas essas considerações, o instituto da usucapião rural surgiu pela primeira 
vez na Constituição Federal de 1934, art. 125, dispondo ―que todo brasileiro 
que, não sendo proprietário rural ou urbano, ocupar, por 10 anos contínuos, 
sem oposição nem reconhecimento de domínio alheio, o trecho de terras até 10 
hectares, tornando-o produtivo por seu trabalho e tendo nele sua morada, 
adquirirá o domínio do solo, mediante sentença declaratória devidamente 
transcrita‖. 
A Constituição de 1937, art. 148, manteve igualmente a usucapião rural, já a 
Constituição de 1946, art. 156, disciplinou a usucapião rural, apenas 
aumentando o tamanho da área para vinte e cinco hectares. A Emenda 
Constitucionaln. 10 de 1964 aumentou novamente a área para 100 hectraes. 
A usucapião constitucional que nos dispomos a tratar recebe diversas 
denominações que, na lição de Benedito Silvério Ribeiro, pode ser ―usucapião 
rústica, pro labore, rural, agrária, especial ou constitucional, também chegada a 
denominar-se pro deserto […]. A palavra "rural", do latim rus, rurais, que 
significa campo, é indicativa daquilo que está forma dos limites das zonas 
urbanas ou suburbanas […]‖. 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO AGRÁRIO É O ESTATUTO DA TERRA 
 
 
 
O Estatuto da Terra foi a primeira lei a regulamentar o princípio da função 
social da terra conforme § 1º do artigo 2º,(verbis): 
―A propriedade da terra desempenha integralmente a sua função social 
quando, simultaneamente: 
a) Favorece o bem estar dos proprietários e dos trabalhadores que nela 
labutam, assim como de suas famílias; 
b) Mantém níveis satisfatórios de produtividade; 
c) Assegura a conservação dos recursos naturais; 
d) Observa as disposições legais que regulam as justas relações de trabalho 
entre os que a possuem e a cultivam‖. 
Importante frisar que este dispositivo legal, com pequenas nuances, foi elevado 
à categoria constitucional prevista no artigo 186 da CF/88. Este princípio 
regulamentado é que norteia o Direito Agrário Brasileiro. 
 
O órgão imediatamente anterior foi a SUPRA – Superintendência da Política 
Agrária, criada pela Lei Delegada Nº 11 de 11 de outubro de 1962. Esta 
instituição agrária, por sua vez, havia incorporado os serviços e patrimônio da 
Fundação Serviço Social Rural- SSR, criado pela Lei nº. 2.613/55; os serviços 
e patrimônio do Instituto Nacional de Imigração e Colonização – INIC, criado 
pela Lei nº 2.163, de 05/01/54; Os serviços e patrimônio da Carteira de 
Colonização do Banco do Brasil –S/A, criada pela Lei nº 2.237, de 19 de junho 
de 1954, e do Estabelecimento Rural de Tapajós , criado pela Lei nº 3.431, de 
18 de julho de 1958, e localizado no município de Santarém, Estado do Pará e 
formado por Plantações FORD de Belterra e Forlândia ( norte-americanas) , 
adquiridas pelo Decreto-Lei nº 8.440, de 24 de dezembro de 1945, sendo 
transferidas ao Ministério da Agricultura pelo artigo 113 do Estatuto da Terra. 
 
 
Estatuto da Terra é a forma como legalmente se encontra disciplinado o uso, 
ocupação e relações fundiárias no Brasil. Conforme o Estatuto da Terra, criado 
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21 
 
em 1964, o Estado tem a obrigação de garantir o direito ao acesso à terra para 
quem nela vive e trabalha. 
 
 
 
Um dos primeiros códigos inteiramente elaborados pelo Governo Militar no 
Brasil, a Lei 4 504, de 30 de novembro de 1964, foi concebida como forma de 
colocar um freio nos movimentos campesinos que se multiplicavam durante 
o Governo João Goulart. 
Apesar de importantes peças para o ordenamento jurídico brasileiro, seu 
conteúdo é muito pouco difundido, e conta com poucos especialistas no meio 
doutrinário. Conquanto seus conceitos abarquem definições de cunho 
inteiramente político, servem para nortear as ações de órgãos governamentais 
de fomento agrícola e de reforma agrária, como o INCRA. 
São diversos os conceitos ali enunciados, com importantes repercussões para 
a vida no campo, bem como a relação do proprietário de terras com o seu 
imóvel. Dentre elas: 
Reforma agrária - é o conjunto de medidas em que visem a promover melhor 
distribuição da terra, mediante modificações no regime de sua posse e uso, a 
fim de atender aos princípios de justiça social e ao aumento de produtividade. 
(Art. 1º) . Reforma agrária é a reorganização da estrutura fundiária com o 
objetivo de promover a distribuição mais justa das terras. A reforma agrária tem 
o objetivo de proporcionar a redistribuição das propriedades rurais, ou seja, 
efetuar a distribuição da terra para realização de sua função social; 
Módulo rural - consiste, em linhas gerais, na menor unidade de terra onde uma 
família possa se sustentar ou, como define a lei: lhes absorva toda a força de 
trabalho, garantindo-lhes a subsistência e o progresso social e econômico - e 
cujas dimensões, variáveis consoante diversos fatores (localização, tipo do 
solo, topografia, etc.), são determinadas por órgãos oficiais. Por estes critérios, 
uma área de várzea de meio hectare pode configurar, em tese, um módulo 
rural - ao passo que 10 hectares de caatinga podem não atingi-lo; 
Minifúndio - Uma propriedade de terra cujas dimensões não perfazem o 
mínimo para configurar um módulo rural (nos exemplos anteriores, uma várzea 
de 0,2ha...); 
O minifúndio é a propriedade de pequena extensão para o seu auto sustento, 
em função de vários fatores: a situação regional, por meio do plantio de 
hortaliças, apicultura, criação de aves, piscicultura, fruticultura e qualquer 
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22 
 
atividade que dependa de pouco espaço e muita mão de obra. Estes são 
utilizados na agricultura tradicional. 
No Brasil o minifúndio está atrelado principalmente à agropecuária de 
subsistência, geralmente familiar, utilizando conhecimentos tradicionais e uso 
de tecnologias sociais com baixo impacto ambiental. 
O minifúndio dedica-se principalmente em policultura para o mercado interno. 
A cidade com maior número de minifúndios do mundo é Canguçu, no Rio 
Grande do Sul. 
 
 
Latifúndio - propriedades que excedam a 600 módulos rurais ou, 
independente deste valor, que sejam destinadas a fins não produtivos (como 
a especulação). 
Um latifúndio é uma propriedade agrícola de grande extensão pertencente a 
uma única pessoa, uma família ou empresa e que se caracteriza pela 
exploração extensiva de seus recursos. A extensão necessária para se 
considerar uma propriedade como um latifúndio depende do contexto: 
enquanto na Europa o grande latifúndio pode ter algumas centenas 
de hectares, na América Latina, pode facilmente ultrapassar os 10 mil. Além da 
extensão, outras características do que é conhecido como latifúndio são: 
baixos rendimentos unitários, uso da terra abaixo do nível de exploração 
máxima e baixa capitalização. O latifúndio tem sido tradicionalmente uma fonte 
de instabilidade social, associada à existência de grandes massas de 
camponeses sem terra. Para resolver os problemas causados por grandes 
propriedades, já se tentou fórmulas diferenciadas, dependendo do tipo de 
governo: desde a mudança na estrutura da propriedade (reforma agrária), 
inclusive com expropriações, até a modernização da exploração agrícola 
(agricultura de mercado). 
 
 
 
 
 
 
 
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23 
 
DA REGULAMENTAÇÃO DOS AGROTÓXICOS 
 
 
 
Após a 2º Guerra Mundial, foi período de grande avanço químico industrial e 
farmacêutico, de reconstrução dos países destruídos e do crescente aumento 
populacional, que foi difundido o uso dos agrotóxicos. Os agrotóxicos serviram 
também como arma química nas guerras da Coréia e do Vietnã, conhecido 
como ―agente laranja‖, que dizimou milhares de soldados e civis, além de ter 
contaminado o meio ambiente. 
Nas décadas de 60 e 70 surgiu a Revolução Verde, um modelo que se baseia 
na utilização de sementes geneticamente melhoradas e uso de fertilizantes e 
agrotóxicos entre outros com o objetivo de aumentar as produtividades 
agrícolas e resolver os problemas da fome nos países em desenvolvimento. 
No Brasil, a Revolução Verde se deu através do aumento da importação de 
produtos químicos, da instalação de indústrias produtoras e formuladoras de 
agrotóxicos e do estímulo do governo, através do crédito rural, para o consumo 
de agrotóxicos e fertilizantes. 
Após a constatação de que os resíduos de DDT persistiam ao longo de toda 
cadeia alimentar, o produto foi banido em vários países na década de 1970, 
com uso controlado pela Convenção de Estocolmo sobre poluentesOrgânicos 
Persistentes. Contudo, no Brasil, apenas em 2009, o então presidente Luiz 
Inácio Lula da Silva sancionou a Lei n.º 11.936/09, proveniente do projeto de lei 
(PLS 416/99) do senador Tião Viana (PT-AC), que proíbe a fabricação, a 
importação, a exportação, a manutenção em estoque, a comercialização e o 
uso de diclorofeniltricloroetano – DDT. 
É a partir de 1975, com o Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), que 
cuidou da abertura do Brasil ao comércio internacional desses produtos, que 
ocorrerá um verdadeiro boom na utilização de agrotóxicos no trabalho rural. 
No Brasil, os agrotóxicos passarão a ser regulados pela Lei n.º 7.802/89, até 
então a matéria era regulada apenas por portarias ministeriais e representou 
um grande avanço no controle destas substâncias. A referida lei é 
regulamentada pelo Decreto n.º 4.074, de 2002. Agrotóxico, segundo o 
Decreto, em seu artigo 1º, inciso IV, é definido como: 
―produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados 
ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de 
produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou 
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24 
 
plantadas, e de outros ecossistemas e de ambientes urbanos, hídricos e 
industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim 
de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos, bem 
como as substâncias e produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, 
estimuladores e inibidores de crescimento‖. 
De acordo com a Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, em seu Art. 3º Os 
agrotóxicos, seus componentes e afins, de acordo com definição do art. 2º 
desta Lei, só poderão ser produzidos, exportados, importados, comercializados 
e utilizados, se previamente registrados em órgão federal, de acordo com as 
diretrizes e exigências dos órgãos federais responsáveis pelos setores da 
saúde, do meio ambiente e da agricultura. 
§ 1º Fica criado o registro especial temporário para agrotóxicos, seus 
componentes e afins, quando se destinarem à pesquisa e à experimentação. 
§ 2º Os registrantes e titulares de registro fornecerão, obrigatoriamente, à 
União, as inovações concernentes aos dados fornecidos para o registro de 
seus produtos. 
§ 3º Entidades públicas e privadas de ensino, assistência técnica e pesquisa 
poderão realizar experimentação e pesquisas, e poderão fornecer laudos no 
campo da agronomia, toxicologia, resíduos, química e meio ambiente. 
§ 4º Quando organizações internacionais responsáveis pela saúde, 
alimentação ou meio ambiente, das quais o Brasil seja membro integrante ou 
signatário de acordos e convênios, alertarem para riscos ou desaconselharem 
o uso de agrotóxicos, seus componentes e afins, caberá à autoridade 
competente tomar imediatas providências, sob pena de responsabilidade. 
§ 5º O registro para novo produto agrotóxico, seus componentes e afins, será 
concedido se a sua ação tóxica sobre o ser humano e o meio ambiente for 
comprovadamente igual ou menor do que a daqueles já registrados, para o 
mesmo fim, segundo os parâmetros fixados na regulamentação desta Lei. 
 
 
 
 
 
 
 
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25 
 
O DIREITO AGRÁRIO E O PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO 
 
 
 
Para Raymundo LARANJEIRA (2002, p. 27), ao discorrer sobre o "Estado da 
Arte do Direito Agrário no Brasil", afirma que: 
(...) as obras doutrinárias brasileiras, no que se refere ao Direito Agrário, não 
fazem por destoar, em sua grande maioria, o compromisso que seus autores, 
como juristas de país de 3º Mundo, hão de ter com os fundamentos da 
nacionalidade e com os interesses das camadas populares. 
A interpretação dos princípios de Direito Agrário induz ao seu conteúdo 
peculiar, ficando assim legitimada a ação dos movimentos sociais de luta pela 
terra, como o principal impulsionador das transformações na estrutura agrária 
brasileira e da realização da justiça social. 
Na definição sintética de Marcelo Dias VARELLA (1997, p. 267), "direito agrário 
é o conjunto de normas e princípios que visam regular e desenvolver a 
atividade agrária e promover o bem-estar da sociedade ." 
Vários respeitados jus-agraristas se empenharam em formular definições 
completas e científicas para o Direito Agrário, cada qual enfocando um 
princípio ou característica que entendesse ser a mais importante, e outras 
vezes pendendo a uma suposta neutralidade. 
Como o Direito origina-se dos fatos sociais, a principal fonte (fonte material, 
tomando-se a classificação tradicional) do Direito Agrário são os conflitos de 
interesse (litígios), sociais e inter-individuais, decorrentes das atividades 
agrárias. Estes por sua vez determinam, numa relação dialética, a formação 
das fontes classificadas como formais: a legislação, a doutrina, a jurisprudência 
e os costumes. 
Impulsionadas pelos conflitos pela posse da terra, culminando-se, na ocasião 
do Estatuto da Terra , a aniquilação genocida, pelo Exército Brasileiro, após o 
golpe militar de 1964, das Ligas Camponesas, que vinham se desenvolvendo 
desde o final da década de 40. 
Aqui se tornam emblemáticos os dizeres de Gishkow (apud RIBEIRO, 1997, p. 
233) de que "a desvinculação do direito agrário do direito civil não foi uma 
posição doutrinária, mas a contestação de uma necessidade política e 
econômica, com inegável caráter jurídico ". 
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26 
 
Também são o Estatuto da Terra e sua legislação complementar que reforçam 
a autonomia científica do Direito Agrário. O que dá essa autonomia são 
princípios, objeto e método próprios. E tudo isso já foi desenvolvido no Direito 
Agrário. Quanto aos princípios, veremos a seguir. Quanto ao objeto, tratam-se 
das atividades agrárias. Já o método leva em conta aqueles princípios, para 
abordar um objeto cheio de particularidades visando um fim específico que é a 
justiça social. 
O Direito Agrário atualmente é regido por princípios, costumes, pela 
Constituição Federal e, principalmente pelo Estatuto da Terra, o processo 
próprio do Direito Agrário é sistematizado em sua doutrina, explicitando um 
código de estudos próprio, gerando uma autonomia didática. 
O Direito Agrário se conceitua por ser o conjunto das normas, dos 
regulamentos, das leis e dos alinhamentos que regem a propriedade e a 
organização territorial e as posses agrícolas. 
 
As principais características do Direito Agrário são: 
 
Imperatividade: que se refere a forte intervenção do Estado nas relações 
agrárias, sendo obrigatória a aplicação da lei, tal imperatividade tem como 
motivo a proteção do trabalhador do campo, dessa forma regras próprias. 
A segunda característica marcante do direito agrário está ligada a função social 
de suas regras que se resume em equalizar de forma mais social o direito 
sobre as propriedades rurais no Brasil combatendo terras improdutivas e os 
latifúndios. 
Como características principais, ou seja, as tendências para as quais a doutrina 
da matéria aponta, primeiro, a imperatividade, ideia na qual o Estado exerce 
forte intervenção nas relações agrárias, tornando obrigatória a aplicação da lei. 
A imperatividade é uma ferramenta que busca principalmente proteger o elo 
mais vulnerável do direito agrário, o camponês ou trabalhador rural. A segunda 
característica marcante deste ramo do direito é a promoção da função social da 
terra, que se traduz na utilização racional do solo, fazendo com que este 
beneficie o maior número possível de cidadãos, tanto no campo como na 
cidade, nunca esquecendo de reforçar as práticas de preservação ambiental 
dos recursos naturais.(SANTIAGO, 2016) 
 
 
 
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ATIVIDADE AGRÁRIA E REGULARIDADES AMBIENTAIS 
 
 
 
Antigamente não havia uma legislação específica que regia as terras, 
produções agrícolas e até seus impactosno meio ambiente, havia uma 
cobrança de uma legislação própria para isso. Antes eram regidos pelo Direito 
Civil, no que tangia à propriedade. 
Em 1850 nasceu a Lei n. 601 (Lei de Terras), servindo para cobrir vazio 
legislativo consentido após a revogação do regime colonial de sesmarias, em 
1822. Porém, ainda não era uma lei que atendia os campestres pobres, e 
sim, favorecia a concentração das terras. 
Apenas no ano de 1964, durante o período Militar, com a promulgação da Lei 
n. 4.504, o Estatuto da Terra , que o Direito Agrário concretizou sua autonomia 
legislativa. 
O Direito Agrário atualmente é regido por princípios, costumes, pela 
Constituição Federal e, principalmente pelo Estatuto da Terra, o processo 
próprio do Direito Agrário é sistematizado em sua doutrina, explicitando um 
código de estudos próprio, gerando uma autonomia didática. 
O Direito Agrário é regido por princípios próprios, tais quais SANTIAGO (2016) 
cita em seu artigo: 
Monopólio legislativo da União – a União é a única competente para legislar em 
matéria de direito agrário; 
Utilização da terra se sobrepõe à titulação dominical – a terra é um bem que 
deve servir à coletividade, em detrimento de um ou um número restrito de 
indivíduos; 
Propriedade condicionada à função – a propriedade rural deve ser plenamente 
utilizada, e não se tornar um objeto de especulação financeira; 
Dicotomia do direito agrário: política de reforma agrária e política de 
desenvolvimento rural – a terra deve estar disponível a todos, e estes devem 
nela produzir; 
Interesse público sobre o individual – o interesse público prevalece sobre as 
pretensões do indivíduo. 
Proteção à propriedade familiar e a pequena e média propriedade – a lei deve 
buscar a manutenção da propriedade que sirva ao sustento de um núcleo 
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familiar, e as pequenas e médias propriedades – sempre produtivas, claro – 
devem ter o estímulo do poder público; 
Fortalecimento da empresa rural – deve ser estimulada a unidade que se 
dedica a culturas agrícolas, criação de gado ou culturas florestais, com a 
finalidade de obtenção de renda. 
Conservação e preservação dos recursos naturais e do meio ambiente etc. – a 
produção rural não deve desperdiçar ou por em risco os recursos naturais 
disponíveis. 
Conceitualmente, a atividade agrária é ―aquela na qual se interrelacionem certo 
trato de terra, o processo agrobiológico e o homem, este 
agindo profissionalmente e sujeito ao risco biológico, visando a um produto, 
agrícola, pecuário, florestal ou do extrativismo, e, até, ao beneficiamento, à 
transformação e à alienação deste, quando pertinentes à exploração da terra 
rural‖ (de acordo com conceito trazido pelo Esboço Parcial de Anteprojeto de 
Consolidação de Diplomas Agrários). 
Por consequência da agrariedade, a atividade agrária, diferentemente das 
outras atividades econômicas (comércio, indústria e serviços) possui a sua 
capacidade de expansão limitada e diretamente vinculada aos elementos da 
natureza. 
O setor agropecuário vem se destacando na economia brasileira nas últimas 
décadas por seu expressivo aumento em produtividade e sua crescente 
importância para a manutenção do equilíbrio da balança comercial do país. 
Com a modernização da agricultura e o aumento do uso intensivo de máquinas 
e insumos, elevaram-se os níveis de produtividade da terra e do trabalho, 
contribuindo também para o crescimento da indústria associada ao setor 
(Gasques et al., 2010). Estima-se que a produção do agronegócio brasileiro, 
que inclui toda a produção resultante das atividades agropecuárias e das 
indústrias a montante e a jusante desse processo produtivo, responda 
atualmente por 22,7% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro (Cepea, 2011). 
O aumento das pressões sobre os recursos naturais no planeta gerou uma 
crescente preocupação mundial relacionada ao esgotamento desses recursos 
e à sustentabilidade do crescimento econômico dos países, resultando na 
realização de uma série de encontros internacionais para debater sobre o 
tema. Em meio a esses debates, surgiu o conceito de desenvolvimento 
sustentável, definido como aquele que atende às necessidades do presente 
sem comprometer a capacidade das futuras gerações no sentido de atenderem 
às suas próprias necessidades (CMMAD, 1988). Na construção desse novo 
conceito, aliaram-se também às discussões, além das questões ambientais, as 
questões relativas às desigualdades sociais e ao direito dos países 
subdesenvolvidos de crescer economicamente, levando à busca por uma 
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agenda de desenvolvimento que seja economicamente viável, socialmente 
justa e ambientalmente correta. 
O Brasil é considerado um dos países que apresentam condições de aumentar 
a produção agropecuária para suprir a demanda mundial por alimentos e 
biocombustíveis. Entretanto, muitos obstáculos ainda precisam ser vencidos 
para que esse crescimento do setor agropecuário ocorra de uma maneira 
sustentável, gerando não apenas benefícios econômicos para o país, mas 
também garantindo a conservação da sua grande riqueza de recursos naturais 
e proporcionando melhores condições de vida para o homem do campo. É 
importante destacar que os serviços ambientais fornecidos por esses recursos, 
além de essenciais para o bem-estar de toda a população brasileira, são 
também fundamentais para a continuidade da própria produção agropecuária 
do país, a exemplo do serviço realizado pelos polinizadores (Klein et al., 2007). 
Não existem soluções únicas, que possam ser efetivas para todas as 
situações. É preciso adequar as ações à realidade socioeconômica e ambiental 
específica de cada região e somar as ações federais com as estaduais e 
municipais para que os esforços possam ser efetivos. As estratégias precisam 
também abranger ações relacionadas ao desenvolvimento e difusão de 
tecnologias ambientalmente adequadas, ao desenvolvimento de sistemas de 
informação integrados e à adoção de instrumentos econômicos que possam 
corrigir ou minimizar as falhas de mercado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AS NORMAS CONSTITUCIONAIS DE DIREITO AGRÁRIO NO BRASIL 
 
 
No Brasil a história do direito agrário se inicia a partir do Tratado de 
Tordesilhas, em que após a chegada de Colombo a América já havia uma 
preocupação em proteger as leis pela corte espanhola. 
A partir deste momento surgiriam os primeiros latifúndios e que posteriormente, 
com a colonização criou as léguas das sesmarias, onde se percebia o privilégio 
dos próprios portugueses em latifundiar as terras. Essa léguas durou até o ano 
de 1822. 
Com o desrespeito ao tratado de Tordesilhas houve uma desenfreada 
ocupação no território brasileiro. Nesse contexto firmou se a ― Lei das Terras‖, 
tendo em vista que uma das finalidades era a de legitimar a posse de terras 
devolutas. 
Como essa Lei de Terras não satisfez os anseios da época, igualmente nos 
dias de hoje, em que existe inúmeras e vastas áreas de terras com um 
pequeno número de pessoas, posteriormente as Constituições vinham 
regulando tal assunto, como o texto constitucional de 1891, que regulamentava 
áreas destinadas à defesa de fronteiras. 
Para Benedito Ferreira Marques a Constituição de 1946 que mais progrediu 
sobre o Direito agrário: 
A Constituição Federal de 1946, entretanto, pode ser considerada a que 
impregnou avanços mais significativos, tendentes à institucionalização do 
nascente ramo jurídico. Em primeiro lugar, porque manteve as normas de 
conteúdo agrarista inseridas na Constituição anterior. Em segundo lugar, 
porque ampliou o raio de abrangência de situações ligadas diretamente ao 
setor rural, podendo-se destacar a criação da desapropriação por interesse 
social que, mais tarde, viria a ser adaptada para fins de reforma agrária.Em 
função dessa Carta Política, nasceu o Instituto Nacional de Imigração e 
Colonização (INIC) através da Lei no 2.163, de 1954, seguramente o embrião 
do atual INCRA. A criação desse órgão federal foi de fundamental importância, 
na medida em que começaram a ser elaborados os planos de reforma agrária, 
sendo os dois primeiros o de Coutinho Cavalcanti, em 1954, e o de Nelson 
Duarte, em 1955.(MARQUES, 2015, p.57) 
O direito agrário está inicialmente disciplinado no Constituição da Republica 
Federativa do Brasil de 1988, no art. 22, inciso I, em que ―compete a União 
legislar sobre: I (...) direito agrário‖. 
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Direito agrário é o conjunto de normas jurídicas concernentes ao 
aproveitamento do imóvel rural. (SILVIA, 2014, p. 60). 
Buscamos no mercado nomes de bons livros de bons autores para que possa 
agregar conhecimento. Saiba mais. Leia sempre mais livros. O direito à 
educação é previsto na norma contida no art. 6º, da CF/88. 
 
 
 Leitura Complementar: 
 
Livro: Direito Agrário: Origens, Evolução E Biotecnologia 
Autor: Fernando Campos Scaff 
Editora: Atlas; 1ª edição (8 maio 2012) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Referências Bibliográficas: 
 
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_agr%C3%A1rio 
 
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e pontual. 
Disponível em: 
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-ambiental/direito-agrario-no-
brasil-uma-abordagem-historica-e-pontual/ 
 
Campus Cirtual. Cruzeiro do Sul.DIREITO AGRÁRIO TEORIA GERAL DO 
DIREITO AGRÁRIO 
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Disponível em: 
http://professor.pucgoias.edu.br/ 
 
Wikipédia, a enciclopédia livre.Reforma agrária. 
Disponível em: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Reforma_agr%C3%A1ria 
 
LEI Nº 8.629, DE 25 DE FEVEREIRO DE 1993. 
Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8629.htm#:~:text=LEI%20N%C2%BA
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Disp%C3%B5e%20sobre%20a%20regulamenta%C3%A7%C3%A3o%20dos,A
rt. 
 
Hamilton Magalhães.Advogados Associados. 
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Disponível em: 
http://www.direitoambiental.adv.br/ambiental.nsf/Ref/PAIA-
6S9TNQ#:~:text=O%20Direito%20Ambiental%20%C3%A9%20a,para%20prote
%C3%A7%C3%A3o%20do%20meio%20ambiente.&text=%C3%93rg%C3%A3
o%20consultivo%20e%20deliberativo%3A%20Conselho%20Nacional%20do%
20Meio%20Ambiente%20(CONAMA) 
 
Wikipédia, a enciclopédia livre.Direito ambiental. 
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Disponível em: 
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Disponível em: 
http://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/37840/implicacao-juridica-
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pessoa#:~:text=Um%20mecanismo%20jur%C3%ADdico%20democr%C3%A1ti
co%20orientado,social%20e%20econ%C3%B4mica%20da%20sociedade. 
 
Janyelle Vieira - estagiária de Jornalismo.05/09/201.Pesquisa aponta 
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Disponível em: 
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Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil - Brasília.Agência Brasil.Começa 
emissão do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural. 
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Receita Federal. Ministério da Economia. Legislação sobre o imóvel rural. 
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Ridalvo Machado de Arruda.Procurador Federal.Especialista em Direito 
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Senado Federal.Art. 191.Título VII.Da Ordem Econômica e Financeira.Capítulo 
III.Da Política Agrícola e Fundiária e da Reforma Agrária. 
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20a%20regulamentar,sua%20fun%C3%A7%C3%A3o%20social%20quando%2
C%20simultaneamente%3A&text=Este%20princ%C3%ADpio%20regulamentad
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Wikipédia, a enciclopédia livre.Minifúndio. 
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Júlio da Silveira Moreira.09/2010.O Direito Agrário e o princípio democrático. 
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democratico#:~:text=H%C3%A1%20que%20se%20observar%20mais,desenvol
vimento%20(Pol%C3%ADtica%20Agr%C3%ADcola)%22. 
 
Heloísa Natalino Valverde Castilho.06/2018.Princípios do Direito Agrário. 
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agrario#:~:text=O%20Direito%20Agr%C3%A1rio%20atualmente%20%C3%A9,
pr%C3%B3prio%2C%20gerando%20uma%20autonomia%20did%C3%A1tica. 
 
DireitoAgrario.com.O solo e a atividade agrária. 
Disponível em: 
https://direitoagrario.com/o-solo-e-atividade-
agraria/#:~:text=Conceitualmente%2C%20a%20atividade%20agr%C3%A1ria%
20%C3%A9,%C3%A0%20transforma%C3%A7%C3%A3o%20e%20%C3%A0
%20aliena%C3%A7%C3%A3o 
 
Texto para discussão / Institutode Pesquisa Econômica Aplicada.- Brasília : 
Rio de Janeiro : Ipea , 1990-ISSN 1415-4765 1.Brasil. 2.Aspectos Econômicos. 
3.Aspectos Sociais. I. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.CDD 330.908 
Disponível em: 
http://repositorio.ipea.gov.br/ 
 
Carolina Salles.Jusbrasil.As normas constitucionais de Direito Agrário no Brasil 
e os desafios da reforma agrária após a Constituição de 1988. 
Disponível em: 
https://carollinasalle.jusbrasil.com.br/artigos/136290719/as-normas-
constitucionais-de-direito-agrario-no-brasil-e-os-desafios-da-reforma-agraria-
apos-a-constituicao-de-1988 
 
Andre Rodrigueslima.O direito Agrário no Brasil e sua evolução histórica. 
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Disponível em: 
https://andre23rlima.jusbrasil.com.br/artigos/259998434/o-direito-agrario-no-
brasil-e-sua-evolucao-historica 
 
DireitoAgrario.com.O Direito Agrário nos trinta anos da Constituição de 1988. 
Disponível em: 
https://direitoagrario.com/o-direito-agrario-nos-trinta-anos-da-constituicao-de-
1988/ 
 
 
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