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2 BILINGUISMO De forma muito resumida, encontramos no dicionário Oxford (2000 p. 117), a seguinte definição para bilíngue: “ser capaz de falar duas línguas igualmente bem porque as utiliza desde muito jovem”. Porém quando se pensa mais afundo sobre esse tema, acaba gerando muitas contradições por não existir uma única definição para o mesmo. Afinal, ser bilíngue pode abranger muitos fatores, levando em conta a sociedade, cultura, política, a valorização das línguas, entre outros. Pensando assim, o que pode ser considerado um ser bilíngue? Com diferentes pontos de vista e afirmações, pode-se citar alguns dos principais autores que buscam definir esse tema. Começando pela visão de Saer (1922) que classificou o indivíduo bilíngue como dois indivíduos monolíngues em uma só pessoa, ou seja, seria bilíngue quem obtivesse conhecimento pleno em duas línguas, assim como o indivíduo monolíngue que obtém conhecimento pleno em apenas uma língua. Seguindo a mesma linha de pensamento, Bloomfield afirma que bilíngue é quem tem “o controle nativo de duas línguas” (BLOOMFIELD, 1935, apud HARMERS e BLANC, 2000:6), a definição que mais se aproxima do ponto de vista popular, onde bilíngue é quem é capaz de falar duas línguas perfeitamente, os chamados bilíngues perfeitos. Por outro lado, Macnamara propõe uma visão mais ampla sobre bilinguismo, onde afirma que “um indivíduo bilíngue é alguém que possui competência mínima em uma das quatro habilidades linguísticas (falar, ouvir, ler e escrever) em uma língua diferente de sua língua nativa” (MACNAMARA, 1967 apud HARMERS e BLANC, 2000:6.). Entre essas duas visões que se opõem, temos o ponto de Titone que define bilíngue como “a capacidade individual de falar uma segunda língua obedecendo às estruturas desta língua e não parafraseando a primeira língua” (TITONE, 1972 apud HARMERS e BLANC, 2000:7), ou seja, que o indivíduo bilíngue deve obter além do conhecimento da fala, saber expressar de maneira correta gramaticalmente. Aproximando-se do ponto de vista de Macnamara, onde o indivíduo bilíngue vai além da ideia de penas falar duas línguas, temos Barker e Prys (1998) e Li Wei (2000), que levam em consideração o indivíduo ser capaz de falar duas línguas, mas também amplia a ideia de bilinguismo quando se tem outros graus de proficiência e não apenas falando duas línguas, mas sim três, quatro ou mais línguas. Partindo de um ponto de vista mais prático, Grosjean (1994) defende que o sujeito bilíngue é aquele que utiliza a duas ou mais línguas em seu dia a dia, não levando em conta sua proficiência apenas em determinados aspectos e sim na prática das línguas. Considerando todas essas ideias, sabemos o quão complexo é definir o bilinguismo, que vai muito além de se falar duas línguas e que muitas considerações devem ser feitas. A partir dessa ideia, falaremos agora sobre a educação bilíngue. 2 BILINGUISMO De forma muito resumida, encontramos no dicionário Oxford (2000 p. 117) , a seguinte definição para bilíngue: “ser capaz de falar duas línguas igualmente bem porque as utiliza desde muito jovem”. Porém quando se pensa mais afundo sobre esse tema, acaba gerando muitas contradições por não existir uma única definição para o mesmo. Afinal, ser bilíngue pode abranger muitos fatores, levando em conta a sociedade, cultura, política, a valorização das lí nguas, entre outros. Pensando assim, o que pode ser considerado um ser bilíngue? Com diferentes pontos de vista e afirmações, pode - se citar alguns dos principais autores que buscam definir esse tema. Começando pela visão de Saer (1922) que classificou o indivíduo bilíngue como dois indivíduos mo no língues em uma só pessoa, ou seja, seria bilíngue quem obtivesse conhecimento pleno em duas línguas, assim como o indivíduo monolíngue que obtém conhecimento pleno em apenas uma língua. Seguindo a mesma linha de pensamento, Bloomfield afirma que bilíngue é quem tem “o controle nativo de duas línguas” (BLOOMFIELD, 1935, apud HARMERS e BLANC, 2000:6) , a definição que mais se aproxi m a do ponto de vista popular, onde bilíngue é quem é capaz de falar duas línguas perfeitamente, os chamados bilíngues perfeitos. Por outro lado, Macnamara propõe uma visão mais ampla sobre bilinguismo, onde afirma que “um indivíduo bilíngue é alguém que possui competência mínima em uma das quatro habilidades linguísticas ( falar, ouvir, ler e escrever) em uma língua diferente de sua língua nativa” (MACNAMARA, 1967 apud HARMERS e BLANC, 2000:6.) . Entre essas duas visões que se opõem, temos o ponto de Titone que define bilíngue como “a capacidade individual de falar uma segund a língua obedecendo às estruturas desta língua e não parafraseando a primeira língua” (TITONE, 1972 apud HARMERS e BLANC, 2000:7) , ou seja, que o indivíduo bilíngue deve obter além do conhecimento da fala, saber expressar de maneira correta gramaticalmente . Aproximando - se do ponto de vista de Macnamara, onde o indivíduo bilíngue vai além da ideia de penas falar duas línguas, temos Barker e Prys (1998) e Li Wei (2000) , que levam em consideração o indivíduo ser capaz de falar duas línguas , mas também amplia a ideia de bilinguismo quando se tem outros graus de proficiência e não apenas falando duas línguas, mas sim três, quatro ou mais línguas. Partindo de um ponto de vista mais prático, Grosjean (1994) defende que o sujeito bilíngue é aque le que 2 BILINGUISMO De forma muito resumida, encontramos no dicionário Oxford (2000 p. 117), a seguinte definição para bilíngue: “ser capaz de falar duas línguas igualmente bem porque as utiliza desde muito jovem”. Porém quando se pensa mais afundo sobre esse tema, acaba gerando muitas contradições por não existir uma única definição para o mesmo. Afinal, ser bilíngue pode abranger muitos fatores, levando em conta a sociedade, cultura, política, a valorização das línguas, entre outros. Pensando assim, o que pode ser considerado um ser bilíngue? Com diferentes pontos de vista e afirmações, pode-se citar alguns dos principais autores que buscam definir esse tema. Começando pela visão de Saer (1922) que classificou o indivíduo bilíngue como dois indivíduos monolíngues em uma só pessoa, ou seja, seria bilíngue quem obtivesse conhecimento pleno em duas línguas, assim como o indivíduo monolíngue que obtém conhecimento pleno em apenas uma língua. Seguindo a mesma linha de pensamento, Bloomfield afirma que bilíngue é quem tem “o controle nativo de duas línguas” (BLOOMFIELD, 1935, apud HARMERS e BLANC, 2000:6), a definição que mais se aproxima do ponto de vista popular, onde bilíngue é quem é capaz de falar duas línguas perfeitamente, os chamados bilíngues perfeitos. Por outro lado, Macnamara propõe uma visão mais ampla sobre bilinguismo, onde afirma que “um indivíduo bilíngue é alguém que possui competência mínima em uma das quatro habilidades linguísticas (falar, ouvir, ler e escrever) em uma língua diferente de sua língua nativa” (MACNAMARA, 1967 apud HARMERS e BLANC, 2000:6.). Entre essas duas visões que se opõem, temos o ponto de Titone que define bilíngue como “a capacidade individual de falar uma segunda língua obedecendo às estruturas desta língua e não parafraseando a primeira língua” (TITONE, 1972 apud HARMERS e BLANC, 2000:7), ou seja, que o indivíduo bilíngue deve obter além do conhecimento da fala, saber expressar de maneira correta gramaticalmente. Aproximando-se do ponto de vista de Macnamara, onde o indivíduo bilíngue vai além da ideia de penas falar duas línguas, temos Barker e Prys (1998) e Li Wei (2000),que levam em consideração o indivíduo ser capaz de falar duas línguas, mas também amplia a ideia de bilinguismo quando se tem outros graus de proficiência e não apenas falando duas línguas, mas sim três, quatro ou mais línguas. Partindo de um ponto de vista mais prático, Grosjean (1994) defende que o sujeito bilíngue é aquele que