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Didática: Conceitos e Práticas

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DIDÁTICA 
Priscila Lourenço Soares Santos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
1 A DIDÁTICA: INTRODUÇÃO, ABRANGÊNCIA E CONCEITUAÇÃO ............... 3 
2 HISTÓRICO DOS ESTUDOS SOBRE DIDÁTICA .......................................... 23 
3 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NO BRASIL ................................................ 49 
4 O PAPEL MEDIADOR DO PROFESSOR E SUAS RELAÇÕES COM O 
APRENDIZ ................................................................................................. 72 
5 O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, CURRÍCULO E PLANEJAMENTO DO 
ENSINO ..................................................................................................... 98 
6 GESTÃO DA SALA DE AULA E DA APRENDIZAGEM ............................... 127 
 
 
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1 A DIDÁTICA: INTRODUÇÃO, ABRANGÊNCIA E CONCEITUAÇÃO 
Apresentação 
Bem-vindo ao módulo sobre "A Didática: introdução, abrangência e conceituação". 
Neste bloco, abordaremos diversos aspectos relacionados à didática, que é um tema 
fundamental para quem atua na área da educação. Assim, discutiremos a introdução, 
abrangência e conceituação da didática. Você terá a oportunidade de compreender o 
que é a didática, sua importância no contexto educacional e as diferentes abordagens 
teóricas que a envolvem. 
O módulo apresenta cinco subtemas que abordam diferentes aspectos da didática, 
como a relação entre educação escolar, pedagogia e didática, destacando a 
importância de cada conceito no processo educacional. Esse tópico é fundamental 
para uma compreensão mais ampla sobre a didática. 
O objeto de estudo da didática é discutido, com foco no processo de ensino. O 
estudante aprenderá sobre as diferentes etapas desse processo e como a didática 
pode ser aplicada para torná-lo mais eficiente e eficaz. Essa abordagem é relevante 
para que o discente compreenda a importância da didática para o processo de 
aprendizagem. Os componentes didáticos são explorados, destacando-se os elementos 
que compõem a didática, como objetivos, conteúdos, metodologias, avaliação, entre 
outros. Essa temática é relevante para que o estudante entenda como os 
componentes da didática se relacionam e como podem ser aplicados na prática. 
O estudante irá compreender como a didática pode contribuir para a formação de 
profissionais mais capacitados e preparados para lidar com os desafios da educação. 
Essa temática é importante para que o aluno entenda como a didática pode influenciar 
na formação do professor e na sua prática, testando diferentes metodologias e 
estratégias, ajustando-se para atender às necessidades e demandas dos alunos. Além 
disso, a prática didática estimula habilidades como observação, reflexão e análise 
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crítica, bem como o desenvolvimento de habilidades de comunicação e 
relacionamento interpessoal. 
Os objetivos deste módulo são: 
• Compreender o conceito e abrangência da didática; 
• Entender a relação entre educação escolar, pedagogia e didática; 
• Conhecer o objeto de estudo da didática: o processo de ensino; 
• Identificar os componentes da didática; 
• Compreender a importância da didática na formação do professor. 
Ao final deste módulo, você terá adquirido os conhecimentos que poderão ser 
aplicados em sua atuação profissional. Por exemplo, se você for um professor, poderá 
utilizar os conhecimentos adquiridos para planejar aulas de forma mais eficaz, utilizar 
metodologias mais adequadas para cada situação e avaliar o desempenho dos alunos 
de forma mais precisa. Além disso, você irá compreender a importância da formação 
continuada na área da educação, buscando sempre atualizar seus conhecimentos e 
práticas pedagógicas. 
Em resumo, este módulo é fundamental para todos os profissionais que cursam a área 
da educação e desejam aprimorar suas práticas pedagógicas. Espero que você 
aproveite ao máximo os conteúdos vistos e possa aplicá-los em sua rotina profissional. 
1.1 Educação escolar, pedagogia e didática 
A educação escolar é um processo fundamental para o desenvolvimento humano e a 
formação de cidadãos conscientes e críticos. Nesse contexto, a pedagogia e a didática 
são áreas do conhecimento que se dedicam ao estudo da educação, buscando 
compreender as dinâmicas do processo educativo e propor estratégias para a melhoria 
da qualidade da educação. 
A pedagogia é a ciência que estuda a educação, abrangendo aspectos teóricos e 
práticos relacionados à formação dos indivíduos. A partir da análise de diferentes 
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teorias educacionais, a pedagogia busca compreender as necessidades e 
características dos estudantes, bem como as melhores estratégias para promover a 
aprendizagem e o desenvolvimento humano. 
Já a didática é a área que se dedica ao estudo das estratégias e metodologias de 
ensino, buscando desenvolver práticas pedagógicas significativas. A partir da análise de 
diferentes técnicas e recursos didáticos, a didática busca propor novas formas de 
ensino que favoreçam a aprendizagem significativa e o desenvolvimento das 
habilidades e competências dos estudantes. 
No contexto educacional atual, a pedagogia e a didática são áreas fundamentais para a 
formação de professores a partir da compreensão das teorias e práticas educacionais. 
Por fim, é importante destacar que a educação escolar, a pedagogia e a didática são 
áreas que devem estar em constante evolução e atualização, a fim de acompanhar as 
mudanças sociais, tecnológicas e culturais que ocorrem na sociedade. 
1.2 Didática objeto de estudo: o processo de ensino 
Didática é uma ciência que se preocupa com o processo de ensino-aprendizagem, 
buscando compreender como as pessoas aprendem e como o conhecimento pode ser 
transmitido de forma eficiente. Essa área de estudo tem um papel fundamental na 
melhoria da qualidade da educação, uma vez que busca desenvolver estratégias 
pedagógicas mais eficientes e adequadas às necessidades dos estudantes. Assim, no 
contexto brasileiro, diversas escolas têm adotado práticas pedagógicas inovadoras, em 
consonância com os princípios da didática. Pontos importantes para refletir: 
• Definição de didática como objeto de estudo; 
• O processo de ensino como foco da didática; 
• Elementos envolvidos no processo de ensino: professor, aluno, conteúdo, 
metodologia; 
• Importância da compreensão do processo de ensino para o trabalho do 
professor; 
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• Relação entre a didática e a prática pedagógica do professor; 
• Aspectos teóricos e práticos envolvidos na didática do processo de ensino; 
• Desafios enfrentados pelo professor ao aplicar a didática no processo de 
ensino; 
• Papel da didática na formação do professor; 
• A evolução da didática como objeto de estudo e sua conversação na 
atualidade. 
Na prática, a didática pode ser aplicada de diversas formas no contexto escolar. Por 
exemplo, uma escola pode utilizar recursos didáticos como jogos educativos, vídeos e 
simulações para tornar as aulas mais dinâmicas e interativas, estimulando a 
participação dos estudantes e favorecendo a aprendizagem. 
Outra estratégia didática bastante utilizada é a utilização de projetos interdisciplinares, 
que buscam integrar diferentes áreas do conhecimento em torno de um tema ou 
problema comum. Por meio dessa abordagem, os estudantes são desafiados a 
trabalhar em equipe, a pesquisar e a desenvolver soluções criativas e inovadoras. 
Além disso, a didática também pode ser aplicada na formação de professores, por 
meio da capacitação e atualização desses profissionais em relação às melhores práticas 
pedagógicas e aos recursos didáticos mais eficientes. Dessa forma, é possível 
desenvolver um corpo docente mais capacitado e preparado para enfrentar os 
desafios da educação atual. 
Um exemplo prático de aplicação da didática pode ser visto na Escola Waldorf, criada 
na Alemanha em 1919. Nessa escola, a didática é aplicada de forma a estimular a 
criatividade e a imaginaçãodos estudantes, buscando desenvolver a sua capacidade de 
pensar por si mesmos e de se expressar de forma livre e autêntica. Para tanto, a escola 
utiliza recursos como a arte, a música e a dança, além de privilegiar o contato dos 
estudantes com a natureza e o mundo real. 
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Outro exemplo é a Escola da Ponte, localizada em Portugal, que se destaca pela sua 
abordagem inovadora e participativa, na qual os estudantes têm um papel ativo no 
processo educativo, decidindo o que estudar e como estudar. Nessa escola, a didática 
é aplicada de forma a estimular a autonomia e a responsabilidade dos estudantes, 
favorecendo o seu desenvolvimento pessoal e social. 
Em suma, a didática é uma área fundamental para a melhoria da qualidade da 
educação, pois busca desenvolver estratégias pedagógicas mais eficientes e adequadas 
às necessidades dos estudantes. Na prática, essa área pode ser aplicada de diversas 
formas no contexto escolar, como na utilização de recursos didáticos, na aplicação de 
projetos interdisciplinares e na formação de professores. Alguns exemplos práticos de 
aplicação da didática podem ser vistos em escolas como a Waldorf e a da Ponte, que 
se destacam pela sua abordagem inovadora e participativa. 
Uma dessas escolas é um Colégio, em São Paulo, que utiliza uma metodologia ativa 
baseada na resolução de problemas. Segundo o autor alemão Wolfgang Klafki, essa 
abordagem valoriza o processo de aprendizagem, permitindo que os alunos sejam 
sujeitos ativos no processo educativo. Ao trabalhar com problemas reais e desafiantes, 
os estudantes são incentivados a buscar soluções criativas e a construir o 
conhecimento de forma significativa. 
Outra escola que tem se destacado pela sua abordagem didática é um Instituto, 
também em São Paulo. A instituição utiliza uma abordagem centrada no aluno, em que 
o professor atua como um mediador do processo de aprendizagem. De acordo com 
Paulo Freire, autor brasileiro que influenciou a pedagogia em todo o mundo, essa 
abordagem favorece a construção do conhecimento pelo aluno, valorizando a sua 
autonomia e criatividade. 
Além dessas escolas, há outras iniciativas pedagógicas inovadoras que têm contribuído 
para a melhoria da qualidade do ensino no país. Essas práticas buscam tornar o 
processo de ensino mais participativo, envolvendo os alunos de forma ativa e 
valorizando a sua contribuição para a construção do conhecimento. 
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Em suma, a didática é uma área fundamental para o desenvolvimento da educação no 
Brasil, pois busca tornar o processo de ensino mais eficiente e adequado às 
necessidades dos alunos. Escolas como um Colégio e um Instituto têm adotado 
práticas pedagógicas inovadoras. 
De acordo com o educador brasileiro Rubem Alves, essa abordagem permite que os 
alunos sejam protagonistas do seu próprio processo de aprendizagem, contribuindo 
para a sua autonomia e desenvolvimento pessoal. 
Também podemos citar uma escola municipal, em São Paulo, que adota uma 
abordagem baseada na pedagogia de projetos. Nessa metodologia, os alunos são 
incentivados a desenvolver projetos interdisciplinares, com temas que são relevantes 
para a sua comunidade. De acordo com a teoria do educador alemão Friedrich Froebel, 
essa abordagem contribui para a formação de cidadãos críticos e conscientes do seu 
papel na sociedade. 
Por fim, podemos mencionar a Escola Municipal de Ensino Fundamental, que adota 
uma abordagem que valoriza a diversidade cultural e o diálogo intercultural. De acordo 
com a teoria do educador alemão Herbart, essa abordagem permite que os alunos 
desenvolvam uma visão crítica e reflexiva sobre as diferenças culturais, contribuindo 
para a formação de cidadãos mais tolerantes e respeitosos. 
Em suma, as escolas públicas de São Paulo têm adotado práticas pedagógicas 
inovadoras, em consonância com os princípios da didática. Essas iniciativas visam 
tornar o processo de ensino mais participativo, valorizando a contribuição dos alunos 
para a construção do conhecimento e promovendo a formação integral dos mesmos. 
1.3 Os componentes da didática 
No contexto das redes públicas de ensino de São Paulo, também podemos observar a 
adoção de práticas pedagógicas inovadoras. O Programa Ensino Integral, por exemplo, 
busca promover a educação em tempo integral, com atividades extracurriculares que 
visam desenvolver habilidades socioemocionais, além do currículo básico. Segundo a 
teoria do educador alemão Johann Heinrich Pestalozzi, essa abordagem tem como 
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objetivo a formação integral do aluno, valorizando as suas dimensões cognitiva, afetiva 
e social. 
Outra iniciativa que tem se destacado é a Escola da Ponte, localizada em Sorocaba, que 
adota uma metodologia que valoriza a participação ativa dos alunos na construção do 
conhecimento. De acordo com o educador brasileiro Rubem Alves, essa abordagem 
permite que os alunos sejam protagonistas do seu próprio processo de aprendizagem, 
contribuindo para a sua autonomia e desenvolvimento pessoal. 
Essas iniciativas visam tornar o processo de ensino mais participativo, valorizando a 
contribuição dos alunos para a construção do conhecimento e promovendo a 
formação integral dos mesmos. 
Para que esse processo seja facilitado de maneira adequada, é importante que os 
professores utilizem os componentes da didática em suas práticas pedagógicas. Esses 
componentes incluem: 
• Objetivos educacionais: os objetivos educacionais definem o que se espera que 
os estudantes aprendam ao final de uma determinada unidade de ensino. Eles 
devem ser claros, específicos, alcançáveis e relevantes para a realidade dos 
alunos; 
• Objetivos de aprendizagem: são metas protegidas para orientar o processo de 
ensino. Eles devem ser claros, específicos e mensuráveis, para que sejam 
alcançáveis pelos estudantes; 
• Conteúdo programático: É o conjunto de temas e assuntos que serão vistos 
durante o processo educacional. O conteúdo deve ser selecionado de acordo 
com os objetivos educacionais e com as características dos alunos, de modo a 
garantir a sua orientação e personalidade; 
• Metodologia: É o conjunto de técnicas e estratégias que o professor utiliza para 
promover a aprendizagem dos alunos. A escolha da metodologia deve levar em 
consideração tanto o conteúdo programático quanto às características dos 
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alunos, de modo a tornar o processo de ensino-aprendizagem mais eficiente e 
eficaz; 
• Avaliação: É o processo pelo qual o professor verifica se os objetivos 
educacionais foram alcançados pelos alunos. A avaliação pode ser feita por 
meio de provas, trabalhos, atividades em sala de aula, entre outros 
instrumentos; 
• Recursos didáticos: São os materiais utilizados pelo professor para facilitar a 
compreensão dos alunos sobre o conteúdo programático. Esses recursos 
podem ser audiovisuais, textuais, tecnológicos, entre outros; 
• Estudantes: São os principais atores do processo de ensino-aprendizagem. Eles 
têm características individuais que devem ser levadas em consideração pelo 
professor para que o processo educacional seja adequado às suas necessidades 
e habilidades; 
• Professor: É o responsável por planejar, executar e avaliar o processo de 
ensino-aprendizagem. Ele deve possuir conhecimentos teóricos e práticos 
sobre Didática, além de estar preparado para lidar com as diversas situações 
que podem surgir em sala de aula. 
Em resumo, os componentes da Didática são elementos essenciais que devem ser 
considerados para garantir o sucesso do processo de ensino-aprendizagem. Eles 
devem ser utilizados de forma integrada e adequada, levando em consideração as 
características dos alunos e os objetivos educacionais a serem alcançados. 
1.4 A didática e a formação do professor 
As propostas e concretizações da formação inicial de professores têm gerado tensões 
devido a padrões culturais arraigados em conflito com novas demandas para o 
trabalhoeducacional. Essas tensões são decorrentes de contextos sociais e culturais 
diversos, além do desenvolvimento de novas abordagens em conhecimentos 
científicos, artísticos, letrados e tecnológicos. Assim abordamos a história da Didática 
em conjunto com a Educação, além disso, destacamos a importância da integração 
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entre teoria e prática. Para embasar em obras de autores proeminentes, tais como 
Libâneo (1994, 2001), Moran (2015), Shulman (1987), Pimenta (1997, 1999), Mizukami 
(2002) e Freire (1996), que enfatizaram a bênção da Didática na capacitação 
profissional do professor. 
Surgem questionamentos sobre a evolução da formação de docentes em relação às 
necessidades sociais e educacionais das novas gerações, sua relação com perspectivas 
político-filosóficas e o papel da educação escolar. Surgem dilemas sobre a formação de 
professores para a educação básica, cujos cenários devem ser considerados e qual é o 
papel dos conhecimentos de Didática na formação de docentes. 
Esses questionamentos se expandem para a formação continuada, na qual as surgem 
em relação às escolhas feitas em diversos níveis de gestão educacional para esse tipo 
de formação, seus impactos reais, sua ancoragem em necessidades concretas em um 
contexto específico e a distância entre intenção e prática, considerando as 
possibilidades existentes em diferentes contextos. A importância da didática para a 
formação do professor é inegável, pois ela é uma das principais ferramentas que o 
docente tem à disposição para conduzir suas aulas e auxiliar seus estudantes a 
aprenderem de forma significativa e duradoura. 
A didática permite que o professor compreenda as características dos seus estudantes 
e das suas necessidades educativas, permitindo a adoção de metodologias e 
estratégias de ensino mais adequadas a cada contexto. Por meio do estudo da 
didática, o professor é capaz de criar um ambiente de aprendizagem mais estimulante 
e produtivo, que favorece a construção do conhecimento pelos estudantes. 
Segundo Libâneo (1994), a Didática da Escola Nova ou Didática Ativa, que fazia parte 
da Pedagogia Renovada, tinha como concepção a "direção da aprendizagem", onde o 
estudante era visto como sujeito do processo. Nessa perspectiva, o papel do professor 
seria criar um ambiente propício para que o aluno, partindo de suas próprias 
necessidades e interesses, pudesse buscar o conhecimento e as experiências por si só. 
 
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A formação do professor também é fundamental para o desenvolvimento de uma 
prática docente eficaz. Segundo Shulman (1987), a formação do professor deve ser 
orientada para o desenvolvimento de um conhecimento pedagógico especializado, 
que permita ao docente identificar os conhecimentos prévios dos alunos, selecionar os 
conteúdos mais relevantes e utilizar metodologias de ensino mais adequadas ao 
contexto em que atua. 
Além disso, a formação do professor deve contemplar uma visão crítica da realidade 
social e educacional em que se insere. É necessário que o docente seja capaz de 
compreender as relações de poder que permeiam o sistema educacional e que possam 
atuar de forma crítica e transformadora. Outro aspecto importante da formação do 
professor é o desenvolvimento de habilidades e competências relacionadas à gestão 
da sala de aula. Segundo Tardif (2002), o professor deve ser capaz de criar um 
ambiente de aprendizagem que favoreça a participação ativa dos alunos, o diálogo e a 
cooperação. Ele também deve ser capaz de gerenciar conflitos e de lidar com situações 
difíceis que podem surgir no decorrer das aulas. 
Para Mizukami (2002), a formação do professor deve ser pensada de forma integrada, 
considerando tanto os aspectos teóricos quanto os práticos. É importante que o 
professor tenha uma formação que lhe permita compreender as teorias educacionais e 
aplicá-las de forma prática em sala de aula. Além disso, a formação do professor deve 
contemplar as diferentes áreas do conhecimento, para que ele possa ter uma visão 
mais ampla da realidade em que atua e de tecnologias educacionais. Com o avanço das 
tecnologias, tornou-se cada vez mais importante que o docente esteja familiarizado 
com as ferramentas digitais e seja capaz de utilizá-las de forma eficaz em suas aulas. 
Segundo Moran (2015), o uso de tecnologias educacionais pode contribuir para o 
desenvolvimento de habilidades e competências necessárias para a vida no século XXI, 
tais como a colaboração, a criatividade e a resolução de problemas. 
É importante destacar que a formação do professor deve ser contínua e reflexiva. O 
docente deve estar sempre em busca de atualização e de aprimoramento de suas 
práticas pedagógicas, por meio de cursos, formações e trocas de experiências com 
outros profissionais da área. Ele deve também ser capaz de refletir sobre sua própria 
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prática e de avaliar constantemente os resultados de seu trabalho, buscando sempre 
aprimorar sua atuação e contribuir para a formação de cidadãos críticos e conscientes. 
Por fim, é importante ressaltar que a formação do professor não pode ser vista como 
um processo isolado. Como afirma Imbernón (2000), a formação do professor deve 
estar relacionada ao contexto social e educacional em que ele está inserido. É 
fundamental que a formação do professor leve em conta as demandas da sociedade e 
as necessidades dos alunos, para que ele possa cumprir seu papel de forma eficiente e 
contribuir para a melhoria da educação como um todo. 
Em síntese, a formação do professor é um tema complexo e fundamental para a 
educação. É um processo contínuo, que deve contemplar tanto a formação inicial 
quanto a formação continuada, integrando teoria e prática e levando em conta o 
contexto social e educacional em que o professor está inserido e deve ser encarada 
como um processo dinâmico e multifacetado, que exige o engajamento de todos os 
envolvidos na educação. 
Formação de professores na educação, já que a qualidade do ensino está diretamente 
relacionada à formação dos educadores. Abaixo estão apresentados alguns aspectos 
que podem ajudar a entender a formação de professores e questão da didática: 
• Importância da formação de professores na qualidade do ensino; 
• Cursos de licenciatura e pedagogia: objetivos e estrutura; 
• Formação continuada de professores: atualização de conhecimentos e 
aprimoramento da prática; 
• Políticas públicas de formação de professores: iniciativas do governo para 
melhorar a educação; 
• Desafios da formação de professores: baixos recursos, falta de recursos e 
infraestrutura precária. 
As políticas públicas atuais que tratam do trabalho e da formação dos professores 
apresentam algumas características importantes. Entre elas, destacam-se a defesa de 
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um ensino essencialmente técnico e instrumental e a privatização dos modos de 
formação, tanto na etapa inicial quanto na continuada. Essas políticas, muitas vezes, 
apoiam-se em padronizações, estimativas em larga escala e brechas presentes em 
documentos legais, o que pode levar à destinação de recursos públicos para 
empresários da educação por meio de institutos e fundações. 
Outro aspecto relevante é a imposição de uma formação formatada e deixada à Base 
Nacional Comum Curricular da Educação Básica e às Bases Nacional Comum (BNC) da 
Formação Inicial (Resolução CNE/CP 02/2019) e Continuada (Resolução CNE/CP 
01/2020. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento que estabelece 
os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento que todos os estudantes devem 
alcançar na Educação Básica brasileira. Ela foi homologada em 2017 e aplica-se a todas 
as etapas e modalidades da Educação Básica, tanto na rede pública quanto privada. 
Além disso, em 2019, foi publicada a Resolução CNE/CP 02/2019, que instituiu as Bases 
Nacional Comum (BNC) da Formação Inicial dos professores, estabelecendo as 
diretrizes para os cursos de licenciatura epara a formação pedagógica de graduados 
não licenciados. Em conjunto com a Resolução CNE/CP 01/2020, que instituiu as Bases 
Nacional Comum (BNC) da Formação Continuada dos professores, as BNCs têm como 
objetivo garantir uma formação mais consistente e coerente com a BNCC para os 
professores de todo o país. 
As BNCs da Formação Inicial e Continuada dos professores estabelecem, por exemplo, 
as competências e habilidades que devem ser desenvolvidas pelos docentes, as 
metodologias e estratégias pedagógicas que devem ser adotadas e os conhecimentos 
específicos que devem ser aprofundados na formação dos professores. Assim, elas têm 
o papel de orientar e direcionar a formação dos professores de forma mais clara com 
as demandas e necessidades da Educação Básica brasileira. 
Os documentos da BNCC e BNCs da Formação Inicial e Continuada são fundamentais 
para a educação brasileira, pois estabelecem diretrizes e objetivos para a formação de 
professores e, consequentemente, para a qualidade do ensino oferecido aos alunos. A 
implementação desses documentos é um passo crucial para garantir uma educação 
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mais sólida e de qualidade para todos. No entanto, a imposição dessas diretrizes pode 
ferir princípios democráticos, como a autonomia universitária, uma vez que ocorre 
sem diálogo consistente e interessado. Essas imposições ocorrem sem diálogo 
consistente e interessado, o que pode ferir princípios construídos democraticamente, 
como a autonomia universitária instituída pela Constituição Federal de 1988. 
Diante desse contexto, é fundamental que se discuta e reflita sobre as políticas 
públicas voltadas para a formação dos professores. É preciso garantir que a formação 
dos pais tolerantes em consonância com os princípios democráticos, em que a 
autonomia e a liberdade acadêmica sejam valorizadas. Além disso, é necessário que 
sejam oferecidos recursos adequados para a formação e valorização dos professores, 
visando à melhoria da qualidade do ensino em benefício dos estudantes e da 
sociedade. 
A didática é uma disciplina fundamental para a formação do professor, pois ela se 
preocupa em estudar os processos de ensino e aprendizagem e aprimorar a prática 
pedagógica. Dessa forma, é importante que a formação docente contemple o estudo 
da didática de forma prática e aplicada. 
Para isso, é possível adotar alguns modelos práticos que aprenderam para a formação 
do professor em didática, tais como: 
• Observação de aulas: uma forma de aprender a didática é observar as aulas de 
professores, vivenciar e analisar como eles planejam, organizam e aplicam as 
estratégias de ensino; 
• Estudo de casos: os professores podem estudar casos reais e discutir 
estratégias de ensino que poderiam ser aplicadas para resolver esses casos; 
• Simulações de aulas: é possível criar situações de ensino simuladas para que os 
professores possam aplicar na prática as estratégias de ensino aprendidas na 
teoria; 
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• Prática reflexiva: é importante que os professores reflitam sobre suas próprias 
práticas de ensino, avaliando o que funciona bem e que precisa ser melhorado, 
buscando sempre o aprimoramento constante. 
Com esses modelos práticos, os professores podem aprimorar sua prática pedagógica 
e a aplicação dos conceitos da didática, garantindo uma educação mais eficaz e de 
qualidade para os estudantes. 
Não é possível falar sobre a didática e a formação do professor sem mencionado o 
renomado educador Paulo Freire, cujas ideias revolucionaram a educação ao redor do 
mundo. Freire acreditava que a educação é um processo dialógico e que a prática deve 
estar sempre aliada à teoria. Para ele, a didática é fundamental na formação do 
professor, pois é por meio dela que o docente é capaz de articular a teoria com a 
prática, a fim de promover uma educação crítica e transformadora. 
Paulo Freire defendia uma educação libertadora, que possibilitasse ao aluno pensar 
criticamente sobre a realidade em que vive e transformá-la. Para isso, o professor deve 
ser um mediador do conhecimento, que ajuda o aluno a construir seu próprio saber, 
por meio de diálogos e reflexões. E é justamente a didática que possibilita ao professor 
desenvolver as habilidades necessárias para essa mediação, tais como a capacidade de 
planejar, organizar e avaliar as atividades de ensino. 
Além disso, para Paulo Freire, a formação do professor não pode ser vista como um 
processo acabado, mas sim como uma prática permanente de reflexão e 
aperfeiçoamento. O educador acreditava que o professor deveria estar sempre em 
busca de novos conhecimentos e novas práticas, para que pudesse estar sempre 
atualizado e preparado para lidar com as demandas da educação. 
Em suma, a didática e a formação do professor são fundamentais para uma educação 
de qualidade e transformadora. E as ideias de Paulo Freire ainda hoje são referências 
nesse campo, por enfatizarem a importância do diálogo, da reflexão e da prática 
constante na formação docente. Que possamos seguir os passos desse grande 
educador e continuar buscando uma educação cada vez mais libertadora e crítica. 
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1.5 A importância da prática didática nas aulas 
A prática didática é uma questão crucial para o desenvolvimento de aulas eficazes. É 
por meio da prática que os professores têm a oportunidade de testar metodologias e 
estratégias, bem como ajustá-las para atender às necessidades e demandas dos 
alunos. Embora a didática seja um caminho programado pela teoria, não é possível 
usá-la como um manual de orientação passo a passo, pois sua aplicabilidade depende 
das necessidades específicas que surgem no contexto de cada turma e de cada 
indivíduo. 
Um professor eficiente é aquele que se dedica a conhecer, ensinar e alcançar seus 
alunos, elaborando um plano de ensino que leve em consideração a realidade de seus 
alunos. No entanto, algumas escolas ainda adotam práticas tradicionais que limitam o 
uso de novas técnicas e métodos que poderiam ampliar o conhecimento dos alunos. 
Um exemplo disso é a utilização de provas quantitativas como único meio de 
avaliação, o que acaba medindo apenas o conteúdo memorizado pelos estudantes. 
Assim a didática também é importante para que o professor desenvolva habilidades 
como observação, reflexão e análise crítica. Ao observar o desempenho dos alunos em 
sala de aula, o professor pode identificar suas dificuldades e necessidades, e adaptar 
sua abordagem para atender a essas demandas. Além disso, a prática didática estimula 
a criatividade e a inovação, permitindo que o professor descubra novas formas de 
ensinar e de envolver os alunos na aprendizagem. 
Outro benefício da prática didática é que ela ajuda o professor a aprimorar suas 
habilidades de comunicação e relacionamento interpessoal. Ao interagir com os 
alunos, o professor aprende a se comunicar de forma clara e efetiva, a lidar com 
situações desafiadoras e a criar um ambiente de aprendizagem positivo e acolhedor. 
A prática didática também permite que o professor avalie seu próprio desempenho e 
faça ajustes para melhorar sua prática. Ao refletir sobre suas aulas e o desempenho 
dos alunos, o professor pode identificar pontos fortes e fracos em sua abordagem e 
implementar mudanças para garantir melhores resultados no futuro. 
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A didática é uma ferramenta que pode ser utilizada de forma flexível e adaptável às 
necessidades e peculiaridades de cada contexto educacional. Conhecer a didática é 
fundamental para o professor que busca nortear sua prática pedagógica e aprimorar 
suas habilidades, considerando sempre o ensinar/aprender um processo em constante 
mudança. 
Um exemplo prático da importância da prática didática é quando um professor precisa 
adaptar sua abordagem de ensino para atender às necessidades específicas de um 
aluno com dificuldades de aprendizagem. Em vez de seguir um plano de aula pré-
estabelecido, o professor deveajustar sua metodologia de acordo com as 
necessidades e características individuais do aluno, utilizando estratégias diferenciadas 
para garantir sua participação ativa e sua compreensão dos conteúdos. Esse tipo de 
adaptação é essencial para garantir a inclusão e o sucesso de todos os alunos, 
independentemente de suas diferenças e dificuldades. A prática didática também pode 
ser aplicada para testar novas estratégias e metodologias de ensino, avaliando sua 
eficácia e adequação ao contexto e às demandas dos alunos. 
Por fim, investir tempo e esforço na prática didática é fundamental para o sucesso do 
ensino e da aprendizagem. É preciso valorizar a importância da prática didática para o 
desenvolvimento de uma aula de qualidade e buscar sempre aprimorar a abordagem e 
as estratégias de ensino, considerando as necessidades específicas de cada aluno e 
turma. Somente assim será possível garantir uma aprendizagem efetiva e significativa 
para todos os envolvidos no processo educativo. 
A prática didática é crucial para o desenvolvimento de aulas eficazes pois: 
• Através da prática, os professores podem testar metodologias e estratégias 
para atender às necessidades e demandas dos alunos; 
• A didática permite uma adaptação da abordagem para atender demandas 
específicas de cada turma e indivíduo; 
• A prática didática desenvolve habilidades como observação, reflexão e análise 
crítica; 
, 
 
 
19 
 
• Através da observação do desempenho dos alunos em sala de aula, o professor 
pode identificar suas dificuldades e necessidades, e adaptar sua abordagem 
para atender a essas demandas; 
• A prática didática estimula a criatividade e a inovação, permitindo que o 
professor descubra novas formas de ensinar e envolver os alunos na 
aprendizagem; 
• A prática didática ajuda o professor a aprimorar suas habilidades de 
comunicação e relacionamento interpessoal; 
• Ao interagir com os alunos, o professor aprende a se comunicar de forma clara 
e eficaz, a lidar com situações desafiadoras e criar um ambiente de 
aprendizagem positivo e acolhedor; 
• A prática didática permite que o professor avalie seu próprio desempenho e 
faça ajustes para melhorar sua prática; 
• Ao refletir sobre suas aulas e o desempenho dos alunos, o professor pode 
identificar pontos fortes, entender sua abordagem e implementar mudanças 
para garantir melhores resultados no futuro; 
• Conhecer a didática é fundamental para o professor que busca nortear sua 
prática pedagógica e aprimorar suas habilidades, considerando sempre o 
ensinar/aprender um processo em constante mudança; 
• Investir tempo e esforço na prática didática é fundamental para o sucesso do 
ensino e da aprendizagem. 
Conclusão 
Ao final deste bloco, você teve a oportunidade de mergulhar no mundo da didática, 
compreendendo sua introdução, abrangência e conceituação. Discutimos a relação 
entre educação escolar, pedagogia e didática, e exploramos o objeto de estudo da 
didática: o processo de ensino. Além disso, você aprendeu sobre os componentes da 
didática e sua importância na formação do professor. 
, 
 
 
20 
 
É importante ressaltar que todo esse conteúdo é de extrema importância para a 
construção do seu conhecimento pedagógico em sua disciplina de pedagogia. A 
didática é uma ferramenta fundamental para o sucesso do processo educacional, 
confiante para a formação de profissionais mais capacitados e preparados para lidar 
com os desafios da educação. 
Esperamos que este módulo tenha sido entendido e que você tenha adquirido novos 
conhecimentos que possam ser aplicados em sua atuação profissional. Lembre-se 
sempre da importância da didática na formação de bons profissionais da educação. 
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licenciatura) e para a formação continuada. Brasília, DF, 2015. 
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, 
 
 
23 
 
 
2 HISTÓRICO DOS ESTUDOS SOBRE DIDÁTICA 
Apresentação 
Neste bloco, abordaremos aspectos fundamentais sobre a evolução do ensino ao 
longo da história, a formação histórica da didática e como ela se desenvolveu no Brasil. 
Vamos explorar as diferentes formas de ensinar que vivemos ao longo dos tempos. 
Desde as civilizações antigas até os dias de hoje, o ensino passou por diversas 
transformações, e é importante entendermos como ele evoluiu para chegarmos às 
práticas pedagógicas que conhecemos hoje. Ainda iremos analisar a formação histórica 
da didática. Aqui, você terá a oportunidade de entender como a didática se consolidou 
como uma disciplina autônoma e quais foram os principais teóricos que contribuíram 
para sua evolução. 
Discutiremossobre a didática no Brasil. Você irá aprender sobre a história da educação 
brasileira, como a didática se desenvolveu em nosso país e quais foram as principais 
contribuições de teóricos brasileiros para a área. Temos ainda a construção de um 
debate sobre as vivências e práticas didáticas em sala de aula que são cruciais nesse 
processo, permitindo que os professores aprimorem suas habilidades e adaptem suas 
abordagens para atender às necessidades dos alunos. Além disso, essas vivências 
podem promover projetos interdisciplinares e soluções de problemas sociais, bem 
como produzir afetos que tornam uma experiência escolar significativa e prazerosa 
para os alunos. 
Os objetivos deste módulo são: 
• Compreender a evolução do ensino ao longo da história; 
• Entender como se comporta a disciplina da didática; 
• Conheça a história da educação brasileira e a evolução da didática no país. 
Este módulo é fundamental para todos os profissionais que cursam a área da educação 
e desejam compreender a evolução da didática e sua importância no contexto atual. 
, 
 
 
24 
 
Ao final deste módulo, você terá adquirido conhecimentos que poderão ser aplicados 
em sua atuação profissional. Por exemplo, se você for um professor, poderá utilizar os 
conhecimentos adquiridos para compreender como a didática evoluiu ao longo dos 
tempos e como ela pode ser aplicada em diferentes contextos de ensino. 
Além disso, você irá compreender a importância de se atualizar constantemente, 
buscando sempre novos conhecimentos e práticas pedagógicas que possam contribuir 
para a sua formação e para a melhoria da qualidade do ensino. 
Esperamos que você aproveite ao máximo os conteúdos abordados neste módulo e 
participe ativamente das discussões e atividades propostas. 
2.1 Formas de ensinar através dos tempos 
A escola é uma das instituições sociais mais importantes e, ao caminhar pela cidade, é 
possível trabalhá-la facilmente pelos seus prédios. É impressionante pensar que as 
pessoas passam, em média, quinze anos de suas vidas frequentando esse espaço. A 
história da escola e da educação acompanham todos os avanços da evolução humana, 
desde as formas primitivas de educação, mais informais, até o modelo de educação 
ministrado na escola atual. Como observa Machado (2003), a escola é um reflexo da 
sociedade e se transforma de acordo com as demandas e transformações sociais. 
Ao analisarmos a escola do ponto de vista histórico, surgem muitos questionamentos 
sobre a sua atuação e participação. A escola passou por diversas mudanças em sua 
história, desde a Educação Clássica grega, em que a educação era voltada para a 
formação de cidadãos, até a Educação Nova, no início do século XX, que pregou a 
importância do ensino científico e prático. Segundo Cunha (1992), a escola sempre 
esteve em constante mudança, sofrendo influências sociais e políticas. A partir daí, a 
educação e a escola se transformam em uma ferramenta de preparação para o 
mercado de trabalho, o que gera questionamentos sobre o papel da escola na 
formação cidadã para um estudante integral. 
É possível fazer inúmeras questões sobre o ensinar como: 
, 
 
 
25 
 
O ambiente escolar sempre existiu ou foi uma criação recente da sociedade? Como 
educadores, qual é a nossa verdadeira função? Quem tem direito à educação e como 
podemos garantir isso? Quem é o sujeito da educação e qual é o seu papel nesse 
processo? Será que somos formados para atender apenas às demandas do mercado ou 
devemos ter uma visão mais ampla e crítica da educação? Como podemos desenvolver 
habilidades e competências em nossos alunos que os preparam para um mundo em 
constante mudança? Durante a nossa formação, fomos levados a refletir sobre o papel 
da escola e o mundo que nos cerca? Como podemos atuar de forma ativa e 
transformadora na educação? Será que o processo educativo se dá apenas na escola 
ou existem outras formas de aprendizagem? Qual é a relação entre o ambiente escolar 
e a estruturação do pensamento? 
Antigamente, nas comunidades primitivas, a educação era considerada uma tarefa de 
todos e não havia uma instituição responsável por ela. Era um ensino informal que se 
dava na convivência em grupo e no aprender fazendo. A ênfase era nas coisas da vida 
coletiva, preocupadas com a sobrevivência e perpetuação dos padrões culturais. 
Através da educação informal, as comunidades primitivas transmitiram aos seus 
membros o conhecimento necessário para a sua sobrevivência e desenvolvimento, 
além de ajudar na formação da identidade cultural do grupo. O aprendizado se dava de 
forma orgânica e inter-relacionada à vida e ao trabalho, criando uma relação de 
dependência e valorização do conhecimento adquirido. 
Apesar de não existir uma instituição específica para a educação, os membros da 
comunidade eram educados por todos, criando um senso de coletividade e 
responsabilidade compartilhada. Esse modelo de educação serviu como base para as 
instituições educacionais que experimentaram posteriormente e até hoje influenciam 
a forma como pensar sobre o processo de ensino e aprendizagem. 
Desde a Antiguidade até os dias atuais, a escola passou por diversas transformações. 
Na Grécia Antiga, a educação era destinada apenas aos filhos dos nobres e era baseada 
na formação do cidadão ideal, com destaque para a educação física, a música e a 
poesia. Conforme destaca Demerval Saviani (2012), naquela época a escola se 
, 
 
 
26 
 
diferenciava do restante da sociedade por ser o local onde os jovens eram educados e 
formados para serem cidadãos. 
Durante a Idade Média, a educação era centralizada na Igreja Católica, sendo os 
mosteiros os principais locais de transmissão do conhecimento. A escola não era uma 
instituição comum, e a educação era limitada a uma elite privilegiada, principalmente 
homens da nobreza. As mulheres, por outro lado, eram consideradas inferiores e não 
recebiam uma educação formal. A Igreja, por sua vez, não tinha como objetivo 
oferecer uma educação de qualidade para todos, mas sim manter o controle sobre a 
população e propagar a doutrina religiosa. 
Com o desenvolvimento do comércio, a educação começou a se tornar mais necessária 
para a burguesia emergente. Nesse contexto, surgiu a necessidade de uma educação 
mais prática, que atendesse às necessidades da vida cotidiana e dos interesses da 
classe burguesa. Com o aparecimento da instituição escolar, a educação começou a ser 
vista como um meio de disciplinar os trabalhadores e prepará-los para a produção em 
série. 
Segundo Imbernón (2011), a educação na Idade Média era baseada na memorização e 
repetição dos conteúdos, sem levar em conta as necessidades e interesses dos alunos. 
Com o desenvolvimento do capitalismo, no entanto, a educação passou a ter uma 
função mais prática e voltada para a formação do trabalhador. Essa mudança de 
paradigma levou a uma evolução na forma de ensinar, dando mais ênfase na 
participação do aluno e na aplicação prática do conhecimento. 
Durante o Renascimento, comemoraram as primeiras escolas de gramática, que se 
destacaram pela ênfase dada ao estudo da língua latina e da retórica. Já no século XVII, 
com o incentivo das escolas de jesuítas, a educação voltou a ser pautada na moral e na 
religião. Conforme aponta Maria Lúcia de Arruda Aranha (2016), nesse período, a 
escola tinha como principal objetivo formar homens íntegros, conscientes e piedosos. 
A educação, ao longo da história, sempre foi vista como uma forma de controle social, 
e na Idade Média não era diferente. A Igreja Católica tinha o monopólio da educação e, 
por meio dela, conseguia controlar a sociedade. Como afirmou Paulo Freire, “a 
, 
 
 
27 
 
educação não transforma o mundo. A educação muda as pessoas. As pessoas mudam 
o mundo”. Isso quer dizer que a educação é uma ferramenta de transformação social, 
mas também pode ser utilizada como uma forma de manter a ordem e o controle. 
Com o desenvolvimentodo capitalismo, a educação tornou-se ainda mais importante 
para a burguesia. A escola passou a ser vista como uma forma de controle dos 
trabalhadores e de disseminação dos valores da classe dominante. Segundo Louis 
Althusser, a escola é um dos aparelhos ideológicos do Estado, responsável por 
perpetuar as desigualdades sociais. Assim, a escola não é vista como uma instituição 
neutra, mas sim como uma forma de perpetuar a ideologia dominante. 
No entanto, essa posição não é percebida pela maioria da população, que vê a escola 
como uma instituição neutra e igualitária. De fato, a escola tem um papel importante 
na formação dos cidadãos e na transformação da sociedade. Como afirmou Nelson 
Mandela, “a educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o 
mundo”. Mas é preciso reconhecer que a escola pode ser utilizada como uma forma de 
controle social, e que a ideologia dominante pode ser perpetuada por meio dela. 
A história da educação no Brasil também é marcada por essa disputa de ideologias. Os 
jesuítas criaram as primeiras escolas quando chegaram ao Brasil em 1549, com o 
objetivo de formar sacerdotes e catequizar os índios. A Companhia de Jesus era uma 
instituição criada para fortalecer e defender a Igreja Católica, e sua atuação na 
educação era influenciada pela cultura europeia. O Ratio Studiorum, plano de atuação 
dos jesuítas, privilegia uma cultura intelectual idealizada em nome da Igreja, em 
detrimento da emancipação intelectual. 
Portanto, a escola tem um papel fundamental na formação dos cidadãos e na 
transformação da sociedade, mas é preciso reconhecer que ela pode ser utilizada 
como uma forma de controle social. É importante refletir sobre o papel da escola na 
sociedade e estar atento às ideologias que estão sendo disseminadas por meio dela. 
Como afirmou Paulo Freire, “a educação não é uma coisa que se faz com a cabeça 
cheia, mas sim com a cabeça e o coração juntos”. 
, 
 
 
28 
 
No século XVIII, com o advento do Iluminismo, a escola ganha um novo significado, 
sendo vista como um espaço de formação da razão e do conhecimento científico. 
Nesse período, surgem os chamados colégios modernos, que buscavam ensinar ciência 
e filosofia, além das línguas e matemática. Segundo Paulo Freire (1996), a escola 
moderna foi a primeira a pensar na educação como um processo de formação crítica e 
reflexiva. 
Com o desenvolvimento da Revolução Industrial, a escola ganha uma nova função: a 
formação de mão de obra para a indústria. Essa nova escola, segundo Philippe 
Perrenoud (2010), tinha como objetivo preparar os alunos para o trabalho, através do 
ensino de habilidades técnicas e de disciplina. 
Já no século XX, surgem novas correntes pedagógicas, como a Escola Nova e a 
Pedagogia Progressista, que buscavam uma escola mais voltada para as necessidades 
dos alunos. Segundo Cipriano Carlos Luckesi (2011), a Pedagogia Progressista defende 
uma escola democrática e crítica, que leva em conta as condições sociais e culturais 
dos alunos. 
Para compreender a atuação da escola no Brasil, é importante destacar as tendências 
pedagógicas. É importante lembrar que nenhum método pedagógico é neutro, pois 
está enraizado no momento histórico, econômico e político no qual é formulado. 
Nesse sentido, é fundamental refletir sobre como as teorias pedagógicas são aplicadas 
no contexto brasileiro e qual o impacto disso na formação dos indivíduos. 
No século XX, o Brasil passou por diversas transformações sociais, políticas e 
econômicas. Nesse contexto, sentimentos culturais e de integração das minorias, que 
exigem uma nova abordagem da educação. Era necessária uma escola pública, leiga, 
gratuita e obrigatória para atender à demanda da industrialização em curso. Essa nova 
escola teria que ser capaz de formar indivíduos críticos e capazes de lidar com os 
desafios da sociedade moderna. 
No Brasil, a discussão sobre a educação só se intensificou no início do século XX. Esse 
debate teve início com o movimento Escola Nova na década de 20, que surgiu como 
uma crítica à educação tradicional e buscava a universalização do ensino no país. O 
, 
 
 
29 
 
movimento defende uma nova escola, onde o aluno fosse ouvido e participasse 
ativamente do processo de aprendizagem. Além disso, preconizava uma escola que 
formasse um homem novo, capaz de se adaptar às transformações da sociedade. 
Ao longo dos anos, diversas tendências pedagógicas foram se desenvolvendo no Brasil, 
cada uma com suas particularidades e influências históricas. Uma das mais 
importantes foi a pedagogia tecnicista, que surgiu na década de 1960 e teve como 
principal objetivo formar trabalhadores para a indústria em rápido crescimento no 
país. Essa abordagem pedagógica valoriza a eficiência e a produtividade, enfatizando a 
importância da disciplina e da ordem para formar indivíduos capazes de lidar com a 
complexidade do mundo do trabalho. 
Outra tendência importante foi a pedagogia crítica, que surgiu na década de 1970. Essa 
abordagem pedagógica teve como principal objetivo desenvolver a consciência crítica 
dos alunos, tornando-os capazes de compreender e transformar a realidade social. A 
pedagogia crítica valoriza a participação ativa dos alunos no processo de aprendizagem 
e a reflexão sobre a realidade social na qual estão inseridos. 
Maria Montessori, renomada representante da Pedagogia Nova, concluiu que o 
ambiente escolar ideal para crianças é uma casa com um jardim cultivado por elas 
mesmas, onde têm liberdade para aprender e se desenvolvem sem a interferência 
constante de adultos. Para Montessori, o ambiente adulto pode se tornar um 
obstáculo para o desenvolvimento natural da criança. Dessa forma, ao preparar um 
ambiente adequado aos movimentos infantis, ocorre a manifestação psíquica natural 
e, consequentemente, um aprendizado saudável. 
Já para Paulo Freire, grande expoente da educação brasileira, a escola é um espaço 
onde o diálogo entre os indivíduos mediados pelo mundo ao redor pode levar à 
transformação deste mundo. Segundo Freire, “Não devemos chamar o povo à escola 
para receber instruções, postulados, receitas, ameaças, repreensões e punições, mas 
para participar coletivamente da construção de um saber, que vai além do saber de 
pura experiência feita, que leve em conta as suas necessidades e o torne instrumento 
de luta, permitindo-lhe transformar-se em sujeito de sua própria história” (FREIRE, 
, 
 
 
30 
 
1980). Freire considera a escola como um espaço político para uma organização 
popular e para a formação de indivíduos críticos e engajados socialmente. 
A proposta de Montessori e de Freire apresenta pontos em comum, como a ideia de 
um ambiente adequado para a aprendizagem, a busca por um aprendizado que leve 
em conta as necessidades do indivíduo e a visão da escola como um espaço de 
transformação social. No entanto, enquanto Montessori enfatiza a importância do 
ambiente físico e da liberdade para o desenvolvimento natural da criança, Freire 
destaca a importância do trabalho e da participação coletiva para a formação de 
indivíduos críticos e conscientes de sua realidade social. 
Assim, pode-se afirmar que ambas as propostas têm em comum a concepção da escola 
como um espaço de transformação social e que valorizam a autonomia do indivíduo 
em seu processo de aprendizagem. Cada proposta enfatiza, no entanto, aspectos 
específicos do processo educativo, que podem ser complementares na formação de 
indivíduos críticos, conscientes e engajados em sua sociedade. 
Por fim, é importante destacar que a educação no Brasil ainda enfrenta diversos 
desafios, como a falta de investimento, a desigualdade social e a exclusão educacional. 
Na atualidade, a escola enfrenta novos desafios, como a inclusão de alunos com 
necessidades especiais e a necessidade de formação para uma cidadania global. 
Conforme destacam-se Michael Apple e James A. Beane (1997), a escola deve ser um 
espaçode transformação social e de formação de cidadãos críticos e conscientes. 
O primeiro período apresentado é o período colonial, que abrange o período de 1549 a 
1822. Nesse período, a educação era destinada apenas para os filhos da elite e tinha 
como objetivo principal catequizar os índios e formar religiosos para a igreja católica. 
As escolas eram vinculadas à igreja e utilizavam métodos autorizados para a educação. 
O segundo período apresentado é o período imperial, que vai de 1822 a 1889. Nesse 
período, a educação passou a ser vista como uma ferramenta de desenvolvimento do 
país e da formação da nação. Foi criado o ensino secundário, destinado aos filhos da 
elite, e as primeiras escolas normais para a formação de professores. Nesse período, o 
, 
 
 
31 
 
Estado assumiu o controle da educação, porém, o ensino continuou elitizado e 
autoritário. 
O terceiro período apresentado é o período republicano, que vai de 1889 a 1930. 
Nesse período, a educação passou a ser vista como um meio para a formação de 
cidadãos e para o desenvolvimento econômico do país. Foi criado o ensino primário 
obrigatório e a educação passou a ser laica. Surgiram novas escolas técnicas e 
profissionalizantes, e a formação de professores passou a ser mais valorizada. 
O quarto período apresentado é o período de 1930 a 1961. Nesse período, a educação 
foi considerada como um meio para a transformação social e para a democratização 
do país. Foi criado o Ministério da Educação e Cultura e a educação passou a ser 
gratuita e obrigatória até o ensino fundamental. Foi aperfeiçoado o sistema de escola 
única, que tinha como objetivo integrar os diferentes níveis de ensino. 
O quinto e último período apresentado é o período a partir de 1961. Nesse período, a 
educação passou a ser vista como um meio para a construção de uma sociedade. 
Foram criados novos programas educacionais e a educação passou a ser vista como um 
direito de todos. Surgiram novas universidades públicas e a educação se tornou mais 
democrática e inclusiva. 
2.2 Formação histórica da didática 
A didática tem como ideia norteadora a dimensão social e política do ensino 
transformador, baseada em uma visão de homem, educação, sociedade e mundo, que 
foi legado do século XVII para a educação e o ensino. No entanto, principalmente no 
Brasil, essa concepção ainda precisa ser apropriada pelos professores e professoras. O 
ensino em vários níveis é geralmente considerado como uma questão técnica ou 
metodológica, o que difere bastante da didática preconizada por Comênio em sua obra 
"Didática Magna", que está enraizada no ideal protestante de promoção de reformas 
da humanidade. 
No contexto brasileiro, a didática passou por percursos históricos que evidenciam as 
nuances e problemáticas do ensino em várias instituições educativas. Segundo Castro 
, 
 
 
32 
 
(1991), o conceito de didática foi obscurecido pelo conceito de método, que, por sua 
vez, também teria sido obscurecido pelo conceito de técnica. Essa abordagem técnica 
e metodológica tem levado a uma compreensão limitada da didática como uma mera 
ferramenta para o ensino, sem considerar seu papel transformador na sociedade. 
No entanto, é importante ressaltar que a didática não é apenas uma técnica ou 
metodologia, mas sim uma área de estudo que busca compreender as práticas 
educativas, seus fundamentos e objetivos. Ela está relacionada à teoria e à prática do 
ensino, incluindo a reflexão crítica sobre a realidade educacional. Dessa forma, a 
didática se torna essencial para a formação de professores comprometidos com uma 
educação transformadora e socialmente responsável. 
Em resumo, a didática surgiu como uma visão de ensino transformador, baseada em 
uma concepção social e política. No entanto, no contexto brasileiro, sua concepção 
tem sido limitada a uma abordagem técnica e metodológica, o que a distancia de sua 
verdadeira natureza. É importante que os professores e professoras se apropriem da 
didática como uma área de estudo que busca compreender as práticas educativas e 
refletir criticamente sobre a realidade educacional, contribuindo assim para uma 
educação transformadora e socialmente responsável. De acordo com Pimenta, a 
prática do ensino é uma atividade social que envolve diversos aspectos complexos. 
Essa prática é realizada por pessoas em interação com outras pessoas, ou seja, 
professores e estudantes, e é influenciada por diferentes contextos, como 
institucionais, culturais, espaciais, temporais e sociais. Além disso, essa prática 
também transforma os sujeitos envolvidos no processo, em um movimento dialético 
constante. (Pimenta, 2000) 
A apropriação dos fundamentos da didática é essencial para que o ensino seja uma 
prática social transformadora. É responsabilidade do professor e da professora 
compreenderem a didática em sua dimensão social e política, ultrapassando a 
concepção meramente técnica ou metodológica que muitas vezes permeia o ensino 
brasileiro. 
, 
 
 
33 
 
Os estudos sobre a didática, tanto como campo de conhecimento sobre o ensino, 
quanto como disciplina em cursos de formação de professores, permitem a 
investigação e a produção de um saber próprio, denominado por Pimenta (2000) como 
"epistemologia da prática". Nessa perspectiva, é possível reconhecer o professor como 
produtor de saberes e conferir estatuto próprio de conhecimento ao desenvolvimento 
dos saberes docentes. 
A didática, enquanto campo de conhecimento, oferece elementos fundamentais para 
a reflexão e a prática educativa, tornando-se uma ferramenta importante para a 
construção de um ensino crítico e transformador. Assim, a apropriação dos aspectos 
da didática que remetem aos fundamentos que devem amparar todo ensino é 
essencial para que a prática docente. 
A busca pelo conhecimento é essencial para o desenvolvimento do repertório do 
professor e da professora, permitindo que eles se tornem mais críticos e evitem ser 
influenciados por ideologias e práticas instrumentalistas. Nesse sentido, a didática é 
uma importante aliada na produção de novos saberes, promovendo uma relação entre 
teoria e prática. 
Com o acesso ao conhecimento e a habilidade na seleção desse repertório, os 
professores e professoras podem desenvolver a criticidade e evitar a neutralidade ou o 
espontaneísmo em sua prática educacional. A didática surge, assim, como uma 
ferramenta fundamental para a produção de novos saberes, promovendo o diálogo 
entre o conhecimento pessoal e a ação. 
Através do hábito da pesquisa, o professor e a professora têm a oportunidade de 
ampliar sua compreensão do mundo e da sociedade, bem como aprimorar sua prática 
educacional. A didática, como disciplina e campo de conhecimento sobre o ensino, 
possibilita a construção de uma epistemologia da prática docente, reconhecendo o 
professor como produtor de saberes e conferindo estatuto próprio de conhecimento 
ao desenvolvimento desses saberes. 
 
, 
 
 
34 
 
A história da Formação da Didática remonta ao século XVII, quando Comênio publicou 
sua obra "A Didática Magna", que estabeleceu as bases para o ensino transformador. A 
partir daí, outros autores contribuíram para o desenvolvimento da Didática, como 
Rousseau, Pestalozzi, Herbart, Dewey e Paulo Freire, cada um trazendo sua própria 
visão sobre o ensino e a educação. 
No Brasil, os estudos sobre a Didática tiveram início no século XIX, quando a formação 
de professores se tornou uma preocupação do Estado. No entanto, foi somente a 
partir dos anos 1960 que a Didática passou a ser vista como um campo de 
conhecimento autônomo e relevante para a formação de professores. Nessa época, 
surgiram pesquisadores como Dermeval Saviani, que trouxe a concepção marxista para 
a didática, e José Carlos Libâneo, que desenvolveu a abordagem crítica-sociológica. 
A formação da didática se dá em diferentes níveis, desde a formação inicial de 
professores até a formação continuada.Na formação inicial, é importante que os 
futuros professores tenham contato com as diferentes teorias e concepções da 
didática, além de desenvolverem habilidades práticas para a atuação em sala de aula. 
Já na formação continuada, os professores têm a oportunidade de aprofundar seus 
conhecimentos e refletir sobre sua prática, buscando aprimorar sua atuação. 
Um exemplo prático da formação da didática é o desenvolvimento de projetos 
pedagógicos que reflitam os fundamentos da disciplina. Para tanto, é necessário que 
os professores se apropriem dos conceitos e teorias da didática para poderem aplicá-
los de forma coerente e eficaz. Além disso, é importante que as instituições de ensino 
defendam espaços de formação continuada, como cursos, palestras e seminários, que 
possibilitem a atualização dos saberes docentes. 
Outro exemplo prático é a adoção de metodologias ativas de ensino, que envolvem os 
alunos em um processo de construção do conhecimento de forma participativa e 
reflexiva. Nesse sentido, a didática pode contribuir para a formação de professores 
capazes de atuar como mediadores no processo de aprendizagem, promovendo a 
autonomia e a criticidade dos alunos. 
, 
 
 
35 
 
Portanto, a formação da didática é fundamental para o desenvolvimento de uma 
prática pedagógica que esteja comprometida com a transformação social. Outro 
exemplo é a formação de professores para a educação inclusiva, que exige o 
desenvolvimento de competências específicas para o atendimento de alunos com 
necessidades educacionais especiais. Nesse caso, a formação da didática inclui o 
estudo de metodologias e estratégias pedagógicas que favoreçam a inclusão, bem 
como o desenvolvimento de habilidades de adaptação curricular e de trabalho em 
equipe. 
A formação da didática também pode ser aplicada no contexto da educação a 
distância, que exige a utilização de metodologias e tecnologias específicas. Nesse caso, 
os professores precisam desenvolver competências para a mediação pedagógica em 
ambientes virtuais, bem como para o planejamento e desenvolvimento de atividades e 
materiais didáticos adequados. 
Em resumo, a formação da didática é um processo contínuo e complexo, que envolve a 
reflexão sobre a prática pedagógica, o estudo das teorias e concepções da didática, e o 
desenvolvimento de habilidades práticas para a atuação em sala de aula. 
Pesquisadores da educação como Saviani, Libâneo, Pimenta e outros contribuem 
significativamente para o desenvolvimento desse campo de conhecimento, e 
programas de formação inicial e continuada oferecem aos professores oportunidades 
de conhecer e desenvolver as questões didáticas. 
2.3 A didática no Brasil 
A didática no Brasil é uma área de estudos que têm sido objeto de análise e reflexão ao 
longo de décadas. No entanto, seu conceito ainda é obscurecido por conceitos como 
método e técnica, o que afasta sua dimensão social e política. A ressignificação da 
didática no Brasil passa pela apropriação dos fundamentos que devem amparar todo 
ensino, a fim de que o ensino seja, verdadeiramente, a própria prática social. É 
importante que professores e professoras adotem os procedimentos de pesquisa para 
enriquecer seu repertório e desenvolver a criticidade. 
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36 
 
Um dos desafios da didática no Brasil é superar o caráter meramente técnico e 
metodológico do ensino, que se distancia da visão de homem, educação, sociedade e 
mundo proposta pela didática como legado do século XVII. A didática no Brasil tem 
uma história de nuances e problemáticas conceituais, evidenciadas pelos percursos 
históricos das várias instituições educativas do país. É preciso uma reflexão sobre a 
relação entre didática e educação, a fim de compreendermos a dimensão 
transformadora da didática. 
Autores como Paulo Freire, que consideravam a escola como espaço político para a 
organização popular, contribuíram para uma compreensão mais ampla da didática no 
Brasil. Sua visão de ensino como diálogo entre homens mediados pelo mundo ao 
redor, é uma possibilidade para a ressignificação da didática no país. 
A didática no Brasil precisa ressignificar a dimensão social e política do ensino, como 
proposto por Comênio em A Didática Magna, enraizada no ideal protestante de 
promoção de reformas da humanidade. A ressignificação da didática no Brasil passa 
pela produção de um saber próprio, o que Pimenta (2000) denomina de uma 
“epistemologia da prática docente”. Isso significa que o professor e a professora 
devem desenvolver seu repertório por meio da pesquisa e do diálogo entre teoria e 
prática. 
A didática no Brasil tem possibilidades para a sua ressignificação, a partir da 
compreensão de que o ensino deve ser uma prática social e política. Isso implica na 
adoção de uma visão de homem, educação, sociedade e mundo que esteja em 
consonância com a dimensão transformadora da didática. 
Autores como Candau (1983) defenderam uma transição da didática instrumental para 
a didática fundamental, contextualizada e comprometida com as transformações 
sociais e educacionais. No entanto, a disciplina quase desapareceu em um primeiro 
momento, sendo substituída pela filosofia, sociologia e história da educação. Pimenta 
(2018) chamou essa fase de "primeira onda crítica". 
 
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37 
 
Em seguida, a didática passou por um processo de reestruturação, sendo reconhecida 
como um campo de conhecimento essencial para a atividade docente. A valorização 
do compromisso com os resultados do ensino, o protagonismo docente e a 
consideração do contexto, contradições da escola e sociedade foram importantes para 
essa mudança. Pimenta (2018) denominou essa fase de "segunda onda crítica". 
A "terceira onda crítica" questiona os resultados das pesquisas desenvolvidas na 
didática crítica. Pimenta (2018) questiona se essas pesquisas têm propiciado a 
construção de novos saberes e engendrado novas práticas que superem as situações 
de desigualdade social, cultural e humana produzidas na escola. Além disso, ele 
questiona a quem interessa manter essa desigualdade. 
Para ressignificar a didática no Brasil, é importante considerar suas problemáticas 
conceituais e nuances. A didática precisa ser entendida como uma disciplina que 
dialoga com outras áreas do conhecimento, como a sociologia, filosofia e história da 
educação. É necessário reconhecer o papel da didática na formação docente e sua 
importância para a melhoria da qualidade do ensino. 
Exemplos práticos de ressignificação da didática podem ser observados em projetos 
pedagógicos que valorizam a participação ativa do aluno no processo de aprendizagem 
e no desenvolvimento de atividades que considerem a realidade e diversidade cultural 
dos estudantes. Além disso, a criação de espaços de reflexão e debate sobre as 
práticas pedagógicas também pode contribuir para a ressignificação da didática. 
Por fim, é importante destacar a necessidade de se refletir constantemente sobre a 
didática e sua relação com a realidade educacional do país. A didática deve ser vista 
como uma ferramenta para transformação social e não apenas como um conjunto de 
técnicas de ensino. A ressignificação da didática passa pela reflexão crítica e ação 
transformadora. 
Diversas teorias inspiradas com o objetivo de refletir sobre as questões relacionadas à 
didática no Brasil, tais como a Didática Crítica-Intercultural, a Didática Crítica Dialética 
Reafirmada, a Didática Desenvolvimental, a Didática Sensível e a Didática 
Multidimensional. Essas teorias buscam enfatizar a importância da contextualização e 
, 
 
 
38 
 
do compromisso social na prática pedagógica, buscando superar as desigualdades 
educacionais. 
Diante da evolução contínua da didática, a pesquisa tem como objetivo analisar a 
trajetória da disciplina no Brasil. A didática aponta caminhos para a superação das 
desigualdades educacionais por meio da criação de novas práticas pedagógicas, da 
formação adequadados professores e da implementação de políticas educacionais 
efetivas. 
Com a emergência de teorias críticas, a didática passou por um processo de 
transformação em que se reconhece a importância de se considerar as contradições da 
sociedade e da escola, bem como o protagonismo docente na prática educativa. Essa 
evolução pode ser compreendida como uma das fases da trajetória da didática no 
Brasil, o que foi denominado por Pimenta (2018) como a "segunda onda crítica". 
A didática no Brasil tem passado por mudanças significativas nos últimos anos. Uma 
das principais tendências atuais é a adoção de uma abordagem mais centrada no 
aluno, que valoriza a aprendizagem ativa e participativa. Esse modelo de ensino coloca 
o estudante no centro do processo de aprendizado, incentivando-o a desenvolver suas 
próprias habilidades e competências. 
Nesse contexto, a tecnologia tem desempenhado um papel fundamental na promoção 
da aprendizagem ativa. Cada vez mais, as escolas estão utilizando recursos digitais, 
como plataformas de ensino online, jogos educativos e aplicativos interativos, para 
engajar os estudantes e tornar o processo de aprendizado mais dinâmico e envolvente. 
Tópicos sobre a didática no Brasil: 
1. Definição de didática 
• A didática é uma disciplina que se preocupa com a forma como o 
conhecimento é transmitido e aprendido. 
• Ela se concentra no desenvolvimento de estratégias de ensino eficazes e na 
avaliação do processo de aprendizagem. 
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39 
 
2. História da didática no Brasil 
• A didática tem uma longa história no Brasil, remontando aos jesuítas no século 
XVI. 
• Durante os séculos XIX e XX, a didática passou por diversas mudanças e 
reformulações, refletindo mudanças na política educacional do país. 
• A partir dos anos 90, a didática no Brasil começou a ser influenciada por 
correntes pedagógicas internacionais, como a pedagogia crítica. 
3. Papel da didática na formação de professores 
• A didática é uma disciplina fundamental na formação de professores, uma vez 
que fornece ferramentas para a criação de aulas eficazes e engajadoras. 
• Ela também ajuda os professores a avaliar o processo de aprendizagem de seus 
alunos e a adaptar sua metodologia de ensino em resposta a esse processo. 
4. Desafios enfrentados pela didática no Brasil 
• A didática no Brasil enfrenta diversos desafios, incluindo a falta de recursos e 
treinamento para professores. 
• Além disso, há uma necessidade crescente de incorporar tecnologia e 
metodologias inovadoras no processo de ensino-aprendizagem. 
5. Tendências atuais na didática no Brasil 
• Tendências atuais na didática no Brasil incluem uma maior ênfase na 
aprendizagem ativa. 
2.4 Didática no Brasil atual uso de metodologias ativas 
No Brasil, uma discussão sobre a importância da didática vem ganhando cada vez mais 
espaço, especialmente com a crescente adoção de metodologias ativas de ensino, que 
mantêm o aluno como protagonista do processo educacional. Neste contexto, é 
importante compreender a importância da didática no contexto educacional brasileiro 
, 
 
 
40 
 
atual e como as metodologias ativas podem ser aplicadas para tornar o ensino mais 
efetivo e engajador. Neste conteúdo, abordaremos as principais questões relacionadas 
à didática no Brasil atual e ao uso de metodologias ativas, apresentando exemplos de 
boas práticas e discutindo os desafios e oportunidades desse modelo de ensino. 
Outra tendência importante na didática no Brasil é o uso de metodologias ativas, que 
estimulam a participação ativa dos alunos nas atividades de sala de aula. Essas 
metodologias, que incluem o ensino por projetos, a sala de aula invertida e a 
aprendizagem baseada em problemas, são mais flexíveis e adaptáveis às necessidades 
individuais de cada estudante, permitindo uma aprendizagem mais personalizada e 
significativa. 
Por fim, a valorização da interdisciplinaridade também é uma tendência atual na 
didática no Brasil. Cada vez mais, as escolas estão buscando integrar diferentes áreas 
do conhecimento em seus currículos, incentivando os alunos a pensar de forma mais 
ampla e criativa. Isso pode ser feito, por exemplo, por meio da realização de projetos 
que envolvam diferentes disciplinas, ou da realização de atividades que promovam a 
reflexão sobre questões sociais e ambientais. 
Nos últimos anos, o campo da educação no Brasil tem passado por mudanças 
significativas, e uma das tendências atuais na didática é a ênfase na aprendizagem 
ativa. Isso significa que os alunos não são apenas receptores passivos de informações, 
mas também são incentivados a participar ativamente de seu próprio processo de 
aprendizagem. 
Caro cursista, é de extrema importância que você entenda a compreensão do uso de 
exemplos práticos ao trabalhar com metodologias ativas em sala de aula. A 
metodologia ativa busca extrair o potencial do aluno, despertando curiosidade e 
motivando-o a descobrir novos conceitos, teorias e perspectivas próprias e diferentes 
dos ensinados pelo professor. 
Nesse modelo de ensino, o professor assume o papel de mediador, permitindo que o 
aluno seja o protagonista do processo de aprendizagem. Ele deixa de ser a única fonte 
de informação e incentiva o aluno a pesquisar, pensar criticamente e desenvolver suas 
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41 
 
próprias análises sobre o tema. Com isso, o objetivo do aprender é facilmente 
alcançado de forma exigente e com maior propriedade. 
Em muitas escolas, essa abordagem é aplicada por meio de metodologias ativas, como 
o ensino baseado em projetos, em que os alunos são desafiados a desenvolver um 
projeto prático em grupo, e o ensino por investigação, em que eles são estimulados a 
investigar um problema e buscar soluções para ele. 
Os princípios que constituem as metodologias ativas incluem: 
• A centralidade do estudante no processo de ensino e aprendizagem; 
• A autonomia do estudante a reflexão; 
• A problematização da realidade; 
• O trabalho em equipe; 
• A inovação (por meio das TIC - tecnologias da informação e comunicação); 
• O papel do professor como mediador e facilitador. 
As metodologias ativas são uma abordagem de ensino que tem ganhado cada vez mais 
espaço nas salas de aula. Isso porque elas são capazes de transformar a experiência de 
aprendizagem dos estudantes, tornando-a mais significativa e envolvente. Com essa 
abordagem, os estudantes são incentivados a se tornarem mais autônomos e 
participativos em seu próprio processo de aprendizagem, desenvolvendo habilidades 
importantes, como o pensamento crítico e a resolução de problemas. 
Outra vantagem das metodologias ativas é que elas permitem que os alunos sejam os 
protagonistas do processo de aprendizagem, enquanto o professor assume um papel 
mais de orientador. Isso significa que os estudantes são incentivados a tomar 
iniciativas, a debaterem suas ideias, a trabalharem em equipe e se tornarem mais 
responsáveis pela construção do seu conhecimento. 
Um exemplo prático de como essa tendência é aplicada em uma escola de ensino 
fundamental é o uso de jogos educativos em sala de aula. Em vez de apenas transmitir 
, 
 
 
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conhecimento de maneira passiva, os professores criam jogos interativos que 
envolvem os alunos em atividades divertidas e desafiadoras. Isso torna a 
aprendizagem mais envolvente e aumenta a motivação dos alunos para aprender. 
Além disso, a aprendizagem ativa também envolve uma abordagem mais 
personalizada para a educação. Isso significa que os professores precisam estar 
atentos às necessidades individuais de cada estudante e criar um ambiente de 
aprendizagem que seja adaptado às suas necessidades específicas. 
Outra tendência importante na didática no Brasil é o uso de tecnologia educacional. As 
escolas estão cada vez mais integrando a tecnologia em suas aulas, utilizando 
ferramentas como plataformas de aprendizagem online, jogos educacionais digitais e 
recursos multimídia para enriquecer

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