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ESTUDO DA APG S1P1 – DIABETES MELITO PEDRO BONALDI BRITTO NILO ARAUJO DIABETES MELITO 1 ❖ É um distúrbio crônico, que se caracteriza por regulação metabólica anormal, bem como pelo potencial de complicações vasculares e neuropáticas. ❖ Tem como característica diagnostica os níveis elevados de glicemia. ❖ Existem dois tipos de DM: tipo 1 e tipo 2 DIABETES MELITO TIPO 1 1 ❖ Normalmente aparece na infância, em particular em torno da época da puberdade. ❖ Nos EUA cerca de 30% dos pacientes são diagnosticados após a idade adulta jovem. ❖ No mundo inteiro, a incidência de DM1varia de 50 a 100 vezes, com taxas mais elevadas em indivíduos com ascendência do norte da Europa. FISIOPATOLOGIA DA DM1 1 ❖ Uma complexa interação de fatores genéticos, ambientais e autoimunes tem como alvo seletivo as células β do pâncreas produtoras de insulina e, em ultima analise, provoca destruição dessa célula. ❖ Os genes HLA, que estão localizados no braço curto do cromossomo 6, contribuem com cerca de 50% da suscetibilidade genética para o diabetes tipo 1. ❖ Dois haplótipos HLA da classe II, DR4-DQ8 e DR3-DQ2, estão presentes em cerca de 90% das crianças com diabetes tipo 1. ❖ Os haplótipos de suscetibilidade HLA estão hiper-representados no diabetes tipo 1 de início na vida adulta, porém com menor frequência do que no diabetes tipo 1 clássico juvenil. ❖ Outro gene, IFIH1, localizado no cromossomo 2, codifica uma proteína envolvida na imunidade inata e desempenha um papel no reconhecimento dos genomas de RNA de determinados vírus. ❖ Foi reconhecido, há muito tempo, que cerca de 80% dos indivíduos com diabetes tipo 1 de início recente apresentam anticorpos dirigidos contra várias proteínas das células das ilhotas, incluindo insulina, ácido glutâmico descarboxilase (GAD65 e GAD67) e o antígeno 512 da proteína dos grânulos secretores das células das ilhotas (IA-2). ❖ A destruição das células β é mediada, em grande parte, por uma variedade de citocinas ou pela atividade direta dos linfócitos T, provocando apoptose ou destruição celular, embora as evidências tenham sugerido que os anticorpos dirigidos contra as ilhotas também podem desempenhar um papel. ❖ Os infiltrados de células inflamatórias nas ilhotas (denominados insulite), que são compostos de células T CD8+ e CD4+, macrófagos e células B, estão ligados ao aparecimento do diabetes. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA DM1 1 ❖ Apresenta uma longa fase pré-clínica. ❖ Por ocasião do diagnóstico clínico, cerca de 10 a 20% da massa original de células β podem ainda ser funcionais. ❖ Hiperglicemia e cetose. ❖ Normalmente, a hiperglicemia sintomática, manifestada por poliúria, polidipsia, perda de peso e fadiga, ocorre de maneira abrupta na criança ou no adulto jovem saudáveis nos demais aspectos. ❖ Em minoria dos pacientes, a apresentação inicial pode consistir em cetoacidose diabética (CAD), que pode ocorrer se houver atraso no reconhecimento dos sintomas do diabetes. ❖ A doença tem uma incidência aumentada nos meses de inverno, classicamente atribuída a infecções virais respiratórias. TRATAMENTO DA DM11 ❖ Insulinoterapia; ❖ Dieta e estilo de vida; ❖ Automonitoramento da glicose; ❖ Transplante de pâncreas. DIABETES MELITO TIPO 2 1 ❖ É uma das doenças crônicas mais comuns que afeta cerca de 366 milhões de pessoas no mundo inteiro. ❖ A prevalência de DM2 tem aumentado no mundo inteiro, com uma estimativa de que até 2030 tenham cerca de 550 milhões de pessoas afetadas. ❖ A DM2 é cada vez mais reconhecida em adolescentes e adultos jovens obesos. ❖ A idade avançada ainda é um fator de risco pois mais de ¼ dos adultos a partir de 65 anos apresenta a doença ou tem níveis de glicose e de HbA na faixa alterada ou pré-diabética. ❖ Nos EUA, o diabetes tipo 2 é mais comum em alguns grupos raciais e étnicos, com taxas de prevalência mais altas entre negros não hispânicos (18%), hispânicos (16%) e nativos americanos (16%) e taxas mais baixas entre brancos não hispânicos (9%). ❖ Os indivíduos do subcontinente indiano e das ilhas do Pacífico também apresentam altas taxas de diabetes tipo 2. FISIOPATOLOGIA DA DM2 1 ❖ Caracteriza-se por defeitos variáveis na secreção e na ação da insulina. ❖ O fenótipo metabólico subjacente do diabetes tipo 2 é distintamente heterogêneo entre indivíduos com a doença; alguns exibem um defeito mais pronunciado na secreção de insulina, enquanto outros têm maior resistência à ação da insulina. ❖ Apesar de ser heterogêneo, o diabetes tipo 2 caracteriza-se, em todos os casos, pela secreção inadequada de insulina para o nível de glicose prevalecente e o grau de sensibilidade à insulina. ❖ Os estudos clássicos em pacientes diabéticos demonstraram falha da secreção de insulina em resposta à glicose, porém resposta normal ao aminoácido arginina, fornecendo uma evidência adicional da existência de um defeito funcional específico de percepção da glicose. ❖ Ocorre também aumento do acúmulo de amiloide nas ilhotas diabéticas, podendo contribuir para o comprometimento da função secretora. ❖ Defeitos das células β no diabetes tipo 2 parecem ser multifatoriais, em parte geneticamente determinados, mas também influenciados pela exposição ambiental, por exemplo, a níveis circulantes elevados de glicose (glicotoxicidade) e lipídios (lipotoxicidade). ❖ A resistência à insulina está estreitamente associada à obesidade, mas também possui determinantes genéticos, refletidos pela observação de que alguns pacientes obesos não apresentam resistência grave à insulina. ❖ A resistência à insulina ocorre como parte de um conjunto de características, denominado síndrome metabólica, que consiste em hipertensão, obesidade abdominal, dislipidemia, intolerância à glicose e aumento do risco cardiovascular. ❖ Existem alguns mecanismos que podem levar a resistência insulínica: defeitos pré-receptores (molécula de insulina anormal) e receptores de insulina anormais (devido a mutações gênicas). ❖ Nos tecidos-alvo da insulina, a sinalização por meio da via da fosfatidilinositol 3-quinase é responsável pela translocação do transportador de glicose GLUT4, que é necessário para a captação de glicose no interior da célula, e foram descritos varios defeitos dessa via em seres humanos com resistência insulínica. ❖ A resistência à insulina também pode ser adquirida, em consequência de obesidade, aumentos dos ácidos graxos livres circulantes, determinados medicamentos (glicocorticoides, niacina) e estados inflamatórios. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA DM2 1 ❖ Poliuria; ❖ Polidipsia; ❖ Perda de peso; ❖ Glicosúria; ❖ Concentração plasmática de glicose elevada; ❖ Hiperglicemia descompensada grave; ❖ Desidratação profunda; ❖ Desequilíbrio eletrolítico; TRATAMENTO DA DM2 1 ❖ Manejo de dieta e estilo de vida; ❖ Cirurgia bariátrica; ❖ Tratamento farmacológico: Sensibilizadores da insulina (metformina, tiazolidinedionas); Secretagogos da insulina (sulfonilreias, glinidas); Agonistas do GLP-1 (liraglutida, semaglutida); Inibidores da DPP-4 (vildagliptina); Inibidores do SGLT2 (canagliflozina, dapagliflozina e empagliflozina); Insulinoterapia; REFERÊNCIA 1. Goldman L, Schafer AI. Goldman-Cecil Medicina. (26th edição). Rio de Janeiro: Grupo GEN; 2022.