Prévia do material em texto
Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 193 UNIDADE 5 – ADMINISTRAÇÃO DE CUSTOS 5.1 INTRODUÇÃO - Para o bom funcionamento de uma UAN, não se deve exceder os recursos financeiros previamente estabelecidos. - Tanto o gerenciamento dos custos como a alocação dos recursos financeiros em uma UAN são influenciados pelos objetivos e pela origem destes recursos. Em empresas de capital privado, o objetivo final é o lucro; portanto, as estratégias são voltadas à redução dos custos. Já na administração pública, sem fins lucrativos, muitas vezes contando com a limitação de recursos ou orçamentos previamente definidos, além da necessidade de transparência nos processos, a estratégia é realizada para otimização dos recursos. - Um correto sistema de análise e de informação de custo é uma das mais importantes tarefas dentro das empresas (inclusive da UAN), pois possibilita melhor desempenho, menores custos e aumento da produtividade. - A necessidade do controle dos custos de produção nasce da exigência de comparar os custos obtidos com o custo orçado. - O constante encarecimento dos gêneros alimentícios, aliado ao exorbitante custo de manutenção geral do serviço de alimentação, constitui uma excelente oportunidade para uma avaliação do que vem sendo feito, a fim de se obter, enquanto possível, um aumento da produtividade e a correspondente redução de custos, sem prejuízo no desempenho. Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 194 5.2 CONCEITOS ▪ Gastos → correspondem aos compromissos financeiros assumidos por uma empresa no tocante à aquisição de: - Recursos que serão consumidos no ambiente de produção para a elaboração do produto; - Recursos para a realização de serviços; - Recursos a ser consumidos no ambiente de administração; - Recursos a ser consumidos no ambiente comercial. ▪ Custos → correspondem à parcela dos gastos consumida no ambiente de produção para a elaboração do produto, pela aquisição de matéria-prima e para a realização de serviços. ▪ Despesas → correspondem à parcela de gastos consumida para administrar a empresa e para gerar a receita. São representados pelas despesas administrativas e pelas despesas de vendas. Ex.: aluguel, salários e encargos, pró-labore, telefone, propaganda, impostos, etc. ▪ Investimentos → correspondem à parcela dos gastos registrada em contas do ativo da empresa. Podem se referir à aquisição de matéria-prima e materiais diversos (registrados em contas representativas de estoque) e à aquisição de equipamentos e utensílios (registrados em contas do ativo imobilizado). Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 195 ▪ Orçamento → quantifica e expressa um futuro planejado. É um instrumento à disposição para ajudar a realizar o que foi previsto. ▪ Preço → é um valor monetário estabelecido para que se possa vender determinado bem ou serviço. O preço fixado para venda deve considerar os custos variáveis, provenientes do produto ou serviço, custos fixos e operacionais da empresa e lucratividade. ▪ ≠ entre custo e despesa: - É importante frisar que, contabilmente, despesa não é sinônimo de custo, uma vez que este último é relacionado com o processo produtivo de bens ou serviços, enquanto que despesa diz respeito (de uma forma genérica) aos gastos com a manutenção das atividades da entidade. - Custo conduz a um retorno financeiro e pertence à atividade-fim da entidade. - Despesa é um gasto com a atividade-meio e não gera retorno financeiro, apenas propicia um certo "conforto" ou funcionalidade ao ambiente empresarial. Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 196 5.3 ORÇAMENTOS - É a parte de um plano financeiro estratégico que compreende a previsão de receitas e despesas futuras para a administração de determinado exercício (período de tempo) → deve detalhar quais serão as receitas e despesas da empresa dentro de períodos futuros. - A elaboração de um orçamento deve sempre ser feita com base nas previsões, nunca limitar a sua elaboração somente ao histórico, aos resultados e pressupostos passados. - Deriva do processo de planejamento da gestão. A administração de qualquer entidade pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, deve estabelecer objetivos e metas para um período determinado, materializados em um plano financeiro, isto é, que contém valores em moeda, para o devido acompanhamento e avaliação da gestão. Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 197 - Dessa forma, um orçamento é um instrumento de gestão. É um instrumento de implementação da estratégia da empresa. É um instrumento de motivação, de comunicação e de avaliação. ▪ Objetivo: - Identificar os componentes do planejamento financeiro com a utilização de um sistema orçamentário, entendido como um plano que abrange todo o conjunto das operações anuais de uma empresa através da formalização do desempenho dessas funções administrativas gerais. 5.3.1 Deflação - Processo inverso à inflação. - Uma diminuição do índice de preços → uma queda de preços. - Aumenta o valor real do dinheiro → compra-se uma maiorquantidade de bens com a mesma quantidade de moeda. ▪ O que pode acarreta a deflação: - Aumento da produtividade → quando um fabricante consegue melhorar a eficiência de produção, o preço deste começa a cair a medida que a concorrência passa a fazer o mesmo. Exemplo disto são TVs e computadores cujos preços estão sempre em queda devido a evolução da tecnologia e aumento da produtividade de fabricação. - Redução de dinheiro em circulação → os produtos são colocados a venda por um preço reduzido (mais baratos) para que as vendas sejam mantidas. Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 198 5.3.2 Inflação - Processo inverso à deflação. - Um aumento do índice de preços → um aumento de preços. - Diminui o valor real do dinheiro → compra-se uma menor quantidade de bens com a mesma quantidade de moeda. ▪ Medição: - É feita através de uma cesta de consumo média da população. Geralmente é realizada uma Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) para determinar a cesta de consumo média dessas famílias. Ou seja, é realizada uma média ponderada das cestas de produtos consumidas por estas famílias. - O mais importante índice no Brasil é o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) do IBGE que é utilizado para determinar as metas de inflação. O IPCA apura a variação de preços nos bens consumidos por famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos, em nove regiões metropolitanas (Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo), no Distrito Federal e no município de Goiânia. ▪ Efeitos - distorções: - Distribuição de renda → já que assalariados não tem a mesma capacidade de repassar os aumentos de seus custos, como fazem empresários e governos, ficam com orçamentos cada vez mais reduzidos até a chegada do reajuste. Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 199 - Balança de pagamentos → inflação interna maior que a externa causa encarecimento do produto nacional com relação ao importado o que provoca aumento nas importações e redução nas exportações. - Formação de expectativas → diante da imprevisibilidade da economia, o empresariado reduz seus investimentos. - Mercado de capitais → causa migração de aplicações monetárias para aplicações em bens de raiz (terra, imóveis). 5.4 CUSTOS 5.4.1 Classificação de custos 1) Contábeis - Diretos ou Controláveis → são todos os custos que se consegue identificar e relacionar diretamente aos itens produzidos e serviços prestados, de modo mais econômico e lógico. Ex.: gêneros alimentícios, produtos de limpeza, descartáveis e mão de obra. - Indiretos → são todos os outros custos que não podem ser apropriados diretamente ao produto e são imputados por estimativas ou rateios. Não agregam valor diretamente ao produto, dependem do emprego de recursos, de taxas de rateio, de parâmetros para débitos. Ex.: aluguel, telefone, energia, água, EPIs, etc. 2) Econômicos - Fixos → são os que permanecem constantes dentro de determinada capacidade instalada, ou seja, são aqueles que não variam em função da Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 200 produção do bem ou do serviço (a empresa pode produzir ou não, produz em maior ou menor quantidade). Ex.: aluguel, seguros, impostos, salários de mão de obra para funcionamento do serviço, etc. - Variáveis → são os que mantêm relação direta com o volume de produção ou serviço, ou seja, alteram-se dependendo da quantidade de produtos ou serviços produzidos pela empresa. Ex.: gêneros alimentícios, combustível, água, energia, etc. 3) De origem - Rateados → serão sempre indiretos, pois o rateio é realizado mediante o emprego de critérios e taxas que resultam na divisão proporcional de um monte global comum. - Comuns → quando uma fase de produção é comum, a um ou a mais produtos, inclusive os custos pertinentes a esta fase. - Padrão → são gerados pela própria produção de bens ou serviços, são predeterminados e calculados com base nos parâmetros operacionais. 4) De natureza - Produção → referente à transformação da matéria-prima em produto final. - Comercial → compreende os gastos para a colocação do produto no mercado (venda e distribuição). - Administrativo → inerente à administração da unidade. Custo Total = Custos Fixos + Custos Variáveis Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 201 5.4.2 Cálculo de custos ▪ Objetivos de apurar custos: - Contribui para calcular o preço de venda; - Atingir os objetivos relacionados à determinação do lucro; - Controlar as operações e atividades; - Determinar os custos dos insumos aplicados na produção; - Auxiliar na elaboração de políticas de redução dos custos dos insumos aplicados na produção; - Auxiliar na tomada de decisões; - Auxiliar na elaboração de políticas de redução de desperdício de material, tempo ocioso, entre outros; - Auxiliar na elaboração de orçamentos. ▪ Os três componentes básicos do custo são: - O valor das matérias-primas adquiridas de outras empresas; - O valor dos serviços (trabalho) prestado por pessoas físicas → mão de obra; - O valor dos serviços prestados por outras empresas: empresas de transportes, empresas fornecedoras de luz, de água, de gás, de seguros, banco, entre outros → gastos gerais. ▪ Controle de custos - itens a serem observados: - Garantir uma melhor localização física da UAN → fácil acesso; - Organização do espaço físico e determinação de fluxos de produção com o objetivo de racionalizar a produção; Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades dealimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 202 - Estabelecimento de sistema de recrutamento, seleção, treinamento e motivação pessoal, resultando em menor rotatividade na mão de obra e melhoria na qualidade dos serviços; - Estabelecimento adequado da mão de obra (quantidade, cargos e qualificação); - Implantar um sistema ou programa de treinamento em serviço que capacite e estimule o pessoal para um elevado desempenho; - Implantar um sistema de motivação que envolva o pessoal no alcance dos objetivos da organização; - Planejamento de cardápios, de compras e controle de estoque, visando a qualidade do produto e evitando desperdício de gêneros, mão de obra e energia; - Planejamento de produção (estabelecimento de per capita e controle do número de refeições) e acompanhamento da aceitação do cardápio a fim de evitar sobras e restos; - Controle do recebimento, manipulação e distribuição dos gêneros para garantir a qualidade e evitar o desperdício; - Estabelecimento de critérios técnicos na escolha, dimensionamento, compra e manutenção de equipamentos, visando o aumento da produtividade e diminuição de mão de obra; - Implantar um adequado sistema de manutenção, que garanta maior sobrevida aos equipamentos e evite a sua paralisação por períodos prolongados; Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 203 - Acompanhamento diário de custos a fim de se garantir seu controle e racionalização. 5.4.3 Estimativa de custo para cardápios-padrões ▪ Fatores intervenientes – o custo da refeição pode ser alterado por vários fatores: - Política de compras → licitação = ↑ dos preços das mercadorias ofertadas no contrato – face à política inflacionária vigente no país, já que considera a demora na liberação das verbas para o pagamento; quantidade a ser comprada; sistema de pagamento (à vista ou a prazo). - Método de recepção e armazenamento de mercadorias → controle da quantidade e qualidade na recepção dos gêneros; gêneros mal estocados elevam as despesas, alteram as previsões e requerem compras emergências, quase sempre por preços mais elevados. - Controle das operações durante a preparação → controle das perdas decorrentes da inabilidade dos operadores (no manuseio dos alimentos e equipamentos); temperatura; tempo de cocção. - Mão de obra → a diversificação dos cardápios, a escolha do sistema de atendimento e o tipo de serviço a ser prestado à clientela vão influir diretamente no dimensionamento do pessoal e nas despesas com mão de obra. A falta de treinamento do pessoal, bem como a inadequação dos equipamentos e da planta física refletirão também nestas despesas. Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 204 ▪ Componentes do custo da refeição: - Matéria-prima → representada pelo valor gasto com gêneros e ingredientes, é estimada através dos per capita brutos, relacionados com o preço unitário de cada produto; - Mão de obra → além do salário e dos benefícios, tem que considerar os encargos sociais (que compreendem 36,3% sobre o valor do salário do funcionário) e as provisões (que compreendem 26,5% sobre o valor do salário do funcionário): o Encargos sociais → INSS, FGTS, Sesc, Senac, Sebrae, Incra e outros. o Provisões → Férias, 13⁰ salário e encargos decorrentes. - Energia elétrica → são estimadas correlacionando-se o consumo médio total diário de energia e número de refeições oferecidas; - Gás → são estimadas correlacionando-se o consumo médio total diário de gás e número de refeições oferecidas; - Água → são estimadas através de uma quantidade padrão de água gasta por refeição. - Material de limpeza, de expediente e descartáveis → uma vez estipulada a quantidade média padrão destes materiais utilizados por dia, pode-se estimar o preço e relacionar com o número de refeições planejadas, a fim de estabelecer a parcela do custo por refeição. Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 205 - Depreciação dos equipamentos → é uma despesa que não é desembolsada, apenas contabilizada. Representa a perda de valor de um ativo pelo desgaste. Uma vez calculados todos os componentes do custo, tem-se o custo médio da refeição. 5.4.4 Avaliação do custo percentual dos componentes de um cardápio - As porcentagens são determinadas após análise dos gastos anteriores da unidade e acompanhamento dos custos diário e mensal. - É importante manter uma porcentagem para cada um dos componentes do cardápio, pois permitem um acompanhamento do custo diário. ▪ O custo, em média, se distribui nos seguintes intervalos: - Salada → 5% a 6% - Prato proteico → 39% a 58% - Guarnição → 6% a 11% - Prato-base (arroz, feijão) → 5% a 17% - Complemento (pão, farinha de mandioca, vinagrete) → 8% a 12% - Sobremesa → 8% a 12% - Bebidas → 5% a 7% - Material descartável → 2,5% a 4% - Produtos de limpeza → 2,5% a 4% Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 206 Essas porcentagens podem sofrer alteração de uma categoria de cliente para outra devido à matéria-prima, número de refeições para ratear o custo e tipo de serviço. 5.4.5 Métodos de avaliação do estoque – custo: UEPS (último a entrar, primeiro a sair) → as quantidades requisitadas são valorizadas pelo custo da aquisição mais recente, desde que haja saldo dessa aquisição no estoque. Quando o saldofor esgotado, deve-se passar à anterior, e assim sucessivamente. Após ocorrência de nova compra, esta passará a ser a última entrada. A requisição seguinte será valorizada pelo custo da última compra, até que seu saldo se esgote. Então, se utilizará a entrada anterior que ainda tiver saldo. Não é aceito pelo Fisco do Brasil. PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair) → as quantidades requisitadas são valorizadas pelo custo da aquisição mais antiga, desde que haja saldo dessa aquisição no estoque. Quando o saldo for esgotado, deve-se passar à seguinte, e assim sucessivamente. Custo médio ponderado móvel → toda vez que houver uma entrada resultante de nova compra, o custo médio do estoque deve ser alterado, ponderando-se o saldo anterior com a compra efetuada. Por esse método, as quantidades requisitadas são valorizadas pelo custo médio do saldo existente no momento da requisição. Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 207 ➢ Exemplo: • As entradas no estoque, conforme notas fiscais (NF) das compras realizadas, são: Dia 10: 10 unidades ao custo de R$150,00 cada, pela NF n⁰ 11.593. Dia 15: 12 unidades ao custo de R$160,00 cada, pela NF n⁰ 20.549. Dia 25: 8 unidades ao custo de R$170,00 cada, pela NF n⁰ 25.055. • As saídas, conforme requisições de materiais (RM), são: Dia 12: 7 unidades para uso no produto X, pela RM n⁰ 159. Dia 17: 13 unidades para uso no produto Y, pela RM n⁰ 205. Dia 28: 9 unidades para uso no produto Z, pela RM n⁰ 250. o UEPS: Dia 12: 7 unidades x R$150,00/unidade = R$1.050,00 Dia 17: 12 unidades x R$160,00/unidade = R$1.920,00 1 unidade x R$150,00/unidade = R$150,00 Total = R$2.070,00 Dia 28: 8 unidades x R$170,00/unidade = R$1.360,00 1 unidade x R$150,00/unidade = R$150,00 Total = R$1.510,00 o PEPS: Dia 12: 7 unidades x R$150,00/unidade = R$1.050,00 Dia 17: 3 unidades x R$150,00/unidade = R$450,00 10 unidades x R$160,00/unidade = R$1.600,00 Total = R$2.050,00 Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 208 Dia 28: 2 unidades x R$160,00/unidade = R$320,00 7 unidades x R$170,00/unidade = R$1.190,00 Total = R$1.510,00 o Custo médio ponderado móvel: Dia 12: 7 unidades x R$150,00 = R$1.050,00 Dia 17: 13 unidades x R$158,00 = R$2.054,00 Dia 28: 9 unidades x R$167,60 = R$1.508,40 5.5 IMPOSTOS - Os impostos da unidade como um todo, que não são considerados custos de produção, variam conforme o contrato estabelecido. - As UANs comerciais, com contratos de prestação de serviço, recolhem o ISS (Imposto sobre Serviços), tributo de competência municipal, que substitui o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 209 - As UANs com faturamento pela venda da refeição recolhem o ICMS (tributo de competência estadual, incluso no valor de compra e venda de qualquer mercadoria). - Além destes, em qualquer tipo de contrato é recolhido o PIS (Programa de Integração Social) e a COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), ambos tributos federais que incidem sobre o faturamento. - Calcula-se cada porcentagem dos impostos sobre o faturamento bruto e faz-se a dedução, e obtém-se, então, o faturamento líquido. - Apesar de outros inúmeros impostos existentes, estes relatados são imprescindíveis para o gerenciamento. 5.6 MATERIAL DIRETO E INDIRETO - Materiais diretos → correspondem às matérias-primas e outros itens essenciais para a produção e para a apresentação final do produto. - Materiais indiretos → correspondem aos materiais auxiliares empregados no processo de produção e que não integram fisicamente os produtos. 5.7 MÃO DE OBRA DIRETA E INDIRETA - Mão de obra direta → é o trabalho aplicado diretamente na elaboração do produto ou na prestação de serviços, ou seja, diz respeito aos colaboradores que atuam diretamente na transformação da matéria-prima em produto. No entanto, o custo que esses colaboradores representam não Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 210 pode ser tratado como custo direto sem que antes se analise seu trabalho e exerça um controle sobre as horas trabalhadas. Para calcular o custo da mão de obra direta, além do salário e dos benefícios, tem que considerar os encargos sociais (que compreendem 36,3% sobre o valor do salário do funcionário) e as provisões (que compreendem 26,5% sobre o valor do salário do funcionário). o Encargos sociais → INSS, FGTS, Sesc, Senac, Sebrae, Incra e outros. o Provisões → Férias, 13⁰ salário e encargos decorrentes. ➢ Exemplo: Cálculo simplificado dos encargos: uma alternativa simplificada para a tabela de encargos consiste em determinar o montante de encargos pagos por uma empresa para manter um funcionário. Será utilizado como exemplo a situação hipotética de um funcionário horista. Considere um funcionário contratado com salário de R$5,00 por hora para cumprir uma jornada de trabalho de 44 horas semanais. Durante um ano, ele terá custado R$20.232,94 à empresa, se registrar presença por 2.023 horas, o que resultará em um custo de R$10,00 por hora. Neste cálculo não foram considerados alguns encargos como aviso prévio, auxílio-doença, faltas abonadas, entre outros encargos. Além dos salários e dos encargos, as empresas em geral têm outros gastos com os funcionários, como alimentação, transporte, seguro, assistência médica, entre outros, que representam gastos fixos mensais e Administração de Unidades de Alimentação e NutriçãoABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 211 não proporcionais aos salários. Esses gastos costumam ser agrupados aos custos indiretos para rateio à produção. Para chegar a esses resultados, será considerado: 1) Dias em que o funcionário compareceu ao trabalho durante o ano: Dias do ano = 365 dias (-) Domingos = 48 dias (-) Feriados = 11 dias (-) Férias = 30 dias úteis (=) 276 dias produtivos 2) Jornada de trabalho: 44 horas semanais / 6 dias = 7,33h/dia 3) Salários: 276 dias x 7,33h/dia x R$5,00 por hora = R$10.115,40 4) Férias: 220 horas x R$5,00 = R$1.100,00 5) Abono de férias: 1/3 de R$1.100,00 = R$366,67 6) 13⁰ salário: 220 horas x R$5,00 = R$1.100,00 Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 212 7) Domingos e feriados: (48 dias + 11 dias) x 7,33h/dia x R$5,00 = R$2.162,35 8) Total de remuneração anual: = R$10.115,40 + R$1.100,00 + R$366,67 + R$1.100,00 + R$2.162,35 = R$14.844,42 9) Contribuições fixadas em leis: R$14.844,42 x 36,3% = R$5.388,52 10) Custo anual: = R$14.844,42 + R$5.388,52 = R$20.232,94 11) Total de horas comparecidas no ano: 276 dias produtivos x 7,33h/dia = 2.023 horas 12) Custo-hora: = custo anual / total de horas comparecidas no ano = R$20.232,94 / 2.023 horas = R$10,00 por hora - Mão de obra indireta → é representada pelo trabalho realizado nos departamentos auxiliares, ou seja, corresponde à mão de obra que não trabalha diretamente na transformação da matéria-prima em produto; e que não são mensuráveis em nenhum produto ou serviço executado. Ex.: gasto com pessoal responsável pela manutenção dos equipamentos, pelo Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 213 planejamento e controle da produção, pela supervisão da produção dos diversos produtos, etc. 5.8 CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO - Os custos indiretos de fabricação são todos os custos necessários para a produção, exceto material direto e mão de obra direta. Inclui, nessa classificação, a depreciação dos equipamentos e utensílios, aluguéis, taxas e materiais indiretos. - Atualmente, observa-se uma redução gradativa da participação do custo de mão de obra direta e um aumento da participação dos custos indiretos no custo total de uma empresa em decorrência de novos métodos de produção e do avanço da tecnologia. ▪ Composição dos custos indiretos de fabricação: - Materiais indiretos; - Mão de obra indireta; - Outros custos indiretos → são os custos que dizem respeito à existência do setor fabril ou de prestação de serviços, como depreciação, seguros, manutenção de equipamentos, etc. ▪ Dificuldades para estabelecer as bases de rateio: - A dificuldade em apropriar custos indiretos reside na definição da base de rateio a ser utilizada, pois essa é uma tarefa que geralmente envolve aspectos subjetivos e arbitrários. - Tendo em vista que o montante dos custos indiretos será absorvido pela produção independentemente da base que venha a ser empregada, alguns Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 214 produtos podem ser subavaliados, e outros, superavaliados. Portanto, o que se busca ao definir a base é minimizar tais distorções. ➢ Exemplo: Como o custo da energia elétrica pode ser apropriada aos três produtos de uma empresa: X, Y e Z. Supondo-se que o valor da conta de energia elétrica é de R$1.500,00, quanto caberia a cada um dos produtos? Em primeiro lugar, pode-se dividir o valor da energia em três partes iguais → R$1.500,00 / 3 = R$500,00 para cada um dos produtos → nessa divisão não foi levada em consideração as quantidades fabricadas de cada um, o que, por certo, determinaria uma melhor apropriação. Em segundo lugar, pode-se levar em consideração as quantidades fabricadas de cada produto → X = 10 unidades, Y = 100 unidades e Z = 200 unidades → R$1.500,00 / 310 (total de unidades fabricadas) = R$4,83871/unidade → X = R$48,39, Y = R$483,87 e Z = R$967,74 → esse resultado é melhor que o anterior, por levar em consideração a quantidade fabricada, ou seja, o produto fabricado em maior escala deveria absorver a maior parcela do custo. Em terceiro lugar, pode-se levar em consideração as quantidades fabricadas de cada produto + o tempo de fabricação → X = 5h/unidade, Y = 4h/unidade e Z = 10h/unidade → X = 50 horas, Y = 400 horas e Z = 2000 horas → total de horas = 2450 horas custa R$1.500,00 = R$0,61224/hora → X = R$30,61, Y = R$244,90 e Z = R$1.224,49 → este último procedimento, mais trabalhoso, deve aproximar-se de um provável consumo de energia Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 215 elétrica pelos produtos. Porém, outros procedimentos poderiam ser considerados, como rateio do custo da energia pelo peso das matérias- primas empregadas ou outra base que melhor representasse o consumo de energia elétrica. ▪ Algumas bases de rateio mais comuns: - Área ocupada pelos departamentos para ratear custos com aluguel, depreciação de prédio e impostos prediais; - Potência instalada dos departamentos, em quilowatts-hora, para ratear o custo de energia elétrica; - Número de funcionários para ratear os custos apropriados ao departamento de administração geral da UAN; - Número de requisições de material para ratear oscustos apropriados ao estoque. ▪ Departamentalização de custos indiretos ▪ Sazonalidade dos custos indiretos e de produção 5.9 TIPOS DE APROPRIAÇÃO DE CUSTOS ▪ Custo direto - É aquele que pode ser identificado e diretamente apropriado a cada tipo de obra a ser custeado, no momento de sua ocorrência, isto é, está ligado diretamente a cada tipo de bem ou função de custo. É aquele que pode ser Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 216 atribuído (ou identificado) direto a um produto, linha de produto, centro de custo ou departamento. - Constituem todos aqueles elementos de custo individualizáveis com respeito ao produto ou serviço, isto é, se identificam imediatamente com a produção dos mesmos, mantendo uma correspondência proporcional. Um mero ato de medição é necessário para determinar estes custos. - Não necessita de rateios para ser atribuído ao objeto custeado. - Os custos diretos têm a propriedade de ser perfeitamente mensuráveis de maneira objetiva. Os custos são qualificados aos portadores finais (produtos), individualmente considerados. - Ou ainda, são aqueles diretamente incluídos no cálculo dos produtos. Exemplos de custos diretos: o Matérias-primas usadas na fabricação dos produtos; o Mão de obra direta; o Serviços subcontratados e aplicados diretamente nos produtos ou serviços. ▪ Apropriação dos custos diretos - Para conhecer o consumo de materiais, basta a empresa manter um sistema de requisições, de modo a saber sempre para qual produto foi utilizado e qual material foi retirado do Almoxarifado. - Para conhecer o consumo de mão de obra direta, é preciso, a empresa mantenha um sistema de apontamentos, por meio do qual se verifica quais os operários que trabalham em cada produto (ou serviço) no período (dia, semana, mês) e por quanto tempo (minutos, horas). Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 217 - Nas empresas de serviços, normalmente se faz o acompanhamento da ordem de serviço, anotando os custos alocados diretamente (mão de obra, materiais aplicados e serviços subcontratados). ▪ Custos indiretos - Indireto é o custo que não se pode apropriar diretamente a cada tipo de bem ou função de custo no momento de sua ocorrência. - Os custos indiretos são apropriados aos portadores finais mediante o emprego de critérios predeterminados e vinculados a causas correlatas, como mão de obra indireta, rateada por horas/homem da mão de obra direta, gastos com energia, com base em horas/máquinas utilizadas, etc. - Atribui-se parcelas de custos a cada tipo de bem ou função por meio de critérios de rateio. É um custo comum a muitos tipos diferentes de bens, sem que se possa separar a parcela referente a cada um, no momento de sua ocorrência. Ou ainda, pode ser entendido, como aquele custo que não pode ser atribuído (ou identificado) diretamente a um produto, linha de produto, centro de custo ou departamento. Necessita de taxas/critérios de rateio ou parâmetros para atribuição ao objeto custeado. - São aqueles que apenas mediante aproximação podem ser atribuídos aos produtos por algum critério de rateio. Exemplos de custos indiretos: o Mão de obra indireta; o Materiais indiretos; o Outros custos indiretos. Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 218 5.10 TIPOS DE CUSTEIOS 1) Custeio por absorção → por meio do qual os produtos absorvem os custos totais de um período de uma maneira direta ou indireta, independentemente de esses custos terem comportamento fixo ou variável em relação ao volume fabricado; os custos fixos são rateados aos produtos. O custeio por absorção é estruturado para atender às disposições legais quanto à apuração de resultados e à avaliação patrimonial. A absorção dos custos fixos à produção pode dificultar o conhecimento dos custos dos produtos e, por consequência, seu uso na tomada de decisões. Isso ocorre principalmente por causa da maneira como esses custos são apropriados aos produtos. ➢ Exemplo: Uma empresa fabrica um produto que tem demanda instável, que oscila entre 8.000Kg e 12.000Kg mensais. Custo fixo = R$80.000,00/mês Custo variável = R$12,00/Kg Assim, para três volumes diferentes de produção, teríamos: Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 219 Comparando os resultados obtidos nos três volumes de produção, pode-se observar: • Custo total: somente a parcela variável se modificou, pois é consequência do volume fabricado, ao passo que o custo fixo permaneceu o mesmo. • Custo fixo unitário: modificou-se, pois é consequência da divisão de um valor fixo (parcela fixa do custo total) pelo volume produzido; quanto maior a produção, menor será o custo fixo unitário, e vice-versa. • Custo variável unitário: não se modificou, pois cada unidade fabricada recebeu o mesmo montante desse custo. • Custo total unitário: é a soma das parcelas de custo fixo e variável unitários; quanto maior a produção, menor o total unitário. Para efeito de tomada de decisões pelo gestor, como, por exemplo, estabelecer o preço de venda de um produto, há um complicador relativo ao custo a ser utilizado. Para cada volume de produção, existe um custo diferente, em razão da inclusão dos custos fixos, que podem ser entendidos como sendo encargos necessários à operação de uma empresa, e não encargos gerados pela produção. Para fins de avaliação de estoques, a absorção dos custos fixos pela produção obedece aos princípios de contabilidade. Porém, para a tomada de decisões, a inclusão desses custos no custo dos produtos mais atrapalha do que ajuda. Basta uma mudança no volume de produção para modificar os custos dos produtos, o que pode torná-losmais ou menos lucrativos. Além disso, as contas que compõem o grupo de custos fixos são classificadas como custos indiretos e, portanto, rateadas aos produtos. O rateio, por ser arbitrário, pode afetar o custo de maneira indevida. Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 220 2) Custeio variável → de acordo com este custeio, os custos fixos não são apropriados aos produtos. Vários motivos contribuem para isso, entre eles o fato de os custos fixos serem mais necessários para manter a estrutura da produção do que os custos decorrentes dos produtos em fabricação. Um exemplo é o aluguel das instalações. Tanto fará se a empresa produzir 100 ou 120 unidades do produto X: o custo do aluguel será o mesmo, pois não está relacionado à produção, e sim à manutenção da estrutura de produção. Ainda que a empresa resolva diversificar sua linha de produtos e passe a produzir Y e Z no mesmo local, essa situação não se altera. Com os custos variáveis o processo é diferente, pois eles são decorrentes da produção. Assim, se a empresa fabricar 100 unidades do produto X, incorrerá no custo referente ao consumo de matérias-primas para essa quantidade; se fabricar mais unidades, incorrerá de mais custos. Se passar a produzir Y e Z, outras matérias-primas, além das consumidas em X, poderão ser consumidas. Esse raciocínio é válido para os demais custos variáveis. Por esse método de custeio, os produtos receberão somente os custos decorrentes da produção, isto é, os custos variáveis. Os custos fixos, por não serem absorvidos pela produção, são tratados como custos do período, adicionado diretamente para o resultado do exercício. O custeio variável é estruturado para atender à administração da empresa. Pelo método de custeio variável, obtém-se a margem de contribuição de cada produto, linha de produtos, entre outros, o que possibilita aos gestores utilizá-la como ferramenta auxiliar no processo decisório: Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 221 Identificar os produtos que contribuem mais para a lucratividade da empresa; Determinar os produtos que podem ter suas vendas incentivadas ou reduzidas e aquelas que podem ser excluídas da linha de produção; Identificar os produtos que proporcionam maior rentabilidade quando existem fatores que limitam a produção, o que permite o uso mais racional desses fatores; Definir o preço dos produtos em condições especiais, por exemplo, para ocupar eventual capacidade ociosa; Decidir entre comprar e produzir; Determinar o nível mínimo de atividades para que o negócio passe a ser rentável; Definir, em uma negociação com o cliente, o limite de desconto permitido. 3) Custeio ABC (ABC = Custeio Baseado em Atividades) → o arcabouço conceitual permite a apuração do custo dos produtos, serviços ou outros objetos de custeio partindo da seguinte “filosofia”: os recursos de uma empresa são consumidos pelas atividades executadas, e os produtos, serviços ou outros objetos de custeio resultam das atividades que esses recursos requerem. Assim, os custos indiretos são apropriados, inicialmente, às atividades e, em uma etapa seguinte, aos produtos, serviços ou outros objetos de custeio que demandaram tais atividades. A proposta do custeio ABC é apropriar os custos indiretos às atividades, pois, conforme a filosofia por ele anunciada, são eles os geradores de custos. Assim, cada um dos custos indiretos deve ser relacionado às suas Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 222 respectivas atividades por meio de direcionadores de recursos (são aqueles que identificam como as atividades consomem recursos, que considera a relação entre estes e as atividades e permite custeá-las), que melhor representam as formas de consumo desses recursos, e, em seguida, apropriado aos produtos, serviços ou outros objetos de custeio, conforme os direcionadores de atividades (são aqueles que identificam como os objetos de custeio consomem as atividades e permite custeá-los) mais adequados. A primeira etapa do custeio ABC é identificar as atividades executadas em cada departamento. Depois de identificar as atividades, a etapa seguinte é atribuir os custos dos recursos a elas e, posteriormente, aos objetos de custeio. Essa atribuição deve ser realizada de acordo com a seguinte ordem: - Apropriação direta: é feita quando é possível identificar o recurso com uma atividade específica. - Rastreamento por meio de direcionadores que melhor representam a relação entre o recurso e a atividade. São exemplos de relação o número de funcionários, a área ocupada, o consumo de energia, etc. - Rateio, quando não houver condições de apropriação direta nem por rastreamento. Efetua-se o rateio considerando uma base que seja adequada. 5.11 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO - É o montante que resta do preço de venda de um produto depois da dedução de seus custos e despesas variáveis. - Representa a parcela excedente dos custos e das despesas geradas pelos produtos. Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 223 - A empresa só começa a ter lucro quando a margem de contribuição dos produtos vendidos supera os custos e as despesas fixos da produção. - Desta forma, essa margem pode ser entendida como a contribuição dos produtos vendidos à cobertura dos custos e despesas fixos e o que sobrar será a contribuição ao lucro da empresa. Lucro Operacional = Margem de Contribuição – Custos e Despesas Fixos ➢ Exemplo: Uma empresa fabrica os produtos X, Y e Z. Em outubro de 1992 esses produtos foram fabricados e vendidos com os preços e custos da tabela abaixo: Produtos Quantidade (und) Preço de venda unitários (R$) Custos variáveisunitários (R$) X 100 23,80 18,30 Y 80 40,40 36,70 Z 150 38,20 35,00 MC = PV – (CV + DV) Onde: MC = margem de contribuição PV = preço de venda CV = custos variáveis DV = despesas variáveis Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 224 As despesas variáveis de vendas (comissões) representam 5% do preço. Os custos e despesas fixos totalizam R$550,00 no mês. O resultado dessa empresa seria obtido da seguinte maneira: 1) Cálculo da margem de contribuição de cada produto: 2) Cálculo da margem de contribuição total: Produtos Quantidade vendida (und) Margem de contribuição unitárias (R$) Margem de contribuição total (R$) X 100 4,31 431,00 Y 80 1,68 134,40 Z 150 1,29 193,50 Total 758,90 3) Cálculo do resultado: Margem de contribuição total R$ 758,90 (-) Custos e despesas fixos R$ 550,00 (=) Lucro operacional R$ 208,90 Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 225 ▪ Margem de contribuição: custos fixos identificados e despesas fixas identificadas - Em algumas situações, um produto pode exigir custos fixos próprios para a produção ou despesas fixas próprias para a comercialização. São os custos e despesas fixas identificadas. - Exemplo: a produção de determinado produto demande um equipamento específico. No caso, a depreciação deste equipamento deve ser identificada apenas com esse produto. - Nessas circunstâncias, tanto os custos fixos como as despesas fixas devem ser deduzidos, juntamente com os custos e despesas variáveis, da receita do produto. ▪ Margem de contribuição e fatores limitantes de produção: - Quando a empresa opera abaixo do limite da capacidade instalada ou não existem fatores limitantes de produção → sempre que possível, a empresa buscará incentivar as vendas dos produtos que proporcionarem as melhores margens de contribuição, pois, assim, absorverá mais rapidamente os custos e as despesas fixos e, consequentemente, passará a gerar lucro. ➢ Exemplo: Produtos Preço de venda unitário Custos + despesas variáveis unitário Margem de contribuição unitário X 23,80 19,49 4,31 Y 40,40 38,72 1,68 Z 38,20 36,91 1,29 Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 226 De acordo com a tabela acima, a sequência de venda dos produtos que proporcionam as melhores margens de contribuição são: X, Y e Z. - Quando a empresa opera no limite da capacidade instalada ou existem fatores limitantes de produção → haverá necessidade de fazer um estudo da margem de contribuição pelo fator limitante para a tomada de decisão correta. ➢ Exemplo: O restaurante produz 3 preparações (X, Y e Z) com a mesma matéria- prima e que, por imposição do fornecedor, sejam entregues apenas 90Kg semanais. Supondo que gasta-se 95,8Kg para atender a demanda semanal destas 3 preparações. Caso a empresa venha a tomar decisões com base nas margens de contribuição dos produtos, buscará priorizar a produção e a venda dos produtos com maiores margens. Portanto, essa performance poderia ser melhorada se fosse considerada a margem de contribuição calculada pelo fator limitante (Kg da matéria-prima) de cada produto, respeitando a quantidade demandada de cada produto. Produtos Demanda semanal (und) Consumo de matéria-prima (Kg/und) Quantidade de matéria-prima necessária (Kg) X 130 0,500 65 Y 90 0,120 10,8 Z 200 0,100 20 Total 95,8 Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 227 ➢ Produção e venda dos produtos com maiores margens de contribuição: Produtos Produção e venda (und) Consumo de matéria-prima (Kg/und) Quantidade de matéria-prima necessária (Kg) Margem de contribuição da quantidade total dos produtos produzidos (R$) X 130 0,500 65,00 560,30 Y 90 0,120 10,80 151,20 Z 142 0,100 14,20 183,18 Total 90,0 894,68 ➢ Produção e venda dos produtos considerando a margem de contribuição calculada pelo fator limitante (Kg da matéria-prima) de cada produto: Produtos Margem de contribuição unitário Consumo de matéria-prima (Kg/und) Margem de contribuição por Kg de matéria-prima consumida X 4,31 0,500 R$ 8,62/Kg Y 1,68 0,120 R$14,00/Kg Z 1,29 0,100 R$12,90/Kg Levando em consideração a margem de contribuição calculada pelo kg de matéria-prima utilizada por cada produto, observa-se uma alteração na ordem dos produtos mais rentáveis. Respeitando o limite imposto de quantidade de matéria-prima disponibilizada para a produção, o produto Y proporciona a melhor margem de contribuição, seguido dos produtos Z e X. Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 228 Produtos Produção e venda (und) Consumo de matéria-prima (Kg/und) Quantidade de matéria-prima necessária (Kg) Margem de contribuição da quantidade total dos produtos produzidos (R$) X 118 0,500 59,00 508,58 Y 90 0,120 10,80 151,20 Z 202 0,100 20,20 260,58 Total 90,0 920,36 Fazendo uma comparação. Se o restaurante deixasse de fabricar 1 unidade de X, que consome 0,5Kg de matéria-prima, seria possível fabricar 4,167 unidades de Y e 5 unidades de Z. Assim, com a mesmaquantidade de matéria-prima, seriam obtidas as seguintes margens de contribuição: ✓ Produto X: 0,5Kg x R$8,62/Kg = R$4,31 (ou 1 unidade x R$4,31 = R$4,31) ✓ Produto Y: 0,5Kg x R$14/Kg = R$7,00 (ou 4,167 unidades x R$1,68 = R$7,00) ✓ Produto Z: 0,5Kg x R$12,9/Kg = R$6,45 (ou 5 unidades x R$1,29 = R$6,45) Dessa forma, o lucro operacional passa de R$894,68 para R$ 920,36 quando se considera a margem de contribuição pelo fator limitante – nesse caso, a disponibilidade de matéria-prima. Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 229 5.12 POPULARIDADE DE VENDA – MATRIZ DE BOSTON CONSULTING GROUP (BCG) - É uma análise gráfica desenvolvida por Bruce Henderson, engenheiro, para a empresa de consultoria empresarial americana Boston Consulting Group em 1970. - De acordo com Bruce Henderson: "Para ter sucesso, uma empresa precisa ter um portfólio de produtos com diferentes taxas de crescimento e diferentes participações no mercado. A composição deste portfólio é uma função do equilíbrio entre fluxos de caixa. Produtos de alto crescimento exigem injeções de dinheiro para crescer. Produtos de baixo crescimento devem gerar excesso de caixa. Ambos são necessários simultaneamente." ▪ Objetivo: - Suportar a análise de portfólio de produtos ou de unidades de negócio baseado no conceito de ciclo de vida do produto. Quanto maior a participação de mercado de um produto ou quanto mais rápido o mercado de um produto cresce, melhor para a empresa. ▪ Utilização: - É utilizada para alocar recursos em atividades de gestão de marcas e produtos (marketing), planejamento estratégico e análise de portfólio. Esta matriz é uma das formas mais usuais de representação do posicionamento de produtos ou unidades estratégicas de negócio da empresa em relação a variáveis externas e internas. Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 230 - É utilizado para definir prioridades a dar aos diferentes produtos de uma empresa. ▪ Vantagens: - De não apresentar uma só estratégia para todos os produtos; - Equilibrar a carteira de negócios e produtos em geradores e tomadores de caixa. Consegue-se assim uma representação visual simples dos produtos e serviços da empresa, e das suas avaliações relativas. Esta representação gráfica pode ajudar nas tomadas de decisão. ▪ Desvantagens: - Alta participação de mercado não é o único fator de sucesso, e este método não permite avaliar outros; - Crescimento de mercado não é o único indicador de atratividade de um mercado, e a matriz BCG apenas contempla este fator; - Às vezes um "abacaxi" pode gerar mais caixa que uma "vaca leiteira". ▪ Gráfico .234: A matriz tem duas dimensões: 1) taxa de crescimento do mercado; 2) participação de mercado (que é a participação da empresa em relação à participação de seu maior concorrente). Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 231 Eixo X e Y: - No eixo usualmente considerado como Y, representa-se a taxa de crescimento do mercado. Esta possui escala linear e o ponto intermédio, que delimita as diversas zonas, é a taxa de crescimento médio do mercado. - O eixo X representa por sua vez a participação de mercado relativa. Para este eixo, a escala utilizada é de base logarítmica (base 10) e o ponto intermediário tem o valor unitário. Nesta situação intermediária, a empresa e o líder de mercado teriam a mesma participação de mercado. As posições de liderança em relação à participação de mercado estão localizadas à esquerda do ponto intermediário. ▪ Classificação dos quadrantes: - Ponto de interrogação (também conhecido como "criança-problema" ou "dilema" ou "oportunidade") → tem a pior característica quanto a fluxo de caixa, pois exige altos investimentos e apresenta baixo retorno sobre ativos e tem baixa participação de mercado. Se nada é feito para mudar a participação de mercado, pode absorver diversos investimentos e depois se tornar um "abacaxi". Por outro lado, por estar em um mercado de alto crescimento pode-se tornar um produto "estrela". - Estrela → exige grandes investimentos e é referência no mercado, gerando receitas e desfrutando de taxas de crescimento potencialmente elevadas. Fica frequentemente em equilíbrio quanto ao fluxo de caixa. Entretanto, a taxa de crescimento do mercado deve ser mantida, pois pode- se tornar uma "vaca leiteira" se houver redução desta taxa. Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 232 - Vaca leiteira: os lucros e a geração de caixa são altos. Como o crescimento do mercado é baixo, não são necessários grandes investimentos. Pode ser a base de uma empresa, já que a empresa detém uma quota de mercado considerável. - Abacaxi (também conhecido como "cão" ou "vira-lata", expressões que não traduzem bem o conceito em português): os "abacaxis" devem ser evitados e minimizados numa empresa. Cuidado com os caros planos de recuperação. Invista se for possível na recuperação, senão desista do produto. A baixa participação de mercado gera poucos lucros, mas estes estão associados a um baixo investimento devido ao crescimento do mercado praticamente nulo. A avaliação destes produtos deve ser feita de maneira a conseguir posicioná-los de maneira mais atrativa e rentável para a empresa, ou mesmo abandoná-los, quando a rentabilidade não seja de todo possível. Uma empresa pode lançar um produto inserido em qualquer um dos quadrantes analisados anteriormente. Mas, as empresas têm mais interesse em lançar produtos inseridos em mercados com elevadas taxas de crescimento e, quando o fazem, raramente são líderes de mercado. Assim sendo, a maioria dos produtos, quando são lançados, estão inseridos no quadrante dos"Dilemas". Com as alterações de mercado um produto pode evoluir do quadrante dos "Dilemas" para qualquer um dos outros quadrantes. Não há uma evolução predeterminada do percurso que um produto fará dentro da Matriz BCG. No entanto, um produto com sucesso em determinado mercado tenderá a passar pelas quatro fases. Se um "Dilema" tiver sucesso transforma-se numa "Estrela", isto é, o produto torna-se líder num mercado Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 233 em forte crescimento. Com o passar do tempo a taxa de crescimento do mercado reduz-se e o produto migra para o quadrante das "Vacas Leiteiras" onde ainda é líder de mercado. Quando a empresa perde a liderança de mercado nesse produto este transforma-se num "Abacaxi". A descrição acima estabelece alguns paralelismos entre a Matriz BCG e o ciclo de vida do produto. De acordo com Coelho et al. (1998), o quadrante dos dilemas pode ser associado a fase de introdução, as estrelas estão associadas à fase de crescimento, as vacas leiteiras correspondem à fase de maturidade e por fim os abacaxis correspondem à fase de declínio do ciclo de vida do produto. Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 234 5.13 ENGENHARIA DE CARDÁPIOS Foi desenvolvida no início de 1980 por dois americanos, Donald Smith e Michel Kasavanas, professores de Administração da Escola de Restaurante e Hotelaria da Universidade de Michigan. Desde então, esta metodologia tem sido amplamente utilizada pela indústria do food service. - O cardápio deve ser competitivo, atraente e lucrativo. - O método Smith-Kasavanas consiste basicamente em analisar cada produto no total do seu grupo do cardápio e sua classificação conforme o seu potencial e, assim, criar estratégias para cada produto (exemplos: inclusão e exclusão de preparações, atualização de preços, melhorias na disposição das preparações - utilizando o conceito de ponto focal). - Com a engenharia do cardápio cria-se um plano para impulsionar as vendas, reduzir custos, aumentar a satisfação de seus clientes e principalmente aumentar a lucratividade do restaurante → procura-se determinar os pratos de maior popularidade e lucratividade para a empresa. - A engenharia do cardápio proporciona muitos ganhos, pois ajuda decidir se determinados itens devem ser mantidos ou retirados do cardápio, como também ajuda a determinar quais itens estão com a margem de lucro baixa e quais deles precisam ser reposicionados no cardápio para ganhar mais popularidade. - A engenharia de cardápio tem como objetivo guiar os restaurantes para que eles resolvam a questão do aumento do lucro potencial por meio de um aprimoramento e potencialização do cardápio. - Para essa ferramenta funcionar perfeitamente é muito importante que os dados levantados sejam confiáveis, que os responsáveis pelo Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 235 estabelecimento estejam empenhados e que as fichas técnicas das preparações estejam atualizadas e corretas. - Desvantagem do método Smith-Kasavanas: não considera outros custos além dos custos com matérias-primas. ▪ Para utilizar o método, precisa-se de algumas premissas e considerações: ✓ considerar sempre um período fechado; ✓ separar os alimentos das bebidas; ✓ considerar a popularidade de cada produto; ✓ conhecer o custo de cada produto; ✓ ter em mãos as quantidades vendidas no período definido; ✓ preço de venda de cada produto; ✓ margem de contribuição (o preço de venda menos o custo). Após apurados todos os valores necessários de cada produto, eles são colocados em um dos quatro quadrantes, sempre relacionados entre a margem de lucro e a porcentagem de vendas. o Estrelas → os produtos desse quadrante são os mais importantes para o cardápio, pois, além de apresentarem um bom volume de vendas, são bem lucrativos. o Burros de carga → os produtos desse quadrante têm uma baixa margem de lucro, porém um grande volume de vendas. Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 236 o Quebra-cabeças → os produtos desse quadrante são considerados positivos para o estabelecimento, uma vez que têm uma boa margem de lucro; mas um volume de vendas baixo. o Abacaxi → os produtos desse quadrante apresentam margem de lucro muito baixa e também um baixo volume de vendas. Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Metha, 2013. CHIAVENATO; I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 166 p. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 304 p. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2015. 343 p. 237 ▪ BURRO DE CARGA - para aumentar a lucratividade desses produtos: ✓ reduzir os custos das matérias-primas ou das embalagens de maior valor; ✓ avaliar a produtividade, tentando melhorá-la; ✓ avaliar o tamanho da porção; ✓ refazer a ficha técnica; ✓ revisar o processo; ✓ mudar a localização no cardápio; ✓ testar a elasticidade de preço; ✓ aumentar o preço. ▪ ESTRELA - estratégias para esses produtos: ✓ focar no produto; ✓ manter as especificações de compra; ✓ manter as fichas técnicas como estão; ✓ manter a apresentação final dos produtos; ✓ incentivar a equipe de vendas na oferta desses produtos; ✓ posicionar em local visível no cardápio; ✓ testar a elasticidade de preços de venda. ▪ ABACAXI - estratégias para esses produtos: ✓ reverter