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INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO 
METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
METODOLOGIA 
DO 
TRABALHO 
CIENTÍFICO 
http://www.ineead.com.br/
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO 
METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO 
2 
WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
APRESENTAÇÃO ............................................................................................. 3 
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 4 
2. A CIÊNCIA .................................................................................................... 7 
3. METODOLOGIA CIENTÍFICA ..................................................................... 11 
4. O MÉTODO E A PESQUISA ....................................................................... 26 
5. O USO DAS TIC NA PESQUISA CIENTÍFICA ................................... 49 
6. O PLÁGIO E COMO EVITÁ-LO .................................................................. 76 
7. DICAS PARA A ELABORAÇÃO DO TRABALHO. ............................ 85 
8. REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS .............................. 86 
http://www.institutoine.com.br/
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO 
METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO 
3 
WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
Caro aluno(a), 
 
Visando oferecer suporte para a elaboração do seu Trabalho de 
Conclusão de Curso (TCC), exigido pela Instituição, para a conclusão do seu 
curso de Pós-graduação Lato sensu, elaboramos esta obra, contemplando a 
disciplina Metodologia Científica, haja vista, ser este um tema de grande 
preocupação, por parte dos nossos alunos, na finalização do seu curso. 
Trata-se de uma disciplina constante da grade curricular de todos os 
cursos de Especialização do Instituto INE , tendo como objetivo a orientação da 
pesquisa e elaboração do seu TCC (Artigo Científico). 
Dentro da temática abordada alguns conceitos de trabalhos científicos, 
aqui apresentados, têm como objetivo atender às necessidades do entendimento 
e da produção cientifica sobre o trabalho que você deve elaborar. 
Desejamos que você produza o seu trabalho de pesquisa que resultará 
no seu Artigo Científico (TCC) de acordo com as orientações contidas neste 
documento. 
O Instituto INE espera ainda, tornar a sua vida mais tranquila com relação 
à pesquisa científica. Dessa forma, você poderá dedicar-se com tempo e atitude 
assertiva àquilo que lhe é mais importante: sua formação pessoal e intelectual 
de forma crítica e prazerosa. 
 
 
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA INE 
http://www.institutoine.com.br/
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO 
METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO 
4 
WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
 
A disciplina Metodologia Científica introduzida em sua grade curricular de 
estudos, faz-se necessária, no intuito de atender às exigências legais do MEC, 
para elaboração de um Trabalho de Conclusão de Curso de cunho Científico 
para a conclusão de cursos de Pós-graduação Lato sensu. 
Em sendo, o objetivo dessa disciplina é, portanto, oportunizar a você, 
aluno do Instituto IBE/FACEL, o desenvolvimento de uma atitude científica 
desejosa e inerente ao processo de construção do conhecimento e do fazer 
científico e a instrumentalização teórico-metodológica da pesquisa, visando a 
sua introdução na prática dos cursos de Especialização, através da pesquisa 
científica. 
Com este intuito, não pretendemos esgotar o tema acerca da Metodologia 
Científica e sim, oferecermos subsídios para que você consiga elaborar seu 
trabalho, da melhor forma possível. Para tanto, selecionamos algumas questões 
que consideramos relevantes para esse fim e organizamos uma sequência de 
informações úteis para a confecção do seu Trabalho de Conclusão de Curso 
(TCC). 
Objetivando concretizar essa proposta, nos valemos de um precioso 
elenco de autores da área com vasto material bibliográfico relativo ao tema. As 
normas e técnicas contidas nessa obra, baseiam-se nas mais recentes normas 
e padrões da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)1 e em 
bibliografias de especialistas na área de Metodologia Científica2. 
Inicialmente, trataremos do conceito de Ciência na contemporaneidade e 
a sua flexibilidade em relação a alguns aspectos antes considerados 
indesejáveis, em função do excesso pragmático e do isolamento disciplinar e, 
nesse sentido, faremos uma pequena incursão pelo universo científico, posto 
que, fazer ciência, é buscar soluções para problemas da sociedade, colocando- 
se a serviço da humanidade. 
 
1
Associação Brasileira de Normas Técnicas, cujas normas também estão nas referências. 
2 
Vide referências. 
http://www.institutoine.com.br/
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METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO 
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Nesse sentido, Demo (2001) afirma que a pesquisa deve ser a razão da 
existência da academia e que, nessa perspectiva, formamos estudantes 
cidadãos e não somente técnicos que “encontram na competência 
reconstrutiva de conhecimento seu perfil decisivo” tendo dois desafios, que 
são: “fazer o conhecimento progredir, mas, mormente, de o humanizar”. (p. 02). 
E é nessa linha traçada por Demo (2001) que confeccionamos este material, 
partindo da busca pela construção do conceito de Ciência, bem como, das 
atitudes científicas para fazê-la, sob o olhar de Lakatos e Marconi (2009) 
quando afirmam que “a ciência não é o único caminho de acesso ao 
conhecimento e à verdade” (p. 23), corroboradas pela afirmação de Sagan 
(1996, p. 12) quando esse diz que: “a Ciência está longe de ser um instrumento 
perfeito de conhecimento. É apenas o melhor que temos" (Grifo da autora). 
Em seguida, faremos uma análise acerca do conceito de Metodologia 
Científica e sua aplicabilidade acadêmica, bem como, o que vem a ser o 
Conhecimento e seus variados tipos, ressaltando o Conhecimento Científico, 
posto ser este o conhecimento que deverá ser utilizado, para a produção e 
pesquisa acadêmica, que você irá empreender neste curso. 
Na sequência relataremos os métodos científicos existentes e que devem 
ser utilizados para se fazer ciência; a pesquisa e seus conceitos; os tipos de 
pesquisas e como utilizá-las, dando ênfase à pesquisa bibliográfica por 
entendermos ser esta a mais aplicável em uma pós-graduação desse tipo devido 
à escassez de tempo e de condições didáticas e metodológicas para se realizar 
outros tipos de pesquisas. 
Dessa forma, o que se pretende é identificar a coerência do 
questionamento crítico e criativo. Trata-se de conjugar crítica e autocrítica dentro 
do princípio metodológico, isto é, o questionamento sistematizado apresenta a 
discussão como critério principal da cientificidade, pois, segundo Habermas, uma 
“verdade é uma pretensão de validade” (apud DEMO, 1996, p. 
22) e, sendo assim, “a história das ciências revela não um a priori, mas o que foi 
produzido em determinado momento histórico com toda a relatividade do 
processo de conhecimento” (MINAYO, 1994, p. 12). 
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METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO 
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Falaremos ainda, sobre os métodos de pesquisa e os variados trabalhos 
científicos, dando ênfase ao Artigo Científico, por ser este a exigência da 
instituição para o seu TCC. 
Ao final elencamos várias orientações metodológicas no que tange a 
utilização da informática e da Internet na pesquisa cientifica, bem como, 
abordaremos a questão plágio e como evitá-lo. 
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2. A CIÊNCIA 
 
 
Falar da Ciência não é fácil. A questão mais difícil de ser respondida é a 
que se relaciona com a sua definição. Porém, tentaremos defini-la, sob a tutela 
de diversos autores e cientistas. Partindo de Freire-Maia (1998), o mesmo afirma 
que raramente os filósofos da ciência se propõem a definir ciência, relacionando 
três motivos para essa recusa, a saber: 
 
• o primeiro reside no fato de toda definição ser 
incompleta (sempre há algo que foi excluído ou algo 
que poderia ter sido incluído); 
• o segundo, na própria complexidade do tema; 
• e o terceiro, justamente na falta de acordo entre as 
definições (FREIRE-MAIA, 1998, p. 24). 
 
 
 
Diante desse impasse, o autor sugere colocar "de lado" as 
fundamentações epistemológicas procedendo a uma "tosca" definição de ciência 
que privilegiaria um "conjunto de descrições, interpretações, teorias, leis, 
modelos etc., visando ao conhecimento de uma parcela da realidade", através 
de uma "metodologia especial", a saber: a metodologia científica (p. 24). 
Dentre os analistas do tema, Merton (1979) relata a quase unanimidade 
acerca da ideia de que a ciência "é um vocábulo enganosamente amplo, que 
designa grande diversidade de coisas diversas, embora relacionadas entre si" 
(p. 38). Não obstante, Roqueplo (1979) afirma que, "falar do significado da 
ciência levanta imediatamente numerosas questões, umas relativas à palavra 
ciência e outras relativas à palavra significado" (p. 140). 
Já há outros autores, como Morais (1988), que definem a ciência como 
sendo "mais do que uma instituição, é uma atividade. Podemos mesmo dizer que 
a 'ciência' é um conceito abstrato." E continua dizendo que o que se conhece 
"concretamente" são os cientistas e o resultado de seus trabalhos. "O 
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cientista contemporâneo sabe bem que nada há de definitivo e indiscutível que 
tenha sido assentado por homens" (p. 24). 
A ciência é extremamente abrangente e complexa não se reduzindo, 
somente, a experimentos. O experimento científico é fundamental para o 
desenvolvimento das ciências da natureza, especialmente através de seus 
desdobramentos disciplinares nas últimas décadas do século XX. Porém, as 
chamadas ciências humanas e sociais não partilham desse mesmo cientificismo, 
pois, anterior à práxis científica estão a idéia, o pensamento, a filosofia da ciência 
e o "conhecimento do conhecimento", que trazem à tona as discussões em torno 
dos paradigmas, da moral, da epistemologia, da ética, da política, enfim, 
características relacionadas e inter-relacionadas ao desenvolvimento do 
conhecimento e da pesquisa. 
Dentro da temática relativa à pesquisa científica, Whitehead (1946) lembra 
que a filosofia é a mais "eficaz pesquisa intelectual", afirmando que ela é a 
responsável pela construção de "catedrais antes que os trabalhadores tenham 
removido uma pedra, e as destrói antes que os elementos tenham esboroado as 
suas arcadas", posto que, existe sempre um pensamento que precede a prática. 
Esse processo não é necessariamente imediato, pois, conforme o mesmo autor, 
a "filosofia trabalha devagar. Os pensamentos dormem longo tempo; quase 
imediatamente depois a humanidade sente que se incorporou a si mesma em 
instituições" (WHITEHEAD, 1946, p. 7-8). 
Não obstante, Chauí (1996), tenta, pelo determinismo, descrever por 
completo os "fenômenos naturais e humanos, oferecendo a definição dos seres 
e as leis necessárias de suas relações" e afirma que “a ciência opera com o 
provável, isto é, com o possível submetido a cálculos" (p. 22). 
Nessa mesma linha, Chrétien (1994) destaca a necessidade que a 
sociedade tem, de acreditar e criar mitos para entender e relacionar-se no 
cotidiano, isto porque, para "fundamentar sua identidade e justificar suas 
prescrições, valores e relações entre seus membros" (p. 13). 
Nesse sentido, o mito pode ser entendido e aceito, como necessidade, 
para a construção no imaginário popular daquilo que não se pode ter e, em 
sendo, Chrétien (1994) ressalta que: 
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o mito geralmente põe em cena deuses e heróis, 
demiurgos das origens, que lançam as bases da nova 
ordem. Ele retraça sua epopéia lendária que fixa, no 
imaginário coletivo, os signos e modelos que postulam os 
procedimentos comuns de significado e comunicação. 
(CHRÉTIEN, 1994, p. 13). 
 
 
Ora, se assim, de acordo com o autor, o mito pode determinar os "ritos, 
as regras do jogo social e os paradigmas sobre os quais se modulam os 
comportamentos" (CHRÉTIEN, 1994, p.13), a partir da crise da razão, do século 
XX, Chauí (1996) afirma que "os humanos reencontraram um meio para repor 
aquilo que a teoria havia substituído ao nascer: os mitos, os fundamentalismos 
religiosos. Mitologias e religiões ocupam hoje o lugar vazio deixado pela razão" 
(p.22). 
Nesse ínterim, se a ciência resolve modificar esse sistema tentando, de 
certa forma, assumir seu lugar no imaginário coletivo, pois os "deuses e 
taumaturgos não mais fazem sucesso na era das ciências e técnicas", 
provavelmente, ocorrerão brechas e a "sociedade não pode funcionar se nela 
ficam vagos os lugares do poder simbólico" (CHRÉTIEN, 1994, p. 13), 
pensamento corroborado por Morin (1999a), quando este demonstra seu 
pensamento acerca do mito no século XX. Ele relata que, este, 
 
tomou a forma da Razão, a ideologia camuflou-se de 
ciência, a Salvação tomou forma política garantindo-se 
certificada pelas Leis da História." Além do mais, é nesse 
século que o "[...] messianismo e niilismo se combatem, 
entrechocam-se e produzem-se um ao outro, a crise de um 
operando a ressurreição do outro. (MORIN, 1999a, p. 15- 
16). 
 
 
 
No século XXI, vemos uma tentativa de restauração a partir do próprio 
pensamento, ao que se chamou de revoluções científicas que, para Morin 
(2002), foram as responsáveis pela preparação da "reforma do pensamento". E 
destaca duas: a primeira está relacionada à física quântica, que, trouxe o 
"esboroamento de toda idéia de que haveria uma unidade simples na base do 
universo", pôs em dúvida o sentido dogmático em torno do determinismo, 
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introduzindo o conceito de incerteza no meio científico. A segunda revolução está 
relacionada ao princípio não reducionista para o pensamento científico que de 
acordo com o mesmo autor, “há uma ressurreição das entidades globais, como 
o cosmo, a natureza, o homem". (MORIN, 2002, p. 89-90). 
E é nessa perspectiva da ciência revolucionária que, Lakatos e Marconi 
(2009), a definem por “um conjunto de conhecimentos racionais, certos ou 
prováveis, obtidos metodicamente, sistematizados e verificáveis, que fazem 
referência a objetos de uma mesma natureza” (p. 77). Junior (1988) a conceitua 
como “um conjunto de proposições (teorias) coerentes, sem contradições 
internas, com encadeamento racional, despida de valorações e subjetividade” (p. 
23). Para Dencker (1998) a ciência “caracteriza-se como uma forma especial de 
conhecimento da realidade empírica” e mais a frente afirmam ser “um 
conhecimento racional. Metódico, sistemático, capaz de ser submetido à 
verificação e que passa por um processo de reflexão” (p. 65). 
Diante do exposto, caracterizaremos a ciência de acordo com sua 
finalidade: distinguir características, leis e princípios comuns que controlam os 
eventos; sua função: aperfeiçoar e ampliar a relação do homem com a realidade 
através doconhecimento e; seu objeto formal: olhar das diversas ciências sobre 
um mesmo objeto material: aquilo que se pretende conhecer. 
E para construir esse conhecimento, vamos à a Metodologia Científica. 
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3. METODOLOGIA CIENTÍFICA 
 
 
Para se fazer Ciência e construir o conhecimento, é preciso Método. Para 
se aplicar o Método, desenvolveu-se a Metodologia Científica que: é o estudo 
sistemático e lógico dos métodos empregados nas ciências e sua relação com as 
teorias científicas. Em geral, o método científico compreende um conjunto de 
dados iniciais e um sistema de operações ordenadas adequado para a formulação 
de conclusões, de acordo com certos objetivos predeterminados. Ou seja, é um 
conjunto de regras básicas que a Ciência (em todas as suas formas) desenvolve, 
à fim de coletar evidências, passíveis de observação e empíricas, de forma 
racional e lógica, objetivando a obtençaõ, organização, sistematização, correção 
e produção do conhecimento. 
Essa produção do conhecimento é marcada pela busca de evidências que 
comprovem hipóteses formuladas, como enfrentamento da complexidade do 
mundo real, visando detectar-lhe as estruturas invisíveis através dos métodos. A 
Ciência somente progride com os métodos, posto que, por eles, ela encontra os 
próprios erros, que não são descobertos ao acaso, mas por meio da busca 
sistemática de melhores explicações para os fenômenos naturais e sociais. 
Não obstante, embora os procedimentos variem de uma área da ciência 
para outra, é possível determinar certos elementos que diferenciam o método 
científico de outros métodos. Como? De inicio, os pesquisadores propõem 
hipóteses para explicar certos fenômenos e então, desenvolvem pesquisas e 
experimentos que confirmam ou refutam essas hipóteses. Se confirmadas, as 
hipóteses podem gerar teorias. 
Nesse interim, o cientista precisa ser imparcial na interpretação dos 
resultados, pois, o processo precisa ser objetivo. Além disso, o procedimento 
precisa ser documentado, tanto no que diz respeito aos dados como aos 
procedimentos, para que outros cientistas possam analisar e reproduzir o 
procedimento. Esta documentação deve obedecer a uma série de padrões para 
ser aceito pela comunidade científica. Esses padrões constam nas Normas 
Brasileiras (NBR) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). 
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3.1-Objetivos da Metodologia Científica 
 
 
A Ciência tem como principio tornar o homem mais próximo dos 
fenômenos naturais e humanos através da compreensão e do domínio dos 
mecanismos que regem tais fenômenos. Essa aproximação não exige 
formulações prévias de nenhum tipo, pois os estímulos externos chegam ao 
homem por meio dos sentidos e o acúmulo de experiências sensoriais e 
intelectuais já permite um certo grau de conhecimento empírico em cada homem. 
Não obstante, a assimilação desordenada de percepções pode gerar lapsos de 
interpretação e captação errada ou insuficiente das informações recebidas. 
Por conta disso, a Ciência estabelece regras que auxiliam na classificação, 
registro e interpretação dos dados percebidos, o que permite e garante 
temporalmente, a economia de tempo e um sistema de transmissão do 
saber entre as gerações, de forma racional. 
Nesse sentido, o emprego da Metodologia Científica objetiva, pois, 
solucionar as questões relativas à classificação de dados, orientando as 
pesquisas futuras e facilitando o treinamento de Especialistas. 
Não há como negar que, toda metodologia se impregna de uma filosofia 
própria incutida nas conclusões a que conduz. Porém, a Histórica demonstra que 
a rigidez nos postulados metodológicos, limita, mais do que favorece, o 
desenvolvimento de novas idéias e descobertas. Por essa razão, as últimas 
tendências metodológicas observam como princípios fundamentais a 
flexibilidade e o espírito aberto à evolução do pensamento humano. 
Mas, para entender esse caminho histórico, devemos fazer uma pequena 
viagem às origens do Método científico. Para tanto, vamos à Grécia clássica, 
com o nascimento da dialética, que se apresentava como método de pesquisa e 
busca da verdade por meio da formulação adequada de perguntas e respostas. 
Nessa perspectiva dialética, a primeira pergunta está relacionada à 
definição do tema ou do diálogo. Obtida essa resposta, faz-se a segunda 
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pergunta com base no conteúdo da primeira resposta e assim por diante, até 
chegar à (esperada) verdade. 
Podemos dizer, então que, a dialética foi uma precursora da lógica. Nesse 
caminho da Antiguidade Clássica até a Contemporaneidade, 
podemos perceber que os métodos gregos não sofreram grandes modificações 
no Ocidente até o século XVII, quando o saber científico acumulado exigiu uma 
revisão da metodologia. Estamos falando do Renascimento e de suas idéias 
humanísticas, que compreendiam o homem como ser criador e investigador do 
cosmo. Daí, a necessidade de um novo método. Eis que surge o método 
hipotético-dedutivo utilizado pela primeira vez, por Galileu que estabeleceu um 
novo método para a ciência natural, combinando o uso da linguagem matemática 
na construção das teorias com o recurso aos experimentos que permitem 
comprovar empiricamente as hipóteses científicas. 
Contemporaneamente a Galileu, Francis Bacon defendeu o método 
indutivo na ciência experimental, afirmando que as leis gerais que regem os 
fenômenos particulares podem ser estabelecidas a partir da observação e 
repetição das regularidades dos fenômenos particulares, ou seja, é possível 
estudar um grupo através do estudo de alguns indivíduos desse grupo enão o 
todo. Esse é o princípio das pesquisas como as do IBOPE. 
Essa estrutura metodológica da ciência moderna, baseada na 
comprovação dos fenômenos, por meio de leis de inspiração matemática, 
imutáveis no tempo, sofreu um forte baque com as doutrinas evolucionistas do 
século XIX e das teorias relativista e quântica, no início do século passado. Posto 
que, de acordo com essas interpretações, toda a ciência está condicionada pela 
realidade que a envolve e o tempo/espaço constituem entidades inter- 
relacionadas, porém, variáveis em função do meio. 
Mas, se a Ciência refere-se a qualquer conhecimento, seria certo dizer 
que tudo é Ciência? Etimologicamente, ciência vem do verbo “saber”. Já no 
sentido estrito, ela se opõe a opinião, a superstição. Simplesmente quer dizer 
que ela explica algo através da observação. 
Em sendo, a distinção entre matérias científicas e não-científicas foi 
tratada no século XX, entre outros, pelo filósofo Karl Popper, que estabeleceu a 
noção de falsificabilidade como critério dedutivo de validação das teorias 
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científicas. Segundo esse princípio, o pesquisador busca descobrir uma exceção 
ao postulado que deseja demonstrar. A ausência de evidência que contrarie o 
postulado converte-se em prova de sua validade. De acordo com Popper, 
disciplinas como a astrologia, a metafísica, o materialismo histórico e a 
psicanálise não são ciências do ponto de vista empírico, já que não podem ser 
submetidas ao princípio da falsificabilidade na construção do conhecimento. 
Mais adiante aprofundaremos nos conceitos de conhecimento, mas 
vamos entender rapidamente a diferença entre conhecimento popular e 
conhecimento científico. O conhecimento popular também denominado de 
senso comumse diferencia do conhecimento científico não pela veracidade ou 
natureza do objeto conhecido, mas pela forma, pelo modo, pelo método e pelos 
instrumentos para chegar ao conhecimento. 
Marconi e Lakatos (2004) nos oferecem um exemplo bem prático: saber 
que uma determinada planta precisa de uma quantidade “X” de água e que se 
não a receber de forma natural, deve ser irrigada, pode ser um conhecimento 
verdadeiro e comprovável, mas, nem por isso, científico. Para que esse 
conhecimento ocorra é necessário ir além: conhecer a natureza dos vegetais, 
sua composição, seu ciclo de desenvolvimento e as particularidades que 
distinguem uma espécie da outra. 
Esse exemplo nos leva a crer que: 
1 – A ciência não é o único caminho de acesso ao conhecimento e à verdade; 
 
2 – Um objeto ou fenômeno como uma planta ou uma comunidade ou ainda as 
relações entre chefes e subordinados pode ser matéria de observação tanto para 
o cientista quanto para o homem comum. O que diferencia é a forma de 
observação e análise, bem como, os métodos utilizados. 
De modo geral, o método dedutivo parte-se do geral para chegar ao 
particular. O método indutivo, ao contrário, constrói modelos e leis a partir de 
casos particulares, pelo uso de mecanismos lógicos de generalização. 
O método analítico decompõe o objeto para formular problemas mais 
simples, ou seja, parte do complexo e mais geral para chegar ao simples e 
particular. O método sintético já é oposto a esse: reúne aspectos particulares 
indo do simples ao complexo. 
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Outros métodos são: a definição rigorosa do objeto de estudo; os sistemas 
de classificação, com divisões e subdivisões; os instrumentos de medida e os 
sistemas de unidades; a variabilidade das condições que interferem sobre os 
fenômenos estudados na construção do conhecimento científico. Porém, como 
já dissemos, existem variados tipos de conhecimento. 
 
3.2-Os Tipos de Conhecimento 
 
Existem ainda outros dois tipos de conhecimento, além do científico e do 
popular ou empírico, que são o conhecimento filosófico e religioso. Todos eles 
explicados em detalhes na maioria dos livros que tem como objetivo discorrer 
sobre a Metodologia Científica (Marconi e Lakatos; Cervo, Bervian e Silva; Mattar 
e outros) utilizados como referência para esta apostila. 
Antes de explicarmos cada um deles, o quadro abaixo sistematiza as suas 
características. 
 
 
Conhecimento 
Popular 
Conhecimento 
Científico 
Conhecimento 
Filosófico 
Conhecimento 
Religioso 
(Teológico) 
Valorativo 
Reflexivo 
Assistemático 
Verificável 
Falível 
Inexato 
Real (factual) 
Contingente 
Sistemático 
Verificável 
Falível 
Aproximadamente 
 exato 
Valorativo 
Racional 
Sistemático 
Não verificável 
Infalível 
Exato 
Valorativo 
Inspiracional 
Sistemático 
Não verificável 
Infalível 
Exato 
 
Fonte: Trujillo (1974) 
 
O conhecimento popular3 ou empírico é aquele adquirido pela própria 
pessoa na sua relação com o meio ambiente ou com o meio social, obtido por 
meio de interação contínua na forma de ensaios e tentativas que resultam em 
erros e em acertos. Do ponto de vista da utilização de métodos e técnicas 
científicas, esse tipo de conhecimento - mesmo quando consolidado como 
convicção, como cultura ou como tradição - é ametódico e assistemático. 
 
 
 
3 
Cervo, Bervian e Silva (2007) ressaltam que ele é erroneamente chamado de vulgar ou senso comum. 
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Para empiristas como Locke, Hume, Condillac e outros, esse 
conhecimento é advindo da experiência e suficiente para se conhecer a verdade 
dos fatos. Ele pode ser popular, filosófico ou religioso (SOUZA; FIALHO; OTANI, 
2007). 
A pessoa comum, que não precisa operacionalizar métodos e técnicas 
científicas para a construção de seu conhecimento, tem, entretanto, 
conhecimento do mundo material exterior em que se acha inserida e de um certo 
número de pessoas, seus semelhantes, com as quais convive. Vê essas pessoas 
no momento presente, lembra-se delas, prevê o que poderão fazer e ser no 
futuro. Tem consciência de si mesma, de suas ideias, tendências e sentimentos. 
Cada qual se serve da experiência do outro ora ensinando, ora aprendendo, em 
um intenso processo de interação humana e social. Pela vivência coletiva, os 
conhecimentos são transmitidos de uma pessoa a outra e de uma geração a 
outra. 
Pelo conhecimento empírico, a pessoa percebe entes, objetos, fatos e 
fenômenos e sua ordem aparente, tem explicações concernentes à razão de ser 
das coisas e das pessoas. Esse conhecimento é constituído de interações, de 
experiências vivenciadas pela pessoa em seu cotidiano e de investigações 
pessoais feitas ao sabor das circunstâncias da vida; é sorvido dos outros e das 
tradições da coletividade ou, ainda, tirado de uma religião positiva (CERVO; 
BERVIAN; SILVA, 2007). 
Mattar (2008) ressalta que o conhecimento popular não tem a 
característica da confiabilidade que marca o conhecimento científico, já que não 
segue uma metodologia científica, além de não ter seus resultados divulgados 
nem sobmetidos a julgamento. 
O conhecimento filosófico distingue-se do conhecimento científico pelo 
objeto de investigação e pelo método. O objeto das ciências são os dados 
próximos, imediatos, perceptíveis pelos sentidos ou por instrumentos, pois, 
sendo de ordem material e física, são suscetíveis de experimentação. O objeto 
da filosofia é constituído de realidades mediatas, imperceptíveis aos sentidos e 
que, por serem de ordem suprassensíveis, ultrapassam a experiência. A ordem 
natural do procedimento é, sem dúvida, partir dos dados materiais e sensíveis 
(ciência) para se elevar aos dados de ordem metafísica, não sensíveis, razão 
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última da existência dos entes em geral (filosofia). Parte-se do concreto material 
para o concreto supramaterial, do particular ao universal (CERVO; BERVIAN; 
SILVA, 2007). 
Na acepção clássica, a filosofia era considerada a ciência das coisas por 
suas causas supremas. Um dos maiores patrimônios da Filosofia, sem dúvida, é 
sua própria história: iniciando-se com os pré-socráticos, na Grécia Antiga, a 
Filosofia nasce como um tipo de saber que procura diferenciar-se dos mitos, da 
retórica, dos sofistas, das tragédias e dos poetas, e, a partir de então, se 
estabelece por século como um espaço de liberdade de pensamento, desafiando 
a lei de que o conhecimento pode tornar-se ultrapassado ou superado com o 
tempo, com novas experiências ou com o surgimento de novos instrumentos de 
observação. Ao contrário, Platão e Aristóteles, por exemplo, continuam fazendo 
parte dos nomes mais importantes da Filosofia, dialogando em nível de 
igualdade com os filósofos contemporâneos, não obstante os milhares de anos 
que nos separam dos gregos, e permanecendo nossos mestres, fontes de 
inspiração e aprendizado (MATTAR, 2008). 
Modernamente, prefere-se falar em filosofar. O filosofar é um interrogar, é 
um contínuo questionar a si mesmo e à realidade. A filosofia não é algo feito, 
acabado. É uma busca constante de sentido, de justificação, de possibilidades, 
de interpretação a respeito de tudo aquilo que envolve o ser humano e sobre o 
próprio ser em sua existência concreta. 
Filosofar é interrogar. A interrogação parte da curiosidade, que é inata. Ela 
é constantemente renovada, pois surge quando um fenômeno nos revela alguma 
coisa de um objeto e ao mesmo tempo nos sugere o oculto, o mistério. Este 
impulsiona o ser humano a buscar o desvelamento do mistério. Vê-se,assim, 
que a interrogação somente nasce do mistério, que é o oculto enquanto sugerido. 
Jaspers (apud HUISMAN; VERGEZ,1967, p. 8), em sua Introdução à filosofia, 
coloca a essência da filosofia na procura do saber e não em sua posse. A filosofia 
trai a si mesma e se degenera quando é posta em fórmulas. A tarefa 
fundamental da filosofia consiste na reflexão. A experiência fornece uma 
multiplicidade de impressões e opiniões; adquirem-se conhecimentos científicos 
e técnicos nas mais variadas áreas; têm-se as mais diversas 
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aspirações e preocupações. A filosofia procura refletir sobre esse saber, 
interroga-se sobre ele, problematiza-o. 
Filosofar é interrogar principalmente sobre fatos e problemas que cercam 
o ser humano concreto em seu contexto histórico. Esse contexto muda no 
decorrer do tempo, o que explica o deslocamento dos temas de reflexão 
filosófica. É claro que alguns temas perpassam a história, como a própria 
humanidade. Qual o sentido da existência do ser humano e da vida? Existe ou 
não existe o absoluto? Há liberdade? Entretanto, o campo de reflexão ampliou- 
se muito em nossos dias. Hoje, os filósofos, além das interrogações metafísicas 
tradicionais, formulam novas questões: a humanidade será dominada pela 
técnica? A máquina substituirá o ser humano? Também poderão o homem e a 
mulher ser produzidos em série em tubos de ensaio? As conquistas espaciais 
comprovam o poder ilimitado da espécie humana? O progresso técnico é um 
benefício para a humanidade? Quando chegará a vez do combate à fome e à 
miséria? O que é valor, hoje? (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007). 
A Filosofia é a ciência-mãe da qual foram, pouco a pouco, separando-se 
formas de pensar e métodos que mais tarde se especializaram e se tornaram 
independentes, e que hoje consideramos ciências. Mas, mesmo hoje, essas 
diferenças que separariam o conhecimento filosófico dos outros campos de 
conhecimento não são sempre claras. 
Para Souza, Fialho e Otani (2007) o conhecimento filosófico se caracteriza 
pelo esforço da razão em questionar os problemas humanos. Reflete a crença 
de um grupo de pessoas que são os filósofos. A postura destes é especulativa 
diante dos fenômenos gerando conceitos subjetivos. Eles dão sentido aos 
fenômenos gerais do universo, ultrapassando os limites formais da ciência. 
Enfim, a filosofia procura compreender a realidade em seu contexto mais 
universal. Não há soluções definitivas para um grande número de questões. 
Entretanto, a filosofia habilita o ser humano a fazer uso de suas faculdades para 
ver melhor o sentido da vida concreta (CERVO, BERVIAN E SILVA, 2007). 
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O conhecimento religioso ou teológico apoia-se em doutrinas que 
contêm proposições sagradas (valorativas), por terem sido reveladas pelo 
sobrenatural e que, por esse motivo, são consideradas infalíveis e indiscutíveis. 
O que funda o conhecimento religioso é a fé. Não é preciso ver para crer 
e devemos crer mesmo que as evidências apontem para o contrário do que a 
religião nos ensina. As “verdades” religiosas estão registradas em livros sagrado 
ou são reveladas pelos deuses (ou outros seres espirituais) por meio de alguns 
iluminados, santos ou profetas. Essas verdades são em geral tidas como 
definitivas e não permitem revisão mediante a reflexão ou a experiência. Nesse 
sentido, podemos classificar sob esse título os conhecimentos ditos místicos ou 
espirituais (MATTAR, 2008). 
Duas são as atitudes que se podem tomar diante do mistério. A primeira 
é tentar penetrar nele com o esforço pessoal da inteligência. Mediante a reflexão 
e o auxílio de instrumentos, procura-se obter um procedimento que seja científico 
ou filosófico. A segunda atitude consiste em aceitar explicações de alguém que 
já tenha desvendado o mistério e implica sempre uma atitude de fé diante de um 
conhecimento revelado. 
Esse conhecimento revelado ocorre quando há algo oculto ou um mistério, 
alguém que o manifesta e alguém que pretende conhecê-lo. Entende- se por 
mistério tudo o que é oculto, o que provoca a curiosidade e leva à busca. O 
mistério é o oculto enquanto sugerido. Pode estar ligado a dados da natureza, 
da vida futura, da existência do absoluto, para mencionar apenas alguns 
exemplos. Aquele que manifesta o oculto é o revelador, que pode ser o próprio 
homem ou Deus. Aquele que recebe a manifestação tem fé humana se o 
revelador for um homem ou uma mulher e tem fé teológica se Deus for o 
revelador. 
A fé teológica sempre está ligada a uma pessoa que testemunha Deus 
diante de outras pessoas. Para que isso aconteça, é necessário que tal pessoa 
que conhece a Deus e que vive o mistério divino o revele a outra. Afirmar, por 
exemplo, que tal pessoa é o Cristo equivale a explicitar um conhecimento 
teológico. 
O conhecimento revelado - relativo a Deus - e aceito pela fé teológica 
constitui o conhecimento teológico. Este, por sua vez, é o conjunto de verdades 
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ao qual as pessoas chegaram não com o auxílio de sua inteligência, mas 
mediante a aceitação dos dados da revelação divina. Vale-se de modo especial 
do argumento de autoridade. São os conhecimentos adquiridos nos livros 
sagrados e aceitos racionalmente pelas pessoas, depois de terem passado pela 
crítica histórica mais exigente. O conteúdo da revelação, feita a crítica dos fatos 
ali narrados e comprovados pelos sinais que a acompanham, reveste-se de 
autenticidade e de verdade. Essas verdades passam a ser consideradas como 
fidedignas e por isso são aceitas. Isso é feito com base na lei suprema da 
inteligência: aceitar a verdade, venha de onde vier, contanto que seja 
legitimamente adquirida (CERVO, BERVIAN E SILVA, 2007). 
O conhecimento científico ultrapassa os limites do conhecimento 
empírico na medida em que procura evidenciar, além do próprio fenômeno, as 
causas e a lógica de sua ocorrência. O conhecimento científico, assim como o 
filosófico, é racional, mas tem a pretensão de ser sistemático e de revelar 
aspectos da realidade. As noções de experiência e verificação são essenciais 
nas ciências; o conhecimento científico deve ser justificado e é sempre passível 
de revisão, desde que se possa provar sua inexatidão. Entretanto, não devemos 
esquecer que a Matemática, por exemplo, é considerada por muitos uma ciência, 
apesar de grande parte de seus conhecimentos não se referir diretamente à 
realidade e não poderem ser por ela provados ou refutados. 
O ciclo do conhecimento científico (especialmente o das ciências 
empíricas) inclui a observação, a produção de teorias para explicar essa 
observação, o teste dessas teorias e seu aperfeiçoamento. Há nas ciências, um 
movimento circular, que parte da observação da realidade para a abstração 
teórica. 
Agora que já falamos dos tipos de conhecimento podemos falar da ciência 
não em sua acepção lato sensu4 (simplesmente significando conhecimento), 
mas em seu sentido stricto sensu5 que busca demonstrar as causas que 
constituem e determinam o conhecimento. 
 
4 
Expressão latina que significa Sentido Amplo. No caso dos cursos de Pós-graduação, os cursos de 
especialização lato sensu tendem a focar na aplicabilidade prática de um conceito. 
5 
Expressão também de origem latina que significa Sentido Restrito. Em nível de Pós-graduação leva o 
aluno ao título de Mestre ou Doutor. 
Nos cursos reconhecidos pelo MEC e classificados pela CAPES, o Mestrado e na sequência Doutorado 
tem duração média de 3 anos cada, com foco na academia e ênfase nas atividadesde pesquisa e extensão. 
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As ciências possuem: 
a) Um objetivo ou finalidade – preocupação em distinguir a característica 
comum ou as leis gerais que regem determinados eventos. 
b) Uma função – aperfeiçoamento, por meio do crescente acervo de 
conhecimentos, da relação do homem com seu mundo. 
c) Objetos que podem ser material (aquilo que se pretende estudar, analisar, 
interpretar ou verificar) ou formal (o enfoque especial, em face das diversas 
ciências que possuem o mesmo objeto material. 
Devido à complexidade do universo e a diversidade de fenômenos que 
nele se manifestam, aliadas à necessidade do homem de estudá-los para 
entendê-los e explicá-los, levaram ao surgimento de diversos ramos de estudo e 
ciências específicas. A classificação pode ser pela complexidade, conteúdo, 
objeto ou tema. 
Marconi e Lakatos (2004) oferecem várias classificações, mas ressaltam 
ser mais pertinente a classificação de Bunge (1974) o qual divide as ciências em 
formais e factuais: 
 
 
 
 
 
 
São cursos que exigem sobremaneira do candidato. Àqueles que pretendem seguir carreira acadêmica em 
Universidades renomadas, tem-se exigido Doutorado e dedicação exclusiva. A seleção é rigorosa, 
criteriosa, passando por análise de currículo, entrevista e projetos de pesquisa que venham a contribuir com 
o desenvolvimento do país. 
A CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – é uma agência de fomento à 
pesquisa brasileira. Ela avalia trienalmente os cursos de Pós-graduação do Brasil. É a única entidade que 
pode determinar na prática o fechamento ou descredenciamento de cursos com notas baixas ou deficientes, 
o que acontece através do Qualis. 
O Qualis é o sistema de avaliação de periódicos mantido pela CAPES, classifica os veículos de divulgação 
da produção intelectual dos programas quanto à circulação local, nacional ou internacional e qualidade 
(conceitos A, B, C) por área de avaliação. 
OBS – Sugerimos uma leitura atenta das notas de rodapé 2 e 3, pois elas 
oferecem informações importantes, sobre a rotina de produção de 
pesquisa fora da academia – os professores universitários e pesquisadores 
se reportam sempre a essa expressão “academia” quando falam do seu 
ambiente de trabalho e, por conseguinte, ambiente de produção científica. 
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FORMAIS 
Lógica 
Matemática 
 
 
 
CIÊNCIAS 
 
 
 
 
FACTUAIS 
 
 
Naturais 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sociais 
Física 
Química 
Biologia e outras 
 
 
Antropologia 
cultural 
Direito 
Economia 
Política 
Psicologia social 
Sociologia 
 
 
Interessa-nos discorrer sobre as 17 características do conhecimento 
científico no âmbito das ciências factuais, a saber: 
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1. Racional porque é constituído por conceitos, juízos e raciocínios e não por 
sensações, imagens, modelos de conduta, etc. Ele permite que as ideias que 
o compõem possam combinar-se segundo um conjunto de regras lógicas, com 
a finalidade de produzir novas ideias e essas ideias se organizam em novos 
sistemas. 
2. Objetivo à medida que procura concordar com seu objeto - isto é, buscar 
alcançar a verdade factual por intermédio dos meios de observação, 
investigação e experimentação existentes; e à medida que verifica a 
adequação das ideias (hipóteses) aos fatos - recorrendo, para tal, à 
observação e à experimentação, atividades que são controláveis e, até certo 
ponto, reproduzíveis. 
3. Factual porque parte dos fatos, pode interferir neles, mas sempre volta para 
eles. Capta ou recolhe os fatos, da mesma forma que se produzem ou se 
apresentam na natureza ou na sociedade, segundo quadros conceituais ou 
esquemas de referência. Por fim, utiliza como matéria-prima da ciência, os 
"dados empíricos" - isto é, enunciados factuais confirmados, obtidos com a 
ajuda de teorias, quadros conceituais e que realimentam a teoria. 
4. Transcendente aos fatos, ou seja, descarta fatos, produz novos fatos e os 
explica - ao contrário do conhecimento vulgar ou popular, que apenas registra 
a aparência dos fatos e se atém a ela, limitando-se, frequentemente, a um fato 
isolado sem esforçar-se em correlacioná-lo com outros ou explicá- lo, a 
investigação científica não se limita aos fatos observados: tem como função 
explicá-las, descobrir suas relações com outros fatos e expressar essas 
relações; em outras palavras, trata de conhecer a realidade além de suas 
aparências. Seleciona os fatos considerados relevantes, controla-os e, 
sempre que possível, os reproduz - pode, inclusive, criar coisas novas: 
compostos químicos, novas variedades de Vírus ou bactérias, de vegetais e, 
inclusive, de animais. O conhecimento científico não se contenta em 
descrever as experiências, mas sintetiza-as e compara-as com o que já se 
conhece sobre outros fatos - descobre, assim, suas correlações com outros 
níveis e estruturas da realidade, tratando de explicá-las por meio de hipóteses. 
A comprovação da veracidade das hipóteses as transforma em enunciados 
de leis gerais e sistemas de hipóteses (teoria). Por último leva o 
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conhecimento além dos fatos observados, inferindo o que pode haver por trás 
deles. 
5. Analítico porque ao abordar um fato, processo, situação ou fenômeno, 
decompõe o todo em suas partes componentes - (não necessariamente a 
menor parte que a divisão permite), com o propósito de descobrir os 
elementos constitutivos da totalidade, assim como as interligações que 
explicam sua integração em função do contexto global. O procedimento 
científico de “análise” conduz à “síntese”- se a investigação inicia-se 
decompondo seus objetos com a finalidade de descobrir o “mecanismo” 
interno responsável pelos fenômenos observados, segue-se o exame da 
interdependência das partes e, numa etapa final, a “síntese”, isto é, a 
reconstrução do todo em termos de suas partes inter-relacionadas. Assim, se 
o processo de análise leva à decomposição do todo em seus elementos ou 
componentes, o de síntese procede à recomposição “das consequências aos 
princípios, do produto ao produtor, dos efeitos às causas ou, ainda, por 
simples correlacionamento” (TRUJILLO, 1974, p.15). O processo de análise e 
a subsequente síntese são “a única maneira conhecida de descobrir, como se 
constituem, transformam e desaparecem determinados fenômenos, em seu 
todo” (Bunge, 1974, p. 20). Por este motivo, a ciência rechaça a síntese obtida 
sem a prévia realização da análise. 
6. Claro e preciso – o conhecimento científico ao contrário do popular, precisa 
que o cientista se esforce ao máximo para ser exato e claro. O problema deve 
ser formulado com clareza, partir de noções simples, que ao longo do estudo, 
complicam, modificam e, se necessário, repelem-se. 
7. Comunicável – sua linguagem deve poder informar a todos os seres 
humanos que tenham sido instruídos para entendê-la; deve ser formulada de 
tal forma que todos investigadores possam verificar seus dados e hipóteses e 
deve ser considerado propriedade de toda humanidade. 
8. Verificável – deve ser aceito como válido quando passa pela prova da 
experiência ou da demonstração. Só após sua comprovação torna-se válido. 
9. Dependente de investigação metódica – uma vez que é planejado, ou seja, 
o cientista não age por acaso, ele planeja seu trabalho,sabe o que procura e 
como deve proceder para encontrar o que almeja. É evidente que 
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esse planejamento não exclui, totalmente, o imprevisto ou o acaso; entretanto, 
prevendo sua possibilidade, o cientista trata de aproveitar a interferência do 
acaso, quando este ocorre ou é deliberadamente provocado, com a finalidade 
de submetê-lo a controle; baseia-se em conhecimento anterior, 
particularmente em hipóteses já confirmadas, em leis e princípios já 
estabelecidos - dessa forma, o conhecimento científico não resulta das 
investigações isoladas de um cientista, mas do trabalho de inúmeros 
investigadores; obedece a um método preestabelecido, que determina, no 
processo de investigação, a aplicação de normas e técnicas, em etapas 
claramente definidas - essas normas e técnicas podem ser continuamente 
aperfeiçoadas. 
10. Acumulativo - seu desenvolvimento é uma consequência de um contínuo 
selecionar de conhecimentos significativos e operacionais. Novos 
conhecimentos podem substituir os antigos, quando estes se revelam 
disfuncionais ou ultrapassados. O aparecimento de novos conhecimentos em 
seu processo de adição aos já existentes, pode ter como resultado a criação 
ou apreensão de novas situações, condições ou realidades. 
11. Falível - não é definitivo, absoluto ou final - a própria racionalidade da ciência 
permite que, além da acumulação gradual de resultados, o progresso 
científico também se efetue por “revoluções”. 
12. Geral - em decorrência de situar os fatos singulares em modelos gerais, os 
enunciados particulares em esquemas amplos, procurar, na variedade e 
unicidade, a uniformidade e a generalidade e a descoberta de leis ou 
princípios gerais permite a elaboração de modelos ou sistemas mais amplos. 
13. Explicativo - em virtude de ter corno finalidade explicar os fatos em termos 
de leis e as leis em termos de princípios, além de inquirir como são as coisas, 
intenta responder ao porquê. 
14. Preditivo – baseia-se na investigação dos fatos, assim como no acúmulo das 
experiências, levando a ciência a atuar no plano do previsível. 
Fundamentando-se em leis já estabelecidas e em informações fidedignas 
sobre o estado ou o relacionamento das coisas, seres ou fenômenos, pode, 
pela indução probabilística, prever ocorrências. 
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15. Aberto – o conhecimento científico não conhece barreiras que, a priori, 
limitem o conhecimento - a ciência não dispõe de axiomas evidentes: até os 
princípios mais gerais e seguros constituem postulados que podem ser 
mudados ou corrigidos; a Ciência não é um sistema dogmático e cerrado, mas 
controvertido e aberto - isto é, constitui um sistema aberto porque é falível e, 
em consequência, capaz de progredir: quando surge uma nova situação, na 
qual as leis existentes revelam-se inadequadas, a Ciência propõe-se a realizar 
novas investigações, cujos resultados induzirão à correção ou, até a total 
substituição das leis incompatíveis; dependendo dos instrumentos de 
investigação disponíveis e dos conhecimentos acumulados. Até certo ponto 
está ligado às circunstâncias de sua época. 
16. Útil – O conhecimento científico é útil em decorrência de sua objetividade e 
experimentação que lhe conferem um conhecimento adequado das coisas e 
em decorrência de manter uma conexão com a tecnologia (MARCONI e 
LAKATOS, 2004). 
17. Sistemático - é constituído por um sistema de ideias, logicamente 
correlacionadas - o inter-relacionamento das ideias, que compõem o corpo de 
uma teoria, pode qualificar-se de orgânico. Contém um sistema de referência, 
que são modelos fundamentais de definições construídas sobre a base de 
conceitos e que se inter-relacionam de modo ordenado e completo, seguindo 
uma diretriz lógica; teorias e hipóteses; fontes de informações; quadros que 
explicam as propriedades relacionais. Ou seja: é metódica. Portanto, para 
estudá-la é necessário: MÉTODO. 
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4. O MÉTODO E A PESQUISA 
 
 
Vivemos tempos, nunca dantes vistos. A realidade transformou-se 
enormemente, provocando alterações nos mais variados campos da vida 
humana. Padrões políticos, econômicos, sociais e culturais da sociedade, 
cunhados ao longo da história da humanidade e vistos como verdades absolutas 
são agora postos na berlinda da dúvida, o que leva a crer que a humanidade 
renunciou às certezas garantidas por séculos de tradição, passando a adotar a 
insegurança das mudanças constantes, com enfoque diferenciado na construção 
do conhecimento. Esse é o perfil humano da pós- modernidade. 
Inserida neste contexto, a ciência e seus conceitos comumente aceitos 
passaram a examinar as posições das metodologias convencionais, 
principalmente o papel social da mesma, vista por muitos como uma forma de 
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intensificar a exploração do capital ou mais um instrumento de manutenção do 
status quo. 
Em sendo, a nossa pretensão é tentar dialogar sobre as dificuldades 
enfrentadas pelos pesquisadores sociais que procuram a metodologia 
adequada para dar conta ou para confirmar suas suspeitas a respeito de um 
determinado problema. 
Nessa luta incansável pelo método seguro para a investigação científica, 
observam-se as tensões e contradições do modelo racional adotado pela ciência 
moderna a partir do século XVI. 
Daí, a questão: como produzir conhecimento através da utilização de um 
pensamento objetivo e crítico sem o recurso das construções mecânicas, bem 
amarradas e terrivelmente lógicas, em um tempo de grandes contradições 
paradigmáticas e de perda da confiança epistemológica nas ciências? Conforme 
Pooli (1998), “a pesquisa social não é uma „sala confortável‟, e é possível 
trabalhar sem estar em paz com seu objeto de trabalho, e essa deve ser a férrea 
necessidade das investigações sobre a organização os homens e das mulheres”. 
(p. 99). 
Porém e, apesar destas questões que nos rodeiam, a feitura da ciência e 
do conhecimento se faz necessária, tendo em vista os objetivos das 
Especializações: demonstrar o conhecimento adquirido, mas, também, aquele 
produzido pelo pretendente ao título. Para tanto, utiliza-se do método. 
Nesse sentido, o que vem a ser o Método? 
 
 
4.1. Método 
Buscamos a resposta em diversos autores: Souza, Fialho e Otani (2007) 
o definem como técnicas e instrumentos que determinam o modo sistematizado 
da forma de proceder num processo de pesquisa. Já para Trujillo (1974) método 
é a forma de proceder ao longo de um caminho. 
Em sendo, pode-se concluir que na ciência, os métodos constituem os 
instrumentos básicos de ordenação do processo de pesquisa, ou seja, traçam 
de modo ordenado a forma de proceder do cientista, ao longo de um percurso, 
para alcançar um objetivo. 
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É bem verdade que ao longo da história da humanidade, esses métodos 
vêm sofrendo transformações. Na Antiguidade Clássica, período contemporâneo 
dos grandes filósofos Pitágoras, Sócrates e Platão, bastava a palavra do mestre 
para que fosse aceito um teorema como verdadeiro. 
Porém e a partir da Idade Moderna, com o advento do Renascimento, 
presenciamos o pioneirismo de Galileu Galilei, passando por Francis Bacon, 
Rene Descartes, Isaac Newton, além de outros tantos pensadores, natransformação do método científico e a busca pela confirmação dos dados e 
hipóteses. Assim, chegamos às técnicas atuais para validação de nossos 
pressupostos a respeito dos acontecimentos que nos cercam. 
Embora cada um dos pioneiros acima tenha traçado os seus passos, 
achamos por bem exemplificar com Galileu, posto ser este, o precursor da 
ciência moderna e das técnicas de pesquisa a partir de métodos, ou seja, do uso 
da Metodologia Científica, no fazer da ciência e na construção do conhecimento. 
Os seus principais passos foram: 
1. Observação dos Fenômenos 
2. Análise das Partes, Estabelecendo Relações Quantitativas 
3. Indução de Hipóteses 
4. Verificação das Hipóteses – Experimento 
5. Generalização dos Resultados 
6. Confirmação das Hipóteses 
7. Estabelecimento de Leis Gerais 
 
 
Método científico é, portanto, o conjunto de processos ou operações 
mentais que se deve empregar na investigação. É a linha de raciocínio adotada 
no processo de pesquisa. 
Conforme Gil (1995), Marconi e Lakatos (2008) , os métodos que 
fornecem as bases lógicas à investigação são: dedutivo, indutivo, hipotético- 
dedutivo, dialético e fenomenológico. 
Podem-se classificar os métodos de acordo com diferentes critérios. 
Historicamente, no entanto, percebem-se duas grandes vertentes, que são 
respectivamente o método dedutivo e o método indutivo. 
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Todo homem é mortal. (premissa maior) 
Pedro é homem. (premissa menor) 
Logo, Pedro é mortal. (conclusão) 
Outros métodos existentes são o hipotético-dedutivo, o dialético, o 
fenomenológico e alguns métodos específicos das Ciências Sociais (histórico, 
comparativo, monográfico, estatístico, tipológico, funcionalista e estruturalista). 
 
4.1.1-Método Dedutivo: 
O Método Dedutivo, proposto pelos racionalistas Descartes, Spinoza e 
Leibniz, pressupõe que só a razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro. 
O raciocínio dedutivo tem o objetivo de explicar o conteúdo das premissas. Por 
intermédio de uma cadeia de raciocínio em ordem descendente, de análise do 
geral para o particular, chega a uma conclusão. Usa o silogismo da construção 
lógica para, a partir de duas premissas, retirar uma terceira logicamente 
decorrente das duas primeiras, denominada de conclusão (GIL, 1995; 
LAKATOS,MARCONI, 1993). 
O clássico exemplo de raciocínio dedutivo é: 
 
 
O método dedutivo é típico das ciências exatas: “É um processo 
sistemático de investigação, o qual envolve uma série de passos sequenciais, a 
saber: identificação de um problema, formulação de uma hipótese, estudos 
pilotos, obtenção de dados, teste de hipóteses, generalização e replicação” 
(HENDRICK, VERCRUYSSEN,1989 apud SOUZA; FIALHO; OTANI, 2007, p. 
25). 
Observar e explicar o que se observa são os objetivos principais de 
qualquer ciência. Observar consiste, antes de tudo, na verificação empírica de 
um fenômeno, na busca por uma definição operacional que permita uma 
observação controlada, seguida por uma generalização estatística. 
Existem, pelo menos, quatro abordagens principais utilizadas na pesquisa 
científica: correlações, histórico de casos, estudos de campo e experimental. 
Correlações são empregadas para estabelecer relações que permitam 
predições ou grupamentos de elementos homogêneos. Histórico de casos, unido 
à correlação, é útil para estabelecer a causalidade das relações. Estudos 
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Antônio é mortal. 
João é mortal. 
Carlos é mortal. 
Ora, Antônio, João ... e Carlos são homens. 
Logo, (todos) os homens são mortais. 
de campo consistem em se observarem eventos ocorrendo em um meio 
ambiente natural e diferem da abordagem experimental onde, para se ter 
controle sobre as variáveis, trabalha-se em um meio ambiente artificial. 
Experimentos exploratórios, confirmatórios e estudos-piloto são 
conduzidos para formular hipóteses, confirmá-Ias/ refutá-Ias ou reforçá-Ias, 
respectivamente. Demonstrações diferem-se de experimentos por não exigirem 
a manipulação de variáveis. Estudos quase-experimentais combinam trabalho 
de campo e de laboratório. 
 
4.1.2-Método Indutivo: 
O Método Indutivo foi proposto pelos empiristas: Bacon, Hobbes, Locke e 
Hume. Consideram que o conhecimento é fundamentado na experiência, não 
levando em conta princípios preestabelecidos. No raciocínio indutivo, a 
generalização deriva de observações de casos da realidade concreta. As 
constatações particulares levam à elaboração de generalizações (GIL, 1995; 
MARCONI; LAKATOS, 2004). 
Um clássico exemplo de raciocínio indutivo: 
 
 
O ponto de partida do método indutivo não são os princípios, mas a 
observação dos fatos e dos fenômenos, da realidade objetiva. Por outro lado, o 
seu ponto de chegada é a elaboração de modelos que regem o comportamento 
dos fatos e dos fenômenos observados. Na verdade, a indução não é um 
raciocínio único, mas um conjunto de procedimentos, uns empíricos, outros 
lógicos, outros, ainda, intuitivos. 
Aqui temos a indução formal e a indução científica. A indução formal ou 
completa, estabelecida por Aristóteles, não leva a novos conhecimentos, mas 
substitui por um termo geral uma série de termos singulares. Assim, ela não 
induz à compreensão de um determinado fenômeno a partir somente de alguns 
casos, mas de todos os casos observados. De fato, a lei que rege o ponto de 
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chegada para a elaboração de um modelo, expressa realmente a totalidade do 
comportamento dos fatos e fenômenos observados. 
A indução científica ou incompleta, estabelecida por Galileu e 
aperfeiçoada por Francis Bacon, fundamenta-se na causa ou na lei que rege os 
fenômenos ou fatos observados em um número significativo de casos (um ou 
mais), mas não em todos os casos. 
Nesse sentido, a lei não exprime a totalidade, mas expressa uma parte 
dos fenômenos. Assim, a partir da observação de um ou mais fatos particulares, 
pode-se induzir para todos os fatos semelhantes. 
Por meio de um raciocínio dedutivo, parte-se de premissas que julgamos 
verdadeiras, sobre as quais aplicamos regras fornecidas por alguma lógica, para 
concluir ou negar determinada proposição. No raciocínio indutivo busca-se 
alguma generalização ou abstração capaz de descrever um conjunto de dados. 
Pelo raciocínio analógico são estabelecidas relações de correspondência entre 
elementos de dois sistemas distintos. Os problemas que enfrentamos em nosso 
dia-a-dia são resolvidos pela combinação desses diferentes tipos de raciocínio. 
Raciocinar envolve, tipicamente, considerar evidências relativas a uma 
hipótese ou conclusão. Simplificando, pode-se dizer que o ato de raciocinar 
consiste em gerar ou calcular um argumento. 
A lógica formal distingue dois tipos de argumentos: 
• Argumentos dedutivos: é necessário, dado que as premissas sejam 
verdadeiras, que a conclusão seja verdadeira; 
• Argumentos indutivos: dado que as premissas sejam verdadeiras, é 
provável que a conclusão também o seja. 
Em realidade, o pesquisador vê-se diante de uma infinidade de métodos 
e de variantes aos mesmos. 
 
4.1.3-Método Hipotético-dedutivo: 
Proposto por Popper, este método consiste na adoção da seguinte linha 
de raciocínio: quando os conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto 
são insuficientes para a explicação de um fenômeno, surge o problema. Para 
tentar explicar as dificuldades expressas no problema, são formuladas 
conjecturas ou hipóteses. Das hipóteses formuladas, deduzem-se 
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consequências que deverão ser testadas ou falseadas. Falsear significa tornar 
falsas as consequências deduzidas das hipóteses. Enquanto no método dedutivo 
se procura a todo custo confirmar a hipótese, no método hipotético- dedutivo, ao 
contrário, procuram-se evidências empíricas para derrubá-Ia (GIL, 1995, p.30). 
 
4.1.4-Método dialético: 
Fundamenta-se na dialética proposta por Hegel, na qual as contradições 
se transcendem dando origem a novas contradições que passam a requerer 
solução. É um método de interpretação dinâmica e totalizante da realidade. 
Considera que os fatos não podem ser considerados fora de um contexto social, 
político, econômico, etc. Muito aplicado em pesquisa qualitativa (SOUZA, 
FIALHO, OTANI, 2007). 
 
4.1.5- Outros métodos: 
O método histórico consiste em investigar acontecimentos, processos e 
instituições do passado para verificar sua influência na sociedade de hoje, pois 
as instituições alcançaram sua forma atual por meio de alterações de suas partes 
componentes, ao longo do tempo, influenciadas pelo contexto cultural particular 
de cada época. 
O método comparativo empregado por Tylor, considera o estudo das 
semelhanças e diferenças entre diversos tipos de grupos, sociedades ou povos. 
Contribui na compreensão do comportamento humano. Ele realiza comparações 
com a finalidade de verificar similitudes e explicar divergências. É usado tanto 
para comparar grupos no presente como no passado, ou entre os existentes e 
os do passado, quanto entre sociedades de iguais ou de diferentes estágios de 
desenvolvimento. 
Esse método permite analisar o dado concreto, deduzindo do mesmo os 
elementos constantes, abstratos e gerais. Constitui numa verdadeira 
experimentação direta. Empregado em estudos de largo alcance 
(desenvolvimento da sociedade capitalista), e de setores concretos (comparação 
de tipos específicos de eleições), assim como estudos qualitativos (diferentes 
formas de governo) e quantitativos (taxa de 
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escolarização de países em desenvolvimento e subdesenvolvimento) 
(MARCONI E LAKATOS, 2004). 
O método monográfico foi criado por Le Play que o empregou para 
estudar famílias operárias na Europa. Parte do princípio de que qualquer caso 
que se estude em profundidade pode ser considerado representativo de muitos 
outros ou até de todos os casos semelhantes. Esse método consiste no estudo 
de determinados indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou 
comunidades, com a finalidade de obter generalizações. 
O método estatístico foi planejado por Quetelet. Os processos 
estatísticos permitem obter de conjuntos complexos, representações simples e 
constatar se essas verificações simplificadas têm relação entre si. Assim, o 
método estatístico significa redução de fenômenos sociológicos, políticos, 
econômicos etc. a termos quantitativos e a manipulação estatística, que permite 
comprovar as relações dos fenômenos entre si, e obter generalizações sobre 
sua natureza, ocorrência ou significado. 
O papel do método estatístico é, antes de tudo, fornecer urna descrição 
quantitativa da sociedade, considerada como um todo organizado. Por exemplo, 
definem-se e delimitam-se as classes sociais, especificando as características 
dos membros dessas classes e, após, mede-se sua importância ou variação, ou 
qualquer outro atributo quantificável que contribua para seu melhor 
entendimento. No entanto, a estatística pode ser considerada mais do que 
apenas um meio de descrição racional; é, também, um método de 
experimentação e prova, pois é método de análise. 
O método tipológico habitualmente empregado por Max Weber, 
apresenta semelhanças com o método comparativo. Ao comparar fenômenos 
sociais complexos, o pesquisador cria tipos ou modelos ideais, construídos a 
partir da análise de aspectos essenciais do fenômeno. A característica principal 
do tipo ideal é não existir na realidade, mas servir de modelo para a análise e 
compreensão de casos concretos, realmente existentes. Weber, através da 
classificação e comparação de diversos tipos de cidades, determinou as 
características essenciais da cidade; da mesma maneira, pesquisou as 
diferentes formas de capitalismo para estabelecer a caracterização ideal do 
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capitalismo moderno; e, partindo do exame dos tipos de organização, 
apresentou o tipo ideal de organização burocrática. 
O método funcionalista utilizado por Malinowski, é a rigor, mais um 
método de interpretação do que de investigação. Levando-se em consideração 
que a sociedade é formada por partes componentes, diferenciadas, inter- 
relacionadas e interdependentes, satisfazendo cada uma das funções essenciais 
da vida social, e que as partes são mais bem entendidas compreendendo-se as 
funções que desempenham no todo, o método funcionalista estuda a sociedade 
do ponto de vista da função de suas unidades, Isto e, como um sistema 
organizado de atividades (MARCONI E LAKATOS, 2004). 
Desenvolvido por Lévi-Strauss, o método estruturalista parte da 
investigação de um fenômeno concreto, eleva-se, a seguir, ao nível abstrato, por 
intermédio da constituição de um modelo que representa o objeto de estudo, 
retornando, por fim, ao concreto, dessa vez como uma realidade estruturada e 
relacionada com a experiência do sujeito social. Ele considera que uma 
linguagem abstrata deve ser indispensável para assegurar a possibilidade de 
comparar experiências, à primeira vista, irredutíveis que, se assim 
permanecessem, nada poderiam ensinar, em outras palavras, não poderiam ser 
estudadas (MARCONI E LAKATOS, 2004). 
Como vimos, a Metodologia Científica trata de método e ciência. A 
atividade preponderante da metodologia é a pesquisa. O conhecimento humano 
caracteriza-se pela relação estabelecida entre o sujeito e o objeto, podendo-se 
dizer que essa é uma relação de apropriação. 
Desse modo, a metodologia resulta de um conjunto de procedimentos a 
serem utilizados pelo indivíduo na obtenção do conhecimento. É a aplicação do 
método, por meio de processos e técnicas, que garante a legitimidade do saber 
obtido. 
A busca da necessidade humana de conhecer leva o homem a pesquisar. 
Uma pesquisa é um processo de construção do conhecimento que tem como 
meta principal gerar novos conhecimentos e/ou corroborar ou refutar algum 
conhecimento preexistente. Basicamente, é um processo de 
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aprendizagem tanto do indivíduo que a realiza quanto da sociedade na qual 
esta se desenvolve. 
Lembre-se: 
Curiosidade intelectual + entusiasmo + independência + capacidade de 
trabalho e ambição acadêmica ou profissional + paciência e muita determinação 
são requisitos básicos para se tornar um pesquisador, em tempo integral ou 
somente para realização de um único projeto. 
De todo modo, todos os trabalhos científicos podem adotar uma estrutura 
comum. Apesar de os trabalhos tratarem de temas diferentes e, com distintos 
propósitos, poderem variar materialmente, é possível a coincidência sequencial 
comum. 
Segundo Salvador (1982) a composição de um trabalho científico pode 
ser expressa da seguinte forma: antecipar o que se vai transmitir; transmitir o 
que se havia proposto e; declarar o que se transmitiu. Essa sequência 
compreende a introdução, o desenvolvimento do trabalho e a conclusão. 
Então, o que vem a ser pesquisa? 
 
 
4.2-Pesquisa 
 
 
A pesquisa pode ser então definida como um procedimento racionale 
sistemático que tem como objetivo procurar respostas aos problemas propostos. 
Portanto, a pesquisa científica desenvolve-se mediante utilização dos 
conhecimentos disponíveis, métodos, técnicas e outros procedimentos 
científicos, que vão desde a adequada formulação do problema até a satisfatória 
apresentação dos resultados. 
Santos (2000) classifica as pesquisas em dois níveis: acadêmico e de 
ponta. O primeiro tipo é de caráter pedagógico, que visa despertar o espírito de 
busca intelectual autônoma. Realizada no âmbito da academia (universidade, 
faculdade ou outra instituição de ensino superior) conduzida por professores 
universitários, alunos de graduação e pós-graduação. O resultado mais 
importante não é o conhecimento de respostas salvadoras para a humanidade, 
mas sim a aquisição do espírito e método para a indagação intencional. As 
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pesquisas de ponta são desenvolvidas por pesquisadores experientes e consiste 
na pesquisa direcionada a lidar com a problematização, a solução e as 
necessidades que ainda permanecem, seja porque simplesmente não foram 
respondidas ou adequadamente trabalhadas. A pesquisa de ponta é tentativa de 
negação / superação científica e existencial. 
Existem várias outras classificações para os tipos de pesquisa não 
havendo um único esquema classificatório. 
Vamos apresentar a classificação das pesquisas quanto aos objetivos 
específicos, ao lineamento e à natureza e na sequência, as principais técnicas 
de coleta e análise dos dados. 
Para tanto, buscamos respaldo em vários autores e no quadro abaixo 
agrupamos os pensamentos de Gil (1995); Araújo e Oliveira (1997); Malhotra 
(2001); Yin (2001); Marconi e Lakatos (2004); Vergara (2005); Cervo, Bervian e 
Silva (2007); Souza, Fialho e Otani (2007); Moreira e Caleffe (2008)6. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Classificação quanto ao: 
 
Tipo de pesquisa 
 
Técnica de: 
 
 
Objetivo 
 
Delineamento 
 
Natureza 
Coleta de 
dados 
Análise de 
dados 
Exploratória Documental Qualitativa Entrevista Qualitativa 
Descritiva Bibliográfica Quantitativa Questionário quantitativa 
Explicativa Levantamento 
Experimental 
Ex-post facto 
Quali- 
quantitativa 
Observação 
Documentação 
indireta 
 
 
6 
Observe a ordem de colocação dos autores… por data e alfabética. 
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Estudo de 
campo 
Estudo de 
corte 
Estudo de 
caso 
Pesquisa 
ação 
Pesquisa 
participante 
Bibliográfica 
 
4.2.1-Classificação das pesquisas quanto ao objetivo específico 
Quanto aos objetivos específicos, as pesquisas científicas podem ser 
classificadas em três modalidades: exploratória, descritiva e explicativa. Cada 
uma trata o problema de maneira peculiar. A pesquisa exploratória tem “como 
objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema” (GIL, 1995, p. 45). A 
descritiva adota “como objetivo primordial a descrição das características de 
determinada população ou fenômeno” (GIL, 1995, p. 46). Já a pesquisa 
explicativa tem “como preocupação central identificar os fatores que determinam 
ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos” (GIL, 1995, p. 46). 
A pesquisa exploratória foca na maior familiaridade com o problema, 
com vistas a torná-lo mais explícito ou a facilitar a construção de hipóteses. Esse 
tipo de pesquisa tem como principal objetivo o aprimoramento de idéias ou a 
descoberta de intuições, novas idéias. 
A pesquisa exploratória é extremamente flexível, de modo que quaisquer 
aspectos relativos ao fato estudado têm importância. Grande parte das 
pesquisas do tipo envolve levantamento bibliográfico, documental e entrevista 
ou questionário envolvendo pessoas que tiveram alguma experiência com o 
problema. Geralmente são de natureza qualitativa. 
A pesquisa descritiva objetiva a descrição de determinada população ou 
fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Esse tipo de estudo 
tem como característica mais significativa a utilização de técnicas padronizadas 
de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. 
Segundo Malhotra (2001, p. 108), a pesquisa descritiva “tem como 
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principal objetivo a descrição de algo”, um evento, um fenômeno ou um fato. Os 
termos descritiva, descrição e descrever referem-se ao fato de esse tipo de 
pesquisa apoiar-se na estatística descritiva para realizar as descrições da 
população (mediante amostra probabilística) ou do fenômeno, ou relacionar 
variáveis. Assim, a pesquisa descritiva pura tem natureza quantitativa, mas pode 
ser quantitativa e qualitativa ao mesmo tempo, se representar descrição de 
amostra não-probabilística. 
A pesquisa explicativa procura aprofundar o conhecimento da realidade, 
explicando a razão e o porquê das coisas. Tem como objetivo principal a 
identificação dos motivos que determinaram a ocorrência de um fenômeno ou 
contribuíram para tanto. Esse tipo de pesquisa é, na maioria das vezes, uma 
continuação da pesquisa exploratória ou da pesquisa descritiva. 
 
4.2.2-Classificação das pesquisas quanto ao delineamento 
O delineamento da pesquisa corresponde ao seu planejamento numa 
dimensão mais ampla; ou seja, nesse momento o investigador estabelece os 
meios técnicos da investigação. 
O elemento mais importante para a adequada identificação de um 
delineamento é o procedimento utilizado na coleta de dados. A classificação das 
pesquisas quanto ao delineamento pode compreender diversos tipos, sendo os 
mais conhecidos: a pesquisa documental, a pesquisa bibliográfica, o 
levantamento, a pesquisa experimental, a pesquisa ex-post-facto, o estudo de 
caso e a pesquisa-ação. Vale destacar que na proporção em que a pesquisa 
científica avança, novas formas de delineamento tendem a surgir. 
A principal característica da pesquisa documental está relacionada com a 
sua fonte, a qual restringe-se a documentos escritos ou não-escritos, sempre de 
fontes primárias. 
Qualquer estudo científico supõe e requer uma prévia pesquisa 
bibliográfica, seja para sua necessária fundamentação teórica, ou mesmo para 
justificar seus limites e para os próprios resultados. Cervo; Bervian; Silva (2007, 
p. 48) afirmam que a pesquisa bibliográfica é meio de formação por excelência. 
Como trabalho científico original, constitui a pesquisa propriamente dita na área 
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das Ciências Humanas. Como resumo de assunto, constitui geralmente o 
primeiro passo de qualquer pesquisa científica. 
É por meio da pesquisa bibliográfica que o pesquisador faz contato direto 
com tudo o que foi publicado, dito, filmado ou de alguma outra forma registrado 
sobre determinado tema, inclusive através de conferências seguidas de debates. 
A pesquisa bibliográfica muito se assemelha com a pesquisa documental. 
Alguns detalhes, porém, ajudam a evidenciar as sutis diferenças entre os dois 
tipos: 
a) as fontes de dados da pesquisa documental são sempre primárias, 
algumas delas compiladas no momento do fato, outras algum tempo depois, e 
que não foram tratadas com o foco específico para o tema em estudo; 
b) a pesquisa bibliográfica, sempre utilizando fontes secundárias, 
compreende as obras já editadas abordando o tema em estudo; 
c) os objetivos da pesquisa bibliográfica geralmente são muito amplos, 
sendo, assim, indicada para gerar maior visão sobre o problema ou torná-lo mais 
específico; enquanto isso, os objetivos