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PROTOCOLOS E DIRETRIZES CLÍNICAS Prevenção e Manejo da Distócia de Ombro novembro/2020 Prevenção e Manejo da Distócia de Ombro 2 Prevenção e Manejo da Distócia de Ombro outubro/2020 Esta é a última versão deste protocolo e é válida até nova revisão SUMÁRIO Elaborador do Protocolo ......................................................................................................... 3 Escopo e objetivos .................................................................................................................. 4 Objetivos gerais ................................................................................................................... 4 Objetivos específicos .......................................................................................................... 4 Grupos de pacientes para as quais esse Protocolo se destina ......................................... 4 Profissionais/usuários do Protocolo .................................................................................... 4 Audiência primária: .......................................................................................................... 5 Audiência secundária: ..................................................................................................... 5 Metodologia de elaboração..................................................................................................... 5 Quem desenvolveu este Protocolo ..................................................................................... 5 Processo para elaboração deste Protocolo ........................................................................ 5 Estratégia de busca da literatura..................................................................................... 5 Definição .................................................................................................................................. 6 Recomendações ..................................................................................................................... 7 Predição e Prevenção ......................................................................................................... 7 Estratégias de redução de fatores de risco antes do parto ............................................ 7 Estratégias de redução de risco de distócia de ombro na admissão e durante o trabalho de parto e parto ................................................................................................. 8 Diagnóstico .......................................................................................................................... 9 Manejo ................................................................................................................................. 9 Mnemônico ALEERTA .................................................................................................... 9 Assistência após o desprendimento fetal ......................................................................... 23 Manejo do Cordão Umbilical ......................................................................................... 23 Assistência ao Recém-Nascido ..................................................................................... 23 Organização da Assistência e Registro de Eventos ........................................................ 25 BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................... 26 ANEXO I ................................................................................................................................ 28 Protocolos e Diretrizes Clínicas 3 Elaborador do Protocolo João Batista Marinho de Castro Lima Médico Obstetra/Ginecologista, Coordenador da Linha Perinatal e Diretor Clínico do Hospital Sofia Feldman. Prevenção e Manejo da Distócia de Ombro 4 Escopo e objetivos Objetivos gerais Este Protocolo tem como finalidades principais: Avaliar, sintetizar e sumarizar a informação científica disponível em relação a predição, prevenção e manejo da distócia de ombro, fornecendo subsídios e orientação a todos os envolvidos no cuidado. Objetivos específicos • Uniformizar e padronizar as práticas mais comuns utilizadas na predição, prevenção e manejo da distócia de ombro; • Diminuir a variabilidade de condutas entre os profissionais em relação à predição, prevenção e manejo da distócia de ombro; • Difundir práticas baseadas em evidências para a prevenção e manejo da distócia de ombro visando a redução da morbidade e mortalidade materna e perinatal associadas ao evento. Grupos de pacientes para as quais esse Protocolo se destina Esse Protocolo deverá servir de referência e orientação para a assistência a: • Mulheres grávidas com possíveis fatores de risco para distócia de ombro visando a sua prevenção; • Mulheres com indução planejada do parto ou em trabalho de parto, com possíveis fatores de risco para distócia de ombro, visando a sua prevenção; • Mulheres com distócia de ombro identificada no momento do parto; As seguintes situações não serão cobertas pelo Protocolo: • Diagnóstico e manejo do diabetes na gravidez; • Indicações, contra-indicações, métodos e técnicas de indução do parto (ver protocolo próprio). Os tópicos clínicos relacionados à assistência aparecem nas seções do Protocolo de acordo com a relevância definido pelo elaborador e os achados da busca na literatura. Profissionais/usuários do Protocolo Protocolos e Diretrizes Clínicas 5 Audiência primária: • Todos os profissionais envolvidos diretamente na assistência no Hospital Sofia Feldman, tais como médicos obstetras, pediatras, neonatologistas, anestesiologistas, enfermeiras obstétricas, obstetrizes, enfermeiras assistenciais, técnicos de enfermagem, etc; • Todos os profissionais em processo de treinamento no Hospital Sofia Feldman, envolvidos diretamente na assistência, tais como especializandos e residentes de enfermagem obstétrica e neonatal, graduandos de obstetrícia e médicos residentes de obstetrícia, neonatologia e anestesiologia. Audiência secundária: • Todos os profissionais envolvidos indiretamente na assistência no Hospital Sofia Feldman como fisioterapeutas, psicólogos, assistentes sociais, etc; • Estudantes de graduação na prática de estágio curricular ou extra-curricular no Hospital Sofia Feldman envolvidos no processo de assistência; • As mulheres, seus familiares ou representantes, usuários da assistência no Hospital Sofia Feldman; • Doulas, educadores perinatais, etc. em atividade no Hospital Sofia Feldman. Metodologia de elaboração Quem desenvolveu este Protocolo O autor do protocolo está descrito na seção específica. Processo para elaboração deste Protocolo Estratégia de busca da literatura Esse Protocolo foi elaborado principalmente a partir de diretrizes/protocolos já elaborados por outros grupos ou instituições e adaptadas ao contexto do HSF. Também foram utilizadas outras publicações secundárias cuja base de evidências tenha sido sistematicamente desenvolvida e com recomendações baseadas nessas evidências e estudos primários considerados relevantes pelo autor. Foi realizada uma busca por essas publicações, em inglês, espanhol, francês e português, publicadas a partir de 2015, para análise e potencial utilização. O termo utilizado para busca foi “distócia de ombro” com suas traduções para os respectivos idiomas alvos da pesquisa. A busca foi realizada nas seguintes bases de dados e sítios da internet: Prevenção e Manejo da Distócia de Ombro 6 Tripdatabase - http://www.tripdatabase.com GIN - http://www.g-i-n.net GPC Colômbia - http://gpc.minsalud.gov.co/Pages/Default.aspx NICE - http://www.nice.org.uk SIGN - http://www.sign.ac.uk HAS (França) - http://www.has-sante.fr Collège National des Gynécologues et ObstétriciensFrançais - http://www.cngof.fr/pratiques-cliniques/recommandations-pour-la-pratique- clinique?folder=RPC%2BCOLLEGE Bilbioteca de Guías de Práctica Clínica del Sistema Nacional de Salud (Espanha) - http://portal.guiasalud.es/web/guest/catalogo-gpc Projeto Diretrizes/Brasil - http://www.projetodiretrizes.org.br BIGG – Base Internacional de Guías GRADE - https://sites.bvsalud.org/bigg/biblio/ FEBRASGO – Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia - https://www.febrasgo.org.br/pt/ UpToDate - https://www.uptodate.com/home Google Scholar – https://scholar.google.com.br No banco de dados do GPC da Colômbia foi consultada apenas a lista de diretrizes clínicas organizada por especialidade, sem a utilização do termo de busca. No sítio do Colégio Nacional de Ginecologistas e Obstetras Franceses a busca foi realizada na lista das diretrizes publicadas sem utilização do termo de busca No sítio da Biblioteca de Guias de Prática Clínica da Espanha foi realizada a busca pela especialidade e a verificação da lista de diretrizes publicadas Definição A distócia de ombro é definida quando ocorre impactação do ombro anterior do feto atrás http://www.tripdatabase.com/ http://www.g-i-n.net/ http://gpc.minsalud.gov.co/Pages/Default.aspx http://www.nice.org.uk/ http://www.sign.ac.uk/ http://www.has-sante.fr/ http://www.cngof.fr/pratiques-cliniques/recommandations-pour-la-pratique-clinique?folder=RPC%2BCOLLEGE http://www.cngof.fr/pratiques-cliniques/recommandations-pour-la-pratique-clinique?folder=RPC%2BCOLLEGE http://portal.guiasalud.es/web/guest/catalogo-gpc http://www.projetodiretrizes.org.br/ https://sites.bvsalud.org/bigg/biblio/ https://www.febrasgo.org.br/pt/ https://www.uptodate.com/home https://scholar.google.com.br/ Protocolos e Diretrizes Clínicas 7 da sínfise púbica materna com incapacidade de liberação pelos métodos usuais e pode ocorrer entre 0,2 a 3% dos partos. Recomendações Predição e Prevenção Embora a distócia de ombro não possa ser prevista com acurácia, vários fatores de risco estão associados à sua ocorrência (Ver tabela 1), sendo que a macrossomia fetal é o fator mais importante. Outros fatores de risco associados (diabetes, obesidade materna, gestação pós-termo) por sua vez, estão relacionados ao peso ao nascimento. Várias estratégias podem ser utilizadas para a redução dos fatores de risco, podendo ser iniciadas até antes da gravidez, na orientação pré-concepcional. Tabela 1 – Fatores de risco para distócia de ombro ANTEPARTO INTRAPARTO Distócia de ombro em parto anterior Parto vaginal assistido Diabetes gestacional ou prévia Falha de progresso no primeiro período do trabalho de parto Macrossomia fetal Falha de progresso no segundo período do trabalho de parto Sexo Masculino Obesidade materna Gestação pós-termo Anatomia pélvica anormal Estratégias de redução de fatores de risco antes do parto • Atividade física regular (30 minutos/dia, 3 a 5 vezes por semana) no ano anterior à gravidez reduz o risco de diabetes gestacional e ganho de peso durante a gravidez, podendo reduzir a incidência de macrossomia fetal; • Atividade física regular (30 minutos/dia, 3 a 5 vezes por semana) durante a gravidez reduz o ganho de peso durante a gravidez e o risco de macrossomia fetal; • Atividade física combinada com medidas dietéticas reduz a incidência de macrossomia fetal, com redução modesta no ganho de peso materno em mulheres grávidas com sobrepeso (IMC ≥ 25); • Uma dieta padrão para diabetes (25-35 Kcal/kg/dia, incluindo 40-50% de carboidratos, dividida em 3 refeições e 2-3 merendas) pode prevenir macrossomia fetal; Prevenção e Manejo da Distócia de Ombro 8 • Durante a gravidez, as mulheres com IMC normal devem ter um ganho de peso entre 11,5-16 kg para reduzir o risco de macrossomia fetal; • Mulheres grávidas obsesas devem ser consicentizadas da importância do controle de peso durante a gravidez; • Manejo adequado do diabetes na gravidez (dieta, automonitoramento de glicemia, tratamento medicamentoso se indicado) deve ser realizado para reduzir os riscos de macrossomia e distócia de ombro; • Na população geral, um retorno ao peso pré-concepcional 6 meses após o parto é recomendado para reduzir o risco de macrossomia e diabetes gestacional em gestações subsequentes; • Mulheres com IMC preconcepcional ≥ 25 ou ganho excessivo de peso durante a gravidez ou perda de peso insuficiente 6 meses após o parto (ou seja, não retorno ao seu IMC pré-concecpcional) devem ser referenciadas para outro profissional para manejo adequado. Estratégias de redução de risco de distócia de ombro na admissão e durante o trabalho de parto e parto • Todos os profissionais devem estar atentos aos fatores de risco (Ver tabela 1) para distócia de ombro antes de iniciar uma indução, no início do trabalho de parto e durante o trabalho de parto; • Ter em mente que pelo menos 50% dos casos de distócia de ombro não têm nenhum fator de risco identificável e o valor preditivo destes, individualmente ou combinados, é baixo; • Todas as mulheres antes de uma indução ou início do trabalho de parto e durante o trabalho de parto, além da avaliação dos fatores de risco, devem ter uma avalição clínica rigorosa (medida de fundo uterino, palpação abdominal, manobras de Leopold) para identifcação de uma possível macrossomia fetal; • Diante da suspeita clínica de macrossomia fetal, um ultrassom deve ser realizado, caso não o tenha sido nos últimos 7 dias; • Se PFE (peso fetal estimado) ao ultrassom > 5.000 g em mulheres não diabéticas e > 4.500 g em mulheres diabéticas, uma cesariana deve ser considerada; • Em caso de antecedente de distócia de ombro associada a complicações neonatais ou maternas graves uma cesariana deve ser considerada; • A manobra de McRoberts profilática não é recomendada no período expulsivo do parto em mulheres com suspeita de macrossomia fetal; • Episiotomia de rotina não deve ser realizada no período expulsivo em mulheres com suspeita de macrossomia fetal; • Considerar cesariana, ao invés de parto vaginal operatório baixo ou de saída (alívio), diante de falha de progresso no segundo período do parto e PFE >4500 g; Protocolos e Diretrizes Clínicas 9 • Considerar cesareana ao invés de fórceps médio se PFE >4000 g; • Em outras situações o parto vaginal operatório pode ser considerado caso a caso, baseado em fatores tais como tamanho e posição fetal, passado obstétrico e experiência do operador. Diagnóstico • Ficar atento e já chamar ajuda se durante o desprendimento ocorrer o clássico “sinal de tartaruga”, quando a face e a cabeça fetal emergem e depois são retraídas contra o períneo; • Diagnosticar distócia de ombro quando não ocorre a liberação dos ombros cerca de 60 segundos após o desprendimento cefálico diante da realização de manobras usuais; Manejo • A distócia de ombro é uma emergência obstétrica de risco extremo; • O objetivo do manejo é efetivar o parto antes que aconteça asfixia fetal devido à compressão do cordão e ausência de respiração e consequente lesão neurocortical, injúria neurológica periférica (lesão de plexo braquial) e outros traumas fetais e maternos; • Diante do diagnóstico de distócia de ombro os seguintes passos devem ser seguidos de acordo com o mnemônico ALEERTA; • Todas as ações devem ser realizados em no máximo 7 minutos. o Considerar que se a criança já estiver com algum nível de hipóxia esse tempo deve ser menor; • Tração excessiva, além do habitual, na cabeça e pescoço, deve ser evitada pois pode estirar e provocar lesão no plexo braquial; • A manobra de Kristeller NUNCA DEVE SER REALIZADA, pois pode impactar ainda mais o ombro anterior na sínfise púbica; • Cada manobra deve durar no máximo 60 segundos e o profissional assistente deve ser alertado com 30 segundos. As etapas do mnemônico ALEERTA são projetadas para fazeruma de três coisas: o Aumentar o tamanho funcional da pelve óssea; o Diminuir o diâmetro biacromial; o Rodar o diâmetro biacromial para a posição oblíqua em relação à pelve materna. Mnemônico ALEERTA • A – Peça Ajuda (mãe, acompanhante, doula, circulante, médico obstetra, pediatra, anestesista, outro colega, etc.). Prevenção e Manejo da Distócia de Ombro 10 o Alguém da equipe de enfermagem deve preencher a lista de checagem/registro de eventos (anexo 1), monitorar o tempo de execução das manobras e alertar o profissional que as estiver executando; • L – Levantar as pernas da paciente com hiperflexão dos quadris sobre o abdome materno (Manobra de McRoberts). Essa manobra aumenta o diâmetro anteroposterior da pelve materna, favorece a correção da lordose lombo-sacral, tornando o promontório menos proeminente e facilitando a queda do ombro posterior para o vazio sacral (Ver figura 1); • E – Pressão Externa Suprapúbica (Manobra de Rubin I): deve ser realizada para desimpactar o ombro anterior da sínfise púbica realizando uma pressão lateralmente na sua face posterior no sentido póstero-anterior para diminuir o diâmetro ombro a ombro, desviando os ombros em direção ao diâmetro oblíquo da pelve (Ver figura 1); • E – Considerar a realização de uma Episiotomia se necessário para viabilizar a introdução da mão na vagina da paciente para execução das manobras de remoção do braço posterior e de toque. Na maioria das vezes não é necessária e não deve ser realizada de rotina; • R – Remoção do braço posterior: o Lubrificar bem a mão que será intorduzida na vagina e juntar os dedos como se fosse para introduzir em uma lata de “Pringles”. Ver figura 2. o Introduzir na vagina a mão correspondente ao ventre fetal (polegar do mesmo lado do nariz); o Pressionar a fossa antecubital do braço posterior do feto, o que fará descer o antebraço e mão; o Deslizar a mão pelo antebraço e segurar a mão fetal entre os dedos indicador e médio ou entre o polegar e indicador; o Conduzir a mão junto ao tórax da criança até para fora (Ver figura 3); o Caso não seja bem sucedida, realizar a manobra de Menticoglou – introduzir os dois dedos médios na axila do ombro posterior, formando um gancho e depois tracionar para baixo, ao longo da curva sacral. Assim que o ombro for desviado para baixo o suficiente, o braço posterior pode ser agarrado e removido. Puxar o ombro posterior para o espaço pélvico posterior possibilita a liberação do ombro anterior ou permite que uma manobra rotacional seja realizada sobre ele (ver figura 4). • T – Toque – manobras internas (Ver figura 5): o Introduzir os dedos indicador e médio da mão correspondente ao dorso fetal no introito vaginal às 5 horas se occipito-esquerda e às 7 horas se occipito-direita (polegar do lado contrário ao nariz). Ver figura 6; o Elevar a mão em direção ao ombro anterior impactado e realizar uma pressão no sentido póstero-anterior, desviando-o da sínfise púbica (Manobra de Rubin II). Ver figura 7. Caso não resolva: Protocolos e Diretrizes Clínicas 11 o Manter a pressão no ombro anterior e introduzir os dedos indicador e médio da outra mão sempre pelo introito vaginal (polegar do lado nariz) e pressionar o ombro posterior em direção antero-posterior, tentando rotacionar os ombros para o diâmetro oblíquo da pelve (Manobra de Wood). Ver figura 8. Caso não resolva: o Retirar os dedos que estavam pressionando o ombro posterior e deslizar os dedos que estavam pressionando o ombro anterior em direção ao ombro posterior e neste realizar uma pressão no sentido póstero-anterior (Manobra de Wood reversa). Ver Figura 9. Caso não resolva: • A – Alterar a posição da paciente: colocar a mulher em posição de quatro apoios (não confundir com a posição genopeitoral) e aguardar a próxima contração, exercendo leve pressão e tração no ombro posterior não impactado (Manobra de Gaskin). Ver figura 10. o Essa manobra pode ser usada como primeira opção após as manobras de McRoberts e Rubin I; o Se necessário, as manobras de remoção do braço posterior, toque e tração com funda podem ser realizadas nessa posição. Se tudo mais falhar, executar na ordem estabelecida: • Tração com Funda na Axila Posterior (TFAP) – Funda de Hofmeyr o Um cateter de nelaton de sucção ou urinário 12F OU 14F é enrolado em torno da ponta do dedo indicador para criar uma alça (Figura 11); o A alça é introduzida atrás da axila posterior (Figura 12); o Utilizando o dedo indicador da segunda mão, o operador agarra a alça do outro lado; (Figura 13); o A alça é tracionada criando uma funda em torno do ombro posterior (Figura 14); o Uma tração é aplicada na funda para extrair o ombro posterior (Figura 15); o Se o ombro posterior não for extraído com a tração na funda, pode ser removido utilizando a segunda mão, com a manobra de Jacquemier, facilitada pelo espaço que foi criado com a tração (Figura 16); o Se os procedimentos anteriores falharem, a funda pode ser tilizada para rodar os ombros. Realizar uma tração lateral em direção às costas do feto enquanto realiza uma pressão na face posterior do ombro anterior para auxiliar na rotação (Figura 17 e Vídeo); o Assim que o braço posterior for removido a distócia de ombros é resolvida. • Manobra de Zavanelli o Reversão dos movimentos cardinais do parto ou seja: rodar a cabeça fetal para occipito-púbica, flexionar, empurrar para dentro da vagina e desimpactar o ombro (ver vídeo). O uso de agentes tocolíticos facilita a manobra (terbutalina ou https://www.ajog.org/article/S0002-9378(15)00161-1/fulltext#supplementaryMaterial https://www.youtube.com/watch?v=QY3MDKOAkUM&feature=emb_logo Prevenção e Manejo da Distócia de Ombro 12 salbutamol 0,25 mg EV lento diluído para 10 ml). Posteriormente realizar uma cesariana para a retirada da criança; • Resgate abdominal o Desimpactação do ombro através de uma histerotomia permitindo a rotação dos ombros por via abdominal e liberação do braço posterior e extração fetal por via vaginal; • Cleidotomia o A clavícula anterior deve ser tracionada para fora, procedendo à sua fratura. Ter em mente que o procedimento pode ser difícil e levar a lesões vasculares e/ou pulmonares no feto. Protocolos e Diretrizes Clínicas 13 Figura 1: A – Manobra de McRoberts. Hiperflexão das coxas sobre o abdome (“joelhos no queixo”). B – Manobra de Rubin I. Pressão suprapúbica lateralmente na superfície posterior do ombro no sentido póstero-anterior para diminuir o diâmetro ombro a ombro, desviando os ombros em direção ao diâmetro oblíquo da pelve. C – Aumento do diâmetro anteroposterior da pelve e correção da lordose lombo-sacral com promontório menos proeminente na Manobra de McRoberts. Figura 2: Ao introduzir a mão na vagina para a remoção do braço posterior, esta deve estar bem lubrificada e os dedos bem juntos como se fosse introduzir em uma lata de “Pringles”. Prevenção e Manejo da Distócia de Ombro 14 Figura 3: Remoção do braço posterior (Manobra de Jacquemier). A –Introdução na vagina da mão correspondente ao ventre fetal (“polegar do lado do nariz”); B – Leve pressão com o polegar na fossa antecubital e flexão do braço; C – Mão fetal agarrada com os dedos indicador e médio. D – Mão conduzida para fora junto ao tórax fetal; E – Liberação do braço posterior e do ombro impactado. Protocolos e Diretrizes Clínicas 15 Figura 4: Remoção do braço posterior (Manobra de Menticoglou). Um assistente realiza flexão gentil da cabeça fetal em direção ao ombro anterior e outro introduz o dedo médio direito na axila posterior do feto a partir do lado esquerdo materno e o dedo médio esquerdo a partir do lado direito. Os dois dedos médios, formando um gancho na axila, são utilizados para puxar o ombro posterior para baixo ao longo da curvatura sacral. Assim que o ombro tenha sido mobilizado para baixoo suficiente, o braço posterior pode ser agarrado e removido. Prevenção e Manejo da Distócia de Ombro 16 Manobras de Toque para Distócia de Ombro (utilizando variedade OE como exemplo) (Lembrar: Rubin I = pressão suprapúbica) Rubin II Rubin II + Wood Wood Reversa Se OE, insira os dedos indicador e médio da mão direita através do introito às ‘5 horas’ Deslizes os dedos para cima e aplique pressão com as suas pontas na face posterior do ombro anterior Se os ombros se moverem em direção ao diâmetro oblíquo, realizar o parto ++ * • Se nenhuma rotação ocorrer, continue com Rubin II junto com a manobra de Wood • Use os dedos da mão oposta para aplicar pressão na face anterior do ombro posterior • Isto pode ajudar a rotação na mesma direção que Rubin II • Se os ombros agora se moverem em direção ao diâmetro oblíquo, tente o parto • Se for malsucedido tente rodar 180 graus para liberar ** • Se a rotação naquela direção não ocorrer, mudar para a manobra de Wood Reversa • Deslize os dedos para baixo até a face posterior do ombro posterior • Aplique uma pressão para rodar na direção oposta • Tente o parto se os ombros se moverem em direção ao diâmetro oblíquo • Se for malsucedido continue a rodar 180 graus para liberar *** Se OD, inserir dedos da mão ESQUERDA às ‘7 horas’ Retirar a mão do lado da face fetal TODAS AS TENTATIVAS DE ROTAÇÃO DEVEM SER COMPLETADAS DENTRO DE 1-2 MINUTOS E SE MALSUCEDIDAS MOVER PARA OUTRAS MANOBRAS Figura 5: Sequência de manobras de toque para rotação Protocolos e Diretrizes Clínicas 17 Figura 6: Manobras internas de Toque. Ao introduzir a mão para realizar as manobras, a melhor forma é pela via posterior, aproveitando o espaço sacral, permitindo a realização das manobras com os dedos (A) ou mesmo com toda a mão (B). A B Prevenção e Manejo da Distócia de Ombro 18 Figura 8: Manobra de Rubin II + Wood. A – A mão oposta do assistente é introduzida na vagina para exercer pressão no ombro posterior em sentido anteroposterior enquanto a mão direita permanece no ombro anterior exercendo pressão em sentido póstero-anterior em direção ao eixo oblíquo da pelve. B – Demonstração em manequim Figura 7: Manobra de Rubin II em OE. A - Mão direita do assistente é introduzida às ‘5 horas’ e os dedos são elevados em direção ao ombro impactado exercendo pressão no sentido póstero-anterior em direção ao eixo oblíquo da pelve. B, C e D – Demonstração em manequim A B C D A B Protocolos e Diretrizes Clínicas 19 Figura 9: A – Manobra de Wood reversa. A mão oposta que estava exercendo pressão na face anterior do ombro posterior é retirada e a mão que estava exercendo pressão no ombro anterior é deslizada para baixo e exerce pressão na face posterior do ombro posterior em sentido póstero- anterior. B, C, D e E – Demonstração em manequim Figura 10: Manobra de Gaskin. A mulher deve ser virada para a posição de 4 apoios, não genopeitoral. Nessa posição tentar a extração fetal com manobras usuais e caso malsucedidas, realizar as manobras de remoção do ombro posterior e de toque nessa posição, se ainda não foram realizadas. B C D E A Prevenção e Manejo da Distócia de Ombro 20 Figura 11: Tração da Axila Posterior. Um cateter de nelaton urinário ou nasogástrico 12F ou 14F é enrolado em torno do dedo indicador, criando uma alça. Figura 12: Tração da Axila Posterior. A alça é introduzida na axila posterior utilizando o dedo indicador de uma mão. Figura 13: Tração da Axila Posterior. Com o dedo indicador da outra mão a alça é tracionada através da axila posterior. Protocolos e Diretrizes Clínicas 21 Figura 14: Tração da Axila Posterior. Uma funda é criada em torno do ombro posterior. Figura 15: Tração da Axila Posterior. Uma tração é aplicada na funda para extrair o braço posterior. Figura 16: Tração da Axila Posterior. Caso o ombro não saia com a tração, pode ser removido utilizando a outra mão pela técnica de Jacquemier. Prevenção e Manejo da Distócia de Ombro 22 Figura 17: Tração da Axila Posterior. Se o ombro posterior não se desprender com a tração na funda, ela pode ser utilizada para realizar rotação dos ombros. A funda é utilizada para rodar o ombro posterior na direção mostrada na seta inferior. O operador utiliza a segunda mão para aplicar pressão sobre o ombro anterior na direção mostrada na seta superior. Protocolos e Diretrizes Clínicas 23 Assistência após o desprendimento fetal Manejo do Cordão Umbilical A distócia de ombro aumenta o risco de hipovolemia fetal, com ou sem circular de cordão. A compressão do cordão ocasiona perda de volume em direção à placenta podendo piorar ainda mais as condições de nascimento da criança. • Se houver circular de cordão, esse NÃO DEVE ser seccionado, devendo ser mantido intacto até o desprendimento total da criança; • Se o cordão estiver frouxo, deslizá-lo sobre a cabeça fetal; • A liberação da criança deverá ser realizada através da alça do cordão; • Se o cordão estiver apertado utilizar a “manobra da cambalhota” – libere a criança lentamente mantendo a cabeça próxima à vulva. Evitar tracionar o cordão. Após o desprendimeto total do corpo, o cordão pode ser desembaraçado (Ver figura 18 e vídeo). • Antes do clampeamento do cordão, realizar ordenha em direção ao umbigo 2 a 4 vezes. Isto está associado a um aumento de até 30% na volemia do neonato; • Após o clampeamento do cordão coletar sangue para gasometria independente das condições de nascimento da criança. Assistência ao Recém-Nascido • Assim que a distócia de ombro for reconhecida/diagnosticada, um médico com habilidades avançadas em ressuscitação neonatal deve ser chamado imediatamente e deve estar presente no momento do desprendimento fetal; • O médico responsável pela assistência neonatal deve ser avisado de quais manobras foram realizadas, qual o ombro que foi impactado, direito ou esquerdo e se algum tocotraumatismo for suspeito; • A criança deve ser avaliada para a necessidade de manobras de reanimação, que devem ser iniciadas imediatamente de acordo com o protocolo próprio; • Durante o processo de reanimação ou logo após, a criança deve ser avaliada para a presença de quaisquer outras morbidades, especialmente tocotraumatismo e lesão neurológica; • As observações subsequentes ou necessidade de admissão na Unidade Neonatal deverão ser realizadas de acordo com as condições de nascimento e resposta às manobras de ressuscitação. https://www.youtube.com/watch?v=WaJ6sZ4nfnQ Prevenção e Manejo da Distócia de Ombro 24 Fonte: UpToDate Figura 18: Manobra da Cambalhota para circular apertada de cordão. A – Libere a criança lentamente flexionado a cabeça em direção à coxa e mantendo-a próxima à vulva; B – A criança é girada lentamente, sempre próxima à vulva, sem tracionar o cordão, fazendo a cambalhota; C – Após o desprendimento total do corpo, o cordão pode ser desembaraçado. Protocolos e Diretrizes Clínicas 25 Organização da Assistência e Registro de Eventos Para que o manejo da distócia de ombro seja bem-sucedido é fundamental um bom trabalho em equipe. Essa equipe deve agir de forma organizada e rápida, baseado nos seguintes princípios e recomendações: • Todos os profissionais que assistem partos devem estar treinados na execução de todas as manobras do mnemônico ALEERTA; • Os auxiliares de sala de parto devem ter conhecimento de todos os passos do mnemônico e treinados no preenchimento da lista de checagem/formulário de manejo (Anexo 1); • As manobras adicionais, além daquelas do mnemônico, como Tração com Funda na Axila Posterior, Zavanelli, Resgate Abdominal e Cleidotomia só devem ser executadas por médico obstetracom treinamento para tal; • O primeiro profissional que identificar a distócia de ombros deve acionar o mnemônico através de um alerta à equipe gritando em voz alta: “DISTÓCIA DE OMBRO – ALEERTA” • Imediatamente outro profissional que estiver presente (ex. circulante) deve marcar a hora, providenciar ajuda extra e iniciar preenchimento da lista de checagem/formulário de manejo; • O profissional que identificou a distócia deve iniciar imediatamente a sequência de manobras até a chegada de profissional mais habilitado que assumirá o manejo; • Para o manejo adequado da distócia de ombro serão necessários 4 profissionais, no mínimo 3, com as seguintes tarefas sugeridas: 1. O primeiro profissional que identifica a distócia, inicia a sequência de manobras e passa a liderar as ações. Poderá ser substituido por outro com mais habilidades em tempo oportuno; 2. Um segundo profissional (ex. técnica de enfermagem, enfermeira assistencial ou enfermeira obstétrica) deverá registrar os eventos, preencher a lista de checagem/formulário de manejo (Anexo 1), documentar todas as manobras e fazer a contagem do tempo em voz alta, alertando a cada 30 segundos; 3. Um terceiro profissional que auxiliará o primeiro nas manobras e tomada de decisões; 4. Um quarto profissional (ex. técnica de enfermagem) que deverá ficar responsável pela comunicação com outros profissionais e setores do hospital (ex. neonatologia, anestesiologia, outros da equipe de obstetrícia, etc.). Prevenção e Manejo da Distócia de Ombro 26 BIBLIOGRAFIA AMERICAN COLLEGE OF OBSTETRICIANS AND GYNECOLOGISTS. Macrosomia. Obstetrics & Gynecology, [S.L.], v. 135, n. 1, p. e18-e35, jan. 2020. 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